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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)Núcleo de Educação à Distância - Universidade de Pernambuco - Recife

Andrade, Maria da ConceiçãoBiologia: prática de morfologia/Maria da Conceição Andrade; Júlio Brando

Messias. – Recife: UPE/NEAD, 2011. 52 p.

1. Prática de Morfologia 2. Biologia 3. Educação à Distância I. Universidade

de Pernambuco, Núcleo de Educação à Distância II. Título

CDD – 17ed. – 574 Claudia Henriques – CRB4/1600

BFOP-091/2011

A553b

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO - UPE

ReitorProf. Carlos Fernando de Araújo Calado Vice-ReitorProf. Rivaldo Mendes de Albuquerque

Pró-Reitor AdministrativoProf. Maria Rozangela Ferreira Silva

Pró-Reitor de PlanejamentoProf. Béda Barkokébas Jr.

Pró-Reitor de GraduaçãoProfa. Izabel Christina de Avelar Silva

Pró-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Viviane Colares Soares de Andrade Amorim

Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional e ExtensãoProf. Rivaldo Mendes de Albuquerque

NEAD - NÚCLEO DE ESTUDO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Coordenador GeralProf. Renato Medeiros de Moraes

Coordenador AdjuntoProf. Walmir Soares da Silva Júnior

Assessora da Coordenação GeralProfa. Waldete Arantes

Coordenação de CursoProf. José Souza Barros

Coordenação PedagógicaProfa. Maria Vitória Ribas de Oliveira Lima

Coordenação de Revisão GramaticalProfa. Angela Maria Borges CavalcantiProfa. Eveline Mendes Costa LopesProfa. Geruza Viana da Silva

Gerente de ProjetosProfa. Patrícia Lídia do Couto Soares Lopes

Administração do AmbienteJosé Alexandro Viana Fonseca

Coordenação de Design e ProduçãoProf. Marcos Leite

Equipe de DesignAnita Sousa/ Gabriela Castro/Renata Moraes/ Rodrigo Sotero

Coordenação de SuporteAfonso Bione/ Wilma SaliProf. José Lopes Ferreira Júnior/ Valquíria de Oliveira Leal

Edição 2013Impresso no Brasil

Av. Agamenon Magalhães, s/n - Santo AmaroRecife / PE - CEP. 50103-010Fone: (81) 3183.3691 - Fax: (81) 3183.3664

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O MicrOscópiO

Profa. Maria da Conceição Andrade Prof. Júlio Brando Messias

OBJETiVOs

• Explicaroqueéopoderderesoluçãodeum microscópio.

• Diferenciaropoderderesoluçãodoolhohumano para um microscópio óptico.

• Diferenciar ummicroscópio simples deum composto.

• Citareexplicaroscomponentesdomi-croscópio óptico.

• Explicarofuncionamentodeummicros-cópio óptico.

• Citaroscuidadosnecessáriosparaoma-nuseio correto do microscópio óptico.

iNTrODUÇÃO

Os métodos de ensino em Citologia, Histo-logia, Embriologia e em outras disciplinas baseiam-se, principalmente, no estudo das estruturas e dos processos celulares com o auxílio do Microscópio Óptico (MO) e do Microscópio Eletrônico (ME), permitindo o reconhecimento da célula como um compo-nente dinâmico e participante do metabolis-mo corporal.

Basicamente, esses estudos utilizam como ferramentas preparações histológicas, vul-garmente conhecidas como “lâminas” com colorações histológicas e histoquímicas, para

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6o estudo do MO e telas de cobre contrastadas com metais pesados, para o estudo do ME (de transmissão, de varredura, etc.).

Os microscópios são aparelhos nos quais len-tes de vidro são associadas de tal forma que se consiga reproduzir para o olho humano uma imagem aumentada e detalhada das células, dos tecidos e dos órgãos. Os estudos realiza-dos com o auxílio do microscópio podem ser realizados, basicamente, de duas formas, atra-vés de métodos imediatos (de material fresco) e métodos mediatos (material permanente).

Pretendemos, assim, mostrar, neste capítulo, a importância da utilização correta do microscó-pio, o conhecimento de seus componentes e os cuidados na sua utilização.

O OLHO HUMANO, O MicrOscópiO ópTicO E O pODEr DE rEsOLUÇÃOO olho humano tem o poder de resolução de aproximadamente, 0,1mm ou 100mm a uma distância de 25cm. Ao olharmos dois pon-tos separados por uma distância menor que 100mm, esses pontos aparecem como um ponto único. Para distinguirmos as estrutu-ras separadas uma das outras por menos de 100mm,hánecessidadedeinstrumentosópti-cos que tenham o poder de resolução aumen-tada. Para se ter uma idéia, os microrganismos têm dimensões de 1µm = 10-3mm.

Ao ampliarmos várias vezes umamesma fo-tografia comum, a imagem aumenta, mas os pontos separados por menos de 100mm con-tinuarão a aparecer como um ponto único, borrado. É possível, portanto, aumentar a am-pliação de uma foto, sem, contudo, melhorar a sua resolução. Os microscópios permitiram ao homem observar estruturas com maior am-pliação e resolução. Geralmente o MO amplia o objeto até certo limite (1.000 a 2.000 vezes). Esta limitação se deve ao poder de resolução, ou seja, a medida do menor objeto que pode ser visto ao microscópio.

O limite de resolução do MO é de aproximada-mente, 0,2mm (ou 200nm ou 2000Aº), sendo melhor que o olho humano cerca de 500 ve-zes. Não se consegue construir um MO com desempenho melhor, uma vez que o fator limi-tante é o comprimento de onda da luz.

cONHEcENDO O MicrOscópiOAntes de começarmos a manusear um micros-cópio, é essencial conhecermos o histórico e os diferentes tipos de microscópio. Em se-guida, comentaremos as diferenças entre um microscópio simples e um composto, para, fi-nalmente, nos determos no funcionamento do microscópio composto.

Em 1674, o holandês Antonie Van Leeuwe-nhoek descreveu, pela primeira vez, os micror-ganismos, observados através de lentes polidas por ele. Dependendo do princípio no qual a ampliação é obtida, os microscópios são clas-sificados em ópticos e eletrônicos. O microscó-pio eletrônico utiliza um feixe de elétrons para produzir uma imagem ampliada, enquanto o microscópio óptico emprega ondas luminosas.

A microscopia óptica inclui a M. luminosa, M. de campo escuro, M. de fase, M. de fluores-cência e Microscopia ultravioleta.

Microscópio (Gr. mikrós – pequeno e skopé-oo – observar ou ver através de) consiste em um instrumento que permite a observação de objetos invisíveis a olho nu mediante a utiliza-ção de lentes que aumentam o tamanho apa-rente dos objetos. O microscópio óptico ou microscópio de luz ou microscópio fotônico é um instrumento de óptica com capacidade de mostrar com aumento (ampliação) e resolução (detalhes) imagens de pequenas estruturas não visíveis aos olhos desarmados.

As lentes, ou sistema de lentes, dos microscó-pios receberam o seu nome pelo fato de es-tarem dispostas respectivamente ou nas pro-ximidades do olho do observador (ocular) ou nas proximidades do objeto a ser observado (objetiva). Às vezes, esse tipo de microscópio é chamado de “microscópio composto”, exa-tamente por ser composto de duas lentes, ou

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7melhor, de sistemas de lentes dispostas ao longo do eixo de observação, reservando-se o termo “microscópio simples” para aqueles constituídos de uma só lente (ou um só sistema de lentes). O microscópio simples comumente é chamado de lupa e pode assumir diferentes tipos de mon-tagem. A lupa é uma lente convergente que fornece uma imagem virtual direta e aumentada de um objeto real.

O aumento que se pode obter com lupas de uma só lente é da ordem de 50 vezes. Quando dis-posta em um sistema de lentes de duas ou três lentes próximas entre si, podem ser conseguidos aumentos de até 100 vezes. Nos microscópios compostos, a objetiva e a ocular correspondem cada uma delas a uma lupa, e o aumento que pode ser obtido corresponde à multiplicação entre si dos aumentos de cada uma das duas lupas. Assim, é possível serem obtidos aumentos da ordem de 1.000 a 3.000 vezes.

cOMpONENTEs DE UM MicrOscópiO ópTicOcOMpOsTO

pArTE MEcÂNicA

Serve de suporte para os componentes da parte óptica, manuseio da preparação, entrada e con-trole da parte elétrica.

Pé (Base): de formato ligeiramente retangular (ou de trapézio), serve de apoio para os restantes dos componentes do Microscópio; abriga internamente componentes da parte óptica (espelhos, lentes convergentes, lâmpada, fusível e transformador). Na parte ântero-superior externa, apre-senta um diafragma e uma lente convergente de campo. Nele encontra-se, ainda, a entrada da eletricidade (fio da tomada), o botão liga-e-desliga, além do botão de controle de intensidade de luz (o arranjo desses componentes depende do modelo do MO).

Coluna (Estativa ou Braço): de formato ligei-ramentecurvooureto,estáfixaàbase,servede suporte para o cabeçote, além de fixar a subplatina.

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8Cabeçote: local de encaixe do tubo ou canhão. Nele encontra-se um parafuso - Parafuso de Fixação que permite fixar o tubo binocular (ao cabeçote), além de permitir que este mude de posição (Gire).

Platina (Mesa): peça plana de formato qua-drangular normalmente de cor preta, na qual se apóia a lâmina. Encontra-se disposta per-pendicularmente ao eixo óptico da objetiva e apresenta um orifício por onde passam os raios luminosos (provenientes do sistema óptico de iluminação). Encontra-se presa à subplatina.

Subplatina: peça situada imediatamente abai-xo da platina (mesa). De cor preta, tem a fun-ção de fixar a mesa à coluna e servir de suporte para o condensador.

Pinças do Charriot: sistema de presilhas (uma fixa à esquerda, e outra, móvel à direita) apro-p r i a d o para pren-der a lâ-mina na mesa, de cor prate-ada; elas estão lo-cal izadas na parte pó s t e ro --superior da platina.

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9Parafuso do Charriot (Maior e Menor): parafu-sos dentados de cor preta, localizados no lado direito, presos à porção inferior da mesa do microscópio. O botão superior movimenta a mesaparafrenteeparatrás,enquantoobo-tão inferior menor movimenta a lâmina para a esquerda e para a direita.

Botões Macrométricos e Micrométricos: consistem em dois botões situados em am-bos os lados da coluna próxima à base. O bo-tãomaiorpermitemovimentosrápidosedegrande amplitude, enquanto o botão menor permite movimentos lentos e de pequena amplitude, possibilitando o ajuste do foco.Tubo ou canhão: estrutura móvel, suporta a(s)

ocular(es) na extremidade superior e permane-ce fixo ao cabeçote pelo parafuso de fixação. Nele é possível regular a distância das oculares do observador.

Revólver: peça giratória de cor prateada; é o portador das lentes objetivas de diferentes am-pliações, que se encontra fixo ao cabeçote.

Parafuso do condensador: movimenta o condensador em relação à platina (aproxi-ma ou distancia o condensador).

