a franÇa prÉ - revolucionÁria a revolução francesa é, assim, a revolução do seu tempo, e...
TRANSCRIPT
REVOLUÇÃO FRANCESA
A FRANÇA PRÉ - REVOLUCIONÁRIAA Revolução Francesa é, assim, a
revolução do seu tempo, e não apenas uma, embora a mais proeminente, do seu tipo. E suas origens devem, portanto, ser procuradas não meramente em condições gerais da Europa, mas sim na situação específica da França.
(“A Era das Revoluções – Eric Hobsbawn)
A FRANÇA PRÉ - REVOLUCIONÁRIANo final do século XVIII, a França era a
nação mais populosa da Europa.Predominantemente agrária – cerca de 80%
da população vivia no campo e o clero e a nobreza detinham grande parte da renda e das propriedades.
Sociedade francesa:
A FRANÇA PRÉ - REVOLUCIONÁRIAA França convivia com uma grave crise
financeira: déficit público crônico.Esta crise se agravou com a participação da
França em dois conflitos: a Guerra dos Sete Anos (1756 – 1763) e a Guerra de Independência dos Estados Unidos (1776 – 1781).
A insatisfação era generalizada: alto clero X baixo clero, nobreza de toga X nobreza de linhagem, burgueses, populações urbanas empobrecidas e camponeses.
A FRANÇA PRÉ - REVOLUCIONÁRIAEm 1789, um inverno rigoroso arruinou as
plantações gerando o agravamento do quadro econômico e social – fome, miséria e revoltas!
O Rei Luis XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais para discutir a crise – a alta carga tributária sobre o Terceiro Estado impedia a possibilidade de um aumento dos impostos.
O impasse sobre os critérios e votação (a votação era por Estado e a burguesia queria que fosse individual) levou Terceiro Estado, com o apoio de setores do Segundo Estado, a formar uma Assembleia Nacional Constituinte O início da Revolução!
A ASSEMBLEIA CONSTITUINTEO Rei Luis XVI tentou restabelecer o Antigo
Regime: demitiu os ministros liberais – onda de revoltas e protestos no campo e nas cidades!
A Queda da Bastilha (14 de julho de 1789) – uma multidão armada invadiu a fortaleza e prisão política que era símbolo do Absolutismo).
Em tempos de revolução nada é mais poderoso que a queda de símbolos. A queda da Bastilha, que fez do 14 de julho a festa nacional francesa, ratificou a queda do despotismo e foi saudada em todo o mundo como o princípio da libertação. (“A Era das Revoluções” – Eric Hobsbawn)
A ASSEMBLEIA CONSTITUINTERevoltas no campo – os camponeses
invadiram as propriedades dos nobres – O Grande Medo.
A burguesia também se preocupava com a radicalização no campo – queriam apenas reformar o Estado para ganhar poder político.
A ASSEMBLEIA CONSTITUINTE – Principais MedidasAbolição da servidão, com indenização;A aprovação da Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão – documento marcadamente iluminista que estabeleceu os princípios revolucionários de igualdade e liberdade;
O confisco dos bens da Igreja;Elaboração da Constituição Civil do Clero;Promulgação da Constituição de 1791 –
Monarquia Constitucional e voto censitário.
A MONARQUIA CONSTITUCIONAL (1791-92)A Assembléia Constituinte transformou-se em
Assembléia Legislativa.Monarcas europeus passaram a apoiar os nobres
emigrados da França – articulavam a contrarrevolução.
Conflitos com a Áustria e a Prússia e derrotas da França.
Setores populares invadiram o Palácio das Tulherias e o rei Luis XVI e sua família foram presos.
A Assembléia Legislativa tornou-se a Convenção Nacional eleita por sufrágio universal – queda da Monarquia e proclamação da República.
A CONVENÇÃO NACIONAL (1792 – 1794)Período marcado pelo aumento das pressões
populares e pelo radicalismo.Três partidos políticos disputavam o poder na
Convenção: Girondinos (direita) – representavam a
alta burguesia, tinham posições mais conservadoras e não queriam mudanças estruturais, desejavam tão somente mudanças políticas que garantissem os seus interesses econômicos.
A CONVENÇÃO NACIONAL (1792 – 1794) Jacobinos (esquerda) – representavam
a pequena burguesia e as camadas populares, defendiam mudanças mais profundas na França. Principais lideranças: Robespierre, Marat e Saint Just.
Pântano (Centro) - alta burguesia e indefinição política.
1 – REPÚBLICA GIRONDINA (setembro de 1792 – junho de 1793) O rei Luís XVI é executado na guilhotina – foi
acusado de desviar verbas para a contrarrevolução (janeiro de 1793).
Formação da Primeira Coligação de forças Absolutistas contra a França – Inglaterra, Áustria, Prússia, Espanha, Holanda, Sardenha e Rússia.
Lei do Máximo – tabelamento de preços de artigos de primeira necessidade.
1 – REPÚBLICA GIRONDINA (setembro de 1792 – junho de 1793) Criação do Comitê de Segurança Nacional –
investigar e prender os traidores da revolução;
Criação do Tribunal Revolucionário – julgamento dos suspeitos de traição;
Comitê de Salvação Pública – cuidava das relações políticas e de arregimentar voluntários para o Exército – Danton foi seu primeiro chefe.
