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Robert Abreu de Melo

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1ª ediçãoSetembro - 2010Vila Velha - ES

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Copyright © 2010 Above Publicações

ISBN 978-85-63080-23-3

Primeira edição, setembro - 2010

Editor ResponsávelUziel de Jesus

RevisãoAlexandra Resende

CapaMelissa Roncete

Diagramação e CapaAbove Publicações

www.aboveonline.com.br

Todos os direitos reservados pelo autor.É proibida a reprodução parcial ou total

sem a permissão escrita do autor.

Impresso na Gráfica Viena

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A Criação: Uma Utopia Possível

Ousadia! Não há outro termo que melhor explane o pensamento do escritor Robert Melo, ao traçar as linhas do livro A Criação.

Sua narrativa, um tema já bastante explorado e difun-dido como a degradação das florestas ou a política ecológica, não cai na armadilha da pieguice, típica de muitos autores da nossa região.

A linguagem usada demonstra um mimetismo ímpar, pois explora um pensamento hermético (marca registrada em autores como Franz Kafka ou Murilo Rubião), disfarçado em frases simples, articuladas por personagens que muito se parecem com pessoas ao nosso redor.

O discurso nesta obra envereda por caminhos desafia-dores, tais como a ficção científica e o realismo fantástico, con-sagrado por autores como George Orwell ou Júlio Verne.

Robert Melo propõe uma nova literatura, com uma vivacidade de imaginação, uma verve inata a autores que não se

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apegam à mesmice literária e, ao contrário, quebram barreiras até algum tempo consideradas intransponíveis. Autores como J.J. Veiga ou Guy de Maupassant.

Enfim, se você é daqueles que não temem a uma leitura instigante, pode acreditar que a leitura de A Criação é um ponto de referência para os ousados, os que não têm medo de buscar a verdade, mesmo que ela seja chocante ...

Walterney Lopes Monteiro

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Este livro não teria sido possível sem o apoio de Suzana Ferraz.

Agradeço também ao professor Walterney pela leitura dos manuscritos e pelos valiosos comentários.

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Robert Abreu de Melo

Sumário

O planeta na atualidade 09

O visor de imagens 15

Esclarecendo alguns segredos 19

A Universidade Global 31

William e seu Novo Mundo 35

A Missão 49

Reunião com a cúpula do poder científico 61

A mais importante descoberta científica 67

Reunião extraordinária 89

O grande projeto de William é concretizado 93

O atual planeta 119

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Nemo ante mortem beatu est. (Ninguém é feliz perante a morte)

Sólon de Atenas

O planeta na atualidade

No ano 4013 da era cristã, voltei onde tudo começou. Estava tudo muito calmo, um silêncio profundo, que escondia o segredo de toda existência. Silêncio

assustador ou triste, algo de revolta pelo abandono e destruição. Caminhei como nos livros antigos, observando com calma a pai-sagem que ora aparece, ora some na escuridão do nada.

Algumas construções ainda se encontravam erguidas. Edi-fícios enormes onde o tempo estava alimentando-se e que serviam, agora, somente para fazer os ventos assobiarem quando por eles passavam. Algo de fato assustador que promovia medo ao homem mais corajoso.

As árvores não mais existiam, assim como suas flores e frutos, impossibilitando a existência de seres vivos, pois o planeta também estava sem oceanos, mares, rios, lagos, enfim, sem água.

Este planeta não possui mais o brilho que tanto maravilhou nos tempos de glória. A variedade de cores que simbolizavam a vida

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agora estava resumida a cores escuras e sem brilho, cores que nos fazem lembrar da morte.

Algumas raízes secas ainda tentam resistir ao tempo agar-rando-se ao solo arenoso, que mais quer se ver livre delas.

Procurei vestígios nos locais mais apertados e escondidos para ver se achava uma única teia de aranha ou algo que demons-trasse a existência de insetos, mas não encontrei.

Continuei caminhando, quando, de repente, escuto algo. Parecia que estava se mexendo. O meu coração começou a bater mais rápido. Comecei a aproximar-me. O barulho vinha de trás de uma antiga construção que resistia ao tempo. Continuei a aproximar-me, quando avistei uma cruz que acabara de cair da torre do que parecia ser no passado uma igreja.