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pArTE ópTicADestinada a formar e ampliar a imagem da estrutura encontrada na lâmina bem como fornecer iluminação adequada para a ob-servação do material em estudo. Possui dois componentes:

1. o sistema de formação e ampliação da imagem e

2. o sistema de iluminação.

sisTEMA DE FOrMAÇÃOE AMpLiAÇÃO DA iMAGEMObjetiva: é formada por um sistema de lentes convergentes,montadonumtubometálico,decor prateada. Forma uma imagem (aumentada, real e invertida) do objeto em estudo. A objeti-va tem poder de resolução, ou seja, tem capa-cidade de produzir imagens nítidas ou distintas de pontos situados muito próximos entre si.

Lentes oculares: consiste de um sistema de lentes que permite ampliar a imagem real for-necida pela objetiva, formando uma imagem (virtual, aumentada e direta) que se situa a, aproximadamente, 25cm dos olhos do obser-vador. Permite corrigir pequenos defeitos da imagem que ainda persistem após a passarem pelas objetivas. As oculares mais utilizadas são as de ampliação 10x, embora possamos en-contrar lentes oculares de 12x, 8x e 6x.

Permite ampliar a imagem do objeto em 4x, 10x, 40x e 100x (existem outros aumentos). As três primeiras são denominadas de objeti-vas secas, uma vez que, entre a preparação e a lente da objetiva, existe somente ar. A objeti-va de 100x é também chamada de objetiva de imersão.Nestaénecessáriocolocarumagotade óleo de imersão entre a preparação e a lente da objetiva. O óleo de imersão tem um índice de refração semelhante ao do vidro, evitando o desvio do feixe luminoso para fora da obje-tiva, ou seja, o óleo de imersão direciona para dentro da objetiva os raios luminosos prove-nientes do sistema de iluminação, aumentan-do, assim, o poder de resolução do MO.

sisTEMA DE iLUMiNAÇÃOFonte de iluminação: tem por função principal fornecer luz de qualidade e intensidade ade-quada à iluminação uniforme e eficiente do espécime em estudo.

Pode ser de luz natural, mas geralmente con-siste de uma lâmpada de 6 a 12 volts (incan-descente, halogênio, tungstênio) e dois sis-temas de lentes situados na base do MO; o primeiro sistema (3 ou 4 lentes convergentes) localiza-se (por dentro da base) próximo à in-serção da coluna, e o outro (uma única lente), de localização anterior, corretamente posicio-nado e definindo o trajeto da luz no MO.

Os raios luminosos provenientes da lâmpa-da são concentrados por uma série de lentes convergentes e desviados de sua trajetória ho-rizontal para uma trajetória vertical, por um espelho posicionado a 45º (situado imediata-mente abaixo da Lente de Campo). Daí, segue

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11em direção ao condensador, e, a partir deste, para todo o trajeto óptico.

lhorar a resolução. O filtro azul permite trans-formar a luz amarela em luz branca natural.

O Diafragma da Íris (do Condensador) é consti-tuídodepalhetas(plásticaoudeaço),situadoentre o sistema de lentes do condensador e o filtro. É crítico para a formação da imagem, ou seja, quando totalmente aberto, a qualida-de da imagem perece devido à reflexão da luz ao longo do trajeto óptico do MO. Se estiver fechado,poucaluzatingiráomaterialhistoló-gico, e, dessa forma, a resolução e a nitidez da imagem serão mais pobres.

pArTE ELÉTricAMuitas vezes, não é mencionada nas descri-ções sobre microscópios, uma vez que a lâm-pada é sempre descrita como constituinte do sistema óptico, ficando, muitas vezes, suben-tendido que as estruturas que lhe dão supor-te deveriam fazer parte deste sistema. Isso se deve, provavelmente, ao fato de a iluminação dos primeiros microscópios ser proveniente de fontes externas ao equipamento, como a luz de uma vela, do sol e de uma lâmpada, tendo a lâmpada sido incorporada à estrutura do mi-croscópio. Até hoje, a maioria das descrições refere o microscópio como sendo constituído de duas partes: a mecânica e a óptica. Fare-mos, contudo, considerações sobre os com-ponentes da parte elétrica, por entendermos que a parte elétrica seja fundamental para esse equipamento, uma vez que o sistema de ilu-minação dos microscópios modernos depende de energia elétrica.

Fio e Toma-da: permi-tem forne-cer energia e l é t r i c a para a lâm-pada do MO.

Condensador: consiste de 3 partes: as lentes (internas), o filtro/porta filtro e o diafragma da íris,queamantêmemumúnicocorpometá-lico de cor preta que, por meio de parafusos lateraisficapresoaumsemi-arcometálicofixona Subplatina. O Condensador é movimentado pelo Parafuso do Condensador para cima e para baixo; dessa forma, concentra e fornece luz ne-cessáriaàiluminaçãodoespécimeemestudo.

As Lentes Condensadoras consistem em duas lentes, uma lenta interna (biconvexa) e outra Lente Superior (plano-convexa), com a face plana voltada para o orifício da Platina.

O Filtro normalmente é de vidro polido, liso, de cor azul e de forma circular, encontrando-se encaixadoemumarcometálico (porta filtro)na parte mais externa do condensador ou po-sicionado acima da lente de campo. Permite absorver certas radiações indesejáveis da luzutilizada. A utilização apropriada de um filtro permite aumentar o contraste da imagem e me-

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12Suporte da lâmpada: local de encaixe da lâmpada.

Fusível: geralmente localizado na parte inferior ou posterior do equipamento, tem a função de proteger o MO de um possível excesso de corrente elétrica.

Botão liga/desliga:responsávelporligaredes-ligar a lâmpada do MO.

Transformador: encontra-se embutido no MO (dentro da base) e permite controlar, através de um botão, a voltagem para 110 ou 220 volts.

rEsUMO sOBrE O FUNciONAMENTO DOMicrOscópiO ópTicOO objeto a ser estudado é montado em uma lâmina de vidro, fixado à platina presa às pin-ças do Charriot. O material a ser observado é centralizado em relação à objetiva. Faz-se o foco correto do objeto levantando ou abaixan-do a platina e levantando ou abaixando o tubodo microscópio. Os raios luminosos provenien-tes da lâmpada do microscópio são defletidos e convergem para o material em estudo. Dessa forma, os raios passam através das lentes da ocular e são novamente defletidos. Emergindo da ocular, os raios luminosos são dirigidos para a pupila do olho; em seguida, incidem sobre a retina. Estando o olho em repouso, como na visão a longa distância, deve-se obter uma cla-ra imagem do objeto, quando a objetiva estiver no foco exato. A posição das lentes do micros-cópio em relação ao objeto pode ser mudada, ajustando os focos fino e grosso (botão macro e micrométrico, respectivamente).

Um microscópio óptico composto é, portan-to,umsistemadeaumentoemdoisestágios.Primeiro o objeto é aumentado pelas lentes da objetiva e depois, novamente, pelo segundo conjunto de lentes da ocular. O aumento total é o produto dos aumentos da objetiva pelo da ocular.

cUiDADOs NEcEssÁriOs pArA sEMANUsEAr UM MicrOscópiO ópTicOcOMpOsTOO correto manuseio de um microscópio se faz necessárioparaevitaracidentescomoapare-lho, a quebra de lâminas, além de proporcionar vida longa tanto ao equipamento como tam-bém às preparações histológicas. Assim, segue uma série de recomendações a serem adota-das em relação ao equipamento em questão:

Botão de controle de luminosidade:responsá-vel pelo controle da intensidade da iluminação fornecida pela lâmpada. Em alguns microscó-pios, esse botão não existe; em outros, estáassociado ao botão liga/desliga.

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13• Não manusear o equipamento com as

mãos sujas ou molhadas.

• Evitartocarnasuperfíciedaslentescomosdedos e utilizar papel apropriado.

• Jamaiscomeroubeberpróximoaoequi-pamento.

• Nãofumarpróximoaomicroscópio.

• Nuncalimparaslentescommateriaisabra-sivos, como lenço de pano.

• Naremoçãodomicroscópio,certifiqueseo parafuso de fixação do cabeçote estápreso à coluna; em seguida, segure-o fir-memente com uma das mãos no braço, e outra, na base ou segure-o com as duas mãos pelo braço do microscópio.

• Mantenhaomicroscópiobemapoiadoso-bre a mesa de trabalho que deve ter uma superfície plana.

• Evite qualquer movimentação brusca doequipamento.

• Nuncadesloqueoaparelhocomalâmpa-da acesa ou logo após ter sido apagada.

• Ao observar preparações emmeio líqui-do, deve-se ter muita atenção devido ao risco de molhar a lente frontal da objeti-va, além da possibilidade de esse líquido sujar componentes do microscópio, como a platina, o condensador e a base. Acon-selhamos, portanto, se retirar o excesso do líquido com papel absorvente, antes de colocar a lâmina sobre a platina ou simplesmente colocar sobre a lâmina uma lamínula. No caso de o líquido derramar sobre o microscópio, enxugar imediata-mente com papel absorvente (certifique--se de que o microscópio esteja desligado da tomada) e proceda à limpeza do MO (veja último item da lista).

• Certifique-sedequeapreparaçãoperma-nenteestácomalamínulaparacima,umavez que na objetiva de 40x ou 100x, não serápossívelavisualizaçãodasestruturaspresentes na lâmina.

• Naobservaçãodeumapreparaçãohistoló-gica, inicie sempre pela objetiva de menor aumento (normalmente é uma objetiva de4x).Observe,atravésdaocular,aáreaescolhida da lâmina (de imediato, apenas aluzclaraseráobservada).Comoauxíliodo botão macrométrico, aproxime a mesa (com a lâmina presa ao Charriot) até con-seguir focar a estrutura desejada; em se-guida, ajuste o foco, utilizando o botão micrométrico.

• Para focalizar comasdemaisobjetivas, éimportante lembrar que é necessário se-guir a seqüência de grandeza das objetivas do seu microscópio, ou seja, mudar para a objetiva de 10x e, em seguida, trocar para a objetiva de 40x, acertando o foco toda vez que se mudar a objetiva.

• Aoseguiraordemnuméricadasobjetivas,ooperadorevitaráochoqueentreaobje-tivaealâmina,umavezqueestarásendomantida uma distância segura de trabalho, ouseja,nãoseránecessáriobaixaramesado microscópio para mudar a objetiva, desde que o operador tenha conseguido focar a sua preparação, antes de fazer a mudança de objetiva.

• Namudança de objetiva, a imagemnor-malmentenãoestarábemfocalizada;paratanto,bastaajustá-lacomobotãomicro-métrico.

• Ousodaobjetivadeimersão(100x)émaisdelicado, porém segue o mesmo princípio utilizado nas objetivas anteriores, lembre--se de que a distância focal entre a face da objetiva e a parte superior da lamínula di-minui quando a ampliação é aumentada.

• Aotrocarparaaobjetivade100x,assegure--se da existência de algo no campo de obser-vação (certifique-se com a objetiva de 40x).

• Deslocaraobjetivade40xparapermitiraadição de uma gota de óleo de imersão em cima da lamínula, em seguida, deslocar completamente o revólver, posicionando a objetiva de 100x sobre a lamínula (a obje-tiva de 100x trabalha com a lente imersa no óleo). Ajustar o foco com o auxílio do botão micrométrico.

