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“A CULTURA CORPORAL: POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO
FUNDAMENTAL”
Suzana Terezinha dos Santos Machado*
Professora PDE Profa. Dra. Carmem Elisa Henn Brandl
Orientadora
RESUMO: O estudo aqui proposto teve por objetivo refletir sobre as possibilidades e limitações da prática pedagógica dos professores de Educação Física especialmente sobre os conteúdos desenvolvidos nas aulas e propostos pelas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. Caracterizou-se como um estudo descritivo, tendo como instrumento de coleta de dados um questionário, aplicado a 15 professores de Educação Física que atuam no ensino fundamental em 09 Escolas da Rede Estadual de Ensino do município de Marechal Cândido Rondon. Após levantamento e análise dos dados, segundo relato destes professores, concluiu-se que os conteúdos trabalhados efetivamente nas aulas de Educação Física são os esportes coletivos sendo que o futebol de salão é o esporte mais evidenciado e destaca-se como preferido pelos alunos. Os motivos apontados na pesquisa para a predominância dos esportes nas aulas de Educação Física, são a falta de estrutura física e a falta de materiais adequados, a preferência da maioria dos alunos por determinados conteúdos bem como a facilidade da maioria dos professores para ministrar este conteúdo, tanto pela sua formação como pelas condições que a Escola oferece. Palavras-chave: Cultura Corporal, Prática Pedagógica, Conteúdos.
ABSTRACT: The study proposed here aimed to reflect on the possibilities and limitations of the pedagogical practice of teachers of Physical Education particularly on the content developed in the classes offered by the Curriculum Guidelines and the state of Parana . Was characterized as a descriptive study, taking as a tool for data collection a questionnaire, applied to 15 teachers of Physical Education who work in elementary schools in 09 Schools of Network's State of Education in the municipality of Marechal Cândido Rondon. After surveying and analyzing data, the second story of these teachers, it was concluded that the content actually worked in the classes of Physical Education are the collective sports and that football is the sport of ballroom more evident and stands out as preferred by the students. The reasons given in the search for the dominance of sports in physical education classes, are the lack of physical structure and the lack of suitable materials, the preference of most students in certain content and the ease of most teachers to deliver this content, both for his training as the conditions that the school offers. Keywords: Body Culture, teaching practices, Contents. * DEDICATÓRIA: Meus Alunos...Minha Paixão!!! A cada um de vocês da Escola Estadual Monteiro Lobato e Colégio Estadual Eron Domingues, os quais tornam possível a minha realização profissional.
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1 INTRODUÇÃO
A disciplina de educação física, como parte integrante do processo
educacional, tem o compromisso de estar articulada com o projeto político
pedagógico da escola e comprometida com uma transformação social que
ultrapasse os limites da mesma.
O projeto político-pedagógico traça as diretrizes, as ações que serão
desenvolvidas no interior da escola por todos os envolvidos no processo
educacional. Para Vasconcellos (1989) é um instrumento teórico-metodológico, que
sistematiza todas as ações da escola podendo ser alterado por não ser definitivo,
podendo ser aperfeiçoar no decorrer de toda a caminhada, a qual dependerá dos
envolvidos no processo, do objeto de estudo e do contexto no qual está inserido,
buscando a transformação da realidade.
Sendo o projeto político-pedagógico que determina a linha mestra de todas as
ações coletivas da escola, ao elaborar o planejamento específico da disciplina, os
profissionais devem estar comprometidos com o processo educacional, devendo
estabelecer de forma clara e coerente, as ações que serão adotadas com seus
alunos no dia-a-dia através de sua ação pedagógica.
A disciplina de educação Física, como integrante de todo o processo
educacional, não poderia deixar de estar articulada a este projeto maior, pois assim
como as demais disciplinas que compõem a grade curricular, tem seu objeto de
estudo e ensino próprios, e trata de conhecimentos bastante significativos no
contexto escolar (PARANÁ, 2008).
Enquanto prática pedagógica, a Educação Física, tem o compromisso de
garantir a participação, a inclusão de todos os alunos nas aulas, independente de
suas possibilidades e limitações corporais, propiciando assim a vivência destes
alunos nas diferentes manifestações da cultura corporal experiências estas que vão
contribuir significativamente na formação do aluno/cidadão.
Para tanto, o todo da disciplina, as linhas gerais para o Ensino Fundamental e
Ensino Médio para as diversas áreas, estão traçadas nas Diretrizes Curriculares do
Estado do Paraná. Cabe aos professores a partir destas diretrizes, organizarem os
conhecimentos, ou seja, os conteúdos de Educação Física que serão trabalhados,
considerando o nível dos alunos, o interesse dos mesmos quanto as diferentes
manifestações da cultura corporal nas diferentes faixas etárias, a realidade social em
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que a escola está inserida, as condições físicas adequadas que se tem a disposição
para a prática pedagógica, entre outros, não tornando assim as aulas de educação
física repetitiva ano após ano, muitas vezes nem mesmo aumentando o grau de
complexidade.
A grande dificuldade encontrada no desenvolvimento do trabalho pedagógico
na escola nas aulas de Educação Física, é a falta de um programa que aponte o
mínimo necessário a ser trabalhado nos diferentes conteúdos em cada série do
ensino fundamental. Conforme Kunz (2004, p. 150), Este programa mínimo é claro, deverá ser muito flexível e deixar muitas opções, para atender principalmente à falta ou à existência de locais e materiais específicos para a prática de ed. Física [...] Por não termos na disciplina de ed. física um programa de conteúdos num grau de complexidade crescente para cada série de ensino, o professor determina o que ensinar.
Muitas vezes esta ação pedagógica se dá de forma individualizada,
desarticulada e descomprometida, dos demais colegas da área até mesmo daqueles
que atuam na mesma escola. No entanto, algumas vezes este mesmo profissional
fica de mãos atadas em função das precárias condições de trabalho que lhe é
oferecida, limitando-se a trabalhar de acordo com as possibilidades da estrutura
física e materiais específicos existentes em sua escola para desenvolver as
atividades.
Diante deste contexto, sentiu-se a necessidade de investigar a realidade das
aulas de Educação Física, do ambiente em que fizemos parte, pois entendemos que
para intervir na realidade, precisamos antes de tudo, conhecê-la.
Diante desses questionamentos definimos como objetivo geral deste trabalho:
Refletir sobre as possibilidades e limitações da prática pedagógica dos professores
de Educação Física, especialmente sobre os conteúdos desenvolvidos nas aulas e
propostos pelas Diretrizes.
Para atender a este objetivo geral, traçamos como objetivos específicos,
deste trabalho: Verificar a compreensão dos Professores a respeito do conceito de
Cultura Corporal; Identificar quais são as manifestações da cultura corporal e qual a
freqüência que vem sendo trabalhadas nas aulas de Educação Física no ensino
fundamental do município de Marechal Cândido Rondon; Investigar os motivos da
ênfase dada a algumas destas manifestações em detrimento de outras, pouco
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contempladas por estes professores; Verificar as dificuldades na aplicação dos
diferentes conteúdos presentes nas Diretrizes Curriculares Estaduais, na prática
pedagógica dos professores; Analisar se as condições de espaço físico e materiais
atendem as necessidades básicas desta disciplina; e, Analisar a participação dos
professores em cursos de aperfeiçoamento.