Resolvi subir em um dos edifícios daquela avenida, e deparei-me com duas portas fechadas, a placa indicava ser a porta de um elevador. Toquei na porta e ela caiu, e no seu interior esta-vam doze ossadas que, quando vivas, pensavam poder sobreviver à morte escondendo-se ali dentro, morte que as buscava, e que não encontrou dificuldades para encontrá-las. Portas estas que resistiam há quase 2.000 anos executando sua última função, mas que foram vencidas pelo tempo caindo sobre as ossadas com um leve toque.

Olhei para o lado e vi as escadas que davam acesso ao ter-raço. Comecei a subir os degraus, ao mesmo tempo em que subia, deparava-me com esqueletos humanos. Eles se encontravam nas mais variadas formas, a maioria encontrava-se em dupla, o que parecia demonstrar que eram namorados ou que nos últimos mi-nutos de suas vidas resolveram demonstrar de fato o que a vida em sociedade proibia, que era o amor proibido. Muitos, também, encontravam-se em grupos de dez a vinte pessoas agarrados uns aos outros, pareciam buscar forças para suportar a morte que caminhava em suas direções. Eram poucos os esqueletos que se encontravam solitários, mas tinham como característica estar encostados na pa-rede ou nos cantos do edifício, demonstrando medo de um planeta que os criou.

Consegui chegar ao terraço, lá se encontravam algumas

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Robert Abreu de Meloossadas, assim como a carcaça de um helicóptero com quatro ca-veiras no seu interior, acho que tentavam fugir de um mal que se encontrava também na atmosfera terrestre, mas que, por conta do destino, morreram sem levantar voo.

Lá do alto eu tinha uma visão privilegiada da antiga cidade. Existiam muitas casas, ou melhor, muitas paredes. Os telhados não tinham suportado a ação do tempo. Eram milhares de casas que agora pareciam fazer parte de um grande labirinto.

Já era de tarde, o sol brilhava para um planeta sem vida, que mais parecia se envergonhar da roupa que agora vestia, roupas que não refletiam o brilho das luzes e que esperavam a noite para se camuflarem nas trevas da escuridão.

O pôr do sol estava próximo, lentamente ele ia se escon-dendo nos escombros que restavam na superfície. A noite chegou juntamente com uma linda constelação que, por um minuto, faz-me esquecer do mundo bizarro em que eu me encontrava. Por incrível que pareça, aquele local era o mais adequado para se apreciar as estrelas; elas brilhavam mais do que nunca, pareciam viver em har-monia umas com as outras e um ar de tranquilidade tomou-me por completo o que me fez soltar por um leve momento um sorriso, e com ele adormeci.

De repente, algo surge no meio da estrada rachada. Era uma moça que vinha em minha direção. Quando estava a uns dez metros de distância, já podia descrever seus traços. Ela possuía cabelos lisos, longos e escuros, seus olhos brilhavam e clareavam ainda mais sua pele branca. Ela estava vestida com uma saia desbotada e uma blusa verde sem mangas que pareciam estar bastante usadas. Os pés não possuíam calçados. Quando ela percebeu a minha presença, parou e ficou por alguns minutos me olhando, em seguida começou a andar para trás como se estivesse com medo de mim, foi quando ela virou-se e começou a correr. Eu fiquei por alguns segundos sem saber o que fazer, mas resolvi correr em busca daquela estranha moça. Ela corria mais do que eu, foi quando avistei no fim da estrada rachada dois faróis que vinham em alta velocidade em direção à moça, era um carro muito usado pelos meus antepassados e quando percebi que ambos iam se chocar, gritei:

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– Paaaaare!Acordei todo suado com o coração batendo forte e percebi

que tudo aquilo não passava de um estranho sonho. O sol já brilhava forte no céu e resolvi deixar o edifício. Estava com medo de fazer o mesmo percurso, parecia que algo agora me acompanhava.

