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Órgão de divulgação do SindSaúde/PR • número 40 • Junho de 2010 Rua Mal. Deodoro, 314, cj 801, CEP 80.010-010, Curitiba, PR
A categoria fez e A categoria fez e aconteceuaconteceuaconteceu
Assembleia geral da categoriaDia 10 de julho - 8h30 - Curitiba
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Maio e junho foram meses de muita pressão junto ao governo. A cada momento e a cada 'deixa', lá estavam as bandeiras de luta da brava gente da saúde. Pág. 8
Leia ainda nesta edição:Terceirização avança no ParanáReenquadramento só para 16 servidores
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Junho de 2010
2 21anos
SindSaúde/PR - Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos Estaduais dos Serviços de Saúde e Previdência do Estado do ParanáSede própria à Rua Mal. Deodoro, 314, 8º andar, cj.801, Ed. Tibagi, Curitiba, PR, CEP 80.010-010. Fone (041) 3322-0921, fax (041) 3324-7386 • www.sindsaudepr.org.br • [email protected] • Fotos: Julio Cézar da Cruz • Textos: Lys Cordeiro • Jornalista responsável: Lea Okseanberg cobrindo férias de Alessandro Andreola • Edição: Lea Okseanberg • Diagramação: Excelência Comunicação. Fone: (41) 8802-4450 • Impressão: O Estado do Paraná • Tiragem de 7 mil exemplares. É permitida a reprodução com a citação da fonte.
CUT notifica SindSaúde
O SindSaúde/PR sempre se fez presente nas atividades de 1º
de maio. Neste ano não será diferente. O sindicato acompanhou
as reuniões de organização da atividade e confirmou sua presen-
ça na “Tenda da Saúde”, levando materiais informativos aos
trabalhadores.
No entanto, um episódio ocorrido em meio à organização do
evento merece esclarecimento. Nesta quinta-feira, 29 de
abril, foi realizada uma reunião sobre o ato do dia 1º de maio.
Esta reunião foi chamada na última terça feira, dia 27/04, durante
o encontro da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS).
A diretora do SindSaúde, Eloísa Helena de Souza, compare-
ceu à reunião desta quinta, mas foi proibida de permanecer. A
alegação, feita pela secretária-geral da CUT-PR Marisa
Stédile, foi de que a reunião era restrita aos sindicatos cutis-
tas e, por isso, a diretora de um sindicato que não faz parte da
Central não poderia participar. Eloísa esclareceu que foi à
reunião porque esta foi chamada na CMS e, nessa ocasião,
nenhuma orientação foi dada sobre a proibição da presença de
entidades não cutistas.
Infelizmente, o argumento dado por Marisa se mostrou
falso. Outras entidades não cutistas estiveram presentes na
reunião e, nem por isso, foram convidadas a se retirar. O
objetivo da reunião era organizar o 1º de maio, atividade em
que o SindSaúde sempre se fez presente – e assim continuará.
Por isso, o sindicato encara a situação como de retaliação por
conta da desfiliação da Central.
O SindSaúde lamenta a truculência do episódio. Mas não
desistimos da luta. Nossa convicção é de que o 1º de maio é da
classe trabalhadora. Não vamos agir com espírito de discórdia ou
de revanche. O SindSaúde vai participar do ato de 1º de maio. A
classe trabalhadora é maior do que diferenças entre entidades e
a organização e luta são mais importantes do que atitudes de
desrespeito.
História
Em 21 anos de história, o SindSaúde participou dos fóruns
ampliados de debate, de temas e de mobilizações que são de
interesse da classe trabalhadora. Nossa prática e teoria é de real
solidariedade com as lutas da classe trabalhadora. Por isso, o
sindicato estará, como sempre esteve, presente nas mobiliza-
ções de 1º de maio.
Em carta de notificação extrajudicial, a direção da
Central requer retirada de matéria publicada no site (veja
Box ao lado, acima abaixo).
O SindSaúde foi 20 anos filiado à CUT. 20 anos se passa-
ram. Em diversos momentos, o sindicato pediu o apoio e a
intervenção da Central. Ainda está fresco na memória da
brava gente a omissão da CUT na questão das 30 horas, do
nefasto assédio moral, da tortura que é cumprir jornada
maior que trinta horas e dos inesquecíveis dias trabalhados,
porém com desconto.
O silêncio foi a arte desenvolvida pela Central durante
estes 20 anos. Mesmo diante dos vários ataques do governo
contra os trabalhadores da saúde. E de repente, o silêncio
transforma-se em chiadeira.
Por conta de matéria no site, que tratava da expulsão da
dirigente Eloísa Helena de Souza de uma reunião preparató-
ria para o ato de 1º de Maio, ecoou a voz da CUT no sindicato.
A Central emitiu uma notificação extrajudicial para que o
sindicato retirasse da página o texto da expulsão, sob amea-
ça de entrar com ação judicial.
- Como todo o ano a direção do sindicato participa do 1º
de maio, em 2010 não foi diferente.
- O 1º de maio é organizado pela CMS – Coordenação de
Movimentos Sociais – espaço em que há uma enorme plurali-
dade de entidades, inclui-se aí sindicatos cutistas e não
cutistas.
- No incío de abril, a CUT publica panfleto em que afirma
que, na data, estaria participando a Oposição cutista ao
SindSaúde.
- Em resposta a isso, a direção do sindicato reafirmou à
Central que estava na organização do ato.
- De acordo com Eloísa, uma das conclusões possíveis
sobre as atitudes da CUT é que “o que está ocorrendo é uma
campanha de difamação e uma disputa porque o SindSaúde
se desfiliou da CUT em assembléia da categoria”.
Maioria da categoria votou pela desfiliação à Central
Matéria publicada no sitedo SindSaúde, em 29 de abril último
A direção do sindicato reafirma que a desfiliação
da CUT, deliberada por maioria dos presentes na
assembléia, significa não participar de reuniões,
plenárias e outras atividades da central. A desfilia-
ção é, por si só, uma demonstração de que não há
interesse nestes espaços, visto que não representam
mais as lutas da categoria. No entanto, o SindSaúde
participa de atividades que defendam os interesses
da classe trabalhadora, independente da presença
ou não da central.
O compromisso écom os trabalhadoresO compromisso écom os trabalhadores
Veja o desenrolar dos fatos
Junho de 2010
3 21anos
Um servidor que mantém vínculo trabalhista para dois órgãos públicos possui duplo vínculo.
Tem servidor que é funcionário federal e estadual, ou estadual e municipal. E essa duplicida-
de de trabalho é permitida pela Constituição desde que atenda a dois critérios:
O primeiro é que haja compatibilidade de horário. O segundo é que o funcionário possua cargo
de profissão regulamentada na saúde ou que em um vínculo ele seja professor.
Isso significa dizer que se você exerce função de uma profissão regulamentada na saúde em
dois cargos públicos (técnico de Enfermagem, raio-x, laboratório ou auxiliar de Enfermagem, ou
técnico de saúde bucal, ou profissões de terceiro grau da área da saúde) você está dentro da lei e
não há qualquer problema a temer.
Também é possível ter um cargo de professor num vínculo e no outro ter um cargo de profissão
regulamentada na saúde. Nesse caso, também a CF permite.
Formulário emitido pela Sesa
Há um termo de declaração em que muitos servidores têm recebido e ficado em dúvida.
Nossa orientação é que o servidor declare a verdade. Omitir informação pode trazer mais dor
de cabeça e complicações. Por isso, declare o que é real.
Reposição de 5% em junho é retroativa a maio Data base cumprida
O Fórum das Entidades
Sindicais, sob a coordenação do
SindSaúde, conquistou mais
uma vitória ao reivindicar que o
governo cumprisse a lei da data-
base, pagando a reposição de 5%
nos salários e nas gratificações
na folha de junho, mais o retro-
ativo a maio. O índice proposto
foi aprovado pela Assembleia
Legislativa em março, mas,
durante todo o mês de maio, o
governo do Estado deu indícios
de que poderia dar o calote nos
servidores.
