a importância da motivação dos recursos humanos para a ... · o meu agradecimento vai...
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Universidade Jean Piaget de Cabo Verde
Campus Universitário da Cidade da Praia
Caixa Postal 775, Palmarejo Grande
Cidade da Praia, Santiago
Cabo Verde
20.6.13
Elizandra Helena Mendes Moreira
A importância da Motivação dos Recursos Humanos para a garantia de uma maior
Produtividade
Estudo comparativo entre as Empresas Pública, Privada e de Capital Mista
Estudo comparativo entre as Empresas Pública, Privada e de Capital Mista
Universidade Jean Piaget de Cabo Verde
Campus Universitário da Cidade da Praia
Caixa Postal 775, Palmarejo Grande
Cidade da Praia, Santiago
Cabo Verde
20.6.13
Elizandra Helena Mendes Moreira
Elizandra Helena Mendes Moreira
Elizandra Helena Mendes Moreira
Elizandra Helena Mendes Moreira
Elizandra Helena Mendes Moreira
Elizandra Helena Mendes Moreira
A importância da Motivação dos Recursos Humanos para a garantia de uma
maior Produtividade
Estudo comparativo entre as Empresas Pública, Privada e de Capital Mista
omparativo entre as Empresas Pública, Privada e de Capital Mista A importância da Motivação dos Recursos Humanos para a garantia de uma
maior Produtividade
Estudo comparativo entre as Empresas Pública, Privada e de Capital Mista
Elizandra Helena Mendes Moreira, autora da
monografia intitulada “A importância da motivação dos Recursos Humanos para a garantia
de uma maior produtividade. Estudo comparativo
entre as empresas Pública, Privada e de Capital Mista”, declara que, salvo fontes devidamente
citadas e referidas, o presente documento é fruto
do meu trabalho pessoal, individual e original.
Cidade da Praia ao 11 de Março de 2013
Elizandra Helena Mendes Moreira
Memória Monográfica apresentada à
Universidade Jean Piaget de Cabo Verde como
parte dos requisitos para a obtenção do grau de Licenciatura em Serviço Social.
Sumário
Para enfrentar os desafios com que se deparam atualmente, as empresas deverão apostar mais
nos seus trabalhadores, e principalmente, preocupar-se em criar estímulos, de forma a motivá-
los para que possam alcançar os seus objectivos, como também os objectivos pessoais de cada
trabalhador. Pois pensar apenas em obter o lucro e a produtividade, não incrementando
políticas de benefícios sociais como prática que privilegia os recursos humanos, certamente
não será uma boa opção e o caminho mais indicado para o alcance das suas metas.
A atribuição de benefícios sociais aos trabalhadores, esta a obter cada vez mais importância
no seio das empresas. Esta a tornar-se cada vez mais crucial para qualquer empresa, a
elaboração de políticas benefícios sociais dadas as melhorias verificadas no modo de entrega
no trabalho e, consequentemente conduz a um aumento de produtividade.
Existem diversos tipos de benefícios sociais atribuídos, tendo como objectivo, o aumento do
grau de motivação dos trabalhadores, sendo que, de acordo com as pretensões, as empresas
podem adoptar os benefícios sociais que mais se adequam as necessidades dos seus
trabalhadores e a sua condição económica e financeira.
As políticas de benefícios sociais como um instrumento de motivação dos trabalhadores é
actualmente muito utilizado nas empresas, que utilizam estilos de gestão modernos e
orientados para a estratégia. Neste sentido, pretende-se ilustrar os tipos de benefícios sociais
existentes nas empresas e a sua relação directa na motivação dos trabalhadores,
particularmente em três empresas Cabo-verdiana em estudo.
Em termos metodológicos, recorreu-se ao método da pesquisa bibliográfica, ao estudo de caso
nas empresas IFH, Tecnicil Industria e a Caixa Económica de Cabo Verde, à aplicação de
questionário aos trabalhadores das três empresas e à entrevista feitas com os responsáveis
pelo Departamento de Recurso Humano nas referidas empresas.
Palavras-chave: Benefícios Sociais, Motivação, Produtividade, Recursos Humanos e
Empresa.
Agradecimentos
A realização desta memória foi possível graças à colaboração e ao apoio de pessoas e
instituições que não poderia deixar de referir, e aos quais quero prestar o meu reconhecimento
e gratidão.
O meu agradecimento vai primeiramente a Deus, senhor de tudo que me concedeu a
oportunidade de chegar a este patamar, com confiança de poder ir ainda muito mais
além.
A minha filha Anielly Brandão pelo tempo roubado para a realização desta memoria e
ao Anilton Brandão pelo amor incondicional, pela compreensão e cumplicidade
durante todo este tempo.
A minha família, na pessoa da minha mãe pelo amparo, coragem e exemplo de luta
para o alcance desta etapa, de facto sem ti nada existiria.
Ao Mestre Marilena Baessa, docente da Universidade Jean Piaget de Cabo Verde, por
ter aceitado a orientação deste trabalho, dando incondicionalmente toda o sua
orientação, pacientemente a largos meses de desenvolvimento do presente trabalho.
Aos trabalhadores da IFH, Tecnicil Indústria e Caixa Económica de Cabo Verde em
especial aos directores das três empresas que se disponibilizaram a contribuir para a
realização desta memória.
E por último mas não menos importantes aos colegas do curso de Serviço Social na
Universidade Jean Piaget de Cabo Verde que me motivaram e apoiaram na realização
deste trabalho.
Agradeço a todos os que possam não estar aqui mencionados, mas cujo contributo foi
importante para a consolidação do meu percurso académico.
A todos, o meu eterno agradecimento.
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Índice
Índice ..................................................................................................................................... 9
Tabelas ............................................................................................................................... 11
Figuras ................................................................................................................................ 12
Abreviaturas....................................................................................................................... 13
Introdução .......................................................................................................................... 14
I. Pergunta de partida ................................................................................................ 16
II. Objetivos ................................................................................................................. 16
a) Objetivo geral ......................................................................................................... 17
b) Objetivos específicos ............................................................................................... 17
III. Hipóteses ................................................................................................................. 17
IV. Estrutura de trabalho ............................................................................................. 18
Capítulo 1: Fundamentação Teórica e Metodológica ................................................... 20
1.1 Definição dos conceitos ........................................................................................... 20
1.2 Fundamentação Teórica ......................................................................................... 23
1.2.1 Evolução histórica do departamento de Recursos Humanos nas empresas ......... 28
1.2.2 Teorias motivacionais ............................................................................................. 32
1.2.2.1 Teoria X e teoria Y de McGregor ............................................................... 32
1.2.2.2 Teoria das necessidades de Vroom ............................................................. 34
1.2.3 A intervenção do Serviço Social nas empresas ...................................................... 35
1.2.3.1 Percurso histórico de Serviço Social nas empresas ..................................... 35
1.2.3.2 O papel do Assistente Social no departamento de Recursos Humanos na
empresa ............................................................................................................................... 38
1.3 Fundamentação Metodológica ............................................................................... 43
1.3.1 Instrumentos de recolha de informação/ dados .................................................... 44
Capítulo 2: Empresa pública, privado e de capital misto- Estudo de caso na IFH,
Tecnicil Indústria e CECV ................................................................................................ 48
2.1 Definições das diferentes empresas ........................................................................ 48
2.2 Características e particularidades das empresas em estudo ................................. 49
2.2.1 Imobiliária Fundiária e Habitat, SA. ......................................................... 49
2.2.2 Tecnicil Indústria ........................................................................................ 52
2.2.3 Caixa Económica de Cabo Verde ............................................................... 54
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2.3 Características do departamento dos Recursos Humanos das empresas em estudo
… ............................................................................................................................. 56
2.4 O modelo de gestão dos Recursos Humanos nas empresas IFH, CECV e Tecnicil
Indústria ............................................................................................................................. 62
2.5 A atribuição de benefícios sociais como factor motivador para o alcance da
produtividade funcional ..................................................................................................... 66
2.5.1 Apresentação dos direitos e garantias assegurados aos trabalhadores pela
Constituição da República e pelo Código Laboral Cabo-verdiano .................................. 66
2.5.2 Tipos de benefícios sociais atribuídos nas IFH, Tecnicil Indústria e CECV ....... 70
Capítulo 3: Apresentação e análise dos dados do caso práticos recolhidos nas
empresas em estudos .......................................................................................................... 78
3.1 Síntese e comentários das informações recolhidas nas entrevistas aplicadas nas
empresas em estudos .......................................................................................................... 78
3.2 Síntese e comentário dos dados recolhidos nos questionários aplicados aos
sujeitos da pesquisa ............................................................................................................ 84
3.2.1 Caracterização da amostra ......................................................................... 84
Conclusão ........................................................................................................................... 93
Anexo ................................................................................................................................ 101
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Tabelas
Tabela 1: Quadro de cargo ................................................................................................... 86
Tabela 2: Quantidade de trabalhadores motivados nas empresas ........................................... 89
Tabela 3: Benefícios sociais como base da motivação. ......................................................... 90
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Figuras
Figura 1 Organigrama de IFH .............................................................................................. 51
Figura 2: Organigrama da Tecnicil Indústria ........................................................................ 53
Figura 3: Organigrama da CECV ......................................................................................... 55
Figura 4: Organigrama do departamento de RH da IFH ........................................................ 58
Figura 5: Organigrama do sector de Serviço de Pessoal da TI............................................... 59
Figura 6: Organigrama do departamento de RH da CECV .................................................... 60
Figura 7: Gráfico de sexo ..................................................................................................... 85
Figura 8: Gráfico Idade ........................................................................................................ 85
Figura 9: Gráfico Tempo de trabalho .................................................................................... 87
Figura 10: Gráfico Existência de benefícios sociais .............................................................. 88
Figura 11: Gráfico Quantidade de benefícios sociais existente nas empresas ........................ 89
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Abreviaturas
AP: Administração do Pessoal
ARH: Administração dos Recursos Humanos
CA: Conselho de Administração
CE: Conselho Executivo
CECV: Caixa Económica de Cabo Verde
CL: Código Laboral
CM: Capital Misto
E.U.A: Estados Unidos América
GRH: Gestão de Recursos Humanos
IFH: Imobiliária Fundiária e Habitat, SA
NCR: National Corporate Research, corporation
PCA Presidente do Conselho Administração
RH: Recursos Humanos
TI: Tecnicil Indústria
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Introdução
A garantia da produtividade empresarial é uma das condições indispensável para o bom
funcionamento da empresa e senão para garantir a sua sustentabilidade. As empresas
geralmente se mantém dependendo do resultado da relação entre o custo da produção e o
lucro alcançado, e para isso é necessário ter pessoas preparadas e motivados para garantir esse
lucro, e tendo- o assegurado certamente haverá satisfação quer da empresa como também do
próprio trabalhador, que se sente coautora desta conquista.
Caso, numa empresa os trabalhadores não estejam motivados para a prática das suas funções e
não se empenharem em alcançar os objectivos traçados pela entidade patronal, há
probabilidade de não contribuírem para o alcance desses objectivos e comprometerem a
obtenção da produtividade empresarial.
E podemos ainda ter outra situação, em que temos as empresas que possuem poucos recursos
físicos para a garantia de um lucro suficiente, ou mesmo ter pouco recurso humano e ainda
sim adquirir uma maior produtividade do que era previsto, isso dado ao facto de que o pouco
recurso humano que possui é motivado e empenhado em garantir uma produtividade
satisfatória para a empresa mesmo tendo poucos recursos físicos.
A satisfação ou não dos trabalhadores muitas vezes depende do ponto de vista individual e
acontece de forma diferenciada nos diversos trabalhadores dentro de uma mesma empresa, e
isto pode causar dificuldades na delineação das políticas de benefícios sociais que abrange a
todos, fazendo com que muitas vezes seja difícil a elaboração e implementação dessas
políticas.
Embora esta implementação de políticas de benefícios sociais acaba sempre sendo uma
estratégia de motivação das empresas para com os seus trabalhadores. Acabando sempre
sendo uma tática de jogo da empresa, para ter trabalhadores motivados e satisfeitos que
possam garantir o alcance de máxima produtividade.
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Ao longo desses anos de aulas ministradas na universidade Jean Piaget surgiu vários temas,
despertando assim curiosidades sobre assuntos que no futuro serviria como tema de uma
pesquisa que no caso seria trabalho de conclusão do curso, a memória. Mas no terceiro ano
uma disciplina denominada de Serviço Social do Trabalho na Empresa conseguiu despertar,
definitivamente, este interesse maior e fazendo assim, justificar hoje a nossa memória que se
debruçará sobre uma das temáticas tratadas na referida disciplina.
Por ser também um tema novo no curso Serviço Social, ministrada na universidade Jean
Piaget de Cabo Verde, implica assim, ser um estudo interessante que também poderá servir de
motivação para novos estudos e mais aprofundados no futuro, fazendo assim com que o
Serviço Social nas Empresas se torne em Cabo Verde, de facto um futuro campo de actuação
para os Assistentes Sociais.
É essa a curiosidade, saber e aprender como se elabora as políticas de benefícios sociais nas
empresas, e com que critério esses benefícios são garantidos e implementados pela empresa.
E com esse saber aprendido, analisar até que ponto a existência ou não de benefícios sociais
nas empresas podem ser considerados como factor motivador para o alcance de produtividade
funcional.
É nas empresas pública, privada e de capital misto que o nosso estudo incidirá sendo o IFH a
empresa pública em estudo, a Tecnicil representando as empresas privadas e a Caixa
Econômica de Cabo Verde, a empresa de capital misto, todas na cidade da Praia, Santiago/
Cabo Verde, empresas com diferentes tipos de gestão, sendo elas uma pública que é estatal,
nacional e da responsabilidade do governo, a segunda empresa denominada de privada, tem
uma gestão mais restrita, com a chefia de pessoas individuais e podendo até comparticipação
de empresas ou pessoas individuais estrangeiras e por fim uma empresa de economia mista,
não é totalmente publico e nem privado e sim com participações quer do estado como também
do privado.
Só referir “empresas”, seria vago falar do que queremos trabalhar, visto que as empresas têm
um campo de investigação vasto e tendo em conta o tema da memória, este estudo incidirá
nos departamentos dos Recursos Humanos das empresas em estudo para que detalhadamente
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possamos conhecer e analisar as políticas de benefícios sociais dessas empresas. É nos
Recursos Humanos da empresa que os assuntos de carris sociais são detalhadamente tratados,
por isso justifica essa delimitação, de forma a obtermos informações suficientes que justifique
a nossa pesquisa.
