a experiência da emigração italiana no rio grande do sul

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* Diretor do Centro Studi Emigrazione de Roma. Resumo: Enfocar a perspectiva italiana da análise da emigração no Rio Grande do Sul é objeto do texto. A comunidade italiana no Rio Grande do Sul constitui um caso singular, talvez único, no plano antropológico e lingüístico, no âmbito das comunidades italianas da grande diáspora do século XIX. Palavras-chave: imigração, literatura e historiografia italianas. Abstract: The object of this text is to focus the Italian perspective of analysis of emigration in Rio Grande do Sul. The Italian community in Rio Grande do Sul constitutes a particular case, maybe, unique, in the anthropologic and linguistic fields, in the environment of Italian communities in the great Diaspora of the nineteenth century. .............................. Key words: immigration, literature, and Italian historiography. O fecundo resgate da memória da emigração no Rio Grande do Sul A presente comemoração dos 120 anos da colonização italiana do Rio Grande do Sul pode parecer, à primeira vista, uma invenção acadêmica artificiosa para manter ligações com as antigas raízes culturais, ao invés – no nosso entendimento – se inscreve numa enraizada atitude da comunidade Il fecondo ricupero della memoria dell’emigrazione nel Rio Grande do Sul La presente ricorrenza del 120 anniversario della colonizzazione italiana del Rio Grande do Sul può apparire, a prima vista, un’invenzione accademica ad arte per mantenere dei collegamenti con le antiche radici culturali, mentre – a nostro avviso – si iscrive in un radicato atteggiamento L’esperienza dell’emigrazione italiana nel Rio Grande do Sul nella letteratura italiana A experiência da emigração italiana no Rio Grande do Sul na literatura italiana Gianfausto Rosoli *

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MÉTIS: história & cultura – ROSOLI, Gianfausto – p. 95-133 95

* Diretor do Centro Studi Emigrazione de Roma.

Resumo: Enfocar a perspectiva italiana daanálise da emigração no Rio Grande do Sulé objeto do texto. A comunidade italianano Rio Grande do Sul constitui um casosingular, talvez único, no planoantropológico e lingüístico, no âmbito dascomunidades italianas da grande diásporado século XIX.

Palavras-chave: imigração, literatura ehistoriografia italianas.

Abstract: The object of this text is to focusthe Italian perspective of analysis of emigrationin Rio Grande do Sul. The Italian communityin Rio Grande do Sul constitutes a particularcase, maybe, unique, in the anthropologic andlinguistic fields, in the environment of Italiancommunities in the great Diaspora of thenineteenth century...............................

Key words: immigration, literature, andItalian historiography.

O fecundo resgate da memória daemigração no Rio Grande do Sul

A presente comemoração dos 120anos da colonização italiana do RioGrande do Sul pode parecer, à primeiravista, uma invenção acadêmicaartificiosa para manter ligações com asantigas raízes culturais, ao invés – nonosso entendimento – se inscreve numaenraizada atitude da comunidade

Il fecondo ricupero della memoriadell’emigrazione nel Rio Grande do Sul

La presente ricorrenza del 120anniversario della colonizzazioneitaliana del Rio Grande do Sul puòapparire, a prima vista, un’invenzioneaccademica ad arte per mantenere deicollegamenti con le antiche radiciculturali, mentre – a nostro avviso – siiscrive in un radicato atteggiamento

L’esperienza dell’emigrazione italiana nelRio Grande do Sul nella letteratura italiana

A experiência da emigração italiana noRio Grande do Sul na literatura italiana

Gianfausto Rosoli*

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italiana sul-rio-grandense, que éinteressante analisar nas suas motivaçõese apelos mais profundos. Com issocontrasta a atitude de indiferença daparte da cultura italiana, na Itália,marcada por uma veloz e fatal perda damemória da sua emigração e do quantoela representou, todavia no, válidoprocesso de universalização da imageme da experiência italiana no estrangeiro.Se a comemoração do centenário sul-rio-grandense de 1975 gerou, emseguimento, uma série de publicações– que, pelo menos, denotam o ampliar-se do espaço de interesse sobre essastemáticas, particularmente em sentidopopular – na Itália, em comparação aisso, a produção foi assaz reservada e,em todo caso, sempre mais restrita apoucas pessoas e instituições (para umpanorama, veja-se, de qualquer modo,Associação Itália-Brasil, 1995; Franzina,1995). O clima de solidariedadecultural para com a emigração pareceter vindo menos rapidamente na Itália,especialmente, em nível institucional.

Nessa comunicação se gostaria derepercorrer os sinais e as característicasdesse percurso dicotômico divergente,que raramente vê ocasiões devalorização e de enriquecimentorecíprocos, também por motivo, talvez,de equívocos, arraigados preconceitose falsas esperas, sobre as quais não éinútil procurar esclarecer.

della comunità italiana sulriograndense,che è interessante analizzare nelle suemotivazioni e istanze più profonde. Afronte di queste contrasta l’atteggia-mento di distacco della cultura italiana,contrassegnata da una veloce e fataleperdita della memoria della suaemigrazione e di quanto essa harappresentato nel pur valido processodi mondializzazione dell’immagine edesperienza italiana all’estero. Se laricorrenza del centenario sulriogran-dense del 1975 ha generato in sequenzaun effluvio di pubblicazioni cheperlomeno denotano l’ampliarsi dellospazio di interesse su queste tematiche,specie in senso popolare – a fronte laproduzione italiana è stata assaicontenuta e, in ogni caso, sempre piùristretta a poche persone ed istituzioni(per una panoramica, vedi comunqueAssociazione Italia-Brasile, 1995;Franzina, 1995). Sembra sia venutameno rapidamente in Italia, specie alivello istituzionale, l’area di solidarietàculturale verso l’emigrazione.

In questa nota vorremmoripercorrere i segni e le caratteristichedi questo percorso dicotomicodivergente, che raramente vedeoccasioni di valorizzazione edarricchimento reciproco, anche amotivo forse di equivoci, radicatipregiudizi e false attese, su cui non èinutile cercare di far luce.

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Un caso singolare nel contesto dellecomunità italiane all’estero

La comunità italiana nel Rio Grandedo Sul brasiliano costituisce un casoestremamente singolare, forse unico sulpiano antropologico e linguistico,nell’ambito delle numerose comunitàitaliane della grande diaspora all’esteroottocentesca. Allo stesso tempo, questaesperienza evidenzia in modo ancor piùemblematico delle altre il rapporto didistanza e di incomprensione che si ècreato nel tempo con l’Italia ufficiale.Se il rapporto problematico è piùfacilmente comprensibile per il periododel secolo scorso, quando i contadiniin preda al grave disagio economico oper protesta abbandonavano lecampagne set-tentrionali, esso apparepiù sorprendente oggi. Ma non potevaessere diversamente, dal momento che,da una parte, le forti identità originarieregionali si sono rafforzate eradicalizzate nel processo di naturaleautonoma affermazione nei varicontesti stranieri, mentre, dall’altra, lestrumentali occasioni di confronto conla madrepatria si sono perfino rarefattenel tempo. Da parte italiana neppure èstato intrapreso un recupero culturaleserio, o d’altro genere.

Se all’opinione pubblica italiana isuccessi degli italoamericani negli StatiUniti, da Fiorello La Guardia a

Um caso singular no contexto dascomunidades italianas no estrangeiro

A comunidade italiana no RioGrande do Sul, no Sul do Brasil,constitui um caso extremamentesingular, talvez único no planoantropológico e lingüístico, no âmbitodas numerosas comunidades italianasda grande diáspora ao estrangeiro noséculo XIX. Ao mesmo tempo essaexperiência evidencia, de modo aindamais representativo do que outras, arelação de distanciamento e deincompreensão que se criou no tempocom a Itália oficial. Se a relaçãoproblemática é mais facilmentecompreensível para o período do séculopassado, quando os colonos, vítimas dagrande privação econômica ou porprotesto, abandonavam as campanhassetentrionais, ela se apresenta maissurpreendente hoje. Mas não podia serde outro modo, a contar do momentoem que, por um lado, as fortesidentidades originárias regionais sereforçaram e se radicalizaram noprocesso de natural e autônomaafirmação nos vários contextosestrangeiros, enquanto, por outro lado,as ocasiões que serviam de instrumentode confronto com a pátria mãe serarefizeram no tempo. Da parte italiananem mesmo foi empreendida umarecuperação cultural séria, ou de outrogênero.

Se, na opinião pública italiana, ossucessos dos ítalo-americanos nosEstados Unidos, desde Fiorello La

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Rudolph Giuliani, possono essereguardati ormai da tempo con un certoorgoglio e senso di partecipazione,anche se poi minimizzati come larivincita dei guappi, niente di tuttoquesto avviene per i discendenti diorigine italiana nel Rio Grande do Sul,la cui memoria storica rimane sepoltanel passato lontano e i cui successitotalmente ignorati. Scarsa identifi-cazione della comunità con lamadrepatria o non piuttosto viceversa,amnesia totale della patria o immaginisfuocate o distorte dal tempo perl’avvenuta integrazione? Quello chesopravvive con certezza è un senso diarcaica appartenenza veneta, che appareoggi a molti, più o meno strumen-talmente, come l’ultima spiaggia dellocalismo italiano all’estero.

Intento di questo intervento ècercare di mettere a fuoco la prospettivaitaliana di questo tipo di analisi, senzaapprofondire l’abbondante letteraturaprodotta in questo ventennio nel RioGrande do Sul, anzi prendendo questacome confronto. Non riprenderemoche i dati essenziali delle ricerche,rinviando alla bibliografia per gliulteriori approfondimenti.

Il contesto di origine della comunitàitaliana sul riograndense fa riferimentoal ben noto esodo dalle campagneitaliane, settentrionali in particolare, neidue decenni di fine Ottocento, aspetto

Guardia a Rudolph Giuliani, podemser olhados já há tempo com um certoorgulho e sentimento de participação,mesmo que depois minimizados comoo prevalecimento dos novos ricoscafonas nada disso advém para osdescendentes de origem italiana do RioGrande do Sul, cuja memória históricapermanece sepultada no passadodistante e cujos sucessos são totalmenteignorados. Escassa identificação dacomunidade com a pátria mãe, ou, aoinvés disso, desta para com aquela,amnésia total da pátria ou imagensdesfocadas ou distorcidas pelo tempocom a advinda integração? O quesobrevive, com certeza, é umsentimento de arcaica pertença vênetaque se mostra hoje a muitos, mais oumenos como um instrumento, como aúltima esperança no que concerne àdefesa do bairrismo italiano noestrangeiro.

O propósito desta intervenção é ode procurar enfocar a perspectivaitaliana desse tipo de análise, semaprofundar a abundante literaturaproduzida nestes 20 anos no RioGrande do Sul, ou melhor, tomandoesta como confronto. Não retomare-mos senão os dados essenciais daspesquisas, reenviando à bibliografiapara os ulteriores aprofundamentos.

O contexto de origem dacomunidade italiana sul-rio-grandensefaz referência ao bem conhecido êxododas campanhas italianas, setentrionaisem especial, nos dois decênios do final

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ampiamente illustrato dagli studiosi(Franzina, 1976, 1979, 1983, 1984,1991; Lazzarini, 1981; Lanaro, 1976;Filippuzzi, 1976). L’ambito diinsediamento è costituito dal Brasile difine impero e repubblicano (dal 1889)che in pochi decenni subisce letrasformazioni economiche e sociali –ma anche demografiche – piùimportanti della sua storia.

