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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Chapecó - SC – 31/05 a 02/06/2012
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A função produtor gráfico em agências de Publicidade e propaganda.
Análise das agências de Joaçaba e Herval D’Oeste 1
Silvia Spagnol Simi dos Santos2
Simone Dal Moro3
Universidade do Oeste de Santa Catarina, UNOESC Campus Joaçaba.
Resumo
Analisa-se aqui a função do produtor gráfico nas agências de publicidade de Joaçaba e Herval
D’Oeste, SC. A análise foi feita através de pesquisa bibliográfica com consulta aos principais
autores da área, e pesquisa qualitativa, realizada com pelo menos um profissional de cada
agência de publicidade das cidades. De acordo com os autores, muitas vezes o produtor
gráfico não é reconhecido como parte da agência, e sim da gráfica, além de muitas vezes essa
função ser exercida pelo diretor de arte da agência. Também é feita uma analise dos
conhecimentos dos profissionais, em relação finalização de arquivos, as etapas de impressão,
bem como o relacionamento desses profissionais com os demais setores da agência, também
fornecedores regionais e as necessidades de fornecedores de grandes centros, além ainda, da
capacitação de cada um, e outras funções realizadas na agência.
Palavras-chave: Agência de Publicidade e Propaganda; Gráficas; Herval D’Oeste; Joaçaba;
Produtor Gráfico.
Introdução
Visando conhecer o perfil dos profissionais da produção gráfica nas agências de
publicidade de Joaçaba e Herval D’Oeste, foi realizada uma análise da produção gráfica nas
agências de publicidade de Joaçaba e Herval D’Oeste, pois o produtor gráfico tem a função de
produzir de acordo com especificações passadas pelos responsáveis pelo atendimento e pela
criação de uma agência. Teoricamente essa é a sua função específica, porém, às vezes, o
produtor gráfico depara-se com insuficiência de informações, o que o leva a criar por conta e
risco uma peça, ou tendo ele mesmo que entrar em contato com o cliente, para obter os dados
necessários à elaboração da peça.
Esse estudo tem como objetivos: a análise do processo, desde o contato com o cliente até
a solicitação da criação de uma peça gráfica, as informações recebidas para a criação da peça,
as responsabilidades a ele atribuídas sobre a mesma, entender como são feitas as alterações,
1 Trabalho apresentado no DT 1 – Publicidade e Propaganda do XIII Congresso de Ciências da Comunicação na
Região Sul realizado de 31 de maio a 2 de junho de 2012. 2 Orientadora do trabalho. Professora do Curso de Publicidade e Proapganda da UNOESC Campus Joaçaba, email:
[email protected]. 3 Estudante de Graduação 8º. semestre do Curso de Publicidade e Proapganda da UNOESC Campus Joaçaba, email:
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correções, aprovação e envio da peça para a gráfica e a responsabilidade do produtor gráfico
sobre essas etapas. Relação com os fornecedores. Enumerar as funções do produtor gráfico
em agências do interior e comparar com o conceito de produtor gráfico dos principais autores
relacionados à área.
É uma área interessante, mas também bastante técnica, pois o produtor gráfico de acordo
com Baer, Villas-Boas, e outros autores utilizados, deve ter conhecimento de todos os
processos de impressão, finalização de arquivos, tipos de papéis, impressão e acabamento,
para cada tipo de material.
A metodologia utilizada, foi descritiva buscando uma análise profunda das situações
que o produtor gráfico está inserido, através de questionários enviados às agências e
respondidos pelos produtores gráficos.
Este projeto analisa todas essas informações, estando dividido em seções, para um
melhor entendimento do mesmo. Na primeira seção, são utilizados autores como BAER,
Villas-Boas, Collaro, entre outros, que explicam o funcionamento de uma agência de
propaganda, sua estrutura e funções, além de tratar da função do produtor gráfico, e quais os
conhecimentos necessários ao mesmo. Já na segunda seção, temos a análise do profissional
produtor gráfico nas agências de publicidade de Joaçaba e Herval D’Oeste. Esta análise é
feita, baseando-se no questionário enviado a todas as agências das duas cidades, sendo
respondido por um profissional de cada agência, possibilitando conhecer o perfil do produtor
gráfico atuante nos dois municípios.