Escolheu- se falar das políticas de benefícios sociais, mais concretamente das políticas de
benefícios sociais das empresas IFH, Tecnicil Indústria e a Caixa Econômica de Cabo Verde,
para analisarmos como se elabora, implementa e se gere as referidas políticas nestas
empresas.
A motivação dos trabalhadores parece ser um factor que poderá ou não causar uma maior
produtividade nas empresas. Para que se sintam motivados, precisarão de incentivos que
provavelmente terá de ser uma tarefa da empresa as definir e implementar, podendo esta
motivação assumir diversas formas e esta memória abordará um que parece ter um carácter
motivador na empresa, que são as políticas de benefícios sociais.
Por mais avançadas que estejam as novas tecnologias as empresas, ainda precisa da mão- de-
obra humana, para contribuir no alcance da produtividade, por isso é- lhes necessário ter
trabalhadores motivados para o alcance dos objectivos traçados e por isso torna- se
indispensável pensar em algo que contribua para essa motivação.
I. Pergunta de partida
Tendo em consideração os pressupostos acima referidos, construímos uma pergunta de partida
para a nossa pesquisa, onde terminando as investigações, com os resultados conseguidos
responderemos a seguinte pergunta feita:
Qual a relação existente entre a motivação do trabalhador, a produtividade e satisfação da
Empresa?
II. Objetivos
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a) Objetivo geral
Foram traçados os objetivos da pesquisa com a finalidade de delinear os passos a serem
trilhadas, por isso temos um objetivo geral:
Analisar a relação existente entre as políticas de benefícios sociais, motivação dos
trabalhadores e a produtividade das empresas IFH, Tecnicil e da Caixa Econômica de Cabo
Verde.
b) Objetivos específicos
E para especificar as áreas de pesquisa foi também traçada alguns objectivos específicos, que
de uma forma eficaz certamente nos ajudará a trabalhar minuciosamente todos os pontos desta
memória, e são estas:
Descrever e analisar as políticas de benefícios sociais das referidas empresas;
Relacionar a existência de políticas de benefícios sociais das empresas em estudo e a
motivação dos trabalhadores;
Conhecer e descrever os diferentes tipos de departamentos de Recursos Humanos em
cabo verde a partir das empresas em estudo;
III. Hipóteses
Para delinear as pesquisas traçamos um conjunto de hipóteses, que são afirmações provisórias
da nossa pesquisa para contornar os nossos passos durante as pesquisas até a obtenção dos
resultados finais, e sendo assim foram essas as hipóteses levantadas:
H1- A existência de benefícios sociais influência no desempenho dos trabalhadores das
empresas, IFH, Tecnicil e da Caixa Econômica de Cabo Verde;
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H2- As empresas determinam as suas políticas de benefícios sociais tendo em conta as suas
produtividades;
H3- Há uma relação existente entre a motivação dos trabalhadores e a produtividade das
empresas.
IV. Estrutura de trabalho
Perante o tema em estudo e para que o trabalho possa ter uma sequência lógica e coerente,
para além da parte introdutória e conclusiva esta memória estará organizada em capítulos
apresentada na seguinte estrutura:
Introdução
São apresentadas a contextualização da problemática em estudo, a justificação da escolha do
tema, a indicação da pergunta de partida, a definição dos objectivos gerais e específicos, a
formulação das hipóteses e a estrutura do trabalho.
Fundamentação Teórica e Metodológica
São abordadas as principais definições e os conceitos relacionados com o tema em estudo.
Faz-se toda a sustentação teórica desta memória, incluindo o historial do departamento de
Recursos Humanos, aborda-se sobre algumas teorias motivacionais e é também apresentada e
fundamentada toda a metodologia que conduziu o trabalho neste capítulo.
Empresa pública, privada e de capital mista- estudo de caso na IFH, Tecnicil Indústria
e CECV
É neste ponto da memória que irá ser abordada todas as questões relacionadas as empresas em
estudo. Deste a definição das diferentes empresas, a sua caracterização e particularidade, a
caracterização dos departamentos de RH como o modelo de gestão em cada uma delas. Fala-
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se sobre a importância da presença do serviço na área estratégica da empresa, Entre outros
sub-pontos neste Capítulo tratada durante toda memória.
Apresentação dos resultados alcançados com a realização das entrevistas e com a
aplicação dos questionários, como forma de recolher os dados necessário e pertinente para
este estudo.
Conclusão
São descritas as conclusões extraídas das várias partes do trabalho assim como as sugestões e
recomendações finais deste trabalho.
Ainda, fazem parte desta memória os apêndices ou anexos.
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Capítulo 1: Fundamentação Teórica e Metodológica
É neste capítulo que vai ser apresentada todo o suporte teórico, com o intuito de criar uma
base eficaz, contendo uma quantidade suficiente de conteúdos capaz de sustentar toda a
memória como também é neste capítulo que iremos apresentar toda metodologia utilizada
para a sua realização.
1.1 Definição dos conceitos
Neste ponto iremos apresentar todos os conceitos necessários e pertinentes para a
compreensão da memória, trabalhados cuidadosamente para que da melhor forma defina os
conceitos chaves antes referidas, assim sendo comecemos por definir Benefícios sociais.
De entre as múltiplas definições de benefícios sociais encontradas, seleccionamos alguns que
pareceram ter uma maior sustentabilidade para definir benefícios socias dentro do contexto
em que trabalhamos. Segundo Serra (2008:2),
“Benefícios Sociais são aquelas facilidades, conveniências, vantagens
e serviços que as empresas oferecem aos seus empregados, no sentido
de poupar-lhes esforços e preocupação. Constituem meios
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indispensáveis na manutenção de força de trabalho dentro de um nível
satisfatório de moral e produtividade. É uma forma de remuneração
indireta. Seus itens mais importantes são: Assistência médico-
hospitalar, seguro de vida em grupo, alimentação etc”.
Acrescentando, Nunes (2009:63) afirma que para surtir efeitos positivos na vida dos
trabalhadores: “é importante que os benefícios sejam voltados às necessidades do trabalhador
e este, por sua vez, possa cumprir com qualidade as suas obrigações”.
Toda a acção pressupõe uma reacção, e não é diferente com os trabalhadores nas empresas,
porque caso estes se sentirem motivados com a atribuição de benefícios sociais,
provavelmente irão ter preocupação com o alcance dos objectivos da mesma, cumprindo e
realizando as suas tarefas da melhor forma possível. Claro que isso só poderá acontecer se as
políticas de benefícios sociais criadas pela empresa, vierem de facto a satisfazer as suas
necessidades e aumentar o grau de satisfação dos trabalhadores.
Motivação
De igual modo foram também seleccionadas duas definições da motivação, que acaba
caracterizando o indivíduo enquanto trabalhador.
Das definições escolhidas Chiavenato (1982:414), afirma que, “Motivo é tudo aquilo que
impulsiona a pessoa a agir de determinada forma isto é, tudo aquilo que dá origem a alguma
propensão a um comportamento específico”.
E por sua vez Montana (1999: 203) afirma que, motivação é o “processo de estimular um
indivíduo para que tome ações que irão preencher uma necessidade ou realizar uma meta
desejada”.
Parte- se do princípio de que qualquer trabalhador motivado produz mais e consequentemente
acaba por garantir maior satisfação a empresa. Por isso é necessário sempre que a empresa
tenha em vista o alcance da produtividade, pensar no contributo do trabalhador enquanto actor
activo desta conquista.
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Produtividade
Segundo a revista Portuguesa de Gestão, “Comportamento Organizacional” (1994:61- 63), a
produtividade: “é o resultado da interacção de um conjunto de determinantes organizacionais
e individuais. As determinantes organizacionais são: estratégia, estrutura, desenho de funções,
tipo de liderança, entre outras. As determinantes individuais são as capacidades e motivações
de cada colaborador”.
Trabalho
O trabalho significa “o exercício de esforço para realizar alguma coisa. O esforço pode ser
físico ou mental, voluntário ou forçado; a realização pode ser completa ou limitada”. (Lopes
1980:8)
Empresa
Segundo Sandroni (1999:203), a empresa é “uma organização destinada à produção e/ou
comercialização de bens e serviços, tendo como objetivo o lucro”.
Departamento de Recursos Humanos
O Departamento de Recursos Humanos é definido, segundo dois investigadores do tema,
como:
“a área de estudos e atividades que lida com os aspectos relativos ao
elemento humano em geral, nas organizações. Ou seja, a área que trata
dos problemas de pessoal, de qualquer agrupamento humano
organizado.” (Toledo, 1982:7).
“A administração de Recursos Humanos é o ramo especializado da
Ciência da Administração que envolve todas as ações que tem como
objetivo a interação do trabalhador no contexto da organização e o
aumento de sua produtividade. É, pois, a área que trata de
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recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, manutenção,
controle e avaliação de pessoal”. (Gil, 1994:13)
De entre as várias definições encontradas ao longo da pesquisa foram estas as seleccionadas,
acreditando ser as mais adequadas e ajustadas a nossa necessidade, isto quer dizer que foram
escolhidas criteriosamente para melhor justificar o trabalho. Porque não foram poucas as
definições que encontramos de todos os pontos aqui reproduzidos, mas era necessário
selecionar as que melhor se apropriava a nossa perspectiva de estudo.
1.2 Fundamentação Teórica
A história de vida do homem apresenta em cada momento um factor essencial para a sua
sobrevivência, e para todos esses momentos o trabalho acaba sendo uma particularidade da
condição humana, fazendo com que o homem seja distinguido dos outros seres vivos por essa
sua qualidade. E Iamamoto (2003:60) afirma que “o trabalho é a actividade própria do ser
humano, seja ela material, intelectual ou artística. É por meio do trabalho que o homem se
afirma como um ser que dá respostas prático-consciente aos seus carecimentos, às suas
necessidades. O trabalho é, pois, o selo distintivo da actividade humana, (...), pois permite
novas capacidades e qualidades humanas”.
E a partir desta afirmação de Iamamoto, iremos mais longe dizendo ainda que em muitas
situações o homem acaba aparentando a sua actividade, querendo ou não a sua ocupação
profissional sobressai de entre outros aspectos quando se trata de classificar o individuo. Isto
deve-se ao facto de que o trabalho/ocupação profissional em muitas situações torne-se o factor
determinante para essa classificação.
O trabalho desde sempre mostrou ser um factor presente e marcante na vida do homem,
embora ao longo dos anos este trabalho venha se modificando em tipo, qualidade assim como
também em prestígio. Se antes tínhamos trabalhadores/camponeses que cultivavam as suas
terras e dos seus produtos faziam troca com outros camponeses para obterem produtos que no
seu campo não se produzia, sem ter a moeda no meio, mas sim, era um trabalho cuja
finalidade era a troca directa, quem trabalhava no campo era os pais, filhos, familiares e
amigos que não detinham posse de terras.
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Hoje temos um trabalho com uma certa organização e controlo, assim como também um
trabalho remunerado e dentro de um contexto, onde tudo é globalizado e todos tem um rápido
acesso a aquilo que era oculto para os trabalhadores dentro da empresa, dado a aquisição de
novas tecnologias de informações e ao chamado mundo globalizado.
Com todas as modificações que vem ocorrendo ao longo dos anos, pode-se notar que o
trabalho ganhou uma nova dimensão, é só ver empresas, com o trabalho organizado,
remunerado e com requisitos para atração e permanência dos seus trabalhadores e estes por
sua vez, almejam trabalhar numa empresa com bom clima de relacionamento e com uma
retribuição de forma justa pelos seus esforços e dedicação.
E nesta óptica, Chiavenato (2004:256) afirma que,
"Ninguém trabalha de graça, pois todos trabalham em algum lugar
com algum tipo de expectativa, e sem dúvida, uma expectativa que é
comum, é a remuneração, a retribuição pelo seu esforço. Ou seja,
desde que a organização dê aos trabalhadores algum retorno pelo
esforço empreendido, os trabalhadores estarão dispostos a se dedicar
ao trabalho e às metas da organização. Na verdade, esta contrapartida
é fruto de uma reciprocidade”.
Com este novo cenário de trabalho, as empresas estão sentindo a necessidade de se
qualificarem cada vez mais para se afirmarem e manterem neste mundo globalizado, como
empresas capazes e inovadoras.
Mas só que esta qualificação das empresas, já não se refere somente a aquisição de novas
tecnologias de informação e comunicação mas também e senão principalmente na
preocupação de ter trabalhadores preparados e motivados para o exercício das suas funções. E
de entre as diversas formas de preparem e motivarem os seus trabalhadores, uma das
estratégias utilizadas pela empresa é a elaboração e implementação de políticas de benefícios
sociais em prol dos seus trabalhadores.
E nesta perspectiva Mota (1985:17) nos diz que “A justificativa para executar serviços sociais
dentro da empresa fundamenta-se na importância atribuída à preservação da qualidade da
força de trabalho dos empregados, passível de ser afetada tanto pelas carências materiais que
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vivencia o trabalhador como pelo surgimento de comportamentos divergentes que interfiram
no processo organizativo da produção”.
Nesse sentido, as empresas modernas tendem a apostar cada vez mais nos seus colaboradores,
proporcionando-lhes uma boa formação, visando um bom desempenho para que eles possam
ter sucesso dentro da empresa e para que possam oferecer da melhor forma os produtos da
empresa.
Claro, porque os clientes também gostam de se sentirem satisfeitos não só com os produtos
oferecidos mas também com uma boa recepção e atendimento das pessoas que os oferecem
estes bens e/ou produtos, ou seja não basta ter inovação em oferecer óptimos produtos se
quem lhes vai entregar não lhes oferece conforto, satisfação e boa qualidade no atendimento.
Como afirma Ramos, quando se pretende elaborar políticas de benefícios sociais a empresa
tem de levar em conta que os trabalhadores têm valores variáveis, necessidades diversas,
histórias e aspirações específicas, portanto as recompensas deverão ter um sentido de atrair
novos trabalhadores, reter e motivar cada um dos funcionários com o intuito de fazer com que
eles consigam alcançar os seus objectivos. Para que os trabalhadores se sintam autores co-
participantes na escolha de que benefícios sociais implementar e receptor das mesmas
elaboradas pelo departamento de Recursos Humanos, para que se eles se sintam
comprometidos com a empresa e possam retribuir cumprindo da melhor forma as suas
funções o departamento de RH tem de levar em conta as necessidades e precisões dos
trabalhadores.