L’emigrazione italiana in Brasile,considerata in termini comparativi nelquadro del vasto esodo italianoall’estero nell’arco di cent’anni, non hamancato di colpire l’attenzione sia deicontemporanei del secolo scorso che diqualche studioso attuale (tra i lavorirecenti eccelle quello di A. Trento,1984; tra i primi, quelli di VenerosiPesciolini, 1914, Buccelli 1906,Franceschini, 1908). Eppure nelcomplesso essa non ha ricevuto in sedescientifica italiana la corrispondenteattenzione che avrebbe meritato per lesue caratteristiche.

Il quadro di insediamento

Schematicamente e in modosommario, l’emigrazione italiana inBrasile si caratterizza per una maggiorcompattezza temporale del flusso e perla maggior stabilità e solidità di legamidi gruppo rispetto alle contemporaneeemigrazioni nel mondo. In concreto,le sue singolarità si concretizzano prin-cipalmente nella minore durata del ciclo

do século XIX, aspecto amplamenteilustrado pelos estudiosos (Franzina,1976, 1979, 1983, 1984, 1991;Lazzarini, 1981; Lanaro, 1976;Filippuzzi, 1976). O ambiente deestabelecimento é constituído peloBrasil do final do império e pelorepublicano (de 1889) que, em poucosdecênios, sofre as transformaçõeseconômicas e sociais – mas tambémdemográficas – mais importantes da suahistória.

A imigração italiana no Brasil,considerada em termos comparativosno quadro do vasto êxodo italiano aoestrangeiro no curso de cem anos, nãodeixou de impressionar a atenção sejados contemporâneos do século passado,seja de alguns estudiosos atuais (dentreos trabalhos recentes sobressai aquelede A. Trento, 1984; dentre os primeiros,aqueles de Venerosi Pesciolini, 1914;Buccelli 1906; Franceschini, 1908).Todavia, no conjunto, ela não recebeu,no âmbito científico italiano, acorrespondente atenção que teriamerecido por suas características.

O quadro de estabelecimento

Esquematicamente e de modosucinto, a emigração italiana no Brasilse caracteriza por uma maiorconsistência temporal do fluxo e pelamaior estabilidade e solidez de vínculosde grupo em relação às contemporâneasemigrações no mundo. De um pontode vista concreto, as suas especificidadesse realizam, principalmente, na menor

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temporale migratorio e, per quantoriguarda la struttura dei flussi, nellaprevalenza delle provenienze dall’Italiasettentrionale, nell’estrazione contadinae, conseguentemente, nella marcatapresenza di una tempestiva compo-nente familiare. È noto che negli altripaesi di arrivo sia americani, del Sud(Argentina) e del Nord (USA), cheeuropei l’emigrazione individuale hapreceduto e superato di gran lungaquella familiare.

Nel complesso, l’emigrazioneitaliana in Brasile è calcolata in un flussodi un milione e mezzo di italiani entratiin quel paese nel corso di un secolo, dicui due terzi arrivati già entro l’iniziodel secolo XX, da quando siincominciarono già ad introdurre daparte del governo italiano (1902)drastiche misure di riduzione dellepartenze per il Brasile, comecontromisura alla scarsa tutela dellavoratore italiano nel sistema dellafazenda. L’emigrazione italiana si è,quindi, concentrata nell’ultimoventicin-quennio dell’800, dopo cheerano iniziati i progetti di coloniz-zazione agricola (1875) promossi daglistati meridionali (Rio Grande do Sul,Santa Catarina, Paraná) per unosfruttamento intensivo del territorio daassegnare a contadini europei. Ma ilgrosso dell’emigrazione arriva dopo il1888, cioè dopo la definitiva abolizionedella schiavitù. I contadini italiani,chiamati soprattutto dai fazendeirosdello stato di São Paulo, sono statifavoriti dal viaggio prepagato da parte

duração do ciclo temporal migratórioe, no que se refere à estrutura dos fluxos,na preponderância das proveniências daItália setentrional, na origemcamponesa e, conseqüentemente, namarcante presença de um apropriadocomponente familiar. É sabido que nosoutros países de chegada, sejamamericanos do Sul (Argentina) e doNorte (USA), sejam europeus, aemigração de indivíduos precedeu esuperou enormemente aquela familiar.

No conjunto, a emigração italianano Brasil é calculada em um fluxo deum milhão e meio de italianos entradosnesse país, no curso de um século, dosquais dois terços chegados já até o iníciodo século XX, a contar de quandocomeçaram a ser introduzidas por partedo governo italiano (1902) drásticasmedidas de redução das partidas parao Brasil, como prevenção à escassa tutelado trabalhador italiano no sistema dafazenda. A emigração italiana seconcentrou, pois, nos últimos 25 anosdo século XIX, depois que tinham sidoiniciados os projetos de colonizaçãoagrícola (1875), promovidos pelosEstados meridionais (Rio Grande doSul, Santa Catarina, Paraná) para umaexploração intensiva da área territoriala ser destinada a colonos europeus. Maso forte da emigração dá-se depois de1888, isto é, depois da definitivaabolição da escravidão. Os colonositalianos, chamados, sobretudo, pelosfazendeiros do Estado de São Paulo,foram favorecidos com viagem pagaantecipadamente por parte dos

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dei proprietari terrieri di quello stato edegli stati dove era diffusa lacoltivazione del caffè. Il Brasile è l’unicopaese al mondo in cui il grossodell’emigrazione italiana si concentrisostanzialmente in poco più di unventennio circa. La punta degli arrivi sirealizza già nel 1891 con oltre 100 milaitaliani. Anche le forti oscillazioni delflusso sono legate all’andamentocongiunturale delle politiche diincentivo brasiliane e alla disponibilitàdi capitali per l’importazione degliimmigrati. Così la collettività italiana èdivenuta ben presto la più importantetra i gruppi stranieri in Brasile,svolgendo un ruolo determinante nonsolo nelle attività economiche ma anchein quelle della vita culturale e politicadella nazione brasiliana: si pensiall’importanza esercitata in seno almovimento operaio locale (cfr. Trento,1987).

Da queste schematiche indicazioniconsegue tutta una serie di comporta-menti su cui non si è riflettuto asufficienza in sede scientifica. Bastipensare alla ricordata elevata compo-nente familiare e femminile dei flussiche, unitamente alla prevalenteestrazione contadina (circa l’80%) deiprovenienti dalle regioni settentrionaliitaliane, ha condizionato profonda-mente l’esperienza migratoria degliitaliani in Brasile. La relativa stabilitàdel gruppo familiare, legato al lavorodella terra, è alla base della bassaproporzione dei rimpatri, particolar-

proprietários de terras daquele Estadoe dos Estados onde era difundida acultivação do café. O Brasil é o únicopaís do mundo em que o forte daemigração se concentra substancial-mente em pouco mais de vinte anos,aproximadamente. O ponto culmi-nante das chegadas realiza-se já em 1891com mais de cem mil italianos.Também as fortes oscilações do fluxoestão ligadas ao andamento conjunturaldas políticas brasileiras de incentivo e àdisponibilidade de capitais para aimportação dos imigrantes. Assim, acoletividade italiana tornou-se bemcedo a mais importante dentre osgrupos estrangeiros no Brasil, desenvol-vendo um papel determinante não sónas atividades econômicas, mastambém naquelas da vida cultural epolítica da Nação brasileira: pense-sena importância exercida no seio domovimento operário local (cf. Trento,1987).

Dessas esquemáticas indicaçõesobtém-se toda uma série decomportamentos sobre os quais não serefletiu o bastante no âmbito científico.Basta pensar no lembrado e altocomponente familiar e, portanto,também, no que a isto se refere, napresença do componente feminino nosfluxos que, juntamente com apreponderante origem camponesa(aproximadamente 80%) dos prove-nientes das regiões setentrionaisitalianas, condicionou profundamentea experiência migratória dos italianosno Brasil. A relativa estabilidade do gru-

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mente in confronto agli Stati Uniti e aipaesi europei; anche quando cresce laproporzione dei ritorni dopo l’inizio delsecolo, essa non raggiunge mai quelladegli altri paesi se non forse alla finedel ciclo emigratorio nel secondodopoguerra, con il fallimento deiprogetti di colonizzazione del Cime inBrasile.

La bipolarità delle zone diinsediamento degli italiani in Brasile,da un lato, nel sistema maggioritariodella fazenda di caffè come salariati e,dall’altro, nella colonizzazione liberadegli stati meridionali, ha permesso agliemigrati italiani due percorsi diversi.Nel primo caso, l’esperienza dellafazenda paulista ha visto, dopo l’entratain crisi del sistema della caffeicolturagià a fine Ottocento, una fase diinurbamento verso la metropolipaulista e le altre città. Nel secondocaso, l’esperienza agricola, con forticonnotazioni comunitarie ha profon-damente segnato sia l’avvio che losviluppo di quella società contadinalocale attraverso le varie fasi di un lungociclo evolutivo durato dall’ultimoquarto del secolo XIX fino quasi ainostri giorni.

Sorprendentemente il caso del RioGrande do Sul e del Brasile meridionalenel complesso, ha ricevuto pocaattenzione da parte dell’accademia

po familiar, ligado ao trabalho da terra,explica a baixa proporção dosrepatriamentos, particularmente, emconfronto com os dos Estados Unidose com os dos países europeus; tambémquando cresce a proporção dos retornosdepois do início do século, ela nãoalcança nunca aquela dos outros paísessenão, talvez, no final do ciclomigratório no segundo após-guerra,com a falência dos projetos decolonização do Cime1 no Brasil.

A bipolaridade das zonas deestabelecimento dos italianos no Brasil,por um lado, no sistema majoritário dafazenda de café como assalariados e, poroutro lado, na colonização livre dosEstados meridionais, permitiu aosemigrados italianos dois percursosdiversos. No primeiro caso, aexperiência da fazenda paulista viu,depois da entrada em crise do sistemada cafeicultura já no final do séculoXIX, uma fase de êxodo rural emdireção à metrópole paulista e a outrascidades. No segundo caso, a experiênciaagrícola, com fortes conotaçõescomunitárias, marcou profundamentetanto o começo, quanto odesenvolvimento daquela sociedadecamponesa local através de várias fasesde um longo ciclo evolutivo que duroudo último quarto do século XIX atéquase os nossos dias.

Surpreendentemente o caso do RioGrande do Sul e o do Brasil meridional,no conjunto, recebeu pouca atençãopor parte do mundo acadêmico

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italiana, occupata al massimo aricostruire le caratteristiche strutturalied espulsive del fenomeno migratorioitaliano ed, eventualmente, le piùeclatanti espressioni all’estero a livellosociale o politico sindacale. Maaltrettanto si può dire degli studibrasiliani, tesi a studiare il casomaggioritario paulista (che harappresentato i due terzi dell’apportomigratorio italiano) con le sue profondee veloci trasformazioni sociali chehanno indotto la componente italianaquasi a perdersi nel tipico sincretismobrasiliano (cfr. Fondazione Agnelli,1987; Maffei Hutter, 1972; Gattai,1982). Forse la atipicità del casoriograndense, per la sua compattezza eprevalente esperienza rurale, la sua fortecaratterizzazione cattolica, non hainteressato molto una cultura ufficialedistratta e ideologicamente condizio-nata e non ha influenzato le fasi dellaricerca antropologica e del dibattitostoriografico sull’emigrazione.