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14• Utilizaróleodeimersãosomentenasobje-

tivas de 100x. No caso de muitas lâminas, nãose faznecessário limpara lente todavez que é trocada uma lâmina por outra. É suficiente tirar o excesso de óleo com pa-pel de filtro e colocar uma nova gota de óleo.

• Apesar das orientações mencionadas, ooperador pode ter ainda alguma dificulda-de para completar a sua observação. Caso o operador, ao mudar de objetiva, “perca o foco”, aconselhamos mudar para a obje-tiva imediatamente menor, para, em segui-da, tentar novamente acertar o foco.

• Osprincipaismotivosdoinsucessonaob-servação com o MO são:

1-omicroscópioestádesligado; 2-obotãode intensidadede luzestáno

mínimo; 3-aobjetivaestáforadoeixodepropaga-

ção da luz; 4-apreparaçãohistológicaestá invertida

(lamínula para baixo); 5- o operador não conseguiu focalizar com umaobjetivamenor e está tentandoob-servar com uma objetiva maior;

6- a lamínula não é tão fina quanto deveria; 7-o condensadorestámuitodistanteda

platina; 8-alâmpadae/oufusívelestáqueimado; 9-aobjetivae/ouaocularestásuja; 10-estáfaltandoenergiaelétrica.

• É importante lembrar a necessidade dalimpeza do microscópio sempre após a sua utilização. Para a parte mecânica, é necessário,apenas,umpanosecoouligei-ramente úmido com álcool 70%ou sim-plesmente água destilada. Para as lentes(oculares e objetivas), aconselhamos utili-zar algodão ou palinete embebido em al-guma das soluções que se seguem:

• Mistura de 55%de acetona PA, 30%deéterPAe15%deálcooletílico100%PA.

• MisturadeclorofórmioPA,álcooletílicoeáguadestiladanumaproporçãode1:1:1.

• Mistura de álcool etílico 100% PA, xilolnuma proporção de 1:1 (certifique-se que apessoaqueseráresponsávelpelalimpezanão seja alérgica ao xilol).

• Álcooletílico100%PA.

• ÁlcoolisopropílicoPA.

• Para a limpeza das lentes de imersão, éconselhável retirar, antes, o excesso doóleo com papel de filtro.

• Cuidado ao utilizar solventes orgânicos,como benzeno, tolueno ou xilol na limpe-za das lentes porque, apesar de eficazes, não podemos esquecer que esses produtos são carcinogênicos, inflamáveis e tóxicos.Além disso, não devem ser utilizados em locais pouco ventilados e/ou próximos a chamas.

EXErcÍciOs

1. Qual a diferença de um microscópio sim-ples de um composto?

2. Ao utilizarmos uma objetiva de 40x e uma ocular de 10x, estaremos ampliando em quantas vezes o material em estudo?

3. Uma partícula de 0,2µm de diâmetro ob-servada em MO através de uma lente ob-jetiva de 100x, associada a uma ocular de 10x estaria ampliada em quantas vezes?

4. Cite 3 (três) componentes da parte mecâ-nica e da parte óptica de um microscópio.

5. Quais recursos podem ser utilizados em um microscópio óptico para melhorar a qualidade da iluminação de um microscó-pio óptico?

6. Explique o que é poder de resolução de um microscópio óptico.

7.Porqueénecessárioutilizaroóleodeimer-são, quando se utiliza a objetiva de 100x?

REALIZE AS ATIVIDADES PROPOSTAS E FAÇA UM RELATÓRIO DE SUAS OBSERVAÇÕES.

ATIVIDADE 1 – Estudo da formação da ima-gem ao microscópio

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15Materialnecessário: folha de jornal ou revista, tesoura, lápiscolorido,régua,água,lençodepapel, lâmina, lamínula.

Metodologia

1. Escolha letras pequenas do material im-presso na folha de jornal e recorte as letras “a” ou “d” ou “p”.

2. Ponha a letra recortada sobre a lâmina de vidro.Coloqueumagotadeáguasobrealetraescolhida.Retireoexcessodeágua.Coloque uma lamínula sobre a lâmina, for-mando um ângulo de 45º. Faça com que a lamínulatoqueofiodeáguaesoltedeli-cadamente a lamínula sobre o material, de maneira a não formar bolhas de ar.

3. Coloque a lâmina sobre a platina do mi-croscópio.

4. Observe o material com as objetivas 4 e 10x.

ATIVIDADE 2 – Estudo de noções de profundi-dade de campo

Material:fiosdecabelo,água,lençodepapel,lâmina, lamínula.

Metodologia

1. Coloque sobre uma lâmina de vidro dois fios de cabelo (claro e escuro) cortados em pequenos pedaços e sobrepostos em cruz.

2. Sobreeles,ponhaumagotadeágua,reti-

re o excesso com papel de filtro e coloque uma lamínula.

3. Coloque a lâmina sobre a platina do mi-croscópio.

4. Observar o material com as objetivas 4, 10 e 40x.

5. Utilize o parafuso micrométrico para ob-servar variação de profundidade de campo.

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MÉTODO DE EsTUDO iMEDiATO E MEDiATO

Profa. Maria da Conceição AndradeProf. Júlio Brando Messias

OBJETiVOs

• Diferenciarmétodo imediatodeméto-do mediato.

• Citareexplicarosprincipaismétodosdeestudo imediatos.

• Citaraimportânciadacoloraçãodeco-loração vital.

• Explicar as etapas necessárias para apreparação de um material permanente.

iNTrODUÇÃO

Os estudos citológicos para MO podem ser realizados basicamente de duas formas, através de Métodos Imediatos e Mediatos. Neste capítulo, abordaremos alguns méto-dos utilizados nos laboratórios de biologia, a fim de explicarmos como podemos desen-volveratividadespráticasdematerialfrescoou preparações permanentes.

MÉTODOs iMEDiATOsDE EsTUDO (EXAME A FrEscO)O exame a fresco é um método muito sim-ples, consistindo na observação, ao micros-cópio, de células, pequenos organismos vivos ou fragmentos de tecidos vivos, num

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18meio líquido o mais próximo possível do meio natural desses organismos. Tem por finalida-de permitir a observação de estruturas “in vivo”, de modo a poder observar manifesta-ções funcionais, como o movimento de ciclose de células vegetais, além de ser importante na contraprova de outros métodos de estudo de estrutura celular que utilizem o estudo de cé-lulas mortas.

Consisteemtécnicasrápidasdeobservaçãodematerial biológico com o auxílio do microscó-pio, embora apresentem o inconveniente de não se prestarem para observações posterio-res. Para que as células sobrevivam o maior tempopossível,énecessárioousodelíquidoschamados conservadores fisiológicos, os quais são soluções que proporcionam às células que estão sendo observadas condições as mais aproximadas possíveis do seu ambiente natural. Isso possibilita um exame mais pro-longado.

Como exemplos de líquidos naturais, tem-se águadoce (organismos aquáticos), águadomar (organismos marinhos), humor aquoso (do globo ocular), soro sangüíneo (técnicas de cultura de tecido), líquido amniótico, lí-quido ascítico (obtido de processos patoló-gicos), etc. Como líquidos artificiais, temos: soro fisiológico (0,9%NaCl), líquidodeRin-ger(NaCl,KCl,cloretodecálcio,bicarbonatodecálcio),líquidodeKnop(paraórgãosete-cidos vegetais), etc.

Uma outra grande vantagem em utilizar esses meios conservadores é a de não produzir mo-dificações nem na forma nem na função do objeto examinado, servindo, portanto, de con-traprova para outros métodos.

O exame imediato é um método restrito den-tro de certos limites, uma vez que só se aplica a materiais finos e transparentes, não permi-tindo observações prolongadas, além de mos-trar, apenas, uma pequena parte dos detalhes das estruturas, sendo, portanto, um exame re-lativamente grosseiro e leva, eventualmente, à morte celular.

TÉcNicAs DE OBsErVAÇÕEs rÁpiDAs1. TÉcNicA DO EspALHAMENTO

Raspar as camadas superficiais da mucosa oral comuma espátula e, em seguida, deslizar omaterial coletado em cima da superfície de uma lâmina de vidro. Se quiser colocar uma lamínula de vidro, observar no microscópio.

2. TÉcNicA DO EsFrEGAÇO

Coletar uma gota de material (sangue, linfa, sêmen...), depositar sobre uma lâmina e, com o auxílio de outra lâmina (mantendo um ângu-lo de aproximadamente 45 graus), promover o deslizamento do líquido sobre a primeira, for-mando uma finíssima camada líquida com as células sobre o vidro. O sangue pode ser cole-tado com o auxílio de uma agulha espetada no seu próprio dedo. Aconselhamos obter sangue de galinha conservado em anticoagulante.

3. TÉcNicA DO iMpriNT

Retirar um fragmento de órgão a ser estudado, lavar em solução salina, secar o material com papel absorvente e, com o auxílio de uma pin-ça,pressioná-locontraalâmina.Emseguida,colocar uma lamínula sobre o material impreg-nado no vidro.

4. TÉcNicA DO EsMAGAMENTO

Esmagar entre a lâmina e a lamínula o material a ser examinado, imerso em um meio líquido –água.

MÉTODOs iMEDiATOs DE EsTUDO cOM O AUXÍLiO DE cOLOrAÇÃO sUprAViTALConstitui, na verdade, um procedimento inter-mediário entre a observação a fresco (métodoimediato) e a observação após a fixação e colora-ção (método mediato). Utilizam-se corantes não tóxicos que, embora penetrem facilmente no organismo, permitem que as células continuem vivas por algum tempo.

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19Exemplos de corantes supravitais: Azul de Me-tileno, Vermelho Neutro, Verde Janus, Carmim Lítico.

Esses corantes se empregam em grandes dilui-ções, de 1:500 até 1:100.000, variando a di-luição de acordo com o corante e a finalidade do estudo. Por exemplo, se for injetado, ou se, simplesmente, o organismo for mergulhado no corante.

A coloração supravital se processa, apenas, por atração eletrostática entre o corante e aestrutura, não reagindo termicamente com nenhuma estrutura celular. A grande vanta-gem da utilização de um corante vital é poder demonstrar a existência real dos diversos ele-mentos morfológicos revelados pelos materiais fixados, embora seja uma técnica limitada pelo pouco detalhe que fornece as estruturas em estudo.

MÉTODOs MEDiATOs DE EsTUDO pArA MicrOscOpiA ópTicAConsistem em técnicas histológicas permanen-tes, ou seja, permitem o seu estudo posterior-mente (têm um longo tempo de vida útil). Por serem técnicas mais sofisticadas, têm custo elevado, uma vez que requerem, além das vi-drarias, corantes específicos e/ou equipamen-tos próprios para sua confecção.

Na sua grande maioria, a preparação histoló-gica permanente que se deseja observar à mi-croscopia, deve obedecer às seguintes etapas de confecção:

1. Fixação2. Desidratação3. Diafanização4. Impregnação 5. Inclusão6. Microtomia7. Coloração8. Montagem

1. FIXAÇÃO - é a etapa da histotécnica, que tem por finalidade assegurar a preservação das estruturas morfológicas das células e

tecidos, como se estivessem “in vivo”. Para tal, utilizam-se fixadores químicos ou físi-cos, dentre os quais as misturas químicas têm sido as mais utilizadas. Exemplos de lí-quidos fixadores: Bouin,Formol10%, Helly ou Zenker.