Para contemplar os objetivos deste trabalho, realizou-se pesquisa
bibliográfica e pesquisa de campo, abrangendo bibliografias atuais, mas,
principalmente, as Diretrizes Curriculares Estaduais e as Instituições Escolares
pertencentes ao município de Marechal Cândido Rondon.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
A educação física ao longo dos anos, assim como a educação formal, esteve
sempre atrelada aos interesses da classe dominante, atendendo as exigências e
necessidades de cada época. Sendo assim, no decorrer de seu processo histórico,
vem sofrendo constantes modificações, inclusive no suporte teórico que a sustenta,
na concepção que se tem da mesma enquanto disciplina curricular, nos objetivos
traçados e nos meios utilizados para alcançar as metas a que se propõe.
Várias são as influências que a educação física vem sofrendo desde sua
implantação como disciplina curricular obrigatória, até os dias atuais.
Todos nós, profissionais da área, temos conhecimento da forte influência
médica e militar em nossa disciplina. Nesta perspectiva, a educação física tem a
preocupação de promover, através de sua prática, uma educação física higienista, a
qual assumia responsabilidade de desenvolver, a promoção e a conservação da
saúde do corpo por meio de exercícios físicos. A formação de corpos saudáveis,
dóceis, submissos, era a grande contribuição que a educação física se propunha,
atendendo desta forma, os interesses defendidos na época.
Neste período a educação física, vista como essencialmente prática, esteve
fortemente atrelada a “GINÁSTICA”, através dos métodos europeus e calistênico. A
única exigência que se fazia para ministrar estas aulas, era que seu instrutor fosse
ao menos um ex-praticante da mesma. Muitos eram os militares que atuavam como
instrutores que, nesta perspectiva, era o modelo a ser seguido, copiado, e os
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movimentos eram reproduzidos pelos alunos. Ao aluno cabia apenas o papel de
obedecer ordens, executar, não tendo a possibilidade sequer de questionar.
Em meados de 1964, a educação física assume o papel de suporte ideológico
- a idéia é a de promover o País através da competição. Neste sentido através de
sua prática na escola, passa a se preocupar com a formação de atletas, atendendo
assim, mais uma vez as exigências, ou seja, os interesses da classe dominante da
época.
Uma aula de educação física nesta concepção, tinha caráter de treinamento e
o foco era a execução correta da técnica. “[...] movimento preciso, econômico,
correto, quase sempre imitativo dos movimentos de atletas de esportes de alto
rendimento [...]” (DAÓLIO, 2004, p. 5-6).
O desempenho dos alunos nesta perspectiva se dava pela repetição
mecânica dos movimentos, os quais eram avaliados pelo número de acertos nas
atividades propostas pelo professor. Este era centralizador de todas as ações
realizadas pelos alunos e sua competência era medida pelo número de medalhas
conquistadas por suas equipes. Em função disso, a educação física passa a estar
fortemente atrelada ao esporte.
Nesta concepção, as aulas de educação física passam a ser seletivas e
excludentes. Seletivas quando o professor prioriza apenas atividades direcionadas
aos alunos mais habilidosos, uma vez que o objetivo central da época é a formação
de equipes para competições, tornando assim as aulas de educação física, um
espaço de treinamento para alguns alunos.
Excludente quando esse mesmo professor ignora seus alunos com
dificuldades motoras, não propiciando a estes, a vivência em diferentes atividades
que possibilitasse a superação das limitações corporais dos mesmos. Estes alunos
ficavam a margem do esquecimento, excluídos das aulas por não apresentarem
habilidades específicas para determinados esportes contemplados pelo professor,
que muitas vezes eram oferecidos de acordo com a sua habilidade e preferência.
Este modelo, segundo Darido e Sanches Neto (2005) foi denominado de
Esportivista, também conhecido como Mecanicista, Tradicional e Tecnicista. Este
modelo, “[...] é muito criticado pelos meios acadêmicos, principalmente a partir da
década de 1980, embora essa concepção ainda esteja bastante presente na
sociedade e na escola” (DARIDO; SANCHES NETO 2005, p. 4).
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Grande parte de profissionais que atuam nas escolas hoje, ainda são frutos
da formação acadêmica em que a tendência tecnicista predominava.
Outro momento histórico que não podemos deixar de citar é o recreacionista o
qual se opõe radicalmente ao esporte de rendimento tão defendido no modelo
anteriormente citado. Neste modelo, o professor muda radicalmente de papel; de
centralizador passa a ser expectador, o qual tem a função de entregar o material aos
alunos e cronometrar o tempo da atividade não interferindo na aula. Nesta
perspectiva o aluno é quem determina o que fazer e como fazer.
A aula denominada “livre” passa a ser muito utilizada e o “dar a bola” aos
alunos, passa a ser uma ação comum, uma vez que são estes que direcionam a
aula de acordo com seus interesses.
Esta prática de “dar a bola”, segundo Darido; Sanches Neto (2005), é bastante
questionada, uma vez que não leva em conta a importância dos procedimentos
pedagógicos dos professores. Apesar desta prática não ser defendida por muitos
dos envolvidos na área de educação física, ainda nos dias atuais é bastante
representativa no contexto escolar. Provavelmente seja conseqüência de
interpretações equivocadas.
Os autores reforçam que: É preciso deixar claro que este modelo não foi defendido pelos professores, estudiosos ou acadêmicos. Infelizmente, ele é bastante representativo no contexto escolar, e provavelmente tenha nascido de interpretações inadequadas e das condições de formação e trabalho do professor (DARIDO; SANCHES NETO, 2005, p. 4)
No entanto, muitas vezes, em função das precárias condições que os
professores e alunos têm para a realização e vivência dos conteúdos, o professor
contempla em suas aulas somente conteúdos possíveis de serem trabalhados de
acordo com estas condições oferecidas. Esse modelo, algumas vezes chamado de
recreacionista, embora não seja um nome muito adequado, aconteceu por duas
razões principais: primeiramente, porque o discurso acadêmico passou muitos anos discutindo o que não fazer nas aulas de educação física, e não apresentando propostas viáveis e exeqüíveis para a prática; e outro fator diz respeito à falta de políticas públicas que facilitem de fato o trabalho do professor, como condições de trabalho, espaço, material adequado, políticas salariais e, principalmente, apóio às ações de formação continuada. (KUNZ apud DARIDO; SANCHES NETO, 2005, p. 4),
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Ainda nos dias de hoje, esta prática pedagógica vem sendo utilizada por
alguns profissionais, os quais, muitas vezes, se encontram desmotivados e
descomprometidos com a função pedagógica da educação física enquanto disciplina
curricular, negando assim o direito dos alunos de vivenciarem os diferentes
conteúdos que fazem parte desta disciplina e negando o compromisso e a
importância da área para a formação do cidadão/aluno.