Esta questão foi levantada
em reuniões entre a Secretaria
de Administração e Previdência
– Seap – e os sindicatos que
compõem o Fórum, entre eles
o SindSaúde. Por conta das
respostas evasivas do governo,
o Fórum intensificou a pressão
e deixou claro que considera
inadmissível qualquer tentati-
va de calote no funcionalismo.
Os representantes dos sindica-
tos 'colaram' no governador
Orlando Pessuti e na secretária
Maria Marta Lunardon até que
conseguiram.
O episódio dá mostras que
apenas por meio da mobilização
os trabalhadores garantem seus
direitos.
Em cada data base, o sindica-
to não esquece de 'lembrar' ao
governo que muitos servidores
se aposentaram sem a garantia
da paridade com os servidores-
da ativa. Para que esse segmen-
to, também pertencente ao
grupo da brava gente, receba o
mesmo percentual dos funcio-
nários da ativa, a direção sindi-
cal avisa ao governo da necessi-
dade de incluir na lei que prevê
o reajuste artigo estendendo a
reposição salarial também para
os aposentados que, pela lei,
não teriam esse direito.
SindSaúde na defesa dos aposentados
A luta do sindicato faz com que o governo reconheça o direito do servidor
Ainda não há uma resposta
definitiva da Seap se o reajuste
de 14,89% na GAS sai. O aumen-
to foi dado como certo pela
secretária Maria Marta em
fevereiro, mas logo o governo
recuou. No entanto, o assunto
está na pauta conjunta de
Duplo vínculo
Servidores de 14 sindicatos se unem pra reivindicar cumprimento da data base
reivindicações do Fórum. Para
os sindicatos, o compromisso
assumido por Maria Marta tem
de ser cumprido.
Fórum ainda luta pelos 14,89% nas gratificações
Junho de 2010
4 21anos
O abono permanência é um '
brinde", um incentivo aos
servidores que já têm direito a
se aposentar e que decidem
permanecer na ativa. Ter abono
permanência é não pagar a
Previdência.
Ocorre que o Estado aplica o
abono permanência com dois
graves erros:
1- ao pedir a aposentadoria, o
servidor perde o abono até que
seja emitida a portaria da apo-
sentadoria solicitada. Ou seja, ao
decidir e assinar a aposentadoria,
o Estado tira o abono e o servidor
volta a pagar a Previdência.
O SindSaúde avalia que a atitu-
de do governo é absolutamente
errada e contraia normas vigen-
tes já publicadas.
2- Tal como o adicional de
tempo de serviço que é automa-
ticamente implantado no
contra cheque do servidor, o
abono permanência deveria
Abono Permanência
seguir a mesma lógica. Mas não
é assim que funciona. E como as
regras da aposentadoria são
muitas e bastante complexas,
muitos servidores adquirem o
direito ao abono e não sabem.
Tempos depois de ter adquirido
o direito e que é orientado a
pedir, em geral pelo sindicato, o
servidor requer e o Estado não
paga o retroativo desde a data
em que adquiriu o direito. Ou
seja, é a administração pública
retirando mais direitos do
funcionalismo.
Esses dois temas foram pauta
de reunião com o chefe de
recursos humanos da Sesa e da
Seap. Após ouvir as argumenta-
ções e reivindicações do sindi-
cato, o Estado solicitou que a
assessoria jurídica do sindicato
Se você quer tentar a mudança de cargo é preciso entregar um
requerimento com o pedido, anexando os documentos que
comprovem que você atende aos critérios exigidos pela PGE.
O SindSaúde fez um modelo de requerimento e você pode encon-
trá-los na página do sindicato. Se quiser, podemos lhe enviar por
email ou correio.
Requerimentos
elaborasse um parecer sobre o
tema. O documento já foi
elaborado e protocolado, mas
até agora nada de mudança.
Absurdo
Na reunião, o Estado alegou
que não há como alterar o
sistema e incluir a data na qual
o servidor adquire direito ao
abono permanência. O sindicato
disse que a tecnologia está avança-
da e com certeza teria como. Com a
insistência do governo em dizer que
não há meio de estabelecer a data e
implantar automaticamente, o
sindicato afirmou então que se
pague após o pedido do servidor de
maneira retroativa desde a data em
que o mesmo adquiriu o direito.
Lógico, que é isso que o Estado
evita, pois mantém a lógica de
economizar sobre o direito do
funcionalismo.
Este tema continuará em nossa
pauta até que haja solução!
Saber é poder!O estatuto do servidor, artigo
202, garante ao servidor que
"após cada período de vinte e
quatro meses consecutivos da
licença para tratamento de
saúde, o funcionário terá direito
a um mês de vencimento, a
título de auxílio doença."
E mais no parágrafo único do
mesmo artigo garante:
"Quando se tratar de licença
concedida por motivo de aci-
dente no trabalho ou doença
profissional assim o funcionário
fará jus ao auxílio doença, após
cada período de doze meses
consecutivos de licença."
Para receber o que é de
direito o servidor terá de
protocolar um requerimento
solicitando o auxílio doença. O
pagamento é feito no contra-
cheque. Lembre-se: o requeri-
mento deve ter duas vias. Uma
fica na instituição pública e a
cópia fica em poder do servi-
dor, como prova de que apre-
sentou o pedido. Se o Estado
fizer "corpo mole", a cópia é
prova da solicitação.
A Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores
Públicos Estaduais dos Serviços de Saúde e Previdência do
Paraná – SINDSAÚDE/PR, no uso de suas atribuições legais e
estatutárias, convoca todos (as) os (as) associados (as) para
participar da ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA a realizar-se,
no dia 10 de julho de 2010, no auditório do Hotel Condor,
sito a Rua Sete de Setembro, 1886, Curitiba, Paraná; às 8
horas, em 1ª convocação e às 8 horas e 30 minutos, em 2ª
convocação, com a seguinte ordem do dia:
a) Discussão e deliberação do adiantamento do processo
eleitoral sindical, inclusive com definição de datas;
b) Discussão e aprovação da instalação do processo eleitoral;
c) Eleição da Comissão Eleitoral;
d) Eleição da Comissão de Ética do processo eleitoral;
e) Avaliação e encaminhamentos das lutas da categoria;
f) Prestação de contas de junho de 2009 a abril de 2010; e
g) Assuntos gerais.
Curitiba, 29 de junho de 2010
MARI ELAINE RODELLA
Coordenadora Geral
EDITAL DE CONVOCAÇÃO Nº02/2010
Junho de 2010
5 21anos
O SindSaúde foi o primeiro
sindicato de servidores estaduais
a ingressar com ação judicial no
Supremo Tribunal Federal
reclamando o direito à aposen-
tadoria especial.
A decisão que garante a
vitória aos servidores foi publi-
cada justo no dia 7 de abril, Dia
Mundial de Luta pela Saúde.
A decisão assegura aos servido-
res que trabalharam perma-
nentemente em ambiente
insalubre o direito à aposenta-
doria aos 25 anos de contribui-
ção, desde que tenha 20 anos de
serviço público. Ou seja, por
essa decisão, o critério de idade
não é valido. A regra é: 25 anos
de trabalho insalubre e 20 de
serviço público.
Cabe dizer que a decisão é
válida para os servidores filia-
dos ao sindicato até 6 de junho
de 2009. Lembramos que quan-
do o sindicato ingressa com uma
ação na Justiça, é obrigatória a
apresentação da lista de filiados
detalhada com RG, CPF e ende-
reço de cada filiado.