Esses benefícios sociais podem assumir as mais diversas formas dentro da empresa e Serra
(2008:2), define e apresenta as formas em que essas políticas podem assumir:
“ Benefícios Sociais são aquelas facilidades, conveniências, vantagens
e serviços que as empresas oferecem aos seus empregados, no sentido
de poupar-lhes esforços e preocupação. Constituem meios
indispensáveis na manutenção de força de trabalho dentro de um nível
satisfatório de moral e produtividade. É uma forma de remuneração
indireta. Seus itens mais importantes são: Assistência médico-hospitalar, seguro de vida em grupo, alimentação etc.”.
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Se todas as empresas tivessem em dia essa noção de benefícios sociais e qual o seu propósito,
provavelmente todas elas preocupariam ter políticas de benefícios sociais nas empresas
poupando-lhes esforços e dinheiro em investir em mais equipamento físicos e tecnológicos
que poderiam ser substituídas pela mesma quantidade de melhor qualidade de trabalhadores
motivados e satisfeitos.
E ter trabalhadores motivados significa ter trabalhadores interessados e empenhados em
ajudar, muitas vezes, para além das suas obrigações contratuais, no alcance das metas traçadas
pela empresa. E essa motivação, que homem possui, de facto: “ fundamenta-se (…) no
processo pelo qual o comportamento é incentivado, estimulado ou energizado por algum
motivo ou razão” Maximiniano (2004:14).
De facto a motivação está relacionada com sentimentos internos, que se manifestam ao
receber um estímulo externo, e o autor refere-se à motivação como a mola propulsora que
contribui para a realização de um determinado desejo, sendo o motivo e a emoção o segredo
do entusiasmo na realização dos objectivos e no alcance das metas traçadas.
Com certeza quem acaba ganhando também com esta mudança de comportamentos e atitudes
dos trabalhadores é a própria empresa que beneficiará de uma maior disponibilidade por parte
deste e maior interesse em si mesmo e nas coisas que dele rodeia.
Por isso é importante que as empresas tenham em dia de que para ter maior produtividade não
basta investirem em se equipar e melhorar as condições física mas, também, acreditar que
para alcançar essa produtividade desejada é necessário apostar na preparação e motivação dos
trabalhadores, como actores activos deste processo.
Para que uma empresa funcione é necessário um conjunto de recursos que a habilite a
prosseguir os seus objectivos de forma mais eficiente possível. O recurso básico comum a
todas as empresas é o pessoal habitualmente denominado por Recursos Humanos. Gerir
Recursos Humanos é conhecer as competências, os comportamentos de cada pessoa, em
função dos objectivos da empresa.
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Hoje, com o desenvolvimento tecnológico e estando no mundo globalizado, a gestão de
Recursos Humanos está a tornar-se cada vez mais um factor chave para o desenvolvimento de
qualquer organização.
A grande proposta que se levanta é a criação de um Departamento de gestão de Recursos
Humanos dentro da empresa com profissionais capazes de atrair trabalhadores competentes e
comprometidos com os objectivos da empresa, criando assim políticas de Benefícios Sociais
que tenha o intuito de os motivar e mantê-los ligado a empresa.
Esta seria uma gestão estratégica, ter um departamento de RH que distingue-se pela
consideração dos trabalhadores como a vantagem competitiva fundamental da organização,
pela consideração de sistemas de Gestão de Recursos Humanos e pela consequência ou ajuste
dessa GRH á estratégia empresarial.
E esta estratégia empresarial aponta o caminho para alcance de uma meta, pode-se dizer que a
estratégia de uma empresa consiste “ (…) na identificação e caracterização dos objectivos ou
resultados que ela pretende alcançar no curto, medio e longos prazos”. Camara et all
(1997:12).
A estratégia é o caminho mais curto para o alcance de um fim já que quando se planeia, se
desenha o caminho a percorrer sempre fica mais fácil chegar a meta desejada e por um
caminho percorrido com segurança e certeza dos passos que se vai tomando.
A estratégia assinala como alcançar os objectivos, indica realmente os trilhos a percorrer.
Podemos ver um exemplo demonstrado por Llanes (2004:s/p), “Alice vaga em torno do país
das maravilhas e chega a uma bifurcação do caminho. Ali se encontra com o gato Cherise,
“perdão, senhor”, diz-lhe, “não sei se irá querer me ajudar. Que caminho me sugere que tome?
– “ Depende, responde o gato. Aonde se dirige?” “ A nenhum lugar em particular”, responde-
lhe Alice. “ Então, responde o gato rindo, qualquer caminho lhe virá bem”.
Este trecho do desenho animado “ Alice no país das maravilhas”, traz de forma ilustrada, a
ideia de que tendo um fim a alcançar fica mais fácil escolher que caminho percorrer assim
28/109
como se, se jornamos sem perspectivas finais de facto qualquer decisão de nos sairá bem. E
não acontece muito diferente com as empresas, elas têm de delinear os objectivos e traçar
meta a alcançar, para que ela possa escolher os caminhos a seguir para o alcance dos
objectivos e das metas traçadas.
1.2.1 Evolução histórica do departamento de Recursos Humanos nas empresas
As empresas não funcionam por si só, elas dependem de pessoas para dirigi-las, controlá-las e
para fazê-las operar e funcionar. Toda empresa é constituída por pessoas e delas dependem
para o seu sucesso e continuidade, por isso torna-se cada vez mais valorizado o departamento
do RH dentro das empresas. Sem deixar de referir que quem ganha e sai a lucrar com a
existência e boa afirmação deste departamento é a empresa, já que é ela quem acaba tendo um
maior controle e administração do tempo dos trabalhadores no período laboral.
Só existe uma organização quanto há pessoas capazes de se comunicarem entre si e que estão
dispostas a contribuir com acções conjunta, a fim de alcançarem um objectivo comum. O
desenvolvimento constante da tecnologia trouxe às organizações o desafio de adaptar-se de
acordo com o cenário vivenciado, buscando sempre a atualização, por isso a administração de
recursos humanos desenvolveu-se na tentativa de se adaptar as novas exigências, provocando
mudanças no comportamento do homem.
Mas durante anos o pessoal foi o responsável pela produção total de um produto, período que
podemos denominar de período trabalho artesanal, mas com a necessidade de aumentar a
produção, foi surgindo vários tipos de máquinas que auxiliavam os trabalhadores na rapidez
da fabricação de cada produto. E o homem passou a fabricar partes de um produto, como
mostra o Taylorismo pois a produção passou a ser organizacional, eles tornaram-se escravos
maquinários. Assim, surgiu a Revolução Industrial em meados do século XVIII na Inglaterra.
Segundo Chiavenato (1999a:28):
“As pessoas eram consideradas recursos de produção, juntamente com
outros recursos organizacionais como máquinas, equipamentos, e
capital na conjunção típica dos três fatores tradicionais de produção:
natureza, capital e trabalho. Dentro dessa concepção, a administração das pessoas recebia a denominação de Relações Industriais”.
29/109
O autor acima mencionado ressalta que as mudanças ocorridas no trabalho humano, devido a
necessidade de expansão, fizeram com que a essência do ser humano dentro da empresa fosse
substituída por máquinas, para poder acompanhar o ritmo da época, que exigia muito devido
ao aparecimento de novos meios de produção.
Mais tarde, após a Segunda Guerra Mundial que decorreu entre os anos 1939-1945, os
mercados começam a expandir-se rapidamente, influenciando a estabilidade das organizações,
esse período ficou marcado pela inovação. As pessoas passaram a ser vistas como recursos
que deviam ser administrados visando os objetivos organizacionais surgindo assim, a
Administração de Recursos Humanos. Por isso Chiavenato (1999a:29) diz que “Os
departamentos de Recursos Humanos visualizavam as pessoas como recursos vivos e
inteligentes e não mais como fatores inertes de produção”.
A era da globalização trouxe um grande volume de informações, com o surgimento das novas
tecnologias, as organizações precisaram absorver tais informações e para que isso
acontecesse, ela dependia do seu mais valioso recurso, que são as pessoas capazes de
transformar informações em conhecimento, tornando-as competitivas. E Chiavenato (1999b:34)
diz que:
“O início da década de 1990 marca o começo da terceira etapa do
mundo organizacional. É a era da informação, que surge com o
tremendo impacto provocado pelo desenvolvimento tecnológico e
com a chamada tecnologia da informação. A nova riqueza passa a ser
o conhecimento – o recurso mais valioso e importante -, substituindo o
capital financeiro. Em seu lugar, surge o capital intelectual”.
Com estas mudanças verifica-se que, as organizações para manterem-se competitivas tiveram
que mudar sua concepção, e o seu foco passou a futuro, tendo ênfase na mudança e inovação,
e por viverem em um ambiente mutável e turbulento, seu pensamento em relação aos
Recursos Humanos é bem diferente de antes, já que a conjuntura mudou e as necessidades são
outras e nesta altura podemos dizer que o nome designado a tratamento do pessoal na empresa
era Administração de Recursos Humanos.
Surge assim, a necessidade das pessoas serem vistas como seres humanos que pensam e que
têm a capacidade para fazer uma organização dar resultados satisfatórios. Esse período é
30/109
conhecido pela Era da Informação, onde as pessoas passam a ser valorizadas pelo seu
intelecto, o foco da organização é estimular as pessoas, atrair e deter talentos, nascendo assim
um novo conceito para Administração de Recursos Humanos que é a “Gestão de Pessoas”,
onde as pessoas não são mais vistas como recursos da empresa, mas como fonte de vantagem
da competitividade neste novo cenário mundial.
Confirma Chiavenato (1999a:32) que:
“A antiga Administração de Recursos Humanos cedeu lugar a uma
nova abordagem: a Gestão de Pessoas. Nesta nova concepção, as pessoas deixam de ser simples recursos (humanos) organizacionais
para serem abordadas como seres dotados de inteligência,
personalidade, conhecimentos, habilidades, destrezas, aspirações e
percepções singulares”.
Pois, ainda segundo o mesmo autor (1999a:09) a Gestão de Pessoas “pode ampliar ou limitar
as forças e fraquezas de uma organização, dependendo da maneira como elas são tratadas.”
De facto a Gestão de Pessoas tem como função relacionar os interesses da organização com os
dos colaboradores, visando sempre o aumento da produtividade. Gerir pessoas é uma tarefa
complexa, onde as pessoas devem ser tratadas como pessoas dotadas de características
pessoais e profissionais.
O objetivo da Gestão de Pessoas é desenvolver condições organizacionais de satisfação das
pessoas, alcançando os objetivos individuais e desenvolver um contingente de pessoas com
habilidades para satisfazer os objetivos da organização.
“A Gestão de Pessoas nas organizações é a função que permite a colaboração eficaz das
pessoas-empregado, funcionários, Recursos Humanos ou qualquer denominação utilizada –
para alcançar os objetivos organizacionais e individuais.” (Chiavenato 1999ª:9).
A Gestão de Pessoas não é praticada por todas as empresas, existem aquelas que estão ligadas
a Era Industrial ou que ainda não se adequaram para adquirir esta nova forma de gestão de
pessoas, considerando seus colaboradores como Recursos ou até produtos, mas as
organizações que estabelecem um planeamento estratégico e tem visão de mercado sabem
cuidar de seus colaboradores, colocando a gestão em prática, garantindo assim um maior
resultados em níveis de produtividade e de boa satisfação.
31/109
Percebe-se que a Administração de Recursos Humanos não passou para Gestão de Pessoas
somente por ser um modo de gestão mais eficaz, mas o que se vê é que a globalização não
atingiu apenas o homem e a tecnologia, mas o modo como as organizações devem comportar-
se diante dos fenômenos que ocorreram ao longo dos anos, pensando em superar as
turbulências elas tentam acompanhar os comportamentos, movimentos e tendências para
manter-se estabilizada no mercado. Até hoje a denominação de “Gestão de Pessoas” prevalece
no departamento de Recursos Humanos, com o mesmo objectivo que surgiu, mantendo o
pessoal da empresa como o foco da empresa no alcance dos objectivos traçados.
O departamento de RH dentro da empresa acaba sendo o lugar onde aparentemente se recruta,
“cuida” e rescinde contratos com os trabalhador mas só que não tem a total liberdade de
acção, ou seja este departamento toma iniciativa mas só as materializa segundo a vontade do
conselho superior, ou seja um departamento onde se executa o que for melhor para a empresa.
Este cenário da existência do departamento de RH dentro da empresa nos faz questionar
também o posicionamento do Serviço Social como profissão nas empresas capitalista, assim
como abordou Mota (1985:27) dizendo que (…) “o Serviço Social é profissão que,
historicamente, tem servido aos interesses da classe capitalista (…) não pelas necessidades
humanas, em abstrato, mas pela estratégia do capital em controlá-las”.
Num olhar mais afinado podemos ainda analisar a semelhança da existência do departamento
de Recursos Humanos e do Serviço Social como profissão dentro da empresa, com a
tendência de “zelar” pelos trabalhadores, mas sob ordens da direcção máxima da empresa que
muitas vezes os seus interesses a serem salvaguardados não vão de encontro com os dos
trabalhadores que são representados pelo DRH.
Mas inda sim é necessário ter um bom departamento de Recursos Humanos na empresa para
que esta se assegure de que os seus trabalhadores tenham um bom desempenho desde a sua
entrada através do seu recrutamento, passando pela sua boa integração no ambiente de
trabalho e conseguir criar um ambiente harmonioso para que haja um relacionamento
saudável entre os trabalhadores da empresa.
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1.2.2 Teorias motivacionais
As teorias motivacionais que se seguem possuem diferentes concepções humanas. Cada
indivíduo tem as suas características peculiares, assim como diferentes traços de
personalidade e processos motivacionais e as próprias preferências. Estas duas teorias
escolhidas de entre inúmeros existentes, aplicam-se de maneira diferente às distintas visões
humanas, onde as diferenças individuais exercem um papel muito importante. Elas se
complementam e contribuem para um estudo mais vasta do ser humano.
Tendo em conta que não existe uma teoria que explique todas as características da motivação
humana, é de fundamental importância compreender essas diferentes preposições teóricas.
A empresa é constituída por pessoas de origens diferentes, culturas, gostos e perpectivas
diferenciadas e as necessidades assumem um caracter diversificado que carecem serem
seleccionadas. Cada trabalhador perspectiva o futuro de uma maneira diferente, dependendo
do seu contexto social e da sua história de vida. Por isso tudo torna-se diferente quando os
responsáveis pelo departamento de RH mostra a sua posição frente aos trabalhadores e se
entenderem esta perspectiva de McGregor (1957) certamente terão um posicionamento claro
em relação a gestão de recursos humanos na empresa dependo do tipo de teoria proposta por
McGregor a seguir.