3. AS DIRETRIZES CURRICULARES E A CULTURA CORPORAL DE MOVIMENTO
Desde o final da década de anos 80 e início dos anos 90, no Estado do
Paraná teve-se a preocupação de indicar diretrizes curriculares para as Escolas
Públicas deste Estado,elaborou-se então o Currículo Básico que norteava o trabalho
pedagógico nas escolas públicas de nosso Estado.
De acordo com as Diretrizes Curriculares (PARANÁ, 2008, p. 13) este
currículo básico “[...] fundamentava-se na pedagogia histórico-crítica, identificando-
se numa perspectiva progressista e crítica sob os pressupostos teóricos do
materialismo-dialético”. O qual buscava significativamente a superação das
contradições e injustiças sociais através da ação pedagógica de todos os envolvidos
com a educação na escola.
O currículo básico caracterizou-se por uma proposta avançada, em que o mero exercício físico deveria dar lugar a uma formação humana do aluno em amplas dimensões. O reflexo desse contexto para a Educação Física configurou um projeto escolar que possibilitasse a tomada de consciência dos educandos sobre seus próprios corpos, não no sentido biológico, mas especialmente em relação ao meio social em que vivem (PARANÁ, 2008, p. 13).
Esta proposta, a partir de 1997, deu lugar aos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs), apresentado pelo Ministério de Educação (MEC) que passaram a
nortear as propostas curriculares dos Estados e Municípios nas diferentes
disciplinas.
No entanto, no ano de 2004, houve uma ampla discussão entre professores,
dirigentes de Escolas, representantes dos Núcleos Regionais de Educação, através
de encontros, seminários, simpósios, reuniões técnicas e encontros
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descentralizados promovidos pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná,
oportunizando a participação de todos os envolvidos no processo educacional, na
construção das Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do
Estado do Paraná, passando este a partir de 2006, a ser o documento oficial
utilizado pelas Escolas da rede pública de Ensino do Estado do Paraná, em
detrimento dos PCNs.
Hoje são estas Diretrizes Curriculares que norteiam, definem os rumos,
apontando caminhos a serem tomados pela Educação de nosso Estado, abordando,
o contexto histórico de cada disciplina, a fundamentação teórico-metodológicas, os
conteúdos estruturantes, o encaminhamento metodológico a ser adotado assim
como a avaliação e a bibliografia que dá suporte teórico a esta proposta.
A Educação Física na abordagem crítico-superadora, na qual as diretrizes
curriculares estão pautadas, tem como objeto de estudo e de ensino, a cultura
corporal, que nesta perspectiva, de acordo com Paraná (2008, p. 17) “[...] representa
as formas culturais do movimentar-se humano historicamente produzidas pela
humanidade [...]” apontando a ginástica, esporte a dança, a luta, os jogos,
brinquedos e brincadeiras como conteúdos estruturantes, que devem ser abordados
com os alunos de forma contextualizada na sua dimensão histórica, cultural e social.
É preciso ter claro que não basta um documento que norteie a ação
pedagógica nas escolas. É preciso assegurar sua aplicação junto aos alunos.
Somos nós professores, juntamente com todos os envolvidos no processo
educacional que podemos romper “velhos paradigmas”, refletindo sobre nossa
atuação pedagógica e assegurando através desta, o direito aos nossos alunos de ir
muito além do que meramente vivenciar atividades em uma aula sem, contudo,
refletir sobre o conhecimento produzido nela.
4. MATERIAL E MÉTODOS
Esta pesquisa caracterizou-se como descritiva que, segundo Gil (1996, p. 46)
“tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenômeno ou, então o estabelecimento de relações entre variáveis”.
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O instrumento de coleta das informações, o questionário, foi aplicado aos
professores de educação física que atuam na rede estadual no ensino fundamental,
do Município de Marechal Cândido Rondon, após autorização dos mesmos.
Segundo Gil (1996, p. 90) “por questionário, entende-se um conjunto de
questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado”. Este instrumento foi
elaborado pelo pesquisador juntamente com o orientador da IES, foi testado por um
grupo de professores que não fizeram parte da população desta pesquisa, com o
objetivo de verificar a clareza e objetividade das questões.
A população envolvida na pesquisa foi constituída por 15 professores de
Educação Física da Rede Estadual de Ensino do município de Marechal Cândido
Rondon. Estes professores atuam no Ensino Fundamental e estão distribuídos entre
09 Escolas Estaduais deste Município, pertencentes ao Núcleo Regional de Toledo.
As 09 Escolas Estaduais deste Município, envolvidas na pesquisa, atendem
2.371 alunos no ensino fundamental, divididos em 84 turmas, sendo 20 turmas de 5ª
séries, 25 turmas de 6ª séries, 20 turmas de 7ª séries e 19 turmas de 8ª séries.
Esses dados são relevantes tendo em vista que representam o universo de atuação
dos professores pesquisados.
5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste item será realizada a apresentação e discussão dos resultados tendo
em vista a pesquisa de campo realizada. Inicialmente estaremos analisando os
questionários aplicados aos professores de Educação Física e apresentando os
dados a partir de quadros e gráficos, que identificam categorias de análise e
representam as respostas dos participantes da pesquisa.
Ao serem questionados sobre a compreensão do que é cultura corporal, os
professores, como se pode visualizar no quadro 1, tiveram respostas diferenciadas,
mas predominou a idéia de que são os costumes, vivência, experiência que a
pessoa traz consigo a respeito do corpo e do movimento. Outras respostas variaram
de uma dimensão mais abrangente em relação a concepção de educação física até
uma concepção mais restrita, como por exemplo, definir cultura corporal como
capacidades e habilidades físicas. O que nos chamou a atenção nesta questão foi
de que entre 15 professores, 03 não responderam a questão. Esse fato nos parece
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preocupante, tendo em vista que a bibliografia atual e as Diretrizes da Educação
Física, tanto de nível federal como estadual, indicam a cultura corporal como objeto
de estudo e aplicação da Educação Física.
De acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (PARANÁ,
2008, p. 43), [...] a cultura corporal, por meio dos conteúdos estruturantes propostos – esporte; dança; ginástica; lutas; jogos; brinquedos e brincadeiras- a Educação Física tem a função social de contribuir para que os alunos se tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma expressividade corporal consciente e refletir criticamente sobre as práticas corporais.
Ao compararmos as respostas dadas pelos professores envolvidos na
pesquisa, referente sua compreensão quanto a cultura corporal de movimento, com
a literatura pertinente, os professores não a reconhecem como sendo a
representação dos conteúdos tratados pela educação física ou seja: a ginástica, a
dança, a luta e o esporte, o jogo, o brinquedo e as brincadeiras. Ao definirem a
cultura corporal, de forma geral, muitas das respostas foram associadas aos
movimentos relacionados ao corpo, não apontando a cultura corporal como o objeto
de estudo da nossa área de atuação conforme as Diretrizes Curriculares do Estado
do Paraná. Estas Diretrizes que norteiam todo o trabalho a ser contemplado na
disciplina de educação física no ensino fundamental e médio nas escolas públicas
estaduais que foram amplamente estudadas no decorrer de sua elaboração pelos
professores integrantes da rede pública de ensino. Neste sentido, nos parece que a
resposta dos professores vai em direção ao conceito de cultura corporal do
indivíduo, enquanto que a bibliografia e as diretrizes estão se reportando ao
significado para a área. Neste sentido, podemos pensar que os professores ou não
entenderam a pergunta ou não incorporaram esse referencial teórico/filosófico.
