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A DIFÍCL TAREFA DE SE PRODUZIR PESQUISA: DA EDUCAÇÃO BÁSICA AO ENSINO SUPERIOR  Roberto Rib eiro Trindad e 1  Giovani Ferreira Bezerra 2  Resumo: O estudo realizado tem o propósito de apresentar as dificuldades que os acadêmicos encontraram em produzir pesquisa desde a educação básica ao ensino superior. É comum encontrarmos acadêmicos saturados com muitas informações e sem meios para descrevê-la. Observam-se grandes inquietações quando o assunto é “pesquisa”. Para se chegar ao produto de uma pesquisa, é preciso muito estudo acerca do assunto, informações e conhecimentos teóricos, seu resultado pode ser tanto positivo quanto negativo, não podendo então ser ignorado os seus resultados. O que norteou a realização deste estudo foi o crescente número de acadêmicos que chegam ao ensino superior sem nenhum contato com a pesquisa. A coleta de dados para esta pesquisa foi realizada nos meses de junho e julho do corrente ano, com seis acadêmicos do curso de pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/ Campus de Naviraí, sendo três acadêmicos concluintes e três acadêmicos egressos. As questões discutidas giraram em torno da pesquisa científica, onde foram pontuadas as dificuldades encontradas pelos acadêmicos na hora de pesquisar, práticas de superação adotadas durante o processo de pesquisa e como está sendo a formação do acadêmico-pesquisador pelo curso de pedagogia. Com base nas reflexões dos acadêmicos acerca do processo de iniciação ao ensino e à pesquisa, desde a educação básica, fica em evidência, sobretudo, a falta de incentivo à leitura, do que decorrem dificuldades com o processo de pesquisa. Palavras-chave: Pesquisa. Educação básica. Formação acadêmica. INTRODUÇÃO Este trabalho analisa e discute a pesquisa e sua trajetória na vida dos sujeitos escolares desde a educação básica ao ensino superior. A problemática para a realização desta pesquisa relaciona-se com o crescente número de acadêmicos que chegam ao ensino superior sem nenhum contato com a pesquisa. A principal questão a ser discutida gira em torno da pesquisa científica, pela qual serão pontuadas as dificuldades encontradas pelos acadêmicos na hora de pesquisar, como acontece o processo de familiarização com a pesquisa e o como esta é produzida. Para isso, foi feito um recorte de pesquisa com acadêmicos egressos e concluintes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/ Campus de Naviraí (UFMS/CPNV) a 1  Acadêmico do 8° semestre do curso de Pedagogia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Naviraí. 2  Mestre em Educação. Professor Assistente da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Naviraí, curso de Pedagogia.

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  • A DIFCL TAREFA DE SE PRODUZIR PESQUISA: DA EDUCAO BSICA AO ENSINO SUPERIOR

    Roberto Ribeiro Trindade1 Giovani Ferreira Bezerra2

    Resumo: O estudo realizado tem o propsito de apresentar as dificuldades que os acadmicos encontraram em produzir pesquisa desde a educao bsica ao ensino superior. comum encontrarmos acadmicos saturados com muitas informaes e sem meios para descrev-la. Observam-se grandes inquietaes quando o assunto pesquisa. Para se chegar ao produto de uma pesquisa, preciso muito estudo acerca do assunto, informaes e conhecimentos tericos, seu resultado pode ser tanto positivo quanto negativo, no podendo ento ser ignorado os seus resultados. O que norteou a realizao deste estudo foi o crescente nmero de acadmicos que chegam ao ensino superior sem nenhum contato com a pesquisa. A coleta de dados para esta pesquisa foi realizada nos meses de junho e julho do corrente ano, com seis acadmicos do curso de pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Campus de Navira, sendo trs acadmicos concluintes e trs acadmicos egressos. As questes discutidas giraram em torno da pesquisa cientfica, onde foram pontuadas as dificuldades encontradas pelos acadmicos na hora de pesquisar, prticas de superao adotadas durante o processo de pesquisa e como est sendo a formao do acadmico-pesquisador pelo curso de pedagogia. Com base nas reflexes dos acadmicos acerca do processo de iniciao ao ensino e pesquisa, desde a educao bsica, fica em evidncia, sobretudo, a falta de incentivo leitura, do que decorrem dificuldades com o processo de pesquisa.

    Palavras-chave: Pesquisa. Educao bsica. Formao acadmica.

    INTRODUO

    Este trabalho analisa e discute a pesquisa e sua trajetria na vida dos sujeitos escolares desde a educao bsica ao ensino superior. A problemtica para a realizao desta pesquisa relaciona-se com o crescente nmero de acadmicos que chegam ao ensino superior sem nenhum contato com a pesquisa. A principal questo a ser discutida gira em torno da pesquisa cientfica, pela qual sero pontuadas as dificuldades encontradas pelos acadmicos na hora de pesquisar, como acontece o processo de familiarizao com a pesquisa e o como esta produzida. Para isso, foi feito um recorte de pesquisa com acadmicos egressos e concluintes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Campus de Navira (UFMS/CPNV) a

    1 Acadmico do 8 semestre do curso de Pedagogia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

    (UFMS), campus de Navira. 2 Mestre em Educao. Professor Assistente da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS),

    campus de Navira, curso de Pedagogia.

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    partir da concepo de autores como Demo, Ldke e Gatti, discutindo se essa relao entre aluno e pesquisa na educao bsica e culminando com a relao acadmico e pesquisa no ensino superior.

    O estudo realizado tem o propsito de apresentar o cenrio da pesquisa na formao escolar dos estudantes de educao bsica e dos acadmicos no ensino superior. Segundo Silva e Oliveira (2012), o modelo educacional brasileiro ainda muito fragilizado, e as mazelas adquiridas ao longo do processo de aprendizagem acabam por interferir na vida acadmica. comum encontrarmos acadmicos saturados com vasta gama de informaes e conhecimentos e sem meios para descrev-la. Assim percebem-se grandes inquietaes quando se fala em pesquisa, principalmente nos anos finais do ensino superior, essa dificuldade emblemtica visto que os acadmicos no possuem tal intimidade e no mantm contato com esse conhecimento.

