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A COMPREENSÃO DA FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA PÚBLICA NA
SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA VISANDO A MELHORIA DO DESEMPENHO
ESCOLAR: INTERVENÇÃO JUNTO A ESTUDANTES DO 6° ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Autora: Adriana Samuel Ferrari1 Orientador: Profº Edmilson Lenardão2
RESUMO
Devido a crescente necessidade verificada em retomar o debate sobre a função social da escola pública na sociedade contemporânea o presente artigo partiu das seguintes indagações: “para que serve a escola pública?” e “qual a sua função social?”. Percebe-se que no decorrer dos estudos realizados para aplicação do projeto embasado na Pedagogia Histórico-Crítica (Saviani 1991), essas e outras questões relacionadas à finalidade da escola pública na sociedade atual ainda não estão claras para um número significativo de professores, tornando assim imprescindível a retomada das discussões em torno do assunto. Dessa forma, esses questionamentos foram repassados à comunidade escolar por meio de um projeto realizado junto a alunos dos 6º anos (5ª séries), os quais por meio de produções didático-pedagógicas elucidaram algumas perguntas, criando um acervo de informações de grande valia para professores, direção, equipe pedagógica e administrativa. O objetivo desse artigo foi demonstrar que a função social da escola é fornecer instrumentos que auxiliem o pleno desenvolvimento das potencialidades do aluno através da apropriação do saber sistematizado, ou seja, promover o encontro do aluno com o conhecimento.
Palavras- chave: Função Social da Escola, Pedagogia Histórico-Crítica, Ensino
Fundamental.
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho pretende contribuir no sentido de propiciar espaço e momento
adequados para a discussão a respeito do tema “a função social da escola pública’’;
1 Professora de História da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, participante do
Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED-PR. 2 Docente do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina – UEL.
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oportunizar a possibilidade de visualizar a escola enquanto instituição com a função
de facilitar a apropriação do saber sistematizado pelo aluno, oferecendo-lhe as
condições necessárias para que tenha acesso ao conhecimento científico, artístico e
filosófico.
Entretanto, para que isso ocorra, é indispensável socializar o saber de forma
sistematizada, ou seja, a escola precisa cumprir a sua função de informar e formar
cidadãos com senso crítico capazes de atuarem de maneira efetiva e positiva na
sociedade em que estão inseridos.
Brandão (2007, p. 79) expressa que:
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender e ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? Educações. [...] Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar em que ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é seu único praticante.
A apropriação dos conteúdos escolares pelos estudantes representa um
elemento decisivo para o processo de democratização da sociedade. Nesta ótica, o
presente artigo pretende contribuir por meio de estudos, reflexão e discussão para a
valorização da educação formal e para que aconteça um avanço no desempenho
escolar dos alunos.
A contribuição para o trabalho docente e demais membros da Instituição
Escolar também contou com a análise, reflexão e debate sobre as principais teorias
pedagógicas com o intuito de auxiliar o professor a aprofundar seu conhecimento e a
se posicionar frente à sua prática pedagógica. A Pedagogia Histórico Crítica
assumirá uma posição de destaque, pois segundo Saviani (2003b) essa pedagogia
busca superar as pedagogias da essência e da existência de forma dialética,
procurando ultrapassar a crença na autonomia ou na dependência absoluta da
educação em face das condições sociais vigentes.
Esse é um dos grandes desafios da educação contemporânea: efetivar-se
enquanto instrumento principal de transformação da sociedade, isto é, a educação
pode contribuir de forma significativa para provocar a mudança das pessoas, dos
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grupos sociais, das instituições, etc., pois ela não é imutável, ao contrário, é
dinâmica e apresenta plenas condições para idealizar e construir uma sociedade
mais cidadã e democrática.
Para Saviani (2003a, p. 31):
[...] Do ponto de vista prático, trata-se de retomar vigorosamente a luta contra a seletividade, a discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas populares. Lutar contra a marginalidade, através da escola, significa engajar-se no esforço para garantir aos trabalhadores um ensino da melhor qualidade possível nas condições históricas atuais. O papel de uma teoria crítica da educação é dar substância concreta a essa bandeira de luta de modo a evitar que ela seja apropriada e articulada com os interesses dominantes.
Nessa perspectiva, foi proposto um projeto junto aos alunos dos 6º anos (5ª
séries) (matutino e vespertino) do Colégio Estadual Padre José Herions – Ensino
Fundamental e Médio, situado em Rolândia-Pr3. Foi desenvolvido com estes um
Grupo de Estudo, contando com o apoio de todos os membros da Instituição Escolar
(direção, equipe pedagógica e administrativa e professores, e outros.).