Quando cheguei ao térreo, caminhei até a porta que dava para a saída, parei e fiquei por vários minutos olhando para as construções que no passado pareciam formar o setor comercial, comércio que lembrava agitação, pessoas que andavam quase cor-rendo deparando-se umas com as outras, para nunca perderem o horário. E agora vejo um local calmo, sem agitação, sem multidões, sem vida. É, de fato as coisas podem mudar muito rápido sem dar tempo de a maioria pedir perdão. Perdão de quê? E para quem? Se elas não passavam de operárias, responsáveis apenas pelo fun-cionamento do sistema. Muitas delas viviam pior do que muitos animais, pois os animais não tinham consciência de si e do que acontecia ao seu redor.

Desci mais três degraus que davam acesso às ruas rachadas daquela cidade fantasma. Existiam muitas carcaças de veículos: pneus, chassis, aros, ou seja, partes mais resistentes. Caminhei por um longo período com calma e lembrei que minha mãe falava muito dos grandes aglomerados de água que existiam neste planeta e que formavam imensos oceanos e longos rios. Continuei a caminhar até o momento em que avistei um grande buraco comprido. Parei e passei a observá-lo, depois de algum tempo percebi que estava à frente de um leito morto de um rio e que as águas que deram o seu formato tinham desaparecido. Parece que o destino mandou as águas cavarem suas próprias covas para que no futuro alguém as encontrasse e lembrasse que um dia elas existiram. Adentrei no buraco e andei lentamente escutando o vento que parecia querer falar e contar-me o que acontecera naquele local. Muitas ossadas, carcaças de embarcações e outras coisas encontravam-se no fun-do desse buraco. Buraco que há muito tempo via passar por ele variedades incríveis de espécies de vida aquática. A tristeza voltou novamente a tomar o meu corpo. Eu tinha vontade de abraçar todo aquele mundo, de chorar junto com ele, de morrer junto com ele,

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Robert Abreu de Meloera o mínimo que eu poderia fazer por um planeta que me deu a vida.

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Homo hominis lupus. (O homem é o lobo do homem)

Plauto

O visor de imagens

Desgovernado, continuei a caminhar, quando, de repente, me deparei com um buraco ainda maior do que aquele que tinha percorrido. Esse parecia

não ter fim e no seu interior se encontravam as mesmas marcas de destruição. Aquele lugar, com certeza, era cheio de água e formava o oceano que minha mãe sempre falava, e que agora ajuda a tornar mais assustador este planeta.

Voltei em direção à parte mais alta daquele local, sentei na areia quente e acionei o visor de imagens na parte em que ele me mostrasse as imagens antigas deste planeta que foram registradas pelos meus antepassados. As imagens começaram a aparecer. Pai-sagens incríveis que um dia fizeram parte deste mundo. Primeiro ele mostrou a floresta, e o número de cores se multiplicava a cada momento, nunca tinha visto em minha vida algo tão verde, era a cor verde nas mais variadas tonalidades, tinha para todo gosto, claro, escuro, e multiplicavam-se ainda mais quando as imagens se aproximavam cada vez mais da floresta, outras cores surgiam, cores

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que ficavam escondidas pelas folhagens verdes daquele lugar, eram as flores que possuíam as mais variadas cores: amarelas, azuis, bran-cas, vermelhas, enfim, cores que até pouco tempo não conseguia imaginar. E quando a imagem mostrou o interior da floresta, novas formas de vida apareciam, várias espécies de mamíferos, insetos, répteis e outros seres que não consigo decifrar. Todos possuíam uma característica: viver em harmonia com a natureza. Cada um com sua função dentro daquela imensidão. A floresta parecia ser sábia pelo fato de ter organizado tão bem seu ambiente a ponto de acolher em seus braços esta imensa variedade de espécies vivas.