As etapas que se seguem têm por objetivo a infiltração de substâncias endurecedoras nos fragmentos dos órgãos, para permitir a obten-ção dos cortes extremamente delgados. São etapas rigorosamente seqüenciais e obrigató-rias na grande maioria das técnicas, e uma eta-pamal executada acarretará ummaterial demáqualidadeparaanálise.

2. DESIDRATAÇÃO - consiste na retirada de águadointeriordascélulasedassubstân-cias intercelulares. É um processo progres-sivonoqualaáguaésubstituídagradati-vamente por um agente que seja miscível com ela e com o agente diafanizante.

É utilizado o álcool etílico em concentraçãocrescente: 70%,80%,90%e100%(álcoolab-soluto). O objetivo desta etapa é tornar a peça histológicaresistente,indeformávelemacia. 3. DIAFANIZAÇÃO - é o processo que tem por

finalidade embeber a peça com uma so-lução miscível com o desidratante e com a resina de inclusão (parafina). Também é chamada clarificação, porque os líquidos empregados conferem à peça histológica um alto índice de refração, tornando-a translúcida. Exemplos de substâncias dia-fanizadoras: toluol, xilol, benzol, etc.

4. IMPREGNAÇÃO - é a fase na qual a peça

histológica é imersa na parafina líquida (56oC). Assim, a parafina penetra nos in-terstícios da peça em foco. A finalidade desta etapa é: eliminar completamente o xilol contido no material, total penetra-ção da parafina nos espaços vazios deixa-dospelaáguaegorduraantesexistentesnos tecidos e preparar o material para a próxima etapa.

5. INCLUSÃO - sua finalidade é a de obter blocos regulares para serem cortados ao micrótomo. É feita, utilizando-se moldes apropriados (barras de Leuckart). Comu-mente é utilizada parafina histológica.

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206. MICROTOMIA - Após o corte, a maioria das

estruturas celulares e teciduais apresenta-se transparente, incolor, o que dificulta a sua observação. Sendo assim, além da espes-sura, a observação da célula por luz trans-mitida requer que certas regiões do obje-to em estudo absorvam mais luz do que outras, ou seja, que esse objeto apresente contrastes.Paraestefim,faz-senecessáriaautilização de colorações artificiais, usando--se corantes, as quais são substâncias que absorvem certos comprimentos de onda da luz visível e têm afinidade por determinados constituintes celulares.

As técnicas utilizadas procuram, basicamente, associarocaráterbásicoouácidodocoranteaser utilizado ao do material a ser evidenciado. Desta maneira, cria-se o grupamento químico responsávelpelacoroupelogrupamentocro-móforo.

A coloração de rotina mais utilizada nos labo-ratórios de histologia é a Hematoxilina e Eo-sina. Utilizando esses corantes, as moléculas ácidas,comooDNAeoRNA,darãoaonúcleouma coloração azul denominada basofilia, en-quanto as proteínas (estruturas ricas em gru-pamentos básicos) darão ao citoplasmaumatonalidade róseo-avermelhada, chamada aci-dofiliadevidoàafinidadepelocoranteácido.

7. COLORAÇÃO - Após o corte, a maioria das estruturas celulares e teciduais apresenta--se transparente, incolor, o que dificulta a sua observação. Sendo assim, além da espessura, a observação da célula por luz transmitida requer que certas regiões do objeto em estudo absorvam mais luz do que outras, ou seja, que esse objeto apresente contrastes. Para este fim, faz-se necessá-ria a utilização de colorações artificiais, usando-se corantes as quais são substân-cias que absorvem certos comprimentos de onda da luz visível e têm afinidade por determinados constituintes celulares.

As técnicas utilizadas procuram, basicamente, associarocaráterbásicoouácidodocoranteaser utilizado ao do material a ser evidenciado. Desta maneira, cria-se o grupamento químico responsávelpelacoroupelogrupamentocro-móforo.

A coloração de rotina mais utilizada nos labo-ratórios de histologia é a Hematoxilina e Eo-sina. Utilizando esses corantes, as moléculas ácidas,comooDNAeoRNA,darãoaonúcleouma coloração azul denominada basofilia, en-quanto as proteínas (estruturas ricas em gru-pamentos básicos) darão ao citoplasmaumatonalidade róseo-avermelhada, chamada aci-dofiliadevidoaafinidadepelocoranteácido.

8. MONTAGEM - depois que o corte esti-ver corado com a solução apropriada, ele passará por concentrações crescentes deálcoolpararemover,denovo,aágua(de-sidratação). Essa desidratação permite au-mentar a sobrevida da preparação histoló-gica.Finalmente,ocorteserábanhadoemxilol, antes de ser montado.

Uma gota do meio de montagem (BálsamodoCanadáouEntelan)serácolocadasobreocorteounalamínula,eestaseráposicionadasobre o corte de forma delicada, de uma for-ma tal que o meio de montagem cubra com-pletamente o corte. Em seguida, a lamínula serácomprimidadelicadamentesobreocorte,eomeiodemontagemseespalharáformandouma delgada película entre a lâmina e a lamí-nula as quais permanecerão firmemente aderi-das uma à outra pela estabilização do meio de montagem, preservando o material por muito tempo.

EXErcÍciOs

1. Qual a diferença entre um método de estu-do imediato de um mediato?

2. Quais as vantagens e desvantagens dos métodos de estudo imediato e mediato?

3. O que é coloração vital? Quais as vanta-gens de seu uso?

4. Quais requisitos devem apresentar o mate-rialbiológicoparaaanáliseemmicroscó-pio óptico?

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21REALIZE AS ATIVIDADES PROPOSTAS E FAÇA UM RELATÓRIO DE SUAS OBSERVAÇÕES

ATIVIDADE 1 - Exame a fresco de célula vegetal

Material: folha de Elódea (Elodea canadensis), água,óleodeimersão,papeldefiltro,lençodepapel, lâmina, lamínula.

Metodologia

1. Destacar uma folha bem fina e transparen-te de um ramo de Elódea.

2. Colocar uma folha sobre uma lâmina.

3. Colocar algumas gotas da água onde aplantaestámergulhadasobreafolha.

4. Cobrir com uma lamínula.

5. Levar ao microscópio e observar.

6. Visualizar com objetiva de 100x.

ATIVIDADE 2 – Exame de célula animal com corante vital

Material:espátulaoupalitodemadeira,água,lâmina e lamínula.

Metodologia

1. Raspe a mucosa bucal com o auxílio de umaespátulaoudepalitodemadeira(depicolé) limpo e seco.

2. Coloque o material obtido em uma lâmina seca.

3. Deixar a lâmina secar, movimentando-a no ar.

4. Corar o material com azul de metileno du-rante 5 minutos.

5. Cobrir o material com uma lamínula.

6. Observar ao microscópio com objetivas de 10x e 40x.

ATIVIDADE 3 – Confecção de material de estu-do permanente

Assistir ao filme disponibilizado no ambiente.

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MOrFOLOGiA, EspEciALizAÇÃO DE MEMBrANA E DiVisÃO cELULAr

Profa. Maria da Conceição AndradeProf. Júlio Brando Messias

OBJETiVOs • Diferenciaramorfologiadecélulasani-

mais.

• Identificardiferentesespecializaçõesdesuperfície celular.

• Identificardiferentesorganelasdecélu-las animais.

• Diferenciarinclusõescitoplasmáticas.

• Identificarasfasesdamitose.

iNTrODUÇÃO

De um modo geral, podemos afirmar que as diversas espécies animais e vegetais são formadas por uma grande quantidade de tipos celulares diferentes, e cada célula, por sua vez, com funções específicas. A espe-cificidade celular seria, portanto, a respon-sável pelas diferenças na forma, e é estaforma que facilita a sua identificação atra-vés do MO. Além disso, as células, podem apresentar especializações de membrana na sua superfície que também têm papel importante na especificidade celular. Neste capítulo, iremos identificar, com auxílio do MO, a forma de diversas células, algumas especializações de superfície celular além das fases da mitose.

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1. MOrFOLOGiA cELULArAs diversas células do corpo animal apresen-tam formas distintas. Podem ser: plana, cúbi-ca, cilíndrica, piramidal, globosa, poliédrica, caliciforme, fusiforme, etc. Em todas elas, po-demos identificar, com relativa facilidade, os seus componentes celulares, como citoplas-ma, núcleo, nucléolo, e, em algumas delas, algosemelhanteàmembranacitoplasmática,o limite celular.

1.1 cÉLULA pLANA

Também denominada de célula pavimentosa. Caracteriza-se por ser uma célula achatada, ou seja, sua altura é menor que a sua largura. Percebe-se basicamente o núcleo. São encon-tradas em diversas partes do corpo, como nos alvéolos dos pulmões, no endotélio de vasos, como a artéria, no mesotélio, na mucosa da boca e do esôfago, etc.

1.3 cÉLULA ciLÍNDricA

Caracteriza-se por ser uma célula em forma de cilindro, também denominada de colunar ouprismática.Recebeestenomepelofatodea sua altura ser maior que a sua largura. Seu núcleo pode ser arredondado, embora, geral-mente, seja oval. Pode ser encontrado revestin-do a mucosa do jejuno e da traquéia.

1.2 cÉLULA cÚBicA

Caracteriza-se por ser uma célula quadrada ou em forma de cubo. Sua altura é proporcional a sua largura. Seu núcleo é arredondado. São células encontradas, revestindo a porção tu-bular dos túbulos contorcidos e coletores dos rins, ductos de glândulas, como a parótida, a sudorípara, o pâncreas, dentre outras. Tam-bém constitui a estrutura folicular da glândula tireóide.

1.4 cÉLULA OVAL

Caracteriza-se por ser uma célula de formato oval ou globosa. Seu núcleo é central e arre-dondado. Pode ser encontrado como corpos de neurônio das células ganglionares do gânglio nervoso ou nos ovócitos dos folículos ovarianos.

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251.5 cÉLULA pirAMiDAL

Caracteriza-se por ser uma célula em forma de pirâmide. Seu ápice émais claro, repleto degrânulos de secreção (grânulos de zimogênio), enquanto a sua base é intensamente corada em roxo devido à grande quantidade de ribos-somos. Seu núcleo é esférico e central. Pode serencontradanosácinosserososdopâncreas e da parótida.

faixa delgada (representada pela membrana plasmática e citoplasma da célula ematerialintercelular), enquanto o seu núcleo pequeno, achatado e pouco evidente é encontrado em um dos polos da célula.

1.6 cÉLULA FUsiFOrME

Caracteriza-se por ser uma célula alongada com extremidades filiforme e núcleo alongado e central. É encontrada em órgãos que apre-sentam músculo liso, como é o caso da cama-da muscular da bexiga e do jejuno.

1.8 cÉLULA cALiciFOrME

Caracteriza-se por ser uma célula em forma decálice.Suaextremidadeapicalémaiorqueabasal,oquelheconfereonome.Estárela-cionada com a produção de mucina (muco), sendo encontrada tanto no trato respiratório (traquéia e brônquios), como também nos in-testinos (jejuno).