O foco principal do projeto foi apresentar para os alunos e professores as
principais tendências pedagógicas da educação escolar e as respectivas funções
atribuídas à escola, além de refletir com os alunos e professores quais sentidos a
sociedade atual dá à educação.
Para a implementação desse projeto foi elaborado um questionário e
aplicado a todos os alunos das 6° anos e, a partir dos resultados obtidos foram
desenvolvidos alguns conceitos básicos com os estudantes, procurando mostrar-
lhes a importância da educação formal enquanto prática educativa que não se
resume apenas a uma exigência da vida em sociedade, mas sim que pretende
prover os indivíduos de conhecimentos e experiências culturais o que poderá torná-
los capazes de atuarem no meio social e transformá-lo em função de suas
necessidades econômicas, políticas e sociais, tornando-o um espaço mais justo
(SAVIANI, 2003).
3 Rolândia tem 57.870 habitantes, segundo IBGE de 2010 e uma área de 460,153 km². Fica a 399
quilômetros da Capital do Estado do Paraná.
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O questionário levantou as seguintes questões: Porque venho a escola?
Para que estudar? Qual a função da Escola? Temas estes abordados por
entendermos que a escola está em uma situação difícil, em que os alunos estão
mais dispersos e desinteressados. Melhorar a atuação da escola e conceituar seu
real papel e de seus professores é essencial para reverter a condição de inércia que
infelizmente muitos dos alunos do sistema público se encontram.
Por meio do grupo de estudos os alunos tiveram a chance de refletir sobre a
atual situação e, por meio dos dados obtidos fazer um resgate histórico da função
social da escola e por fim, valorizar o saber escolar como meio de transformação
social. Deve-se reconhecer que a escola pública é uma progressiva e lenta
conquista das camadas populares, em sua incansável luta pela democratização do
saber. Assim, a escola deve ser um lugar democrático, assumindo sua função de
favorecer o acesso ao saber, atendendo as expectativas e as necessidades da
comunidade.
Cabe à escola erigir seu papel fundamental, que é a apropriação e
socialização dos saberes culturais, numa base intencional que pressuponha uma
práxis transformadora: caminho este que deverá ser percorrido por todos na busca
para se obter uma escola pública de qualidade. (PARANÁ, 2011)
Não se pode ignorar o importante papel desempenhado pela escola pública,
pois oferecer aos alunos o domínio do conhecimento irá ajudá-los a conseguir
autonomia, sendo que esta pode representar um instrumento de libertação para os
oprimidos; aqui se verifica mais um motivo para a aplicação desse projeto junto aos
alunos, professores e demais membros da comunidade escolar.
2. TEORIAS PEDAGÓGICAS
Sabe-se que a escola é determinada por aspectos econômicos, sociais e
políticos, atrelada ao sistema capitalista. Portanto, a necessidade de questionar a
escola acerca do seu papel ante as transformações econômicas, sociais, políticas e
culturais que têm acompanhando a sociedade contemporânea, tornou-se relevante à
medida que muitas escolas não têm parado para fazer esse questionamento e
acabam por reproduzir aquilo que realmente a sociedade capitalista deseja, ou seja,
preparar “mão de obra barata” para o trabalho. Ante as respostas do primeiro
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questionário aplicado, ficou explicita a visão mercantilista imposta aos alunos como
veremos mais adiante.
As novas concepções educacionais fundamentam–se em uma perspectiva
mais crítica e que atua de forma mais abrangente quando concebe o homem em
sua totalidade, enquanto ser constituído por diversos aspectos, de uma maneira
mais crítica, não apenas com a visão capitalista que visa o lucro, mas buscar o
aprender na escola como fonte de sabedoria .
A escola, como instituição social, criada pelos homens na busca da
construção/reconstrução de um saber histórico e de sua própria humanização, por
meio das relações estabelecidas, só se justifica quando cumpre a função social para
a qual foi criada (SAVIANI, 2003).
