a igreja católica e seus modelos e a eclesiologia latino americana

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Eclesiologia Por Rodrigo F.Menegatti

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Page 1: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Eclesiologia

Por

Rodrigo

F.Menegatti

Page 2: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

1- Distinção entre Modelo e Imagem

2 – 5 modelos de Igreja

3 – 3 modelos com síntese

4 – Eclesiologia latinoamericana

Page 3: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Modelos = Imagens

“A utilização do conceito demodelos está relacionadacom o uso de imagens, quealiás é tradicional naeclesiologia, remontando-se à eclesiologiapatrística”(CIPOLINI, p. 826)

“As imagens sugerematitudes e cursos de ação;intensificam a confiança ea devoção. Auto-realizam-se, até certo ponto; fazema Igreja tornar-se o queelas sugerem que a Igrejaé” (DULLES, p. 18).

Page 4: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

“Apesar de ser muito útil o emprego dos modelos em eclesiologia, é preciso estar sempre alerta, pois, “visto ser apenas parcial e funcional a sua correspondência

com o mistério da Igreja, os modelos são necessariamente inadequados”. Não podem, portanto,

ser absolutizados” (CIPOLINI, p. 826).

O autor cita Clodovis Boff para elucidar esta realidade com o exemplo das vitrines. Somente se conhece os produtos quando se está no interior da loja. A

partir disto se pode indicar o local mais adequado para a compreensão da realidade eclesial e também do próprio ser da Igreja.

“O modelo não é propriedade do “objeto” analisado, é um instrumento do sujeito que analisa. Isto deve ficar bem claro quanto ao uso dos

modelos na metodologia usada para compreensão da Igreja.” p. 827

MODELO

Page 5: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

QUAL É O MELHOR

MODELO ?

“Nenhum modelo é inválido, nenhum é supérfluo e nenhum

por si mesmo é suficiente.”

Não existe nenhum modelo em estado puro, por isso, no

dia-a-dia estão misturados.

Quando se fala de modelos de Igreja não se quer aludir a igrejas diferentes, mas a

modelos diferentes da mesma Igreja.

(CIP

OLI

NI,

p. 8

26

).

Page 6: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

QUAL É O PAPEL DOS

MODELOS NA IGREJA?

Os modelos devem ser tipos ideais utilizados para

análise da realidade eclesial e orientar a

ação pastoral.

Cipolini

A categoria de modelo revela uma ferramenta útil no interior na Igreja. Seu uso correto quebra

qualquer absolutização que possa ser reducionista ou hegemônico. Uma coisa é modelo dominante

outra é modelo hegemônico.

Page 7: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

1- A IGREJA COMO INSTITUIÇÃO

2- A IGREJA COMO COMUNHÃO MÍSTICA

3- A IGREJA COMO SACRAMENTO

4- A IGREJA COMO ARAUTO

5 - A IGREJA COMO SERVA

Page 8: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Igreja como sociedade perfeita.QUE

COMPREENSÃO SE TEM DE

IGREJA?

Essa realidade pode ser encontrada naconcepção de Belarmino ao afirmar

que a Igreja era uma sociedade “tãovisível e palpável como acomunidade do povo romano, ouo Reino de França ou a Repúblicade Veneza”. (p. 33).

A IGREJA É TOMADA POR ANALOGIAS DE SOCIEDADE

POLÍTICA.

Page 9: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

A insistência da VISIBILIDADE da Igreja foi um traço caraterístico da eclesiologia católica desde os fins da Idade média até os meados do séc. XX.

Este modelo de igreja fundamentalmente acentua o lado VISÍVEL e está calcada sobre os direitos e poderes dos seus funcionários.

Page 10: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

• “um sistema em que o elemento institucional recebe tratamento preferencial”. p. 34

Institucionalismo

• Tem haver com a organização da Igreja.

Institucional

O VATICANO II NÃO PODE SER TACHADO DE INSTITUCIONALISTA. PELO CONTRÁRIO, NA LG A IGREJA

APARECE COMO MISTÉRIO, SACRAMENTO, CORPO DE CRISTO E POVO DE DEUS.

Page 11: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Isto leva a Igreja docente e a Igreja discente. A Igreja santificadora e a

Igreja Santificada, a Igreja governante e a Igreja governada.

Os poderes e funções da Igreja são 3:

ENSINAR

SANTIFICAR

GOVERNAR

Page 12: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

ENSINAR

SANTIFICAR

GOVERNAR

Neste modelo os bispos são: segundo Santo Irineu “possuidores de um especial “carisma da verdade””. Enfim a Igreja, nesta esteira seria como que uma escola onde os professores tem o poder de impor sua doutrina com sansões jurídicos e espirituais.

Alguns autores falam como se a santidade fosse

uma espécie de substância inerente à Igreja. A

hierarquia seria como que a detentora da chave que

abre a válvula da graça.

É regido pela hierarquia. Não é uma sociedade democrática e representativa, e sim como uma sociedade regida pela classe dominante. Exemplo disso foi expresso no Vaticano I a “Igreja é uma sociedade de desiguais porque existe nela o poder emanado de Deus, a mercê do qual a alguns é dado santificar, ensinar e governar, e a outros não”. p. 38.