A Produção Gráfica
Uma agência de publicidade é, segundo BAER (2001, p. 17), uma empresa
especializada na arte e na técnica da comunicação publicitária. Para Martins (1999), a agência
de propaganda nada mais é do que uma prestadora de serviços, que não produz nada
fisicamente palpável, mas sim, ideias, que por sua vez, são executadas por terceiros, os
chamados fornecedores, que podem ser gráficas, produtoras de áudio e vídeo, fotógrafos ou
qualquer outro fornecedor específico que a agência utilizará para a produção da campanha.
Para Sant’anna (2002, p. 1) “Não se pode mais pensar em propaganda como um
fenômeno isolado. Ela faz parte do panorama geral da comunicação e está em constante
envolvimento com fenômenos paralelos, onde colhe subsídios.”, pois, a comunicação é o
processo de transmitir ideias entre os indivíduos, mas se essas ideias não forem idealizadas e
planejadas não obterão o sucesso esperado. Sampaio (1997, p. 41) afirma que:
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A agência de propaganda é a organização especializada na arte e técnica da
propaganda que se estrutura especialmente para esse fim, aglutinando profissionais
especializados de diversas áreas, acumulando experiências, desenvolvendo e
adquirindo tecnologia específica, e prestando serviços para anunciantes de vários
setores, que formam sua carteira de clientes.
A estrutura de uma agência de publicidade pode variar dependendo do seu porte, mas
qualquer agência de publicidade é formada basicamente pelos setores de atendimento,
planejamento, criação, mídia e produção, além do administrativo e/ou financeiro (LUPETTI
2006, p. 50).
As artes gráficas iniciam com a prensa de Gutemberg, e evoluiram até as impressoras
digitais utilizadas atualmente. Segundo Failleiros (2003, p. 5):
Chama-se Computação Gráfica todo o processo de criar elementos gráficos com o
auxilio de um computador. Já a editoração eletrônica é o ramo da Computação
Gráfica voltado para a produção de peças gráficas e editoriais, tais como jornais,
livros, revistas, catálogos, malas diretas, folhetos, etc.
Antes dos computadores, toda produção gráfica era feita manualmente, em processos
totalmente analógicos, conforme conta Oliveira, em artigo “A evolução e o percurso histórico
da indústria gráfica” publicado no site do Singraf4. (Oliveira, 2011)
Com a evolução dos microcomputadores, com as câmeras fotográficas digitais com
qualidade profissional, com equipamentos computer-to-plate (que gravam a laser, as chapas
de impressão) e com as impressoras para prova digital promoveu-se a completa evolução das
artes gráficas.
Oliveira (2011) ainda afirma que os desenvolvimentos mais recentes, relacionados à
produção gráfica, dizem respeito à impressão digital e sua integração nas etapas da produção,
desde a pré-impressão até o acabamento. Sem esquecer o papel da internet, que é fundamental
na comunicação entre os clientes e as gráficas.
Para Oliveira (2011), a grande vantagem da impressão digital é a impressão de dados
variáveis, ou seja, é possível alterar qualquer parte da imagem, em cada folha impressa com
um aumento mínimo nos custos da produção gráfica. O que seria impossível na impressão
tradicional. Surge, aí também, uma nova ferramenta de marketing, a personalização dos
impressos. Ainda segundo Oliveira, os acertos da máquina impressora são insignificantes, se
comparados aos de uma impressora offset.
4 Sindicato das Indústrias Gráficas ABCDMRP, RGS e Baixada Santista (www.singraf.org.br)
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Os custos de preparação desse trabalho, diminuem sensivelmente, então há impressos
de alta qualidade, mas com pequena tiragem e custo reduzido, porém para grandes e médias
tiragens, o processo offset ainda é mais vantajoso, pois os insumos são mais baratos que os
usados na impressão digital.
Falleiros (2003) aponta ainda, que o mercado exige profissionais com atualização
constante e dos iniciantes, uma sólida formação profissional. Deduz-se assim, que na área de
produção gráfica, não é possível ficar parado no tempo, acreditando que o que se sabe é
suficiente porque as tecnologias mudam rapidamente e a atualização é uma necessidade
constante.