O projeto de educação que foi desenvolvido na escola teve de considerar,
portanto, os diferentes segmentos sociais que a compõem, bem como buscar a
explicitação de sua identidade social, articulando-se com a realidade. É necessário
prever ações com vistas à melhoria dos processos educativos, propiciando
condições políticas e culturais para sistematizar e socializar os saberes produzidos
pelos homens. Isso quer dizer que o projeto de uma instituição escolar, na
perspectiva da transformação, tem como atitude e compromisso envolver os
diferentes sujeitos que constroem o cotidiano da escola: funcionários, estudantes,
professores, pais, equipe pedagógica e de direção e comunidade (BRASIL, 2006)
Logo, é função da escola criar projetos educativos numa perspectiva
transformadora e inovadora, onde os fazeres e práticas não estejam centrados nas
questões individuais, mas sim nas questões coletivas. Isso quer dizer que, para a
escola avançar, é fundamental considerar os espaços de formação de todos que
trabalham, criam e estudam, enfim, de todos aqueles que dela fazem parte. Também
é fundamental não perdermos de vista que a escola faz parte das relações sociais
mais amplas e que as possibilidades históricas de sua organização passam pela
sociedade política e civil (BRASIL, 2006).
Com base nos textos trazidos pela revista de Gestão Escolar do Ministério
da Educação Brasileira em parceria com a Unicef ( Fundo das Nações Unidas para a
Infância em inglês United Nations Children's Fund - UNICEF ) pode-se concluir que,
os processos de mudança vivenciados pelo Estado são um dos indicadores dos
limites e das possibilidades da gestão escolar. Para a corrente de estudiosos que
entendem os problemas da escola como meramente administrativos, a gestão é
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entendida como direção, ou seja, como a utilização racional de recursos na busca da
realização de determinados objetivos. Isso requer uma adequação dos meios aos
fins a serem alcançados.
Entretanto há outra concepção de gestão educacional, derivada não dos
objetivos do mundo comercial e competitivo, mas da natureza, das funções, dos
objetivos e dos valores das escolas, alicerçados no campo da formação humana e
sócio cultural. Com essas colocações queremos mostrar que a maneira de conduzir
uma escola reflete, portanto, os valores, concepções, especificidades e
singularidades que a diferenciam da administração capitalista.
A escola, enquanto organização social é parte constituinte e constitutiva da
sociedade na qual está inserida. Assim, estando à sociedade organizada sob o
modo de produção capitalista, a escola enquanto instância dessa sociedade
contribui tanto para a manutenção desse modo de produção, como também para
sua superação, tendo em vista que é constituída por relações contraditórias e
conflituosas estabelecidas entre grupos antagônicos. A possibilidade da construção
de práticas de atuação na escola voltadas para a transformação social com a
participação cidadã, reside nessa própria contradição enraizada em seu interior.
Desse modo, a prática educativa é vista por alguns estudiosos como a vivência no
dia a dia da real função social para a qual a escola pública existe, não mais o
simples ensino, mas a formação para a cidadania (DOURADO, 2006).
Quando se afirma que a escola expressa um projeto de sociedade, é preciso
ter claro que esse projeto não é individual, mas sim coletivo e, portanto, o trabalho
da escola não pode expressar a ação solitária, de alguém que luta sozinho contra os
“males” da sociedade e da educação. Na escola esse trabalho só pode ser coletivo.
Deve-se ter consciência de que as lutas históricas são parte de um projeto social e
que nós fazemos parte deste projeto. Neste sentido, o redimensionamento do papel
da escola, enquanto agência de formação, não pode vincular-se meramente à lógica
do mercado de trabalho, mas cumprir sua função política e social.
Cabe aqui situar o que é político em educação. Quando se fala em política
não se fala em partidarismos. Toda ação que remete a uma reflexão e exige uma
mudança de postura para uma transformação histórica é uma ação essencialmente
política. Isso implica repensar a concepção de trabalho, as relações sociais
estabelecidas no interior da escola, a forma como ela está organizada, a natureza e
a especificidade da instituição escolar e as condições reais de trabalho pedagógico.
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Para Saviani (2009), em face da realidade concreta do homem brasileiro, temos os
seguintes objetivos gerais da educação brasileira:
Educação para a subsistência: O homem não sabe como tirar proveito das
possibilidades da situação e, por não sabê-lo, frequentemente, acaba por destruí-la.
Isto demonstra a necessidade de uma educação para a subsistência. É necessário
que o homem aprenda a tirar da situação adversa os meios para sobreviver.
Educação para a libertação: De que forma o homem poderá utilizar os
elementos da situação se ele não é capaz de intervir nela, decidir, engajar-se e
assumir pessoalmente a responsabilidade de suas opções? Suas condições de
liberdade são tão precárias, marcadas por uma tradição de inexperiência
democrática, marginalização econômica, política e cultural. Constata-se, então, a
necessidade de uma educação para a libertação: é essencial saber escolher e
ampliar as possibilidades de ação dos seres humanos.
Educação para a comunicação: É importante e fundamental a comunicação
como forma para se adquirir a consciência das possibilidades e também dos limites
dos seres humanos. É preciso que se adquiram os instrumentos aptos para que
aconteça a comunicação intersubjetiva.