O meglio la conservazione delpatrimonio riograndense è stata lasciataad una scuola autonoma di studi locali,una sorta di deputazione di storia patriasulriograndense assai feconda che, forseper reazione o più per bisognointrinseco, ha prodotto una serieinnumerevole di opere, ma scarsamentein dialogo con il dibattito più generalee con lo stessos contesto nazionalebrasiliano. Volendo ripercorreresinteticamente le fasi del recupero dellamemoria storica, basterà ricordare che

italiano, ocupado ao máximo emreconstruir as características estruturaise expulsivas do fenômeno migratórioitaliano e, possivelmente, as maisestrondosas expressões no estrangeiroem nível social ou político sindical. Demodo semelhante, pode-se dizer dosestudiosos brasileiros, propensos aestudar o caso majoritário paulista (querepresentou os dois terços dacontribuição migratória italiana) comas suas profundas e velozestransformações sociais que induziramo componente italiano quase a perder-se no típico sincretismo brasileiro (cf.Fondazione Agnelli, 1987; MaffeiHutter, 1972; Gattai, 1982). Talvez, aatipicidade do caso rio-grandense, pelasua consistência e predominanteexperiência rural, pela sua fortecaracterização católica, não interessoumuito a uma cultura oficial desatenta eideologicamente condicionada e nãoinfluenciou as fases da pesquisaantropológica e do debate historio-gráfico sobre a emigração.

Para melhor dizer, a conservação dopatrimônio rio-grandense foi deixadaa uma escola autônoma de estudoslocais,2 uma espécie de associação dehistoriadores da pátria sul-rio-grandense assaz fecunda que, talvez porreação ou mais por necessidadeintrínseca, produziu uma sérieinumerável de obras, mas escassamenteem diálogo com o debate mais geral ecom o próprio contexto nacionalbrasileiro. Querendo repercorrer sinteti-camente as fases da recuperação da

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in occasione del cinquantesimo dellacolonizzazione italiana del Rio Grandedo Sul (1925) e soprattutto delcentenario (1975) (AA. VV., 1925,1950, 1975) si è sviluppata questascuola locale di studi sull’immigrazione.L’anima ispiratrice è stata il bisogno direcupero della memoria (basti pensareai numerosi diari e alla storia dellesingole famiglie) e la celebrazione diquella che è stata avvertita comel’epopea della colonizzazione agricola.Nel contempo sono state studiatealcune tematiche di fondo, quali quelledel ruolo della Chiesa, della funzionedella lingua, della memoria popolare,e delle tradizioni folcloriche (Costa etal., 1975, 1976; Zagonel, 1975;Manfroi, 1975). Un salto divulgativoimportante è avvenuto negli anni ‘80da parte italiana, quando la FondazioneAgnelli incominciò a dar validosostegno a questo settore attraverso unpiano di pubblicazioni e di ricerchesull’emigrazione italiana in Brasile (conuno dei volumi della trilogia sullapopolazione di origine italiana nelleAmeriche) ma soprattutto sul RioGrande do Sul attraverso contributidiversificati (Fondazione Agnelli 1986,1987; Italia-Brasil 1980; Cervo, 1991;De Boni, 1987; Costa; De Boni;Trento, 1991).

Una sorprendente continuitàantropologica e linguistica

Rimandando alla letteraturastatistica per ulteriori particolari

memória histórica, bastará recordarque, por ocasião do cinqüentenário dacolonização italiana no Rio Grande doSul (1925) e, sobretudo, do centenário(1975) (AA. VV., 1925, 1950, 1975)desenvolveu-se esta escola local deestudos sobre a imigração. A almainspiradora foi a necessidade derecuperação da memória (basta pensarnos numerosos diários e na históriaparticular das famílias) e a celebraçãodaquela que foi percebida como aepopéia da colonização agrícola. Aomesmo tempo, foram estudadasalgumas temáticas fundamentais, comoa do papel da Igreja, a da função dalíngua, da memória popular, e dastradições folclóricas (Costa et al., 1975,1976; Zagonel, 1975; Manfroi, 1975).Um salto divulgativo importanteadveio, na década de 80, da parteitaliana, quando a Fundação Agnellicomeçou a dar válida sustentação a essesetor através de um plano depublicações e de pesquisas sobre aemigração italiana no Brasil (com umdos volumes da trilogia sobre apopulação de origem italiana nasAméricas) mas, sobretudo, sobre o RioGrande do Sul através de contribuiçõesdiversificadas (Fondazione Agnelli1986, 1987; Itália-Brasil 1980; Cervo,1991; De Boni; 1987; Costa; De Boni,Trento, 1991).

Uma surpreendente continuidadeantropológica e lingüística

Remetendo à literatura estatísticapara ulteriores pormenores (Favero;

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(Favero; Tassello, 1978), quiaccenniamo solo per sommi capi allecaratteristiche di un fenomeno,singolare per un verso anche sepienamente inserito nelle dinamichedell’emigrazione italiana di fine ‘800,che ha portato masse contadine dellecampane settentrionali, venete inparticolare, verso i territori latino-americani. Come detto infatti, l’originesettentrionale è chiaramente maggio-ritaria nell’emigrazione italiana verso ilBrasile. Anche nell’arco di un secolo ilVeneto ha fornito la quota più elevata:da solo rappresenta oltre un quinto deltotale del flusso, seguito da Campania(13%), Calabria (11%), Lombardia(8,5%). Ma particolarmente nel primoperiodo l’emigrazione veneta in Brasileè assolutamente maggioritaria: essarappresenta il 64% del flusso italianoverso il Brasile del primo quinquennio(1887-1891) – 171 mila emigranti su270 mila – e il 36,5% dell’interoventennio di fine Ottocento. Sia ilavoratori che si indirizzavano verso ilcosidetto sistema della liberacolonizzazione negli stati meridionali(Rio Grande do Sul, Santa Catarina eParaná) che coloro che si dirigevanoverso le fazendas dello stato di São Pauloerano agli inizi in prevalenza originaridel Nord.

Se consideriamo in particolare glistati meridionali troviamo unapartricolare compattezza delleprovenienze. Per il periodo 1887-1902,si può riscontrare che più di unemigrante su tre era originario dal

Tassello, 1978), aqui acenamos,somente em linhas gerais, para ascaracterísticas de um fenômenopeculiar, por um lado, também seplenamente inserido nas dinâmicas daemigração italiana do final do séculoXIX, que levou multidões de colonosdas campanhas setentrionais, vênetasem particular, para os territórios latino-americanos. Como foi dito, com efeito,a origem setentrional foi claramente demaioria na emigração italiana para oBrasil. Também no curso de um século,o Vêneto forneceu a quota mais elevada:sozinho representa mais de um quintodo total do fluxo, seguido pelaCampânia (13%), Calábria (11%),Lombardia (8,5%). Mas, especialmenteno primeiro período, a emigraçãovêneta para o Brasil é absolutamentemajoritária: ela representa 64% do fluxoitaliano para o Brasil do primeiroquinquênio (1887-1891) – 171 milemigrantes sobre 270 mil – e 36,5%dos completos 20 anos do final doséculo XIX. Tanto os trabalhadores quese dirigiam para o assim chamadosistema de livre colonização nos Estadosmeridionais (Rio Grande do Sul, SantaCatarina e Paraná) quanto aqueles quese dirigiam para as fazendas do Estadode São Paulo, eram, no início,prevalentemente, originários do Norte.

Se consideramos especificamente osEstados meridionais, encontramos umapeculiar concentração das prove-niências. Para o período 1887-1902,pode-se verificar que mais de umemigrante sobre três era originário do

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Veneto, in particolare da Vicenza,Treviso e Belluno. Nei 26 municipi dicolonizzazione italiana più antica in RioGrande do Sul 2/3 degli immigratierano originari dal Veneto e il resto dallaLombardia (Sabbatini, 1975). Ilnumero dei lombardi, particolarmentecontadini della bassa Padana e dellecampagne milanesi, era elevato agli inizidegli anni 1890; ma non sono mancatianche gruppi di meridionali (Santoro,1988, 1990). Nel Paranà il 90% deinuclei coloniali era costituito da veneti,come risulta da alcune ricerche (PilattiBalhana, 1978; Fondazione Agnelli,1987; Grosselli, 1991).

La singolarità dell’emigrazioneitaliana nel Brasile meridionale,particolarmente nel Rio Grande do Sul,si evince ancor più che dagli aspettiquantitativi dalle caratteristiche delprimo insediamento. I first settlershanno avuto la possibilità di ricreare emodellare quasi in duplicato la nuovarealtà economicosociale secondo gliarchetipi della terra d’origine, untrapianto comunicativo-linguistico,sociale e religioso in quella che apparivaalle loro attese contadine come la nuovaterra promessa. I fattori favorevoli sonostati costituiti dalla particolare coesionedi gruppo e continuità dei caratteriantropologici, riscontrabile infatti finoalle terze e quarte generazioni. I primiitaliani giunti con l’avvio della politicadi incentivi per la colonizzazioneagricola erano contadini di Olmate,

Vêneto, principalmente, de Vicenza,Treviso e Belluno. Nos 26 municípiosde colonização italiana mais antiga, noRio Grande do Sul, dois terços dosimigrantes eram originários do Vênetoe o restante da Lombardia (Sabbatini,1975). O número dos lombardos,particularmente colonos da área dabassa Padana3 e das campanhasmilanesas, era elevado no início de1890; mas não faltaram tambémgrupos de meridionais (Santoro, 1988,1990). No Paraná, 90% dos núcleoscoloniais eram constituídos por vênetos,conforme os resultados de algumaspesquisas (Pilatti Balhana, 1978;Fondazione Agnelli, 1987; Grosselli,1991).

A singularidade da emigraçãoitaliana no Brasil meridional,particularmente no Rio Grande do Sul,deduz-se ainda, mais do que nosaspectos quantitativos, pelas caracterís-ticas do primeiro assentamento. I firstsettlers4 tiveram a possibilidade derecriar e de modelar quase em duplicataa nova realidade socioeconômicasegundo os arquétipos da terra deorigem, uma transplantação lingüístico-comunicativa, social e religiosa nessaque se mostrava às expectativascamponesas como a nova terraprometida. Os fatores favoráveis foramconstituídos pela particular coesão degrupo e pela continuidade doscaracteres antropológicos verificáveis,com efeito, até as terceiras e as quartasgerações. Os primeiros italianos,chegados com o início da política de

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provincia di Milano, che fondaronoNova Milano, non lontano da Caxias.Ben presto nella zona collinare dellostato nacquero nella nuova lottizzazionele colonie di Caxias, Antonio Prado,Alfredo Chaves, Conde d’Eu, DonaIsabel. Nel periodo 1875-90 gli italianicostituirono quasi il 90% dell’immigrazione totale nella zonasettentrionale dello stato, scendendopoi a circa la metà nel decenniosuccessivo (Azevedo, 1975; Costa,1976; Borges, 1993; Gasperin, 1984).

