a etec de monte mor trabalhando uma forma de cultura escolar por
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A ETEC DE MONTE MOR TRABALHANDO UMA FORMA DE CULTURA
ESCOLAR POR MEIO DE PROJETOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA NOS CURSOS
DOS EIXOS: ENSINO MÉDIO, ENSINO TÉCNICO INTEGRADO AO MÉDIO E
ENSINO TÉCNICO MODULAR.
Helena Cibele de Souza Silva1
José Maurício Lima da Silva 2
Priscila Batista Martins3
Regina Célia Ramalho4
Roney Staianov Caum5
ETEC de Monte Mor
Resumo: A Etec de Monte Mor se destaca no cenário nacional por ser uma unidade de ensino que vem criando uma cultura escolar voltada ao desenvolvimento de projetos de iniciação científica, balizada pelo Prêmio Jovem Cientista conquistado em 2013, nos três eixos que atende. Isso ocorre devido ao comprometimento de docentes que possibilitam aos alunos, por meio da interdisciplinaridade6 e do conhecimento advindo dos cursos ministrados na escola, uma visão ampla e crítica dos diversos problemas que surgem no cotidiano, com embasamento nas grandes áreas de: Gestão e Negócios, Informática e Comunicação, Ciências da Natureza, Linguagens e Códigos, Ciências Humanas e Sociais.
Palavras-Chave: Cultura Escolar. Interdisciplinaridade. Iniciação Científica.
Introdução
A Etec de Monte Mor vem construindo uma cultura escolar voltada ao
desenvolvimento de projetos de iniciação científica nos três eixos que atua: Ensino Médio,
Ensino Técnico Integrado ao Médio e Ensino Técnico Modular. Através das aulas de Projeto
Técnico Científico, Planejamento do Trabalho de Conclusão de Curso e Desenvolvimento de
Trabalho de Conclusão de Curso – doravante PTC, PTCC e DTCC, os professores destes
1 [email protected] [email protected] [email protected] [email protected]
6 Interdisciplinar: dois ou mais campos do saber estão reunidos e voltados para a análise e verificação do mesmo objeto de estudo. (KRAUSZ, Mônica. Onde as disciplinas se encontram. Revista Educação. Set/2011. Disponível em: <http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/132/artigo234363-1.asp>. Acesso em 26 jul. 16.
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componentes curriculares apresentam aos alunos a metodologia de pesquisa científica para o
desenvolvimento de trabalhos com temáticas voltadas a resolução de forma crítica e com
embasamento científico, o que possibilita a interdisciplinaridade1 e a aplicação dos
conhecimentos adquiridos nos cursos oferecidos.
Uma vez identificado o problema a ser trabalhado pelo grupo de alunos, é direcionado
ao docente da grande área de conhecimento para que o mesmo faça a orientação do projeto. O
responsável pelos componentes curriculares ao indicar professores das grandes áreas
trabalhadas na unidade, facilita a integração do corpo docente, contribuindo para que a cultura
escolar seja baseada no desenvolvimento de projetos, bem como na cooperação entre as
diversas áreas ampliando, desta forma, a visão do aluno sobre o conhecimento adquirido,
favorecendo o senso crítico e a resolução de problemas do contexto em que vive.
A participação em Mostras e Feiras de Ciência, Tecnologia e Engenharia, como
FEBRACE, Expo Milset Brasil, Mostra do Instituto 3M, MOP, MCTEA, MOSTRATEC,
MOBFOG, entre outras, proporciona ao aluno um estímulo para desenvolvimento de seus
projetos, uma forma de validação de suas ideias, o compartilhamento de informações e
conhecimentos e uma contribuição para seu desenvolvimento profissional e espírito
empreendedor.
Esse trabalho vem sendo desenvolvido e incentivado na unidade escolar por seus
gestores, docentes e colaboradores, tendo hoje reconhecimento na Região Metropolitana de
Campinas, o que evidencia que essa cultura escolar é construída e fortalecida com o passar
dos anos, resultando em premiações e menções em eventos científicos.