Educação para a transformação: Necessidade de uma mudança sensível e
geral, ou seja, do panorama nacional, atual, quer no âmbito geral, quer no
educacional. Para Luckesi (1994, p. 3951) “as ações humanas estão sempre
impregnadas de crenças e valores que as orientam para determinadas finalidades”.
Portanto, de forma consciente ou inconscientemente, explícita ou
implicitamente, quem vive possui uma filosofia de vida, uma concepção de homem,
de sociedade e de mundo. Para este educador é pela busca do senso crítico da
educação que os professores podem entendê-la, de três maneiras diferentes,
cumprindo assim as funções sociais de redentora da sociedade, reprodutora da
sociedade e transformadora da sociedade.
Função redentora da sociedade: A educação é tida como responsável pela
direção da sociedade, ela dá à sociedade um novo rumo, tirando-a da situação em
que se encontra. Concebe a sociedade como um conjunto de seres humanos que
vivem e sobrevivem num todo orgânico e harmonioso, com desvio de grupos e
indivíduos que ficam à margem desse todo. Ou seja, a sociedade está naturalmente
composta com todos os seus elementos, o que importa é integrar em sua estrutura
tanto os novos elementos (novas gerações), quanto os que, por qualquer motivo,
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encontram-se à sua margem (desajustados). A educação como instância social que
está voltada à formação da personalidade dos indivíduos para o desenvolvimento de
suas habilidades e para a veiculação dos valores éticos necessários à convivência
social, que nada mais tem que fazer do que se estabelecer como redentora da
sociedade, integrando harmonicamente os indivíduos no todo social já existente.
A essa tendência de dar à educação a finalidade político-filosófica de redimir
a sociedade, Saviani (2003) denomina “teoria não crítica da educação”, pois ela não
leva em conta a contextualização da educação, no interior da sociedade da qual faz
parte.
Função reprodutora da sociedade: Afirma que a educação faz,
integralmente, parte da sociedade e a reproduz. Aborda a educação como uma
instância dentro da sociedade e exclusivamente ao seu serviço. A educação atua
sobre a sociedade como uma instância corretora dos seus desvios, tornando-a
melhor e mais próxima do modelo de perfeição social harmônico idealizado. Saviani
(2009) denomina- a de “teoria crítico – reprodutivista da educação”. Ela elabora uma
visão “crítica” da educação, pois realiza uma abordagem a partir dos condicionantes
da educação, porém, a vê tão somente como elemento destinado a reproduzir seus
condicionantes (econômicos, políticos e sociais) e, portanto, estando a serviço dessa
mesma sociedade.
Função transformadora da sociedade: Compreende a educação como
mediação de um projeto social. Ou seja, ela nem redime nem reproduz a sociedade,
mas serve de meio, ao lado de outros meios, para realizar um projeto de sociedade,
que pode ser conservador ou transformador. Não coloca a educação a serviço da
conservação. Pretende demonstrar que é possível compreender a educação dentro
da sociedade, com seus determinantes e condicionantes, mas com a possibilidade
de trabalhar pela sua democratização. A escola assim concebida pode servir a um
projeto de libertação das maiorias.
Nesse sentido, Saviani (2009, p.28 e 29) alerta para a dificuldade dizendo:
O caminho é repleto de armadilhas, já que os mecanismos de adaptação acionados periodicamente a partir dos interesses dominantes podem ser confundidos com anseios da classe dominada. Para evitar esse risco, é necessário avançar no sentido de captar a natureza específica da educação, o que nos levará à compreensão das complexas mediações pelas quais se dá sua inserção contraditória na sociedade capitalista.
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O autor mostra a necessidade de cuidar daquilo que é específico da escola,
para que esta venha a cumprir um papel de mediação, num projeto democrático de
sociedade. A educação pode ser definida como sendo um instrumento de
manutenção ou transformação social. A sociedade, dentro da qual a educação está,
deve possuir alguns valores norteadores de sua prática educativa, capaz de
conduzir o aluno a um discernimento quanto aos valores e concepções de vida, de
homem e de sociedade.
Entende-se que aprender e ensinar constituem duas atividades muito
próximas da experiência de qualquer ser humano, pois se aprende quando introduz
alterações na forma de pensar e agir, e ensinar quando se partilha com o outro, ou
em grupo, a experiência e os saberes acumulados. Saviani (2003) defende que a
escola é o espaço formal para a transmissão dos conhecimentos científicos e não
dos conhecimentos produzidos pelo senso comum.