A função de produtor gráfico, segundo BAER (2001), é de avaliar a competência,
pontualidade e os custos de fornecedores terceirizados para contratar serviços e materiais
necessários na preparação de artes-finais convencionais ou eletrônicas, e também quaisquer
processos de pré-impressão, impressão e pós-impressão. Após a abertura de concorrências, a
produção entregará ao atendimento as estimativas de custo, para a aprovação com os clientes,
irá controlar e revisar a evolução dos trabalhos sob a orientação da criação fiscalizará os
prazos de execução, principalmente nas fases de impressão e acabamento de impressos.
Para Carlos Suriani, em artigo publicado na revista Tecnologia Gráfica, edição 63 de
01 de novembro de 2008, “Produção gráfica é a capacidade de materializar uma ideia criativa,
estando em contato com formas, cores, estilos, materiais e tendências, dentro de um layout –
conceito aplicado a um desenho.” Para Sant’anna (2002, p. 269) o profissional da produção:
Além de colaborar com os diretores de arte na seleção de tipos, é encarregado da
produção de gravuras destinadas à publicação dos anúncios nos órgãos de impressa
e de impressos de toda a espécie destinados à publicidade das empresas-clientes da
agência. É um verdadeiro serviço de compras, que comporta tanto mais
especialistas de gêneros diferentes quanto mais importante é a agência.
Percebe-se, então, que o produtor gráfico não é totalmente responsável pela arte de
uma campanha ou anúncio, mas sim, pela colaboração com os diretores de arte para o
desenvolvimento da peça ou campanha, e também pela viabilidade dos materiais escolhidos
para essa peça, e ainda pelos prazos para a veiculação. Ou ainda, o papel de produtor gráfico
está incluso nas atribuições do diretor de arte, de algumas agências. Para Suriani, (2008):
Antigamente, o profissional de produção gráfica em uma agência de publicidade,
dividia seu tempo produtivo basicamente entre a pré-impressão [...] e o
acompanhamento de produção, selecionando fornecedores, negociando preços,
visitando e avaliando suas competências e pontualidade. [...] o produtor gráfico
encontrava-se muito distante do cliente, sendo as áreas de criação e atendimento
suas únicas fontes de informações.
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Esse quadro começou a ser alterado quando grande parte da aquisição de produtos
gráficos passou a ser feita através dos departamentos de compras e/ou de marketing
das empresas. As mudanças na atividade do produtor gráfico se intensificaram,
também, com a difusão da tecnologia digital e a automação, cortando operações
“braçais”, que consumiam muito tempo.
Com processos de pré-impressão mais simples, baratos e, por conseqüência, mais
democráticos, muitas gráficas e bureaus começaram a prestar os serviços que o
produtor tradicionalmente executava, diminuindo assim a necessidade de ter um
produtor gráfico para acompanhar os trabalhos.
Para Gomes (2003, p. 166) “o profissional precisa entender todo o esquema de
funcionamento das gráficas e das produtoras e conhecer as possibilidades e limitações de cada
uma”. Todas as atribuições do produtor gráfico estão sujeitas à orientação e aprovação do
diretor de arte.
Ainda segundo Suriani (2008), a mesma revolução tecnológica que trouxe facilidade
às empresas, provocou certa complexidade, pois surgiram novas possibilidades que o
mercado jamais tinha imaginado, sendo possível combinar e utilizar meios como: internet,
impressão, telefonia móvel, TV em uma única campanha.
Os clientes perceberam que poderiam fugir do convencional e de acordo com
Suriani, (2008) “Nesse momento, o produtor gráfico é mais uma vez convocado a ajudar na
seleção e acompanhamento dos novos fornecedores, que surgem com as novas tecnologias.”
Pois, um profissional atualizado, pode selecionar rapidamente o melhor fornecedor.