Page 13: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Foi pronunciado no início do Concílio V. II e refutado

pela nova compreensão.

CLERICALISMO

JURIDICISMO

TRIUNFALISMO

O clero é visto como fonte de todo poder e iniciativa.

Entende a autoridade de Igreja estritamente segundo padrões de jurisdição no estado secular e amplia grandemente o lugar da lei e das penalidades.

Dramatiza a Igreja como um exército em ordem de batalha contra Satanás e as potências do mal.

Dulles

Page 14: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

VANTAGENS DO INSTITUCIONALISMO

LIMITAÇÕES DO INSTITUCIONALISMO

- Fomentou documento da

Igreja que justifica a

hierarquia na revelação

divina.

- Enfoque institucional que

insiste na continuidade com

as origens cristãs - presente

inserto, passado estimado.

- Proporcionou aos católicos

sentido de identidade

corporativa, sabiam o que

eram e o que defendiam.

tem uma base comparativa escassa na escritura e na tradição primitiva;

este modelo conduz a certas consequências funestas na vida cristã: clericalismo, juridicismo;

se opõe como obstáculo a uma teologia criativa e fecunda;

não possibilita o ecumenismo e também não logra suficiente liberdade ao elemento carismático;

dificuldade com o sujeito do séc. XXI: “As pessoas não querem se amarar totalmente a uma instituição.” p. 46

Page 15: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

“A cada geração a Igreja precisa enfrentar de novo o

problema de como manter a sua força institucional e

estabilidade societária sem cair nos defeitos do

institucionalismo exagerado.” p. 46-47.

“Os elementos institucionais da Igreja devem, em

última análise, justificar-se pela sua capacidade de

exprimir ou fortalecer a Igreja enquanto comunidade

de vida, testemunho e serviço, uma comunidade que

reconcilie una os homens na graça de Cristo.”

DULLES, p. 47

Page 16: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Segundo Dulles, esta centrada na eclesiologia da comunidade ou

comunhão é fomentada por Congar e Hamer.

Dois aspectos

inseparáveis:

É FORMADA DE HOMENS QUE SE

ASSOCIAM COM DEUS E ENTRE SI EM CRISTO.

(COMUNIDADE DE SALVAÇÃO).

A IGREJA É TOTALIDADE DE MEIOS PELOS QUAIS

ESTA ASSOCIAÇÃO SE PRODUZ E SE MANTÉM.

(INSTITUIÇÃO DE SALVAÇÃO).

Page 17: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

NOÇÃO DE COMUNHÃO

Horizontal

Instituição de

salvação

Vertical

comunidade de salvação

Page 18: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

“O conceito da Igreja como comunhão seharmoniza com diversas imagens bíblicas,especialmente com duas imagens quefiguram de modo saliente na modernaeclesiologia: as do corpo de Cristo e dopovo de Deus.” DULLES, p. 52

Outro autor que foi um dos grandes defensores

destes conceitos de Igreja foi J. Adam Mühler e

seus discípulos na escola de Tübingen. Eles

popularizaram a noção da Igreja como organismo

sobrenatural vivificado pelo Espírito Santo, um

consórcio sustentado pela efusão da divina graça.

Page 19: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

No séc. XIX e XX

Houve um resgate da Igreja como

Corpo Místico;

Retorno as fonte bíblicas e

patrísticas;

Page 20: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Foi reafirmada a ideia de Igreja

corpo de Cristo, mas afirma

que a Igreja hierárquica e o

corpo místico se relacionam

entre si de modo comparável

como a relação em si da

natureza humana e a divina de

Cristo.

porém não afirma que as fronteiras da Igreja de Cristo ou os limites

do Corpo Místico coincidem com os da

Igreja católica romana. (Cf. p. 55).

“Os dois modelos de Igreja corpo de Cristo e Igreja povo de Deus iluminam ambos, cada qual com seu enfoque, a ideia da Igreja como comunhão ou comunidade.” Dulles, p. 58

Page 21: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

1 – Quais os

vínculos de união?

3 – Qual a meta ou

objetivo da Igreja?

2 – Quais os

beneficiários?

A união ultrapassa os termos morais e

jurídicos, seria uma união mística

transformadora.

Os membros são os beneficiários, mas

entendido num sentido espiritual

animado pela fé e caridade

sobrenaturais.

A meta da Igreja aqui é espiritual ou

sobrenatural. Onde quer que a Igreja

esteja presente os homens já estão

unidos com Deus.

Page 22: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

VANTAGENS DESTE MODELO LIMITAÇÕES DESTE MODELO

- Este modelo de comunhão

possui uma eclesiologia

baseada na noção bíblica

(koinonia);

- Trabalha com a noção de

Igreja como corpo de Cristo e

povo de Deus;

- enfoque ecumênico mais

fecundo;

- possui fundamentos na

tradição católica

principalmente das primeiras

comunidades;

- possui uma relevância para

os tempos atuais aonde vem

de encontro às necessidades

humanas;

-Com a visão da Igreja como

um dom livre e espontâneo

do Espírito, pode-se correr o

risco da hierarquia parecer

supérflua; - pode incorrer num

dualismo do visível e

invisível; - este modelo se mostra

insuficiente para dar aos

cristãos um sentido bem

claro da sua identidade e missão.