Cultura científica
De acordo com Coudry e Freire, “há uma estigmatização da escola como o lugar do
mesmo, aquele lugar do instrucional e repetitivo” (2005, p.8). Descolada da realidade do
aluno, a escola cai em descrédito e é alvo de profundo desinteresse. Indo contra essa corrente,
a iniciação científica pode motivá-lo a ir em busca do conhecimento.
Em relação aos saberes docentes, Tardif (2002) defende a necessidade de repensá-los,
levando-se em conta as especificidades e os processos envolvidos em sua construção. Para o
autor, os saberes docentes organizam-se em: profissionais; curriculares; da experiência e
disciplinares. Destaca os saberes da experiência, por representarem uma elaboração pessoal
do professor em confronto com sua prática profissional cotidiana. Posto isso, há uma
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contribuição nesse sentido ao se trabalhar com projetos científicos e tecnológicos no ambiente
escolar.
Nóvoa (1995), tem um posicionamento favorável a uma nova configuração da
formação de professores, pautada na matriz da racionalidade prática. Nessa perspectiva,
descrever a participação dos docentes no desenvolvimento de projetos, como orientadores,
exemplifica tais estudos. Ainda, o projeto estabelece relação, de certa forma, com a
sistematização que Schön (Nóvoa, 1995) faz dos três conceitos que integram o pensamento
prático do profissional: conhecimento-na-ação, reflexão-na-ação e reflexão sobre a ação. A
aprendizagem profissional que se dá também na docência, nesse sentido, passou a ser mais
aguçada pela reflexividade crítica a respeito do que se vivencia no cotidiano escolar. Registrar
o que é trabalho e despertar a realização também por parte dos demais docentes e alunos
envolvidos, alterou a prática do grupo da Etec de Monte Mor.
A pesquisa partiu de uma metodologia qualitativa7. Ao pensar a interdisciplinaridade
através do desenvolvimento da iniciação científica, aplicou-se os métodos e teoria com os
estudantes, ao longo dos cinco anos de trabalho. A partir de relatos das experiências dos
alunos, pode-se observar, elaborar melhorias e propor novas abordagens a fim de que as
paredes entre as disciplinas pudessem ser arrefecidas.
Iniciação científica na Etec de Monte Mor – rumos para o trabalho
inter/transdisciplinar
A Etec de Monte Mor foi fundada no ano de 2009. Desde 2011, destaca-se por
desenvolver projetos empreendedores e inovadores, utilizando os preceitos da metodologia
científica e tecnológica.
Todo o processo de iniciação científica, ou melhor, de pré-iniciação científica, uma
vez que a instituição é de nível médio e técnico, deu-se a partir do próprio Centro Paula
Souza, que tem em seus planos de curso os componentes curriculares de PTC, PTCC e
DTCC. Assim, espera-se que os professores que lecionam esses componentes, estimulem e
7 Metz descreve: A investigação qualitativa é descritiva; os dados recolhidos são em forma de palavras ou imagens e não de números. Os resultados escritos da investigação contêm citações feitas com base nos dados para ilustrar e substanciar a apresentação. Os dados incluem transcrição de entrevistas, notas de campo, fotografias, vídeos, documentos pessoais, memorandos e outros registros oficiais. Na sua busca de conhecimento, os investigadores qualitativos não reduzem as muitas páginas contendo narrativas e outros dados a símbolos numéricos. Tentam analisar os dados em toda a sua riqueza, respeitando, tanto quanto o possível, a forma em que esses foram registrados ou transcritos (1978, p. 48).
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orientem os alunos a desenvolverem projetos pautados nos conceitos aprendidos em sala de
aula e aplicados de forma a resolver uma situação-problema. Nesse enfoque, a equipe da Etec
de Monte Mor trabalha de forma que a aplicação dos conceitos seja voltada a resolver não só
uma situação-problema, mas que tal problemática seja solucionada de maneira empreendedora
e inovadora – o que muitas vezes proporciona o trabalho interdisciplinar.