As imagens saíram da floresta e depararam-se com um rio, era um rio largo e bem comprido, as luzes do sol batiam em suas águas escuras e as faziam brilhar... De repente a máquina que registrou as imagens mergulhou nas águas do rio e outras cenas foram surgindo, cardumes variados surgiam no visor de imagens. Havia peixes com vários formatos: compridos, redondos, grandes e pequenos. A maioria brilhava e possuía cor prateada; outros apresentavam pontos em suas escamas ou couro, pontos negros, vermelhos, amarelos, verdes, além de outras cores que ajudavam a dar nomes às várias espécies e faziam brilhar as águas escuras da-quele rio. O registrador de imagens foi descendo cada vez mais, e a nitidez diminuía até que o mesmo disparou o sensor de luz para áreas escuras, as imagens voltaram a aparecer nitidamente no visor. Novas espécies surgiam. Uma chamou minha atenção pelo seu ta-manho, era um peixe de escamas, possuía a boca chata e devia medir uns três metros de comprimento; em seguida apareceu uma nova espécie, era um peixe de couro, negro, meio arredondado e nadava com um filhote a seu lado. O registrador continuou percorrendo seu percurso, saiu das águas do rio e começou a focar em direção ao céu buscando as aves. Os pássaros voavam sem preocupação em diferentes direções. Os menores eram os mais bonitos e mais ágeis. Realizavam manobras radicais dando rasantes próximos à água. Continuei a observar os pássaros até o momento em que o registrador de imagens virou-se para baixo novamente, a paisagem mudou por completo, e agora o visor só mostrava água em todas as direções que ora estavam verdes, ora azuis. Era o oceano, a

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Robert Abreu de Melocoisa mais linda que já vi em minha vida. O registrador percorria sobre as águas que pareciam ser eternas, deu um mergulho e novas espécies de seres aquáticos surgiam com brilhos, cores e tamanhos diferentes. Imagens fantásticas surgiam a cada momento em que passava, uma espécie enorme apareceu no visor, deveria possuir várias toneladas, outras, menores um pouco, eram mais agressivas e possuíam o dom do ataque.

O visor continuava a mostrar imagens do mundo natural quando, no fundo, o cenário começou a transforma-se. Cores cinza passaram a ganhar espaço no meio do verde. Eram edifícios, casas, praças, ruas e uma multidão de humanos caminhando nas calçadas com pressa, ninguém queria perder um único minuto, todos indo ou voltando do trabalho, ou ainda em busca de um. Os carros não paravam de buzinar nos sinais. Quando o sinal fechava em todos os sentidos e dava espaço aos pedestres, dava para perceber a de-sigualdade social que reinava ali. Carros dos mais variados tipos demonstravam o poder aquisitivo de uns e a miséria de outros que se apertavam nos coletivos. Nas ruas, a maioria vestia-se com roupas simples, enquanto uma minoria se encontrava engravatada, com a cabeça erguida, fingindo não ver a miséria que a cercava. O regis-trador de imagens continuou a percorrer a cidade. Na parte direita do visor havia um prédio comprido e largo, o registrador passou a deslocar-se em sua direção, adentrou e começou a mostrar cenas de seu interior, lá existia uma série de máquinas próximas uma das outras, em cada máquina uma ou duas pessoas se encontravam para manuseá-las. As pessoas pareciam estar hipnotizadas pelas máquinas, com os olhos fixos em seus movimentos, alguns ficavam apenas apertando parafusos ou observando se as peças estavam perfeitas. Aqueles indivíduos pareciam fazer parte das próprias máquinas. O registrador passou para outro galpão e mesas compridas apareceram no visor, ao redor das mesas fileiras de pessoas, cada uma com uma função diferente, no início não dava para perceber que produtos estavam montando, mas as pessoas trabalhavam como operárias de um formigueiro, com movimentos que se repetiam o dia inteiro. Ao registrar uma imagem panorâmica, revelou qual era o produto fabricado. Eram motocicletas de várias cilindradas. O registrador de