1.2.2.1 Teoria X e teoria Y de McGregor
Douglas McGregor (1957) compara dois estilos antagónicos da natureza dos seres humanos:
Teoria X que considera os funcionários sob a óptica negativa, isto é, trata-se de um estilo com
base na teoria tradicional, excessivamente mecanicista e pragmática e a teoria Y que
considera os funcionários sob a óptica positiva, baseado nas concepções modernas a respeito
do comportamento humano. De facto, o tratamento que os gestores destinam aos funcionários
depende da forma como os mesmos são titulados.
McGregor organiza as quatro premissas negativas da teoria X:
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Os funcionários por natureza, não gostam de trabalhar e, sempre que o possível,
tentarão evitá-la;
Uma vez que não gostam de trabalhar, eles precisam ser coagidos, controlados e
ameaçados com punições para que atinjam as metas;
Os funcionários tendem a evitar responsabilidades e buscam orientação formal sempre
que possível;
A maioria dos trabalhadores coloca a segurança acima de todos os outros factores
associados com trabalho e mostrará pouca ambição.
Em contraste com essas visões negativas, McGregor lista as quatro premissas positivas, sob a
teoria Y:
Os funcionários podem ver o trabalho como descanso e lazer.
Eles exercerão a auto realização e auto controlo se estiverem comprometidos com o
objectivo;
A pessoa comum pode aprender a aceitar, e até mesmo buscar responsabilidades;
A habilidade de tomar boas decisões está amplamente dispersa por toda população e
não é necessariamente condição.
A forma do gestor dos recursos humanos dirigir os trabalhadores na empresa dependerá do
conceito formado em relação a equipa de trabalho. Se o rótulo basear-se na teoria X, os
trabalhadores serão conduzidos de forma autoritária, ele será visto como meros trabalhador
que é preciso moldar e ajustar as necessidades da empresa, com orientação para o alcance dos
objectivos da empresa. Entretanto se a visão do gestor de recursos humanos tender, para a
teoria Y, os trabalhadores só necessitarão de acompanhamento e orientação para a execução
das suas tarefas. Os objectivos da empresa está-lhe sempre em dia e os esforços não serão
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poupados para o seu alcance. E as teorias X e Y acima mencionada pelo McGregor nos fazem
acreditar que o sucesso do Departamento de Recursos Humanos poderá ter sucesso e
credibilidade ou não no seu desempenho junto aos trabalhadores, dependendo da posição
adoptada.
E o alcance das perspectivas poderá ser motivado por diversos factores de entre os quais
Vroom (1964) identifica alguns no subponto a seguir.
1.2.2.2 Teoria das necessidades de Vroom
Victor H. Vroom (1964) afirma que a motivação produzida numa determinada organização é
constituída em função de três factores determinantes:
Expectativas: Baseia-se nos objectivos individuais e na força que impulsiona o individuo a
alcançar tais objectivos. Esses objectivos incluem o dinheiro, aceitação social, segurança no
cargo que desempenha, reconhecimento e uma infinidade de combinações de objectivos que
uma pessoa pode procurar satisfazer simultaneamente dentro da empresa.
Recompensas: Assenta-se na relação percebida entre a produtividade e o alcance dos
objectivos individuais. Se o individuo tem como objectivo primordial obter um melhor salário
e se trabalha na base de remuneração por produção, poderá estar mais motivado para produzir
devido a recompensa percebida. Entretanto se a sua aceitação social pelos outros colegas do
grupo é mais importante, ele poderá produzir abaixo do nível considerado pelo grupo como
padrão informal de produção, pois produzir mais nesta situação poderá significar a rejeição do
grupo.
Relação entre expectativas e recompensas: Prende-se com a capacidade percebida pelo
indivíduo de influenciar a sua produtividade para satisfazer as suas expectativas com as
recompensas. Se o indivíduo acredita que um grande esforço aplicado tem pouco efeito sobre
o resultado, tenderá a não se esforçar muito, pois não percebe a relação entre o nível de
produtividade e a recompensa, isto é, entre custo e benefício, entre investimento pessoal e
retorno. O colaborador sentir-se-á motivado a colocar muito esforço quando acredita que do
35/109
seu esforço conseguirá grandes resultados para a organização, contribuindo para a sua boa
avaliação de desempenho, trazendo com isto excelentes recompensas organizacionais, tais
como: bonificações, aumento salarial ou promoção, atingindo assim as suas expectativas e
metas pessoais.
A teoria da expectativa é a interligação que existe entre o esforço e desempenho de uma
determinada tarefa, o desempenho e a recompensa e entre a recompensa e o alcance das metas
pessoais. É a compreensão dos objectivos de cada indivíduo. Esta teoria admite que não existe
um princípio universal que explique a motivação das pessoas.
O departamento de Recursos deve ter esta teoria em dia quando se trata de planeamento de
estratégias para motivar os trabalhadores com o intuito de garantir uma produtividade
satisfatória para a empresa. Ter a atenção em compreender as expectativas dos trabalhadores
para poder acertar na decisão de que recompensas atribuir e como as atribuir, com o intuito de
despertar o interesse do trabalhador para o comprometimento com os objectivos da empresa a
alcançar.
1.2.3 A intervenção do Serviço Social nas empresas
1.2.3.1 Percurso histórico de Serviço Social nas empresas
O Serviço Social peregrinou pelos séculos na busca por sua especificidade e campo de
atuação. Na sua génese no século XIX foi usado pela burguesia, para atender somente os seus
interesses, e as tarefas se resumiam em alienar e subjugar o proletariado.
Assim nasce o Serviço Social na era em que se impera o capitalismo, era essa de contradição
e de desigualdade social, uma sociedade divida em duas classes socias bem distintas. E
Martinelli (2003:54) afirma que:
“Com o capitalismo se institui a sociedade de classes e se plasma um
novo modo de relações sociais, mediatizadas pela posse privadas de
bens. O capitalismo gera o mundo da cisão, da ruptura, da exploração da maioria pela minoria [...] ”
36/109
E ainda segundo o mesmo autor o modo de produção capitalista é extremamente antagônico e
contraditório, sua origem deriva desde os tempos feudais. No entanto, foi a partir da
Revolução Industrial, no século XIX, que seus efeitos começaram a ser sentidos mais
profundamente pela sociedade. A actuação do Serviço Social começa nesta época por assistir
os carenciados e os marginalizados que surgiram a partir da relação incompatível que se dava
entre as duas classes sociais. Esta exploração fez com que cada uma das classes se afirmasse
ainda mais como tal, a classe dominante também designada da classe capitalista se declarou
como o mais poderoso que mandava e desmandava como quisesse já que ele era o detentor
dos meios de produção e por outro lado a classe trabalhadora que mostrava-se cada vez mais
fragilizado quanto a sua resistência na exploração, já que ele só dispunha de mão-de-obra e
estava consciente de que se não trabalhasse nas condições estipuladas pela classe capitalista
seria despedido e que outra mão-de-obra que o substituísse não faltava, já que nesta altura
acabava de se de formar um enorme Exercito Industrial de Reserva dando força aos poderes e
abuso da classe dominante.
Ao contrário do que muitas vezes se pensam, o Serviço Social não se resume as áreas de
carris social, a uma profissão de entrega de cestas básicas e os seus profissionais não se reduz
a “moça boazinha paga pelo Estado para cuidar dos pobres”. Até porquê a intervenção do
Serviço Social em outras áreas justificam a não restrição do Serviço Social nos serviços de
carris social, podemos ver o exemplo de Assistentes sociais que hoje actuam nas mais
diversas áreas como a justiça, educação, saúde, nas empresas e quando considerado, tornam-
se o profissional indispensável para o sucesso da delineação de boas políticas sociais do
Estado para com os seus cidadãos. Embora, não se esconde a origem da profissão que nasce
no capitalismo, com as particularidades no desenvolvimento do modo de produção que
definiram as características da divisão social do trabalho nas sociedades contemporâneas.
“O assistente social, pelo reconhecimento de seu trabalho integrativo,
é requisitado para atuar na área de RH para satisfazer ‘necessidades
humanas', contribuindo para a formação da sociabilidade do
trabalhador de modo a colaborar na formação de um comportamento produtivo compatível com as atuais exigências das empresas. Essas
exigências sugerem que o Serviço Social é considerado, pelas
empresas, como instrumento promotor da adesão do trabalhador às
novas necessidades destas. Para tanto, refuncionalizam suas demandas
profissionais sob o ‘manto' da inovação e da modernidade”. Cesar
(1998:126)
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Vale destacar que as profissões institucionalizam-se vinculadas as formações históricas das
sociedades. E com o Serviço Social não foi diferente, a profissão vem desempenhando
historicamente sua função social na regulação dos conflitos entre as classes, no âmbito do
Estado, setor privado e sociedade civil, através do desempenho específico de suas funções
profissionais na formulação e gestão das políticas sociais, predominantemente na área da
assistência social, através de suas práticas.
E, o Serviço Social como profissão, desempenha uma função socioinstitucional que lhe dá
legitimidade no interior da divisão socio-técnica do trabalho, seus profissionais, os
Assistentes Sociais, através de suas ações desenvolvem as funções profissionais no interior
das organizações a que estão vinculados.
Mas muito tempo se passou hoje no século XXI, temos um outro referencial do papel do
Assistente Social nas empresas, já que como mostra a história da própria profissão, ela não é
estável, mas sim mutável e adequada a cada contexto socio-político e económico em que se
impera na sociedade, as suas técnicas de actuação também se adequavam e mudavam a cada
momento que uma não se via responder as necessidades das demandas da profissão.
Hoje já não falamos de Assistentes Sociais, que se limitam só a “cuidar” dos trabalhadores
para que esses possam da melhor forma servir a classe capitalista, nem de Assistentes sociais
que a sua ocupação na empresa é de preencher folhas de salários, marcar as faltas e descontar
no salário, mas podemos ver segundo afirma Cesar (1998:128):
“... no momento atual, marcado pela multifuncionalidade e
horizontalização, as atividades do Serviço Social aproximam- se, cada
vez mais, da função gerencial. Por isso mesmo, o Serviço Social,
como os demais segmentos da área de recursos humanos, vêm
assumindo o papel de assessoramento dos gerentes, para que estes
possam melhor ‘administrar pessoas', propiciando confiabilidade,
amizade, aprendizado, crescimento e satisfação de seus ‘colaborados', que são requisitos.”
De facto os profissionais do Serviço Social, alcançaram um patamar significante dentro da
empresa, graças ao trabalho e actuação dos Assistentes Socias que dentro da empresa
mostraram ter capacidade de se adequar e de posicionar de forma a responder as demandas do
seu público-alvo. Mas estas mudanças e adaptações e preciso para que haja sempre mais
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confiança por parte dos administradores das empresas em optar por um Assistente Social para
este cargo do que qualquer outro profissional, mas podemos ver que:
“É neste sentido que o assistente social, para assegurar sua utilidade
na organização, é obrigado a requalificar-se, adequando-se a um perfil
sociotécnico mais difuso, polivalente e sintonizado com as práticas e
saberes dos demais profissionais da área gerencial e de recursos
humanos. Esta “relocalização” do profissional no conjunto das
actividades de acompanhamento ao trabalhador exige não apenas a
adoção de novos paradigmas de eficácia e eficiência como, também, modifica o escopo das suas qualificações para o exercício das suas
funções sociais e técnicas que lhes são exigidas.” Cesar
(1998:140)
Realmente, depois de ter alcançado este patamar dentro da empresa só lhe resta qualificar
mais e mais para que da melhor forma possa responder as suas demandas e se aprimorar mais
para que possa inspirar sempre mais confiança e alcançar posições mais credíveis dentro da
empresa.
1.2.3.2 O papel do Assistente social no departamento de Recursos Humanos na
empresa
Ao longos dos anos, o fazer profissional do Serviço Social, transformou-se de igual forma
como a própria profissão, que ia se mudando, adequando-se as novas demandas que surgiam
na medida em que o contexto sócio-político e económico iam se modificando nas sociedades.
Se no inico como afirma Mota o assistente social era requisitado para “cuidar” dos
trabalhador e das suas famílias, hoje as demandas dentro das empresas são outras as técnicas
utilizadas para desenvolver um cunho assistencial e educativo já não serve nesta nova era.
“A presença do assistente social numa empresa, antes de qualquer
coisa, vem confirmar que a expansão do capital implica na criação de novas necessidades sociais. Isto é, a empresa, enquanto representação
institucional do capital, passa a requisitar o assistente social para
desenvolver um trabalho de cunho assistencial e educativo junto ao
empregado e sua família.” Mota (1985:16)
Mais tarde como mostra Cesar (1999:170) o Serviço Social veio a ser recrutado para “[...]
detectar e atenuar as tensões provenientes da intensificação do processo de exploração da
força de trabalho e do movimento de resistência dos trabalhadores [...]”
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Neste sentido, podemos afirmar que os assistentes sociais desenvolveram funções como:
execução de serviços sociais centrados numa linha de trabalho educativa e integrativa dos
funcionários, com vistas a suprir necessidades, resolver problemas, prevenir conflitos tudo
isso buscando o enquadramento dos trabalhadores às exigências da classe capitalista, fazendo
prevalecer a colaboração entre capital e trabalho.
No pensamento de Cesar (1999:170), as principais atividades do assistente social na empresa,
são desenvolvidas a partir dos problemas que interferem no processo de produção dos
trabalhadores, como exemplo: “[...] absenteísmo, insubordinação, acidentes, alcoolismo e
também nas questões relacionadas à vida privada do trabalhador [... tais como] conflitos
familiares, dificuldades financeiras, doenças [...]”
Ainda complementa que a partir dos anos 1990, com a reestruturação das empresas, novas
estratégias de gestão foram criadas e, que as políticas de recursos humanos foram redefinidas.
Através de uma série de incentivos materiais e simbólicos, da participação em grupos e
círculos de qualidade, e do envolvimento com a empresa, os trabalhadores são levados a
comprometer-se com as metas e os objetivos da organização. É claro que estas estratégias
encobrem o real interesse do capital que é obter a adesão e o consentimento do trabalhador
para alcançar resultados de melhor qualidade, maior produtividade e consequentemente o
lucro.