A escola oferece cursos técnicos modulares em Administração, Logística, Recursos
Humanos e Informática, ETIM8 e o Ensino Médio. Nos cursos técnicos, os componentes de
PTCC e DTCC direcionam o planejamento e desenvolvimento de um trabalho de conclusão
de curso em grupo, visando a compreensão e aplicação dos conceitos aprendidos em um
cenário profissional. Já no Ensino Médio, o componente de PTC objetiva estimular nos alunos
o interesse pela pesquisa e sua importância para o desenvolvimento da comunidade.
Para que os objetivos citados possam ser alcançados, os professores buscam capacitar-
se e também direcionar os alunos para que procurem ainda docentes de outros componentes
para coorientar os projetos. Nesse prisma, a escola incentiva a formação continuada dos
professores, não só os que ministram os componentes de PTC, PTCC e DTCC, a realizarem
capacitações oferecidas pelo Centro Paula Souza, indica e possibilita a realização de cursos no
Programa de Formação de Professores para a Prática das Ciências na Educação Básica,
promovido pelo INSTITUTO 3M e FEBRACE, e a participação em congressos e seminários.
Esse constante aperfeiçoamento e estímulo a orientação de projetos, vem a cada ano
provocando o aumento de trabalhos que são desenvolvidos de forma interdisciplinar e que
participam de feiras e mostras científicas e tecnológicas. Há casos de ocorrência da
transdisciplinaridade9, que é facilitada por alunos que realizam o Ensino Médio e Técnico
modular na Etec. Citamos um projeto em desenvolvimento no componente de PTC do Ensino
Médio, que sendo continuado e aperfeiçoado no curso de Técnico em Administração, faz com
que ao final o aluno não tenha apenas explorado um assunto do ponto de vista científico, mas
também, tenha a oportunidade de pensar na sua aplicabilidade no ambiente empresarial, ou
que sua ideia possa se tornar um negócio ou produto.
O desenvolvimento de projetos – firmando uma cultura na Etec de Monte Mor
8 Ensino Técnico em Informática Integrado ao Médio e o Ensino Médio.9Transdisciplinaridade: é um enfoque pluralista do conhecimento que tem como objetivo, através da articulação entre as inúmeras faces de compreensão do mundo, alcançar a unificação do saber. (SANTANA, Ana Lucia. Transdisciplinaridade. InfoEscola. Educação. Disponível em: <http://www.infoescola.com/educacao/transdisciplinaridade/>. Acesso em 26 jul. 16.
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Na Etec de Monte Mor alguns passos são seguidos para que a cultura escolar por meio
da iniciação científica seja criada e implementada. Tal método vem se mostrando uma
importante ferramenta na formação profissional e cidadã dos alunos, além de contribuir na
resolução de situações-problema da comunidade.
- Passo 1: Os professores responsáveis pelos componentes PTC, PTCC e DTCC
identificam quais as áreas de afinidade dos alunos, estimulando-os a desenvolverem
seus projetos nestas áreas.
- Passo 2: O docente conversa com seus pares sobre os temas a serem desenvolvidos e
indica aos discentes que procurem os profissionais para que os auxiliem e os orientem
durante a realização do trabalho, mantendo o direcionamento do professor do
componente para que o projeto seja realizado de acordo com o método científico. Em
geral, cada trabalho acaba tendo mais de um orientador, o que proporciona ao aluno
uma visão de cooperação entre as áreas.
- Passo 3: Os professores orientadores acompanham o andamento do projeto,
incentivando os alunos a buscarem propostas inovadoras e empreendedoras que
contribuam com o dia a dia da comunidade.
- Passo 4: Estímulo à inscrição e participação dos projetos em eventos científicos e
tecnológicos como: FEBRACE, MOSTRATEC, MOBFOG, Mostra de Ciência e
Tecnologia do Instituto 3M, MILSET Brasil, entre outras, para avaliação do projeto e
acesso à feedbacks para melhoria e continuidade do trabalho.
- Passo 5: Exposição dos projetos finalizados para a comunidade escolar e externa
através do evento Etec de Portas Abertas e da MCTEC - Mostra Científica,
Tecnológica e Cultural da Etec de Monte Mor.
