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A formação e a profissionalização do professor passaram a ser situadas no contexto social das mudanças na produção científica, cultural, técnica, pedagógica e artística que cada vez mais impactam as formas de viver, pensar sentir e agir das diferentes gerações. p. 113 O estágio supervisionado para os alunos que ainda não exercem o magistério pode ser um espaço de convergência das experiências pedagógicas vivenciadas no decorrer do curso e, principalmente, ser uma contingência de aprendizagem da profissão docente, mediada pelas relações sociais historicamente situadas. (PIMENTA E LIMA, 2004, p.102) A formação deve estimular uma perspectiva crítico-reflexiva, que forneça aos professores os meios de um pensamento autônomo e que facilite as dinâmicas de autoformação participativa. Estar em formação implica um investimento pessoal, um trabalho livre e criativo sobre os percursos e os projetos próprios, com vista à construção de uma identidade, que é também, uma identidade profissional (NÓVOA, 1995, p. 25). Pimenta e Lima (2004) observam no estágio um locus propício para a produção de conhecimentos acerca da formação acadêmica de professores. Constata-se que para as autoras é necessário dar ao estágio um estatuto epistemológico que venha a colaborar com superação da visão tradicional, que o reduz a uma mera atividade prática. (COSTA, 2006, p. 54)

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Page 1: A Formação e a Profissionalização Do Professor Passaram a Ser Situadas No Contexto Social Das Mudanças Na Produção Científica

A formação e a profissionalização do professor passaram a ser situadas no contexto social das mudanças na produção científica, cultural, técnica, pedagógica e artística que cada vez mais impactam as formas de viver, pensar sentir e agir das diferentes gerações. p. 113

O estágio supervisionado para os alunos que ainda não exercem o magistériopode ser um espaço de convergência das experiências pedagógicasvivenciadas no decorrer do curso e, principalmente, ser uma contingência deaprendizagem da profissão docente, mediada pelas relações sociaishistoricamente situadas. (PIMENTA E LIMA, 2004, p.102)

A formação deve estimular uma perspectiva crítico-reflexiva, que forneçaaos professores os meios de um pensamento autônomo e que facilite asdinâmicas de autoformação participativa. Estar em formação implica uminvestimento pessoal, um trabalho livre e criativo sobre os percursos e osprojetos próprios, com vista à construção de uma identidade, que é também,uma identidade profissional (NÓVOA, 1995, p. 25).

Pimenta e Lima (2004) observam no estágio um locus propício para a produção deconhecimentos acerca da formação acadêmica de professores. Constata-se que para as autorasé necessário dar ao estágio um estatuto epistemológico que venha a colaborar com superaçãoda visão tradicional, que o reduz a uma mera atividade prática. (COSTA, 2006, p. 54)

A bibliografia sobre estágio, no Brasil, ainda é escassa. Podemos citar como obras mais

consultadas e utilizadas PIMENTA e LIMA (2004) Estágio e Docência; SOUZA. O

conhecimento de si. (2006); PIMENTA. O estágio na formação de professores: unidade

teoria e prática? (1997) e PICONEZ (Org.) Prática de Ensino e o Estágio

Supervisionado. 1991. Teses e dissertações têm sido elaboradas, mas poucas têm sido

publicadas. No campo do Estágio Curricular nas licenciaturas em História, verificamos

a mesma escassez de referencias.

O estágio como campo de conhecimento e eixo curricular central nos cursosde formação de professores possibilita que sejam trabalhados aspectosindispensáveis à construção da identidade, dos saberes e das posturas

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específicas ao exercício profissional da docência (PIMENTA e LIMA,2004, p. 61).

O Estágio ainda é desvalorizado e tratado com descaso por parte de alunos e de Departamentos de

História em muitas instituições, sendo delegados, ainda a sua atribuição aos Centros de Educação

das Universidades. No entanto, com a realização de concursos públicos nos últimos anos, para a área

de Ensino de História, a responsabilidade do Estágio está sendo deslocada para os cursos de História,

com professores da área ministrando as disciplinas e coordenando o estágio.

Segundo Pimenta e Lima (2004, p. 39):

A perspectiva técnica no estágio gera um distanciamento da vida e dotrabalho concreto que ocorre nas escolas, uma vez que as disciplinas quecompõem os cursos de formação não estabelecem os nexos entre osconteúdos (teorias?) que desenvolvem e a realidade nas quais o ensinoocorre.

Pimenta e Lima (2004) afirmam que considerar “o estágio como campo deconhecimento significa atribuir-lhe um estatuto epistemológico que supere sua tradicionalredução à atividade prática instrumental” (PIMENTA e LIMA, 2004, p. 29).