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Quadro 1: Conceito dos professores sobre Cultura Corporal
Categorias de análise Fi %
01- Costumes, vivência, experiência que a pessoa traz
consigo a respeito do corpo e do movimento 06 35,29
02- Todo movimento relacionado ao corpo 02 11,76
03 – Movimentos presentes nos conteúdos da Educação
Física, que recebem influências externas (mídia e escola) 02 11,76
04 – Capacidades e habilidades físicas 01 5,89
05- Conscientização do nosso corpo e a relação com o
meio em que está inserido 01 5,89
06- Qualidade de vida: atividade física feita com prazer,
bem estar físico e mental, atividade física consciente 01 5,89
07- Desenvolvimento corporal 01 5,89
08- Não respondeu 03 17,64
TOTAL 17 100%
Na seqüência (quadro 2),questionou-se os professores sobre os conteúdos
presentes no planejamento anual.
Quadro 2: Conteúdos contemplados no planejamento anual
Categorias de análise Fi %
01- Esportes 15 34,89
02- Jogos 10 23,25
03- Dança 08 18,60
04- Ginástica 06 13,96
05- Lutas 04 9,30
TOTAL 43 100%
Todos os professores envolvidos na pesquisa, apontaram a presença do
conteúdo esporte em seu planejamento anual. Entre os esportes citados, 08
professores relacionaram o voleibol e basquetebol, 09 professores o futebol de salão
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e handebol, e 07 professores citaram o atletismo com as provas de corridas, saltos e
a caminhada.
Ainda neste quadro percebe-se que 10 professores contemplam os Jogos,
sendo que os mais citados foram as atividades recreativas, jogos e brincadeiras,
jogos intelectuais (xadrez), e tênis de mesa, 08 professores contemplam o conteúdo
Dança, enquanto que o conteúdo Ginástica foi citado por 06 professores e lutas
apenas por 04 dos professores que participaram da pesquisa. Nesta pergunta os
professores poderiam responder mais que uma alternativa, e o que se esperava era
que todos trabalhassem todos os conteúdos, tendo em vista que são todos estes
que fazem parte da cultura corporal.
Esse quadro reforça a predominância do esporte enquanto conteúdo
desenvolvido na escola, mas por outro lado, percebe-se um avanço tendo em vista
que os outros conteúdos, embora em menor proporção, também são contemplados,
no entanto, estamos neste momento tratado de planejamento e não da efetivação do
mesmo.
Percebe-se que o planejamento anual da disciplina de educação física dos
professores envolvidos na pesquisa, está embasado nas Diretrizes Curriculares da
Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná, a qual contempla como
conteúdos estruturantes para o ensino fundamental todas essas manifestações da
cultura corporal, ou seja; o esporte, a ginástica, a dança, a luta, e o jogo. [...] os conteúdos estruturantes foram definidos como os conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas que identificam e organizamos campos de estudo de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para compreender seu objeto de estudo/ensino. Constituem-se historicamente e são legitimados nas relações sociais (PARANÁ, 2008, p. 32).
Ao serem questionados sobre os conteúdos mais presentes nas aulas de
educação física, conforme quadro 3, podemos observar que, para 15 dos sujeitos
pesquisados, o conteúdo mais presente em suas aulas é o esporte, sendo que além
deste, os jogos e Brincadeiras foram citados 10 vezes, enquanto que a ginástica e a
Dança, 04 vezes e as lutas não foram mencionadas.
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Quadro 3: Conteúdos mais presentes nas aulas de educação física
Categorias de análise Fi %
01- Esportes 15 45,46
02- Jogos e Brincadeiras 10 30,30
04- Ginástica 04 12,12
05- Dança 04 12,12
TOTAL 33 100%
Ao compararmos o quadro 2 que apresenta os conteúdos presentes no
planejamento anual com o quadro 3, que nos mostra os conteúdos mais presentes
nas aulas de educação física, observamos que os 15 professores envolvidos na
pesquisa, contemplam em seu planejamento anual o esporte e trabalham
efetivamente este conteúdo em suas aulas.
Os esportes apontados por todos os professores envolvidos na pesquisa,
foram: o futebol de salão, o voleibol, o handebol e o basquetebol. Dos 7 professores
que citaram o atletismo em seu planejamento anual, somente 3 professores
propiciam este em suas aulas, não sendo portanto, desenvolvidos efetivamente por
todos que o contemplam em seu planejamento anual.
Fica bastante clara a presença dos esportes coletivos nas aulas de educação
física dos professores envolvidos na pesquisa.
Dos 10 dos professores que contemplam o conteúdo jogos em seu
planejamento anual todos desenvolvem este em suas aulas, sendo os mais citados
o xadrez, o tênis de mesa, os jogos e as brincadeiras.
Em contrapartida dos 8 professores que citaram a dança como conteúdo
presente em seu planejamento anual , apenas 4 desenvolvem o mesmo em suas
aulas, enquanto que dos 6 professores que citaram a presença da ginástica em seu
planejamento anual, somente 4 professores desenvolvem este em suas aulas e dos
4 professores que contemplam lutas em seu planejamento anual, nenhum destes
desenvolve este conteúdo em suas aulas, ficando evidente a não efetivação deste
conteúdo nas aulas destes professores.
Quando solicitados para justificar a presença ou a ausência de determinados
conteúdos em suas aulas, grande parte dos professores citou a precariedade do
espaço físico por um lado e a escolha dos conteúdos feita em função do espaço
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físico disponível, outra justificativa pautou-se na preferência e conhecimento dos
alunos por determinados conteúdos. Novamente nesta questão tivemos 04
professores que não justificaram as suas respostas.
O Quadro 4, diz respeito a afinidade dos professores pelos diferentes
conteúdos que a disciplina de educação física contempla.
Quadro 4: Conteúdos de maior afinidade dos professores
Categorias de análise Fi %
1- Futebol de salão 08 26,67
2- Jogos 07 23,33
3- Voleibol 06 20,00
4- Handebol 05 16,67
5- Esportes 03 10,00
6- Dança Folclórica 01 3,33
TOTAL 30 100%
Fazendo um comparativo entre o quadro 3 que apresentou os conteúdos mais
presentes nas aulas de educação física com o quadro 4 relacionado a afinidade dos
professores pelos mesmos, é possível visualizar que dos 15 professores que citaram
trabalhar o futebol de salão, o voleibol e o handebol e o basquete, em suas aulas,
apenas 08 afirmaram ter maior afinidade com o futebol de salão, 06 responderam ter
afinidade com o voleibol, 05 mencionaram ter afinidade pelo handebol e nenhum
mencionou ter afinidade pelo basquetebol. Dos 15 professores que mencionaram os
esportes, 03 mencionam ter afinidade com os esportes em geral, não especificando
sua preferência por determinada modalidade.