Page 23: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

“Em muitos casos e esforço para

encontrar uma perfeita comunhão

interpessoal na Igreja tem levado à

frustação quando não a apostasia. A

Igreja, embora prometa comunhão, nem

sempre a proporciona de maneira muito

evidente. É comum experimentarem

cristãos a Igreja mais como uma cordial

camaradagem entre companheiros de

viagem do que como uma união de

pessoas que se amam no mesmo lar.”

Dulles, p. 65

Page 24: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

LUBAC

A luz de grande pensadores da Antiguidade e do Medievo desvelou importante contribuição para esta teoria da Igreja como sacramento.

divino e humano na

Igreja nunca podem

se dissociar.

Acentua

Igreja

Igreja Instituição

Igreja sacramento

Igreja comunhão

Page 25: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Qual é o seu fundamento?

Na linha de Lubac, por sua vez, Rahner,

Schillebeeckx, Smulders, Congar e

Martelet seguem refletindo sobre a

Igreja como sacramento.

O Vaticano II foi quem

definitivamente deu este passo de

modo claro e objetivo destacando a

Igreja como Sacramento (LG 9 e 48).

Outros Documentos acentuaram

muito essa ideia como AG 5; GS 42;

SC 10 e 41.

Page 26: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Cristo

Igreja

“Jesus é o sacramento de Deus voltado para o

homem. Representa para nós a amorosa

aceitação do homem por Deus e a reabilitação

do homem, não obstante a sua indignidade.”

Dulles, p .73

SACRAMENTO

O sacramento da redenção somente é completo

quando se torna sinal daquele que deve ser,

deve ele aparecer como sinal do amor redentor

de Deus, extensivo a toda humanidade e da

resposta de todo o gênero humano a esse amor

de redentor.

A Igreja é um sinal que deve significar, de uma

forma histórica, a graça redentora de Cristo.

Assim ela deve encarnar-se em toda cultura

humana.

Page 27: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Possui Aspecto

Exterior

Aspecto

Interior

ESTÁ RELACIONADA AO

ASPECTO INSTITUCIONAL

OU ESTRUTURAL.

a Igreja se torna Igreja na medida em que a

graça de Cristo atinge historicidade mediante

as ações da Igreja com tal.

A eucaristia é o sacramento que melhor expressa este sinal visível da Igreja, pois ela é a antecipação sacramental do banquete celestial de núpcias, a forma final, eterna da comunidade dos santos efluem já agora nessa solenidade, o próprio sacrifício de cristo nela está presente.

Page 28: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

1 – Quais os

vínculos de união?

3 – Qual a meta ou

objetivo da Igreja?

2 – Quais os

beneficiários?

São os sinais sociais, visíveis da graça de Cristo queopera nos fiéis cristãos. A graça opera quandomanifestam a fé, esperança e caridade pelotestemunho e no culto, reforçam a unidadeespiritual que expressam.

São todos aqueles que são mais capazes dearticular e viver a sua fé graças ao seu contatocom a Igreja que crê e ama.

A Igreja anseia por purificar e intensificar aresposta dos homens à graça de Cristo. “Os fiéis,quando conseguem encontrar as formas externasapropriadas para exprimir os eu compromisso comDeus em Cristo, tornam-se símbolo vivos do divinoamor e fachos de esperança.” p. 79

Page 29: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Qual é o centro deste

modelo?

Vê a Igreja enquanto reunida e formada

pela palavra com a missão de proclamar

o que viu e ouviu, creu , e foi encarregada

de proclamar.

Este modelo é querigmático, porque encara a

Igreja como um arauto, ou seja, aquele que

recebe uma mensagem oficial com o encargo de

transmiti-la.

Page 30: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

QUAL O FUNDAMENTO ?

Este modelo da Igreja se fundamenta no pensador

Karl Barth na linha de Paulo, Lutero e outros. A

palavra de Deus não pode ser limitada pela Igreja,

pelo contrário, a Igreja é a consagração reunida pela

palavra que proclama ao arrependimento e à reforma.

NESTE MODELO A IGREJA ESTÁ A SERVIÇO DO

REINO DE DEUS, ELA NÃO É O REINO DE DEUS E

NEM CONSTRÓI O REINO DE DEUS. A IGREJA É

ANUNCIADORA (ARAUTO) DO REINO DE DEUS.

Page 31: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Bultmann acentua que a Palavra de Deus é

que constitui a Igreja; reúne os

homens e forma a congregação ou

ekklesia. Isto tona a Palavra de

Deus e a Igreja inseparáveis.

Outras tendências surgiram a partir das interpretaçõesde Bultmann com o acento na linguagem. Aproclamação cristã, segundo esta concepção, pode serentendida como um acontecimento linguístico em queo corpo de Cristo se constitui e congrega.

Page 32: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

1 – Quais os

vínculos de união?