Também com a tecnologia, o crossmedia5 exige uma nova atitude do produtor frente
à diversidade de fornecedores que deve ser selecionada e administrada pelo novo produtor
gráfico, que é capaz, segundo Suriani, de apoiar e conduzir os compradores de mídia,
devendo para isso, possuir profundos conhecimentos em marketing e estar altamente
capacitado para dialogar com clientes, contatos e os diretores de arte das agências de
publicidade. Ele poderá ser o elo entre cliente, agência e fornecedores.
O produtor gráfico, além de ter conhecimento técnico sobre o funcionamento da
gráfica, também acaba fazendo, por vezes, papel de atendimento, pois dialoga com os
fornecedores e, se necessário, com o cliente, visando explicar da melhor maneira como será o
material. Acaba planejando, pois é ele quem detém o conhecimento sobre os fornecedores
(qualidade e confiabilidade) do material. E, é lógico, o produtor gráfico, obrigatoriamente,
tem o conhecimento das técnicas do fornecedor, do tipo de papel que pode ser usado, da
tipografia em cada forma de impressão, de como fazer a finalização de arquivos para o envio
à gráfica, com marcas de corte, sangrias e outros itens indispensáveis à produção de um bom
material.
5 Utilização integrada dos meios de comunicação. (Revista Tecnologia Gráfica)
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O produtor gráfico deve estar sempre atento às novidades e lançamentos os quais
possam contribuir para diminuir ainda mais as fases do processo gráfico, gerando, assim,
talvez, mais economia de tempo da agência e verba do cliente.
Segundo Celso Junior, em artigo “Desktop e Linux” publicado na revista Guia do
Hardware, de abril de 2007,: “Desktop Publishing é o termo utilizado pelos gráficos quando o
processo de produção de um impresso é feito, quase que totalmente (e às vezes
integralmente), em um computador.”
Com essa evolução, foram criados vários programas, desde editores de texto até
programas de fechamento de arquivos, que segundo Junior (2007), os programas podem ser
classificados em programas de processamento de textos, programas de tratamento de
imagens, programas de ilustração, programas de diagramação, programas de fechamento de
arquivo.
Hoje, segundo Failleros (2003), continua-se dependendo do briefing para obter as
informações, a criação possui vários softwares ao seu dispor para produzir os materiais. O
layout, com os novos recursos que estão disponíveis a todos, deve ter algum diferencial, para
que possa encantar o cliente.
Com o advento da editoração eletrônica, resultado do crescente aperfeiçoamento dos
microcomputadores com capacidade gráfica, a produção gráfica convencional adaptou-se
gradativamente aos meios, surgiram os birôs de impressão, equipados e capacitados para
transformar a criação dos clientes em filmes de seleção e provas digitais de cor, oferecendo
também serviços de tratamento, retoque e manipulação de imagens, impressão de pequenas
tiragens e assim por diante.
Todas essas evoluções trouxeram muito mais possibilidades de materiais e permitiram
que o produtor gráfico, evoluísse junto com elas, pois a diferença entre o inicio das artes
gráficas e os processos atuais é imensa.
Em artigo, publicado na revista Tecnologia Gráfica de março de 2006, Marcelo
Pimentel6, a evolução dos computadores, da internet, revolucionou as artes gráficas e a
produção gráfica, tornando possível fazer materiais cada vez mais específicos, agradando
cada vez mais os clientes e oportunizando o desenvolvimento dos profissionais, pois os
mesmos tendem a acompanhar os avanços tecnológicos para poder atender todas as
necessidades e “vontades” dos clientes.
6 Marcelo Pimentel – diretor da SRS, atuando nos segmentos de pré-impressão e impressão digital.
(Revista Tecnologia Gráfica)
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Análise das agências de publicidade de Joaçaba e Herval D’Oeste em SC
Esta pesquisa justifica-se, para conhecer um pouco do perfil dos profissionais da
produção gráfica nas agências de publicidade de Joaçaba e Herval D’Oeste, pois o produtor
gráfico tem a função de produzir de acordo com especificações passadas pelos responsáveis
pelo atendimento e pela criação de uma agência.
Teoricamente essa é a sua função específica, porém, às vezes, o produtor gráfico
depara-se com insuficiência de informações, o que o leva a criar por conta e risco uma peça,
ou tendo ele mesmo que entrar em contato com o cliente, para obter os dados necessários à
elaboração da peça.