- Passo 6: Estímulo aos alunos a participarem de desafios, como o Desafio Inova Paula
Souza, para validação de projetos e modelagem de futuros negócios.
- Ao seguir os passos citados, a unidade escolar vem trabalhando ano a ano o incentivo
à pesquisa e desenvolvendo a cultura de projeto. Hoje, o que faz a escola ser
conhecida na região é seu incentivo ao desenvolvimento de trabalhos de iniciação
científica e as premiações recebidas, como o Prêmio Jovem Cientista em 2013.
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Participação em eventos científicos e tecnológicos – um incentivo à projetos
Atualmente, “na pedagogia de projeto o aluno aprende no processo de produzir, de
levantar dúvidas, de pesquisar e de criar relações, que incentivam novas buscas, descobertas,
compreensões e reconstruções de conhecimento” (PRADO, 2003). Sendo assim, o
desenvolvimento de um projeto durante a formação acadêmica proporciona ao estudante um
meio de motivação para a busca do conhecimento e contribui para uma nova visão de sua vida
pessoal e profissional, além de auxiliar no desenvolvimento de competências e habilidades
como capacidade de trabalhar em equipe, de tomada de decisões, senso crítico e observador,
senso de responsabilidade, criatividade, persistência, espírito empreendedor, entre outros.
É possível, durante a realização de um trabalho científico e/ou tecnológico, que o
aluno identifique com mais clareza os desafios e obstáculos vivenciados pelo ser humano no
seu cotidiano e assim propor de forma criativa, inovadora e empreendedora meios de
superação de tais desafios. Ainda, para que o aluno possa se sentir cada vez mais motivado
em desenvolver projetos e que o processo de construção do conhecimento e aplicação dos
conceitos aprendidos sejam estimulados, os professores orientadores, a coordenação
pedagógica e a direção da Etec de Monte Mor incentivam sua participação em eventos
científicos.
De 2012 a 201610, os estudantes da Etec de Monte Mor participaram de feiras e
mostras científicas e tecnológicas nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Pará, Ceará e
Bahia e uma participação internacional, em Lima no Peru. Tais participações foram
contempladas, na maioria das vezes, com premiações, porém, o que estamos percebendo com
o passar do tempo é que os alunos estão se motivando a participar de tais eventos, não apenas
pelos prêmios oferecidos, mas pela oportunidade de conhecer novas culturas, adquirir novos
aprendizados, vivenciar e compartilhar novas experiências. Nesse passo, a cada ano, o número
de projetos desenvolvidos com qualidade, relevância científica e com perspectivas para se
tornarem um futuro empreendimento vem aumentando na escola.
O reconhecimento da qualidade dos trabalhos realizados na Etec de Monte Mor,
através da participação em feiras e mostras no país e premiações obtidas, despertou o interesse
de instituições, como o SEBRAE (escritório regional de Campinas) e o Departamento de
Vigilância em Saúde do município de Monte Mor. O SEBRAE Campinas identificou em
vários projetos a oportunidade do aluno empreender, e está em contato com a escola para
10Participações até 1º semestre de 2016.
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identificar como pode colocar à disposição dos estudantes, de maneira mais efetiva, a
consultoria que hoje é disponibilizada aos interessados em abrir seu próprio negócio. Já o
Departamento de Vigilância em Saúde contatou os gestores em busca de uma parceria no
desenvolvimento de projetos que possam contribuir no combate e monitoramento do Aedes
Aegypti e identificação de focos das doenças transmitidas pelo mosquito.
Os casos citados são exemplos da importância da participação em feiras e mostras e o
quanto este tipo de aproximação contribui para o incentivo dos alunos na continuidade do
desenvolvimento de projetos de qualidade, e que tal procedimento se estabeleça como cultura
escolar.
Participações e prêmios recebidos – os resultados
Como já citado, a Etec de Monte Mor nos últimos anos vem participando de diversas
feiras e mostras. Das diversas participações, em algumas oportunidades a instituição obteve
premiações e credenciamentos para participar de outros eventos científicos e tecnológicos.