3 – Qual a meta ou

objetivo da Igreja?

2 – Quais os

beneficiários?

Os vínculos primários deste enfoque é a fé; e a févista como uma resposta ao Evangelho, quer dizer,a proclamação do acontecimento-Cristo. Ossacramentos e a instituição são consideradossecundários em relação à Palavra.

São os que ouvem a Palavra de Deus epõem a sua fé em Jesus, Senhor eSalvador.

É proclamar a mensagem, nãonecessariamente produzir a conversão(só Deus pode fazer), mas simevangelizar todas as nações.

Page 33: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

VANTAGENS DESTE MODELO LIMITAÇÕES DESTE MODELO

- possui bom fundamento

bíblico na tradição profética

do AT e em Paulo;

- possibilita a Igreja um claro

sentido da Identidade e

missão, especialmente a

Igreja local;

- conduz a uma

espiritualidade que se

centraliza na soberania de

Deus e na infinita distância

do homem em relação a ele;

- não basta apenas proferir a

Palavra de Deus afinal o

verbo se tornou carne; - pode cair na negação da

encarnação do Verbo;- a Igreja parece dissolver-se

numa série de

acontecimentos totalmente

desconexos. O institucional

deve caminhar junto com a

compreensão bíblica; - o magistério da igreja é enriquecido pela palavra, mas também está revestido de autoridade para interpretar a mesma;

Page 34: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

A partir do Vaticano II

LumenGentium

a Igreja deve ser considerada parte da família

humana total, compartilhando dos mesmos

interesses que o resto dos homens. A mesma

constituição n. 3 fala que da mesma forma que

Cristo veio ao mundo não para ser servido e

sim para servir, a Igreja procura servir ao

mundo fomentando a fraternidade de todos os

homens. Também é tratado no n. 9.

Page 35: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

pode chamar-se “secular-

dialógico”: secular, porque a

Igreja assume o mundo como

lugar teológico; diálogo,

porque busca operar na

fronteira entre o mundo

contemporâneo e aa tradição

cristã.

A melhor imagem de Igreja que se harmoniza com esta atitude é a de Serva. Jesus é o modelo

do verdadeiro sentido de ser servo.

Page 36: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

A partir deste modelo de Igreja as assembleias

episcopais começaram a aprofundar ainda mais

esta realidade dando respostas práticas a serviços

urgentes. Contudo, a Igreja teve muitas resistência

a estas novas compreensões teológicas.

É a Igreja-Serva a comunidade que confirma a

humanidade na sua liberdade de forjar o seu futuro,

e contesta as pretensões do definitivo em quaisquer

estruturas humanas e sofre com os homens na luta

contra as forças do mal (p. 105)

Page 37: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

1 – Quais os

vínculos de união?

3 – Qual a meta ou

objetivo da Igreja?

2 – Quais os

beneficiários?

são menos tradicionais, mas de mútuafraternidade que brota entre os que ingressamno serviço cristão em prol do mundo.

Não são exclusivamente, ou sequerpreferencialmente, os membros da própria Igreja.São todos esses irmãos e irmãs de boa vontadeespalhados pelo mundo inteiro.

É ser auxílio a todos os homens onde querque estejam. “A competência especial daIgreja é manter viva nos homens aesperança do reino de Deus e suaaspiração por ele.” Dulles, p.108

Page 38: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

VANTAGENS DESTE MODELO LIMITAÇÕES DESTE MODELO

- este modelo deu mais

abertura para a relação da

Igreja com o mundo;

- oferece ao mundo a fé em

Cristo, a esperança na vinda

final do reino de Deus, e o

compromisso com os valores

da paz, da justiça, e da

fraternidade humana, todos

eles temas bíblicos

dominantes;

- procura motivar os homens,

como nada mais talvez, a

empregarem o seu poder para

servir;

- carência de fundamento

bíblico direto; - o termo servo contém

certas ambiguidades:

trabalho feito sob ordem;

trabalho dirigido mais ao

bem dos outros do que à

própria do trabalhador; e

trabalho que é humilde e

degradante (servil). - pode ocorrer no erro de usar das diretrizes evangélicas relativas à humildade e ao sacrifício somente aos indivíduos e não à Igreja como tal.

Page 39: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

1-Modelos de Igreja Institucional ou tradicional

2 – Modelo de Igreja sacramento/comunhão

3 – Modelo de Igreja servidora da libertação integral

Cipolini

Page 40: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Cipolini

Ele parte da compreensão da Igreja como

sociedade perfeita e insiste na visibilidade e nas

estruturas da Igreja. Dá mais destaque as

estruturas visíveis do que as pessoas. A partir do

séc. XI, com a reforma gregoriana, surgem um

surto institucionalista que toma conta da Igreja.

Page 41: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

SÉRIOS PROBLEMAS clericalismo

juridicismo

triunfalismo

Na perspectiva de nosso autor,“este modelo de Igreja gira aoredor do eixo:autoridade/obediência.” p. 833.Se pode concluir que oinstitucional-hierárquicoobscureceu quase totalmente omistério nela contido.Atualmente é ultrapassadoalimentar um modelo de Igrejaque enfatize tanto o ladoestrutural.