    De acordo com Ldke (1986), o termo pesquisa tem sido ultimamente muito popularizado, o que acaba por comprometer o seu verdadeiro sentido. E continua essa discusso em outro trabalho (LDKE, 2001), no qual, ao propor um estudo sobre a prtica de pesquisa por professores da educao bsica, j previa a dificuldade de trabalhar com um conceito do que pesquisa. Uma das principais constataes do seu estudo reside na incerteza que cerca esse conceito, bem como na explicitao da variedade de noes, o que expressa, de certa forma, o distanciamento entre a pesquisa da academia e as urgncias do cotidiano pedaggico.

    Demo (1991) prope que a teoria e a prtica da pesquisa ultrapassem os muros da academia e da sofisticao instrumental, desmistificando a pesquisa. Ressalta que, para a sua realizao, necessrio rigor metodolgico, partindo do pressuposto de que pesquisa implica um processo que deve aparecer em todo o trajeto educativo. Desse modo, educar pela pesquisa torna-se condio essencial para que o professor maneje a pesquisa como princpio cientfico e educativo, instituindo a na sua prtica cotidiana.

    Para se chegar ao produto de uma pesquisa, preciso muito estudo acerca do assunto, informaes e conhecimentos tericos. Seu resultado pode ser tanto positivo quanto negativo, no podendo ento ser ignorado os seus resultados. O pesquisador mediador entre o conhecimento na rea e as novas evidncias que se estabelecero a partir da pesquisa. Ldke. (1986).

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    O ato de pesquisar tem o objetivo de querer saber, de desejar conhecer o funcionamento das coisas para, a partir dos resultados obtidos, fazer uso dos resultados desse processo. A pesquisa na universidade, de natureza acadmica, caracterizada pela produo desenvolvida na instituio universitria, onde se buscam resultados mais sistematizados dos que os j construdos pelos seres humanos; , portanto, fundamental para a construo de novos conhecimentos visando despertar o esprito intelectual autnomo.

    O ato de pesquisar uma atividade bsica da cincia e por meio dessa atividade cientfica que se conhece a realidade. No entanto para conhec-la, preciso questionar, estabelecer perguntas que, de certa forma, nos aproximem do conhecimento sistematizado.

    REVISO BIBLIOGRFICA

    Esse trabalho enfoca questes relacionadas ao conhecimento adquirido, pelos estudantes, da educao bsica ao ensino superior, quando o sujeito, de posse de conhecimentos sistematizados nas etapas anteriores, acaba por desenvolver habilidades que culminaro, ao final da graduao, em seu Trabalho de Concluso de Curso (TCC).

    De modo geral, o termo pesquisa assim definido por Ferreira (2008. p. 627):

    ato ou efeito de pesquisar, investigao e estudo minuciosos e sistemticos, com o fim de descobrir fatos relativos a um campo do conhecimento. O ato de pesquisar tem o objetivo de querer saber, de desejar conhecer o funcionamento das coisas para, a partir desse conhecimento, fazer uso dos conhecimentos produzidos.

    Inicialmente, podemos considerar que pesquisar significa buscar respostas para as mais diversas indagaes aos problemas humanos, sejam eles individuais ou coletivos. A pesquisa pode ser vista tambm como uma atividade eminentemente cotidiana, sendo considerada como uma atitude, um questionamento sistemtico crtico e criativo, mais a interveno competente na realidade, ou o dilogo crtico permanente com a realidade em sentido terico e prtico (DEMO, 1996, p. 34).

    Gil (1999, p.42) acredita que a pesquisa tem um carter pragmtico, constituindo-se em um processo formal e sistemtico de desenvolvimento do mtodo cientfico. O objetivo fundamental da pesquisa descobrir respostas para problemas

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    mediante o emprego de procedimentos cientficos. Assim, trata de um conjunto de aes propostas para resoluo de um problema, que tem por base procedimentos racionais, sistemticos e metdicos. A pesquisa realizada quando se tem um problema de investigao, isto , algo ou alguma coisa que se pretende investigar. No ensino superior, ela caracterizada pela produo desenvolvida na instituio universitria, buscando melhores resultados dos que os j construdos, visando despertar o esprito intelectual autnomo e a apropriao de um mtodo de investigao intencional. Neste sentido ENS (2008, p.01) pontua que:

    [...] para que ocorra o conhecimento no processo de pesquisar no basta que se rejunte uma informao ao seu contexto e ao conjunto ao qual ela pertence. O conhecimento, para o seu desenvolvimento, precisa usar de forma ampla e irrestrita a curiosidade intelectual do ser humano, ampliando o esprito de investigao [...].

    Os objetivos das pesquisas so influenciados por diferentes fatores que incluem: vises de cincia e conhecimento, natureza do objeto pesquisado, compreenses de hipteses ou variveis, necessidades reais, caractersticas do contexto de estudo. A complexidade desse processo de pesquisar, entretanto, no deve ser compreendida como um desestmulo prtica de pesquisa, mas, ao contrrio, como reconhecimento das diversas possibilidades de objetivos e princpios mediadores para a realizao da mesma. (VILAA, 2010).

    A pesquisa cientfica

    A pesquisa cientfica um dos instrumentos mais eficientes para promoo do conhecimento, pois suscita a busca por novas respostas, produzidas por raciocnio crtico. A partir do momento que a necessidade do conhecimento cultivada, compreende-se que o verdadeiro conhecimento nasce a partir da busca, do racionalismo crtico e da nova formulao dos conceitos. A pesquisa, portanto, carrega consigo um imenso conhecimento, que contribui de maneira significativa no processo de aprendizagem. (GIL, 2010).

    A pesquisa imprescindvel na vida do acadmico, o qual deve assumir caractersticas como: curiosidade, audcia, crtica, persistncia e tica, pois a busca por informaes deve ser constante e o conhecimento deve ser socializado. Em todos os

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    ramos do saber, as discusses so solucionadas com medidas sensatas e previamente estudadas. Essa sabedoria essencial e deve ser prioridade no somente na vida dos universitrios, mas sim na vida de todo e qualquer ser humano. (SILVA; OLIVEIRA, 2012).

    Segundo Severino (2002. p.39.), ao dar incio a sua vida universitria o estudante precisa comear a formar sua biblioteca pessoal. [...]. Entende-se que a vida universitria necessita de muita leitura, pois temos como rica fonte de informao a internet, mas tambm os livros impressos, as revistas cientficas e todo suporte que possa conter uma informao, de acordo com as peculiaridades de cada curso.