Tra 1875 e 1914 entrarono nellostato di Rio Grande do Sul oltre 100mila italiani, che si diresseroprevalentemente verso le colonieagricole della zona collinare setten-trionale. La compattezza del nucleooriginario e la grande omogeneitàiniziale consentirono il mantenimentodi usi e costumi tradizioni domestiche,anche alimen-tari, familiari e collettive,la conser-vazione di una lingua comunedi comunicazione – caso del tuttoeccezionale nel panorama delle grandicomunità emigrate –. Si è trattato inconcreto di una parlata veneta, per laprecisione di una koiné di dialettidominati dal veneto, che hanno vistouna singolare continuità nelle comu-nicazioni sociali fino ai nostri giorni(Frosi; Mioranza, 1975, 1983).

incentivos para a colonização agrícola,eram colonos de Olmate, província deMilão, que fundaram Nova Milano,não distante de Caxias. Bem cedo nazona colinar do Estado, nasceram, nanova lotização, as Colônias Caxias,Antônio Prado, Alfredo Chaves, Conded’Eu, Dona Isabel. No período 1875-90, os italianos constituíram quase 90%da imigração total na zona setentrionaldo Estado, baixando depois para,aproximada-mente, a metade nodecênio sucessivo (Azevedo, 1975;Costa, 1976; Borges, 1993; Gasperin,1984).

Entre 1875 e 1914 entraram noEstado do Rio Grande do Sul mais de100 mil italianos que se dirigiramprevalentemente para as colôniasagrícolas da zona colinar setentrional.A coesão do núcleo originário e agrande homogeneidade inicialpermitiram a manutenção de usos ecostumes, tradições domésticas,também alimentares, familiares ecoletivas, a conservação de uma línguacomum de comunicação – casototalmente excepcional no panoramadas grandes comunidades emigradas.Tratou-se concretamente de uma falavêneta, precisamente, de uma coiné dedialetos predominantes do grupo vêneto,que tiveram uma peculiar continuidadenas comunicações sociais até nossos dias(Frosi; Mioranza, 1975, 1983).

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La presenza dei nuclei familiari eramaggioritaria, come già osservato: gliuomini sposati con prole costituivanol’85% dei casi, una componente chenon si ritrova in nessuna delle comunitàitaliane all’estero. La catena migratoriasi rafforzò grandemente con l’arrivo diparenti e compaesani dagli stessicomuni o aree confinanti. La zona dicolonizzazione agricola, in lottiassegnati a riscatto nell’arco di pochianni, fu popolata prevalentemente dacontadini del Nord Italia, che lasciaronol’impronta dei luoghi di origine nelnome delle località da loro fondate. Inomi di Nova Venezia, Nova Milano,Nova Mantova, Nova Brescia, NovaBassano, Nova Vicenza, Nova Padova,Nova Treviso, Nova Trento e così viasono soltante alcune delle numeroselocalità fondate dagli emigrati italianiin Brasile, cui si aggiungono quelle piùconnotate di Monte Berico o deifondatori, come Anna Rech. I loronomi non rappresentano soltanto lelocalità geografiche di provenienza, maindicano anche i modelli e gli archetipidi vita comunitaria e sociale (Rosoli,1975; von Delhaes-Guenther, 1975).

L’insediamento degli italiani neglistati meridionali fu caratterizzato dalregime economico basato sulla piccolaproprietà, di regola a conduzionefamiliare, e sul sistema della policoltura

A presença dos núcleos familiaresera majoritária, como já foi observado:as pessoas casadas com proleconstituíam 85% dos casos, umcomponente que não se encontra emnenhuma das comunidades italianas noestrangeiro. A cadeia migratória sereforçou enormemente com a chegadade parentes e de conterrâneos dasmesmas comunidades ou de áreaslimítrofes. A zona de colonizaçãoagrícola, em lotes concedidos mediantepagamento no curso de poucos anos,foi povoada prevalentemente porcolonos do Norte da Itália que deixarama marca dos lugares de origem no nomedas localidades por eles fundadas. Osnomes de Nova Veneza, Nova Milano,Nova Mântua, Nova Brescia, NovaBassano, Nova Vicenza, Nova Pádua,Nova Treviso, Nova Trento, e assim pordiante, são apenas algumas dasnumerosas localidades fundadas pelosimigrantes italianos no Brasil, às quaisse acrescentam aquelas mais caracte-rísticas de Monte Bérico ou as quelevam o nome dos fundadores, comoAnna Rech. Os nomes delas nãorepresentam somente as localidadesgeográficas de proveniência, masindicam também os modelos e osarquétipos de vida comunitária e social(Rosoli, 1975; von Delhaes-Guenther,1975).

O estabelecimento dos italianos nosEstados meridionais foi caracterizadopelo regime econômico baseado napequena propriedade, geralmente nosmoldes de empresa familiar e no sistema

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per soddisfare il fabbisogno domesticoe l’economia interna della comunità, incontrapposizione al latifondo e allamonocoltura che tradizionalmenteerano alla base dell’economia brasiliananegli altri territori. Vennero cosìrilanciate colture già esistenti comequella del mais, sviluppata quella delfrumento e avviata la produzionevinicola, favorita dal suolo collinare. Inuclei familiari, dislocati in grandispazi, per sopravvivere acquistarono unalto grado di autosufficienza, che favorìin parte anche la nascita di unartigianato regionale (Franceschini,1908; Venerosi Pesciolini, 1914).

Naturalmente la prima fase di sviluppoagricolo, contrassegnata dagli indicibilisacrifici di una vita pionieristica, segnòun lento progresso economico, anchea causa delle inadeguate o assentiinfrastrutture di comunicazione e didistribuzione dei prodotti. Tuttavia iltipo di economia agricola diversificatae adattata alle condizioni del terreno,la grande abilità contadina e la duttilitàartigianale, l’avvio di una economia dimercato, benchè rudimentale, lavicinanza con le attive colonie tedeschepermisero, nel secondo decennio delXX secolo, delle forme di industria-lizzazione, legate alle tipiche tradizionidegli italiani. La capacità di resistenzaal duro lavoro fisico, l’abilità dirisparmiare diventarono ben presto ledoti più apprezzate anche da parte dicoloro che, come i coloni tedeschi,

da policultura para satisfazer asnecessidades domésticas e a economiainterna da comunidade, em oposiçãoao latifúndio e à monocultura quetradicionalmente estavam na base daeconomia brasileira nas outras áreasterritoriais. Foram assim relançadasculturas já existentes como aquela domilho, desenvolvida aquela do trigo einiciada a produção vinícola, favorecidapelo solo colinar. Os núcleos familiares,deslocados em grandes espaços, parapoderem sobreviver, conquistaram umalto grau de auto-suficiência, quefavoreceu em parte também onascimento de um artesanato regional(Franceschini, 1908; VenerosiPesciolini, 1914).

Naturalmente a primeira fase dodesenvolvimento agrícola, caracte-rizada pelos indizíveis sacrifícios de umavida pioneirística, marcou um lentoprogresso econômico, também devidoàs inadequadas ou ausentes infra-estruturas de comunicação e dedistribuição dos produtos. Todavia otipo de economia agrícola diversificadae adaptada às condições do terreno, agrande habilidade dos colonos e aadaptabilidade artesanal, o começo deuma economia de mercado, ainda queelementar e a proximidade com as ativascolônias alemãs permitiram, nosegundo decênio do século XX, formasde industrialização, ligadas às típicastradições dos italianos. A capacidade deresistência ao duro trabalho físico, ahabilidade de economizar tornaram-sebem cedo as qualidades mais

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avevano guardato con diffidenza agliinsediamenti italiani (von Delhaes-Guenther, 1975). Non mancaronofigure significative di imprenditori dellacomunità e una forte concentrazionedi attività industriali e artigianali neicentri urbani, quali Caxias. Anche nellamemoria popolare il successo è semprestato legato al duro lavoro, alla lottaimpari contro la natura e le difficoltàambientali, sconfinando nei toni diesaltazione dell’epopea di lavoro (DeBoni, 1977; De Boni, Gomes, 1983).

Da un punto di vista demografico,nonostante il numero relativamenteridotto dei primi arrivati (in rapportoalle grandi comunità negli Stati Uniti enegli altri paesi), il ritmo di crescitanaturale della popolazione fu elevato,raggiungendo una media di 10 figli percoppia. La fecondità, più elevata diquella della popolazione locale e inmedia di quella delle comunità italianeinsediate in altri paesi, era favorita dallecondizioni alimentari e dalle prospettivedi una produzione agricola più ampiae redditizia. Mentre la mortalitàraggiunse presto livelli simili a quellidell’Europa, nelle prime generazionil’età matrimoniale e la proporzione deicelibi si abbassarono e il periodo difecondità diventò abbastanza lungo,favorendo lo sviluppo demograficodella comunità italiana. Essa nonmancò di colpire anche gli osservatori

apreciadas, também por parte daquelesque, como em relação aos colonosalemães, tinham olhado com descon-fiança os assentamentos italianos (vonDelhaes-Guenther, 1975). Não fal-taram figuras significativas deempreendedores da comunidade nemuma forte concentração de atividadesindustriais e artesanais nos centrosurbanos, como em Caxias. Também namemória popular, o sucesso sempreesteve ligado ao duro trabalho, à lutaímpar contra a natureza e contra asdificuldades ambientais, ultrapassandoos limites nos tons de exaltação daepopéia de trabalho (De Boni, 1977;De Boni, Gomes, 1983).

De um ponto de vista demográfico,não obstante o número relativamentereduzido dos primeiros chegados (emrelação às grandes comunidades nosEstados Unidos e nos outros países), oritmo de crescimento natural dapopulação foi elevado, alcançando umamédia de dez filhos por casal. Afecundidade, mais elevada daquela dapopulação local e em média daquela dascomunidades italianas estabelecidas emoutros países, era favorecida pelascondições alimentares e pelas perspec-tivas de uma produção agrícola maisampla e rentável. Enquanto amortalidade alcançou cedo níveissemelhantes àqueles da Europa, nasprimeiras gerações a idade matrimoniale a proporção dos solteiros baixou, e operíodo de fecundidade tornou-se maislongo, favorecendo o desenvolvimentodemográfico da comunidade italiana.

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contemporanei, italiani e stranieri, (vonDelhaes-Guenther, 1975) per il suointenso sviluppo e il senso di vitalitàche manifestava (secondo un consoleitaliano la popolazione si raddoppiavain meno di dieci anni) (De Velutiis,1908). Nel 1934 la popolazione diorigine italiana era calcolata in oltre 400mila unità nel Rio Grande do Sul e in100 mila in Santa Catarina (vonDelhaes-Guenther, 1987).

All’alta natalità va aggiunto l’elevatogrado di endogamia, pressochè totalenei primi decenni, per la rarefazione deirapporti con la popolazione locale,assolutamente minoritaria e insediatanelle conurbazioni più che nelle linheasdelle colonie agricole.

L’endogamia ha rafforzato ilmantenimento dei valori originari, siadi carattere morale che culturale esociale: una sociabilità e una etnicitàquotidiana che ha pervaso ogni sferadel vivere e dell’organizzazione con unaforte caratterizzazione padano veneta.Con l’aumento della componentedemografica, le prime comunità si sonoallargate alle zone confinanti dicolonizzazione (la colonizzazioneufficiale dello stato termina nel 1914)e successivamente l’espansione hatrasbordato fuori dello stato, oc-cupando spazi sempre più ampi sianegli stati settentrionali del Brasile

Ela não deixou de impressionartambém os observadores contempo-râneos, italianos e estrangeiros, (vonDelhaes-Guenther, 1975) por seuintenso desenvolvimento e pelo sentidode vitalidade que manifestava (segundoum cônsul italiano, a populaçãodobrava em menos de dez anos). (DeVelutiis, 1908). Em 1934 a populaçãode origem italiana era calculada em maisde 400 mil indivíduos no Rio Grandedo Sul e em cem mil em Santa Catarina(von Delhaes-Guenther, 1987).