A escola é uma instituição cujo papel consiste na socialização do saber sistematizado [...] diz respeito ao conhecimento elaborado e não ao conhecimento espontâneo; ao saber sistematizado e não ao saber fragmentado; à cultura erudita e não à cultura popular. [...] tem a ver com o problema da ciência. Com efeito, ciência é exatamente saber metódico, sistematizado (SAVIANI, 2003, p. 14).
Como já abordado, a escola é fruto de determinantes sociais, econômicos,
políticos, culturais e históricos, ela é a síntese de múltiplas determinações. Portanto,
a educação não é neutra. Ela tem uma intencionalidade e por conta disto assume
uma dimensão política e ideológica em função de interesses sociais historicamente
constituídos. Isto significa dizer que a escola revela um projeto de educação que, por
sua vez, expressa um projeto de sociedade. Entretanto, a educação precisa ser vista
sob dois aspectos: Como um direito da população e como um dever do Estado.
Porém, em ambos os casos pode-se notar a questão do poder, uma vez que nem a
população está usufruindo do seu direito, nem o Estado está fazendo sua parte. A
qual conclusão chega-se diante de tal colocação? Que o poder público se omitiu por
muito tempo de suas responsabilidades e que o cidadão não desfruta da sua tão
sonhada cidadania plena. Na verdade, o que ocorre é que a escola tem funcionado
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como uma instituição que tem confirmado a distribuição de renda e de classe social
no país (NASCIMENTO, 2012).
De acordo com Sônia Kruppa (1994, p. 85):
A escola tem sido concluída por uma minoria. A maioria, de baixa renda, não consegue terminá-la Na verdade, a escola tem funcionado como uma instituição confirmadora da distribuição de renda e de classe social: aos de maior renda, maior número de anos de estudo e de cursos concluídos; aos de baixa renda, a evasão e a repetência somam-se ao trabalho precoce,
delineando um quadro já antigo: uns para pensar, outros para trabalhar.
O que se objetivou com esse projeto foi conscientizar professores e alunos a
respeito da função social da escola pública, enfatizando que cabe à escola oferecer
aos seus alunos conteúdos que possibilitem o desenvolvimento de todas as suas
potencialidades. O que mais se visou foi mostrar a esses alunos que a escola é
muito mais que simplesmente preparar para o mercado de trabalho e sim uma fonte
de educação e sabedoria.
Segundo Abbagnano ( 2000, p.305-306)
A educação em geral, designa-se com esse termo a transmissão e o aprendizado das técnicas culturais, que são as técnicas de uso, produção e comportamento, mediante as quais um grupo de homens é capaz de satisfazer suas necessidades, proteger-se contra a hostilidade do ambiente físico e biológico e trabalhar em conjunto, de modo mais ou menos ordenado e pacífico. Como o conjunto dessas técnicas se chama cultura, uma sociedade humana não pode sobreviver se sua cultura não é transmitida de geração para geração; as modalidades ou formas de realizar ou garantir essa transmissão chama-se educação.
Podemos ainda reforçar a função social da escola segundo as palavras de
Freitag ( 1980, p.17)
A educação é responsável pela manutenção, integração, preservação da ordem e do equilíbrio, e conservação dos limites do sistema social, para que o sistema sobreviva, os novos indivíduos que nele ingressam precisam assimilar e internalizar os valores e as normas que regem o seu funcionamento.
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Diante da teoria e conceitos de Saviani, podemos ainda frisar com relação a
função social da escola o seguinte trecho:
Existindo num meio que se define pelas coordenadas de espaço e tempo. Este meio condiciona-o, determina-o em todas as suas manifestações." Vê-se a relação da escola na formação do homem e na forma como ela reproduz o sistema de classes. ( SAVIANI, 2000, p.36).
Seguindo o embasamento teórico elaborado por Saviani o projeto foi
aplicado junto aos alunos visando o melhor desempenho escolar dos mesmos
através do aprendizado da real função da escola.
3. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
Assim, em uma sociedade em que o homem é reduzido a indivíduo que
vende sua força de trabalho, a educação passa a ter como finalidade técnica,
disciplinar ideologicamente os diversos grupos de trabalhadores para servir ao
mundo do trabalho. Em contrapartida, em uma sociedade em que o homem é tido
como sujeito histórico e sua formação tem como objetivo o desenvolvimento físico,
político, social, cultural, filosófico, profissional e afetivo, a concepção da educação se
dá na perspectiva que concebe o homem na sua totalidade (SAVIANI, 2009).