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imagens saiu da fábrica e passou a sobrevoar vários outros galpões de diferentes tamanhos. Em seguida surgiu um novo cenário. Vários casebres surgem, um do lado do outro, formando uma grande favela, eu não conseguia imaginar como aquelas pessoas conseguiam viver em um local tão impróprio para a vida humana, não havia redes de esgoto, os becos predominavam, e os casebres pareciam pedir para o mundo se acabar, não conseguiam se sustentar nos morros ou nas áreas alagadas daquela cidade. As crianças brincavam num pequeno chão de terra, desprovidas de calçados e até mesmo de roupas, mas mesmo assim sorriam com seus dentes amarelados combinando com o rosto. As suas barrigas, geralmente, eram gran-des. Mas como poderiam ser grandes se minha mãe contava-me que faltava comida para elas? O registrador de imagens entrou em uma dessas residências, era um casebre de madeira. As tábuas pareciam ser aproveitadas de outras construções: eram de várias cores. Exis-tia apenas um compartimento, com um fogão de duas bocas, uma cama de solteiro e várias redes que se trançavam pelo cômodo. A dona da casa estava magra, apesar da gravidez. Tinha cinco filhos e estava à beira do fogão, mexendo uma panela. Parecia pensar no destino de todos que ali moravam, mas não se alegrava com seus pensamentos. A imagem saiu da casa e continuou a percorrer o espaço daquela cidade. Começaram a aparecer no visor várias casas idênticas, era um conjunto grande e que parecia ter sido planejado ao contrário dos casebres. A vida naquele ambiente parecia ser mais adequada do que naquela anterior. Havia áreas para a prática de esportes e saneamento básico. As imagens continuaram a surgir no visor e o cenário mudou novamente, agora casas enormes começam a aparecer, os terrenos eram grandes e na maioria deles existiam quadra de esportes e piscina, o que demonstrava a existência de classes econômicas distintas: nessas grandes casas pareciam morar as pessoas que detinham o poder econômico, político e cultural da época, isto é, enriqueciam através da exploração do trabalho de indivíduos das classes inferiores que, para sobreviverem, tinham de vender sua força de trabalho em favor dos que detinham os meios de produção e capital; do outro lado, os desvalidos que lutavam diariamente para sobreviverem.

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Philosophia ancilla Theologiae. (A Filosofia é serva da Teologia)

Pedro Damião

Esclarecendo alguns segredos

Continuei junto ao visor de imagens, observando e analisando como os humanos viviam no planeta na antiguidade. A datação das imagens era do ano 2015

do calendário cristão. Quando, de repente, senti a mão de alguém apertar meu ombro, fiquei assustado e com medo de olhar para trás, a pessoa falou:

– Oi!Continuei com medo, mas não podia deixar de olhar. Virei

e quando olhei, surgiu um ar de alegria em meu corpo. Era minha mãe. Ela estava mais bonita do que nunca, com seus olhos azuis, loira e com 1,80 de altura.

– É você, mãe? – perguntou o filho. – Claro que sim – respondeu ela. – Eu já estava preocupada

com você, filho. Já faz dois dias que veio para este planeta e não se comunica comigo. O que está acontecendo com você?

– Nada, mãe, apenas não consegui sair deste planeta, fiquei

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num primeiro momento assustado com suas antigas construções e formas e, num segundo, não consegui largar o visor de imagens que mostrava várias outras formas de vida que existiam aqui, e agradeço a sua vinda pois, com certeza, iria aqui passar alguns dias vidrado neste planeta que tanto me interessou.

– É, meu filho, nós estamos, hoje, no 4013 da era cristã, e você tem vinte anos de idade, inclusive daqui a duas semanas completará vinte e um, mas continua apaixonado por este planeta como há milhares de anos.

– O que a senhora está falando, mãe?– Eu acho que chegou a hora de contar toda a verdade

para você.– De que verdade a senhora está falando?– Vai ser um pouco difícil no início, mas você é um rapaz

muito inteligente e com certeza irá me compreender no final.– A senhora está me deixando ansioso!– Então acalme-se que irei contar-lhe.– Comece logo que a ansiedade já começa a me corroer

por dentro.– Pois bem, parece até que você adivinhou o local onde

você nasceu de fato.– Como assim o local onde eu nasci de fato? Pelo que sei,

eu não nasci neste planeta!– Se você não se acalmar, irá ter mais dificuldades para

compreender o assunto que tenho para lhe esclarecer.

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