À alta natalidade deve seracrescentado o elevado grau deendogamia, quase total nos primeirosdecênios, pela rarefação das relaçõescom a população local, absolutamenteminoritária e estabelecida mais nasaglomerações urbanas periféricas do quenas Linhas das colônias agrícolas.

A endogamia reforçou a manu-tenção dos valores originários, tanto decaráter moral quanto cultural e social:uma sociabilidade e uma etnicidadequotidiana que invadiu toda a esfera doviver e da organização com uma fortecaracterização paduano-vêneta. Com oaumento do componente demográfico,as primeiras comunidades expandiram-se até as zonas confinantes decolonização (a colonização oficial doEstado termina em 1914) e suces-sivamente a expansão transbordou parafora do Estado, ocupando espaçossempre mais amplos, tanto nos Estadossetentrionais do Brasil (Perdigão,

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(Perdigão, Bassegio, 1992) che nellezone confinarie del Paraguay edell’Argentina. Ancor oggi le coloniedi origine italiana nel Brasilemeridionale e altrove sono caratterizzateda un elevato grado di coesione socialee di relativo benessere, oltre che da unaintensa attività relazionale a dimensioneetnica.

Anche secondo i risultati dell’unicaindagine recente condotta da parte distudiosi italiani (Scidà, 1994), quelloche sorprende è l’alta endogamia delgruppo italiano che raggiunge, alla finedegli anni 1980, i livelli più elevati almondo, con l’82,7% di origine italiana«singola» (o pura, con ambedue gliascendenti di origine italiana) contro il13% di origine «multipla», cioè da altrigruppi etnici. Il confronto naturale, peril Rio Grande do Sul, è con il gruppotedesco – si tratta però di un’im-migrazione di mezzo secolo più anziana– che presenta proporzioni del 63,4%per l’origine singola e 36,6% per quellamultipla. La comunità tedesca presenta,tuttavia, valori più elevati nelmantenimento del patrimoniolinguistico e culturale, nonché dimiglior inserimento e successoeconomico.

I rapporti con le popolazioniprimitive (i cosidetti bugres) non sonostati esenti da episodi di violenza, chehanno caraterizzato del resto tutta lastoria della frontiera sia nel Nord chenel Sud America (Franzina, 1983;

Bassegio, 1992) quanto nas zonaslimítrofes do Paraguai e da Argentina.Ainda hoje as colônias de origemitaliana, no Brasil meridional e alhures,são caracterizadas não só por umelevado grau de coesão social e derelativo bem-estar, mas também poruma intensa atividade relacional emdimensão étnica.

Também, de acordo com osresultados da única investigação recenteconduzida por parte de estudiosositalianos (Scidà, 1994), o quesurpreende é a alta endogamia do grupoitaliano que alcança, no final da décadade 80, os níveis mais elevados domundo, com 82,7% de origemexclusivamente italiana (com ambos osascendentes de origem italiana) contra13% de origem mista, isto é, formadapor outros grupos étnicos. O confrontonatural, para o Rio Grande do Sul, écom o grupo alemão – trata-se, porém,de uma imigração de meio século maisantiga – que apresenta proporções de63,4% para a origem exclusivamentealemã e 36,6% para aquela mista. Acomunidade alemã apresenta, todavia,não só valores mais elevados napreservação do patrimônio lingüísticoe cultural, mas também melhor inserçãoe sucesso econômico.

As relações com as populaçõesprimitivas (os assim chamados bugres)não estiveram isentas de episódios deviolência, que caracterizaram no finaltoda a história da fronteira, tanto noNorte quanto na América do Sul

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Vangelista, 1982; Maestri Filho, 1982;Brunello, 1994). Tali episodi diconflitto si sono acuiti in occasione deirivolgimenti politici e ribellioniricorrenti nel Rio Grande do Sul,sensibile a influenze indipendentiste eseparatiste. Ma sarebbe erratosopravvalutare tali fenomeni (Brunello,1994), così come, al contrario,dipingere l’esperienza comunitaria soloin toni di patriarcale pacificaconvivenza, a aliena da ogni tensionesociale e lotta.

Quello che sopravvisse e perdurò fuinvece una certa ideologia veneta, comela chiama Isnenghi (1983), al di là delpermanere di un rapporto diretto conl’area specifica, un certo catechismocivile, un’identità sociopoliticafortemente segnata dalla solidarietàprimaria e dall’orizzonte definito eristretto della comunità. Non si ètrattato quindi solo di trasferimento dimodelli religiosi e di un fortemantenimento della pratica e delleespressioni del culto – aspetti chebalzano maggiormente agli occhi – madi una visione della società e del mondotipica del contesto di origine e applicataal nuovo ambiente. Per quanto riguardai modelli della religiosità di origine,rimandiamo all’abbondante bibliogra-fia sul tema indicata anche nei lavori diGambasin (1976) e Tramontin (1989;cfr. anche Lazzaretto, 1980; AA. VV.,1986; Romanato, 1990).

(Franzina, 1983; Vangelista, 1982;Maestri Filho, 1982; Brunello, 1994).Tais episódios de conflito se aguçarampor ocasião dos revolvimentos políticose das rebeliões recorrentes no RioGrande do Sul, sensíveis a influênciasindependentistas e separatistas. Masseria incorreto superestimar taisfenômenos (Brunello, 1994), assimcomo, ao contrário, errado seria pintara experiência comunitária só em tonsde patriarcal e pacífica convivência,alheia a toda tensão e à luta social.

O que sobreviveu e perdurou foi,em vez, uma certa ideologia vêneta,como a chama Isnenghi (1983), alémdo permanecer de uma relação diretacom a área específica, uma certadoutrinação civil, uma identidadesociopolítica fortemente marcada pelasolidariedade primária e pelo horizontedefinido e limitado da comunidade.Não se tratou, portanto, somente detransferência de modelos religiosos e deuma forte manutenção da prática e dasexpressões do culto – aspectos quesaltam mais aos olhos – mas de umavisão da sociedade e do mundo típicado contexto de origem e aplicada aonovo ambiente. No que diz respeito aosmodelos da religiosidade de origem,remetemos à abundante bibliografiasobre o tema indicada também nostrabalhos de Gambasin (1976) eTramontin (1989; cf. tambémLazzaretto, 1980; AA. VV., 1986;Romanato, 1990).

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Già i primi osservatori delfenomeno migratorio potevano anno-tare che nelle aree rurali il desiderio diprovvedere al culto religioso manche-vole costituì dovunque uno degliincentivi più efficaci all’esplicarsi delleattitudini istintive di solidaietànazionale. Il fenomeno era quindispontaneo e diffuso: il console Pio diSavoia riscontrava in Santa Caterina “inogni nucleo italiano una chiesa dedicataal santo della città o del villaggio natio(48 in tutto) e mantenuta a cura diapposita consociazione pia” (Prato,1902).

I caratteri distintivi di questa societàpassano attraverso la centralità dellaChiesa, l’unica istituzione che, in uncerto modo e pur con limiti, harappresentato una continuità perl’emigrato in ogni fase del suoinsediamento, accompagnandolo findall’inizio con il clero di origine esuccessivamente nella crescita edespansione della comunità. L’emigrato haanche trasferito i modelli della religiositàpopolare di origine, le sue espressioni, riti,devozioni, e perfino le architetture di chiesee cappelle. In breve il Brasile meridionaleè divenuto anche il grande serbatoio dellevocazioni religiose e sacerdotali del paese,secondo modelli di spiritualità e direligiosità tipici del cattolicesimo europeopiù dinamico e sensibile ai fermenti sociali.Il resto del Brasile ha continuato invece aconoscere una endemica carenza di clero,compensata proprio dagli statimeridionali.

Os primeiros observadores dofenômeno migratório já podiam notarque nas áreas rurais o desejo de tomarprovidências acerca do culto religiosoque faltava constituiu em todo o lugarum dos incentivos mais eficazes aodesenvolvimento das tendências paracom a solidariedade nacional. Ofenômeno era, pois, espontâneo edifundido: o cônsul Pio de Savóiaencontrava em Santa Catarina «em cadanúcleo italiano uma igreja dedicada aosanto da cidade ou do povoado natal(48 ao todo) e mantida aos cuidadosde uma associação pia fundada para essefim» (Prato, 1902).

Os caracteres distintivos destasociedade passam através dacentralidade da Igreja, a únicainstituição que, de certo modo e,contudo, com limites, representou umacontinuidade para o emigrado em cadafase do seu assentamento, acom-panhando-o, desde o início com o clerode origem e, sucessivamente, nocrescimento e na expansão dacomunidade. O emigrado transferiutambém os modelos da religiosidadepopular de origem, as suas expressões,os seus ritos, as suas devoções e, por fim,as arquiteturas de igrejas e capelas. Empoucas palavras, o Brasil meridionaltornou-se também o grande reser-vatório das vocações religiosas esacerdotais do país, consoante modelosde espiritualidade e de religiosidadetípicos do catolicismo europeu maisdinâmico e sensível às inquietaçõessociais. O resto do Brasil continuou, em

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La riscoperta nel periodo recente:etnonazionalismo regionale o nuoveidentità stratificate euroamericane?

Su un terreno così fertile non potevamancare l’interesse per ricerche e studi.Ma, a parte quelli di inizio secolo, èstato soprattutto a partire dal centenariodella colonizzazione italiana del RioGrande do Sul (1975) che è iniziato unpiano di ricerche e una collana dipubblicazioni sulla presenza italiana,coordinata in particolare da unautentico pioniere in questo settore,quale è p. Rovilio Costa (Costa et al.,1975, 1976; Zagonel, 1975; Manfroi,1975; De Boni, Costa, 1979;Fochesatto, 1977; De Boni; 1977;Battistel, 1981). Nell’arco di pochi anniè stato pubblicato, principalmente persuo impulso, circa un centinaio divolumi e, anche se la loro qualità èdifforme e il taglio e lo spessore diversi,essi sono estremamente interessanti percomprendere la realtà riograndense. Lepubblicazioni contengono non moltilavori di vera indagine storica ma unagrande quantità di monografie locali esoprattutto di memorie personali e disingole comunità e colonie, cherappresentano un’autentica ricchezzadocumentaria. Emerge come insoppri-mibile il bisogno di coltivare lamemoria, la necessità di conservaredocumenti di vita ormai rari, insostanza di rivendicare una propria

vez, a conhecer uma endêmica carênciade clero, compensada mesmo pelosEstados meridionais.

A redescoberta no período recente:nacionalismo étnico-regional ou novasidentidades estratificadas euro-americanas?