Page 42: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

ANÁLISE REFERENCIAL DE ARTICULAÇÃO ECLESIAL

Modelo de sociedade: sociedade hierárquica ou

monárquica;

Ideologia: autoritária, posição política conservadora.

Estrutura: paróquias tradicionais;

Metodologia: educação “bancária” parte da doutrina,

cria subordinação e leva à passividade;

Relações Internas: centralismo no padre, clero dono do

sagrado e leigo freguês;

Linha pastoral: sacramentalista, teologia dos manuais;

Liturgia: ritos prefixados na língua Latina;

Leitura da Bíblia: fundamentalista;

Missão: cruzada e conquista;

Espiritualidade: individualista;

Moral: moral privada;

Page 43: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Cipolini

Usa do conceito de Igreja comunhão que se

harmoniza com imagens Bíblicas como: Povo de

Deus e Corpo de Cristo. Também é sustentado

por teólogos como organismo sobrenatural,

vivificado pelo Espírito Santo.

A Igreja é o sinal da graça redentora de Cristoencarnado em todas as culturas. Este modelo restituia Igreja como mistério. Também resgata a suacorrespondência com a Trindade. Além disso, estemodelo tenta privilegiar a pessoa sobre a estrutura, oque representa um avanço em comparação com omodelo anterior.

Page 44: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

“Este modelo pode levar a um excesso de

entusiasmo na busca de experiências religiosas, ou

de relações vivas e familiares, ou ainda pode levar

a uma autocontemplação paralisante. É o que

muitas vezes tem acontecido com muitos

“movimento” surgidos no pós –concílio.” Cipolini, p.

835

O autor acentua que com o Concílioaconteceu uma kenose, isto é,descentralização expressa nacolegialidade, diálogo, co-responsabilidade esubsidiariedade. (Schillebeeckx )

A igreja agora está aberta ao

diálogo com o mundo, com

as culturas em vista da

missão em favor do Reino.

Page 45: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

ANÁLISE REFERENCIAL DE ARTICULAÇÃO ECLESIAL

Modelo de sociedade: sociedade liberal que pode cair no

individualismo;

Ideologia: reformista e o posicionamento social em defesa

dos direitos humanos;

Estrutura: paróquia renovada;

Metodologia: usa vários modelos modernos que parte da

realidade terrestre em vista de melhorias;

Relações Internas: característica paternalista: o padre é o

líder e o fiel colaborador;

Linha pastoral: renovada e progressista;

Liturgia: celebrações emocionais;

Leitura da Bíblia: influencia do método histórico crítico;

Missão: encarnacional de fermento na massa;

Espiritualidade: comunitária, encontros e “movimento”;

Moral: interpessoal que busca uma sociedade comunitária;

Page 46: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

MODELO DE IGREJA SERVIDORA – DA LIBERTAÇÃO INTEGRAL

Ponto de Partida

O ponto de partida deste modelo é a Igrejaservidora da humanidade, já destacada eenfatizada no Concílio Vaticano II.

Na GS 76 destaca estar a Igreja a serviço da vocação pessoal e

social das pessoas.

GS 42 bem servir a todos.

O vaticano II neste contexto é tomado

como plataforma de lançamento.

Page 47: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

“Assim, a Igreja não deve ser em primeiro lugar

uma instituição perfeitamente estruturada, lugar

de proclamação confessional ou de celebração

cultual. Deve ser, sim, em primeiro lugar, o Povo

de Deus convocado para viver em comunhão,

capaz de viver a fé e discernir a promessa de

Deus, sua aliança e sua sentença atuante no meio

de nós.” P. 837

CONFERÊNCIAS EPISCOPAIS

tem um papel importantíssimo, pois ela vai ser concebida como acontecimento salvífico

a partir do pobre e do pecador, mais que acontecimento institucional

Page 48: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

FORÇA PROPULSORA

Amparados no pensamento de

Comblin

que a Igreja não nasce de cima para baixo,mas de baixo para cima a partir de grupos debase. Também não nasce da vontadeimperiosa do poder do mais forte. Entretanto,nasce a partir de uma comunhão que unepessoas em comunidades.

Page 49: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

É um modelo de Igreja quese aproxima muito da Igrejados primeiros tempos.Volta-se para o pobre, órfão,viúva e pecador e procuraser fiel ao carátercarismático e profético. “Oevangelho é pregado comoBoa nova e não comoDoutrina.” (838).

As principais característicasdeste modelo caraterizadapelo autor são: dimensãocomunitária, centrada naPalavra, compromisso com aJustiça, opção pelosempobrecido, organizaçãoministerial de comunhão eparticipação. Além disso,acentua a compaixão, amisericórdia, como atributomaior.

Page 50: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

ANÁLISE REFERENCIAL DE ARTICULAÇÃO ECLESIAL

Modelo de sociedade: sociedade socializada, solidária.

Ideologia: democrática.

Estrutura: a pequena comunidade (CEBs).

Metodologia: pedagogia do oprimido para criar autonomia

e levar ao compromisso.