Hoje, não vale mais ter profissional que só cuide e eduque os trabalhadores, precisa-se sim e
de profissional capaz de acompanhar e gerir os trabalhadores na empresa, os surpreender e
fazer com que eles mesmo sejam co-autores na sua mudança e no seu desenvolvimento, nesta
altura já não vale ter profissional que se manifeste dizendo “eu mudei, eu transformei, mas
sim profissional que seja excite dizendo nós mudamos, nós transformamos” porque os
trabalhadores a que referimos, já não é aquele trabalhador submisso, inconsciente do início da
Revolução Industrial que se encontravam sem protecção das leis que hoje temos, por cenário
ser outro, Druck (1999:55) destaca o facto de que:
“Na perspectiva gerencial, transformar cada empregado em um
parceiro, que interiorize as metas e objetivos da empresa,
40/109
concentrando esforços no aperfeiçoamento do trabalho, buscando
maior produtividade, racionalidade e redução de custos, a fim de que
contribua para a sobrevivência da empresa no mercado, é um desafio
que tem assumido em muitos casos, a forma de ameaça aos
trabalhadores. De fato, já eles precisam preservar seus empregos, não lhes resta outra alternativa, a não ser cooperar e se envolver.”
Se antes os assistentes sociais, utilizavam a técnica de educar os trabalhadores a cumprirem as
tarefas e fazer o que lhes eram determinado pelos capitalistas argumentando a possibilidade
deste perder o trabalho e não ter como sustentar a família, hoje a argumentação é outra,
porque ao invés de lhes “ameaçar” com a probabilidade de serem expulso do trabalho é-lhes
proposto que cada um cumpra e bem os seu papel para que a própria empresa não perca no
mercado concorrencial a que temos hoje.
Com todas estas exigências, por parte do mercado de trabalho que já não só exige uma
empresa com bons produtos, mas também com profissionais motivados e capazes de reter a
clientela, com a mudança e evolução das demandas do Serviço Social dentro da empresa e
com a exigência de ter um assistente social polivalente, com espirito de equipa e sempre
modernizado para dar respostas ao seu publico alvo, o profissional do Serviço Social tem de
estar sempre actualizando os seus conhecimentos e aprimorando as suas técnicas para
acompanhar sempre esta evolução que se dá nas empresas, como também nos trabalhadores e
pelas mudanças no mercado de trabalho.
O assistente social continuou sendo recrutado para trabalhar nas empresas agora no
departamento de Recursos Humanos (RH), mas sob a nova demanda de “educar” o
trabalhador para esse novo comportamento exigido pelas empresas, para gerenciar a força de
trabalho que está em condições mais precárias e intensivas. Neste sentido, a autora
complementa que as novas táticas de gestão e controle sobre os trabalhadores estão atribuindo
ao exercício profissional dos assistentes sociais na empresa uma nova feição, ao mesmo
tempo em que alteram as condições que esta atuação se realiza.
Nestas perspectivas podemos destacar as seguintes condições de trabalho que passam a
vivenciar os profissionais do Serviço Social segundo Cesar (1998:135-136):
Intensificação do trabalho
Racionalização do trabalho
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Redução dos postos de trabalho profissional
Instabilidade e a insegurança
Sujeitos à desqualificação
Multifuncionalidade
Aferição da performance individual e/ou grupal
O actual mercado exige que a actuação do assistente social seja revista e modificada diante
destas transformações ocorridas nas empresas. Por termos este mercado concorrencial a
empresas exige do trabalhador mais tarefa no mesmo tempo gasto e com o mesmo salario, ou
seja intensifica o trabalho, para que a empresa possa alcançar ou manter um certo nível de
satisfação. A empresa exige dos seus funcionários, a interação com a rotina de trabalho,
realizando suas tarefas com dinâmica, racionalizar os movimentos, economizar tempo e
material disponível, optimizando assim, a qualidade de trabalho e o produto final, tornando-se
assim mais produtivos.
Com o aumento da terciarização do trabalho torna-se cada vez mais reduzido o posto de
trabalho, e isto implica que haja mais instabilidade e insegurança por parte dos trabalhadores,
que estão sujeitos a desqualificação caso não tenham esta multifuncionalidade e não serem tão
polivalentes quanto a exigência da empresa, que são analisados por constantes aferição ou
avaliação, quer individualmente como também em grupo, é neste cenário que o assistente
social terá que se adequar para poder dar respostas as questões sociais que apartir deste
cenário surgiram.
E para que ele possa assegurar o seu posto de trabalho, Cesar (1998:115-148) afirma que esta
atuação nas empresas exige-lhe o desenvolvimento de algumas características básicas como:
• Ter conhecimento para que não deixe sem respostas quem vier buscar informações. Para
isso, o profissional de Serviço Social tem que dominar as políticas da empresa, bem como
conhecer a rotina de todos os empregados para que possa responder as perguntas que surgirem
de forma coerente;
• Ter competência para que as atividades executadas por esses profissionais sejam feitas da
melhor forma possível, com exatidão e agilidade;
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• Manter atmosfera positiva de forma que os usuários, ao procurarem o setor de Serviço
Social, sintam-se num ambiente agradável, onde a comunicação é feita de forma horizontal,
fluente e clara;
• Trabalhar com cooperação para que sua equipe de trabalho obtenha êxito, através da
responsabilidade para com as metas da empresa, buscando sempre melhorar a produtividade e
a qualidade.
Além de todas as características descritas acima, o assistente social precisa de um esforço
extra para poder superar a rotina buscando a melhor satisfação do cliente, mostrando-se
interessado e envolvido com o problema do mesmo, pois o que importa atualmente não é só
satisfazer as necessidades, mas também “encantar” o cliente.
Por tudo isso acredita-se também que este trabalho pode ser feito em conjunto com outros
profissionais das mais diversas áreas dentro da empresa, ainda pode-se afirmar que seria um
trabalho com bons resultados. E as empresas começaram a ter noção de que ter uma equipe
polivalente, traz resultados benéfico e ainda ajuda o trabalhador a ter mais disposição para
cumprir as suas tarefas.
Concordamos quando Iamamoto (1999:84) diz que: “Essas equipes tem sido chamadas a atuar
em programas de qualidade de vida, prevenção de doenças, na promoção de motivação para o
trabalho, em programas como saúde do trabalhador, círculos de qualidade, gerenciamento
participativo, clima social no trabalho, entre outros” e de facto estes esta equipe aonde o
assistente social esta inserida pode executar todas estas tarefas em conjunto com os
trabalhadores.
Podemos verificar que atualmente existe uma mistura entre demandas tradicionais e atuais da
profissão, o que muda são as estratégias de competitividade adotadas pelas empresas. Diante
disto, os assistentes sociais, para detetar as mudanças no âmbito empresarial e não perder o
seu lugar conquistado para outras profissões, não podem ter uma visão endógena da profissão,
mas sim considerar que todas as mudanças, de uma forma ou de outra, trazem repercussões,
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são motivos suficiente para rever sempre a actuação e dar sempre a mais adequada resposta as
demandas que surgirem.
Como podemos observar, o Serviço Social de empresas é repleto de contradições e é claro que
não poderia ser diferente, uma vez que a própria estrutura que o sustenta é contraditória,
desigual e antagônica tendo suas demandas profissionais ampliadas. As ações profissionais do
assistente social, no âmbito empresarial, sempre estiveram direcionadas à execução de
políticas das empresas, mas atualmente essas acções permanecem ainda mas, com o
desdobramentos para a área de planeamento de políticas, principalmente, no que se refere ao
enfrentamento do desafio da qualidade, para assegurar a própria existência da empresa no
mercado de trabalho que é concorrencial.
O Assistente Social continua a ser requisitado pela empresa para intermediar as relações entre
o trabalho e a vida particular do operário, o que muda é que essa ação está cada vez mais
consolidada e integrada às estratégias de competitividade, baseada em uma política de
parceria entre empresa e trabalhador.
Com todo o exposto, sobre o Serviço Social nas empresas neste caso a nível mundial, vê-se
que esta realidade não se pode ser adequar a nossa realidade, já que a partir do estudo feito
verificou-se que não há presença do Serviço Social. Nem na área do RH e nem sequer em
nenhuma outra área, de lamentar ainda o não conhecimento da profissão e dos benefícios que
ele traz para este departamento. Verificamos ainda que este departamento ainda é ocupado por
gestores de empresas e profissionais de outras áreas.
1.3 Fundamentação Metodológica
Está memória irá analisar um tema pouco estudado no Curso Serviço Social na universidade
Jean Piaget, que é a área empresarial e para isso servirá de campo de pesquisa as empresas,
IFH, a Tecnicil Indústria e a caixa Econômica de Cabo verde. Dado a pouca existência de
estudos nesta área, e por não ser ainda um campo de estudo privilegiado permite-nos
classificá-lo como um trabalho exploratório, podendo ainda classificar esta memória como um
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projecto descritiva, já que no primeiro momento vamos conhecer todas as políticas de
benefícios encontradas nas referidas empresas.
Neste sentido, esta pesquisa terá o propósito de descrever as políticas de benefícios sociais
nas empresas em estudo, para a análise da motivação dos trabalhadores e a garantia da
produtividade funcional das respectivas empresas.
A partir de um estudo prévio feito para a selecção das empresas, a IFH, CECV e a Tecnicil
Indústria mostraram ser as mais adequadas ao estudo que pretendíamos fazer. Cada uma delas
representa e bem o sector a que são classificadas, a IFH como empresa pública, a Tecnicil
Indústria a privada e a CECV a empresa de Capital Mista, três empresas conceituadas com um
reconhecimento nacional e internacional pela prática e qualidade de serviços prestados.
Tencionamos fazer um estudo que mostrasse as práticas do departamento de Recursos
Humanos nas empresas, cujo vínculo seria totalmente nacional. Por isso a selecção destas
empresas, a pública, totalmente da responsabilidade do Estado, a de capital mista cujo Estado
detém de uma boa parte das acções, mas, a escolha da empresa privada fez toda diferença por
ser especificamente Cabo-verdiana, fazendo a diferença por ser uma empresa que não há
comparticipação do estado nem de pessoas individual ou colectiva estrangeira, mas por ser
uma empresa cujo capital é totalmente Cabo-verdiana. Por isso a escolha desta três empresas
para serem o campo de investigação.
A questão de serem todas empresas de uma dimensão considerável, com representação em
outras ilhas, acreditou-se que aparentavam ser as que detinham de um lucro satisfatório,
consequentemente a probabilidade de existirem mais benefícios sociais e todas elas possuíam
as mesmas características de que precisávamos para não fazer um estudo desigual no que
refere a escolha de empresas com características muito diferenciada. Isso nos fez acreditar que
as empresas seleccionadas representariam muito bem os sectores que precisávamos estudar.
1.3.1 Instrumentos de recolha de informação/ dados
Para o alcance dos objetivos específicos utilizaremos os seguintes instrumentos:
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Pesquisa bibliográfica
Segundo Oliveira (2007:69), a pesquisa bibliográfica (…) “é uma modalidade de estudo e
análise de documentos de domínio científico tais como livros, periódicos, enciclopédias,
ensaios críticos, dicionários e artigos científicos”.
Este instrumento nos valerá, para analisarmos os documentos das empresas em estudos, para
identificarmos, conhecermos e descrevermos as políticas de benefícios sociais das respectivas
empresas. Ainda usaremos este método para o estudo de outros documentos que serão de
grande importância para a realização desta memória, tais como, a Constituição da República o
Código Laboral, e os contratos de trabalho dos funcionários entre outros documentos que
poderão ser disponibilizadas e que de certa maneira se tornam necessárias para a realização
desta memória.
Entrevista
Segundo Morgan (1988:3) “a entrevista “é uma conversa intencional, geralmente entre duas
pessoas, embora por vezes possa envolver mais pessoas dirigidas por uma das pessoas, com o
objectivo de obter informações sobre a outra”.
Para tirarmos as possíveis dúvidas que aparecerão ao longo da leitura dos documentos,
usaremos também outro método que é a entrevista. Esta entrevista será feita prioritariamente
aos directores dos Recursos Humanos das empresas em estudo. Embora, poderemos ainda
alargar o uso deste método, utilizando-o para recolher mais informações junto aos
trabalhadores das empresas acima referidas.
Questionário
Segundo Pardal e Correia (1995:51) “o questionário distingue-se da entrevista, sobretudo pelo
facto de que o investigador e o inquirido não interagirem em contexto presencial e é, a técnica
de recolha de dados mais utilizada no âmbito da investigação sociológica”.
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Para obter informações dos trabalhadores utilizaremos o questionário, que será elaborada
cuidadosamente de acordo com o tema em questão, de forma clara e objectiva, capaz de ser
entendida e respondida, para o alcance dos nossos objectivos.
Assim apresentados os instrumentos de recolha de informação que irão ser utilizadas para a
obtenção dos dados nas empresas em estudo, apresentamos agora a amostra utilizada e entra
aqui as entrevistas feitas aos directores de Recursos Humanos e também os questionários
aplicada aos trabalhadores das empresas em estudo.
Foram feitas três entrevistas, as respectivas empresas na pessoa dos seus directores do RH,
cada um respondendo as mesmas perguntas de acordo com a sua posição na empresa e do seu
ponto de vista como tal e experiente.
A cada entrevistado colhíamos informações novas e diversificada, cada um apresentando e
caracterizando a área do RH como se espelha nessa empresa. Ao mesmo tempo aponta pontos
positivos assim como também negativos que faziam mostrar que esta área é a fundamental na
empresa, e o intermediário dentro desta, que precisaria ter mais autonomia para que da melhor
forma pudesse trabalhar.
Foram aplicados dez questionários a cada empresa, quantidade determinada por não terem
tempo e trabalhadores disponíveis, e assim foi decidida que seriam o mesmo número para
todas. Mas só que com esta quantidade de questionados, apelamos que quem iria responder o
questionário fosse por nós determinado e como foi aceite, foi assim combinada que seria
escolhida aleatoriamente trabalhadores em diferentes departamentos dentro da empresa.
E a cada um seria dado um questionário para responder de forma clara e objectiva sem medo
de futuras represálias, já que os questionários eram confidenciais. O questionário deveria ser
respondido por trabalhadores de todo escalão na empresa, desde a mais baixa posição até ao
mais alto.
E assim combinado foi aplicado e recolhido os dados dos trabalhadores de vário o escalão
dentro da empresa, o que nos trará informação não só de um grupo reduzido da empresa que
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poderíamos induzir que seriam influenciados pela gerência da empresa. Com esta abrangência
a todas as áreas da empresa nos faz acreditar que dos questionários aplicados podemos
caracterizar a posição dos trabalhadores da referida empresa.
