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A crise internacional e seus reflexos sobre o Brasil
Robson GonçalvesEconomista
Professor do FGV Management
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Efeitos da crise nos mercados
Impactos imediatos
O que esperar em 2009 e 2010?
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Impactos imediatos
Três questões relevantes na esfera macro
Por que a crise se agravou?
Quais os principais canais de contágio?
Como o Brasil é impactado?
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Por que a crise se agravou?
A taxa de juros e o pós-11 de setembro
Os atentados de 11 de setembro atingiram a economia americana em um momento de reversão
A forte queda de juros ocorrida em 2001 estimulou o crédito, impulsionou demanda e os resultados das empresas
As inovações financeiras recentes (private equity, hedge funds etc) intensificaram as altas nas bolsas e nas commodities
Muitas famílias americanas passaram a tomar crédito para comprar ações e, algumas, hipotecaram seus imóveis para entrar na bolsa
Quando os juros americanos atingiram 5%, começou o processo de fragilização financeira
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EUA: taxa de juros básica (FOMC) 2000-2008
Fonte: IPEADATA.
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O efeito dominó: da bolsa às hipotecas
Quando os resultados da bolsa se tornam insuficientes para cobrir os pagamentos com juros, inicia-se a chamada “fase Ponzi”: dívidas novas para pagar dívidas velhas
A queda de preços dos imóveis o valor das hipotecas, pressionando o resultado de bancos e seguradoras
As perspectivas de reversão de bolsa e dos preços das commodities faz com que os fundos especulativos vendam posições
Maiores quedas nas bolsas e piora dos resultados das empresas financeiras agravam a situação das famílias endividadas
A retração do consumo piora o resultado das empresas e derruba a bolsa e as commodities ainda mais...
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O efeito das crises financeiras é limitado
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Componentes da Demanda
Variação percentual
Trim./ Trim.*Trim./ Mesmo
Trim. 2007Acumulado em
4 Trim.
PIB total 1,6 6,1 6,0
Consumo Primado 1,0 6,7 7,0
Consumo do Governo 0,3 5,3 4,1
Investimento 5,4 16,2 15,5
Exportações 8,5 5,1 2,5
Importações 8,4 25,8 22,2
Crédito total - 36,0 37,0
* Com ajuste sazonalFonte: IBGE e Banco Central
O desempenho da economia antes do agravamento da crise
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Índices de inflação ao consumidor2004-2008
Fonte: IBGE.
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Canais de contágio: contas externas, câmbio e crédito
A desaceleração mundial tem impacto potencialmente elevado sobre nossas contas externas
A escassez de dólares pressiona a taxa de câmbio tendo dois desdobramentos:
- Ameniza o efeito da queda de preços internacionais
- Gera maiores pressões inflacionárias
A escassez de crédito afeta sobretudo os exportadores
No mercado interno, essa escassez é momentânea e típica dos momentos de crise
A desaceleração da demanda, especialmente do consumo, é uma forma de conter o crescimento das importações
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Balanço de Pagamentos2007-2008
Fonte: Banco Central
2007 2008
Setembro Jan.-Set. Ano Setembro Jan.-Set.
Balança comercial 3 471 30 934 40 027 2 754 19 638
Serviços e rendas - 3 155 - 30 276 - 42 344 - 5 846 - 45 742
Transferências unilaterais 256 2 958 4 029 323 2 840
Saldo em Tr.Correntes 572 3 617 1 712 - 2 769 - 23 264
Investimento direto - 520 31 281 27 518 3 225 15 427
Capital de curto prazo 2 404 35 582 48 390 - 1 809 17 087
Derivativos - 6 - 465 - 710 10 - 401
Outros investimentos - 3 122 5 584 12 970 1 675 17 258
Saldo da Conta Capital - 1 188 72 546 88 924 3 203 50 100
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Taxa de câmbio – curto prazo2008
Fonte: Banco Central
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Reservas internacionais2008
Fonte: Banco Central
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O que esperar?
Câmbio
- Os elementos que geraram a debilidade do dólar nos últimos anos ainda estão presentes
- O fluxo cambial para o Brasil ainda é positivo
Inflação
- As expectativas de inflação não indicam o comprometimento da meta
- A queda do preço das commodities é mais certa do que o nível de equilíbrio da taxa de câmbio
Juros e Crédito
- O Bacen já moderou a política de taxa de juros
- Diversos mecanismos estão sendo utilizados para garantir o crédito em setores como automobilística, agricultura e construção
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O que esperar?
Atividade econômica
- As previsões de crescimento para 2009 estão distorcidas
- Caso se confirme, o crescimento do PIB de mais de 5% em 2008 já terá contaminado o crescimento de 2009
- Se a atividade econômica se mantiver durante todo o ano de 2009 no patamar de dezembro de 2008, o crescimento do PIB será de 2%
- Pisos razoáveis de crescimento do PIB em 2009 são 2,1% para o mundo, 4,0% para o Brasil e 4,5% para o setor de serviços
- O adiamento dos projetos de investimento, sentidos nas últimas semanas, não significa cancelamento; é preciso monitorar o comportamento das decisões de investimento das empresas nos próximos 3 a 4 meses para dimensionar corretamente a desaceleração.