1.7 cÉLULA pOLiÉDricA

Caracteriza-se por ser uma célula com várioslados, à semelhança de um polígono, o que justifica a sua nomenclatura. Normalmente, apresenta de 5 a 6 lados. Pode ser encontrada nas células espinhosas da epiderme e nas célu-las adiposas. Nesta última, devido à técnica de preparação utilizada, os adipócitos aparecem como grandes vacúolos limitados por uma

2. EspEciALizAÇÃO DE MEMBrANAA superfície das células epiteliais geralmente se modifica para realizar funções especializadas. Nestas células, as superfícies lateral, apical e basal das células epiteliais podem apresentar diferentes especializações.

Na superfície apical (ou superfície livre), pode-mos encontrar: cílios, microvilos, estereocílios e flagelos. Na superfície basal, a própria membra-na basal e o hemidesmossoma, enquanto, na

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26superfície intercelular, as junções oclusivas, as junções de adesão e as junções comunicantes.

2.1 cÍLiOs (OU FÍMBriAs)

São estruturas móveis, relativamente longas, que medem em torno de 10µm de compri-mento. Cada célula pode possuir, até, 300 cí-lios, sendo, portanto, facilmente observados com o auxílio do MO. Os cílios são encontra-dos no epitélio de revestimento da traquéia, do brônquio e da tuba uterina.

2.3 EsTErEOcÍLiOs

Representam microvilos extremamente longos, e, quando vistos na MO, apresentam forma que se assemelha aos cílios. Podem ser encon-trados no trato reprodutor masculino, como no epidídimo e no ducto deferente; os este-reocílios não são móveis e não apresentam es-trutura interna igual aos cílios, o que justifica a inadequação da nomenclatura.

2.2 MicrOViLOs

São projeções curtas, amiúde, extremamente numerosas,damembranaplasmáticaqueso-mente podem ser vistas na Microscopia Eletrô-nica. Por apresentarem cerca de 1µm de com-primento ao nível da MO, é possível observar apenas uma mancha que representa, em con-junto, as microvilosidades, denominada planu-ra estriada ou borda em escova. São observa-dos em células relacionadas com a absorção como nos túbulos contorcidos proximais dos rins e nas células de revestimento do intestino como no jejuno.

2.4 FLAGELOs

Têm estrutura interna semelhante à dos cí-lios, embora se diferenciem destes pelo fato de apresentar uma estrutura única por célula. Medem de 15-30µm de comprimento e são encontrados nos espermatozóides.

3. DiVisÃO cELULAr - MiTOsEExistem dois tipos de divisão celular: a mitose das células somáticas e ameiose das célulasgonadais. Como já é do seu conhecimento,denomina-se cariocinese a divisão nuclear, en-quanto o termo citocinese refere-se à divisão do citoplasma.

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27A mitose constitui um processo rigidamente ordenado através do qual se repartem dois jo-gos idênticos de moléculas de DNA, origina-dos pelo processo de replicação, em dois nú-cleos recém-formados. Através da citocinese, originam-se duas novas células.

Parafinsdidáticos,amitoseédivididaemqua-troestágiosoufases:Prófase,Metáfase,Aná-fase e Telófase.

3.1 rAiz DE cEBOLA

INTÉRFASE – caracteriza-se por apresentar a cromatina com distribuição granular fina.

METÁFASE – caracteriza-se por apresentar os cromossomos alinhados na região equatorial dacélula,formandoaplacametafásica.

PRÓFASE – caracteriza-se por apresentar os cromossomos em processo de condensação, distribuídos aleatoriamente, por todo o nucle-oplasma. O nucléolo pode estar evidente ou não, enquanto o nucleoplasma (não evidente aoMO)aindaestáintacto.

PROMETÁFASE – caracteriza-se por apresentar os cromossomos mais condensados e espalha-dos pela célula, após o rompimento do envol-tório nuclear.

ANÁFASE – caracteriza-se por apresentar os cromossomos (cromátides irmãs) deslocadospara os pólos opostos.

TELÓFASE – caracteriza-se por apresentar os dois lotes cromossômicos recém-chegados aos pólos opostos.

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EXErcÍciOs

1. Por que as células não apresentam a mes-ma morfologia celular?

2. Em qual momento do desenvolvimento em-brionário,ascélulassetornamdiferentes?

3. Qual a função dos microvilos?

4. Cílios e flagelos são estruturas semelhan-tes? Justifique.

5. Qual a função dos estereocílios?

6. Em que difere uma mitose de uma meiose?

ATIVIDADE 1 - Exame de preparações histoló-gicas permanentes – Morfologia celular

Material: Lâminas de artéria, tireóide, jejuno, bexiga,língua,pâncreaseovário.

Metodologia

1. Identificar a morfologia das diferentes cé-lulas demonstradas no atlas da disciplina;

2. Fazer um desenho para cada célula obser-vada;

3. Entregar ao tutor.

ATIVIDADE 2 - Exame de preparações histoló-gicas permanentes – Especialização de mem-brana

Material: Lâminas de jejuno, traquéia, epidídi-mo, testículo.

Metodologia

1. Identificar as diferentes especializações de membrana das diferentes células demons-tradas no atlas da disciplina;

2. Fazer um desenho para cada célula obser-vada com sua respectiva especialização de membrana;

3. Entregar ao tutor.

ATIVIDADE 3 - Exame de preparações histoló-gicas permanentes – Divisão celular - Mitose

Material: Lâminas de raiz de cebola (Hemato-xilina).

Metodologia

1. Identificar as diferentes fases da mitose de-monstradas no atlas da disciplina;

2. Fazer um desenho para cada fase da mito-se observada;

3. Entregar ao tutor.

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TEciDO EpiTELiAL

Profa. Maria da Conceição AndradeProf. Júlio Brando Messias

OBJETiVOs

• Identificardiferentestiposdeepitélioderevestimento.

• Identificar diferentes tipos de epitélioglandular.

iNTrODUÇÃO

O tecido epitelial é formado por células po-liédricas, justapostas, com pouca substância intercelular, com forma e funções seme-lhantes, dividindo-se em tecido epitelial de revestimento e glandular. Sua origem em-briológica provém de um dos três folhetos embrionários:ectoderma(pele,boca,fossasnasais e ânus), endoderma (tubo digestório, árvorerespiratória)emesoderma(endotélio,mesotélio, parte do sistema urogenital).

Os epitélios de revestimento podem ser clas-sificados de acordo com a forma das células superficiais em: pavimentosas, cúbicas e ci-líndricas. E, quanto ao número de camadas, em simples ou estratificado. Dois tipos de epitélio de revestimento não se enquadram nessa classificação, o pseudo-estratificado (que parece ser estratificado por apresentar célulascomnúcleosemváriosníveis,embo-ra todas as células toquem a lâmina basal, invalidando portanto o critério para estratifi-cação) e o epitélio de transição, que muda a sua morfologia, conforme o estado funcio-nal do órgão.

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30O epitélio glandular forma-se a partir do epi-télio de revestimento, que prolifera e invade o conjuntivo subjacente, podendo comportar-se de duas maneiras: mantendo a ligação epitelial com a superfície através de ducto (glândulas exócrinas) ou perdendo a ligação com a super-fície, ou seja, sem ducto (glândulas endócrinas).

As glândulas exócrinas podem ser classificadas, considerando-se a porção ductal e a porção secretora. Quando a porção ductal é única, é denominada simples e, quando apresenta subdivisões, é denominado de composto. Em relação à porção secretora, elas podem ser tubulosas (quando as células se dispõem for-mando um tubo); acinosas (quando as células emformadepirâmidevoltamseusápicesparaum único centro) ou túbulo-acinosas (quando apresentam uma mistura das duas morfolo-gias anteriormente citadas). Em relação à mor-fologia,osácinospodemapresentar-sedetrêsmaneiras distintas: mucoso, seroso ou misto.

As glândulas endócrinas apresentam suas célu-las (geralmente cúbicas) dispostas circunferen-cialmente, formando os folículos ou vesículas tireoideanos ou dispostas de formato cordo-nal, como ocorre com a glândula adrenal.

Vamos agora observar os diferentes tipos de epitélio nas preparações que se seguem:

1. EpiTÉLiO DE rEVEsTiMENTO1.1 EpiTÉLiO siMpLEs pAViMENTOsO (AOrTA – HE)

Constituído de uma única camada de células achatadas, limitando a luz do órgão.

1.2 EpiTÉLiO siMpLEs cÚBicO (TirEóiDE – HE)

Constituído de uma única camada de células cúbicas e de núcleos centrais e arredondados.

1.3 EpiTÉLiO siMpLEs cOLUNAr (JEJUNO – HE)

Constituído de uma única camada de células altas e de núcleos ovais.

1.4 EpiTÉLiO psEUDO-EsTrATriFicADO cOLUNAr ciLiADO (TrAQUÉiA – HE)

Constituídodeumarranjocelularquenosdáa impressão de estratificação, uma vez que é possível identificarváriosnúcleosemdiferen-tes níveis. Na verdade, todas as células estão apoiadas na mesma lâmina basal, porém nem todas se estendem até a superfície do órgão.

Verifique a presença dos cílios que se apre-sentam como estruturas finas, semelhantes a pêlos que se projetam para a superfície livre da célula. Observe, também, a presença das

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1.5 EpiTÉLiO psEUDO-EsTrATiFicADO cOLUNAr (EpiDÍDiMO – HE)

Constituídodeumarranjocelularquenosdáa impressão de estratificação, uma vez que é possível identificar dois tipos de células: as basais (cúbicas) e as principais (cilíndricas). Por este fato, o epitélio recebe a terminologia “pseudo”. Observe que as células colunares apresentam longos prolongamentos denomi-nados estereocílios.

1.7 EpiTÉLiO EsTrATiFicADO pLANO (EsÔFAGO – HE)

Constituídode várias camadasde células.Ascélulas mudam o seu formato poliédrico gra-dativamente, à medida que se aproximam da luz, adquirindo o formato de células planas.

Nalíngua,essaregiãocompreendeaárealisa(porção ventral), caracterizando-se pela ausên-cia de papilas linguais.

1.6 EpiTÉLiO DE TrANsiÇÃO (BEXiGA – HE)

Constituídodeváriascamadascelulares,cujascélulas situadas mais profundamente são me-nores e aumentam à medida que se aproxi-mam da superfície. As células superficiais são cubóides, podendo ser binucleadas, com nú-cleos grandes, redondos e nucléolos evidentes.

1.8 EpiTÉLiO EsTrATiFicADO pLANO QUErATiNizADO (LÍNGUA – HE)

Constituídodeváriascamadasdecélulas,veri-fique que as células da camada superficial são mais achatadas e, que, na superfície, observa-mos a presença de uma camada espessa deno-minada camada de queratina.

células caliciformes, que são células produto-ras de mucina (muco). Elas são exemplos de glândulas unicelulares.

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2 EpiTÉLiO GLANDULAr2.1 GLÂNDULA TUBULOsA (JEJUNO – HE)

São invaginações do epitélio de revestimento para o conjuntivo adjacente cujo formato lem-bra estruturas tubulares.