    A pesquisa no ensino superior uma ferramenta indispensvel e deve certamente ser estimulada pelos professores, uma vez que atua como responsvel pela propagao do conhecimento e a iniciao investigao cientfica.

    A pesquisa acadmica

    A pesquisa na modalidade acadmica no deixa de ser cientifica, porm realizada no mbito acadmico (universidade, faculdade ou outra instituio de ensino superior), conduzida por pesquisadores iniciantes que, comumente, so docentes, estudantes universitrios ou pesquisadores independentes. tambm um dos trs pilares da atividade universitria, junto com o ensino e a extenso. Essa assertiva pode ser observada no artigo 52 da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional em voga, LDBEN 9.394/96 (BRASIL, 1996, p.39.), segundo o As universidades so instituies pluridisciplinares de formao dos quadros profissionais de nvel superior, de pesquisa, de extenso e de domnio e cultivo do saber humano [...].

    O intuito da pesquisa acadmica o de produzir conhecimento em um determinado campo de estudos terico-prticos, bem como realizar investigaes relacionadas prtica dos processos de ensino-aprendizagem. Ainda segundo o disposto no artigo 43, inciso III da LDBEN 9.394/96, pode-se afirmar que a prtica pedaggica no ensino superior deve incentivar o trabalho de pesquisa e investigao cientfica, visando o desenvolvimento da cincia e da tecnologia e da criao e difuso da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive (BRASIL, 1996, p. 35.).

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    Zeichner (1998, p. 5) pontua que frequentemente, o conhecimento, gerado por meio da pesquisa educacional acadmica, apresentado de uma forma que no leva os professores a nela se engajarem intelectualmente. O autor apresenta a pesquisa acadmica e os pesquisadores acadmicos nas escolas e, com certo estranhamento, caracteriza essa pesquisa como sendo antieducativa, visto que seus resultados so dados como certos e definitivos ou usados como justificativa para impor programas prescritivos a serem seguidos pelos professores.

    A pesquisa escolar

    Conforme aponta Abreu e Almeida (2009.p.6.) A pesquisa escolar est circunscrita no contexto da pesquisa educacional como um elemento constitutivo da construo do conhecimento. A construo do conhecimento implica ensinar a aprender, criando possibilidades para que o indivduo chegue s fontes. O professor como mediador do conhecimento papel fundamental nesse processo, pois, no exerccio do aprender, pode conduzir de forma prtica a interao harmoniosa entre aluno e pesquisa.

    Em seu relato de experincia Garcez (2006. p. 218.), v a iniciao pesquisa como fundamental importncia para a mudana de postura em relao pesquisa, contribuindo para melhorar a qualidade da aprendizagem, pois sabe-se que o ser humano resiste mudana, mas acredita-se que quanto antes o aluno comear a mudar o mau hbito na realizao dos trabalhos, menos sofrer ao chegar idade adulta e universidade. Atenta ainda para a insero do aluno em atividades de pesquisa, visando produo prpria e desestimulando a cpia desenfreada.

    Abordagens da pesquisa cientfica

    De acordo com Severino (2007), a pesquisa quantitativa apropriada para medir tanto opinies, atitudes e preferncias como comportamentos. A primeira razo para se conduzir uma pesquisa quantitativa descobrir quantas pessoas de uma determinada populao compartilham uma caracterstica ou um grupo de caractersticas.

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    especialmente projetada para gerar medidas precisas e confiveis que permitam uma anlise estatstica.

    As pesquisas quantitativas so adequadas para apurar opinies e atitudes explcitas dos entrevistados, pois utilizam instrumentos estruturados (questionrios). Devem ser representativas de um determinado universo, de modo que seus dados possam ser generalizados e projetados para esse universo. Seu objetivo mensurar e permitir o teste de hipteses, j que os resultados so precisos e, consequentemente, menos passveis de erros de interpretao. Em muitos casos, geram ndices que podem ser comparados ao longo do tempo, permitindo traar um histrico da informao. (LIMA, 2009).

    A pesquisa qualitativa traduzida por aquilo que no pode ser mensurvel, pois a realidade e o sujeito so elementos indissociveis. Assim sendo, quando se trata do sujeito, levam-se em considerao seus traos subjetivos e suas particularidades. Tais pormenores no podem ser traduzidos em nmeros quantificveis. As pesquisas qualitativas so exploratrias, ou seja, estimulam os entrevistados a pensarem sobre algum tema, objeto ou conceito. Tem como objetivo desencadear o surgimento de aspectos subjetivos e atingir motivaes no explcitas, ou mesmo no conscientes. So usadas quando se buscam percepes e entendimento sobre a natureza geral de uma questo, abrindo espao para a interpretao. (SILVA; MENEZES, 2005).

    Ainda segundo Gatti, (2006), preciso considerar que os conceitos de qualidade e quantidade caminham juntos, uma vez que a quantidade uma interpretao, significado que atribudo grandeza com que um fenmeno se manifesta. A quantificao dessa grandeza que precisa ser interpretada qualitativamente, pois, em si mesmo, o significado dos dados quantitativos restrito.

    METODOLOGIA

    A coleta de dados para esta pesquisa foi realizada nos meses de junho e julho do ano de 2013, com seis acadmicos do curso de pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Campus de Navira, sendo trs acadmicos discentes e trs acadmicos egressos. Os discentes so denominados por D1, D2, D3. Os egressos so

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    denominados como E1, E2, E3. Foi desenvolvido um roteiro de perguntas para a realizao de entrevistas semiestruturadas.

    O processo de escolha dos acadmicos para a entrevista foi por sorteio, pelo qual buscava-se obter o nome de seis possveis participantes, sendo trs graduandos e trs j graduados. Esse sorteio ocorreu da seguinte forma: com a lista de acadmicos egressos do curso de Pedagogia, formados em 2012, o pesquisador sorteou o nome de dez acadmicos; em seguida, fez o mesmo procedimento com a lista de nomes dos atuais graduandos em Pedagogia, turma de 2013. Feito isso, os nomes dos trs primeiros acadmicos sorteados de cada lista foram convidados a participar da pesquisa, recebendo um e-mail, o que totalizou no envio de seis convites.

    Nesse e-mail, foi solicitado que os sujeitos manifestassem o aceite ou a recusa em participar da pesquisa em at trs dias, pois, do contrrio, outros acadmicos seriam convidados.