Como universo da pesquisa, existem nove agências de publicidade nas cidades de
Joaçaba e Herval D`Oeste, com um total de vinte e três produtores gráficos atuantes nessas
agências. A amostra para esta pesquisa foi de um produtor gráfico por agência.
Para a coleta dos dados, foi feito um questionário com questões relevantes à produção
gráfica nas agências de publicidade.
O mesmo foi enviado via e-mail e, nos casos possíveis, foi aplicado pessoalmente. Ao
final da pesquisa, enviada para as nove agências de publicidade de Joaçaba e Herval D’Oeste,
sete retornaram com o questionário respondido. Na primeira questão, o objetivo é de analisar
o tamanho das agências, baseando-se no número de colaboradores da mesma.
Gráfico 1 - Número de colaboradores da agência
Fonte: a autora.
De acordo com o gráfico 1, das sete agências que responderam ao questionário, duas
possuem até cinco funcionários, totalizando 28% das agências. Três possuem de seis a até dez
funcionários, totalizando 44% e outras duas possuem onze ou mais colaboradores, totalizando
28% das agências pesquisadas.
Na segunda pergunta, o objetivo foi descobrir quantos profissionais trabalham com
produção gráfica em cada agência.
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Gráfico 2 - Número de produtores gráficos por agência
Fonte: a autora.
De acordo com o gráfico 2, as sete agências pesquisas, possuem dois ou três
produtores gráficos.
Abaixo, na tabela 1, observa-se o comparativo do número de colaboradores da
agência versus o número de produtores gráficos. Por esta tabela é possível perceber que a
função de produtor gráfico, mesmo em agências menores (até cinco funcionários) é alto,
como exemplo a agência 2 (até cinco funcionários), que tem o mesmo número de produtores
das agências 1 e 3 que possuem onze ou mais funcionários. A variação entre o número de
produtores de todas as agências pesquisadas é mínima.
Tabela 1 - Número de funcionários versus número de produtores gráficos
No de colaboradores
No de produtores gráficos
Até 5 De 6 a 10 11 ou mais
Agência 1 X 3
Agência 2 X 3
Agência 3 X 3
Agência 4 X 2
Agência 5 X 2
Agência 6 X 3
Agência 7 X 2
Fonte: a autora.
Na questão três é abordada a formação do produtor gráfico que respondeu à pesquisa.
Gráfico 3 - Formação dos produtores entrevistados
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Fonte: a autora.
Percebe-se que 72% dos entrevistados (cinco), são formados em publicidade e
propagada, e que 1 é formado em designer. Também 1 entrevistado está cursando publicidade
e propaganda.
Na questão quatro, foi questionada a opinião do entrevistado sobre sua função.
Segundo o gráfico abaixo, 1 entrevistado considera que suas funções são de produtor gráfico,
outros 2 entrevistados dizem ter as funções de produtor gráfico e diretor de arte. 2
entrevistados, têm suas funções definidas como diretores de arte, e 1 entrevistado diz ter a
função de produtor gráfico e outra função (sem ser diretor de arte). Por fim, 1 entrevistado diz
ter as funções de produtor gráfico, diretor de arte e outras funções cumulativamente. Com
esse resultado, é possível identificar a afirmação de LUPETTI (2006), onde a autora afirma
que em determinadas agências a função de produtor gráfico é realizada pelo diretor de arte.
Gráfico 4 - As funções que os entrevistados se atribuem
Fonte: a autora.
Na próxima questão, de número cinco, o objetivo é descobrir há quanto tempo os
profissionais atuam na função de produtor gráfico.
Gráfico 5 - Tempo de atuação
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Fonte: a autora.
De acordo com os dados do gráfico 5, 43% dos entrevistados atuam há mais de três
anos na função produtor gráfico. E os outros 57% atuam entre um a dois anos na área. Todos
os entrevistados, portanto, possuem pelo menos um ano de experiência na produção gráfica
das agências de Joaçaba e Herval D’Oeste. Na questão seis, o objetivo é saber se os
entrevistados têm conhecimentos sobre os processos de pré-impressão, impressão e pós-
impressão.