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Capítulo 2: Empresa pública, privado e de capital
misto- Estudo de caso na IFH, Tecnicil Indústria e
CECV
2.1 Definições das diferentes empresas
As empresas em estudos são empresas com diferentes tipos de gestão, sendo elas uma pública
que é estatal, nacional e completamente da responsabilidade do Estado, a segunda empresa
denominada de privada, tem uma gestão restrita, com a chefia de pessoas individuais e
podendo até ter sede em outro país e por fim uma empresa de economia mista, que não é
totalmente pública e nem privada e sim com comparticipações pública como também do
privado.
Mota (1985:39) define empresa como “ (…) uma instituição cujo objectivo é gerenciar capital
e trabalho na produção de bens e serviços que se transformam em mercadorias. Através desse
gerenciamento, ele assegura a valorização do capital, acumulando-o e reproduzindo-o e tendo
na produção da mais-valia um instrumento para a obtenção de lucros”.
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Independentemente da tipologia de empresa, todas se organizam para produzir e fornecer bens
e/ou serviços, a um público determinado com o objetivo de obter o maior lucro possível.
E segundo Sandroni (1999:204) uma empresa pública é uma:
“Organização que se destina a garantir a produção de bens e serviços
fundamentais à coletividade (transporte, energia elétrica, combustível
etc.). É criada por lei e é de responsabilidade do Estado. Os contratos,
a organização da empresa, os métodos de financiamento, de contabilidade etc. seguem as normas do direito privado, o que lhes
permite agir de acordo com princípios comerciais. Em geral, a
empresa pública é dirigida a atividades que requerem investimentos
muito elevados e apresentam retorno lento, sendo por isso pouco
atrativas para a iniciativa particular. Ao mesmo tempo, a empresa
pública costuma ter assegurado o monopólio de sua atividade”.
Ainda na óptica Sandroni (1999:204), definimos a Empresa privada como sendo:
“A Organização pertencente a indivíduos ou grupos, que produz e/ou
comercializa bens ou serviços com o objetivo de lucro. Apesar do
crescente aumento da ingerência estatal nas atividades econômicas, a
empresa privada predomina nos grandes países capitalistas, cuja economia se assenta na instituição da propriedade privada”.
No que refere às empresas de economia mista Sandroni (1999:191) ainda o define como:
“Sistema econômico em que uma parte dos meios de produção
pertence ao Estado e a outra, a empresários particulares. Existe em muitos países capitalistas, particularmente nos de regime social-
democrata. Nessas condições, o Estado, além de orientar a economia,
detém a propriedade de importantes empresas em setores considerados
estratégicos (bancos, indústrias de base, transporte, saúde e
educação)”.
2.2 Características e particularidades das empresas em estudo
2.2.1 Imobiliária Fundiária e Habitat, SA.
Uma empresa pública é instituída pelo Estado com autorização em lei específica e da sua
inteira responsabilidade, possui o capital totalmente público, tendo como finalidade a
actividade económica ou serviços públicos. Para a ocupação dos altos cargos nas empresas
públicas, é o Estado representado pelo seu Governo quem nomeia os nomes que poderão ser
aceite ou não no Conselho de Ministro.
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Em 31 de Dezembro de 1982 tinha sido criada o Instituto de Fomento da Habitação, operado
pelo Decreto- Lei n.º 72/99 pelo Estado Cabo-verdiano, e foi convertida em sociedade
anónima, de capitais públicos em 29 de Novembro de 1999.
Em 1988, a IFH entrou pela primeira vez no mercado imobiliário, com a construção do
primeiro grupo com cinquenta e duas (52) habitações na Achada de Santo António, o
conjunto habitacional designada de “Novo Horizonte”, com o financiamento bancário.
Hoje denominada de Imobiliária Fundiária e Habitat, SA e esta alteração de denominação teve
a sua publicação no Boletim Oficial, pelo Decreto-Lei n° 12/2010 no Capítulo I, intitulado de
“Denominação, sede, duração e objecto”.
E o artigo 1º [Denominação] do Boletim Oficial (2010:368) declarou que “a sociedade
anónima que resulta da transformação do Instituto de Fomento da Habitação, operado pelo
Decreto-Lei n.º 12/99, adopta a denominação de IFH – Imobiliária, Fundiária e Habitat.
SARL”, com o capital social inicial de 750.000.000$00 (setecentos e cinquenta milhões de
escudos) e encontra-se totalmente realizado pelos valores dos bens integrantes do património
da sociedade.
No mesmo Boletim Oficial o artigo 2º [Sede e formas de representação social] nº 1 afirma que
a Sociedade tem sede na Cidade da Praia, Ilha de Santiago, acrescentando ainda no número 2
que “o Conselho de Administração pode criar ou encerrar, em qualquer ponto do território
nacional, delegações ou quaisquer formas de representação social”.
O Artigo 4º [Objecto] (2010:368), no nº1diz nas seguintes alíneas, que a sociedade tem por
objecto:
a) A produção e promoção imobiliária em geral, com especial enfoque na habitação de
interesse social, a custo controlado;
b) A edificação de imóveis de acordo com as demandas do mercado e a relevância social do
projecto;
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c) A compra, venda, restauração e arrendamento de imóveis;
d) A urbanização e infraestruturação de terrenos, visando a promoção do acesso à habitação;
e) A compra e venda de lotes de terrenos para construção;
f) Contribuir para uma gestão criteriosa, racional e inclusiva dos solos urbanos e dos terrenos
públicos, com vista à melhoria da qualidade de vida urbana;
g) Contribuir para a pesquisa e a inovação nos domínios da produção de habitação e a
requalificação urbana.
E ainda no artigo 4º, proferi no nº2 que “a sociedade pode dedicar-se ainda a outras
actividades afins, complementares ou conexas com o seu objecto, desde que seja deliberado
pela assembleia-geral”. E o Artigo 3º [Duração] complementa, que a duração da Sociedade é
por tempo indeterminado.
O nosso foco nesta empresa é o departamento de Recursos Humanos, onde foi feita o nosso
estudo com a finalidade de a conhecer e compreender como se procede as tarefas deste
departamento em prol dos seus trabalhadores.
A actual IFH, sediada na Achada Santo António, possui hoje o seguinte Organograma:
Figura 1 Organigrama de IFH
Fonte: site IFH 2013
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Como se pode observar na imagem acima a Direcção de Recursos Humanos e Administração
(DRHA) está tutelada pelo concelho de administração, o que não impede esta direcção de ter
um relacionamento directo com o conselho máximo da IFH.
No que refere as condições laborais da empresa em que a DRHA se encarrega, também foi
pronunciado no B.O (2010:370) capítulo IV (Disposições diversas e finais), no Artigo 17º
[Regime de relações laborais] que, “as relações de trabalho na Sociedade regem-se pelo
Regime Jurídico Geral das Relações de Trabalho”. Portanto toda questão laboral do IFH é
regida pelo Código Laboral Cabo-verdiano, tendo-o como base de referência e explicação
para cada passo e cada decisão tomada em prol dos trabalhadores, quer na sua contratação,
controlo e permanência na empresa como também na possível demissão ou cessação de
contractos conforme a sua natureza.
2.2.2 Tecnicil Indústria
A Tecnicil Indústria é empresa de produção e engarrafamento de águas e produtos
refrigerantes, com a sua fábrica na zona da trindade em arredores da cidade da praia,
possuindo ainda delegações em Assomada, São Vicente, Sal e Boavista.
A Tecnicil Industria é uma filial do grupo Tecnicil, criada em 1996 e desde então apostou
em revolucionar o mercado imobiliário nacional e tem desenvolvido projectos que
ultrapassam as expectativas do mercado e superado os objectivos dos seus investidores.
Na sua página no facebook, a empresa TI apresenta-se como uma sociedade anónima de
capital exclusivamente Cabo-verdiano, que produz e distribui água de mesa e refrigerantes.
Tendo a missão de produzir e distribuir produtos de qualidade percebida no mercado,
assegurando um serviço que proporcione a satisfação total dos clientes, com sentido de
responsabilidade social e ambiental, criando valor para os accionistas.
No seu site oficial apresentam a sua visão, a qualidade como referência para a liderança, no
mercado Alimentar e Bebidas tendo como estratégia a integração de todas as áreas
operacionais, com vista à rentabilidade de processos e foco no cliente, que permitam reforçar
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a liderança no segmento de Águas, conquistar melhores posições no segmento de
Refrigerantes e diversificar para outros segmentos.
Os seus produtos são refrigerantes, aguas e cervejas, os Refrigerantes KUL disponíveis em
dois formatos de 0,33l e 1,5l e vem em sete sabores, sendo este ananas, cola, guaraná, laranja,
limão, morango e tónica. Outro comercializado é a água trindade, uma marca de confiança
dos Cabo-verdianos, pelo que a empresa conquistou 2 anos consecutivo o selo Morabeza. A
água comercializada vem em seis formatos diferenciadas a de 0.33l, 0,5l, 1.5l, 5l, 10l, e 19l. A
cerveja que a empresa comercializa e da marca Sagres, assim como também comercializa a
água da marca Luso.
A sede da Tecnicil Indústria situa-se na cidade da Praia, onde fica centrado o corpo directivo
da empresa e esta estruturada da seguinte forma conforme apresenta a figura abaixo.
Figura 2: Organigrama da Tecnicil Indústria
Fonte: Tecnicil Indústria, 2013
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O organograma da TI traz de forma ilustrada a sua estrutura, pela forma como ela esta
organizada podemos analisar a área onde se trata das questões relacionadas aos recursos
humanos na empresa. A primeira constatação e que a não existe um departamento de
Recursos Humanos, o ramo especializado da Ciência da Administração que segundo Gil
(1994) é o lugar onde se desenvolve todas as condições para que haja uma interação e
adaptação do trabalhador no local do trabalho com o objectivo de aumentar a sua
produtividade. O autor aprofunda mais ressaltando que é, a área que trata de recrutamento do
pessoal para a empresa, realizando treinamento e capacitação do trabalhador na empresa,
acompanhando o seu desenvolvimento, faz o controlo e a avaliação da produtividade do
trabalhador. Por isso torna-se necessário a existência do departamento de RH na empresa.
2.2.3 Caixa Económica de Cabo Verde
A actual Caixa Económica de cabo Verde foi criada em 18 de Maio de 1928 com a
designação de Caixa Económica Postal e integrada no então serviço dos Correios e Telégrafos
do Ministério das Telecomunicações. Em 1985 foi transformada numa instituição financeira
autónoma, com a designação da Caixa Económica de Cabo Verde, E.P, tutelada pelo
Ministério das Finanças. De 1993 a 2000, a Caixa Económica de Cabo Verde, teve um
crescimento e um desenvolvimento qualitativo e quantitativo substancial e bem visível,
sobretudo a nível nacional. E este desenvolvimento que se consubstancia no crescimento
verificado ao nível dos depósitos, do crédito concedido, dos fundos próprios, etc., foi
proporcionado, de entre outros, pelo alargamento da gama de produtos e serviços,
alargamento da rede de agências e introdução de um novo estilo de relacionamento com o
cliente e soluções informáticas modernas e inovadoras.
E tem como Missão Criar valor para Stakeholders, desenvolvendo a actividade de
intermediação bancária a nível nacional e regional, através de um serviço diferenciado e de
qualidade, ao mesmo tempo que contribui para o desenvolvimento sustentável do país.
A visão da Caixa é ser o melhor banco universal de Cabo Verde, reconhecido pelo seu
elevado nível de modernização tecnológica e de inovação, orientado essencialmente para o
mercado de retalho, dos Particulares Residentes e Emigrantes, e das Empresas.
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Com a sua sede na cidade da Praia, a CECV está dotado de uma Rede de Agências distribuída
de norte a sul do país. Na zona norte despõe de agências no Santo Antão, São Vicente, São
Nicolau, Sal e Boa Vista e na zona sul do país está distribuído em Maio, Santiago, fogo e
brava. E assim está organizado a empresa,
Figura 3: Organigrama da CECV
Fonte: Cardoso 2006
Conselho de Administração
Secretariado-geral
Comissão Executiva
Gabinete de Auditoria Interna
Gabinete de
Instalações e
Avaliação
Gabinete de
Assuntos Jurídicos
Gabinete de Controlo e Analise de Crédito
Gabinete de
Marketing
Gabinete de
Estudos,
Planeamento e
Controlo
Gabinete de
Organização e
Qualidade
Direcção de Informática
Direcção Financeira
e Internacional Direcção de
Administração e Recursos Humanos
Direcção
Comercial
Serviços de
Operações com estrangeiro
Serviço de
Tesoura. Compensação
Mercado de
Capitais Serviço de
Contab. e Controlo
Serviço de
Gestão
Adminis. e
Serv. Gerais
Serviço
de
Arquivo
Gestão
Administrativa Serviços
Gerais
Agências
Fazenda
Plateau
Achada de Santo António
Santa Catarina
5 de Julho
Monte Sossego
Ribeira Grande
Espargos
Santa Maria
Fogo
Aeroporto Sal
Aeroporto da Praia
Calheta Sã Miguel
Rede de Delegações
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A CECV é constituída pelo seguinte órgãos sociais:
Mesa da Assembleia Geral
Conselho de Administração
Conselho Fiscal
Comissão Executiva
Comissão de Remunerações e Previdência
2.3 Características do departamento dos Recursos Humanos das empresas em estudo
A empresa que tem a visão na modernidade inclina-se para a valorização das pessoas, como
prioridade e isto esta associada ao departamento de Recursos Humanos, pois é este que vai
cuidar da idoneidade da empresa frente aos seus trabalhadores e a estes salvaguardar os seus
direitos frente a empresa e fazer com os trabalhadores cumpram com os seus deveres com
satisfação e motivação e não o ver só como obrigação.
Estas empresas estão preocupadas com o futuro e para isso investem no presente de forma
criativa, porém constante, se distinguindo das demais e obtendo resultados promissores,
investem num Departamento de Recursos Humanos que não significa só ter um departamento
direcionado a admissões, treinamentos, avaliações e rescisões. E esta preocupação com o
futuro não se encontra somente nas empresas de grande dimensão porque há empresas que
não tem grande quantidade de trabalhadores, empresas com dimensões menores, mas, que
ainda sim a melhor opção parece ser constituir um departamento de RH estratégico e que faça
parte da gestão dos negócios.
Entretanto não é muito fácil manter este departamento já que muitas vezes a verba
disponibilizada pela direcção da empresa não é exatamente a que o setor necessita para
satisfazer todas as necessidades dos trabalhadores e implementar todos os benefícios que se
tornam necessário para o aumento da motivação e produtividade dos mesmos, já que esta
verba é empreendida sem se ver um retorno monetário directo.