    Os trs primeiros convites enviados aos acadmicos egressos no foram respondidos no prazo estipulado. Sendo assim, os trs prximos nomes da lista sorteada tambm foram convidados, sem sucesso. O mesmo se deu com os outros quatro egressos sorteados, fato este que levou o pesquisador a convidar outros trs graduados em Pedagogia da turma de 2012. Estes, mesmo no fazendo parte da lista de dez nomes obtidos com o sorteio, aps serem esclarecidos sobre escopo da pesquisa, aceitaram participar do estudo.

    Quanto aos acadmicos concluintes, manteve-se o resultado obtido com o sorteio, pois os trs nomes sorteados concordaram em participar do trabalho. Assim que aceitaram o convite, todos os sujeitos leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que autorizava a realizao de entrevistas com eles. Cumprida essa etapa, os seis participantes selecionados para o estudo foram entrevistados e, posteriormente, essas entrevistas foram transcritas para referida anlise.

    No roteiro de perguntas definido para as entrevistas, constavam as seguintes indagaes:

    1-Durante sua trajetria escolar, ao longo da educao bsica, voc realizava pesquisas? Como eram essas pesquisas?

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    2- Como acadmico do curso de Pedagogia da UFMS/CPNV, voc encontrou/encontra dificuldades para a realizao de pesquisa cientfica? Se sim, quais e por qu?

    3- Em caso afirmativo para a pergunta anterior, quais prticas voc adotou/adota para superar as dificuldades surgidas durante a elaborao e desenvolvimento de sua pesquisa cientfica na universidade, no curso de Pedagogia da UFMS/CPNV?

    4- Na sua concepo, como tem sido a formao do acadmico-pesquisador pelo curso de Pedagogia UFMS/CPNV?

    A pesquisa adotou um enfoque qualitativo, de carter descritivo-interpretativo, realizada com uma amostra pequena, mas significativa de acadmicos. Ao longo de todo o estudo, foi utilizada a pesquisa bibliogrfica, visando ao embasamento terico do trabalho, elaborao do instrumento de coleta de dados e anlise das informaes obtidas.

    RESULTADOS E DISCUSSES

    Os dados coletados foram organizados e analisados a partir de quatro categorias, a saber: a pesquisa na educao bsica; dificuldades encontradas na realizao da pesquisa; prticas adotadas para superar as dificuldades com a pesquisa cientfica e formao do acadmico pesquisador pelo curso de Pedagogia da UFMS/CPNV.

    A pesquisa na educao bsica

    O processo de ensino, na educao bsica, atrelado aos enfoques da pesquisa, permite ao aluno acesso a conhecimentos diferentes do que est acostumado em seu dia a dia. Embora no parea, a atividade de pesquisa est presente em diversos momentos do cotidiano, embora os sujeitos a seguir afirmem no ter realizado pesquisas durante o processo de ensino- aprendizagem, relatando que esse processo no era facilitado pelo professor. De acordo com a fala de D1:

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    [...] quando eu estudei no tinha, no. Eram s as matrias mesmo, no tinha pesquisa, era mais cpia que a gente fazia no livro, que o professor passava cpia pra gente copiar duas ou trs cpias principalmente no final de semana. [...] no meu ensino fundamental, ele foi bem precrio. Assim, hoje eu vejo n a gente estudando, fazendo estgio... Agora, na escola, eu vejo que foi bem precrio, porque meus pais moravam na fazenda e eu estudei na fazenda. Ento, era assim: era um professor pra todas as disciplinas, salas multisseriadas- Geografia, Portugus, Matemtica, Histria e Cincias... Antes era Estudos Sociais que falava pra geografia, Estudos Sociais. Era um professor s pra tudo isso, ento eu me lembro que a gente usava livros, agora pesquisas, essas coisas, no, nem em jornal nem em revistas nada, nada de consulta.

    O sujeito D2 afirma que:

    No ensino fundamental, eu me lembro que eram assim pesquisas mais de cpias, ia l na biblioteca, porque naquela poca no tinha internet, no tinha computador, ia na biblioteca. A professora passava o que tinha que ser feito, ser realizado, s vezes em forma de perguntas, que eu me lembro, a a gente ia na biblioteca e copiava ou ento fazia um resumo do que a gente queria, que pegava do livro mesmo[...]

    E o sujeito D3 relata que:

    No, no realizava. Os professores no cobravam esse tipo de pesquisa, nenhum tipo. Nada que demandasse busca em biblioteca, livros nada, s no ltimo ano do ensino mdio que o professor mandava a gente pesquisar na internet [...].

    Percebe-se certa concordncia nas trs primeiras falas, nas quais se observa a precariedade de estmulos pesquisa em todo o processo na educao bsica. Abreu e Almeida (2009) e Garcez (2006), concordam que o processo de iniciao pesquisa deve comear cedo e com o auxlio do professor para que desde o incio da vida escolar, o estudante evite a prtica das cpias.

    As falas dos sujeitos egressos no diferem das falas dos que ainda so discentes do curso de Pedagogia, como apresentado a seguir. Sujeito E1:

    [...] No ensino fundamental, eu me recordo assim: a gente ia muito naquela biblioteca que fica prxima da avenida Caarap, e a gente chegava l para a bibliotecria, falava vou fazer uma pesquisa sobre a histria do Brasil, ela j dava a pgina l onde estava a histria do Brasil e eu copiava aquilo que tava l. Depois, quando eu fui pro ensino mdio, a gente comeou a ter acesso a computador, entrava l e digitava Histria do Brasil e a gente

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    copiava do Wikipdia3. Pra ns, isso era pesquisar, assim nunca foi algo aprofundado.

    O sujeito E2 argumenta que:

    Eu acredito que pesquisa, pesquisa, pesquisa no, porque na minha poca, quando eu estudei, l nos anos 90, dcada de 90, eu terminei o Normal Superior, desculpa o Ensino Mdio, que eu fiz o Magistrio, CEFAM4 no Ano 2000. Ento, assim, a pesquisa que a gente fazia no ensino fundamental era aquela de ir na biblioteca, pesquisar l os... alguns trabalhinhos, copiar do livro, copiar texto era isso. E, no CEFAM, eram mais pesquisas pra metodologia mesmo n, alguns tericos, coisa bem fraquinha, mais pra montar aula mesmo, nada de pesquisa. A pesquisa fundamentada no, e eu nem tive noo tambm no, em nenhum momento, eu lembro de terem falado, oh, citar fontes, de tal coisa assim, nenhum momento e olha que a gente lia muito, tinha muitos textos, muitas coisas assim pra ler, mas no era exatamente uma pesquisa dentro das normas.