Dos 10 professores que trabalham o jogo, 07 apontam ter afinidade com o
mesmo.
Com relação a dança, dos 04 professores que desenvolvem este conteúdo
apenas 1 respondeu ter afinidade com a dança em especial a dança folclórica. No
entanto, dos 04 professores que responderam trabalhar em suas aulas a ginástica,
nenhum apontou afinidade pelo conteúdo.
Fica claro que a afinidade dos professores com relação a determinados
conteúdos, não é o que determina a presença dos mesmos em suas aulas. Este nos
15
parece um ponto positivo, pois embora estes professores não tenham afinidade por
alguns conteúdos, não estão privando seus alunos da vivência dos mesmos nas
aulas de educação física. Em nosso ponto de vista, aí está o grande compromisso
do profissional de educação física na escola, independente da afinidade ou não
deste, por determinados conteúdos, deve proporcionar aos alunos diferentes
experiências corporais.
Quanto as justificativas dada com relação a maior afinidade pelos conteúdos
citados pelos professores, foram apontados por estes como determinante, o gosto
pelos mesmos, em função da vivência, da prática e da presença constante do
mesmo no dia-a-dia assim como, por ter sido mais trabalhado no curso de sua
formação. Entre os 15 professores envolvidos, 3 não justificaram esta questão.
No quadro 5, podemos visualizar os conteúdos com os quais os professores
envolvidos na pesquisa citaram ter menor afinidade.
Quadro 5: Conteúdos com os quais os professores apresentam menor afinidade
Categorias de análise Fi %
1- Basquete 06 28,58
2- Dança 04 19,04
3- Lutas 02 9,52
4- Atletismo 02 9,52
5- Vôlei 01 4,76
6- Handebol 01 4,76
7- Ginástica 01 4,76
8- Futsal 01 4,76
9- Não respondeu 03 14,30
TOTAL 21 100%
O basquetebol se evidencia entre os conteúdos em que os professores tem
menor afinidade, sendo citado por 6 professores dos 15 participantes, enquanto que
a dança foi apontada por 04 destes professores, as lutas e o atletismo foram
apontados por 02 professores enquanto que o voleibol, handebol, ginástica e futebol
de salão, foram citados por 01 professor cada um deles. Nesta questão, 03
professores não responderam.
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Quando solicitados a justificar a menor afinidade por alguns conteúdos, a falta
de domínio do conteúdo, falta de cursos específicos e de aperfeiçoamento, o espaço
físico inadequado, falta de segurança para os alunos, falta de materiais específicos
para a prática do conteúdo, foram os indicadores que contribuem para a menor
afinidade dos conteúdos citados.
A seguir, no quadro 6, podemos visualizar a relação entre a presença dos
conteúdos nas aulas de educação física com a afinidade dos professores por
determinados conteúdos.
Quadro 6: Relação entre a presença dos conteúdos nas aulas com a afinidade dos
professores
Categoria de análise Fi %
1- Sim 10 66,67
2- Não 05 33,33
TOTAL 15 100%
Quando questionados se a presença dos conteúdos nas aulas de educação
física se dá de acordo com a afinidade do professor com relação aos mesmos,
conforme o quadro 6, 10 professores responderam que sim, ou seja, contemplam de
forma mais acentuada os conteúdos com os quais sentem maior afinidade, enquanto
que 05 professores responderam que não; a presença dos conteúdos contemplados
em suas aulas não está atrelada com a afinidade que sentem por determinados
conteúdos.
Os professores que responderam sim, que a presença dos conteúdos está
relacionada a afinidade que o mesmo tem por determinados conteúdos justificaram
que isto ocorre em função do maior conhecimento do professor com relação ao
conteúdo, mais vivência deste conteúdo pelo professor, gosto pela prática e por ser
mais trabalhado com os alunos.
Em contra partida os professores que responderam que a presença dos
conteúdos não está relacionada a afinidade que os mesmos tem por determinados
conteúdos, apontaram que independente da afinidade por este ou aquele conteúdo,
contemplam todos, buscando subsídios para desenvolvê-los por serem importantes
para o desenvolvimento dos alunos mas que as condições que a escolas oferece , o
17
espaço físico e materiais são determinantes para a presença de determinados
conteúdos nas aulas de educação física. Novamente 03 professores se limitaram a
responder a questão não justificando suas respostas. Embora 10 professores
considerem que a afinidade influência na escolha dos conteúdos, fazendo com que
eles sejam trabalhados de forma mais acentuada, não faz com que os mesmos
sejam excluídos das aulas, reforçando os resultados apontados nos quadros 4 e 5.
Questionou-se os professores sobre a freqüência com que os conteúdos são
trabalhados nas aulas de Educação Física. Nos gráficos a seguir (1,2,3,4,5)
poderemos visualizar claramente a freqüência em que os diferentes conteúdos são
trabalhados pelos professores envolvidos na pesquisa em suas aulas, sendo que as
opções oferecidas para respostas foram: nunca, pouco, suficiente e excessivo.
0123456789
101112131415
Rítmica Academia Artística Geral Relaxamento
nuncapoucosuficienteexcessivo
Gráfico 1. Freqüência com que o Conteúdo Ginástica é desenvolvido nas aulas
Com relação a ginástica (gráfico 1), podemos observar que dos 15
professores, a ginástica rítmica e de academia, nunca foram trabalhadas por 11
professores, sendo que 04 professores citaram trabalhar pouco este tipo de
ginástica. A ginástica artística evidencia-se por nunca ter sido trabalhada por
nenhum dos 15 professores enquanto que a ginástica geral nunca foi trabalhada por
05 professores, pouco trabalhada por 06 professores, foi considerada trabalhada o
suficiente por 4 professores. As atividades de relaxamento nunca foram trabalhadas
18
por 04 dos professores, pouco trabalhadas por 06 dos professores e suficiente por
05 professores.
0123456789
101112131415
Futsal Handebol Voleibol Basquetebol Atletismo
nuncapoucosuficienteexcessivo
Gráfico 2. Freqüência com que o Conteúdo Esporte é desenvolvido nas aulas
Quanto a freqüência do conteúdo esporte trabalhados nas aulas de educação
física, fica claro a presença constante dos diferentes esportes nas aulas destes
professores. Podemos observar que 13 professores consideram a freqüência do
futebol de salão em suas aulas suficientes, enquanto que 02 consideram excessiva
a presença deste. Quanto ao voleibol, os 15 professores consideram suficiente a
freqüência destes em suas aulas. Com relação ao basquetebol, 01 professor
apontou este como um conteúdo nunca trabalhado em suas aulas enquanto que 04
consideram pouco a freqüência deste e 10 professores consideram suficiente. O
Atletismo nunca foi contemplado nas aulas de 01 professor, e 14 professores
consideram pouco a freqüência deste em suas aulas.