Só para sindicalizados
Aposentadoria especial já é realidade
O SindSaúde entende que a
aposentadoria especial dá
direito à aposentadoria inte-
gral. No entanto, a assessoria
jurídica da ParanaPrevidência
faz uma interpretação absurda
e entende que a aposentadoria
Em reunião no último dia 14 de junho, o governo disse que
está adotando as primeiras medidas com vistas a cumprir a
decisão.
Um grupo onde há integrantes da Seap, da Sesa e da
ParanaPrevidência organiza procedimento padrão para dar
encaminhamentos aos pedidos de aposentadoria especial. A
direção sindical está acompanhando os encaminhamentos e já
pediu agilidade na orientação a todos os setores.
Governo se prepara para cumprir decisão
Como comprovar a insalubridade Cabe à gestão declarar que você trabalha num
local insalubre. Portanto, agora, se você já preen-
che os requisitos para se aposentar e se benefi-
ciar com a decisão judicial, basta protocolar o
requerimento.
Para facilitar, o sindicato elaborou um requeri-
mento para solicitação da aposentadoria especial.
Você encontra o requerimento em nossa página da internet
www.sindsaudepr.org.br e na cartilha do jurídico que trata
dessa vitória obtida pelo Mandado de Injunção.
Problema a ser enfrentado é pela média aritmética. Isso
significa dizer que, no entendi-
mento do Estado, o servidor não
terá salário integral ao se
aposentar por essa modalidade.
A direção sindical quer
reverter essa situação, e a
pressão do sindicato deve se
voltar ao presidente da
ParanaPrevidência, ao Conselho
Administrativo e ao governador
Pessuti.
A intenção é evitar que o
equívoco aconteça.
Assessoria PrevidenciáriaAssessoria Previdenciária
Há muitos anos, o SindSaúde mantém uma equipe de asses-
sores na área previdenciária. É toda sexta-feira, no período da
manhã. Qualquer dúvida sobre a aposentadoria, não hesite,
procure os advogados do sindicato. Esse é um assunto comple-
xo, com vasta legislação.
A maioria dos advogados entende do regime geral (INSS), e a
legislação de aposentadoria dos servidores é específica.
Junho de 2010
6 21anos
O SindSaúde faz parte da
comissão do Fórum das Entidades
Sindicais designada para debater,
junto ao governo, a implantação
de uma política de Saúde do
Trabalhador. Até o momento, duas
reuniões já foram realizadas.
A proposta apresentada pelo
Fórum se apoia em quatro eixos:
Fórum propõe projeto de leiassistência à saúde; vigilância
dos ambientes e processos de
trabalho; implantação de um
sistema de informação; e
participação dos funcionários
por meio de comissões de saúde
em cada local de trabalho.
A análise dos sindicatos é de
que grande parte dos afasta-
mentos por motivo de doença
apresenta as mesmas causas, em
todas as secretarias de Estado. O que
muda é a incidência dos casos. Na
Saúde, por exemplo, as doenças
relacionadas ao sistema osteomus-
cular e ao tecido conjuntivo lideram
o ranking de afastamentos, seguidas
por casos de transtorno mental.
Todo ambiente de trabalho
tem de oferecer condições para
os funcionários. E, para isso, as
chefias têm de conhecer e
praticar a Norma Operacional
de Recursos Humanos do SUS.
Esta norma estabelece que a
relação com os trabalhadores
deve se pautar pela democracia
no trabalho. Infelizmente, não é
o que vem acontecendo em
Chega de chefias autoritárias! Desmandos passam dos limites. É hora de dar um basta!
algumas unidades, tomadas por
chefias que abusam do poder.
O problema existe e é de
conhecimento da Sesa. A
Secretaria não atua de forma
satisfatória para combater o
problema – que é urgente, uma
vez que a qualidade do trabalho
está diretamente relacionada
com a satisfação e a valorização
das pessoas.
De acordo com a secretária
da Administração e Previdência,
Maria Marta Lunardon, o projeto
do governo acerca do tema é
bastante semelhante à proposta
do Fórum. A Seap se comprome-
teu a apresentar ao Fórum
proposta com a junção entre os
dois projetos.
Uma das situações mais
emblemáticas ocorre no
Hospital Regional São Sebastião
– HRSS, na Lapa. Muito se divul-
ga sobre as melhorias no
Hospital, mas graves problemas
são ignorados.
O sindicato já fez várias
denúncias sobre irregularidades
no HRSS. A tisiologia funciona
em instalações precárias, o que
causa riscos para pacientes e
funcionários. Na pediatria, as
crianças internadas não têm
acompanhamento diário de
médico pediatra, pois há apenas
um médico desta especialidade
que atua no HRSS. O setor de
odontologia poderia ter atendi-
mento ampliado. O raio-x não
está em condições adequadas.E
o centro cirúrgico, há muito
tempo tão propagandeado, até
hoje aguarda reforma. Apesar
das belas palavras e promessas,
a reforma do centro cirúrgico
sequer teve a obra iniciada.
O desejo do SindSaúde é de
que o Hospital São Sebastião
cumpra sua missão de ser
referência no atendimento
regional. Mas, para isso, é
preciso deixar de lado o medo
de falar abertamente sobre o
que realmente acontece. É
preciso dar atenção a esses
problemas.
O SindSaúde quer um hospi-
tal com mais atendimento e
com bom ambiente para a
recuperação da saúde. Que a
humanização deixe de ser uma
bela palavra e seja realmente
praticada com os usuários e
familiares e com os funcionários
que lá atuam. É bom pra
todos, e o governo ainda sai
bem na foto.
Problemas comprometematendimento na Lapa
Uma das situações mais graves no HRSS é a pratica da alta
hospitalar por indisciplina. Pacientes em tratamento e sem
condições de receber alta foram impedidos de continuar o
tratamento por determinação da direção. O resultado é a
possibilidade de se disseminar a doença entre familiares e
sociedade, sem contar as graves sequelas que podem acarretar
ao paciente.
A maior prova de que denunciar o abuso de autoridade dá
resultados aconteceu em Jacarezinho. Após anos de desman-
dos, a diretora da 19º Regional de Saúde foi afastada do cargo. A
exoneração aconteceu dias depois de o sindicato denunciar à
imprensa local a prática de assédio moral e outras irregularida-
des em Jacarezinho e região.
Por isso, não fique de braços cruzados. Se você é vítima de
assédio moral ou presencia irregularidades de qualquer nature-
za em seu local de trabalho, denuncie e organize-se com seus
colegas! É botando a boca no trombone que se consegue melho-
rar as condições de trabalho.
Pressão dá resultadosem Jacarezinho
Alta por indisciplinarevela caráter autoritário
Junho de 2010
7 21anos
Todos querem. Poucos terão.Pagamento sem previsão.
Promoção e progressão
As resoluções da promoção e
progressão, publicadas em 6 de
abril deste ano, trouxeram
poucas novidades em relação
aos critérios exigidos. E o que
prometia ser uma forma de
corrigir erros dos processos
passados, acabou frustrando a
categoria.
Poucos servidores serão
beneficiados. Além dos critérios
de sempre, o governo definiu
que apenas os servidores que
não tiveram a última promoção
(2009 para agentes de execução
e de apoio e 2007 para agentes
profissionais) é que poderão
apresentar certificados e ser
beneficiado agora. O restante
terá de esperar.
É um absurdo
O governo, desde a publica-
ção da Lei 13666/02, atrasou o
pagamento da promoção e da
progressão. E perdeu mais esta
chance de fazer o processo do
jeito certo. Isto significa cum-
prir a lei que estabelece que a
promoção deve ser de quatro
em quatro anos. No cálculo do
tempo certo, a sequência dos
anos é a seguinte: 2003 - 2007 -
2011 - 2015...e assim por dian-
te. Se as promoções de 2003 e
2007 foram feitas em anos
diferentes, que agora o governo
"zere" o processo e faça tudo
corretamente.
O que vai acontecer?