Sobre um terreno tão fértil nãopodia faltar o interesse por pesquisas epor estudos. Mas, à parte aqueles deinício de século, foi, sobretudo, a partirdo centenário da colonização italianado Rio Grande do Sul (1975) quecomeçaram um plano de pesquisas euma coleção de publicações sobre apresença italiana, coordenada emparticular por um autêntico pioneironeste setor, a saber, padre Rovílio Costa(Costa et al., 1975, 1976; Zagonel,1975; Manfroi, 1975; De Boni; Costa,1979; Fochesatto, 1977; De Boni,1977; Battistel, 1981). No curso depoucos anos foi publicado,principalmente por incentivo seu,aproximadamente, uma centena devolumes e, ainda que a qualidade delesé diferente, e a feição e a espessura sãodiversas, eles são extremamenteinteressantes para compreender arealidade rio-grandense. As publicaçõescontêm não muitos trabalhos deverdadeira investigação histórica masuma grande quantidade de monografiaslocais e, sobretudo, de memóriaspessoais e de comunidades e colôniasespecíficas que representam umaautêntica riqueza documentária.Emerge como não suprimíveis a

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appartenenza o etnicità specifica.Prevale nell’insieme l’intento di unaraccolta di antropologia sociale ereligiosa, anche se alcuni dei primilavori affrontavano già dei noditematici, quali quelli del ruolo dellaChiesa nelle zone rurali (Manfroi,1975; Zagonel, 1975; Rosoli, 1975;Fochesatto, 1977).

Sono stati promossi anche deiconvegni di studio, particolarmente nel1985 e nel 1988, cui hanno partecipatonumerosi studiosi, e sono statepubblicate le relazioni che affrontanotemi originali e ambiti geografici nuovi(De Boni, 1987, 1990). La FondazioneAgnelli ha manifestato interesse perquesto fiorire di iniziative e non hamancato di sostenere le più significativee importanti. Un volume di grandeutilità per orientarsi nel materialerecente ed antico è la bibliografia sullefonti storiche riguardanti il Rio Grandedo Sul, che elenca tutte le pubblicazionipiù importanti sull’argomento (Costa;Marcon, 1988). Ma la raccolta indub-biamente più significativa e sorpren-dente sono i due volumi di storia orale,accompagnati da un terzo di repertoriofotografico degli oggetti d’usodomestico, delle attività e della ritualitàquodidiana degli italiani in Rio Grandedo Sul; un ulteiore volume illustral’architettura domestica degli edifici perabitazione e rustici nelle zone di

necessidade de cultivar a memória, anecessidade de conservar documentosde vida já raros, em resumo, dereivindicar uma pertença ou etnicidadeprópria, específica. Prevalece, noconjunto, o intento de uma coleção deantropologia social e religiosa, mesmose alguns dos primeiros trabalhosenfrentavam já umas questões temáticasfundamentais, como aquelas do papelda Igreja nas zonas rurais (Manfroi,1975; Zagonel, 1975; Rosoli, 1975;Fochesatto, 1977).

Foram organizados tambémcongressos de estudo, particularmenteem 1985 e em 1988, os quaisparticiparam numerosos estudiosos, eforam publicadas as palestras quetrataram de temas originais e âmbitosgeográficos novos (De Boni, 1987,1990). A Fondazione Agnelli manifes-tou interesse para com esse florir deiniciativas e não faltou em sustentar asmais significativas e importantes. Umvolume de grande utilidade paraorientar-se no material recente e antigoé a bibliografia sobre as fontes históricasreferentes ao Rio Grande do Sul, querelaciona todas as publicações maisimportantes sobre o assunto (Costa;Marcon, 1988). Mas a coleçãoindubitavelmente mais significativa esurpreendente é a dos dois volumes dehistória oral, acompanhados por umterço de repertório fotográfico dosobjetos de uso doméstico, das atividadese da ritualidade quotidiana dos italianosno Rio Grande do Sul; um posteriorvolume ilustra a arquitetura doméstica

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colonizzazione agricola, sofferman-dosisugli aspetti tecnici, stilistici earchitettonici (Battistel; Costa 1982-83;Posenato, 1983). La singolarita dellaraccolta consiste nella trascrizione delleampie interviste originali in veneto, contraduzione in portoghese, intervistecompiute presso alcune delle famigliecon maggior stabilità e continuità nellezone di antica colonizzazione. Il primovolume è dedicato alle condizioni divita, alla cucina, ai canti, alle storiepopolari; il secondo è particolarmenteconsacrato ai resoconti riguardanti lareligione, la musica, il lavoro e lo svago.Tale materiale, ricchissimo diinformazioni e spunti di possibiliindagini, meriterebbe di essere ancoramaggiormente analizzato da un puntodi vista linguistico e interpretato in unpiano di ricerche interdisciplinari. Mada soli questi volumi testimoniano lasingolarità del caso del Rio Grande doSul.

Manca tuttavia, nel casoriograndense, un’opera organica edapprofondita dal punto di vista delletematiche dello sviluppo economico,sul tipo del classico lavoro di Roche(1959) per quanto riguarda lacolonizzazione tedesca dello stato. SoloBeretta (1976) l’hanno tentato dalpunto di vista prevalente del geograficoe, nel periodo più recente, un’ampiaricerca congiunta dell’Università diTrento (con un convegno nel 1991: cfr.Dimensioni dello sviluppo, 1992 e cf.Bertelli; Gubert; Pollini; Scidà e

dos edifícios rústicos para moradia naszonas de colonização agrícola, detendo-se sobre aspectos técnicos, estilísticos earquitetônicos (Battistel; Costa, 1982-1983; Posenato, 1983). A peculiaridadeda coleção consiste na transcrição dasamplas entrevistas originais em vêneto,com tradução em Português, entrevistasfeitas com algumas das famílias demaior estabilidade e continuidade naszonas de antiga colonização. O primeirovolume é dedicado às condições de vida,à cozinha, aos cantos, às históriaspopulares; o segundo é particu-larmente consagrado às narraçõesreferentes à religião, à música, aotrabalho e ao entretenimento. Talmaterial, riquíssimo de informações emotivos para possíveis investigações,mereceria ser ainda melhor analisadode um ponto de vista lingüístico einterpretado num projeto de pesquisasinterdisciplinares. Mas, sozinhos, essesvolumes testemunham a singularidadedo caso do Rio Grande do Sul.

Falta, porém, no caso rio-grandense,uma obra orgânica e aprofundada doponto de vista das temáticas dodesenvolvimento econômico, um tipode obra como o clássico trabalho deRoche (1959) no que diz respeito àcolonização alemã no Estado. SóBeretta (1976) o tentou do ponto devista predominante do geográfico e, noperíodo mais recente, uma amplapesquisa conjunta da Universidade deTrento (com realização de um congressoem 1991: cf. Dimensões do desenvolvi-mento, 1992 e cf. Bertelli; Gubert;

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Tomasi, 1995). E tuttavia, proprio suquesto terreno fertile dello sviluppoeconomico locale, man mano chefiorivano gli studi di quel genere in Italianel decennio passato, avrebbe potutorealizzarsi un prolungamento fruttuosoe una verifica verso quell’area, cosìtipicamente segnata dalla presenzaitaliana, sotto il profilo demografico eculturale.

Non mancano lavori interessanti ediligenti su alcuni aspetti della vitasociale (Chaves Flores, 1992; FormoloDalla Vecchia; Ramos; Sorgato, 1992)e in particolare sullo sviluppo dell’areavitivinicola (Onzi, 1992) e sull’inseri-mento nel mercato del lavoro locale dialcune componenti (Santoro, 1991),così come sulla significativa presenzaitaliana nell’esperienza sindacale,associativa, del mondo operaioriograndense (Borges, 1993). Ma sonomolto più numerosi i lavori generali eripetitivi, senza un’opera di riscontro edi inquadramento critico. Soprattutospicca il silenzio da parte italiana.

Eppure proprio sul nodo centraledel trapasso della zona italiana da areaesclusivamente agricola per l’auto-consumo ad economia agricola dimercato e a forme incipienti diproduzione industriale, integrata nelcontesto rurale, avrebbe potutoinnestarsi un valido apporto diricercatori italiani. Viene da chiedersi

Pollini; Scidà e Tomasi, 1995). E,todavia, mesmo sobre esse terreno fértildo desenvolvimento econômico local,à medida que floresciam os estudosdesse gênero na Itália, na décadapassada, ter-se-ía podido realizar umacontinuação proveitosa e uma verifi-cação na direção daquela área, tãotipicamente marcada pela presençaitaliana, sob o perfil demográfico ecultural.

Não faltam trabalhos interessantese cuidadosos sobre alguns aspectos davida social (Chaves Flores, 1992;Formolo Dalla Vecchia; Ramos;Sorgato, 1992) e, em particular, sobreo desenvolvimento da área vitivinícola(Onzi, 1992) e sobre a inserção nomercado do trabalho local de algunscomponentes (Santoro, 1991), assimcomo sobre a significativa presençaitaliana na experiência sindical,associativa, do mundo operário rio-grandense (Borges, 1993). Mas sãomuito mais numerosos os trabalhosgerais e repetitivos, sem que haja umaobra que sirva de referência e deenquadramento crítico. Sobretudosobressai o silêncio da parte italiana.

Contudo, mesmo sobre o pontocentral da passagem da zona italiana daárea exclusivamente agrícola para oautoconsumo à economia agrícola demercado e a formas incipientes deprodução industrial, integrada nocontexto rural, teria podido inserir-seuma válida contribuição de pesqui-sadores italianos. É de se perguntar se

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se non si sia verificato in parte anchenel RGS, con tutti i distinguo del caso,un modello veneto di sviluppo. Cosìlascia intendere il caso del Lanificio S.Pedro di Galopolis, presso Caxias (inomaggio all’immigrato Ercole Gallo)illustrato nella ricerca di MerlottiHeredia (1992). Quel che piùsorprende non è solo la sua nascita adopera di operai del Lanificio Rossi diSchio espulsi a seguito di rivendicazionisindacali, ma il parallelismo di modelli,quali la cooperativa operaia consottoscrizione di capitali da parte deilavoratori, il trasferimento dimacchinari, di know-how e di operaispecializzati richiamati in loco, esoprattutto la creazione di istituzionisociali e forme di vita tipiche del borgooperaio dell’esperienza europea. Masullo sviluppo, trasformazioni ediffusione di simili esperienze non sisono compiuti grandi passi avanti.

Un discorso particolare merita una certaletteratura popolare di tipo memoria-listico (De Boni, 1977) e soprattuttouna letteratura popolare di appendicein dialetto veneto. Isnenghi, riflettendosu alcuni di qauesti prodotti popolaridel Rio Grande do Sul – i quattrofortunati opuscoli d’appendice(Nanetto Pipetta, Nino fradello deNanetto Pipetta, Storia de Peder eTogno Brusafrati, più volte rieditati finoa questi ultimi anni – ha sottolineatola loro matrice essenzialmente veneta,secondo una accezione molto più ampia

não se verificou, em parte, também noRio Grande do Sul, com todas asdistinções do caso, um modelo vênetode desenvolvimento. Assim, deixaentender o caso do Lanifício São Pedrode Galópolis, perto de Caxias (emhomenagem ao imigrante Ercole Gallo)esclarecido na pesquisa de MerlottiHeredia (1992). O que mais surpreendenão é só o seu nascimento por obra deoperários do Lanifício Rossi de Schio,expulsos em seguida a reivindicaçõessindicais, mas o paralelismo demodelos, como a cooperativa operáriacom depósito de capitais por parte dostrabalhadores, a transferência demaquinaria, de know- how5 e deoperários especializados trazidos para olugar e, sobretudo, a criação deinstituições sociais e de formas de vidatípicas do bairro operário da experiênciaeuropéia. Mas sobre o desenvolvimentoe sobre as transformações e difusões deseme-lhantes experiências não foramdados grandes passos à frente.