Entendida a educação como um processo que ocorre num tempo dinâmico e
num espaço que sofre constantes mudanças, como por exemplo: hábitos de
consumo, organização do trabalho, sistema educacional, campo tecnológico etc. Há
a necessidade de questionar a escola acerca do seu papel ante as transformações
econômicas, sociais, políticas e culturais que têm acompanhado a sociedade
contemporânea. O projeto foi implementado no Colégio Estadual Padre José
Herions4, com os alunos integrantes dos 6º anos (5ª séries), do período matutino e
vespertino e os respectivos professores que ministram aulas nessas turmas que
brilhantemente deram suas contribuições.
4 Colégio Estadual Padre José Herions , Ensino Fundamental e Médio. Situado na Avenida das Palmeiras nº 285,
Jardim Novo Horizonte . Rolândia-Pr.
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A aplicação do projeto foi dividida em etapas, na primeira delas foi aplicado
um questionário aos alunos, com questões que abordam temas referentes a
importância da escola, qual sua função e porque frequentá-la. Foi abordado a
opinião dos alunos acerca dos professores, o que a escola precisa ter para ser uma
boa escola, o que é ser alguém na vida, o que é ser um bom aluno e qual profissão
desejam desempenhar .
No primeiro momento, com as respostas obtidas, principalmente, nas turmas
E, F e G, os alunos demonstraram que ainda deixam para segundo plano a função
da escola que é o de promover a aquisição do conhecimento. Vale lembrar que cabe
a escola oferecer aos seus alunos uma visão ampla do mundo que os cerca, indo
muito além da sala de aula. A maioria desses alunos acredita que a escola ainda é
um lugar para se aprender, para passar no vestibular e ser alguém na vida, como foi
mencionado por alguns alunos, no questionário. Vale ressaltar que aqui se confirma
ainda a visão limitada sobre a real função da escola.
Diante dos resultados obtidos na primeira fase, ficou evidente a necessidade
da aplicação do projeto para promover uma modificação na visão conceitual dos
alunos a respeito da escola. Foi a partir desses dados que se deu início a segunda
etapa do projeto, com a participação dos professores, que colaboraram através de
um grupo de estudo. Ficou estabelecido que o grupo se reunisse durante a semana
e nessas reuniões os professores optaram por transmitir o conteúdo através de um
vídeo com a temática: função social da escola, além disso, solicitaram aos seus
alunos que realizassem uma pesquisa sobre o histórico da escola. Diante de todo o
material confeccionado pode-se ter uma noção dos problemas enfrentados pela
escola e quais as possíveis soluções para os mesmos.
3.1 Análise dos dados
As questões do questionário aplicado tanto na primeira quanto na segunda
etapa do projeto possuíam múltipla escolha e campo para respostas dissertativas.
Os alunos assinalaram as respostas que consideraram mais importantes e mais
semelhantes com suas opiniões. Como infelizmente já era previsto, nessa faixa
etária os alunos ainda não valorizam a escola como um ambiente de aprendizado.
Eles possuem uma visão que ainda se encontra limitada aos fins capitalistas, seja
ela com a referência econômica ou social.
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Na questão que se refere ao motivo dos alunos frequentarem a escola, no
primeiro questionário a maioria respondeu que: ’’vem a escola porque são
obrigados’’ e a segunda alternativa mais assinalada foi a que diz ‘’para encontrar
com os amigos’’ . Acredita-se que tais respostas possam ser relacionadas a fase
escolar dos alunos, pois eles encontram-se em fase de transição da infância para a
adolescência, momento este que valorizam mais a companhia dos colegas e
formam grupos sociais, além disso, é preciso levar em consideração que os alunos
ainda não haviam recebido a intervenção dos professores, já capacitados para tratar
do tema.
Na segunda questão que se trata sobre o que é realmente ser alguém na
vida, a maior quantidade de respostas ficou relacionada nos aspectos materiais ‘’ter
um bom emprego’’ e ‘’ganhar bem’’. Mais uma vez, os valores capitalistas falam mais
alto, em segundo lugar, ficou o estudo como fator importante para ter status, não
como fonte de sabedoria, mas como um degrau obrigatório para galgar um futuro
melhor.
A terceira pergunta tratava sobre, qual a sua matéria preferida. Em uma
turma com 26 (vinte e seis) alunos, mais de 10 alunos escolheram a Educação
Física como disciplina preferida. Fato este que se repetiu nas demais turmas. Em
segundo e terceiro lugar vieram Matemática e Português, como última opção,
assinalaram o Ensino Religioso.
