a força das mulheres traz independência
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A organização do grupo de mulheres da Associação dos Moradores da Fazenda Redondo vem contribuindo para a realização do trabalho de produção de alimentos para várias famílias das comunidades e para entregas através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).TRANSCRIPT
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 8 • nº 1757
Novembro/2014
Santana
“A gente aprendeu muito
a conviver, a pensar de forma
coletiva e ter união. Com esse
trabalho, nós aprendemos a
fazer produtos que antes não
fazíamos, além disso, com o
nosso trabalho nós conseguimos
ter uma renda extra que ajuda na
manutenção da associação e
ainda sobra uns trocadinhos pra
cada uma no final do mês, sem
precisar ficar dependendo dos
maridos. A força das mulheres
traz independência!”
Esse depoimento é de Valdeci Lopes, integrante do grupo de mulheres da Associação dos Moradores da Fazenda
Redondo, localizada no município de Santana no oeste da Bahia. Ela fala com muito entusiasmo sobre a importância desse
trabalho na vida das mulheres, que trouxe além da autonomia financeira, o aumento da autoestima, valorização do trabalho
das mulheres e a contribuição delas no processo de transformação social, no combate à fome, desnutrição e garantia da
segurança alimentar e nutricional das pessoas que consomem os alimentos.
No ano de 1992, os moradores das comunidades vizinhas, sentindo a necessidade de uma organização que tratasse de
assuntos coletivos como o abastecimento de água, criaram a Associação dos Moradores da Fazenda Redondo. Com o tempo,
foram surgindo outras necessidades e os moradores, através da organização da Associação, se engajaram e puderam
desenvolver ações coletivas que contemplam questões como água, saúde, crédito, alimentação entre outras atividades que
fortalecem a articulação nas comunidades.
A partir dessa organização, várias mulheres conseguiram se engajar e realizar atividades de produção e
comercialização de alimentos diversos. Além da venda para famílias das comunidades, elas também conseguem fazer
entregas através de contratos com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE). Os produtos vendidos para o PAA são entregues para a Associação Operária de Santana e para a
Associação de Jovens e Ação Social de Santana , e as vendas pelo PNAE alimentam os alunos das escolas do município.
A importância da organização das mulheres reflete não só nas atividades da associação, mas sim nas comunidades,
‘‘A força das mulheres traz independência’’
Sede da associação onde as mulheres produzem e trocam experiências
famílias, escolas, entidades e em pessoas que
conhecem e valorizam o trabalho que é feito
por esse grupo.
Jailson José Oliveira da Silva, é
exemplo disso, agente de saúde das
comunidades da redondeza e presidente da
associação, ele deixa claro a todo momento
como essas mulheres têm transformado suas
próprias vidas e de tantas outras pessoas das
comunidades com essa união e coletividade.
“A sede da associação foi reformada com a
força e união das mulheres que se juntaram e
fizeram de tudo para deixar esse espaço como
ele tá hoje. Tudo isso é fruto do trabalho delas
q u e c o m m u i t a f o r ç a e d e d i c a ç ã o
conseguiram e estão conseguindo melhorar cada vez mais a qualidade de vida de tantas pessoas”, relata o presidente.
O trabalho é feito por 22 mulheres que se reúnem de segunda a quinta feira na sede da Associação que também foi
intitulada como Fábrica de Bolo e Biscoito da Associação dos Moradores da Fazenda Redondo. As mulheres se subdividem
em dois grupos, sendo que um grupo trabalha segunda e quarta e o outro grupo terça e quinta. Dessa forma, elas conseguem
produzir o necessário para as entregas do PAA, PNAE e
também para a venda nas comunidades.
Na sede da fábrica de Bolos e Biscoitos, as mulheres
conseguem confeccionar uma diversidade de produtos
como: bolo de cenoura, bolo de mandioca, bolo de milho,
bolo de trigo, bolo de fubá, rosquinha, peta, pão de queijo,
brevidade, língua de sogra, sequilhos, bolacha de leite e de
goma, sonho e beiju.
A realização desse trabalho, segundo as mulheres, é
mais do que uma atividade de geração de renda. Para elas é
nesse espaço que conseguem conversar, dividir suas
angústias e sonhos, debater, discutir, ensinar e aprender
umas com as outras experiências que servirão de degraus
para melhor construírem a história de suas vidas.
Compartilhar, contribuir, inovar, resistir,
experimentar são palavras que definem o trabalho dessas
mulheres e de tantas outras mulheres e homens que pelo
semiárido afora reinventam a cada dia novas formas de
viver em comunidade com qualidade de vida.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia
Realização Apoio
Mulheres produzindo bolos
Dedicação e união fortalecem o trabalho da mulheres na associação