Os servidores que tiveram a
promoção, nos anos citados
anteriormente, terão de espe-
rar quatro anos. Ou seja, os
servidores de cargos de agente
de apoio e agente de execução
em 2013. Os servidores de cargo
de agente profissional em 2011.
Os servidores de qualquer
cargo que não atinjam os crité-
rios, a partir do momento em
que tenham estas condições
atendidas, poderão, a qualquer
tempo, solicitar a promoção.
Deixados de lado
Outro grupo de servidores
que está fora desta promoção é
quem está em estágio probató-
rio. Isso porque a Lei 13.666, de
2002, diz que os avanços na
carreira somente podem ocor-
rer após o término do estágio
probatório. E para a promoção,
a exigência é ter, no mínimo,
dez anos de serviço público.
Para os novos, somente progressão
O servidor que já tem mais de
três anos de Estado pode obter a
progressão e, para isso, deve
apresentar seus certificados.
Veja os exemplos:
1) O agente de apoio que está na
classe III, referência 1, precisa
de curso de 40 horas para avan-
çar para a referência 2. Com 80
horas de curso é possível avan-
çar para a referência 3.
2) O agente de execução que
está na classe III, referência 1,
precisa de curso de 80 horas
para avançar para a referência
2. Com 160 horas de curso é possível
avançar para a referência 3.
3) O agente profissional que
está na classe II, referência 1,
precisa de curso de 160 horas
para avançar para a referência
2. Com 320 horas de curso é
possível avançar para a referên-
cia 3.
Ainda falta...
O sindicato lembra aos servi-
dores que uma nova resolução
será editada pelo governo com
mais informações sobre os
processos de promoção e pro-
gressão. A nova resolução ainda
está em elaboração e vai definir:
1) A comissão que vai avaliar os
documentos entregues para a
promoção e a progressão (certi-
ficados, históricos escolares e
ficha funcional).
2) Os prazos de entrega de certifi-
cados de conclusão de cursos.
3) Se serão aceitos cursos fora
da área de atuação e a somató-
ria da carga horária dos cursos
será válida.
Se você está dúvida se pode ou não ser contemplado com a
promoção ou a progressão, não se acanhe. Preencha o formulário
mesmo assim. O máximo que pode acontecer é que o pedido seja
indeferido. Além disso, depois ainda é possível fazer pedido de
reconsideração. Quem não tenta depois se arrepende!
A solução
Infelizmente, a Lei 13666 não atende as necessidades da catego-
ria. Muito pelo contrário: tem prejudicado em muito os servidores.
Para sair deste vai não vai, para que decretos, regras e
critérios parem de cair dos gabinetes nas cabeças da categoria,
para sair da insegurança de que curso fazer, do que vai valer, de
quanto tempo de serviço público será exigido, a única solução é
o PCCV próprio da saúde.
Por isso, a luta que os servidores estão travando e com a
organização e a força da brava gente da saúde será vitoriosa.
Não tenha dúvida. Tente.
Junho de 2010
8 21anos
Luta pelo PCCV
O governador Orlando Pessuti tem até o dia 3
de julho para sancionar o Plano de Cargos,
Carreira e Vencimentos – PCCV – próprio da
saúde. Para que o Plano de Carreira saia do papel
e se torne (retirei o 'uma') realidade, o SindSaúde
vem intensificando a pressão junto ao governo.
A legislação estabelece que o período máximo
para que novas leis entrem em vigor antes das
eleições é de três meses antes do primeiro turno.
O governador precisa enviar nos próximos dias
um projeto de lei para ser votado na Assembleia
Legislativa para que o Plano seja aprovado em
tempo hábil.
Cena 1
PCCV entra na reta final
Prazo que permite a
implantação do
Plano de Carreira em 2010
está perto de expirar
O SindSaúde intensificou a pressão para que
Pessuti assinasse o PCCV. No dia 21 de maio, o
sindicato deu início a uma vigília em frente ao
Palácio das Araucárias, sede do governo estadual,
reunindo servidores que vieram de todos os cantos
do Estado para reivindicar o PCCV.
No mesmo local foi instalado um painel com a
contagem regressiva do PCCV, marcando os dias
restantes para que o Plano de Carreira da saúde
possa ser aprovado. Durante semanas, no perío-
do entre maio e junho, a brava gente da saúde
resistiu ao frio e à chuva para lutar por seus
direitos. Animados com apitos, bandeiras e
cornetas a brava gente deu o recado: PCCV JÁ!
Cena 2
PCCV entra na reta final
Servidores mantêm
vigília em frente à
sede do governo
A vigília pelo PCCV preparou o terreno para o
ato do dia 2 de junho quando a brava gente da
saúde tomou conta das imediações do Palácio
Araucária. Mesmo com a garoa, os servidores não
fugiram da raia e cobraram do governo mais
agilidade no processo de implantação do Plano
de Carreira.
Uma comissão do SindSaúde foi recebida por
integrantes da governadoria e das secretarias da
Saúde e da Administração. O discurso do governo é
de que há disposição para negociar o PCCV no curto
espaço de tempo restante. Esse compromisso será
cobrado diariamente pelo sindicato.
Cena 3
PCCV entra na reta final
Mais um dia de luta
reúne a brava gente
da saúde
Junho de 2010
9 21anos
Após longo impasse, a comissão do governo,
que vai negociar o Plano de Carreira junto ao
sindicato, foi definida. A primeira reunião
envolvendo os órgãos que têm papel ativo para a
implantação do PCCV foi marcada para o dia 11
de junho.
Por isso mesmo o seu envolvimento é funda-
mental. O sindicato vem mobilizando a brava
gente da saúde para enviar diariamente mensa-
gens ao governador pedindo a implantação do
PCCV. Com a participação de todos, a reivindica-
ção tem mais chances de ser atendida.
Cena 4
PCCV entra na reta final
O cenário para
que isso aconteça
já está montado.
Um grande grupo de servidores esteve dia
15/06, na Escolinha, programa semanal do gover-
no. O objetivo era falar com o governador para
que ele dê prioridade e encaminhe o PCCV à
Assembleia Legislativa.
Ao final da reunião, Pessuti que cumprimentava
a todos foi conversar com a brava gente da saúde.
Neste momento, o sindicato entregou o abaixo-
assinado, com cerca de três mil assinaturas, vindo
de todos os locais de trabalho da Sesa.
Os trabalhadores gostaram da atitude do
governador, pois mostra disposição para a negoci-
ação. E os servidores reivindicaram que o Plano
tivesse o aval do governador para que vá imediata-
mente à Assembléia Legislativa. O alerta geral foi
sobre o pequeno tempo que resta para que o PCCV
próprio da saúde seja aprovado, cumprindo assim os
prazos estabelecidos pela lei eleitoral.
Cena 5
PCCV entra na reta final
Pessuti vai até a
brava gente da saúde
Prossegue na página 10
Resposta do governador
Gol de placa
Aos pedidos da categoria, Pessuti afir-
mou que teria uma reunião, no dia seguin-
te, com a equipe de governo para tratar do
assunto. Segundo o governador, participa-
riam a secretária Maria Marta, da
Administração, e Alan Jones, secretário do
Planejamento.
Se não houver impedimentos legais, na
opinião desses secretários, o PCCV vai para
a Assembleia. A direção sindical garantiu
que, ao escrever o Plano, teve todo cuida-
do com os aspectos jurídicos, para afastar
qualquer elemento dificultador do proces-
so negocial.
Pessuti disse, ainda, que um interlocu-
tor do governo procuraria a direção do
sindicato para repassar os resultados da
reunião entre o governador e secretariado.
A conversa foi curta, objetiva e promis-
sora. A brava gente da saúde de várias
regiões do Estado marcou presença.
Mesmo sendo dia de jogo do Brasil na Copa
do Mundo, muita gente priorizou a luta e
fez o corpo-a-corpo com o governador.