Gráfico 6 - Conhecimentos sobre pré-impressão, impressão, pós-impressão
Fonte: a autora.
De acordo com o gráfico 6, 86% dos entrevistados têm conhecimentos sobre todas as
etapas que vão desde a preparação dos arquivos para impressão (pré-impressão), a impressão
e os acabamentos nos impressos (pós-impressão). Logo, de acordo com BAER (2001), que
afirma que os produtores gráficos devem ter conhecimento sobre todas as etapas na confecção
de um impresso, a maioria dos entrevistados podem ser chamados de produtores gráficos,
pois possuem os conhecimentos necessários à produção dos materiais necessários. Já a
questão sete, trata da finalização dos arquivos, ou seja, aplicação das marcas de corte, áreas de
sangria, ou quaisquer outras informações necessárias a serem colocadas na arte final.
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Gráfico 7: Finalização de arquivos
Fonte: a autora.
Semelhante à questão seis, na questão sete, 86% dos entrevistados realizam a
finalização dos arquivos para o envio à gráfica, de acordo com o gráfico 7. Na questão oito,
busca-se saber se existe contato entre o produtor gráfico e os clientes atendidos:
Gráfico 8 - Contato com os clientes
Fonte: a autora.
De acordo com o gráfico 8, 71% dos entrevistados têm contato direto com os clientes,
dessa forma, percebe-se que, na maioria das agências entrevistadas, a função de atendimento
não é a única responsável pelo contato e coleta de informações com os clientes.
Vale ressaltar algumas informações adicionais nesta questão, como, o fato de, em uma
agência, o contato da produção gráfica ser feito somente após o trabalho já estar em
andamento, em outra agência, o produtor tem contato somente para buscar informações
adicionais para a criação da peça e, em uma terceira, o produtor mantém contanto com os
clientes, pois é proprietário da agência.
Na questão nove, o objetivo é descobrir se o produtor gráfico já atuou ou atua em
outras funções na agência.
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De acordo com o gráfico abaixo, apenas 1 produtor gráfico realiza somente a função
de produtor gráfico. Os demais, todos têm alguma função conjunta com a produção, sendo
que 1 atua no setor de atendimento; 1 atua nos setores de atendimento e planejamento; 1 atua
nos setores de atendimento e criação1 atua nos setores de atendimento, criação e outra função;
2 atuam no setor de criação da agência e um produtor gráfico não realiza nenhuma outra
função.
Gráfico 9 - Outras Funções
Fonte: a autora.
Na questão dez, o objetivo é saber se a relação da agência com os fornecedores
regionais é satisfatória, e se eles conseguem atender eficientemente as necessidades da
agência.
Gráfico 10 - Fornecedores regionais: atendimento as necessidades da agência
Fonte: a autora.
De acordo com o gráfico 10, 71% dos entrevistados afirmam que os fornecedores
regionais atendem às necessidades da agência, porém, uma observação importante merece
destaque: algumas agências não se limitam a utilizar os fornecedores regionais, mesmo para
os trabalhos considerados mais corriqueiros, quando há tempo hábil de utilizar um fornecedor
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dos grandes centros, pois o custo do material pode ser menor do que o fornecedor regional.
Na questão onze, o objetivo era saber como o produtor busca novos fornecedores:
Gráfico 11 - Novos fornecedores
Fonte: a autora.
De acordo com o gráfico 11, 43% das agências utilizam a internet como único meio
de encontrar novos fornecedores. Já os demais 57%, utilizam além da internet, os contatos
com os fornecedores atuais e, ainda, o contato com os clientes que fizeram trabalhos
semelhantes.
Após a análise dos dados tabulados, as informações dão conta que todas as agências
entrevistadas, independente do número de funcionários, possuem no mínimo dois
profissionais na produção gráfica, esses profissionais, em sua grande maioria, têm
conhecimentos sobre os todos os processos de impressão, que vão desde a finalização do
arquivo para envio à gráfica, até os acabamentos realizados pela mesma. Além de ter o
conhecimento sobre esses processos grande parte dos profissionais, realiza a finalização dos
arquivos para a gráfica.