    O sujeito E3 diz:

    Nunca trabalhei assim com pesquisas, a no ser assim com produo de textos, mas pesquisa em si nunca foi trabalhada. [...] At na graduao, a dificuldade maior que eu encontrei essa questo da fonte, de colocar referncia, porque essa prtica eu no tive na minha educao bsica.

    Percebe-se certa semelhana nas falas dos sujeitos E2 e E3 quando dizem nunca ter realizado pesquisas, e que somente foram feitos alguns trabalhinhos e produo de textos, pesquisas pra metodologia. O sujeito E3 ainda enfatiza que sua maior dificuldade na graduao foi em relao a fontes e referncias, isto , aos procedimentos de coleta, sistematizao, apresentao e anlise dos dados. Bagno (1998, p.18) menciona que difcil imaginar a ao humana sem a investigao, pois desde tarefa simples como espiar a janela para observar o tempo que est fazendo, ou a batidinha na porta do banheiro para saber se tem gente dentro... so preceitos de pesquisa.

    Quando se fala em pesquisas no mbito da educao bsica, imaginamos que a mesma no exista, e que esse papel seja somente do ensino superior. No entanto, Freire (1996, p.14) sustenta que no h ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. O professor como mediador do conhecimento, deve considerar os conhecimentos prvios

    3 A Wikipdia um projeto de enciclopdia coletiva universal e multilngue estabelecido na Internet sob

    o princpio wiki. A Wikipdia tem como objetivo fornecer um contedo reutilizvel livre, objetivo e verificvel, que todos possam editar e melhorar. 4 Centro Especfico de Formao e Aperfeioamento do Magistrio.

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    de cada indivduo, estimulando-os a ir alm do senso comum por meio do exerccio da curiosidade, da imaginao, observao dos questionamentos e at mesmo pela elaborao de hipteses. Ainda destaca a reflexo sobre a prtica educativa para evitar a reproduo alienada das cpias, dando possibilidades para que o aluno possa produzir e construir seus prprios conhecimentos.

    Sob o mesmo pensamento, Oliveri, Coutrim e Nunes (2010) destacam que o professor deve ter uma postura reflexiva e com conscincia do que est propondo, assumindo o papel de transformador da realidade. Logo, esse profissional precisa aprender, tambm, como produzir pesquisa na e a partir da escola, repensando suas prticas no dia a dia.

    Dificuldades encontradas na realizao da pesquisa acadmica

    Com relao a essas dificuldades encontradas na hora de produzir pesquisa acadmica, o sujeito D1afirma que:

    No primeiro ano sim, no primeiro ano[ refere-se ao primeiro ano na universidade] eu tive bastante dificuldade porque a gente no tinha o hbito n, e voc tambm foi EJA5. O nosso ensino no foi igual os do regular. Foi puladas etapas, agora eu vejo, foi bom como eu j estava atrasada na escolaridade no que eu queria chegar eu tive que fazer a EJA pra pular as etapas e com isso eu acho que a gente perde, porque a gente perde muito contedo, por isso no primeiro ano eu encontrei sim muita dificuldade em realizar as pesquisas, porque no tinha aquele conhecimento [...].

    J o sujeito D2 relata que:

    Encontrei muita dificuldade por no ter tido no ensino mdio essa prtica, encontrei muita dificuldade [...]. Muitas assim, por no ter tido nenhum tipo n, tive que aprender sozinha, na verdade [...].

    No mesmo sentido o sujeito D3:

    Sim. Agora, n, um pouco menos; antes, um pouco mais, porque no tinha tanta base do que era no ensino mdio. Quando eu fiz o ensino mdio, no era tanto criar, era mais copiar mesmo. Da, no incio, foi bem difcil de fazer assim as coisas, dificuldade de escrever as coisas porque no tinha base de criar, no em relao a livros, internet [...]

    5 Educao de Jovens e Adultos.

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    Os desafios apontados pelos sujeitos nos remetem ideia de senso comum em relao pesquisa. E, na contramo do que relatam os entrevistados sobre seu percurso escolar, deparamo-nos com o que diz Demo (2000). Segundo o autor, O aluno precisa ser motivado a, partindo dos primeiros passos imitativos, avanar na autonomia da expresso prpria (DEMO, 2000. p. 29). Do ponto de vista sistemtico,

    Esses argumentos nos fazem pensar que o desafio da pesquisa leva naturalmente a uma mudana na organizao do trabalho pedaggico, porque supe outro tipo de participao, de disposio dos espaos e tempos, do ambiente. O educar pela pesquisa exige apoios e estmulos diferenciados, ou seja, outras formas de dedicao, presena ativa, comunicao, tarefas individuais e coletivas. (FREIBERGER. R. M; BERBEL. A. N. 2005 p. 229).

    Entendemos que esses desafios encontrados na produo da pesquisa acadmica est relacionada ao fato de inconscientemente atribuirmos o sentido da pesquisa somente a estudos mais sistematizados, esquecendo que a atividade de pesquisa se faz presente em vrios espaos do nosso dia a dia.

    Para os egressos no foi diferente e o sujeito E1 aponta que:

    Muitas, assim at assim tive dificuldade na escrita, porque, assim, s vezes eu acredito que eu tenha facilidade no falar, mas na hora de escrever, mesmo assim, pesquisar s vezes se sente dificuldade. A pesquisa acadmica diferente, uma pesquisa que se requer estudo, da voc tem que ler muitos artigos [...] mas foi difcil, no foi fcil, foi bem cansativo. [...].

    No mesmo vis o sujeito E2 disse:

    A minha pesquisa... eu encontrei dificuldade sim, porque eu escolhi um tema sobre a participao dos pais na escola. A eu me deparei que a maior dificuldade, at cito no trabalho que em relao fundamentao terica. Eu no encontrava autores conceituados, de renome, n, pra mim fundamentar, ento eu busquei muito em artigo, em teses de doutorado, ento, a minha maior dificuldade mesmo, foi em relao a isso, a fontes.