Apresentamos os resultados conquistados, a seguir:
1. FETEPS – Feira Tecnológica do Centro Paula Souza – São Paulo/SP: realizada
anualmente no mês de outubro, a Feira reúne os melhores projetos desenvolvidos por
alunos das Etecs e Fatecs, distribuídos em 11 eixos temáticos. Desde 2011, a Etec de
Monte Mor sempre esteve representada.
2. FEBRACE – Feira Brasileira de Ciência e Engenharia – São Paulo/SP: promovida
pela USP (Universidade de São Paulo), o evento tem por objetivo:
a. Estimular novas vocações em Ciências e Engenharia através do
desenvolvimento de projetos criativos e inovadores.
b. Aproximar as escolas públicas e privadas das Universidades, criando
oportunidades de interação espontânea entre os estudantes e professores das
escolas com a comunidade universitária (estudantes, professores,
funcionários), para uma melhor compreensão dos papéis das universidades em
Ensino, Pesquisa, Cultura e Extensão.
c. Criar uma oportunidade para jovens pré-universitários brasileiros entrarem em
contato com diferentes culturas e estarem próximos de reconhecidos cientistas
(FEBRACE, 201611).
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Imagem 1 - Prof. Roney S. Caum e alunos Nádila Motta e Keven Rocha – Projeto Produtos da Reutilização do Polímero Baquelite. Foto: Centro Paula Souza
Imagem 2 - Prof. Fabiano Zuin e alunas Beatriz Rosa e Jéssica Barbosa – Projeto Visual Face – Facebook para Deficientes Visuais. Foto: Centro Paula Souza
Participando desde 2012 da Feira, em março de 2016, a Etec Monte Mor foi premiada
com o 4º Lugar em Votação Popular, além de ser um dos destaques do Prêmio Poli Recicla e
Prêmio The 2016 Regional Ricoh Sustainable Development Award – Ricoh America, com o
projeto Produtos da Reutilização do Polímero Baquelite, e do Prêmio Contribuição em
11FEBRACE. O que é a FEBRACE? Disponível em: <http://febrace.org.br/o-que-e-a-febrace/>. Acesso em 27 jul. 16.
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Tecnologia Assistida CTI Renato Archer, com o trabalho Visual Face – Facebook para
Deficientes Visuais.
3. MOP – Mostra Paulista de Ciência e Engenharia – São Paulo/SP: promovida pela
Escola Politécnica da USP, a MOP foi criada para “incentivar o espírito investigativo,
o empreendedorismo e a criatividade de jovens estudantes de 14 a 20 anos” (MOP,
2016)12. Participando nas edições de 2012 a 2014, a Etec de Monte Mor, em sua
primeira participação obteve o 2º Lugar na categoria Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas, com o projeto Prazer em conhecer Ciência!, do qual os alunos foram
contemplados com bolsas de Iniciação Cientifica Júnior do CNPq, além de
credenciamento para a FEBRACE 2013; o trabalho Nutricell – Controle Alimentar em
Dispositivo Móvel foi contemplado com o 3º Lugar de Destaque em
Empreendedorismo, e o projeto Cadastro de Vacinação Virtual Centralizada através
de Servidor Web foi 2º lugar na categoria Destaque em Criatividade e Inovação. Além
dos prêmios citados, o Professor Roney S. Caum ganhou o Prêmio Professor
Destaque.
4. Mostra de Ciência e Tecnologia do Instituto 3M – Sumaré/SP: “criada para incentivar
o espírito científico e a criatividade de jovens estudantes da educação básica e técnica
da região metropolitana de Campinas” (Instituto 3M, 201613). Participando do evento
desde de 2014, a Etec de Monte Mor já foi contemplada com 5 prêmios, sendo: 1º 2º e
3º lugares na Categoria Ciências Sociais Aplicada e 2º lugar na Categoria Ciências
Humanas em 2014, onde o vencedor, o projeto DRE Game: Uma ferramenta para
auxílio no aprendizado da Demonstração do Resultado do Exercício também foi
credenciado a participar da MOP do mesmo ano. Em 2015, a escola foi bicampeã na
Categoria Ciências Sociais Aplicada com o projeto Criação de uma Empresa Júnior
na Etec de Monte Mor/SP.