Relações Internas: co-responsabilidade do clero e do

leigo.

Linha pastoral: evangelização libertadora; Modelos

Medellín.

Liturgia: celebrar a fé e a vida.

Leitura da Bíblia: narrativa libertadora.

Missão: servidora do reino.

Espiritualidade: encarnada na vida e a santidade é

pessoal e comunitária.

Moral: valores do reino pela vida e pelo bem comum.

Page 51: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Latinoamericana

Eclesiologia

Page 52: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Histórica Conceitual

Poderíamospartir da Históriada evangelizaçãoidentificando ascaracterísticaseclesiológicasque formaram aeclesiologialatinoamericana

Poderíamos partir doVaticano II e depois as 5Conferências episcopais.A redescobertapneumatológica, oconceito de pobre e ateologia da Libertação.

Page 53: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Dois caminhos da evangelização na AL

Catequese Devoções

Page 54: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Catequese

Esteve entregue àsordens religiosas,aos missionários.

No caso dos protestantes foi entregue a missionários de Casas de Missão.

Devoções

As devoções faziam parte do imaginário religioso dos portugueses, espanhóis, holandeses, franceses e ingleses que vieram pra cá.

Os protestantes optaram pelo culto doméstico, leitura da Bíblia, livros de oração, cânticos.

Dherer

Page 55: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Catequese Devoções Conclusão

Construções de igrejas, conventos, catedrais, colégios, seminários.

Capelas, ermidas. Algumas áreas da AL são

frutos exclusivo de devoções.

Page 56: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

Abordagem a partir do Vaticano II

Vaticano II

Os movimentos de renovação dos séc. XIX e XX já haviam tentado nova atualização e integração das tradições bíblicas, patrísticas, litúrgicas, e ecumênicas, foram acolhidas oficialmente pela Igreja.

A autocompreensãoda Igreja volta a ser Povo de Deus. Com isso, a Igreja se projeta pra frente, redescobrindo as Igrejas locais e o força do Espírito Santo que promove a Igreja Comunhão.

WIEDENHOFER

Page 57: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

“A caminhada da Igreja Latino-americana rumo a

uma abrangente práxis de fé libertadora mostra

que a Igreja somente volta adquirir a sua

identidade como povo de Deus na medida em que

ela se torna “Igreja do povo” ou “Igreja dos

pobres”, isto é, quando o povo oprimido deixa de

ser mero objeto da atenção eclesiástica, mas

passa a ser ele próprio sujeito histórico da fé

libertadora” (WIEDENHOFER, 2002, p. 85).

Page 58: A igreja Católica e seus Modelos e a Eclesiologia Latino Americana

2- ECLESIOLOGIA LATINOAMERICANA

Efeitos principais Concílio Vaticano II

Hermenêutica teológica

O pluralismo e a regionalização da

teologia

NA AMÉRICA LATINA, O CONCÍLIO NÃO FUNCIONOU APENAS COMO PONTO DE CHEGADA, MAS TAMBÉM COMO PONTO DE PARTIDA DE UMA

NOVA CONSCIÊNCIA DE SER IGREJA “ (CIPOLINI, 2007, P.84).

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3 - A ESPIRITUALIDADE DA LIBERTAÇÃO VEM ANTES DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

Espírito Santo Como princípio de liberdade na Igreja e no mundo.

Liberdade

Manifestada no Amor-serviço Fundada na

espiritualidade da libertação

A partir disso irá surgir a Teologia da Libertação

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Quer servir as pessoas

Na realidade a qual estão inseridas

Evangelização Libertadora

Promoção humana

Na AL será o ser humano pobre, já

que a pobreza era a condição da maioria

da população

“A fé em Deus deve levar a eliminar a fome de pão” (J.

Paulo II).

Igreja servidora

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4- IGREJA DO TERCEIRO MUNDO

Igreja que não pode ser considerada como filial ou comoproduto da exportação da Igreja da Europa, mas umaIgreja com perfil próprio, própria linguagem, cultura,produção espiritual e religiosa a serviço da transmissãodo Evangelho (CIPILINI, 2007, p. 87)

Não porque está fundamentada no

Concílio Vaticano II.

Teve duas funções: 1- legitimar a renovação da Igreja já em Curso.

2- permitir uma recepção criativa do Concílio a partir da perspectiva dos pobres.

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Subsídio preparatório à V Conferência do Episcopado Latino-Americano

1. As quatro conferências-gerais do Episcopado Latino-Americano e do Caribe marcaram a Igreja na América Latina, dando-lhe um rosto muito próprio e bem definido.

2. A primeira dessas conferências realizou-se no Rio de Janeiro de 25 de julho a 4 de agosto de 1955. Encontramo-nos numa fase pré-conciliar. As preocupações maiores dessas conferências foram os problemas da Igreja ad intra: a escassez de sacerdotes; a ignorância religiosa do povo; as missões entre os infiéis.

3. A II Conferência-Geral do Episcopado Latino-Americano realizou-se em Medellín (Colômbia) de 26 de agosto a 4 de setembro de 1968. Essa conferência deu-nos 16 documentos. Constitui uma releitura do Vaticano II para a América Latina e o Caribe.

