a convergência contábil internacional
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A CONVERGÊNCIA CONTÁBIL INTERNACIONAL
Reinaldo Luiz Lunelli
Após o início do processo de convergência contábil, com mais de 40 pronunciamentos
do Comitê de Pronunciamentos Contábeis; a convergência para o IFRS; a implantação e
utilização do SPED, dentre outras alterações contábeis e tributárias relevantes, as
empresas do Brasil têm buscado o auxílio de profissionais consultores para tentar
permanecer em dia com a contabilidade e as recentes exigências legais.
Não é para menos, o conjunto de alterações que remete mudanças na estrutura contábil e
tributária das empresas foi bastante discutido nos últimos meses e ainda não está bem
difundido na cabeça dos empresários brasileiros. Mas estas divergências de pensamento
não são privilégio apenas das empresas; elas também atingem os órgãos
regulamentadores externos.
Em setembro de 2009, o G-20, grupo das 20 nações mais industrializadas do mundo,
prometeu apoiar um plano global envolvendo as normas contábeis, visando melhorar os
fluxos de capitais e reduzir as arbitragens internacionais. Para o alcance dessas metas foi
estabelecido como prazo o mês de Junho de 2011. No entanto, chegar a um consenso
sobre algumas questões está se mostrando cada vez mais complicado.
É fundamental para este processo a convergência dos dois principais sistemas contábeis
usados no mundo, o modelo americano, mais conhecido como USGAAP e o IFRS que é
o padrão internacional. Diferenças nos processos de avaliações ao valor justo e questões
envolvendo contratos de seguros, por exemplo, estão travando a convergência
internacional. O IASB e seu congênere nos Estados Unidos disseram que "não há
garantias" de que eles conseguirão resolver a tempo, todas as suas diferenças em relação
aos instrumentos financeiros.
Inúmeros países estão cogitando a possibilidade de mudar para os IFRS depois de junho
de 2011, mas logicamente gostariam de poder fazer isso em uma "plataforma estável"
de normas, ou seja, que não tivesse constantes alterações depois de definidas e
legisladas. A própria Securities and Exchange Commission (SEC), que é a CVM dos
EUA, também aguarda para tomar a sua decisão em junho de 2011 no tocante ao
processo de convergência. Segundo a SEC, a adoção do IFRS nos Estados Unidos só
será de adoção obrigatória a se a convergência avançar o necessário.
* Reinaldo Luiz Lunelli é contabilista, auditor, consultor de empresas, professor
universitário, autor de diversos livros de matéria contábil e tributária e membro da
redação dos sites Portal Tributário e Portal de Contabilidade.