Gente que sabe o que quer, que sabe que
para conquistar é preciso mostrar a cara e
que neste ato fez gol de placa.
Junho de 2010
10 21anos
Três secretários de Estado es-
tiveram reunidos com a direção
do SindSaúde, dia 28 de junho,
na Sesa. São eles: Carlos
Augusto Moreira Junior (Saúde),
Maria Marta Lunardon (Seap) e
Alan Jones dos Santos (Planeja-
mento). Na pauta, a proposta do
PCCV que foi construída, em
2008, pelo sindicato com a par-
ticipação da Sesa.
Os pontos foram debatidos
um a um, mas o governo afirmou
ser contra criar um quadro pró-
prio da saúde, mesmo que isso
signifique descumprir a Lei
Orgânica da Saúde e o Plano
Estadual de Saúde do Paraná. A
concepção da secretária de
Administração é que a Lei
13.666 seja(deve ser?) melhora-
da e que a categoria permaneça
do QPPE - Quadro Próprio do
Poder Executivo.
Segundo os secretários, vári-
os pontos da proposta apresen-
tada pelo sindicato serão con-
templados, por meio de norma-
tivas específicas do governo. Os
pontos seriam os seguintes:
- Promoção e progressão – a pro-
posta do governo é melhorar a
Lei 13.666, modificando os arti-
gos que tratam da promoção e
progressão. Segundo Moreira, o
que o governo fará é a criar cri-
Governo acena apenas com pontos do PCCVEm reunião, dia 28 de junho, secretários respondem reivindicação do PCCV
térios e mecanismos de ascen-
são na carreira melhor do que os
existentes na educação. Maria
Marta afirmou que a Seap está
estudando o QPPE e proporá as
modificações através de projeto
de lei. A secretária reconhece
que 10 anos no serviço público é
muito tempo para um servidor
ser promovido. E este é um dos
itens a ser alterado.
- GAS na aposentadoria – a pro-
posta do governo é editar um de-
creto que permitirá que a grati-
ficação seja transformada em
adicional para ser recebida inte-
gralmente na aposentadoria.
Não há prazo para a publicação
do decreto.
- Jornada de trabalho – O secre-
tário de saúde é bem objetivo
nesta questão. Afirma que a car-
ga horária será “normatizada
com o que já existe em lei fede-
ral”. Maria Marta diz que “30 ho-
ras indiscriminadamente não é
uma medida adequada.”
- Vale transporte – Os represen-
tantes do governo não se pro-
nunciaram sobre o auxilio trans-
porte proposto no PCCV. A dire-
ção sindical questionou, e Alan
Jones diz que é impossível pagar
o VT para todos os servidores.
Esta despesa, segundo o secre-
tário de planejamento, quebra-
ria o Estado.
A certeza que a direção do sin-
dicato tem é que a força da cate-
goria foi sentida. Mas os acenos
do governo não são suficientes
para atender as necessidades
dos servidores da saúde, apesar
de Maria Marta reconhecer que
o SindSaúde é “poderoso e gran-
de”. A justificativa de que o
PCCV da saúde causa fragmen-
Avaliação
Para avaliar junto à categoria as propostas do governo, a di-
reção do SindSaúde marcou Assembleia Geral para o dia 10 de
julho, sábado, às 8 horas, no auditório do Hotel Condor, em
Curitiba. Confirme sua presença pelo telefone 41-3322-0921
ou pelo email [email protected].
tação no serviço público não con-
venceu a direção do sindicato,
pois se sabe que outras catego-
rias têm planos próprios.
“Esperávamos que o governo
não desmembrasse a proposta
do plano de carreira e que aten-
desse de forma ampla as reivin-
dicações.”, diz o diretor Amauri
Nogueira, “A contraproposta do
governo não corrige erros histó-
ricos nem dá conta de colocar os
servidores da saúde no lugar que
merecem estar os trabalhadores
que fazem o SUS funcionar.”
Assembleia
A direção do sindicato constata que muitos são os servidores que
se mudam de casa, que trocam o local de trabalho, mas esquecem
de alterar o cadastro no sindicato. O problema é que esses funcio-
nários ficam sem acesso à informação.
Outro fator é que as eleições para troca de direção estão chegan-
do e, para que a lista com os votantes não deixe ninguém de fora, é
preciso que todos estejam corretamente cadastrados.
Como fazer para mudar o endereço:
1 – Envie email com todos os dados para
2 – Ligue para o sindicato no 41-3322-0921 e fale com o Julio,
das 9h às 17h30.
Trocou de endereço? De local de trabalho? Avisou?
Junho de 2010
11 21anos
Soterrando a saúde públicaA terceirização dos serviços públicos é sinônimo de entregar a responsabili-
dade do Estado a interesses particulares. Leia sobre as ilegalidades e irregula-
ridades que existem nessa política de entrega do serviço de saúde aos interes-
ses do comércio.
Nos municípios
Em Curitiba, a Secretaria Municipal não mantém atendimento em raio-x público. Para fazer um
raio-x tem de recorrer as clinicas conveniadas. O atendimento nas unidades básicas é eficiente,
mas quando o usuário necessita de melhor investigação do caso, como o citológico, por exemplo,
ou de médico especialista, o município não dispõe de serviço e transfere o atendimento para o se-
tor privado-conveniado.
O único aparelho de mamografia que pertence ao patrimônio público da capital está cedi-
do para o Hospital Erasto Gaetner. Nem é preciso dizer que o usuário paga um alto preço, po-
is a demora para atendimento é imensa. Em média, o curitibano espera 40 dias para um sim-
ples raio-x. A gestão municipal ainda alega que a compra de serviço garante maior agilidade
e qualidade. Só no verbo.
A investigação do Ministério Público Federal (MPF) já resultou em algumas conclusões: de-
nunciou 21 pessoas envolvidas no esquema de desvios de recursos públicos através do CIAP.
Representantes e dirigentes desta Organização da Sociedade Civil de Interesse Público –
OSCIP – foram denunciados pela prática de crimes de quadrilha, peculato e lavagem de di-
nheiro. A ação penal é resultado das investigações na chamada “Operação Parceria”, reali-
zada em conjunto pela Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Receita Federal. A prá-
tica de entregar a execução das ações em saúde é generalizada.
Como é possível perceber, pelo simples exame dos fatos, a idoneidade não é necessária no
cardápio das OSCIPS e Organizações Sociais que se apropriam com voracidade do serviço pú-
blico de saúde.
Proposta pelo Partido dos
Trabalhadores (PT) e pelo
Partido Democrático Trabalhista
(PDT) ainda no governo Fernando
Henrique Cardoso, uma Ação
Direta de Inconstitucionalidade
(Ad in ) ques t i ona se a s
Organizações Sociais – OS – são
compatíveis com a Constituição
brasileira. A Adin pode ser julga-
da ainda neste semestre no
Supremo Tribunal Federal (STF).
Pela lei 9.637/1998 , que insti-
tui as Organizações Sociais, po-
dem ser declaradas OS pessoas
jurídicas sem fins lucrativos que
atuam em diversas áreas de inte-
resse público, entre elas, a área
da saúde. Desde então, este mo-
delo de gestão passou a ser mais
fortemente vislumbrado como
uma possibilidade para resolver
alguns problemas enfrentados
na saúde pública.
Os fóruns populares de saúde
do Paraná, Alagoas, Rio de
Fóruns populares de saúde popular e em defesa do SUSse articulam para pressionar STF a barrar o modelo das OS
Campanha contra a privatização da saúde
Janeiro, São Paulo e Londrina ini-
ciaram uma campanha pela pro-
cedência da Adin. Circula pela
internet um abaixo-assinado
contra as Organizações Sociais.