Merece uma ponderação especialuma certa literatura popular de tipomemoralístico (De Boni, 1977) esobretudo uma literatura popular desuplemento de jornal, em dialetovêneto. Isnenghi, refletindo sobrealguns desses produtos populares doRio Grande do Sul – os quatro bem-sucedidos opúsculos de suplemento(Nanetto Pipetta, Nino fradello deNanetto Pipetta, Storia de Peder eTogno Brusafrati, muitas vezesreeditados até estes últimos anos,destacou-lhes a matriz essencialmente

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di quanto non avvenga in patria,inglobante altre componenti demo-grafiche ed altre parlate (lombarde,trentine e il portoghese campagnolodella prima colonizzazione). In nessunaltro contesto di immigrazione (a partele pièces teatrali in lunfardo in Argentinae in napoletano di Edoardo Migliaccio(Farfariello) negli Stati Uniti) si ritrovaun fenomeno del genere e di così lungadurata.

Questa lingua franca, dotata di forteidentità locale e usata nei raccontid’appendice dagli anni ‘20 fino allasoglia degli anni ‘40, presenta forme ecaratteri grandemente rassicuranti.Quello che è tipico di questa letteraturaè che viene scritta in un dialetto venetoarcaico e in parallelo con un certoVeneto, quello degli autori cattolicipopolari di grandissimo successo pressole masse venete di inizio Novecento.

Sorprendentemente, ma non troppo,gli interpreti della vicenda degliemigrati sono preti e frati tuttofare,scrittori e divulgatori, moralizzatori eintrattenitori, inclini più a inculcare ibuoni principi che a curarsi delle formeletterarie. Del resto prima cheesprimersi come egemonia cattolicanella e sulla società, la vicendamigratoria viene vissuta direttamentedalla Chiesa, l’unica istituzione cherimane accanto agli emigrati nelle zonedi colonizzazione agricola. In certo qual

vêneta, de acordo com uma acepçãomuito mais ampla de quanto possaadvir na Itália, abrangendo outroscomponentes demográficos e outrasfalas (lombardas, trentinas e oportuguês da zona rural da primeiracolonização). Em nenhum outrocontexto de imigração (à parte as peçasteatrais em lunfardo6 na Argentina e emnapolitano de Edoardo Migliaccio(Farfariello) nos Estados Unidos)encontra-se um fenômeno do gênero ede tão longa duração.

Essa língua franca, dotada de forteidentidade local e usada nos relatospublicados em suplementos de jornais,a contar de 1920 até o limiar de 1940,apresenta formas e caracteres grande-mente alentadores. O que é típico destaliteratura é que é escrita num dialetovêneto arcaico e em paralelo com umcerto Vêneto, aquele dos autorescatólicos populares de grandíssimosucesso junto às massas vênetas do iníciodo século XX.

Surpreendentemente, mas nãodemais, os intérpretes da aventura dosimigrantes são padres e frades que tudofaziam, eram escritores e divulgadores,moralizadores e entretenidores,inclinados mais a inculcar os bonsprincípios do que a cuidar das formasliterárias. Por outro lado, antes deexpressar-se como hegemonia católicana e sobre a sociedade, o empreen-dimento migratório foi vividodiretamente pela Igreja, a únicainstituição que permanece ao lado dos

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modo, si acuisce ancor di più con questiprodotti il distacco dalla culturaufficiale italiana, non solo sotto ilprofilo dei moduli espressivi e linguisticima anche dei contenuti e dei messaggi.O meglio il confronto con il modernoviene filtrato attraverso i moduli deipreti scrittori veneti, con unoslittamento temporale all’indietro e conuno sfasamento tipologico rassicuranteche sopraevidenzia i nemici (concre-tamente il socialismo e la massoneria).In certo qual senso è il modulo degliscrittori cattolici popolari che sitrasferisce all’estero. Vi operanoelementi di nostalgia, che mantieneidilliaca la visione primitiva, ma anchefattori di rifondazione lungo gli stessiparadigmi culturali. “La letteratura peril popolo dei Bernardi, dei Liberali, dei“Nanni Cantastorie”, produce senso econsenso, integrazione e identitàcomunitarie, lavorando appunto con esu questi meccanismi della nostalgia edella memoria, combinate alla speranzadi ripresa e di ricostruzione. Saranno inomi delle persone e delle cose, lacortina protettiva del dialetto, lacappella costruita appena possibile, ilrosario e le preghiere individuali e digruppo, i riti matrimoniali, di nascita emorte; saranno il vino e la grappa e ladomenica passata insieme: a differen-ziare, a tenere insieme il gruppo deitaliani (Isnenghi, 1983, p. 462).

imigrantes nas zonas de colonizaçãoagrícola. De certa forma, aprofunda-seainda mais, com esses produtos, odistanciamento da cultura oficialitaliana, não só sob o perfil dos modelosexpressivos e lingüísticos, mas tambémdos conteúdos e das mensagens. Melhordizendo, o confronto com o modernoé filtrado através dos modelos dospadres, escritores vênetos, com umdeslocamento temporal para trás e comuma defasagem tipológica asseguradoraque ressalta os inimigos (concretamenteo socialismo e a maçonaria). Num certosentido, é o esquema dos escritorescatólicos populares que se transfere aoestrangeiro. Ali agem elementos denostalgia que mantêm idílica a visãoprimitiva, mas também fatores dereconstrução paralelamente aosmesmos paradigmas culturais. “Aliteratura para o povo dos Bernardi, dosLiberali, dos “Nanni Cantastorie”,produz senso e consenso, integração eidentidade comunitárias, trabalhandoprecisamente com e sobre estesmecanismos da nostalgia e da memória,unidos à esperança de retomada e dereconstrução. Serão os nomes daspessoas e das coisas a parede protetorado dialeto, a capela construída apenasfoi possível, o rosário e as rezasindividuais e de grupo, os ritosmatrimoniais, os de nascimento e os demorte; serão o vinho e a graspa e odomingo passado na companhia detodos, juntos, a diferenciar e a mantercoeso o grupo dos taliani 7 (Isnenghi,1983, p. 462).

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Va tuttavia notato che questaparticolare mitologia cattolica del RioGrande do Sul si è nutrita dell’assistenzadiretta degli emigrati, della particolarequotidiana intimità di vita tra contadinipionieri e clero, ma è stata interpretatanell’ottica missionaria che animava laChiesa tra Ottocento e Novecento.Cosicché l’immaginario missionario delBrasile, capillarmente diffuso dallaletteratura edificante nei seminari inItalia, ritraeva una vita apostolicamenteavventurosa tra connazionali nelleforeste brasiliane ed era in grado digenerare anime di apostoli, non pernulla ricordati e celebrati fino ad oggi.Così è di Massimo Rinaldi, parroco diEncantado nel decennio di iniziosecolo, poi al ritorno vescovo di Rieti,ma sempre vissuto nostalgicamente conil medesimo stile missionario,condizionato dall’indimenticabileesperienza brasiliana (Guasco; Rosoli,1996). Sicché la narrativa sui pionieri,anche in questo caso come in tantiresoconti autobiografici, non è merafiction, ma anche presentazione dimodelli di vita vissuta.

Il paradigma dell’esperienza italianariograndense pone l’interrogativo sel’emigrazione in quello stato costituiscaun’eccezione alla regola generale delgraduale superamento del regionalismoe campanilismo in tutte le comunitàemigrate di inizio secolo. Taleimpostazione sembra essere condivisa

Deve, contudo, ser notado que essaparticular mitologia católica do RioGrande do Sul nutriu-se da assistênciadireta dos imigrantes, da peculiarquotidiana intimidade de vida entrecolonos pioneiros e o clero, mas foiinterpretada na ótica missionária queanimava a Igreja entre o século XIX e oséculo XX. Em conseqüência disto, oimaginário que os missionários criarama respeito do Brasil, capilarmentedifundido pela literatura edificante nosseminários na Itália, representava umavida apostolicamente aventureira entrecompatriotas nas florestas brasileiras eestava em condições de gerar espíritosapostólicos, não por nada, lembrados ecelebrados até hoje. Assim, é o caso deMassimo Rinaldi, pároco de Encantadono decênio do início do século, depois,no seu retorno, bispo de Rieti, mas que,mesmo na Itália, viveu semprenostalgicamente com o mesmo estilomissionário, condicionado pelainesquecível experiência brasileira(Guasco; Rosoli, 1996). Portanto anarrativa sobre os pioneiros, tambémnesse caso como em tantos relatosautobiográficos, não é mera ficção, masé também apresentação de modelos deexperiência de vida.

O paradigma da experiência italianario-grandense põe em questão se aimigração nesse Estado teria constituídouma exceção à regra geral da gradualsuperação do regionalismo e dobairrismo em todas as comunidadesemigradas de início de século. Talcolocação do problema parece ser

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da tutti gli studiosi americani dellediverse scuole, da quella classica diOscar Handlin a quella revisionista diRudolph Vecoli, Robert Harney, GaryMormino, George Pozzetta e altri, chehanno visto il regionalismo stemperarsia favore del sentimento nazionale einfine di una etnicità diffusa, anche sedagli esiti diversi a seconda dei tempi edei contesti (secondo le formedell’anglo-conformity, del melting potoppure della new etnicity). In effetti èsoprattutto nel Nord America chel’etnicità si è presentata come continuanegoziazione, come fenomenotipicamente processuale, situaziona-le,dagli esiti non predeterminati. Quelloche inoltre è universalmente condivisoè la non applicabilità materiale delpercorso sentimentale e culturaledell’emigrato d’inizio secolo rispetto aquello del secondo dopoguerra.

Analizzando l’esperienza del Canada,dove però il grosso dell’emigrazioneitaliana si è concentrato nel secondodopoguerra, Harney ha notato, dopola creazione delle Regioni italiane(1970), la riattivazione di nuove figurepolitiche di mediatori locali, dipersonalità e agenti delle Regioni invisite di propaganda per rilanciare lalealtà alle proprie radici o per rispondereal bisogno degli emigrati di ri-conoscersi meglio con un più definitoluogo di origine: forse una comunitàpiù immaginata che reale, conconnotazioni face to face grandemente

compartilhada por todos os estudiososamericanos das diversas escolas, desdeaquela clássica de Oscar Handlin àquelarevisionista de Rudolph Vecoli, RobertHarney, Gary Mormino, GeorgePozzetta e outros, que viram oregionalismo diluir-se em favor dosentimento nacional e, por fim, umaetnicidade dispersa, embora comresultados diversos, conforme ostempos e os contextos (segundo asformas do anglo-conformity, do meltingpot ou da new ethnicity).8 Com efeito,é, sobretudo, na América do Norte quea etnicidade apresentou-se comocontínuo compromisso, como fenô-meno tipicamente dinâmico, situa-cional, pelos resultados não pré-determinados. O que, além disto, éuniversalmente compartilhado é a não-aplicabilidade material do percursosentimental e cultural do emigrado doinício do século com relação àquele dosegundo pós-guerra.

Analisando a experiência doCanadá, onde, porém, o forte daemigração italiana concentrou-se nosegundo pós-guerra, Harney notou,depois da criação das Regiões italianas(1970), a reativação de novas figuraspolíticas de mediadores locais, depersonalidades e de agentes das Regiõesem visitas de propaganda para relançara lealdade às próprias raízes ou pararesponder à necessidade dos emigradosde reconhecerem-se melhor com ummais definido lugar de origem: talvezuma comunidade mais imaginada doque real, com conotações face to face 9

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rassicuranti. Harney vedeva questeforme di regionalismo alla fin finefunzionali ad un’ottica etnonazionale,riscontrabile anche nei Comites ecoincidente nel vedere la colonia comediretta da Roma, per combattere illetargo della comunità od altri mali(Harney, 1991).