1 – REPÚBLICA GIRONDINA (setembro de 1792 – junho de 1793) Os Girondinos não conseguem controlar o
país – inseguros em relação as guerras e incapazes de controlar a crise econômica.
Pressionados pelos sans-cullotes, os girondinos foram derrubados.
Os Jacobinos, liderados por Robespierre, Danton, Marat, Hébert e Roux invadiram a Convenção e tomaram o poder!
2 – A REPÚBLICA JACOBINA (JULHO DE 1793 – 1794)Assassinato de Marat e intensificação da
repressão aos contrarrevolucionários, incluindo os girondinos.
Robespierre assumiu a presidência do Comitê de Salvação Pública.
Período do Terror – em torno de 42 mil pessoas foram acusadas e julgadas pelos Tribunais Revolucionários.
A REPÚBLICA JACOBINA (JULHO DE 1793 – 1794)Promulgação da Constituição de 1793 –
República e sufrágio universal.Abolição da escravidão nas colônias;A Lei do Máximo Geral – tabelamento de
todos os produtos e fixação de salários.Confisco de bens da nobreza emigrada.Fim da servidão.
A REPÚBLICA JACOBINA (JULHO DE 1793 – 1794)Reforma agrária.Liberdade de culto.Os jacobinos eliminam a possibilidade de uma
contrarrevolução interna e, ao mesmo tempo, liquidam com a ameaça externa – organização de Exército Revolucionário.
Divisão dos jacobinos – Danton (os indulgentes) queriam o fim do Terror.
Danton é julgado condenado a morte na guilhotina
A REPÚBLICA JACOBINA (JULHO DE 1793 – 1794)Isolamento político de Robespierre, com a
divisão dos jacobinos.Golpe 9 Termidor – a alta burguesia derrubou
o governo e Robespierre foi condenado a morte na guilhotina.
Fim do Terror e início da chamada Reação Termidoriana.
O DIRETÓRIO (1794 – 1799)Poder Legislativo Conselho do Quinhentos e
Conselhos dos Anciãos – voto censitário.Várias medidas jacobinas foram anuladas:
volta da escravidão nas colônias,revogação da lei de ensino obrigatório, fim do tabelamento de preços.
Agravamento da crise econômica.Os monarquistas tentam um golpe para
retomar o poder (outubro de 1795) – foram reprimidos pelo Exército comandado pelo General Napoleão Bonaparte.
O DIRETÓRIO (1794 – 1799) Novas vitórias do General Bonaparte –
Campanha da Itália (1796) – o governo do Diretório cada vez mais dependente do poder militar.
A Conjura dos Iguais (1796) – revolta popular liderada por Graco Babeuf – defendiam o fim da propriedade privada – repressão e os lídres condenados a morte na guilhotina.
O DIRETÓRIO (1794 – 1799)A alta burguesia francesa queria evitar a
volta do Antigo Regime – a contrarrevolução – e a volta da esquerda ao poder.
Por isso, a burguesia junto com o Diretório articulou um golpe de Estado que levou Napoleão Bonaparte ao poder - o Golpe de 18 Brumário.
A ERA NAPOLEÔNICA (1799 -1815)O CONSULADO (1799 – 1804)Poder concentrado nas mãos de Napoleão Bonaparte.Saneamento financeiro com a cobrança centralizada dos
impostos.Criação do Banco da França (1800).Incentivos ao desenvolvimento industrial da França.Reorganização do setor educacional.
A ERA NAPOLEÔNICA (1799 -1815)O CONSULADO (1799 – 1804)A Concordata de 1801 – acordo com o Papa Pio VI –
reconhecimento da maioria católica na França, embora o Estado continuasse laico.
Em 1802, através de um plebiscito, Napoleão se tornou Consul Vitalício.
Violenta censura à imprensa e forte aparato de repressão.
Código Civil Napoleônico (1804) – a consolidação do ideal burguês de revolução: liberdade individual, igualdade jurídico-política, direito a propriedade privada proibição de sindicatos e greves.
A ERA NAPOLEÔNICA (1799 -1815)O CONSULADO (1799 – 1804)Em outro plebiscito, em 1804, Napoleão tornou-se
Imperador dos franceses.
A ERA NAPOLEÔNICA – O IMPÉRIO (1804 – 1815) - Napoleão queria construir um Império universal e liquidar
o poderio inglês.- Bloqueio Continental (1806) – qualquer país que
mantivesse relações comerciais com a Inglaterra, seria considerado inimigo dos franceses.
- Algumas nações aderiram ao Bloqueio à Inglaterrra, mas como os franceses não tinham capacidade de suprir de produtos manufaturados estes mercados, muito voltaram a negociar com os ingleses.
A ERA NAPOLEÔNICA – O IMPÉRIO (1804 – 1815)A desastrosa tentativa de invadir a Rússia (1812) – fome
e frio mataram algo em torno de 450 mil soldados!Formação de uma nova Coligação de países contra a
França – Inglaterra, Rússia, Áustria, Prússia e Suécia – invadiram Paris para derrubar Napoleão (6/4/1814).
Em março de 1815, Napoleão retomou o poder (O Governo dos Cem Dias), mas foi novamente derrotado pelas tropas coligadas (junho de 1815).
A monarquia é restaurada e os Bourbons voltam ao poder, com a coroação de Luís XVIII.
A ERA NAPOLEÔNICA – O IMPÉRIO (1804 – 1815)