2.2 GLÂNDULA TUBULOsA (cOUrO cABELUDO – HE)

Nesta preparação, as glândulas tubulosas cor-respondem às glândulas sudoríparas. Verifi-cam-se vários segmentos tubulares cortadostransversalmente, corados de róseo, sendo uns detonalidademaispálida(porçãosecretora)euns de tonalidade mais escura (ductos). Histo-logicamente, essas glândulas são classificadas como tubulosas simples, enoveladas.

2.4 GLÂNDULA VEsicULAr (TirEóiDE – HE)

Nesta glândula, cada vesícula (ou folículo) está revestida de uma camada única de cé-lulas cúbicas. Podemos identificar, ainda, no interior de cada uma delas o colóide que se cora em róseo e, geralmente, aparece retra-ído. A glândula tireóide é um exemplo de glândula endócrina.

2.3 GLÂNDULA ALVEOLAr (cOUrO cABELUDO – HE)

Nesta preparação, as glândulas alveolares cor-respondemàsglândulassebáceas.Suascélu-las são claras, poliédricas, núcleos evidentes e centrais, organizadas em grupos, lembran-do um “cacho de uva”. Histologicamente são classificadas como glândulas alveolares ramifi-cadas simples.

2.5 GLÂNDULA cOrDONAL (ADrENAL – HE)

O arranjo celular dessa glândula difere da tire-óide. Entre as células cúbicas justapostas e en-fileiradas (lembrando um cordão), percebem--se pequenos capilares. A glândula adrenal é outro exemplo de glândula endócrina.

2.6 GLÂNDULA MisTA (pÂNcrEAs – HE)

Constituída tanto de uma porção exócrina quanto de uma porção endócrina. No pâncreas, aporçãoexócrinaérepresentadapelosácinosserosos.Cadaácinoapresentaumgrupodecé-lulas de formato piramidal que se coram inten-

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33samentepelaeosina.Aporçãoendócrinaestáconstituída das ilhotas de Langerhans, verifi-cando-se, entre as células, pequenos capilares.

EXErcÍciOs

1. O que diferencia um epitélio de revesti-mento de um glandular?

2. O que diferencia um epitélio simples de um estratificado?

3. Por que o epitélio da traquéia é chamado de pseudo-estratificado?

4. O que é um epitélio de transição?

5. O que é uma glândula endócrina?

ATIVIDADE 1 - Exame de preparações histoló-gicas permanentes – Tecido epitelial

Material: lâminas de artéria, tireóide, esôfago, traquéia, estômago, jejuno, bexiga, língua, couro cabeludo, pâncreas e adrenal.

Metodologia

1. Identificar a morfologia dos diferentes ti-pos de epitélio de revestimento e glandular demonstrados no atlas da disciplina;

2. Elaborar um desenho para cada tecido ob-servado;

3. Entregar para o tutor.

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TEciDO cONJUNTiVO

Profa. Maria da Conceição AndradeProf. Júlio Brando Messias

OBJETiVO

• Diferenciareidentificarosdiferentesti-pos de tecido conjuntivo.

• Diferenciareidentificarasdiversascélu-las do tecido conjuntivo.

• Diferenciareidentificarasdiferentesfi-bras do tecido conjuntivo.

iNTrODUÇÃO

Ao contrário do tecido epitelial, o tecidoconjuntivo é constituído de diversos tipos celulares, separados por grande quantidade de substância extracelular que compreende as fibras do tecido conjuntivo e a substância fundamental. É vascularizado e inervado. Tem origem em grande parte do mesênqui-ma, o qual é originado do mesoderma, em-bora se origine das células da crista neural, como é o caso do tecido conjuntivo da ca-beça e do pescoço. Suas principais funções são: preenchimento, defesa, sustentação e reparo. De acordo com Gartner e Hiatt (2003), pode ser subdividido em tecido:

• Conjuntivoembrionário- Mesênquima- Mucoso

• Conjuntivopropriamentedito- Conjuntivo frouxo- Conjuntivo denso- Denso irregular (não modelado)- Denso regular (modelado)-Colágeno

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36-Elástico- Adiposo- Reticular

• Tecidoconjuntivoespecializado- Cartilaginoso- Ósseo- Sangue

1. TEciDO EMBriONÁriO1.1 TEciDO cONJUNTiVO MUcOsO (cOrDÃO UMBiLicAL – HE)

Está representadopela gelatina deWharton,que é rico em substância fundamental amorfa e fibroblastos, que são células dotadas de pro-longamentos, corando-se de róseo.

2.2 TEciDO cONJUNTiVO DENsO irrEGULAr (cOUrO cABELUDO – HE)

Apresenta uma grande quantidade de fibras colágenas,quesedispõemirregularmente,ouseja, sem orientação fixa. Apresenta uma colo-ração rósea mais intensa, quando comparada com o tecido conjuntivo frouxo.

2. TEciDO cONJUNTiVO prOpriAMENTE DiTO2.1 TEciDO cONJUNTiVO FrOUXO (LÍNGUA – HE)

Apresenta-se rico em substância intercelular amor-fa, em células nas quais se observam mais facil-mente os fibroblastos e pobre em fibras, quando comparado com o tecido conjuntivo denso.

2.3 TEciDO ADipOsO (cOUrO cABELUDO - HE)

As células adiposas apresentam-se como um aglomerado de células de aspecto globo-so, quando isoladas e de formato poliédrico, quando em grupo, estão palidamente coradas e apresentam núcleo rechaçado na periferia. As células estão separadas por um delicado septo, que representa, em conjunto, a mem-branacitoplasmática,ocitoplasmadoadipóci-to, além de tecido conjuntivo denso.

2.4 TEciDO ELÁsTicO (AOrTA - rEsOrciNA FUcsiNA)

Com essa coloração específica para material elástico, as fibras (membranas) da aorta semostram como finas lâminas de tonalida-

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37de escura, constituindo-se como o principal componente da parede da artéria.

3.1.1 CARTILAGEM HIALINA (TRAQUÉIA – HE)

Nessa preparação, pode-se verificar o anel car-tilaginoso da traquéia em forma de “C”. A car-tilagem da traquéia é do tipo hialina. Verifique:

3. TEciDO cONJUNTiVO EspEciALizADO

3.1 TEciDO cArTiLAGiNOsO

O tecido cartilaginoso ou cartilagem é um tipo de tecido conjuntivo especializado, consti-tuído de células mergulhadas em abundante material intercelular. A cartilagem difere do conjuntivo propriamente dito devido à rigidez da sua matriz, não possuindo vasos sangüíne-os e nervos. Tem como funções: sustentação, revestimento de superfícies articulares, sendo essencial à formação e ao crescimento dos os-sos longos.

As cartilagens são classificadas, de acordo com o teor de fibras presentes na matriz, em três ti-pos:Hialina(predomíniodecolágenoII),Elás-tica (predomíniodefibraselásticas)eFibrosa(predomíniodecolágenoI).

As cartilagens, com exceção das articulares e fibrosas, são envolvidas por uma bainha de tecido conjuntivo fibroso denso, denominada pericôndrio, que fornece nutrientes para as suas células. Os tipos celulares aí encontrados são condroblastos e condrócitos, derivados de células condrogênicas localizadas no peri-côndrio. Os condroblastos secretam matriz e, quando ficam circundados por ela, tornam-se condrócitos, os quais ocupam pequenas cavi-dades denominadas lacunas. A matriz em vol-ta das lacunas é chamada matriz territorial, é maisbasófila,eaqueestámaisafastadaéainterterritorial, menos basófila.

PERICÔNDRIO: que envolve a cartilagem, sen-do constituído de uma membrana de tecido conjuntivo, representada pela camada fibrosa externa: pobre em células, sendo constituída, sobretudodefibroblastosefibrascolágenasepela camada celular interna ou condrgênica, na qual se pode identificar os condroblastos, células pequenas e achatadas localizadas logo após a camada fibrosa.

CONDRÓCITOS: células cartilaginosas dispostas isoladamente. São ovóides próximos uns dos outros e próximos à superfície da cartilagem.

CONDROPLASTOS: também denominados de lacunas cartilaginosas, são identificados quan-do os condrócitos se encontram retraídos, es-tandocadacavidadebemdelimitadapelacáp-sula cartilaginosa.

GRUPO ISÓGENO: também chamado de ninho celular. São grupos de condrócitos que ocu-pam a mesma lacuna cartilaginosa.

MATRIZ CARTILAGINOSA: de aspecto liso, ho-mogêneo e acidófilo.

3.2 TEciDO óssEO

É um tipo de tecido conjuntivo especializado, cuja matriz óssea é mineralizada, sendo cons-tituído de células e de matriz extracelular. Suas funções são: reserva de minerais, suporte, in-serção e proteção. Suas células são: osteoblas-

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38tos (situam-se dentro de lacunas chamadas osteoplastos), osteócitos e osteoclastos. No ossomaduro,asfibrascolágenasestãoorga-nizadas em lamelas que se arranjam de forma concêntrica, em volta de um canal de Havers, que contém vasos e nervos e constitue o Siste-ma de Havers. As lacunas se situam entre as la-melas ósseas. As lamelas que se dispõem entre os sistemas de Havers constituem os sistemas intermediários.Aslamelasformamumsistemavoltado para o endósteo denominado Sistema Circunferencial interno, e outro, para o peri-ósteo denominado Sistema Circunferencial Externo. Unindo os Canais de Havers, encon-tramos os Canais de Volkmann, que ligam os Sistemas de Havers entre si.

3.2.1 OSSO LONGO (METATARSO – DESGASTE)

Antes de fazer a sua observação, abaixe o con-densador do seu microscópio, procurando di-minuir a intensidade da luz que chega aos seus olhos. Localize o órgão a ser analisado. Trata--sedeumcortedadiáfisedeumossolongo.Através dessa técnica, só poderemos analisar a parte inorgânica do osso.

• Sistema circunferencial interno: constitu-ído de lamelas ósseas paralelas entre si, formando uma faixa na parte interna do osso, em volta do canal medular.

• Sistema circunferencial externo: também

constituído de lamelas ósseas paralelas en-tre si, formando uma faixa na parte externa do osso (superfície perióstica). Esse sistema é mais desenvolvido do que o anterior.

• Sistema circunferencial intermediário: são

lamelas irregulares, provenientes de rema-nenescentes de sistemas de Havers, que foram parcialmente destruídos durante o crescimento ósseo, localizados entre os dois sistemas circunferenciais (externo e interno).

• Sistema de Havers (ou ósteon): localizado

entre os sistemas circunferenciais externo e interno. Cada sistema é identificado como estruturas circulares, nas quais podemos diferenciar.

• CanaldeHavers: localizadono centrodecada sistema.

• Lamelasconcêntricas:quecircundamoca-nal de Havers.

• Lacunas: ou cavidades nas quais se loca-lizam os osteócitos. Percebem-se também os canalículos que representam os espaços no interior da matriz óssea que contêm os prolongamentos citoplasmáticos do oste-ócitos. Esses canalículos irradiam-se das lacunas em direção ao canal de Havers.

