a coruja

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A coruja – símbolo da filosofia A coruja da filosofia é a Coruja de Minerva. Minerva é uma deusa romana. Seu equivalente grego é Athena. A deusa Athena é filha predileta do deus dos deuses, Zeus, e da deusa Metis, cujo nome significa “conselheira”, e que indica a posse de uma sabedoria prática. Athena não nasceu de parto normal. Zeus engoliu a esposa, Metis, para se safar do filho que, pensava ele, poderia destroná-lo, aliás como ele próprio fez com seu pai, Cronos. O nascimento de Athena se dá de um modo especial: após uma grande dor de cabeça, Zeus teve sua fronte aberta por um de seus filhos, e daí espirrou Athena, já forte e grande. Athena seria a protetora natural de Athenas – uma vez que estava ligada à idéia de cuidado com as habilidades manuais, com as artes em geral, com a guerra enquanto capacidade de proteção e, enfim, com a sabedoria, ou seja, tudo que deveria comandar uma cidade. Todavia, foi desafiada por Poseidon, que também desejava ser o protetor da cidade de Atenas. Os deuses em reunião decretaram que ficaria com a cidade aquele que produzisse algo de mais útil aos mortais. Poseidon fez o cavalo, Athena fez a oliva. A vitória foi concedida a Athena. A disputa clássica na vida de Athena, no entanto, foi contra uma mortal – Arachne, talvez uma princesa, mas que aparece na mitologia como um tipo de doméstica. Arachne tecia muito bem, maravilhosamente, a ponto de dizerem que a própria deusa das habilidades, Athena, a havia ensinado. Mas Arachne negava tal fato e retrucava que poderia produzir uma rede muito superior a qualquer coisa que Athena fizesse. E assim desafiou a deusa.

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Símbolo.

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A coruja smbolo dafilosofia

A coruja da filosofia a Coruja de Minerva. Minerva uma deusa romana. Seu equivalente grego Athena.

A deusa Athena filha predileta do deus dos deuses, Zeus, e da deusa Metis, cujo nome significa conselheira, e que indica a posse de uma sabedoria prtica. Athena no nasceu de parto normal. Zeus engoliu a esposa, Metis, para se safar do filho que, pensava ele, poderia destron-lo, alis como ele prprio fez com seu pai, Cronos. O nascimento de Athena se d de um modo especial: aps uma grande dor de cabea, Zeus teve sua fronte aberta por um de seus filhos, e da espirrou Athena, j forte e grande.

Athena seria a protetora natural de Athenas uma vez que estava ligada idia de cuidado com as habilidades manuais, com as artes em geral, com a guerra enquanto capacidade de proteo e, enfim, com a sabedoria, ou seja, tudo que deveria comandar uma cidade.

Todavia, foi desafiada por Poseidon, que tambm desejava ser o protetor da cidade de Atenas. Os deuses em reunio decretaram que ficaria com a cidade aquele que produzisse algo de mais til aos mortais. Poseidon fez o cavalo, Athena fez a oliva. A vitria foi concedida a Athena. A disputa clssica na vida de Athena, no entanto, foi contra uma mortal Arachne, talvez uma princesa, mas que aparece na mitologia como um tipo de domstica. Arachne tecia muito bem, maravilhosamente, a ponto de dizerem que a prpria deusa das habilidades, Athena, a havia ensinado. Mas Arachne negava tal fato e retrucava que poderia produzir uma rede muito superior a qualquer coisa que Athena fizesse. E assim desafiou a deusa.

Athena transformou-se em uma velha e foi procurar Arachne, para aconselh-la a no desafiar um deus. Mas Arachne ficou furiosa, e manteve seu desafio. E ento veio o confronto. Ambas teceram rapidamente, mostrando uma habilidade incrvel, e a prpria disputa se fez de modo to fantstico que parecia uma homenagem ao trabalho. No produto de Athena, as figuras tecidas mostravam os deuses, imponentes, mas desgostosos com a presuno dos mortais. No produto de Arachne, as figuras exemplificavam erros dos deuses tudo em forma de deboche. O resultado foi que Athena no suportou o insulto, e se insurgiu contra Arachne. Quando foi para colocar fim na vida de Arachne sentiu piedade (piedade grega, no crist, claro) e a poupou, deixando-a viver como um estranho animal a aranha.

O mito pode ser lido como tendo o objetivo mostrar a criao da aranha. Mas, como sempre, fornece mais leituras: mostra Athena como compreensiva aos erros humanos: um deus que no fosse Athena no se daria ao luxo de virar uma mortal para, sutilmente, persuadir um outro mortal de no insult-lo. Assim, com tal caracterstica, Athena era de fato a condutora da cidade de Athenas, que recebeu tal nome por causa dela. Inspirados em Athena, os cidados gregos daquela cidade aprenderiam a se comportar diante das leis urbanas, deveriam tomar as melhores decises, evitar conflitos e se proteger, ordenadamente inclusive atravs da guerra contra inimigos externos.