Quando questionados sobre o que é ser um bom aluno, as respostas mais
comuns foram em primeiro lugar ‘’ Obedecer, estudar bastante e respeitar alunos,
professoras e as funcionárias’’ e ‘’ É ser educado, obedecer a professora e não
brigar com os alunos’’, em segundo lugar foi ‘’ Tirar notas boas, ser inteligente e o
mais importante: ser educado’’.
Em relação à questão o que é ser um bom professor , a maioria das
respostas tiveram a palavra paciência envolvida como, por exemplo, “Ter calma, ser
paciente e ensinar corretamente”. Nessa questão, inclusive, obteve-se respostas
inusitadas e algumas até mesmo cômicas, segundo as palavras de um dos alunos,
“Ser um bom professor é saber conversar com os alunos, saber dar aula com
paciência, não sair gritando que nem um louco”.
A última questão indagava sobre como deveria ser uma boa escola, apesar
de não haver muitas respostas semelhantes, mais uma vez os alunos
surpreenderam com suas criatividades: ‘’Deve ter uma boa comida, bolas para jogar
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no recreio, mais lugares para comer, passeios, etc’’, outro aluno ainda fez uma
reclamação indireta ‘’Ninguém ser melhor do que ninguém. Deixar todo mundo ir pro
Molipark 5 ”, “Os alunos serem obedientes com o diretor, inspetor, secretária e
professores’’.
Após a análise e tabulação dos dados obtidos, foi realizada a intervenção
dos professores, por meio dos vídeos, dos textos e das reflexões feitas em sala, com
os alunos por meio de debates. O questionário foi aplicado duas vezes, uma antes
das aulas sobre o tema, e outra depois. A aplicação posterior às aulas ministradas,
evidenciou que tanto os educadores quanto os alunos se modificaram
qualitativamente em relação as suas concepções e sobre o conteúdo, se
reconstruíram para uma fase de maior clareza e compreensão.
Todo o estudo teve a finalidade de contribuir para que os professores
tivessem a oportunidade de rever algumas teorias pedagógicas e refletir sobre as
consequências dessas no processo educativo. A viabilidade da proposta elaborada
ficou evidente nas turmas, pois houve significativas mudanças na postura desses
alunos, havendo assim um maior aprofundamento teórico.
O entrelaçamento e a apropriação desses saberes e conceitos pelos
estudantes representou um elemento de suma importância na aplicação do
questionário ao finalizar o processo da implementação do projeto, há que se atentar
aqui que houve uma mudança, pois por meio das respostas, pode-se concluir que o
quesito razão para frequentar a escola, revelou certo grau de influência diante das
reflexões feitas e do trabalho desenvolvido pelos professores. Houve uma mudança
de opinião, as respostas foram dadas e justificadas de maneira mais aprofundada
”Vir à escola aprender com dignidade, educação e prioridade de sabedoria”. Fatores
estes, que nem mesmo foram levados em consideração no primeiro questionário.
O questionamento que se referia ao conceito de ser alguém na vida, obteve-
se respostas semelhantes ao do primeiro questionário, porém mais valores foram
citados, além dos financeiros. Quanto à questão, como deve ser a conduta de um
bom professor, houve uma mudança significativa, pois os alunos perceberam a
importância de um profissional capacitado e se conscientizaram da sua função como
educador.
5 MOLIPARK: Parque aquático situado na cidade de Sabáudia na Rodovia PR 218, KM 15, onde os alunos que
possuem um bom rendimento e comportamento ao longo do ano letivo são levados a passeio pelo colégio.
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Para finalizar o projeto as turmas envolvidas fizeram apresentações sobre os
temas que estudaram para o restante da escola mostrando o que mudou na postura
deles diante da participação no grupo de apoio. As apresentações se desenvolveram
por meio de desenhos e cartazes, que foram expostos no pátio da escola.
Diante do que foi exposto neste estudo, através da reflexão e do debate com
os alunos, pode-se contribuir para despertar nos alunos o interesse em relação à
função social da escola. A escola é o lugar formal da transmissão do conhecimento,
que tem como função social formar o cidadão; construir conhecimentos, atitudes e
valores, onde, muitos educadores diante disso, inovam suas práticas pedagógicas
tentando melhorar seu método de trabalho. Mas, muitas vezes depara-se com uma
sociedade que está passando por uma crise de identidade e respeito, isto é, repleta
de crianças que vivenciam os problemas de discriminação racial e social, miséria,
tráfico de drogas e violência e, ainda, com aquelas que não conseguem enxergar a
função da escola na sua vida. Portanto, a escola acaba se tornando complexa,
precisando ultrapassar fronteiras, um desafio que deve estar sempre presente na
construção de uma produção Didático-Pedagógica, um desafio que este projeto se
propôs a cumprir.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escola e sua função social vêm a medida do decorrer da própria história
construindo e representando os interesses e as necessidades da sociedade. Em
pleno século XXI e mediante os avanços tecnológicos, a globalização, a
competitividade e o individualismo se tornam padrão predominante desestabilizando
a sociedade. A violência tem passado a ser a palavra de ordem perpassando todas
as relações entre pessoas, grupos etc.