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Uma das empresas em estudo, a IFH dispõe de um departamento de Recursos Humanos,
denominado de Departamento de Recursos Humanos e Administração, onde a direcção de
Recursos Humanos é constituída por três colaboradores, de igual modo como a direção de
Administração.
De entre os três trabalhadores que compõem o departamento de Recursos Humanos, o
director/ responsável pelos recursos humanos da empresa, é licenciado em letras e ao longo
dos anos que vem dirigindo este departamento, vem fazendo formações na área de RH. Mas é
de frisar que este departamento possui uma colaboradora que é formada em Recursos
Humanos.
Segundo o entrevistado, este departamento é fundamental e fulcral dentro da empresa para
facilitar a convivência entre os trabalhadores dos diferentes departamentos como também faz
a ponte entre os funcionários e o concelho administrativo e até mesmo entre os próprios
funcionários. Acrescenta ainda que é neste departamento que se tem um maior controle e
domínio sobre os trabalhadores no horário laboral, regulando e controlando a assiduidade e a
pontualidade de cada um dento do local do trabalho. Assegura ainda os trabalhos extra dos
trabalhadores, quando estes levam com que trabalhador ausente muito tempo do local de
trabalho, como as tarefas do INPS e das finanças ajudando-os a preencher os módulos (111 e
112) e fazendo as entregas nas respectivas instituições.
O director caracteriza o departamento ainda como sendo autónomo no que tangue a tomada de
decisões que lhe compete, autônomo também porque é autorizado a tomar decisões a serem
aprovado pelo Conselho Administrativo e tem um relacionamento directo com o CA sem
passar por outros departamentos para ter acesso as informações gerais da empresa.
Com base nas informações recolhidas na entrevista feita a IFH o departamento de Recursos
Humanos da empresa está assim organizado de acordso com as funções atribuídas a cada
trabalhador que compõe este departamento:
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Figura 4: Organigrama do departamento de RH da IFH
Entretanto na Tecnicil Indústria, empresa que representa o sector privado neste estudo não
dispõe de um departamento de Recursos Humanos formado, apesar de já estar com alguns
anos no mercado e de ter uma certa dimensão de campo onde prestam serviços, afirma o
director Administrativo e financeiro desta empresa. Esta não existência explica o entrevistado
que deve-se ao facto de que a empresa vem ao longo dos anos se ajustando e se adaptando
para a sua concepção. Argumenta ainda que a empresa não dispõe de uma boa base financeira
capaz de assegurar políticas de benefícios sociais em prol dos seus trabalhadores, sem ter a
certeza da sua continuidade, entretanto, apesar de não ter um departamento de RH a Tecnicil
Industria dispõe de uma responsável pelos recursos humanos da empresa.
A responsável do Serviço do pessoal é formada em gestão de empresas trabalha no sector
denominado de serviço de pessoal que está tutelada pela Direcção Administrativo e
Financeiro. Este sector só dispõe de uma integrante, a quem cabe a responsabilidade de tratar
os assuntos de vínculo do pessoal com a empresa e tem sob a responsabilidade a elaboração
de contratos, fazer a folha de pagamento e entre outras tarefas que lhe cabe para assegurar o
bom funcionamento dos assuntos laborais dos trabalhadores, entretanto ela não tem a seu
encargo tarefa de recrutar pessoas para a empresa, já que cada departamento cuida de recrutar
o pessoal que necessita com a autorização do Conselho da Administração.
Conselho Administrativo
Direcção de Recursos Humanos
e Administração
Departamento de Recursos
Humanos
Director do DRH
Dois técnicos de RH
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Ela pode propor ao CA a criação de um determinado benefício social em prol dos
trabalhadores, como também, qualquer outra pessoa de um outro departamento pode fazer
esta proposta. É de sublinhar ainda que ela não dispõe de liberdade para tomar decisões, o que
nos faz descrever a sua função resumida em elaboração de contrato de trabalho, preencher
folha de pagamento, e executar os benefícios sociais que são deliberadas através de ordem de
serviço pelo administrador.
Embora não existindo um departamento de RH na Tecnicil Indústria apresentamos como está
estruturada o sector de Serviço de pessoal, a partir da entrevista feita e com base no
organigrama da empresa.
Figura 5: Organigrama do sector de Serviço de Pessoal da TI
Na CECV, o Departamento de RH esta encontra-se sob a tutela da Direcção de Administração
e de Recursos Humanos e ele está constituído por uma equipa de quatro pessoas, em que a
directora da Direcção de Administração e de Recursos Humanos é formada em gestão, com
uma longa caminhada na empresa e com alguns anos na direcção deste departamento, ainda é
de frisar que há uma colaboradora neste departamento que é mestrada em Recursos Humanos.
Segundo a grelha de resposta do guião de entrevista enviado a CECV, esta direcção tem uma
relação directa com o Conselho Executivo, sem ter de prestar conta a outros departamento ou
ter informações superiores em segunda mão. Isto quer dizer que tem a liberdade e a
Conselho
Administração
Director
Administrativo e
Financeiro
Serviço de Pessoal
Responsável de
recursos humanos
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autorização de tratar todos os assuntos diretamente com o conselho superior. Caracteriza-se
ainda como autónomo no que tange a tomada de decisão é-lhe concedido a permissão para
tomar iniciativas que lhe competem e depois consultar o CE, tem também o controle do
pessoal durante o período dentro da empresa.
Pode-se ainda acrescentar com base na grelha de resposta da CECV, que é neste departamento
que se faz o recrutamento do pessoal com base em perfis de competências para a empresa. A
DARH dá importância à evolução na carreira, ao desenvolvimento pessoal e profissional dos
trabalhadores, com plano de formação, acesso a linhas especiais para estudos entre outros, faz
a avaliação do desempenho do pessoal com base nas competências. E como recompensa para
além do vencimento base é acrescentado um conjunto de complementos ou regalias e
benefícios sociais. É também neste departamento que se for precisão faz-se a rescisão de um
contrato por mais diversas razões.
O departamento de Recursos Humanos que faz parte da Direcção de Administração e de
Recursos Humanos da CECV pode ser apresentado da seguinte forma:
Figura 6: Organigrama do departamento de RH da CECV
De igual modo como referido e caracterizado o departamento de Recursos Humanos na IFH e
na CECV, como se encontram estruturado e como é o seu funcionamento, a Tecnicil Indústria
vai ter a caracterização, o modo de funcionamento e a estrutura do departamento onde se
cuida dos recursos humanos nesta empresa.
Conselho Executivo
Direcção de Administração e
de Recursos Humanos
Três técnicos
de RH
Directora de
Gabinete
Organização
Estudos e
Projectos
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Com a caracterização dos Departamentos de Recursos Humanos da IFH e da CECV e da
caracterização do sector de Serviço do Pessoal da TI, cada um com a sua particularidade
causada praticamente pelo facto de cada uma delas pertencer a um sector diferente, uma
Pública, Privada e a de Capital Misto, percebe-se que cada uma delas representa os objectivos
dos órgãos máximo que chefia a empresa.
Se analisarmos bem veremos que o departamento de RH e o sector de Serviço do pessoal
dentro da empresa acaba refletindo o posicionamento do concelho máximo da empresa. É
neste departamento que se reflete a condição financeira da empresa e que espelha a forma
como ela vê os seus “recursos” humano no processo de alcance dos seus objectivos, se é
como agentes activos para a obtenção desses objectivos ou se é mero recurso adicional a
outros para essa obtenção.
Ficou claro que a empresa tem muito a ganhar se tiver um departamento de RH, que este seja
organizado e esteja dotado de técnicos capazes de trabalhar com recursos humanos, já que
este departamento dentro da empresa é a que mais cuidado no tratamento requer. Mas ao
mesmo tempo nos faz questionar como é que pode ser este “cuidado” se este departamento
trata, cuida e zela pelos interesses da empresa embora, aparenta que este seja o departamento
de tratamento e cuidado do pessoal da empresa.
Durante a análise feita nas respostas das entrevistas feitas aos directores/responsável dos
recursos humanos nas empresas IFH, CECV e TI, podemos constatar que cada empresa
estudada trouxe-nos características claras da área onde estava classificada. Temos por nós que
tudo o que é público tem um caracter paternista, já que esta ideia vem do facto de que o
Estado é o pai de todos, torna-se um direito ter benefícios sociais nas empresas. Esta ideia
veio se confirmar com o estudo feito a uma empresa estatal com vários anos no mercado
Cabo-verdiano, activo na sua área de actução, com uma estabilidade económica e com uma
satisfação no que tange ao lucro. Em resposta a sua saúde económica a IFH dispõe de um
departamento de RH com condições, dispõe de técnicos com formações superiores nas mais
diversas área de entre elas na Gestão de RH.
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Já a empresa Privada representada pela Tecnicil Indústria, também reflecte a área onde
representa, a área em que o “dono” é uma pessoa individual ou uma pequena sociedade onde
o objectivo final destes é a obtenção máxima do lucro nas suas actividades. A organização da
empresa desenha-se na obtenção de um esquema em que se adequa as necessidades da
empresa mas sem empreender grande quantidade de dinheiro.
A Tecnicil Indústria dispõe também de uma Direcção Administrativo e Financeiro aonde
podemos encontra o sector de Serviço de Pessoal da empresa, composto por uma técnica onde
que trata dos assuntos laborais dos seus trabalhadores com o intuito de assegurar a legalidade
de contratação, a gestão de permanência dos trabalhadores e o despedimento dos mesmo da
empresa.
Os trabalhadores têm em mente que trabalham por uma pessoa ou um grupo que espera deles
lucro no final do mês em troca dos seus salários. A empresa possui um responsável de serviço
do Pessoal, sem autonomia para tomar decisões e depois ser aprovado pelo Conselho de
Administração, talvez por falta de espaço para a sua atuação, ou porque nesta empresa ainda
não se tem uma noção do quanto e necessário e preciso deste departamento até pela garantia
de um lucro maior. Mas pode-se ainda questionar porque uma empresa com já alguns anos no
mercado Cabo-verdiano, com uma condição financeira satisfatória aparentemente não possui
este departamento.
Mas também é de esperar que quem procura lucro, esta é a prioridade e dificilmente deixa-se
levar por problemas dos trabalhadores das empresas que a primeira vista só acarretam gastos e
atrapalham o bom funcionamento da mesma, sem imaginarem que os problemas do
trabalhador não só atrapalha a sua produtividade como também interfere no alcance dos
objectivos da empresa.
2.4 O modelo de gestão dos Recursos Humanos nas empresas IFH, CECV e Tecnicil
Indústria
Hoje as empresas que contam com um Departamento de Recursos Humanos em sua estrutura,
somam diferenças e expõem mais confiança para os seus trabalhadores, tendo em vista que
contam com um departamento voltado somente para gerenciar, capacitar, treinar e motivar os
63/109
seus trabalhadores. O Departamento de Recursos Humanos é a ligação entre a diretoria e seus
trabalhadores, tendo a função de mostrar para o mesmo que a empresa em que ele desenvolve
suas tarefas é um local organizado e estruturado, estando assim este departamento apto a
aguçar para a empresa quando um colaborador esta se destacando ou quando precisa ser
ajudado ou ser mais capacitado.
E esta gestão que é feita neste departamento tem de ter uma associação de habilidades e
métodos, políticas, técnicas e práticas definidas com objetivo de administrar os
comportamentos internos e potencializar o capital humano, para que este possa de uma forma
livre e comprometida possa cumprir as suas tarefas e contribuir para o alcance dos objectivos
da empresa.
Tendo em conta a primeira empresa em estudo a IFH, o modelo de gestão no departamento de
Recursos Humanos é participativo quer entre os que compõem o departamento como também
com a participação dos trabalhadores e do CA.
As tarefas são devidas entre os que trabalham no departamento de Recursos Humanos, não
acumulando todo o trabalho e informações no seu director. Quando se tem um uma decisão a
tomar reúne- se com os colegas e discutem o melhor para todos na empresa, embora as
decisões finais sempre sejam tomadas pelo director do departamento baseando- se no que foi
proposto pelos colegas.
No que tange a elaboração de políticas de benefícios sociais, afirma o director que a decisão
de criar pode perfeitamente partir do próprio departamento, como também dos trabalhadores
da empresa que propõe a sua criação e ainda do Conselho Administrativo e apartir desta
decisão a sua elaboração e implementação fica ao encargo do departamento dos Recursos
Humanos e com a avaliação e autorização final do CA. Tem uma óptima relação com os
trabalhadores da empresa, como também com o CA onde representa os trabalhadores nas
reuniões do Conselho Administrativo.
O director de departamento de RH finaliza dizendo que dividi as responsabilidades, discute os
assuntos e tem liberdade de decisão, e que é por essas e outras razões que considera este
departamento como participativo.
64/109
Quando uma empresa não tem um departamento de recursos humanos, de facto fica difícil
falar em gestão deste, como se pode constatar na entrevista feita ao director do departamento
Administrativo e Financeiro da Tecnicil Indústria.
De facto não se pode falar numa gestão de recursos humanos nesta empresa, até porque nem
um departamento eles tem, não tem politicas elaboradas e nem existe um profissional da área
que pudesse planear e executar políticas dali proveniente.
Entretanto existe benefícios sociais na empresa, mas que não chegaram a ser planeadas e
executadas por uma direcção em específico, mas o que acontece é que pessoa de forma
individual ou colectiva, que pode ser também algum departamento dentro da empresa, pode
sugerir ao conselho de administração, através de um documento dentro da empresa que é
designada de Ordem de Serviço, que autorize a atribuição de um determinado beneficio aos
trabalhadores e se este documento for deliberado de com uma resposta afirmativa os
trabalhadores passam a beneficiar com o que foi proposto.
E assim se vai atribuindo benefícios sociais na empresa, embora a partir deste mesmo
documento o conselho da administração pode negar a atribuição de algum benefício pedido. E
quando for este a resposta enviada, não resta mais nada a fazer se não esquecer que foi
proposto algo ao CA. Embora se existisse um departamento que elaborasse e fundamentasse
uma proposta de criação de benefício social com certeza alguma diferença faria, nem que
fosse por haver uma pessoa representante dos trabalhadores argumentasse a importância de tal
benefício.
Até porque o profissional de Recursos Humanos diferencia-se dos outros por desenvolver
uma postura de liderança autorizada perante sua equipe, onde os trabalhadores o recorrem
tendo a convicção de que realmente ele saberá o que fazer, e não a autoridade que somente
quer as atividades realizadas. Sim porque de facto o profissional do RH terá desde a sua
chegada a empresa passar esta imagem aos trabalhadores, de que ele é o profissional da
empresa que os motiva para o comprimento dos seus deveres e salvaguarda os seus direitos
perante a direcção máxima.