    Contrrio aos demais o sujeito E3 diz que:

    A pesquisa em si no, com a pesquisa de campo, no porque como eu desenvolvi, como a minha pesquisa foi dentro da rea que eu tinha conhecimento, sobre a formao e a valorizao dos professores de 0 a 3, ento, assim, as meninas que eu pesquisei foram bem bacanas, e o gerente de educao, na poca, me atendeu super bem, n, aceitou a responder e com ele eu fiz a entrevista. Com os professores que entrou na pesquisa, foi s

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    questionrios, n, mas como o gerente de educao foi entrevista, em nenhum momento eu tive dificuldade. [...] Eu acredito que o fato de possuir duas graduaes foi a meu favor, mas tambm foram as pessoas em si que eu no senti dificuldade, dessas pessoas que se envolveram na minha pesquisa, em responder, e sim eles foram pessoas que ficaram bem abertas, que na maioria das vezes, na pesquisa em si a gente acaba com essas, esses probleminhas, essas dificuldades das pessoas quererem participar da pesquisa. Na minha, eu acredito assim que as pessoas foram bem abertas a participar da pesquisa.

    De acordo com as respostas, tanto de discentes como dos egressos, percebe-se que as dificuldades so semelhantes em relao ao processo de escolarizao, pois vai desde as modalidades de estudo cursadas, prtica da reproduo, falta de intimidade com a pesquisa, atribuem suas dificuldades prtica repetitiva da cpia pela cpia. De acordo com Seledez (2010), quando a prtica se torna repetitiva, obtm-se um rompimento entre a teoria e a prtica com dificuldades de introduo de algo novo. A prtica se torna vaga e desinteressante, levando a uma educao alienada e alienante.

    Nesse mesmo sentido, Demo (2000, p.07) afirma que a aula que apenas repassa conhecimento, ou a escola que somente se define como socializadora de conhecimento, no sai do ponto de partida, e, na prtica atrapalha o aluno, porque o deixa como objeto de ensino e instruo..

    Contrrio aos demais, o sujeito E3 afirma no ter tido dificuldades, pois desenvolveu sua pesquisa dentro da sua rea de conhecimento e, somada a essa facilidade, atenta ao fato de j possuir dois cursos superiores e, tambm, com relao aos sujeitos envolvidos em sua pesquisa na graduao em Pedagogia, destaca o fato de estes terem sido bem abertos discusso, propiciando um excelente levantamento de dados. Ainda para o autor supracitado:

    A iniciativa do aluno o maior patrimnio didtico, sem o que de pouco adiantaria a competncia do professor. Tal iniciativa no deve voltar-se apenas a estudar, mas igualmente ao questionamento social da cincia e da sociedade, de onde surge o manancial sempre decantado das lideranas novas de origem universitria. (DEMO 2011, p. 115)

    Dessa forma, depreende-se que no basta somente o incentivo do professor em articular prticas que levem o aluno a desenvolver senso crtico prprio, mas que depende de cada indivduo, sendo necessrio, tambm, o empenho desse aluno na busca desse conhecimento. figura do professor compete mediar o conhecimento, apontar os

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    caminhos e, junto com o discente, encontrar ferramentas que propiciem um melhor aproveitamento dos estudos.

    Prticas adotadas para superar as dificuldades com a pesquisa cientfica

    Com relao s prticas adotadas para superar as dificuldades na realizao da pesquisa o sujeito D1 respondeu:

    Foi assim tirando as dvidas com professor... eu tive muita ajuda tambm assim dos professores do SENAI6. s vezes, eu tinha um texto e no comeo do ano, assim, a gente no tinha muita intimidade com os professores l da faculdade. s vezes, ficava co um pouco de vergonha de perguntar ou at com medo, a perguntava pros outros: no, , v tal site bom; tal autor bom l, voc tem que ler bastante um artigo, um livro, tal livro bom, tal captulo. Eu acho nisso a foi uma prtica boa que hoje t me ajudando bastante, que eu tambm tinha um pouco de preguia de ler, agora querendo ou no voc tem que ler e ler e ler. Ento, eu acho que uma prtica essa, eu procurei ajuda nas pessoas. E o grupo l na faculdade tambm quando uma tinha dificuldade, perguntava pra outra [...]

    O discente D2 argumentou que:

    Eu acredito que lendo e, tipo assim, igual nos falamos a questo de se basear, ir lendo coisas da internet mesmo, pegando uma base, um eixo pra v se vai, consegue chegar em algum objetivo pra fazer o trabalho, nesse sentido.

    O discente D3 disse que:

    Atravs das leituras dos livros, e os professores tm apoiado a gente bastante a estar procurando, atravs das leituras de livros, a estar sempre indo atrs mesmo. Foi que iniciou assim, comeou l na faculdade.

    Percebemos com as falas dos discentes que encontraram na leitura o apoio para superar as dificuldades no momento de elaborao da pesquisa, a mudana de hbitos em relao a leitura teve papel fundamental para o processo de aquisio desses saberes.

    Nesse sentido Silva e Nascimento (2011 p.391) concluem que A leitura primordial na formao intelectual do indivduo, pois cria meios para que esse processo tenha prazer para o aluno e que ele sinta mais motivado. E que querendo ou no essas

    6 Servio Nacional de Aprendizagem Industrial

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    prticas de leitura refletem positivamente na sociedade mudando hbitos e inovando os costumes.

    Para os sujeitos egressos no foi diferente, e, no mesmo sentido o sujeito E1 relatou o seguinte:

    Bom, primeiro a prtica da leitura, da leitura, n, que assim... No que eu no lia, eu gostava de ler, mas lia assim... Coisa relacionada ao da minha formao da Pedagogia, nada, lia livros, tipo A menina que roubava livros, esses livros assim que [...] Livros literrios, nada com a realidade da faculdade, assim primeiro eu criei o hbito de ler. Foi a primeira coisa, primeira estratgia que eu fiz, depois assim a outra estratgia que eu fiz foi o que pesquisar, como pesquisar, saber selecionar, mas a primeira coisa foi criar o hbito da leitura.

    J o sujeito E2 respondeu que:

    Ento, como a minha maior dificuldade foi em relao a essa falta de fontes, eu tive que apostar mesmo nessas teses, ficar por isso mesmo teses de doutorado e artigos, artigos cientficos que voc encontra, at tinha temas de monografia mesmo, mas, s vezes, a gente fica meio assim, se os sites so seguros n, eu at encontrei alguma coisa em livros, mas bem pouca coisa, a tem uns fascculos de uma autora, no sei se vou lembrar o nome agora, inclusive ela de Campo Grande, Xavier Filha, eu no sei se voc j ouviu falar, ento assim meu texto foi baseado praticamente nos fascculos dela, foi onde eu encontrei mais fontes, que ela fez um estudo, no nem livros, so fascculos a respeito da participao familiar na escola, ento assim foi mais em cima da pesquisa dela que eu fiz.[...]