É difficile, allo stato attuale delleconoscenze, poter stabilire quantoquesti paradigmi si applichino allacomunità veneto-italiana del RioGrande do Sul. Indubbiamente sarebbenecessaria una più attenta indaginesociologica sulle trasformazioniidentitarie e sull’autopercezione etnicache permetta di stabilire dei parallelicon quanto sta avvenendo altrove, inAmerica e in Europa (Martiniello,1993). Di certo si può affermare che,come avvenuto anche in Argentina eancor più negli Stati Uniti, l’ipotesi delmelting pot o della miscelação etnica,nella variante brasiliana, non si siaverificata nei tempi brevi attesi,nonostante certa omologazioneculturale. Risulta più credibile l’ipotesidi un certo pluralismo culturale,sperimentato anche in un’area di rapidaassimilazione come il Brasile. Del resto,se l’identità attuale rimanda di continuoai processi di formazione e dicostruzione sociale della foundingcommunity, era da attendersi nel tempoil riemergere marcato dell’identitàoriginaria. Bisogna ricordare che nelcaso del Rio Grande do Sul la presenzadi una forte e prestigiosa comunità diorigine tedesca ha funzionato come

enormemente tranquilizadoras. Harneyvia estas formas de regionalismo, nofundo, como funcionais numa óticaetno-nacional, verificáveis também nosComites10 e coincidentes ao ver acolônia como dirigida por Roma, paracombater a letargia da comunidade ououtros males (Harney, 1991).

É difícil, no estado atual doconhecimento, poder estabelecer oquanto esses paradigmas podem seraplicados à comunidade vêneto-italianado Rio Grande do Sul. Indubitavel-mente seria necessária uma investigaçãosociológica mais atenta sobre astransformações identificadoras e sobrea autopercepção étnica que permitaestabelecer paralelos com tudo quantoestá acontecendo em outros lugares, naAmérica e na Europa (Martinello,1993). Certamente pode-se afirmarque, como aconteceu também naArgentina e, ainda mais, nos EstadosUnidos, a hipótese do melting pot ouda miscigenação étnica, na variantebrasileira, não se tenha verificado embreves espaços de tempo esperados, nãoobstante certa homologação cultural.Revela-se mais acreditável a hipótese deum certo pluralismo cultural,experimentado também numa área derápida assimilação como o Brasil.Porém, se a identidade atual remetecontinua-mente aos processos deformação e de construção social dafounding community,11 era de se esperarno tempo o reemergir marcado deidentidade originária. É preciso recordarque no caso do Rio Grande do Sul a

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detonatore e provocazione per lacomunità italiana. Per cui si può parlareanche qui, e forse meglio che altrove,di una integrazione emulativa verso unarealtà euroamericana.

La riscoperta della propria etnicitàsu basi microregionali non è un casoeccezionale, anche per l’America Latina.Basterà ricordare, tra tutte, la comunitàitalo-albanese di Lujan, che haconservato fin ai nostri giorni usi,costumi, legami sociali e in parte lalingua, registrando anzi nel periodorecente, specie a seguito di contatti coni paesi di origine, una sorta diresurrezione della cultura albanese, unaricerca del paradiso perduto (Mar-quiegui, 1993).

Il caso della durata della matriceveneta nel Rio Grande do Sul sembraconservare ancora maggior forzaendogena. È vero che, a partire dalcentenario della colonizzazione italianadel Rio Grande do Sul (1975), sonoiniziati, dopo un letargo di moltidecenni, dei contatti da parte degliorganismi regionali veneti e dei comunidi origine. Ma a parte l’aspettosentimentale ed emotivo di paese e aldi là di qualche commemorazione elapide apposta dall’ufficialità veneta, lavicenda migratoria non sembra aver

presença de uma forte e prestigiosacomunidade de origem alemãfuncionou como detonadora e comoprovocação para a comunidade italiana.Por isso, pode-se falar também aqui e,talvez, melhor do que em outroslugares, de uma integração emulativapara com uma realidade euro-americana.

A redescoberta da própriaetnicidade sobre bases microrregionaisnão é um caso excepcional, tambémpara a América Latina. Bastará lembrar,entre todas, a comunidade ítalo-albanese de Lujan, que conservou atéos nossos dias usos, costumes, ligaçõessociais e em parte a língua, registrando,ou antes, no período recente,especialmente em seguida a contatoscom os povoados de origem, uma espéciede ressurreição da cultura albanesa, umabusca do paraíso perdido (Marquiegui,1993).

O caso da duração da matriz vênetano Rio Grande do Sul parece conservarainda maior força endógena. É verdadeque, a partir do centenário dacolonização italiana do Rio Grande doSul (1975), começaram a ser feitos,depois de uma letargia de muitosdecênios, contatos por parte dosorganismos regionais do Vêneto e dascomunidades de origem. Mas, à parteo aspecto sentimental e emotivo da terranatal e, além de algumas comemoraçõese placas atribuídas por algum órgãooficial vêneto, a aventura migratória

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toccato le corde della riscopertaculturale e della valorizzazione, conl’eccezione di qualche mostra e ricerca(Sabbatini; Franzina, 1977). Ildisinteresse nella cultura ufficiale eaccademica sembra aver prevalso.Anche nel lavoro di ampio respiropromosso dalla Regione Veneto sullapresenza dei veneti in America Latina(AA. VV., 1987), a parte qualche ricercaoriginale (di Perco su Nova Venezia edello studioso veneto più qualificato,Emilio Franzina), il grosso deicontributi consiste nella traduzione dilavori di Brasiliani e riograndensi inparticolare (di V. Frosi sugli aspettilinguistici, Merlotti Haredia sul ruolodella Chiesa, Gardelin e Piazza Ribeirosulla letteratura popolare e la culturafolclorica).

Ben altro spessore conoscitivo e dipartecipazione umana esprimono gliultimi lavori della feconda fucina diRovilio Costa (Costa et al., 1992;Gardelin; Costa, 1992), nonostante inoti limiti e le discontinuità metodo-logiche. Attraverso un paziente lavorodi ricostruzione dei primi nucleifamiliari di quei popolatori della zonaattorno a Caxias, da Nova Milano finoa quelle di Dona Isabel e Conde d’Eu,si tenta, con mezzi modesti e autonomi,di ridare soggettività ai protagonistidella vicenda della colonizzazione,costituendo una banca dati di facileconsultazione per la gente e utilissima

não parece ter tocado os pontossensíveis da redescoberta cultural e davalorização, com exceção de algumasmostras e pesquisas (Sabbatini;Franzina, 1977). O desinteresse, noâmbito da cultura oficial e do mundoacadêmico, parece ter prevalecido.Também no trabalho de amplaenvergadura promovido pela RegiãoVêneto sobre a presença dos vênetos naAmérica Latina (AA. VV., 1987), àparte algumas pesquisas originais (dePerco sobre Nova Venezia e doestudioso vêneto mais qualificado,Emílio Franzina), o forte dascontribuições consiste na explicação einterpretação de trabalhos de brasileirose rio-grandenses, em particular, (de V.Frosi sobre aspectos lingüísticos, deMerlotti Heredia sobre o papel daIgreja, de Gardelin e Piazza Ribeirosobre a literatura popular e a culturafolclórica).

Bem outra espessura de conhe-cimento e de participação humanaexprimem os últimos trabalhos dafecunda oficina de trabalho de RovílioCosta (Costa et al., 1992; Gardelin;Costa, 1992), não obstante osconhecidos limites e as irregulari-dadesmetodológicas. Através de um pacientetrabalho de reconstrução dos primeirosnúcleos familiares daqueles povoadoresda zona em torno de Caxias, de NovaMilano até aquelas de Dona Isabel e deConde d’Eu, tenta-se com meiosmodestos e autônomos, restituirindividualidade aos protagonistas doacontecimento da colonização,

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per ulteriori lavori storici, unaricostruzione delle origini dellacomunità italiana che assume valore diriscoperta delle radici veritiere di unacomunità umana che ha compiuto unlungo cammino di progresso sociale maanche di ritrovamento di se stessa. Sipotranno anche ammettere certe cadutemitologiche (Brunello, 1994), ma nonal punto da annullare o inficiarel’esperienza di un patrimonio collettivocostruito e mantenuto.

Forse anche sotto questo profilo, ilcaso del Rio Grande del Sul merita diessere ancora ulteriormente conosciutoda parte della cultura italiana, inparticolare con maggior rispetto per lasua specificità e con maggior profonditàdi analisi.

Tradução de Vitalina Maria Frosi

constituindo um banco de dados defácil consulta para as pessoas e utilíssimopara posteriores trabalhos históricos,uma reconstrução das origens dacomunidade italiana que assume valorde redescoberta das verdadeiras raízesde uma comunidade humana quecumpriu um longo caminho deprogresso social mas também dedescoberta de si mesma. Poder-se-ãotambém admitir certas concessõesmitológicas (Brunello, 1994), mas nãoao ponto de anular ou de invalidar aexperiência de um patrimônio coletivoconstruído e preservado.

Talvez, também sob este perfil, ocaso do Rio Grande do Sul mereça serainda posteriormente conhecido porparte da cultura italiana, em particular,com maior respeito pela suaespecificidade e com maior profundi-dade de análise.

* A tradução do texto italiano para a LínguaPortuguesa contou com a supervisão do autorque, além de esclarecer várias questões, propôssoluções interessantes para outras. O textodefinitivo, porém, é de inteira responsabili-dade da tradutora.

1 Cime é a sigla de Comitato Intergovernativoper le Migrazioni Europee, em Português,Comitê Intergovernativo para as Migrações

Européias. O Cime foi instituído em 1952 eocupou-se durante anos com a transferênciade europeus para a América Latina. Há algunsanos seu nome mudou para OIM que significaOrganizzazione Internazionale sulle Migra-zioni, em Português, Organização Interna-cional sobre as Migrações (N.T.).

2 A expressão italiana deputazione di storiapatria significa, em Italiano, associação de

Notas

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Parte I, America Latina. Prime inchieste edocumenti, Venezia, Regione Veneto,1987.

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3 No texto, a expressão bassa Padana designa abacia do vale do rio Po caracterizada por terrasde cultivo intensivo, ambiente típico dacivilização camponesa italiana (N. T.).

4 Em inglês no texto original (N. T.).

5 Em inglês no texto original; o grifo é datradutora (N.T.).

6 Fala giriática impregnada de termos italianos,vigente nas cidades do Rio de la Plata, naArgentina (N.T.).

7 Com este termo identificam-se muitos dosdescendentes de italianos estabelecidos naregião de colonização italiana do Rio Grandedo Sul. A frase [...] mi son talian nassest quàequivale a [...] eu sou italiano nascido aqui,nesta Região Sul do Brasil (N.T.).

8 As três expressões constam em Inglês no textooriginal (N.T.).

9 Em Inglês no texto original (N.T.).

10 Comites é uma sigla designativa de Comitatoper l’Emigrazione Italiana, em português,Comitê para a Emigração Italiana. Os Comitesforam instituídos pela lei italiana, com baseeletiva e funcionam nos Consulados comoórgãos consultivos para a emigração (N.T.).

11 Em Inglês no original (N. T.).

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