5. MOSTRATEC – Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia – Novo
Hamburgo/RS: Organizada pela Fundação Liberato, a “Feira promove integração entre
as instituições de ensino, a pesquisa e o meio empresarial, possibilitando o
desenvolvimento, a aplicação e a divulgação de novas tecnologias” (MOSTRATEC,
12MOP – Mostra Paulista de Ciências e Engenharia. Apresentação. Disponível em: <http://mostrapaulista.org.br/index/>. Acesso em 27 jul. 16.13Instituto 3M. O que é a IV Mostra de Ciências e Tecnologia Instituto 3M. Disponível em: <http://solutions.3m.com.br/wps/portal/3M/pt_BR/Instituto3M/Home/o-instituto/linha-de-atuacao-pilares/ciencia-tecnologia/MostCienTec/>. Acesso em 27 jul. 16.
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201614). Participando nos anos de 2013 e 2014, a Etec de Monte Mor, obteve
credenciamento para Feira Nacional do Peru através do projeto Cadastro Virtual e
Centralizada de Vacinação através de Servidor Web, que ganhou também o Prêmio
ABRIC – Destaque de Excelência em Ciências, em sua primeira participação, além de
ter a aluna Thalia Kelly dos Santos Sousa recebendo o Prêmio Pesquisador CNPq, que
a habilitou a ganhar uma bolsa de iniciação científica júnior por 1 ano.
Imagem 3 - Profª. Helena Cibele e alunos dos projetos DRE Game (1º lugar) e Sacoponja (3º lugar), 2014.
Imagem 4 - Profª. Roseli de Deus (USP), Prof.ª Helena Cibele, Diretora Regina Célia Ramalho, alunos do projeto Empresa Júnior e organizadores do evento, 2015.
14MOSTRATEC. Sobre a Mostratec. Disponível em: < http://www.mostratec.com.br/pt-br/mostratec/sobre-a-mostratec>. Acesso em 27 jul. 16.
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6. MCTEA – Mostra de Ciência e Tecnologia da Escola Açaí – Abaetetua/PA: o “evento
envolve projetos de alunos das Instituições de Ensino das regiões norte e nordeste e de
outros estados do Brasil e de outros países, em diversas categorias estabelecidas a
partir das Ciências” (MCTEA, 201615). Em sua primeira participação, no ano de 2012,
a Etec de Monte Mor foi premiada com o 1º lugar na Área da Saúde, com o projeto
Nutricell – Controle Alimentar em Dispositivo Móvel , que também obteve
credenciamento para a MOSTRATEC de 2013; com o 2º lugar na área de Ciências
Humanas com o trabalho Leituras e Releituras: Abordagem da história da cidade de
Monte Mor por meio de documentos em língua portuguesa, além de ter o trabalho
Jogo do Sexo credenciado para participar da MILSET Internacional 2013 em Abu
Dhabi, Emirados Árabes. No ano seguinte, os resultados foram: 3º lugar em Ciências
Humanas com o trabalho Prazer em conhecer, Ciência!, 2º lugar na Área de Saúde
com o projeto Sistema de Monitoramento Virtual do Pré-natal, que também foi
credenciado à participar da CIENCAP, no Paraguai. Em 2014, a Escola obteve o 3º
Lugar na Categoria Ciências Sociais com o projeto A viabilidade da reutilização de
contêineres como habitação no Brasil e credenciamento para participar de um evento
científico internacional no Peru e da MOCINN - Feira no Rio Grande do Norte.
7. MILSET BRASIL – Fortaleza/CE: ligada à UNESCO. O Movimento Internacional
para atividades de lazer em Ciência e Tecnologia é uma organização, que visa
desenvolver a cultura científica entre os jovens através da organização de programas e
ciência-tecnologia, incluindo feiras de ciências, campos de ciência, congressos e
outras atividades de alta qualidade (MILSET BR, 201616).