Lucas Rodrigues, do Fórum
Popular de Saúde do Paraná, afi-
ma que a articulação tem o obje-
tivo de mostrar ao Supremo o
descontentamento da socieda-
de civil organizada com o mode-
lo de gestão das OS. “A descul-
pa era que as OS trariam eco-
nomia de recursos, facilitariam
a gestão, só que o que temos
visto na prática é uma precari-
zação tanto das condições de
trabalho quanto dos serviços de
saúde nos locais em que elas fo-
ram implantadas”, diz. Lucas de-
nuncia que as Organizações
Sociais que passaram a gerenci-
ar os serviços de saúde estão vi-
sando ao lucro, ao invés de prio-
rizarem um atendimento efici-
ente à população. Ele cita o
exemplo do estado de São
Paulo. “No serviço de ambulân-
cia do Estado de São Paulo, a OS
que o administra ganha por qui-
lômetro rodado, então, mesmo
podendo carregar duas pessoas,
eles carregam uma só porque,
com isso, lucram mais. Na ver-
dade, o lucro acabou sendo colo-
cado acima da política pública”,
critica.
Se você quer assinar entre no
blog do FOPS:
http://fopspr.wordpress.com
Esse sindicato de servidores da saúde do
PR me deixou decabelos brancos
não é só esse sindicato não. Ele se junta com fóruns populares e
ainda fica cobrando
Pior:
Junho de 2010
12 21anos
Muitas reivindicações perma-
necem na pauta anos e anos. É o
caso da alteração do vale trans-
porte e do auxilio alimentação,
por exemplo. Uma outra ques-
tão que aguarda solução há
muito tempo é a situação dos
servidores que atuam num cargo
e recebem por outro de menor
salário. Ou seja, todos sabem
que o desvio de função é uma
prática corriqueira, que afeta
um número imenso de servido-
res. Chefias sabem e nada
fazem para coibir, pelo contrá-
rio muitas incentivam.
É preciso que todos saibam
que até março, o governo dizia
que sobre esse assunto não
havia negociação. Numa reu-
nião, o governo foi enfático e
disse que não se fala mais nisso.
Cerca de 50 dias depois, o
sindicato recebe denúncias de
que o reenquadramento era
realidade para alguns poucos
servidores. A direção do
SindSaúde foi investigar e
descobriu o despacho da PGE.
Mais um pouco de pesquisa e foi
encontrado o diário oficial com
os despachos para reenquadrar
10 servidores. Além do reenqua-
dramento, esses servidores
tiveram todas as promoções e
progressões, ou seja, o pacote
foi completo para eles.
Muitos pedidos
Sabemos que mais de mil
processos requerendo o reenqua-
dramento se acumulam na Seap
para análise. Mais seis servidores
foram reenquadrados.
O que a direção do sindicato quer
O Fórum das Entidades
Sindicais, do qual o SindSaúde
faz parte, continua a debater o
tema com o governo, e é inad-
missível que a medida atinja
somente quem tem padrinho
forte no governo. E que, inclusi-
ve, para esses os atos jurídicos
Reenquadramento exige cautela
Sindicato quer que regras valham paratodos, e que servidores tenham garantias
Apesar de ser uma pauta de grande interesse para muitos, é papel do sindicato alertar que a forma
encontrada para reenquadrar é bastante frágil juridicamente. E já está em exame pelo Tribunal de
Contas do Estado.
Para obter o reenquadramento, a PGE estabeleceu os seguintes critérios:
1- Para as duas situações de injustiça, o SindSaúde orienta ao servidor que preencha o requerimen-
to com o pedido de enquadramento e anexe a história funcional. Ou seja:
2- Como ingressou no Estado, com cópia da portaria ou da carteira de trabalho ou do contrato.
3- Descreva a funções que exercia da forma mais detalhada possível.
4- Anexe cópia do Plano de Cargos vigente na época da Fundação Caetano Munhoz da Rocha, quando
for o caso de o servidor ter feito parte da antiga FMCR. Naquele plano, havia o descritivo de funções,
com o detalhamento de cada atividade que o servidor realizava ao ocupar o cargo. Se você não tem
esse documento, peça no setor de pessoal.
5- Descreva qual foi a situação que ocorreu: se você hoje é auxiliar de enfermagem e entrou no
Estado como atendente de enfermagem, descreva detalhadamente que, em 1988, uma lei federal
extinguiu a função de atendente e, para continuar no trabalho de assistência aos usuários da saúde,
era obrigatório fazer o curso de auxiliar de enfermagem. Relate também as funções que você exer-
ce, os cuidados aos pacientes, sempre colocando a data do início da função e a continuidade até a
presente data.
6- Se você fez outros cursos na área como, por exemplo, técnico de enfermagem, descreva o fato. Se
você faz procedimentos de técnico de enfermagem, relate isso de modo completo.
7- Seu histórico de trabalho tem de ser o mais completo possível, sempre anexando cópias de certifi-
cados de cursos, de escalas de plantão, de laudos assinados. Ou seja, de toda a documentação que
tiver disponível e que comprove as atividades para além do cargo para o qual foi contratado.
8- Lembre-se de que um dos comprovantes necessários é uma declaração da chefia confirmando que
você executa trabalho além do que foi contratado e que o serviço precisa do seu trabalho na área.
Apesar de o sindicato ter preocupação com a decisão do
governo por não oferecer aos servidores qualquer segurança
jurídica, a direção do SindSaúde defende que se dez servidores
foram reenquadrados, outros na mesma situação têm o mesmo
direito e devem também ser reenquadrados. Mas o sindicato luta
para que o Estado tenha responsabilidade com o futuro dos
servidores e com a aposentadoria de cada um. O sindicato tam-
bém quer que a medida de hoje não seja um problema amanhã.
emitidos pelo Estado estão
longe de serem adequados para
dar garantias jurídicas de que a
medida será para sempre.
Lembramos que a questão
ex ige caute la porque a
Constituição Federal define
claramente que a única maneira
de mudança de função do servidor
é por meio de concurso público.
Medida polêmica
O despacho da PGE
Junho de 2010
13 21anos
A direção sindical quer muito que os convocados para o exame
médico sejam logo nomeados.(Só) Pois assim, muitos trabalhadores
que hoje são temporários e, que passaram no concurso, serão servi-
dores de carreira como o restante.os demais. Merecidamente.
Bom para quem entra com perspectiva de futuro. Bom para quem
já está, pois diminui a sobrecarga de trabalho e porque tem para
quem repassar os conhecimentos e a experiência no serviço público.
Queremos o fim da terceirização. Chega de medidas paliativas:
basta de testes seletivos, de pagamentos por RPA. Estes modos de
contratação perduraram durante muito tempo no Paraná e se torna-
ram uma prática do Estado, contrariando a Lei, que afirma ser por
meio de concurso a única porta de entrada no serviço público.
Veja como ficou a distribuição dos nomeados:
- Hospital Regional do Litoral – 620 servidores
- Hospital Zona Sul – 431 servidores
- Hospital Zona Norte – 460 servidores
- Hospital de Guaraqueçaba – 135 servidores
- Hospital Regional São Sebastião – 334 servidores
O SindSaúde ainda aguarda o chamamento para as demais unida-
des da SESA. A necessidade de pessoal é urgente – ainda mais nesse
momento, com a vitória do Mandado de Injunção que concede a apo-
sentadoria especial para quem trabalhou 25 anos em ambiente insalu-
bre. Com isso, a projeção é que centenas de servidores se aposentem
nos próximos meses, aumentando a demanda por mais pessoal.
E a luta foi vitoriosa! O SindSaúde lutou pela realização do concurso
A Secretaria Estadual de
Saúde – SESA– divulgou edital em
que torna pública a decisão
judicial que põe fim às contra-
tações por testes seletivos no
Paraná. O edital informa que
estão “cancelados o Edital nº
143/2010 e o 147/2010, para o
Hospital Infantil de Campo
Largo e o Edital nº 146/2010
para o Hospital Regional de
Francisco Beltrão”. Até o
momento, a medida se estende
às duas unidades citadas. No
entanto, a decisão judicial
abrange o Estado inteiro e espe-
ra-se para breve que o mesmo
expediente seja utilizado para
todos os locais de trabalho.