• CanaldeVolkmann(ouperfurante):sãoca-nais que comunicam os canais de Havers entre si.

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393.2.2 OSSO LONGO (FÊMUR DESCALCIFICA-ÇÃO – HE)

Nesta preparação, além de podermos visualizar odiscoepifisário,tambémépossívelverificar-mos a estrutura orgânica de um osso através da técnica utilizada na preparação dessa lâmi-na (descalcificação e coloração com hemato-xilinaeeosina).Sendoassim,seráobservado,nestapreparação,odiscoepifisárioeadiáfisede um osso longo.

DiscO EpiFisÁriO

Odisco (ouplacaepifisária)éaáreaquese-paraadiáfisedaepífisedeumossolongo,aresponsávelpelocrescimentoemcomprimen-to de um osso longo, sendo dividida em seis zonas:

Zona de maturação: nesta, as células aumen-tam de tamanho, e a matriz entre as células adjacentes torna-se bastante escassa;

Zona de reserva (ou de repouso): uma região de condrócitos de disposição casual;

Zona de proliferação (ou seriada): onde os condrócitos estão dispostos em fileiras cujo eixo longitudinal é paralelo ao do osso em crescimento;

Zona de hipertrofia: os condrócitos tornam-se aumentados de tamanho e vacuolizados;

Zona de degeneração (ou de calcificação): as la-cunas tornam-se confluentes, e a matriz entre as fileiras adjacentes de condrócitos torna-se cal-cificada, provocando a morte dos condrócitos;

Zona de ossificação(trabécula óssea): os osteo-blastos depositam osso sobre os resquícios de cartilagem calcificada entre as fileiras adjacen-tes. Os osteoclastos reabsorvem o complexo calcificado.

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DiÁFisE (OssO cOMpAcTO)

A parte compacta do osso observada nesta preparação a partir da região da diáfise doosso nos permite verificar:

PERIÓSTEO: reveste o osso externamente, sen-do constituído histologicamente de duas ca-madas: uma fibrosa externa e uma osteogêni-ca interna.

MATRIZ ÓSSEA: possui tanto constituintes inorgânicos (cálcio e fósforo) quanto orgâni-cos(predominantementecolágenotipoI).Natécnica utilizada nesta preparação, foi preser-vada, apenas, a parte orgânica do osso.

OSTEÓCITO: localizado na matriz óssea apri-sionada dentro de lacunas (osteoplasto).

OSTEOBLASTO: localiza-se na superfície do osso. Em conjunto, forma uma lâmina de célu-las, variando de cubóides a colunares.

CANAL MEDULAR: corresponde ao canal cen-tral do osso. Nela, hospeda-se a medula óssea, umórgãohematopoético.Nestecanal,éfácilidentificarváriascélulasprogenitorasdosan-gue, mas uma se destaca pela forma e tamanho, o megariócito, a maior célula da medula óssea.

OSTEOBLASTO

OSTEÓCITO

OSTEOCLASTO: é uma célula grande e multi-nucleada de citoplasma acidófilo. Correspon-de ao macrófago do osso, sendo observado na superfície óssea, em uma depressão rasa deno-minada lacuna de Howship.

3.3 sANGUEÉ um tecido constituído de variedades de cé-lulas em suspensão em um meio líquido deno-minadoplasma.Exerceváriasfunções,como:transporte de O2 para os tecidos e CO2 para os pulmões; transporte de nutrientes para os teci-dos; transporte de secreções endócrinas; remo-ção de produtos resultantes do metabolismo dos tecidos para os órgãos de excreção; manu-tenção do mesmo teor líquido no organismo; mantém a temperatura constante; além de ter papel importante na defesa, executada pelos leucócitos. Na preparação histológica de san-gue (estiraço sangüíneo), podemos identificar os seguintes elementos figurados do sangue:

HEMÁCIAS (OUERITRÓCITOS): são discos bi-côncavos anucleados; não possuem organe-las e contêm componentes específicos (hb), corando-se intensamente pela eosina. Medem cerca de 7,5mm.

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41NEUTRÓFILOS: são células de contorno circu-lar, que medem em torno de 9 a 12mm, com núcleo que apresenta de 3 a 5 lóbulos, coran-do-se de azul escuro, e o citoplasma, de rosa claro. Apresentam grânulos delicados no seu citoplasma.

MONÓCITOS: são células circulares; o núcleo geralmente excêntrico apresenta forma de rim, ferradura ou ovóide. A cromatina nuclear é de-licada e se cora de azul (mais claro que de ou-tras células); o citoplasma é volumoso e se cora em azul acinzentado, apresentando grânulos azurófilos. Seu tamanho varia de 12 a 15 mm.

EOSINÓFILOS: são células de contornos arre-dondados, medindo cerca de 9 a 12mm. O núcleo tem 2 lobos ligados por um delicado filamento que se cora de azul escuro, e o ci-toplasma apresenta numerosos grânulos de coloração vermelho intenso.

BASÓFILOS: são células que apresentam nú-cleo volumoso, lobulado, com forma retorcida e irregular, geralmente têm aspecto da letra “S”. Medem cerca de 7 a 8mm. O citoplas-ma contém grânulos que se coram de roxo. (É uma célula de difícil visualização).

LINFÓCITOS: são células esféricas, com núcleo denso, esférico ou ligeiramente identado, que se cora intensamente de azul escuro. O cito-plasma é escasso e se cora de azul claro, apre-sentando grânulos azurófilos. Seu tamanho é muitovariávelde6a18mm.

PLAQUETAS (OU TROMBÓCITOS): são cor-púsculos anucleados, que medem cerca de 1,5mm, com forma de discos arredondados ou ovais. Não são células, mas, fragmentos ci-toplasmáticosdomegacariócito.

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EXErcÍciOs

1. O que diferencia os tipos de cartilagem existentes?

2. Quais os constituintes orgânicos e inorgâ-nicos de um osso?

3. O que diferencia o tecido conjuntivo mu-coso de um tecido conjuntivo frouxo?

4. Por que a cartilagem, o osso e o sangue são classificados como tecido conjuntivo especializado?

5. Por que classificamos os leucócitos em gra-nulócitos e agranulócitos?

6. Por que é tão difícil observarmos basófilos em preparações histológicas de sangue?

ATIVIDADE 1 - Exame de preparações histoló-gicas permanentes – Tecido Conjuntivo

Material: lâminas de cordão umbilical, couro cabeludo, aorta, traquéia, osso e sangue.

Metodologia:

1. Identificar a morfologia dos diferentes ti-pos de tecido conjuntivo demonstrados no atlas da disciplina;

2. Fazer um desenho para cada tecido obser-vado;

3. Entregar ao o tutor.

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TEciDO MUscULAr E NErVOsO

Profa. Maria da Conceição AndradeProf. Júlio Brando Messias

OBJETiVO

• Diferenciareidentificarosdiferentestiposde tecido muscular.

• Diferenciareidentificarosdiferentestiposde tecido nervoso.

iNTrODUÇÃO

Nos seres humanos e em outros mamíferos, reconhecem-se três principais categorias de músculo: o músculo esquelético, que mais comumente se liga aos ossos por tendões; o músculo cardíaco, que ocorre no coração, e o músculo liso, que ocorre, principalmente, nas paredes de tubos ocos e órgãos viscerais.

Por outro lado, o tecido nervoso é um teci-do especializado em receber informações dos meios externo e interno. As informações são processadas, integradas e comparadas com experiências prévias e/ou com respostas pre-determinadas (reflexas) para selecionar e efe-tuar uma reação adequada. Anatomicamen-te, o sistema nervoso pode ser dividido em sistema nervoso central (encéfalo, cerebelo, troncoencefálicoemedula)esistemanervosoperiférico (nervos, gânglios nervosos e termi-nações nervosas).

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1. TEciDO MUscULAr1.1 MÚscULO EsTriADO EsQUELÉTicO (LÍNGUA – HE)

Também conhecido como músculo esquelético ouvoluntário.Individualmente,assuascélulassão cilíndricas, com múltiplos núcleos elípticos (centenas de núcleos, ou mais), localizados perifericamente, no citoplasma que mostra, em cortes longitudinais, estriações alternada-mente clara e escura. As estrias representam a sobreposição dos filamentos de contração. Em cortes transversais, as fibras esqueléticas apresentam perfil poligonal envolto por um ou mais núcleos periféricos.

1.3 MÚscULO LisO (BEXiGA – HE E JEJUNO – HE)

As células do músculo liso não possuem es-trias nem sarcômero, baseiam-se na interação actina-miosina para a contração. As células são longas em forma de fuso, com núcleo central; comumente formam folhetos, feixes ou camadas que consistem de milhares ou milhões de células. A fibra muscular lisa pode ocorrer como célula individual, tal como as cé-lulas mioepiteliais ou miofibroblastos. As célu-las musculares lisas, no geral, formam paredes contráteisnosórgãosocos,naspassagensounas cavidades e servem para alterar seu volume.

1.2 MÚscULO EsTriADO cArDÍAcO (cOrAÇÃO – HE)

O músculo do coração consiste de miócitos, tradicionalmente descritos como fibras do miocárdio.Asfibrassãocélulasindividuais,li-gadas topo a topo, por junções intercelulares especiais, chamadas discos intercalares. Estes discos também oferecem acoplamento elétri-co. Os miócitos possuem, apenas, um núcleo central. As fibras se dicotomizam, formando, ainda, outras interconexões. O sarcoplasma mostra estriação transversal e sarcômeros. Os sarcômeros representam as regiões repetidas dos filamentos de actina e miosina.

2. TEciDO NErVOsO

2.1 sisTEMA NErVOsO cENTrAL (MEDULA – HE)

Constituído da substância cinzenta (interna-mente) e substância branca (externamente). Na medula, podemos identificar:

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451- PIA-MÁTER: corresponde à meninge mais interna, estando intimamente associada à substância branca da medula.

2.2 sisTEMA NErVOsO cENTrAL (cErEBELO – HE)

Constituído de substância cinzenta (externa-mente) e a da substância branca (internamen-te). No cerebelo, podemos identificar:

1- PIA-MÁTER: corresponde à meninge mais interna, estando intimamente associada à substância cinzenta do cerebelo.

2- SUBSTÂNCIA BRANCA: constituída, predo-minantemente, das fibras mielínicas, nas quais é possível identificar o axônio além das células da neuróglia (núcleo).

3- SUBSTÂNCIA CINZENTA: Na medula, a substância cinzenta apresenta a forma da letra “H” ou de uma borboleta. Há o predomíniodas fibras nervosas amielínicas. No centro do “H”, encontra-se o canal ependimário (comsuas células ependimárias). É possível identi-ficar, entre as fibras, os corpos de neurônios além das células da neuróglia (núcleo).

2- SUBSTÂNCIA CINZENTA: no cerebelo, a substância cinzenta está dividida em três ca-madas, a saber:

• Camada molecular: com uma grande quantidade de células da glia (núcleos), além de axônios e dendritos.

• Camada das células de Purkinje: consis-te em uma fileira de células grandes em forma de leque, localizada entre a camada molecular e a camada granulosa.

• Camada granulosa: constituída de uma grande quantidade de células nervosas de cor escura (núcleo das células granulares).

