a crise de 1929
TRANSCRIPT
PROF. VALTEMBERG
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918): PROPORCIONOU UM GRANDE CRESCIMENTO NA ECONOMIA NORTE-AMERICANA.
DE MAIOR DEVEDOR (US$ 3 BILHÕES) A MAIOR CREDOR (US$ 11 BILHÕES)
CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL : -1914 = 15% DAS INDÚSTRIAS DO MUNDO -1928= 42% DAS INDÚSTRIAS DO MUNDO
PROF. VALTEMBERG
“AMERICAN WAY OF LIFE”: O INÍCIO DA DÉCADA DE 20 (“ANOS LOUCOS”) FOI MARCADO PELO CONSUMISMO E PELA PRODUÇÃO INDUSTRIAL E AGRÍCOLA EXAGERADAS.
ERA DO JAZZ, DO RÁDIO E DO CINEMA FALADO; “UMA CULTURA SEM LIMITES”: RECORDES DE
DIVÓRCIOS E DO CONSUMO DE COCAÍNA; EM 1929, UM EM CADA SEIS NORTE-
AMERICANOS TINHA SEU CARRO (NA EUROPA ERA UM AUTOMÓVEL PARA CADA 84 PESSOAS)
CONSUMIR TORNOU-SE UM DEVER PATRIÓTICO
A ESPECULAÇÃO FINANCEIRA: A COMPRA DE AÇÕES TORNOU-SE “UMA FEBRE” ENTRE OS CIDADÃOS.
OS BANCOS CENTRAIS DOS PAISES EUROPEUS (A EXEMPLO DO REICHSBANK DA ALEMANHA) FORAM OBRIGADOS A ELEVAR SEUS JUROS PARA EVITAR FUGA DE CAPITAIS PARA OS E.U.A.
O VALOR DO CONJUNTO DAS AÇÕES SUBIU DE 27 BILHÕES (1925) PARA 87 BILHÕES EM 1929.
DESIGUALDADES SOCIAIS: EM 1929, 90% DA RIQUEZA ESTAVA NAS
MÃOS DE 13% DA POPULAÇÃO; EM 1914, HAVIAM 7 MIL MILIONÁRIOS; EM 1928, JÁ HAVIAM 40 MIL MILIONÁRIOS; POR OUTRO LADO, 21% DA POPULAÇÃO
MAIS POBRE VIVIA COM MENOS DE MIL DÓLARES POR ANO (O MÍNIMO SERIA 2 MIL DÓLARES, PARA VIVER COM ALGUMA DIGNIDADE)
NÃO HAVIA PREVIDÊNCIA SOCIAL NOS E.U.A.
A SUPERPRODUÇÃO INDUSTRIAL E AGRÍCOLA ENTRE 1899 E 1927, A PRODUÇÃO DE AÇO
CRESCEU 780%; A PRODUÇÃO DE MÁQUINAS CRESCEU 562% O PREÇO BAIXO DOS PRODUTOS AGRÍCOLAS
PERMITIA O CONSUMO DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS.
A GENERAL MOTORS PRODUZIA 35% DOS AUTOMÓVIES, A U.S. STEEL PRODUZIA 32% DO AÇO E KODAK 75% DOS PRODUTOS FOTOGRÁFICOS DO MUNDO.
O SUBCONSUMO: A EUROPA JÁ ESTAVA RECUPERADA DA 1ª G.
MUNDIAL (POR VOLTA DE 1926 REDUZIRAM AS IMPORTAÇÕES DE PRODUTOS NORTE-AMERICANOS)
A AMÉRICA LATINA NÃO CONSUMIA O SUFICIENTE PORQUE TAMBÉM NÃO EXPORTAVA O SUFICIENTE
OS REAJUSTES SALARIAIS NÃO ACOMPANHAVAM O CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA.