19
0123456789
101112131415
Regional Folclórica Moderna de Salão Expressãocorporal
nuncapoucosuficiente
Gráfico 3. Freqüência com que o Conteúdo Dança é desenvolvido nas aulas
Quanto a freqüência do conteúdo Dança (gráfico 3), 08 professores nunca
contemplarem a dança regional, 06 professores consideram esta modalidade de
dança trabalhada pouco em suas aulas e 01 professor considera a freqüência da
dança regional suficiente.
A dança folclórica nunca foi trabalhada por 06 professores, 07 professores
consideram pouco a freqüência desta e 02 professores consideram suficiente a
freqüência desta nas suas aulas. A dança moderna, nunca foi trabalhada por 06
professores, 07 professores consideram pouco trabalhada e 02 professores
consideram trabalhada o suficiente. Com relação a dança de salão, 10 nunca
trabalharam em suas aulas, 03 trabalham pouco e 02 consideram trabalhar o
suficiente. As atividades de expressão corporal, nunca foram trabalhadas por 01
professor, 10 professores trabalham pouco e 04 professores consideram trabalhar o
suficiente.
20
0123456789
101112131415
Capoeira Judô
NuncaPouco
Gráfico 4. Freqüência com que o Conteúdo Lutas é desenvolvido nas aulas
Quanto ao conteúdo de lutas (gráfico 4), 11 professores nunca trabalharam a
capoeira em suas aulas e 04 consideram pouco trabalhado.O judô que foi citado por
apenas 01 professor como um tipo de luta trabalhado em suas aulas, não foi citado
pelos outros.
O gráfico 5 nos mostra a freqüência com que os professores trabalham o jogo
em suas aulas.
0123456789
101112131415
De rua /populares
Alternativos comsucata
De salão Pré- desportivos raquete / peteca Dramáticos/Interpretação
cooperativos Tenis de mesa
Nunca Pouco Suficiente
Gráfico 5. Freqüência com que o Conteúdo Jogos é desenvolvido nas aulas
21
Com relação as brincadeiras de rua e populares, 01 professor nunca
trabalhou, 08 professores trabalham pouco, 06 trabalham o suficiente. Construção
de brinquedos alternativos com sucata, 09 professores nunca trabalharam, e 06
trabalham pouco. Jogos de salão (xadrez, dama trilha e outros), os 15 professores
consideram trabalhar o suficiente. Quanto aos jogos derivados dos esportes / pré-
desportivos, 03 professores trabalham pouco, e 12 professores trabalham o
suficiente. Jogos de raquete e peteca, 05 professores nunca trabalharam, 03
trabalham pouco e 07 suficiente. Jogos dramáticos e de interpretação, 05
professores nunca trabalharam, 07 trabalharam pouco e 03 trabalham o suficiente.
Jogos cooperativos, 07 professores trabalham pouco e 08 trabalham o suficiente.
Quanto ao tênis de mesa, 01 professor nunca trabalhou, 03 trabalham pouco e 11
professores trabalham o suficiente.
Na seqüência questionou-se sobre a freqüência com que foram trabalhados
teoricamente, os aspectos históricos e sociais dos conteúdos relacionados o que
podemos visualizar no gráfico 6.
Com relação ao esporte 01 dos participantes da pesquisa, nunca abordou
estes aspectos em suas aulas, enquanto que 04 professores consideram ter
abordado pouco, 09 professores consideram ter abordado o suficiente e 01
professor considera ter trabalhado de forma excessiva estes aspectos em suas
aulas.
Quanto a ginástica, 07 dos envolvidos na pesquisa responderam nunca ter
abordado quaisquer aspectos históricos e sociais deste conteúdo, 06 trabalham
pouco e 02 trabalham suficiente.
Com relação aos jogos, 03 nunca abordaram estes aspectos, 02 abordaram
pouco, 09 abordaram suficiente enquanto que 01 abordou excessivamente.
No que diz respeito a dança, 06 nunca trabalharam, 06 consideram ter trabalhado
pouco, 03 trabalham o suficiente.
Se tratando das lutas, 08 nunca trabalharam estes aspectos, 06 consideram ter
trabalhado pouco e 01 considera trabalhar o suficiente.
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101112131415
Esporte Ginástica Jogos Dança Lutas
Nunca Pouco Suficiente Excessivo
Gráfico 6. Freqüência com que foram trabalhados teoricamente os aspectos
históricos e sociais dos conteúdos.
O quadro 7, diz respeito a outros conteúdos trabalhados pelos professores,
além dos já citados até aqui.
Quadro 7: Outros conteúdos trabalhados
Categoria de análise Fi %
1- Sim 0 0
2- Não 14 93,33
Não respondeu 01 6,67
TOTAL 15 100%
Quando questionados sobre outros conteúdos trabalhados nas aulas de
educação física (quadro 7), 14 professores responderam que não trabalham outros
conteúdos além dos apontados por eles na pesquisa, e 01 professor não respondeu
esta questão. Este fato nos leva a concluir que somente os conteúdos indicados nos
documentos oficiais é que são desenvolvidos. Embora os PCNs e DCEs, que são
Parâmetros e Diretrizes, indicam determinados conteúdos, também dão abertura
para se trabalhar com manifestações da cultura corporal presentes em cada região.
Se considerarmos o conceito de cada conteúdo, mesmo sendo difícil
determinar o limite entre um e outro, qualquer atividade que for desenvolvida nas
23
aulas de Educação Física vai se enquadrar entre os conteúdos estruturantes, pois
eles representam aqueles presentes em nossa cultura construída historicamente. No
entanto, se consideramos que cada um dos conteúdos estruturantes apresenta
diferentes modalidades, ou seja, conteúdos específicos, observamos que há grande
ênfase, especialmente aos esportes mais tradicionais em detrimento às outras
manifestações deste conteúdo.
Houve a preocupação, nesta pesquisa, de identificar os conteúdos que
despertam maior interesse dos alunos, segundo a percepção dos professores. O
quadro 8, representa está situação.
Quadro 8: Conteúdos que despertam maior interesse nos alunos
Categoria de análise Fi %
1- Esportes 23 82,14
2-Jogos 04 14,28
3- Brinquedos e brincadeiras 01 3,58
TOTAL 28 100%
Dos 15 entrevistados, quanto a percepção dos conteúdos que despertam
maior interesse em seus alunos, todos citaram os esportes. Entre os esportes
citados, aparece 09 vezes o futebol de salão, 04 vezes o vôlei, 02 vezes o handebol,
02 vezes o basquete e 01 vez o atletismo. 05 respostas não especificaram o esporte
de preferência dos alunos. Fica evidente, na percepção dos professores, a
preferência dos alunos pelos diferentes esportes.
Quanto aos jogos foram citados 04 vezes e brinquedos e brincadeiras 01 vez.
A justificativa dada pelos professores com relação a esta preferência pelos
alunos por determinados conteúdos, se dá em função da cultura popular, espaço
físico mais apropriado não tendo outra opção e em função de regras mais
simplificadas. Um número bastante expressivo, ou seja, 06 professores, não
justificaram esta questão.