Em relação aos demais setores da agência, grande parte dos entrevistados também
atua em outro setor, principalmente, atendimento e criação. Os profissionais entrevistados,
também, são formados ou estão cursando publicidade e propaganda, com exceção de uma
formação em designer. Além da realização de outras funções na agência, a maioria dos
profissionais tem contato direto com o cliente, para recolhimento de informações para a
criação dos materiais. Embora esse dado possa ser confundido, e, se considerar o produtor
como atendimento da agência, alguns profissionais não declararam trabalhar com
atendimento e mantêm o contato com o cliente.
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Sobre a relação com os fornecedores, a maioria dos produtores entrevistados, afirma
que os fornecedores regionais suprem as necessidades das agências e, se necessário, buscam
novos fornecedores em grandes centros, porém, se há possibilidade, utilizam fornecedores
externos, pois o custo do material pode ser reduzido, se houver tempo hábil para a produção
fora. A descoberta de novos fornecedores acontece em todas as agências pela internet e, em
algumas, também pela indicação de fornecedores já existentes e consulta a clientes que
tiveram materiais semelhantes.
Conclui-se, então, que o produtor gráfico das agências de Joaçaba e Herval D’Oeste é
versátil, pois além de trabalhar como produtor atua nas demais áreas da agência, mantém
contato com clientes e busca novas alternativas, sempre que possível, para suprir as
necessidades existentes.
Considerações finais
Ao término deste estudo, entende-se que o profissional da produção gráfica, tem além
da sua função especifica, por vezes atua em outras funções, mesmo sem ter este interesse. A
necessidade de obter informações pode vir a fazer do produtor um profissional de
atendimento ou criação.
Diferentemente do que citam os autores utilizados, os profissionais de Joaçaba e
Herval D’Oeste, em sua maioria, não atuam somente na produção gráfica, eles têm, em sua
maioria, formação, ou estão cursando publicidade e propaganda, logo tem os conhecimentos
necessários para atuar nos demais setores da agência, acumulando funções, como criação,
direção de arte, e atendimento. Alguns ainda realizam, ou já tiveram a oportunidade de atuar
em todas as áreas de uma agência de publicidade.
Embora, sua principal função, seja predominantemente a de contato com os
fornecedores, o profissional da produção, também tem a função de orientar o diretor de arte,
pois, o mesmo pode não ter os conhecimentos necessários para a elaboração de prazos e
ainda, definir qual o melhor papel, acabamento para o material solicitado pelo cliente. Hoje os
clientes estão cada vez mais exigentes, e as novas tecnologias, permitem que esse cliente
saiba exatamente o que quer e como quer. Sendo assim, o produtor tem a obrigação de se
atualizar constantemente. O mundo da comunicação está em constante movimento, em
constante evolução, não sendo possível ficar parado, pois essas novas tecnologias, permitem
que os trabalhos sejam desenvolvidos com uma maior agilidade e qualidade, e quem não se
atualiza, acaba sempre com as mesmas ideias, sem possibilidade de crescimento.
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A produção gráfica é, e sempre foi uma área muito atrativa, porém, sem capacitação e
atualização, nenhum profissional poderá ser um produtor gráfico completo.
Esta pesquisa, mostra aos futuros profissionais da comunicação que querem atuar
como produtores gráficos, um pouco do que é necessário saber, para ter êxito nesta função,
bem como o fato que não adianta dedicar-se a aprender somente a uma área, a que mais lhe
chama a atenção, pois como foi comprovado pela pesquisa, o produtor necessita a cada dia de
novos conhecimentos, pois as tecnologias evoluem em ritmo constante, e ele também pode se
deparar com situações em que é obrigado a atuar em funções não mencionadas como
atribuições do produtor gráfico.
O mercado muda constantemente, seja em Joaçaba e Herval D’Oeste, ou nos grandes
centros. A adaptação do profissional é fundamental para se obter sucesso naquilo que faz.
Referências Bibliográficas
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LUPETTI, Marcélia. Administração em publicidade: a verdadeira alma do negócio. Pioneira.
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