a clinica dos centros de convivência: experiências comunitárias em saúde mental no sus
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A Clinica dos Centros de Convivência:
Experiências Comunitárias em Saúde Mental no SUS
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O que são os Centros de Convivencia?
* Surgiram no fim da década de 80 na cidade de São Paulo a partir da reestruturação dos serviços de saúde mental principalmente influenciado pelas novas diretrizes propostas pela Reforma Sanitária (SUS) e a Reforma Psiquiátrica Brasileira.
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Serviços de Saúde Mental, criados a partir da Reforma Psiquiátrica Brasileira
• Lei 10216 – 06/04/2001 - Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
• Faz parte da Rede Substitutiva ao Hospital Psiquiátrico – Composta pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Residências Terapêuticas, Serviços de Geração de Renda para usuários da Saúde Mental e Centros de Convivência;
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Definição
• O Centros de Convivência e Cooperacão são serviços de saúde de caráter
comunitário que compõem a rede de serviços substitutivos em saúde mental
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• População Alvo: As atividades desenvolvidas são oferecidas a usuários da saúde e toda a comunidade, de todas as faixas etárias, com atenção especial a pessoas que encontram-se em situação de vulnerabilidade ou risco social e sofrimento psíquico.
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• Os Centros de Convivência fundamentam suas práticas através de atividades intersetoriais, ou seja, que envolvem outras áreas como a arte, cultura, lazer, educação, geração de trabalho e renda etc…
• Portanto, para estes servicos é providencial que existam parcerias com outras áreas e/ou setores como Secretarias de Educação, Cultura, Assistência Social e também a Comunidade.
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• O CeCCos organizam em geral suas atividades a partir de Oficinas
• Oficinas Terapêuticas
• Oficinas de Convivência
• Oficinas de Geração de Renda
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Clínica Tradicional (ambulatorial)
X
Clínica Ampliada (cuidado no territorio)
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“ Os Centros de Convivência recolocam em termos novos as relações entre arte e
loucura através da instalação de oficinas, coordenadas por artistas e artesãos, e
espaços destinados a este fim, rompendo com o tecnisismo “psi” presente em tantas
ações na área da saúde mental. Não implica um trabalho de ressocialização, na
conotação adaptativa do termo, mas em restituir-lhe presenca na cultura” (Lobosque
eAbouyd 1998: 255)
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Aspectos da Clínica nos CeCCOS
Saúde/Doença enquanto processo
Enfoque na promoção de saúde
Investimento na autonomia dos usuários através do fortalecimento de suas Redes Sociais
Constituição de identidades a partir dos grupos Aumento da auto-estima através da aprendizagem e
produção nas oficinas
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Experiência no Município de Campinas
• 1997 Surgem as primeiros CeCCos do Município após o fechamento de alas psiquiátricas de antigo Hospital Psiquiátrico, que atualmente tornou-se o Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, no Distrito de Sousas.
• 2001 Surgem os primeiros CeCCos desnvinculados dos Hospitais Psiquiátricos na Região Sudoeste e Noroeste da cidade.
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• 2001 – I Conferência de Saude Mental
• 2005 – Criação do Fórum dos CeCCos: organização buscando reconhecimento deste serviços enquanto política pública de saúde
• 2008 – Portaria dos CeCCos apresentado ao Colegiado de Saúde Mental
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Objetivo Geral
Construir coletivamente espaços de convivência nos territórios capazes de operar no fortalecimento de vínculos solidários, através de práticas que promovam cultura, educação, saúde e lazer, garantindo a singularidade de cada um, acolhimento e desenvolvimento das potencialidades.
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Objetivos Especificos• Propiciar, nos espaços de convivência, ações que
potencializem a apropriação e as trocas de habilidades, saberes e afetos.
• Possibilitar, nos espaços de convivência, ações que favoreçam a apropriação e preservação do meio ambiente e do espaço público.
• Fomentar o exercício da cidadania com o conseqüente aumento da contratualidade.