    Diferente das falas dos demais o sujeito E3 revelou que:

    A minha maior dificuldade foi na hora de argumentar, ou de passar pro papel, que seria mais isso de passar pro papel, os questionrios, descrever as entrevistas, essa a minha maior dificuldade, mas em relao pesquisa, as pessoas envolvidas na pesquisa no tive dificuldade [...].

    Em suma, para quase todos os entrevistados, as formas encontradas para superar as dificuldades foram a prtica da leitura, como ponto principal, e a realizao dos trabalhos na universidade. A exceo o sujeito E3, que encontrou dificuldade somente em passar para o papel, ou seja, na transcrio dos dados e desenvolvimento da anlise. J o E2 embasou seu trabalho em fascculos de uma autora aqui do Mato Grosso do Sul, que encontrara na internet, e que se fosse, hoje, teria melhores condies de melhor fundamentar o seu trabalho teoricamente. Mesmo em pesquisas acadmicas, muito comum o uso de fascculo, cartilhas e manuais como referencial, no como

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    objeto de anlise. Isso sugere que no se superou, na graduao, o modelo de pesquisa didtica da escola.

    Como se observa nos tpicos anteriores o sujeito E3 se contradiz nas falas, quando em determinado momento diz em que no teve dificuldade para a produo da pesquisa e no teve que adotar quaisquer prticas, porm comenta que sofrera na anlise dos dados, pois obteve muita informao. Fica evidente o desconhecimento no que concerne a pesquisa, quando o sujeito separa o processo de anlise da coleta dos dados.

    Tanto discentes como egressos evidenciam a prtica da leitura, criaram-se hbitos de leitura diante de uma necessidade. Embora esses resultados sejam somente um recorte da realidade, percebemos que a falta de leitura, do hbito de ler, continua sendo o que surpreende acadmicos que, de uma forma ou de outra, chegaram ao ensino superior sem essas prticas. Freire (1989) refora a importncia do praticar fazendo e do aprender bem para praticar melhor. Nesse sentido, voltamos ao incio da vida escolar, quando ocorre o processo de aquisio dos saberes. Vemos a necessidade, nessa etapa de ensino, do que diz Demo (2000, p. 21), isto , habituar o aluno a ter iniciativa prpria, visando superar a regra comum de receber tudo pronto, e, sobretudo reproduzir aquilo recebeu.

    Formao do acadmico pesquisador pelo curso de pedagogia da UFMS/CPNV

    A estrutura do curso de licenciatura plena em Pedagogia oferecido pela UFMS/Campus de Navira tem em sua grade curricular disciplinas que apiam o desenvolvimento acadmico, dentre elas Pesquisa e Prtica Pedaggica I,II,III,IV,V e VI, Grupo de Estudos e Seminrios Interdisciplinares I,II,III e IV, propiciando atravs dos estudos a aproximao do acadmico com a pesquisa cientfica.

    Em relao formao acadmico pesquisador os sujeitos entrevistados analisaram que de modo geral sairo bons pesquisadores, porm com algumas ressalvas. Quando indagado a respeito a essa formao o sujeito D1 respondeu:

    Olha isso acho que vai depender do aluno porque falta de incentivo no que os professores fala pra gente pesquisar que melhor pra nossa formao, fazer pesquisa leitura procurar os autores com referencia autores de peso que nem a professora fala s que eu acho que depende de cada um, se eu quero, se eu gosto, eu acho que vou correr atrs agora se eu quero s formar e

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    pronto acho que vai ser s pra pegar um canudo mesmo e. Agora eu vou falar por mim, eu pretendo seguir, eu pretendo levar a minha formao mais adiante e tudo que for bom que eu aprendi no curso eu quero carregar junto comigo[...]

    O sujeito D2 relatou que:

    Alguns. Alguns sim no todos mais alguns sim, acho que sim tem crescido, eu falo de mim, eu me vejo totalmente diferente do primeiro ano, no digo fisicamente , mas voc cresce, voc tem que amadurecer, voc que l fora quando voc comear a trabalhar vai ser diferente, no vai ser tudo a realidade, voc vai ter que trabalhar mesmo. Tem as que assim no sei se julgando mais parece que esto meio perdidos na faculdade, eu penso no sei, posso estar errada, tem uns que tem cara de quem est perdido dentro da faculdade.

    J o sujeito D3 diz:

    Acredito que sim que vai sair sim, na minha concepo ta sendo boa, eles esto trabalhando bastante nesse sentido do acadmico ta sempre buscando, aprendendo, pesquisando, na minha concepo ta sendo bom. [...]

    Contrrio aos discentes o sujeito E1 afirmou que:

    [...] ento eu acredito assim muitos saram no sabendo fazer uma pesquisa, e vai ser difcil, que nem agora eu estou j trabalhando n, como professora e uma constante pesquisa, voc quer trabalhar uma atividade, no tem como voc falar assim, ah, eu no vou pesquisar, voc vai l na internet, voc pergunta pros outros professores, vai em livros didticos, voc vai pesquisar atividades pra voc trabalhar tambm assim os projetinhos, faz projetos. Eu to trabalhando na educao infantil, ento assim eu to sempre pesquisando e se eu no tivesse aprendido como pesquisar, aonde pesquisar, como utilizar essa pesquisa, nos sites em livros. Eu estaria um pouco penando, eu acredito que tem gente que saiu, vai sair de l com dificuldade porque foi as vezes caminhou na mo do amigo n, foi um amigo levou, um passou a mo, ento vai ter dificuldade .

    J o sujeito E2 criticou o fato de:

    [...] o acadmico geralmente ele faz a pesquisa na sua maioria porque obrigado, porque faz parte do curso, pr- requisito raro voc encontrar pessoas que dem continuidade a sua pesquisa. Se sair pesquisador, pesquisador ser timo, mas eu no sei. [...] Eu at tenho vontade de levar a pesquisa adiante, que nem eu tenho vontade, mas a eu me deparo com um monte de barreiras n, que de repente pode me impedir. Na verdade tambm tem as reas de interesse da pesquisa deles l, voc tem que se adequar, s vezes com o tema que me proponha a pesquisar que eu j tenho o projeto no do que eles se interessa,[...]