Luta incansável
Cerca de dois mil novos servidores aprovados no concurso público,
realizado no ano passado, foram chamados. As nomeações são para o
Hospital Regional do Litoral, hospitais Zona Sul e Zona Norte (Londri-
na), Hospital de Guaraqueçaba e o Hospital Regional São Sebastião, na
Lapa. A SESA também anunciou que os contratos dos trabalhadores
terceirizados que se encerram em junho não serão renovados.
Dois mil novos servidoresingressam na saúde
- a sindicalização é livre
- a sindicalização é um direito
- no seu dia a dia, você terá necessidade de apoio e de um
lugar seguro para buscar informações. No SindSaúde, você
terá esse respeito e espaço
- queremos um serviço público fortalecido e o servidor reco-
nhecido.
Só fazemos uma grande luta com a sua participação. Venha
ajudar a defender os seus direitos.
Por isso, solicite uma reunião do sindicato em seu local de
trabalho. Queremos nos apresentar. Ligue ou envie um email e
faça sua solicitação. A gente vai até você!
Para se filiar, entre no site e pegue sua ficha de filiação,
preencha e envie para a nossa sede.
Você que chegouagora na SESA, saiba:
w w w. s i n d s a u d e p r. o r g . b r
A erradicação do trabalho
terceirizado no serviço público
é uma luta que levou anos.
Neste processo, muitos servido-
res sofreram com a sobrecarga
de trabalho. Alguns dos fatores
mais importantes que levaram à
vitória desta batalha foram as
ações jurídicas e políticas
adotadas pelo SindSaúde nesse
período. Em cada negociação e
manifestação, o sindicato
reiterou a necessidade de
realização de concurso público.
Apesar desse cenário promissor,
não dá para vacilar. Temos de
continuar alertas! Que venham
os concursados. Viva a legalida-
de! Sejam todos bem vindos!
Junho de 2010
14 21anos
Numa das reuniões recentes
com o governo, o assunto da
injustiça histórica com a
situação dos atendentes de
enfermagem foi tratado. O
Estado mantém, há mais de 20
anos, servidores trabalhando
nas funções exclusivas de
auxiliares de enfermagem, mas
recebendo salários de aten-
dentes.
Extinção
Todos se lembram que, em
1988, foi aprovada uma lei que
extinguia a função de atenden-
te. Para atuar na enfermagem
era obrigatório ter por o curso
de auxiliar.
Quase a totalidade dos
funcionários voltou aos bancos
escolares e adquiriu o título de
auxiliar. Enquanto os servidores
buscaram regularizar a situa-
ção, o Estado nada fez. Ou
melhor, constatou que os servi-
dores estavam mais qualifica-
dos, que havia um desvio de
Atendentes de enfermagemfunção, mas era conveniente
nada fazer. O pessoal trabalha-
va com mais qualificação e
recebia salário por função mais
simples.
Nesse sentido, o sindicato
reivindicou o reenquadramento
de todos, pois neste caso, há um
diferencial importante. Uma lei
federal impõe o fim da função e
esse é um importante argumen-
to para reenquadrar todo o
conjunto de pessoas na mesma
situação.
De auxiliar para técnico
O Estado lançou um termo de
opção de mudança de função de
auxiliar para técnico de enfer-
magem. Essa é outra situação.
Não é reenquadramento, pois
não haverá mudança de tabela.
Todos permanecerão com o
mesmo salário, só há mudança
na função descrita no contra-
cheque. Onde hoje consta
auxiliar de enfermagem será
mudado para técnico.
Atenção para duas situações:
1- se você ocupa o cargo de agente de apoio e a função de auxiliar
de saúde, mesmo tendo feito o curso de técnico de enfermagem,
você não poderá assinar o termo de opção.
2- Este termo somente poderá ser feito quando a pessoa apresen-
tar a conclusão do curso de técnico
Reivindicação do sindicato
1- Mesmo para quem já fez a opção, o curso de técnico poder ser
contado para a promoção.
2- Que haja um avanço no salário do técnico de enfermagem já
que suas funções são de mais responsabilidade e risco.
Não há conclusões e o sindicato vai solicitar nova reunião para
tentar encaminhar a situação.
A jornada de 40 horas ator-
menta a vida profissional de
parte dos servidores da saúde.
A publicação do decreto
4345/2005, com suas inúmeras
ilegalidades, retirou o direito à
jornada de 30 horas semanais
para a saúde.
Essa medida adotada pelo
governador Requião é lembrada
como a que mais prejudicou os
servidores. Essa atitude autoritária
do Requião jamais será esquecida.
Esse assunto é tema de nossas
discussões e reivindicações. Por
isso, o PCCV tem um capítulo
estabelecendo a jornada máxi-
ma de 30 horas, respeitando as
leis federais que também
estabelecem jornada de 20 e 24
horas para alguns profissionais.
Além disso, outras ações para
por fim à vigência do decreto
4345 estão sendo adotadas pelo
sindicato. Entre elas há o pedi-
Jornada
Ainda há tempo para resolver o problema das 30 horas
do de novo decreto específico
para a saúde, estabelecendo a
jornada de trabalho. Outro
pedido é que o governador
Pessuti edite um decreto anu-
lando as faltas anotadas indevi-
damente no registro cadastral
e, com isso, ficam liberadas as
licenças especias de 2007.
Apoio
O deputado estadual Luiz
Eduardo Cheida, do PMDB,
promoveu uma audiência
pública sobre o PCCV da saúde,
onde muitos servidores reforça-
ram o pedido de anistia destas
"falsas faltas" e o retorno da
jornada de 30 horas.
Cheida levou a reivindicação ao
p l ená r i o da A s semb le i a
Legislativa, com requerimentos
pedindo a anistia aos servidores
que levaram as faltas e solicitou a
revogação do decreto 4345, que
puniu os servidores. Diz o requeri-
mento que o decreto “criou uma
situação injusta aos servidores
públicos da saúde” e que “fere
direitos adquiridos e a legislação
em vigor ao instituir jornada de
trabalho superior à máxima
estipulada a diversas carreiras”.
Ainda há tempo para corrigir
essa injustiça. A jornada de 30
horas é direito da brava gente
da saúde e está contemplada na
proposta do PCCV, que será
analisada pelo governo.
Mu i t o s s e r v i d o r e s
foram punidos por não
aceitar o aumento da
jornada para 40 horas. Em
represália, o governo deu
falta a esses servidores,
mesmo com a comprova-
ção de presença. Apesar
de a medida ser uma
aberração, o governo
implantou descontos.
Alguns chegaram a rece-
ber hum real de salário no
mes. E como muitos
tiveram mais de cinco
faltas perderam o direito à
licença especial.
Refrescandoa memória
Refrescandoa memória
horas20
SindSaúde
O sindicato da brava gente da Saúde
30horas
20horas
30horas
Debate sobre o reenquadramento das atendentes
Junho de 2010
15 21anos
Terceirização do setor saúde é tema de seminárioUm dos maiores especialistas em Direito Administrativo do país participou do evento
Na quinta, 24/06, o SindSaúde
trouxe a Curitiba Dalmo de Abreu
Dallari. Doutor e professor da
USP – Universidade de São Paulo –
Dallari fez um breve resgate da
história do Estado a serviço dos
interesses da burguesia até chegar às
Organizações Sociais e Fundações
Estatais de Direito privado.