• Fomentar experiências de geração de renda a partir da experimentação de atividades grupais que resultem em um produto apresentável e comercializável na sociedade.
• Estimular práticas potencializadoras de resiliência para as pessoas, grupos e/ou comunidades em situação de vulnerabilidade social.
• Fomentar espaços de discussão e ação que contribuam para a transformação cultural sobre a temática da Reforma Psiquiátrica.
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Novos desafios para o campo da saúde mental no Brasil
• Consolidar o Modelo baseado na Atenção Psicossocial nos municípios
• Políticas Sociais visando enfrentamento da Demanda Socialmente Produzida
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• “(...) a demanda crescente de unidades psiquiátricos-psicológicos longe de ser um fato natural é socialmente forjada. Forjada pela condição de miséria e exploração impostas à maioria da população que, sem alternativas políticas adoece (porque sucumbe à patologia sob pressões psicológicas insuportáveis ou como estratégia de sobrevivência através do benefício previdenciário); forjada pela estrutura de relações de produção capitalista que alienam o ser humano dos produtos de seu próprio trabalho e transformam sua existência numa estória sem sentido; e forjada pelo próprio aparelho médico na medida em que vai paulatinamente incorporando novos espaços sociais sob sua tutela:” (Bezerra Júnior, 2000).
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• Relação dos profissionais de saúde com esta demanda
• Ação através de ferramentas e ofertas terapêuticas propiciadas pela formação
• Sofrimento psíquico
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Sina
“Enquanto não se puder superar a desigualdade, a opressão, e a alienação inerente à sociedade capitalista, os terapeutas nada mais farão do que cumprir a triste sina de reprodutores do sistema social do qual são ao final de contas representantes: despolitizar os conflitos, tutelar os desviantes, psiquiatrizar as demandas sociais, etc.” (Bezerra,B)
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Alternativas
•
• Os CeCCos, neste sentido são serviços estratégicos para o estabelecimento de parcerias e desenvolvimento de açoes intersetoriais
• Espaço acolhedor as diferenças e propício ao desenvolvimento de ações de inserção social
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Oficinas de Geracao de Renda
Papel estruturante para a vida do sujeito.
O trabalho dá o limite para o sujeito, permite diminuir agitações, ansiedades,etc.
Permitem contato e reflexão sobre a realidade do mundo do trabalho.
Possível o enfretamento ao estigma pela via do trabalho.
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Movimentos Sociais
• Associações de Usuários e Familiares
• Espaço para debates de direitos dos usuários da saúde
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Perspectiva e papel dos profissionais no CeCCos
Importância do acolhimento e respeito às singularidades: Representa o grande diferencial dos Centros de Convivência.
Senhas que introduzem os profissionais é a escuta e acolhimento que possa proporcionar ao outro a confiança para estabelecerem novos vínculos (Normatização dos CECCOS de São Paulo, 1992).
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“Os Centros de Convivência e Cooperativa não transformarão o mundo, mas o mundo só se transformará com projetos deste tipo” (Paulo Freire).
“Civilização, é antes de mais nada, vontade de convivência” (Ortega e Gasset).
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Algumas Considerações sobre o Controle Social
• O Sistema Único de Saúde (SUS) inaugurou no Brasil uma nova concepção de saúde, tendo como base princípios norteadores (universalidade, equidade, integralidade, hierarquização, descentralização e controle social) que influenciam diretamente a forma como são pensadas, elaboradas e executadas as ações e as políticas públicas em saúde.
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Como se dá a participação social no SUS?
Espaços Formais de Representação:
• Assembléias
• Conselhos Gestores
• Conselhos Locais de Saúde
• Conselhos Municipais
• Conferências de Saúde
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Atores sociais integrantes dos espaços de controle social:
• Usuários
• Profissionais de saúde (trabalhadores)
• Profissionais de saúde (gestores e coordenadores)
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Como se dá a participação na prática?
• Funcionamento dos espaços de representação
• Abertura política (diálogo com o controle social)
• Dificuldade de implementação das decisões tomadas coletivamente nos espaços de controle social