“A BASE DA PRODUÇÃO DA ECONOMIA É MAIOR DO QUE A BASE DO CONSUMO, ISTO É, PRODUZ-SE MAIS, NÃO DO QUE É NECESSÁRIO, MAS DO QUE PODE SER VENDIDO COMO LUCRO” (LEO HUBERMAN ALERTOU SOBRE UMA POSSÍVEL CRISE)
A POLITICA ECONÔMICA LIBERAL: OS PRESIDENTES CALVIN COOLIDGE E HERBERT HOOVER (DO PARTIDO REPUBLICANO) ERAM CONTRÁRIOS A QUALQUER INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA
C. COOLEDGE e H. HOOVER
ESPECULAÇÃO: BANCOS EMPRÉSTIMOS COM JUROS BAIXOS
APLICAVAM EM AÇÕES NA BOLSA DE VALORES
LUCRO FÁCIL E RÁPIDO PARA PAGAR OS EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS
OS SINAIS DA CRISE: O FED (BANCO CENTRAL) ALERTOU O
GOVERNO SOBRE O EXCESSO DE CRÉDITO PARA EMPRÉSTIMOS ESPECULATIVOS;
A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE INDÚSTRIAIS ALERTAVA QUE OS ESTADOS UNIDOS ESTAVAM PRODUZINDO ACIMA DO QUE PODERIAM CONSUMIR;
ALGUNS CIDADÃOS (EMPRESÁRIOS, ARTISTAS E ATLETAS) RETIRARAM SEUS CAPITAIS DA BOLSA DE NOVA IORQUE
FED (BC) ELEVA AS TAXAS DE JUROS
BANCOS COBRAM OS EMPRÉSTIMOS
ESPECULADORES TIVERAM QUE VENDER SUAS AÇÕES
O EXCESSO DE OFERTA DE AÇÕES PROVOCA QUEDA NO VALOR DAS MESMAS
No dia 29 de Outubro de 1929, negociaram-se 16.4 milhões de ações;
O Dow Jones perdeu 12% nesse dia. A Bolsa perdeu $14 mil milhões de dólares nesse dia, somando aos $30 mil milhões perdidos nessa semana, o que era 10 vezes mais que o orçamento anual do governo federal e muito mais do que os Estados Unidos gastou na Primeira Guerra Mundial.
Do dia para a noite, prósperos empresários passaram a ser donos de papéis em nenhum valor – alguns cometeram suicídio.
“Toda a tragédia, assim, se convergiu para a terça-feira negra, 29 de outubro de 1929, data devastadora para a Bolsa de Nova York e todos os mercados mundiais. Logo no início da manhã, uma enxurrada de papéis foi colocada à venda – e em muitos casos, lotes e lotes não encontraram compradores (...)”
Uma irrefreável onda de vendas derruba o preço das ações,causa pânico na Bolsa de Nova York e leva milionários à bancarrota.Para onde vai a economia do país mais rico do mundo?
A Grande Depressão : A quebra da bolsa arruinou os especuladores,
deteve as vendas a crédito e impossibilitou os devedores de pagar suas dívidas;
Em três anos, faliram 4 mil bancos e 85 mil empresas;
A produção industrial caiu 50%, os preços agrícolas despencaram, levando muitos produtores rurais a perderem suas terras;
Os salários cairam e o desemprego chegou a 20 milhões de norte-americanos
As exportações norte-americanas cairam de 4,3 bilhões de dólares para 1,3 bilhões (1929-33);
A produção industrial alemã caiu 39%; O comércio mundial caiu 25%; A Inglaterra reduziu 70% de suas exportações; As exportações do café brasileiro foram bastante
prejudicadas (Getúlio tentou salvar a economia cafeeira adotando medidas radicais);
#obs: Só a URSS não foi afetada pela crise capitalista de 1929 (sua economia era fechada).
Em 1932, mergulhados em uma profunda crise e diante da idéia de que o liberalismo e a especulação financeira haviam imposto um ritmo de crescimento surreal à verdadeira situação da economia, os EUA elegem o democrata Franklin Delano Roosevelt como presidente, com o desafio de reerguer a economia com um modelo diferente de crescimento.
A partir dos princípios econômicos de John Maynard Keynes, a equipe econômica do novo presidente elaborou um plano econômico chamado New Deal, ou Novo Acordo/Pacto.
O pacote econômico implantado trouxe, entre outros pontos:
Controle governamental dos preços de diversos produtos industriais e agrícolas;
Concessão de empréstimos aos proprietários agrícolas e perdão das velhas dívidas;
Realização de um grande programa de obras públicas (geração de empregos temporários);
Criação do seguro-desemprego; Recuperação industrial; Controle de emissão de valores monetários;
#obs: A construção civil tem a vantagem de absorver mão-de-obra desqualificada;
Para pagar os salários dos trabalhadores, o governo teve que recorrer à emissão de moedas sem lastro-ouro (perigo inflacionário);
A economia norte-americana recuperou-se durante a 2ª Guerra Mundial;
A política de intervenção do Estado na economia durou até a década de 70;
Nos anos 80, EUA e Inglaterra deram início ao “NEOLIBERALISMO”.