  • 19

    Para o sujeito E3:

    Olha na minha opinio eu acho que ta sendo tima, eu acredito que sim, pelas pesquisas n, do curso, do ano passado, e eu pude assistir algumas, alguns trabalhos e assim eu no tenho o que falar, eu acredito que algum caso que voc escuta comentar, mas raro, mas assim no geral eu acredito que ta sendo timo, pelos professores eles estimulam n, eles fazem o aluno correr atrs a pesquisar, a ler, ento eu acredito assim ta sendo tima na minha viso. Acho que ta sendo assim o pontap inicial o curso de pedagogia.

    O sujeito D1 acredita que a formao vai depender de cada aluno, pois os professores tm cobrado bastante e que a formao tem sido boa. O sujeito D2 acredita que est sendo boa, pois h acadmicos sempre buscando, pesquisando e que, no seu caso, usou vrios artigos e monografias para se embasar teoricamente. No entanto os discentes D1, D3 acredita que alguns sim, porm nem todos sairo bons pesquisadores, houve um amadurecimento no geral, porm alguns parece estarem perdidos no curso.

    O sujeito E1 afirma ter adquirido bons conceitos sobre a pesquisa, porm no se considera uma pesquisadora. Na sua concepo, os cursos de formao continuada a ajudaram muito. No geral, acredita que alguns tero dificuldades pela frente, pois no se dedicaram ao longo do curso. Comenta que o processo de pesquisa deve ser constante no dia a dia, principalmente quando se est atuando em sala de aula como o seu caso.

    O sujeito E2 atenta ao fato de no ter tido produes acadmicas ao longo da graduao, mas pontua que o acadmico s pesquisa porque pr-requisito para concluso do curso, ainda relata a dificuldade de se ter um projeto aprovado em nvel strictu sensu e lembra a dificuldade de muitos em se adequar s linhas de pesquisas proposta pelas instituies.

    Em seu trabalho sobre a pesquisa e a formao de intelectuais crticos na Ps-graduao em Educao, Newton Duarte sinaliza a subordinao da pesquisa a concluso de curso:

    Ao invs do trabalho acadmico tornar-se fonte de elevao da individualidade ao nvel do desenvolvimento cultural alcanado pelo gnero humano, ele torna-se apenas um momento da vida profissional no qual o indivduo v-se privado do tempo que normalmente gastaria com outras atividades, na medida em que tem que usar esse tempo para estudar e escrever sua dissertao ou tese. (DUARTE. 2006. p.103)

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    Ainda relata o fato de numa certa ocasio ter ouvido certa candidata ao ttulo de doutora, que ao encerrar-se a sesso de defesa da tese, disse para uma amiga, com expresso de alvio, que agora sua vida voltaria ao normal. Torna-se evidente para a candidata que o trabalho desenvolvido em toda sua trajetria acadmica, somente serviu-lhe para a obteno dos ttulos. (DUARTE, 2006).

    O sujeito E3 acredita que a formao oferecida pelo campus CPNV est sendo tima, pois os professores tm estimulado e isso faz com que os acadmicos se dediquem mais e que o curso de pedagogia est sendo o pontap inicial para o incio da pesquisa. Diante dessas consideraes, vale mencionar que, segundo Castro (2011, p.11).

    Os primeiros passos com as atividades de pesquisa, de uma parcela significativa dos alunos de graduao, so titubeantes. H certo estranhamento com o tipo de conhecimento que lhe est sendo disponibilizado sobre os procedimentos metodolgicos cientficos. De um modo geral, as primeiras ideias do aluno, quando lhe pedido que escreva pequenos textos, so apressadas, generalistas, valorativas, opinativas e carregadas de prontas verdades, alm das carncias em relao escrita, especialmente quando o texto exige que ele se atenha norma culta. medida que o aluno vai ficando mais vontade, e com a intensificao das leituras, ele passa a questionar mais e comea a reagir de modo mais desembaraado em relao ao pensar e ao escrever.

    Nesse contexto, percebemos, desde j, que a formao inicial insuficiente. A postura reflexiva do professor somada formao continuada e a prtica pedaggica do dia a dia, ir fornecer subsdios para a trajetria docente. A heterogeneidade dos formandos diante do contexto atual, somada a excelncia formativa descrita pelos acadmicos discentes e egressos, tem possibilitado que alguns acadmicos que j atuam na docncia se destaquem no meio profissional, o que nos remete qualidade do profissional docente que a instituio tem se empenhado em formar.

    CONSIDERAES FINAIS

    Mediante as anlises sobre os dados colhidos com a pesquisa, percebe-se a precariedade da iniciao no processo e prtica de pesquisa j na educao bsica, levando esses alunos a um rendimento debilitado na educao superior.

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    Diversas literaturas atribuem essa precariedade ao processo de ensino, entretanto alguns autores tm publicado relatos de experincia que deram e esto dando certo. Gamboa (2000) apresenta como estratgia para a pesquisa a formao de grupos de estudos, pois a interao do grupo e as constantes leituras tm propiciado resultados positivos e, consequentemente, um melhor desempenho em atividades de pesquisa.

    Muito se tem discutido acerca de instrumentos e metodologias que facilitem ou propiciem um melhor aproveitamento dos estudos. Dentre esses aspectos, a relao aluno/leitura torna-se um ponto crucial a ser (re)visto e debatido com vistas formao do aluno e do acadmico pesquisador.

    De acordo com Marques (2006, p.135), o processo formativo da pesquisa importa que se faa presente da educao infantil universidade, em vez de ficarmos presos as grades curriculares sobrecarregadas e inchadas com aulas inspidas e repetitivas. Dessa perspectiva, necessrio buscar um ensino formativo com participao tanto de professores como de alunos.

    Nesse sentido, vemos que o conceito de pesquisa amplo, tanto que, quando se sugere desenvolv-la em contextos escolares de educao bsica, percebe-se certo estranhamento. Enfim, este trabalho no representa um novo paradigma em relao pesquisa, porm confirma a importncia da atuao de professores reflexivos no processo educacional atual, estabelecendo prticas pedaggicas inovadoras e autonomia curricular na efetivao de uma educao de qualidade.

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