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3. A II Conferência-Geral do Episcopado Latino-Americano realizou-se em Medellín (Colômbia) de 26 de agosto a 4 de setembro de 1968. Essa conferência deu-nos 16 documentos. Constitui uma releitura do Vaticano II para a América Latina e o Caribe.

4. A III Conferência-Geral do Episcopado Latino-Americano realizou-se em Puebla de Los Angeles (México) de 27 de janeiro a 13 de fevereiro de 1979. Situa-se numa linha de continuidade com Medellín. Base de toda a reflexão foi a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi de Paulo VI de 8 de dezembro de 1975. Como Medellín foi uma releitura do Vaticano II para a América Latina e o Caribe, assim Puebla foi uma releitura da EvangelliNuntiandi.

5. A IV Conferência-Geral do Episcopado Latino-Americano realizou-se em Santo Domingo (República Dominicana) de 12 a 28 de outubro de 1992.

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5- IGREJA A PARTIR DE MEDELLÍN

Traçou 5 Linhas

Opção preferencial pelo pobres contra a pobreza

Libertação integral

As comunidades eclesiais de base

Defesa dos direitos Humanos

Opção pelos Jovens

‘’Em todos esses projetos transparece

a ação transformadora do E. Santo na realidade,

infundindo liberdade e ação concreta em

favor da vida. A ação dos pobres e oprimidos é

extraordinária’’.

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Características gerais de Medellín

A característica de Medellín é marcada pela situação de um mundo subumano.

A visão do Vaticano II foi uma visão otimista e a palavra-chave era desenvolvimento, como fica claro na Carta Encíclica de Paulo VI Populorum Progressio: o desenvolvimento individual e solidário da humanidade.

Em Medellín, a teologia dodesenvolvimento e da promoçãohumana cede lugar à teologia epastoral da libertação. É a descobertado sub-mundo dos pobres, dos paísespobres, que é a maioria dahumanidade, e pobres devido a umasituação de dependência opressoraque gera injustiça. Impõem-se com aconversão da criatura humana àsmudanças estruturais.

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6 - IGREJA A PARTIR DE PUEBLA

Qual era a situação da Igreja

Era uma situação conflitiva.

Apesar disso, ela fez avançar a reflexãoeclesiológica latino-ameericana propondouma IGREJA DE COMUNHÃO (JESUSCRISTO) E PARTICIPAÇÃO (E. SANTO),comunhão no mistério cristão reveladoJesus e participação neste mistérios peloimpulso do E. Santo.

O desafio maior vinhada realidade socialpolítico-econômica,por isso, foi precisoarticularteologicamente fé evida, evangelização epromoção humana,evangelização e R. deDeus.

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Libertação evangelizadora

Puebla é vista mais tarde em Puebla em dois

elementos complementares e inseparáveis:

1- A libertação de todasas servidões do pecadopessoal e social, de tudoo que afasta o serhumano e a sociedade etem sua fonte noegoísmo, no ministério dainiquidade;

2- A libertação para ocrescimento progressivo noser, pela comunhão com Deuse com os homens, que culminana perfeita comunhão do céu,onde Deus é tudo para todos enão haverá mais lágrima (cf.Puebla, 482).

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OS GRANDES QUESTIONAMENTOS DE PUEBLA

Quais as opções pastorais fundamentaispara que o evangelho seja umacontecimento atual e presente comtoda a sua vitalidade e força original?

Qual o mundo que a Igreja deve evangelizar?

Com que mundo a Igreja, em nome do evangelho, se deve comprometer?

Em outras palavras,como atuarpastoralmente naAmérica Latina emtotal fidelidade aoevangelho?

Quais os critérios e as linhas de uma verdadeira e autêntica evangelização para a América Latina?

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A PARTE MAIS IMPORTANTE DO DOCUMENTO DE PUEBLAÉ A IV PARTE, EM QUE, ALÉM DA OPÇÃO PREFERENCIALPELOS POBRES, DA OPÇÃO PREFERENCIAL PELOS JOVENS EDA AÇÃO DA IGREJA JUNTO AOS CONSTRUTORES DASOCIEDADE PLURALISTA NA AMÉRICA LATINA, SE TRATA DEMODO MUITO ESPECIAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAISDO SER HUMANO, DOS DIREITOS INDIVIDUAIS, DOSDIREITOS SOCIAIS E DOS DIREITOS EMERGENTES, SENDOARROLADOS TAMBÉM ALGUNS DIREITOS DE ÍNDOLEINTERNACIONAL.

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7 - IGREJA A PARTIR DE SANTO DOMINGO

Palavra-chave

Santo Domingo, em continuidade comMedellín e Puebla, significou um novopasso. Se em Medellín a palavra-chave eralibertação, em Puebla, comunhão eparticipação, em Santo Domingo erainculturação.

Nas diferentes culturas latino-americanas e caribenhas começa aimpor-se nova cultura. É a cultura presente nos meios decomunicação social, na mentalidade fortemente reinante noespírito urbano-industrial, e que perpassa todas as camadas dasociedade. Tal cultura não é fácil de definir, mas caracteriza-sepor um espírito técnico-científico.