Neste contexto a escola vem buscando se alicerçar em ideais firmados,
compartilhados e compreendidos por todos os envolvidos no ambiente escolar que
estão a serviço da formação dos cidadãos, compreendendo que a função social da
escola deve ser realizada como mediação dentro do contexto social onde está
inserido o educando, firmando-se em ideais comprometidos com a formação
humana. A função da escola pública, que através dos tempos vem fazendo a sua
história só se justifica segundo Saviani (2009), quando cumpre sua função social
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para a qual foi criada. Para tanto deve contribuir para o processo formativo dos
indivíduos, sistematizando, produzindo e veiculando um conhecimento que tem
origem nas relações sociais mais amplas. Por outro lado, é importante que seja
considerado a organização do seu trabalho ampliando sua percepção, articulando
conteúdos discutidos com a experiência e vivência de cada um no ambiente escolar.
Uma boa educação é a base para uma sociedade, preparada para uma vida
melhor, a escola ao repassar os conhecimentos (científicos, artifícios e filosoficos),
mas também ajuda o aluno a ter uma visão ampla do mundo, promove indivíduos
para uma sociedade melhor e mais justa. É muito importante estar refletindo com
alunos as funções atribuídas à escola e mostrar-lhes que a educação é um direito
deles e é dever do estado promovê-la, mostrar-lhes também que a escola existe ,
principalmente, para o ensino científico, e também para formar indivíduos
preparados para uma sociedade que muda constantemente e para torná-los críticos
e terem uma ampla visão de mundo.
Todo o trabalho exposto resultou de estudos teóricos e da intervenção
ocorrida por meio da aplicação do projeto ‘’ A função social da escola pública na
sociedade contemporânea’’ no Colégio Estadual Padre José Herions, com a
participação dos alunos e também com a colaboração dos professores, pode-se
observar o melhor desempenho acadêmico de todos os envolvidos, um dos
principais objetivos do projeto. Todas as ações aqui desenvolvidas se originaram da
percepção do grande desinteresse escolar que infelizmente os jovens começam a
desenvolver na infância. O foco foi buscar por meio de leituras e estudos,
compreender as concepções que o aluno tem em relação a escola e através destas
os mesmos puderam elaborar soluções para os problemas relatados.
A partir da teoria de (Saviani, 2009) como guia, os alunos tiveram a
oportunidade de participar de debates e reflexões. O que se pode constatar na
prática foi que os alunos puderam se inteirar sobre a história e função da escola,
passaram a demonstrar maior respeito e interesse pelo estudo e também pelos
professores.
Apesar da maioria dos alunos terem a visão do mundo capitalista ao
afirmarem que a função da escola é ‘’levá-los a ser alguém na vida, fazê-los possuir
“status e dinheiro’’ , muitos passaram, graças ao conhecimento adquirido durante a
implementação do projeto, a desmistificar esses valores vendo a escola não apenas
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como um caminho obrigatório para se obter sucesso financeiro e profissional, mas
principalmente, como um ambiente onde desenvolvem todas as suas capacidades.
Levando em consideração que as crianças que participaram do projeto são
muito jovens, não possuem conceitos bem definidos quanto a seriedade e função da
escola, o projeto auxiliou a criar um conceito mais amplo e positivo, um conceito
mais “crítico-social” , visando as relações interpessoais, resgatando a importância do
professor como agente formador e enaltecendo a escola e sua importância.
A escola tem o papel de socializar conhecimentos, valores e atitudes para que
os alunos se insiram na vida cultural, educacional e social. A escola tem uma
contribuição significativa para a democratização da sociedade, precisa ajudar o
aluno a ter coragem de participar e caminhar com “suas próprias pernas”. Só que,
para isso ocorrer, é necessário que a escola possa ofertar o máximo de conteúdos.
Nesse sentido acreditamos que a aplicação desse projeto contribuiu para que os
sujeitos que atuam na escola compreendam melhor esta instituição e fortaleceu sua
função social de socializar o conhecimento e ajudar os estudantes a entenderem
melhor o mundo e transformá-lo se quiserem.
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