No ano de 2013, a Etec de Monte Mor, participou do evento em 2013, com três
projetos: Cadastro Virtual de Vacinação Centralizada em Servidor Web, Geografia Divertida
e outro sobre Valorização de Patrimônio Histórico. Neste ano escola conquistou o 2º Lugar
na categoria relacionada à saúde e mais duas credenciais internacionais, uma para Medelín na
Colômbia e outra para apresentar o projeto em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Em
2014, foi premiada com o 3º Lugar na Categoria Ciências Sociais Aplicada com o Projeto
DRE Game: Uma ferramenta para auxílio no aprendizado da Demonstração do Resultado do
Exercício, onde o mesmo foi credenciado a participar do evento Encuentro de Semilleiros de
Investigación na Colômbia, os projetos Sistema de Monitoramento Virtual do Pré-natal,
15MCTEA. Quem somos! Disponível em: < http://mctea.com.br/quemsomos.php>. Acesso em 27 jul. 16.16MILSET Brasil. A Fundação. Disponível em: <http://milsetbrasil.com/>. Acesso em 27 jul. 16.
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ECODYE: Possibilidades para a Reutilização dos Resíduos Provenientes da Impressão
Digital, Jogo dos 3 Poderes obtiveram credenciais para participar de feiras no Rio Grande do
Sul, Bahia e Pernambuco, respectivamente. Os dois primeiros também receberam premiações
da ABRITEC e ABRIC. O projeto Modelagem de Negócio foi citado como exemplo de
iniciativa empreendedora em palestra durante o evento.
8. MOBFOG - Mostra Brasileira de Foguetes - Nacional: promovida pela Olimpíada
Brasileira de Astronomia e Astrofísica, a edição 2015 da MOBFOG, contou com 88
mil projetos inscritos de todo o país. Após etapas de lançamentos de foguetes
realizados nas escolas participantes, a Etec de Monte Mor, foi classificada para a fase
final que aconteceu em Barra do Piraí – RJ, em fevereiro de 2016, onde ficou entre o
grupo de campeões, obtendo o 19º lugar na VIII Jornada de Foguetes.
Imagem 5 - Troféu de Campeão na VIII Jornada de Foguetes
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Imagem 6 - Troféu do Prêmio Jovem Cientista 2013
9. Prêmio Jovem Cientista - Nacional: Participante na edição de 2013, cujo o tema foi
Água: Desafios da Sociedade, a Etec de Monte Mor foi contemplada com o Prêmio
Mérito Institucional, por ser a instituição de ensino que obteve mais projetos inscritos
e aprovados com relevância científica.
As participações e premiações alcançadas nos últimos anos vem proporcionando aos alunos
da Etec de Monte Mor motivação para contribuir com o processo de pesquisa científica, inovação e
empreendedorismo no país, gerando benefícios para a comunidade como um todo, além de
disponibilizar ao mercado de trabalho profissionais preparados e eficientes.
Considerações Finais
Trabalhar com projeto, na Etec de Monte Mor, possibilita uma aproximação entre a
prática de ensino, por meio da interdisciplinaridade, entre os professores das áreas de Gestão e
Negócios, Informática e Comunicação, Ciências da Natureza, Linguagens e Códigos, Ciências
Humanas e Sociais transcendendo a outras – uma proposta em andamento.
Rego (2012) discute a escola como espaço de formação onde se ensina e se aprende,
uma visão que permite desconstruir os hábitos de escola. O espaço escolar não é mais o local
da transmissão de conhecimentos, e sim um local de construção do conhecimento e de
pesquisa – o que pudemos evidenciar no relato das alunas M.G. e T. S.:
Tivemos acesso à iniciação cientifica através das aulas de PTC na Etec. Com a discussão desse conteúdo foi possível que tivéssemos a oportunidade de abordar, por
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meio de um projeto chamado “Jogo dos Três Poderes” toda a temática política de nosso país. Com o desenvolvimento dessa pesquisa participamos de três feiras de ciências, que proporcionaram um alto nível de aprendizagem e a discussão com outros jovens sobre vários assuntos de importância nacional e de caráter social. Essas aulas e o incentivo do Professor R. S. Caum são de extrema importância, pois permitem que nós possamos compartilhar informações, promovendo assim não só a integração do conhecimento, mas também o crescimento da mentalidade crítica e cidadã dos alunos, com a intenção de buscar melhorias para toda a sociedade.