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Documento de Santo Domingo

Como saiu? Muito confuso. Não houve tempo de dar-lheuma redação final coerente. Como parte principaldesse documento ficaram as linhas prioritárias depastoral, colocadas ao final no documento.Houve um compromisso para trabalhar em:

uma nova evangelização dos povos latino-americanos e caribenhos;

uma evangelização inculturada;

uma promoção integral desses povos;

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8 - CONCEITOS BÁSICOS DA ECLESIOLOGIA LATINOAMERICANA

“A partir dessa experiência realizada em meio aos pobres, aIgreja latino-americana adquiriu certas características quenos possibilitam afirmar que é uma Igreja que nasce doEspírito no meio dos pobres, inscrevendo-se na grandetradição espiritual e eclesial que remonta ao tempo deJesus e dos apóstolos” (CIPOLINI, 2007, p. 92).

Desemboca numa Igreja dos pobres,

da libertação, das CEBs, da leitura

popular e militante da escritura, das

celebrações litúrgicas populares, do

martírio.

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Sacramento da salvação

Sacramentalidade

Deriva do Mistério. A visão demistério une as várias dimensões darealidade da Igreja, aquela social ehistórica com a espiritual etranscendente.

“Na Igreja Latino-americana, a salvação não pode seranunciada somente como “salvação das almas” em desprezopelo corpo. Deve ser uma salvação que resgata o sentidoevangélico de salvação a partir da pregação de Jesus Cristo, ésalvação integral, com uma dimensão histórica, social epolítica, que se consumará, no entanto, de formametahistórica” (CIPILINI, 2007, p. 93).

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Evangelizadora: reino e profetismo

Missão da Igreja Anunciar o evangelho

Não existe para si mesma

Evangelização libertadora

Anunciar com palavras e atos em favor da justiça do reino

Síntese entre fé,

justiça e testemunho

Profetismo

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Igreja dos pobres

Porquê? Em meio a uma situação de exclusão epobreza, toma-se consciência de que oproblema dos pobres é o problema teológicopor excelência, já que o verbo que se fezcarne, se fez também pobre.

Se fundamenta no conceito de Povo de

Deus

Se fundamenta na fidelidade a Jesus de

Nazaré

Igreja dos pobre e Igreja pobre no seguimento de Jesus.

Pequenas comunidade

Espírito Santo

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Comunidade: comunidade eclesiais de base

Objetiva Teologia da Libertação Comunidade

eclesiais de Base

São caracterizadas

como eclesiologia ascendente

Justificativa no C, Vaticano II na LG n. 26

São pequenas comunidadefundamentadas na fé eclesial:batismo e eucaristia. Se fortalecemouvindo a Palavra de Deus, a féligada a vida, a co-responsabilidade, os ministérios,os trabalhos comunitários, asolidariedade, com os fracos,marginalizados, e oprimidos,comunhão e partilha.

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9 - IDENTIDADE DA IGREJA NA ECLESIOLOGIA LATINOAMERICANA

Unidade

Santidade

Parte de uma análise do Creio

Da Igreja procede da unidade de Cristo(1Cor,12,13). Unidade não apenas depensamentos e de orações, mas tambémunidade de bens materiais na partilha comofruto da Justiça. A partida da Eucaristia seuma comunidade tem e outra não, não háunidade (1Cor, 11,20-22).

A Igreja é Santa porque Jesus está nela e ela emJesus, união operada pelo Espírito Sanificador(1Cor 6,11). Ela é santa e pecadora, mas que sesalva mediante o espírito. A santidade é ajustiça de Deus imperando no mundo, éempenho em favor da vida, supremacia doamor e o mundo mais justo e solidário.

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Catolicidade

Apostolicidade

Só é possível pela força do Espírito Santo, porquesó assim sua missão não se torna dominação. AIgreja como universal não pode tomar partido, anão ser o partido de Deus, que é a causa dospobre e oprimidos. Quando se opta pelos pobresnão se está excluindo ninguém, pois a partir dacausa do pobre, a Igreja descobre seu caráteruniversal e particular: se a causa é justiça, é justapara todos.

Da Igreja não se limita à consideração da sucessãoapostólica, mas ultrapassa este argumento, queserá sempre válido. A Igreja é apostólica porquefundada no testemunho evangélico dos apóstoloscom referencias no seu agir. São testemunhas daressureição onde Deus faz justiça ao condenadoinjustamente.

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CONCLUSÃO

Impulsionada pelo Vaticano II

IGREJA DA AMERICALATINA

Se colocar a serviço do ser humano;

Do pobre procurando viver a santidade, amor e justiça;

Serviço do reino de Deus no Mundo;

Crítica da religião como alienação;

Opção pelo pobre e contra a pobreza;

Credibilidade do evangelho;

Comunidade críticas e militantes; Comunidade eclesiais

de base;

Atuação do Espírito libertados na história;Comunhão, partilha,

inclusão;

Igreja com missão religiosa e humana;