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3- SUBSTÂNCIA BRANCA: constituída, predo-minantemente, de fibras mielínicas.

3- ENDONEURO: que envolve os axônios, as células de Schawann, além dos inúmeros vasos (capilares) presentes.

2.3 sisTEMA NErVOsO pEriFÉricO (NErVO – HE)

Constituído do:

1- EPINEURO: uma espessa bainha de tecido conjuntivo frouxo, que delimita o nervo exter-namente.

2- PERINEURO: que circunda grupos de axônios, além do endoneuro, formando feixes (fascículo).

EXErcÍciOs

1. Como podemos diferenciar histologicamen-te os 3 tipos de tecido muscular existentes?

2. No corpo humano, onde podemos encon-trar tecido muscular liso e estriado?

3. Qual a estrutura citológica de um neurônio?

4. Quais as camadas que compõem a meninge?

5. Quais são as células da neuroglia?

ATIVIDADE 1 - Exame de preparações histológi-cas permanentes – Tecido Muscular e Nervoso

Material: lâminas de língua, coração, bexiga, medula, cerebelo e nervo.

Metodologia

1. Identificar a morfologia dos diferentes ti-pos de tecido muscular e nervoso contem-plados no atlas da disciplina;

2. Elaborar um desenho para cada tecido ob-servado;

3. Entregar ao tutor.

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sisTEMA rEprODUTOr MAscULiNO E FEMiNiNO

Profa. Maria da Conceição AndradeProf. Júlio Brando Messias

OBJETiVOs

• Identificar a estrutura histológica dosdiversos órgãos do sistema reprodutor masculino (testículo, epidídimo e ducto deferente).

• Identificaraestruturahistológicadosdi-versos órgãos do sistema reprodutor fe-minino(ovário,tubauterinaeútero).

iNTrODUÇÃO

Neste capítulo, procuramos mostrar os ór-gãos envolvidos na reprodução, objetivan-do identificar a sua estrutura morfológica. Assim, poderemos entender as funções re-produtivas do homem e da mulher que en-volvem a formação dos gametas, seu ama-durecimento e liberação.

Como já foivistoporvocês,osespermato-zóides são produzidos nos testículos, sendo transportados através da rede testicular, em direção aos epidídimos, onde são armazena-dos. Em seguida, seguem pelo ducto defe-rente, onde recebem secreções das glându-las seminaleprostáticaatéa sua liberaçãopelo pênis (Ver capítulo 1 – Embriologia). Enquanto isso, os gametas femininos (oó-citos), liberados após a ovocitação, migram em direção à ampola da tuba uterina à espe-ra de um espermatozóide. Caso ocorra a fer-tilização,oúteroestaráprontopararecebero futuro embrião. O presente capítulo tem a

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48intenção de mostrar os aspectos histológicos dos principais órgãos do sistema reprodutor masculino e feminino.

1. sisTEMA rEprODUTOr MAscULiNO

1.1 TEsTÍcULOs – HE

Representam as gônadas masculinas, sendo constituído de:

• TÚNICA ALBUGÍNEA: cápsula de tecidoconjuntivo fibromuscular.

• TÚBULOS SEMINÍFEROS: constituídos de:

EPITÉLIO SEMINÍFERO: que é um epité-lio estratificado complexo, constituído de duas linhagens de células.

- Células de Sertoli (Epiteliócito Sustenta-dor): são delgadas e altas, estendem-se des-de a membrana basal até à luz do túbulo.

- Células Espermatogênicas: são células dispostas em camadas concêntricas, por gerações sucessivas:

Espermatogônias: são as mais profundas, localizadas junto à membrana basal, arre-dondadas, pequenas e com núcleos esféri-cos. - Espermatócitos I: localizam-se acima das espermatogônias, com núcleos redon-dos e grandes.

Espermatócitos II: são menores que os anteriores e mais superficiais, de difícil vi-sualização, por entrarem rapidamente na segunda divisão de maturação (não é pos-sível sua visualização nessa preparação).

Espermátides: menores que os anteriores, são encontrados formando grupos que li-mitam a luz do túbulo seminífero.

Espermatozóides: são estruturas bem ca-racterísticas, cujas cabeças, coradas inten-samente, entram em contato com as cé-lulas nutridoras de Sertoli, enquanto suas caudas se dirigem para o centro da luz do túbulo, nela flutuando.

• ESTROMA: formado por tecido conjuntivo frouxo vascular que circunda os túbulos seminíferos, onde se encontram as Células de Leydig, ou seja, são células intersticiais que ocorrem em pequenos grupos, sendo facilmente identificadas em virtude de sua localização e por seus núcleos pequenos e redondos, além de seu citoplasma róseo.

1.2 EpiDÍDiMO – HE

É um órgão de armazenamento de espermato-zóides (na luz do órgão) sendo constituído de:

• DUCTO E PIDIDIMÁRIO: que é um ducto único, longo e tortuoso, que aparece sec-cionadováriasvezes.

• EPITÉLIO DE REVESTIMENTO: do tipo pseu-

do-estratificado, formado por células cilín-dricas altas com estereocílios e por células basais.

• FIBRAS MUSCULARES: são vistas no tecido

conjuntivo, constituindo uma delgada ca-mada muscular lisa, envolta nos ductos.

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49• TECIDO DE SUSTENTAÇÃO: constituído de

tecido conjuntivo frouxo, localiza-se entre osváriossegmentosdosductos.

2. sisTEMA rEprODUTOr FEMiNiNO

2.1 OVÁriO – HE

Estáconstituídodeduaszonasdistintas:acor-tical e a medular.

ZONA CORTICAL: apresenta as seguintes es-truturas:

1.3 DUcTO DEFErENTE – HE

O ducto deferente é um órgão tubular, consti-tuído de três regiões distintas:

• MUCOSA: formada por pequenas pregas, onde é possível identificar o epitélio pseu-do-estratificado colunar (semelhante ao do epidídimo), apoiado na lâmina própria (tecido conjuntivo frouxo).

• MUSCULAR:constituídadeváriascamadasde músculo liso.

• ADVENTÍCIA: constituída de tecido con-juntivo frouxo.

ZONA CORTICAL

• Epitélio de Revestimento (ou epitélio ger-minativo): do tipo cúbico simples ou plano simples.

• Albugínea Ovariana (ou Falsa Albugínea):

camada estreita de tecido conjuntivo den-so localizado imediatamente abaixo do epitélio germinativo.

• Estroma: de tecido conjuntivo frouxo, muito celular, no qual se localizam os fo-lículos ovarianos. No estroma, onde cir-culam os folículos, estão presentes fibras musculares lisas.

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• Folículos Ovarianos: no interior de cada folículo, encontramos os ovócitos que contêm núcleo grande e excêntrico, com cromatina frouxa e dispersa além de um ou mais nucléolos grandes. Os folículos podem ser encontrados em três estágiosde maturação (folículo primordial, folículo em crescimento e folículo maduro):

• Folículos Primordiais: localizados no estro-ma do córtex do ovário, logo abaixo datúnica albugínea. São constituídos de uma célula globosa, com um grande núcleo vesiculoso, nucléolo evidente e esparsos grumos de cromatina. O citoplasma apre-senta-se discretamente acidófilo. Ovócito estáenvolvidoporumaúnicacamadadecélulas foliculares planas, situadas sobre uma camada basal.

- FolículoemCrescimentoPrimárioUnila-minar: consiste em um ovócito volumoso, apresentando uma única camada de célu-las foliculares (epitélio cúbico simples). Em alguns folículos, pode-se perceber, entre as células foliculares e o ovócito, uma cama-da homogênea acidófila, que se cora forte-mente, denominada zona pelúcida.

- Folículo em Crescimento Primário Mul-tilaminar: consiste em um ovócito mais volumoso,circundadoporváriascamadasde células foliculares (epitélio cúbico estra-tificado), denominadas agora de células da granulosa. A zona pelúcida é mais evidente (entre as células da granulosa e o ovócito). Circundando o folículo, observa-se a teca folicular, formando uma bainha celular.

• Folículos em Crescimento (Ativo ou em Amadurecimento): a morfologia e o tama-nho dos folículos em crescimento variam muito, pois esta categoria engloba des-de os folículos que estão iniciando o seu desenvolvimento até os muito volumosos que quase atingiram a maturação. Podem ser classificados em:

• FolículoAntral (ouSecundário):caracteri-za-se por ser um folículo maior, por apre-sentar as tecas interna e externa, pela exis-tência do líquido folicular nas pequenas cavidades, formadas a partir dos espaços intercelulares das células da granulosa. Nesse folículo, podemos identificar: o ovó-cito, a zona pelúcida, o cumulus oopho-rus, a camada granulosa, a cavidade (ou antro folicular), as tecas interna e externa.

ZONA CORTICAL

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51• FolículoTerciário(MadurooudeDeGraaf):

caracteriza-se pelo fato de ser um folícu-lo bastante volumoso, apresentando os mesmoselementosdofolículosecundário(essa preparação não possui esse tipo de folículo).

ZONA MEDULAR:correspondeàáreainterna,contendo nervos, vasos sangüíneos e linfá-ticos. Consiste de tecido conjuntivo frouxo e fibras musculares lisas.

2.2 TUBA UTEriNA – HE

Também chamada de trompa uterina ou ovi-duto. Trata-se de um órgão de um órgão tubu-lar. Constituído de três regiões distintas:

2.3 ÚTErO – HE

Trata-se de um órgão tubular, constituído de três regiões distintas:

• CAMADA MUCOSA (ENDOMÉTRIO): na qual é possível identificar epitélio cilíndrico simples apoiado numa lâmina Própria de tecido conjuntivo frouxo.

• CAMADA MUSCULAR (MIOMÉTRIO): cons-tituídodeváriascamadasdemúsculoliso.

• CAMADA MUCOSA: formada por peque-nas pregas, onde é possível identificar o epitélio cilíndrico ciliado (constituído de células cilíndricas e células não ciliadas - secretoras)que está apoiado na lâminaprópria, uma pequena faixa de tecido con-juntivo frouxo.

• CAMADA MUSCULAR: constituída de vá-

rias camadas de músculo liso. • CAMADA SEROSA: constituída de uma áreadetecidoconjuntivofrouxorecobertopelo mesotélio.

• CAMADA SEROSA (PERIMÉTRIO): constitu-ídadeumaáreadetecidoconjuntivofrou-xo, recoberto pelo mesotélio.

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EXErcÍciOs

1. Quais as células da linhagem espermato-gênicas?

2.Quaisascélulas responsáveispelaprodu-ção da testosterona?

3. Qual a função do epidídimo?

4. Os ovócitos estão parados em qual fase da meiose?

5. Como ocorre a ovulação?

6. Em qual fase do ciclo uterino ocorre a im-plantação do blastocisto?

ATIVIDADE 1 - Exame de preparações histoló-gicas permanentes – Sistema Reprodutor

Material: Lâminas de testículo, epidídimo, duc-todeferente,ovário,tubauterinaútero.

Metodologia

1. Identificar a morfologia dos diferentes ór-gão do sistema reprodutor masculino e feminino contemplados no atlas da disci-plina;

2. Elaborar um desenho para cada órgão;

3. Entregar ao tutor.