Isso está posto, a fim de dizer que a escola investe muito no desenvolvimento e
apresentações dos trabalhos e incentiva que estes esforços sejam de caráter inovador e
empreendedor, visando o atendimento às necessidades da comunidade.
Entre os alunos, é conhecida a necessidade e a possibilidade de expor sua pesquisa
desenvolvida durante os componentes de PTC, PTCC e DTCC em feiras científicas e
tecnológicas pelo país. Por essa perspectiva, talvez mesmo os estudantes que não se
interessam pelas áreas já elucidadas, observam na pesquisa e na comunicação oral, formas de
aprendizagem ligadas ao âmbito profissional (técnico-científico).
A iniciação científica é, por isso, muitas vezes, vista como uma auxiliar no rendimento
escolar, como identificarmos nas palavras da aluna L.L.M. que realizou o projeto Geografia
Divertida: teste e aprimore seus conhecimentos sobre o Brasil:
O projeto que desenvolvi durante o Ensino Médio, me abriu muitas portas. Através dele, tive a oportunidade de participar de várias feiras científicas em alguns Estados brasileiros (...) Posso dizer também, o quão gratificante ter o projeto avaliado por profissionais da área, ouvindo elogios e críticas construtivas. Ao desenvolver o projeto, pude ter um contato maior com áreas da geografia, que até então nunca havia me interessado e, posteriormente, acabei gostando tanto que optei por cursar esta ciência na universidade. Entrei para uma universidade pública e me inscrevi para ser bolsista, após um processo seletivo, consegui a bolsa, apresentei o projeto desenvolvido na ETEC Monte Mor, para uma professora da faculdade, que gostou muito da ideia, se interessou em orientar o projeto e está me ajudando a aprimorá-lo. Graças ao meu contato com a iniciação cientifica na escola, pude aprender a desenvolver textos com mais clareza e objetividade, o que me ajudou muito no vestibular e ainda me ajuda na universidade (...). Acho importante ressaltar, que no próximo semestre farei uma matéria sobre desenvolvimento de textos científicos. Tenho certeza que terei muita facilidade no assunto, devido à proximidade que tive com a iniciação cientifica.
Em suma, através da experiência relatada, o grupo de docentes pode constatar que a
escola deixa de ser um lugar comum, possibilitando uma cultura na Etec de Monte Mor que
reflete um forte e vivo interesse por parte dos alunos, tanto no desenvolver das pesquisas,
quanto nos trabalhos que intermeiam toda essa dinâmica.
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Referências
COUDRY, M. I. H.; FREIRE, F. M. P. O Trabalho do Cérebro e da Linguagem. A Vida e a Sala de Aula. Ministério da Educação, Cefiel/IEL/UNICAMP, 2005.
KRAUSZ, Mônica. Onde as disciplinas se encontram. Revista Educação. Set/2011. [versão eletrônica]
METZ, M.H. Classrooms and corridors: The crisis of authority in desegregated secondary schools. Berkeley: University of California,1978.
NÓVOA, A. Formação de professores e profissão docente. In: Nóvoa, A. (org.) Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1995.
PRADO, M. Pedagogia de Projetos. Série “Pedagogia de Projetos e Integração de Mídias” - Programa Salto para o Futuro, Setembro, 2003. [versão eletrônica]
REGO, Teresa Cristina. Narrativas autobiográficas, singulares e suas interfaces com a educação: contribuições da perspectiva histórico-cultural. USP. Tese de Livre-docência. 2012.
SANTANA, Ana Lucia. Transdisciplinaridade. InfoEscola. Educação. [versão eletrônica].
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Ed.Vozes, 2002.