O quadro 9 refere-se aos conteúdos em que os alunos demonstram maior
rejeição, entre eles, o basquetebol, atletismo, a dança, os jogos e aulas teóricas,
apareceram 03 vezes cada um. O handebol, o voleibol, brinquedos e brincadeiras,
24
02 vezes cada. Não demonstram rejeição por nenhum conteúdo, apareceu 01 vez e
01 professor não respondeu a questão.
Quadro 9: Conteúdos que os alunos demonstram maior rejeição
Categorias de análise Fi %
Basquetebol 03 13,05
Handebol 02 8,70
Atletismo 03 13,05 1- Esportes
Voleibol 02 8,70
2- Dança 03 13,04
3- Jogos 03 13,04
4- Brinquedos e Brincadeiras 02 8,70
5- Aulas teóricas 03 13,04
6-Nenhum 01 4,34
7- Não Respondeu 01 4,34
TOTAL 23 100,00
A justificativa dada pelos professores com relação a rejeição dos alunos por
determinados conteúdos, se dá em função deles considerarem estas atividades mais
paradas e que exigem maior concentração; por terem sido pouco trabalhados por
professores que atuaram anteriormente com as turmas; atividades realizadas na
sala de aula por não ter outro espaço; pouco conhecimento de regras; pouca
intimidade com determinado esporte; em função da improvisação de alguns
materiais para possibilitar a vivência em determinados conteúdos; falta de espaço
físico adequado e de materiais específicos.
Quanto a exclusão dos conteúdos em que os alunos demonstram maior
rejeição nas aulas de educação física (quadro 10), 13 dos 15 professores
responderam que não excluem estes conteúdos de suas aulas, mesmo que os
alunos demonstrem maior rejeição e 02 não responderam a questão.
Este é um dado bastante relevante, uma vez que nós profissionais da área,
temos o compromisso de propiciar aos nossos alunos, a vivência do maior número
de experiências corporais, independente da resistência, da afinidade, entre outros
fatores que interferem no interesse destes por determinados conteúdos.
25
Quadro 10: Percentual de exclusão dos conteúdos rejeitados pelos alunos
Categorias de análise fi %
1-Sim 0 0
2-Não 13 86,67
3-Não Respondeu 02 13,33
TOTAL 15 100%
O quadro 11 nos apresenta a distribuição dos conteúdos nas aulas de
educação física.
Quadro 11: Distribuição dos conteúdos contemplados nas aulas
Categoria de análise Fi %
1- Por bimestre 10 66,67
2- De acordo com condições
climáticas, e materiais disponíveis
03 20,00
3- Futsal 50%, vôlei e handebol
20% cada, basquete 10%
02 13,33
TOTAL 15 100%
Quanto a distribuição dos conteúdos, 10 professores, distribuem os mesmos
por bimestre, enquanto que 03 organizam os mesmos de acordo com as condições
climáticas e dos materiais disponíveis na escola, e 02 professores trabalham no
decorrer do ano letivo, 50% o futebol de salão, 20% o voleibol, 20% o handebol e
10% o basquete.
Na seqüência questionou-se a opinião dos professores quanto a adequação
da estrutura física e materiais. Os quadros 12 e 13 expressam os resultados.
26
Quadro 12: Opinião dos professores quanto a adequação da estrutura física da
Escola
Categorias de análise fi %
1- Sim 02 13,33
2- Não 07 46,67
3- Em Parte 06 40,00
TOTAL 15 100%
Quanto a estrutura física disponível para as aulas de educação física, 02
professores consideram as mesmas adequadas, afirmando existir condições de
trabalho, podendo no entanto, ser melhoradas, 07 não consideram estas adequadas
para a sua prática pedagógica e 06 consideram que estão adequadas em parte.
As justificativas levantadas por estes professores foram: estrutura física
inadequada, quadra sem cobertura, porosa, áspera, sem linhas demarcatórias, sem
telas de proteção, irregulares (oferecendo risco aos alunos), próxima das salas de
aula (interferindo no trabalho dos professores em sala), falta de tabelas de basquete,
falta de espaço para atividades de atletismo, mais que um professor dando aula ao
mesmo tempo (escola de grande porte), sendo necessário revezar o espaço
disponível, impossibilitando assim dar continuidade ao conteúdo trabalhado.
Com relação aos materiais específicos disponíveis, se estão adequados a sua
prática pedagógica (quadro 13), 02 professores responderam que sim, enquanto 04
professores disseram que não e 09 professores consideram que estão adequados
em parte.
Quadro 13: Opinião dos professores sobre a adequação dos materiais específicos
Categoria de análise Fi %
1- Sim 02 13,33
2- Não 04 26,67
3- Em Parte 09 60,00
TOTAL 15 100%
As justificativas dadas por 11 professores, foram de que os materiais são
insuficientes para realizar as atividades específicas de cada conteúdo, falta material
27
específico para a prática da ginástica e do atletismo e 04 professores não
justificaram.
Quanto a participação em cursos de aperfeiçoamento nos últimos anos, 14
dos professores responderam que tem participado dos mesmos e 01 respondeu que
não.
Quadro 14: Participado de cursos de aperfeiçoamento nos últimos anos
Categorias de análise Fi %
1- Sim 14 93,33
2- Não 01 6,67
TOTAL 15 100%
Referente aos cursos em que os professores envolvidos na pesquisa tem
participado nos últimos anos, 07 responderam que tem participado daqueles
promovidos pela SEED, 03 responderam que tem participado em semanas
acadêmicas e congressos, 01 participou em curso de dança e 04 não responderam.
Quadro 15: Relação de Cursos que os professores participaram
Categorias de análise Fi %
1- Promovidos pela SEED 07 46,67
2- Semana Acadêmica, Congressos 03 20,00
3-Dança 01 6,67
4- Não respondeu 04 26,66
TOTAL 15 100%
Conforme respostas dos professores quanto aos cursos que os mesmos tem
participado, percebeu-se que a participação mais efetiva, se dá nos cursos
promovidos pela SEDD. Provavelmente isto ocorra em função de que os professores
da rede pública de ensino, tenham no calendário escolar, momentos específicos
destinados para estes encontros, semana pedagógica, grupos de estudos entre
outros promovidos pela SEED, não interferindo em suas aulas.
A participação em semana acadêmica promovida pela Universidade,
congressos e cursos específicos dos conteúdos da disciplina promovidos no
28
decorrer do ano letivo por diferentes instituições, apareceu em número reduzido
significativamente. Acreditamos que um dos motivos esteja relacionado ao período
em que estes são ofertados, investimentos necessários envolvendo inscrições,
deslocamento, estadia e alimentação, além da necessidade de suprir suas aulas
com um profissional da área o que também envolve custos.