A imagem de Athena povoou as mentes de alguns filsofos. Plato, ao falar de Athena, a tomou como protetora dos artesos, ressaltando o carter da deusa enquanto no somente uma guerreira e conselheira, mas efetivamente como aquela que, desde o momento que deu a oliveira aos mortais, estava preocupada em honrar a sabedoria prtica, a habilidade de usar as mos em articulao com o crebro. Talvez Marx, ao falar que o pior engenheiro ainda melhor que a melhor das aranhas, estivesse pensando, de fato, em Arachne. Mas certamente com Hegel que Athena se imortalizou para ns modernos, finalmente, na sua ligao com a filosofia. claro que predominou seu nome romano, Minerva. E mais que a prpria deusa, a coruja ficou no centro da histria.

A frase de Hegel, que diz que a Coruja de Minerva levanta vo somente ao entardecer, alude ao papel da filosofia. Ou seja, a filosofia s pode dizer algo sobre o mundo, atravs da linguagem da razo, aps os acontecimentos que haviam de acontecer realmente acontecerem. Antes que prever para prover, que um lema de Comte e, portanto, do esprito cientificista, Hegel preferia dar crdito a uma postura filosfica que se via distinta da postura da cincia: a voz da razo explica racionaliza a histria. Ou seja, depois da histria, ela mostra que esta no foi em vo.

Quando dizemos, com William James, que cada filosofia o temperamento do filsofo que a criou, podemos ento caminhar mais um pouco e dizer que Marx e Hegel aparecem como os que melhor encarnaram a prpria psicologia de Athena para tecerem suas filosofias. Marx e Hegel, cada um com sua prpria psicologia, seus temperamentos, captaram o esprito de Athena para fazerem disso espelhos para suas filosofias. Pois, afinal, Athena detinha com suas duas facetas o esprito de suas filosofias: de um lado, Athena era a protetora de uma democracia de artesos, de outro, a racionalizadora das decises urbanas. Portanto, Marx e Hegel, em essncia! Mas sabemos que, de fato, o smbolo da filosofia ficou sendo a coruja, no Athena. Poderia ser outro animal, e no a coruja, o mascote de Athena? E como mascote da filosofia, o que indica?

A coruja no bela. Plato era tido como belo, mas Scrates era horrvel. A coruja no adepta de uma viso unidirecional, ela gira a cabea quase que completamente, vendo todos os lados. Plato era adepto de uma viso unificadora, mas Scrates era quase um perspectivista. Plato ensinava em uma escola que, muitas vezes, foi oficial. Mas Scrates ensinava nas ruas. Foi acusado e condenado por seduzir os jovens, por roub-los da Cidade, da Plis. A coruja, por sua vez, a ave de rapina par excellence, e apanha os descuidados na noite. Os leva da cidade, para seu ninho. E ento, d para entender, agora, o que que coruja e filosofia fazem juntas?

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Explicando: qual a razo de ser a coruja o smbolo da filosofia?

A coruja a representante da Filosofia por ser a imagem de reflexo, de contemplao, de silncio e observao. A coruja vista como um ser noturno que pouco produz som. Seriam estes ento os motivos? Mas no s. Na mitologia a coruja era o animalzinho de estimao da Deusa Athena, que representa a Inteligncia, filha predileta de Zeus. Por ser "amor a sabedoria" a traduo para o termo PHILO+SOPHIA, entendemos que a coruja representa ento uma 'amiga do saber', a amiga de Athena. A traduo do nome Athena "conselheira", e que indica a posse de uma sabedoria prtica. Athena seria a protetora natural da CidadeAthenasj queestava ligada idia de cuidado com as habilidades manuais, com as artes em geral, com a guerra enquanto capacidade de proteo e, enfim, com a sabedoria, ou seja, tudo que deveria comandar uma cidade.

Surgiu ento a representao de amizade entre o mascotinho e sua dona. A FILOSOFIA unifica a idia de observao, reflexo e sabedoria.

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Por que a coruja smbolo de sabedoria?

Por influncia da mitologia grega, tanto que Atena, deusa da guerra e da sabedoria, tinha uma coruja como mascote. Os gregos consideravam a noite como o momento do pensamento filosfico e da revelao intelectual e a coruja, por ser uma ave noturna, acabou representando essa busca pelo saber. H ainda uma outra explicao para tal relao, da qual, certamente, o animal no se orgulharia tanto. Com seus olhos grandes e desproporcionais, a coruja se tornou tambm smbolo da feira. Numa lngua nrdica antiga, ela era chamada de ugla, palavra que imitava o som emitido pela ave e que daria origem ao termo ugly, "feio" em ingls. "Assim, a coruja segue o esteretipo do sbio, que geralmente tido como algum mais preocupado com as divagaes interiores que com a aparncia externa", diz o helenista (estudioso da civilizao grega) Antnio Medina Rodrigues, da Universidade de So Paulo (USP). Mas no foi em todas as culturas que o animal se transformou em smbolo de inteligncia.

No Imprio Romano, por exemplo, a ave era considerada agourenta e seu canto anunciaria a proximidade da morte. Alm disso, outros animais tambm foram usados em civilizaes diferentes para representar a sabedoria, como a tartaruga para os chineses e o salmo para os celtas.

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