Para Dalmo, ao longo da
história os legisladores criaram
formas de beneficiar os deten-
tores dos meios de produção,
que há séculos acumulam a
riqueza que vem do trabalho
produzido pela classe trabalha-
dora. Assim, o Estado perma-
nentemente arruma formas de
criar espaços para que a burgue-
sia se beneficie com o dinheiro
público. Desta maneira, nascem
as Organizações Sociais(OS), as
Organizações Socia is de
Interesse Público(OSCIPS), as
Parcerias Público-Privada(PPP),
a Fundação Estatal de Direito
Privado. Muitos nomes com um
único objetivo: manter benefí-
cios a classe dominante.
Dallari afirmou que a mais
recente tentativa de o governo
privatizar importantes áreas do
serviço público, entre elas, a
saúde, é a criação da Fundação
Estatal de Direito Privado. O
jurista falou que a farsa já está
embutida no nome. É uma ação
entre amigos. “O jurista explica
que a palavra fundação, do
ponto de vista jurídico, significa
um fundo vinculado a algum
direito e que tem rendimento.”
Ocorre que essas fundações não
têm fundo financeiro, não tem
patrimônio. "Está claro que
essas Fundações dependem de
dotação orçamentária do
Estado", constata Dallari. “Se
essas instituições não têm fundo
e ainda dependem de dotação
orçamentária, só têm de ser
uma farsa”, completa.
O assessor jurídico do
SindSaúde, Ludimar Rafagnin,
explicou que as OS, Osicps e
Fundações são primeiro criadas,
aí o governo baixa um decreto e
as declara de 'interesse público'.
Por conta disso, elas não têm de
cumprir a lei que prevê a reali-
zação de licitação para compras
e concurso público para ingresso
no Estado. Ludimar deu inúmeros
exemplos de utilização do espaço
e de mão de obra públicos.
Ele considera inconstitucional,
pois, para o advogado, “não é
dado ao gestor público fazer este
tipo de opção porque não atende
ao princípio da legalidade.”
Paulo Perna, enfermeiro e
professor da Universidade Federal
do Paraná – UFPR, ressaltou que a
origem dos problemas sociais são
decorrente do sistema capita-
lista. Para isso, demonstrou
que os países periféricos são
submetidos aos interesses dos
países dominantes. Afirmou
que três quartos da riqueza
existente no Brasil estão
concentrados nas mãos de
apenas 10% da população.
Apresentou estudo que demons-
tra que quem é pobre no Brasil
está condenado a pagar mais
imposto. O estudo ainda aponta
que, desde 1996, tirando-se
apenas o ano de 2003, vem
ocorrendo aumento na carga
tributária. O peso dos impostos
disparou de 26,74% para, 10
anos depois, chegar a 34,23%. O
professor passou dos números
mais gerais e demonstrou que o
capital também fala alto na
saúde. É por isso que a alta
tecnologia em saúde (equipa-
mentos) são de propriedade dos
empresários da saúde. Com isso,
eles vendem serviço ao SUS e o
lucro é para lá de grande.
Somente no setor de hemodiáli-
se é que o SUS mantém a maior
estrutura, isso porque são
pacientes crônicos e o lucro não
é atrativo para o setor privado,
que entende saúde como sinôni-
mo de dinheiro em caixa. Perna,
para finalizar, demonstrou que
esse sistema colabora para
adoecer os trabalhadores. Um
dos motivos é a terceirização. Os
trabalhadores convivem cada vez
mais num mesmo local com
diferenciação de vínculos traba-
lhistas e, com isso, com discrimi-
nação de direitos.
A classe trabalhadora tem de fazer coro para defender a
saúde pública das garras do setor privado. E o trabalhador de
saúde tem um importante papel de alertar a população dos
riscos de ver deturpado o que diz a Constituição Federal:
“Saúde direito de todos, dever do Estado”. É preciso ter
clareza de que: aos empresários da saúde interessa que o
SUS não melhore. Assim, continuarão a vender planos de
saúde e comercializar a doença. Já a classe trabalhadora
tem de lutar pela ampliação e melhoria do SUS, pois saúde,
educação e segurança são direitos duramente conquistados.
Saída
Junho de 2010
16 21anos
O ano de 2010 será marcado por mais uma eleição para a escolha
do presidente, governadores, senadores e deputados. A pouco
mais de três meses do primeiro turno, é possível assistir a um
vaivém de alianças, de resultados de pesquisa pré-eleitorais. Os
interesses se movimentam e sequer conseguimos saber concreta-
mente que acordos estão sendo fechados e quais são os objetivos. A
sensação é de uma verdadeira trama em que o interesse pelo bem
público passa longe.
Apesar disso tudo, a política é mais do que necessária. Está
no cotidiano de cada um. É orgânica. Mas também é evidente
que, do jeito que as coisas andam, existem muitas dúvidas
sobre a capacidade e seriedade de nossos políticos.
Independente de quem seja eleito, uma coisa é certa: é
preciso manter a união dos trabalhadores para que os
direitos sejam respeitados.
Mudanças são necessárias,manter a união também
A Assembleia Legislativa do Paraná passa por uma crise desde a
revelação da existência dos Diários secretos, mantidos para contra-
tações irregulares e desvio de dinheiro público. Diante do maior
escândalo da história da Casa, a população e os movimentos sociais
não aceitaram cruzar os braços. O SindSaúde apoia e participa
ativamente de movimentos contra a corrupção, como o Caça-
Fantasmas, organizado pela União Paranaense dos Estudantes – UPE-
e 'O Paraná que Queremos', da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB.
O escândalo trouxe à tona a prática nefasta de uso do que é
público para ganhos e enriquecimento de alguns detentores de altos
cargos. O caso é muito grave e é preciso, mais que denunciar, apurar
e responsabilizar as pessoas que um dia agiram de má fé, acreditan-
do na impunidade que reina nesse país. E isso somente vai ocorrer se
a sociedade pressionar, não se omitir, não se calar.
Diários secretos
Sindicato repudia corrupçãona Assembleia Legislativa
A Constituição Federal
determina que pelo menos 12%
da arrecadação total de cada
Estado têm de ser investidos
em saúde. No Paraná, isso não
vem acontecendo. O governo
estadual fornece diversas
desculpas e põe na conta da
Saúde investimentos para
outros tipos de ações. Agora,
ação civil pública do Ministério
Público Estadual, pedindo o
ressarcimento dos valores que
não foram investidos de 2000 a
2002, foi julgada procedente.
Outras duas decisões judiciais
Estado terá de repor mais deR$ 1,3 bilhão não investido em saúde
condenam o Estado a repor os
percentuais não aplicados em
2003 e 2004. O total dos recur-
sos que terão de ser aplicados
n a S a ú d e é d e R $
1.383.388.808,14.
A origem das ações partiu de
uma representação dos movi-
mentos sindical e social, apre-
sentada ao Ministério Público
em 2001. Após muita espera
finalmente esse trabalho dá
resultados.
A situação não é nova. O
SindSaúde, ao lado de outros
movimentos, tem pautado a
questão ao longo dos anos junto
ao Tribunal de Contas, à
Assembleia Legislativa e à
população, sempre ressaltando
que o Estado do Paraná não
investe o mínimo exigido na
Saúde, como determina a lei.
Nesse período, o gestor sempre
apresentou as mais variadas
justificativas.
O sindicato, porém, se
manteve firme na defesa do
que determina a Constituição.
O SindSaúde continuará a
acompanhar o andamento da
Saúde no Paraná e quer ver o
dinheiro aplicado no SUS, 100%
publico. Mais investimentos
significam melhor saúde para a
população e mais dignidade aos
trabalhadores do setor.
A decisão judicial é uma
grande vitória, tanto do
Ministério Público como dos
movimentos que ousaram
denunciar as irregularidades, e
terá um impacto benéfico na
saúde da população.
Confira no quadro abaixo
quanto o governo do Estado
aplicou em saúde de 2000 até
2007, e quanto faltou investir.
Fonte do quadro: Centro de Apoio Operacional
das Promotorias de Proteção à Saúde Pública