Uma possibilidade de se reverter estes dados, acreditamos ser uma política
da SEED na oferta destes cursos específicos de reciclagem e aperfeiçoamento nos
diferentes conteúdos estruturantes aos profissionais da área, encontros específicos
destes profissionais por Núcleo de Ensino, Municípios e até mesmo em nível de
Estado, ofertando cursos que vão ao encontro das reais necessidades dos
professores onde a troca de experiência também seja contemplada.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a apresentação e discussão dos resultados, com base nos objetivos
propostos no presente estudo, pode-se chegar as seguintes constatações:
Com relação a compreensão que os professores tem quanto ao conceito da
cultura corporal, como as respostas, de forma geral, foram relacionadas aos
movimentos corporais, se reportando assim a cultura corporal do indivíduo e não
como sendo o objeto de estudo e aplicação da educação física propostos pelas
Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, ou seja, os conteúdos estruturantes:
esporte; dança; ginástica; lutas; jogos , brinquedos e brincadeiras.
Quanto as manifestações da cultura corporal que vem sendo trabalhadas e a
freqüência destas nas aulas de Educação Física no ensino fundamental do
município de Marechal Cândido Rondon, concluiu-se que: embora no planejamento
anual todos os professores contemplem o esporte, ginástica, dança, lutas, jogos e
brincadeiras, como apontam as Diretrizes Curriculares, o conteúdo que se trabalha
efetivamente nas aulas, são os esportes coletivos, os quais despertam maior
interesse por parte dos alunos, segundo relato dos professores, sendo que o futebol
de salão é o esporte mais evidenciado e destaca-se como preferido pelos alunos,
precedido do voleibol, handebol, basquetebol e o atletismo. Este último sendo pouco
trabalhado pelos professores.
29
Quanto a ginástica, fica evidente que o conhecimento dos professores em
relação a este conteúdo é limitado, tendo em vista que os mesmos a contemplam
somente como exercícios de aquecimento, alongamento e relaxamento, servindo
somente como suporte para os outros conteúdos e não como um conteúdo
“independente”. A ginástica de academia, rítmica e artística, por exemplo, nunca
foram trabalhadas por um número bastante significativo de professores, e são
manifestações presentes na mídia, mas especialmente na história e cultura da área.
A dança, manifestação da cultura corporal tem sido trabalhada de forma
menos intensa, e entre as diferentes possibilidades deste conteúdo, a expressão
corporal foi que mais se evidenciou.
Dentre os jogos, se evidenciam o xadrez, os pré-desportivos, tênis de mesa e
os cooperativos. As lutas, no entanto, embora no planejamento anual estejam
presentes, não se efetivam na pratica destes professores.
Ainda em relação aos conteúdos, no que diz respeito aos aspectos históricos
e sociais abordados teoricamente com os alunos, novamente evidenciaram-se os
esportes e jogos em detrimento das lutas, assim como da ginástica e da dança.
Percebe-se que embora os esportes se evidenciem nas aulas de educação
física, os outros conteúdos, com exceção das lutas, têm sido contemplados, no
entanto, em menor proporção. Ainda conforme relato dos professores, estes não
desenvolvem outros conteúdos em suas aulas que não estejam relacionados nas
diretrizes.
Quanto aos motivos da ênfase dada a algumas destas manifestações da
cultura corporal em detrimento de outras, pouco contempladas por estes
professores, de acordo com seus relatos, as condições que a escola oferece são
determinantes para a presença ou não de determinados conteúdos. A precariedade
do espaço físico e a falta de materiais específicos para a prática do conteúdo; a
preferência e conhecimento dos alunos por determinados conteúdos; a afinidade dos
professores por alguns conteúdos e a falta de domínio por outros e a falta de cursos
específicos e de aperfeiçoamento na área, são algumas das justificativas da
predominância dos esportes em suas aulas.
Quanto a adequação da estrutura física e material, de acordo com um grande
número de professores, estes não estão adequados, deixando de atender as
necessidades para a boa prática pedagógica sendo portanto, um agravante,
limitando diretamente a atuação destes profissionais assim como a vivência pelos
30
alunos das diferentes manifestações da cultura corporal. Em menor proporção, os
professores consideram que a estrutura física e materiais estão adequadas em
parte, necessitando ser melhorada para atender na integra as necessidades desta
disciplina.
Quanto a participação dos professores em cursos de aperfeiçoamento,
observou-se que a maior participação destes profissionais, se dá nos cursos
oferecidos pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná, não tendo os
professores nos últimos anos participado em cursos específicos dos conteúdos
estruturantes da disciplina de educação física.
Quanto as possibilidades e limitações da prática pedagógica dos professores
especialmente sobre os conteúdos desenvolvidos nas aulas e propostos pelas
diretrizes, considerando a riqueza e diversidade que compõe a cultura corporal a
qual “representa as formas culturais do movimentar-se humano produzidas pela
humanidade” (PARANÁ,2008), que são transformadas ao longo dos anos, pensamos
que não podemos privar os alunos de conhecer as diferentes manifestações
propostas no entanto nos parece utópico acreditar na possibilidade de contemplar
todas estas manifestações nas aulas desta disciplina, nas condições em que a
Escola se apresenta atualmente. Um dos agravantes que interferem diretamente na
prática pedagógica dos professores, está relacionado à precariedade do espaço
físico e dos materiais disponíveis para a aplicação na íntegra dos conteúdos
propostos pelas diretrizes. O espaço físico que dispõe a maioria das Escolas, por
exemplo, é uma quadra poli - esportiva, quando há, e um número reduzido de bolas
de cada modalidade esportiva, enquanto que não há espaço e o material para o
desenvolvimento dos outros conteúdos. Outro aspecto extremamente presente neste
contexto, é a presença de mais de uma turma realizando aulas de Educação Física
ao mesmo tempo em um único espaço, sem contar com o número excessivo de
alunos por turma. Outro fator determinante está diretamente relacionado a vivência e
ao domínio mais acentuado do professor em determinados conteúdos em detrimento
de outros, desde a sua formação acadêmica.
É fundamental que o professor ao selecionar os conteúdos possíveis de
serem contemplados em suas aulas considerem alguns aspectos para a seleção dos
mesmos, priorizando sempre as particularidades da comunidade escolar, o espaço
físico e materiais disponíveis, o conhecimento que o aluno tem a respeito do
31
conteúdo a ser abordado, o domínio do mesmo, buscando superar suas limitações,
com relação ao conteúdo a ser trabalhado.
Embora não sendo possível vivenciar na íntegra estes conteúdos, cabe ao
professor buscar alternativas para introduzir e integrar seus alunos nas diferentes
manifestações da cultura corporal, mesmo que se utilize de aspectos teóricos para
proporcionar a eles o conhecimento quanto a essas manifestações.
REFERÊNCIAS DAÓLIO, J. Educação física e o conceito de cultura. Campinas: Autores Associados, 2004. DARIDO, S. C.; RANGEL, I.C.A. Educação física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. DARIDO, S. C. Os conteúdos da educação física escolar: influências, tendências, dificuldades e possibilidades. Perspectivas em Educação Física Escolar, Niterói, v. 2, n. 1 (suplemento), p. 05-25, 2001 GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996. KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Livraria Unijuí Editora, 1994. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado Do Paraná: educação física. Curitiba, 2008. SOARES, Carmen Lúcia et al. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 5. ed. São Paulo: Editora Libertad, 1989.