65/109
Diante de todo o exposto, vê-se portanto que investir no Departamento de Recursos Humanos
é investir na própria empresa, aparecerá melhorias significativas nos processos de
comunicação e nas relações interpessoais dentro da empresa, enfim ocorrerá uma maior
integração organizacional e com certeza muito mais poderia ser feita nesta empresa se se
existisse um departamento de RH a começar pela probabilidade de existir mais benefícios
sociais.
Entretanto, de igual modo como já evidenciamos nas outras empresas, a CECV dispõe de um
modelo de gestão de recursos humanos que iremos a seguir apresentar.
O modelo de gestão dos recursos humanos na Caixa Económica de Cabo Verde é
participativo, todos os membros, tem direito a opinar nas decisões que é tomada embora as
deliberações ficassem ao encargo da directora, em qualquer assunto que necessite de uma
discussão para chegarem a uma conclusão. Assim como também as tarefas são divididas entre
os membros não sendo concentrada na pessoa da sua directora.
No que tange a existência de políticas de benefícios sociais, a direcçao de RH pode tomar a
iniciativa de elaborar, assim como também os trabalhadores podem sugerir que se elabore
uma determinada política, tal como, o Conselho Executivo pode pedir a direcçao que crie uma
política em prol dos trabalhadores. Quando sugerida, esta direcção toma ao seu encargo a
tarefa de sua elaboração e implementação depois de ser deliberada a autorização do CE.
E tendo em conta que a gestão dos RH na CECV tem enfâse no bem-estar dos seus
trabalhadores, isto é feita com base na competência. Desde o recrutamento para se agrupar aos
demais na empresa, o recrutamento é feito em perfis de competência, é dada muita
importância á evolução na carreira, por isso tem-se feito promoções.
Ainda existem mecanismo de reconhecimento dos desempenhos elevados e leva-se em conta
o desenvolvimento pessoal e profissional através de plano de formação, acesso a linhas
especiais para estudos em sintonia com a prioridade estratégica que é a valorização do
pessoal. Dispõem de um sistema de recompensas baseadas no comprimento dos objectivos e
tem como objectivo reforçar a motivação dos trabalhadores e em complemento existe regalias
66/109
e benefícios sociais associados a remuneração base. Assim como recrutam com base nas
competências as avaliações também e feita com base neste critério.
2.5 A atribuição de benefícios sociais como factor motivador para o alcance da
produtividade funcional
2.5.1 Apresentação dos direitos e garantias assegurados aos trabalhadores pela
Constituição da República e pelo Código Laboral Cabo-verdiano
A Constituição da República de Cabo Verde afirma, no Capítulo III intitulado de
“DIREITOS, LIBERDADES E GARANTIAS DOS TRABALHADORES”, no artigo 61º
(direito á retribuição), número um, (1990:24) que todos os trabalhadores têm direito a justa
retribuição segundo a quantidade, natureza e qualidade do trabalho prestado.
Complementando ainda na mesma página, o artigo 62º número um, faz referência a outros
direitos garantidos aos trabalhadores mentado nas seguintes alíneas:
a) Condições de dignidade, higiene, saúde e segurança no trabalho;
E ainda o artigo 63º (Liberdade de associação profissional e sindical) número um, pagina 24
acrescenta dizendo que a todos os trabalhadores é reconhecida a liberdade de criação de
associações sindicais ou de associações profissionais para defesa dos seus interesses e direitos
colectivos ou individuais.
O Código Laboral, aprovado pelo Conselho de Ministro no Decreto- Legislativo nº 5/2007,
promulgado no Boletim Oficial, terça-feira, 16 de Outubro de 2007, I série Número 37, trás
detalhadamente todo o regulamento laboral Cabo-verdiano, ou seja, toda e qualquer acção que
quer o trabalhador como também a entidade empregadora tiver pode perfeitamente ser aceite
ou refutado a partir deste Código, que tem por finalidade última regular a relação existente
entre o trabalhador e a entidade empregadora.
67/109
Esta relação pode ter o seu início com a formulação de um contrato de trabalho formal e legal,
onde ambas as partes acordam um conjunto de pontos para o fornecimento da mão- de- obra
do trabalhador em detrimento de uma retribuição pelo esforço, atribuído pelo empregador.
O Código Laboral Cabo-verdiano (2007:5), declara, no capítulo III, intitulado de Princípios
fundamentais do direito laboral, no seu artigo 12º, número 1 que todos têm direito ao trabalho
de acordo com as suas aptidões, formação e competência profissionais.
Ibidem, no número 2 que todos têm o dever de trabalhar para angariar os meios necessários
para seu sustento e da sua família, criar riqueza pessoal e familiar, desenvolver a economia
nacional e promover o bem-estar pessoal e colectivo.
O Código Laboral (2007:7), define contrato de trabalho no seu artigo 26º, número 1, como:
“a conversão, pela qual uma pessoa se obriga a prestar a sua actividade intelectual ou manual
a outra pessoa, sob autoridade e direcção desta, mediante retribuição”.
Idem
Artigo 16º
Direito à retribuição
1. Os trabalhadores têm direito a justa retribuição, segundo a quantidade, natureza e
qualidade do trabalho prestado.
Artigo 17º
Reparação de acidentes de trabalho
1. Os trabalhadores, empregados, aprendizes ocupados por empresas ou estabelecimentos
de qualquer natureza, públicos ou privados e bem assim os familiares desses ou pessoa que
deles dependiam têm direito à reparação dos acidentes de trabalho e bem assim à assistência
médica e medicamentosa.
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E na IV Secção denominada de “Do direito ao repouso”, no I Subsecção designada de Do
direito a férias (2007:12) trás no:
Artigo 52º
Período de férias
1. Os trabalhadores contratados por tempo indeterminado têm direito, por cada ano de
serviço prestado, a um período de férias de 22 dias úteis.
2. O disposto no número anterior aplica-se igualmente aos trabalhadores contratados por
tempo determinado desde que a duração do contrato, inicialmente estabelecido ou resultante
de renovação, não seja inferior a um ano.
3. Nos contratos com prazo inferior a um ano os trabalhadores têm direito a um período
de férias proporcional à duração do contrato.
Artigo 53º
Vencimento do direito a férias
1. Nos contratos por tempo indeterminado, o período de férias vence-se no dia 1 de
Janeiro de cada ano.
2. Após a admissão mediante contrato por tempo indeterminado, o primeiro período de
férias vence-se ao fim de seis meses de serviço efectivo
3. Nos contratos por tempo determinado que excedam um ano de duração é aplicável o
disposto no nº l.
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4. Nos contratos com prazo inferior a um ano, o direito a férias vence-se depois de
decorrido metade do referido prazo.
5. Em caso de contrato por tempo indeterminado, se a admissão ocorrer no primeiro
semestre, o trabalhador tem direito a 7 dias úteis de férias a serem gozados no referido
ano, em data a acordar com o empregador.
O mesmo Código Laboral Subsecção II, citada de “Descanso semanal” (2007:13) referencia
no seu:
Artigo 64º
Período de descanso semanal
1. O período obrigatório de descanso semanal é de 24horas e o seu gozo coincide, em regra,
com o domingo.
2. O descanso semanal pode deixar de coincidir como domingo, quando tal resulte da lei, dos
instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho, de contrato de trabalho, de horário de
trabalho devidamente aprovado ou, ainda, de regulamento interno a que o trabalhador tenha
aderido livremente.
E por fim o 13º artigo, do Código Laboral (2007:3), diz que:
“Em tudo quanto não estiver regulado no Código Laboral aplica-se, subsídiariamente, o
direito privado cabo-verdiano”.
Os direitos e garantias acima apresentadas nos orientam a fazer distinção entre os direitos
consagrados no Código Laboral e na Constituição da Republica e os benefícios sociais
atribuídos aos trabalhadores nas empresas. Como refere o artigo 13º do Código laboral (2007)
tudo que não estiver mencionado no código como direito dos trabalhadores pode-se designar
de subsídio ou de benefícios sociais da empresa para com os seus trabalhadores.
70/109
Qualquer subsídio ou benefícios sociais que uma empresa queira facultar aos trabalhadores
não é obrigatória nem regulada pelos órgãos competentes, já que este não os prevê. Entretanto
a empresa dependo dos critérios que utilizarem podem facultar subsídios e benefícios sociais
em quantidade e qualidade que planearem. Os trabalhadores não podem recorrer-se a um
órgão autorizado para requer os subsídios ou benefícios sociais que a empresa atribui, a não
ser que a proposta de os conceder esteja presente no contrato de trabalho celebrado entre ele e
a entidade patronal.
Portanto tudo o que estiver regulamentado pelo Código Laboral e Constituição da República
será supervisionado pela entidade competente e quanto não o cumprem, correm o risco da
empresa ser penalizada e sancionada em prol dos trabalhadores.
Qualquer empresa independente do sector e da sua condição económica, tem muito a ganhar
com a atribuição de benefícios sociais aos trabalhadores, ainda que o lucro não é do mais
satisfatório se compartilhada com os trabalhadores, estes com certeza terão mais
disponibilidade em contribuir para a garantia no alcance de uma produtividade maior. Como
afirma Motta (1985:16/17):
“A justificativa para executar serviços sociais dentro da empresa
fundamenta-se na importância atribuída á preservação da qualidade da
força de trabalho dos empregados, passível de ser afetada tanto pelas
carências vivenciado pelo trabalhador como pelo surgimento de
comportamentos divergentes que interfiram no processo organizativo
da produção.”
Os serviços sociais a que Motta refere podem também ser designada de benefícios sociais que
de facto contribuem para a satisfazer as necessidades dos trabalhadores, para os motivarem a
alcançar os seus objectivos na empresa, que é produzirem cada vez mais e melhor.
2.5.2 Tipos de benefícios sociais atribuídos nas IFH, Tecnicil Indústria e CECV
As três empresas estudadas trazem em comum, a preocupação e o cuidado que têm com os
seus trabalhadores, cada um à sua maneira dependendo das políticas delineadas e dos
respectivos recursos financeiros. Se formos analisar a tipologia dos benefícios socias podemos
veremos que todas elas tem mais ou menos, o mesmo modelo de atribuição de benefícios
71/109
sociais aos seus trabalhadores, sendo que o que muda de empresa a empresa é o nome que é
atribuído a cada um desses benefícios.
No universo das empresas são estes os benefícios sociais comuns atribuídos segundo as
respostas obtidas na entrevista com o director de departamento de Recurso Humano da IFH,
segundo a entrevista com o director administrativo e financeiro e a responsável pelo Serviço
do Pessoal da Tecnicil Indústria e da grelha de respostas da CECV e das respostas obtidas nos
questionários aplicados aos trabalhadores das três empresas:
Assistência médica
13º salário (premio de produtividade)
Subsídio de alimentação
Subsídio de férias
Prémio de produtividade
Mas analisando mais a fundo, veremos que a cada uma das empresas dependendo do ramo de
actuação acrescenta aos benefícios antes mencionados outros novos, tais como:
Pagamento de propinas/ subsídios de estudos
Seguro de viagens
Seguro de viaturas
Créditos de taxa de juros bonificados
Comparticipação no pagamento de ginásio
Brindes aos filhos de trabalhadores com idade estipulada pela empresa
Auxilio aos pais com meterias escolares
Adiantamento de salário aos trabalhadores
Estes benefícios são complementares aos direitos garantidos aos trabalhadores das empresas
em estudo que não são mencionados nem exigidos pelo Código Laboral Cabo-verdiano.
2.5.2.1 Descrição dos benefícios sociais atribuídos na IFH, Tecnicil Indústria e CECV
72/109
Assistência médica
De igual modo em todas as empresas a assistência médica é feita a partir da escolha de uma
clínica pela empresa, para que acertem um montante para cada consulta dos trabalhadores,
que é paga no final do mês consoante o número de consultas realizadas.
Esta assistência médica atribuída nas três empresas, cada um suportando os custos da consulta
de forma diferente. No caso da IFH, a empresa cobre a totalidade das consultas e comparticipa
no pagamento das análises e outros serviços médicos adicionais, enquanto a Tecnicil Indústria
comparticipa com uma parte na cobertura das consultas ficando o pagamento total por dividir
com os trabalhadores.
E na CECV tem algumas especialidades médicas que são custeadas totalmente pela empresa
nas entidades que dispõem de um acordo, entretanto as consultas de especialidade que os
trabalhadores fizerem podem ser reembolsável mediante a apresentação da factura da
consulta. Ou seja cada empresa sustenta este benefício de acordo com os critérios traçados,
podendo por isso comparticipar no pagamento das consultas ou arcar com a totalidade das
despesas.
Estas consultas não abrangem a todas as especialidades, mas são escolhidas as que a empresa
dispõe de recursos financeiros para os suportar, abrangendo também a outros agregados da
família dos trabalhadores, nomeadamente aos filhos e conjugues desde que sejam casados.
13º Salario/premio de produtividade
Este benefício é atribuído anualmente aos trabalhadores das três empresas, e todas atribuem-o
no último mês do ano em função dos resultados anuais obtidos e da avaliação de
desempenhos dos trabalhadores, embora este último critério vigore, todos recebem o prémio.
Este benefício também é atribuído nas três empresas em estudo, embora denominadas de
forma diferente em cada uma delas. Há empresa que o considera um prémio de produtividade
aos trabalhadores que durante do ano demonstraram empenho em contribuir para o alcance
dos objectivos da empresa, contribuindo assim para o alcance das metas e uma produtividade
satisfatória e em outra empresa ela é denominada simplesmente de 13º salario. Este prémio
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torna-se um benefício adicional ao salario do trabalhador, ele vem em forma monetário, sendo
que eles recebem um salario a mais do que os outros trabalhadores que não tem este prémio.
Subsídio de alimentação
Este benefício só é facultado na CECV e na IFH, sendo estas duas empresas com um horário
laboral de oito horas diária, feito em um único período, com uma hora de almoço
disponibilizado aos trabalhadores. Por ser um curto período de tempo, que se mostra
insuficiente para os trabalhadores irem até as residências almoçarem e voltarem, já que podem
ter problemas com os transportes públicos para irem e voltarem e outros constrangimentos
que poderão surgir, estas duas empresas determinaram que seria benéfico atribuir este
benefício aos trabalhadores, como forma de poupar-lhes tempo, esforços e diminuir as
despesas com as refeições feitas fora da residência.
As duas empresas referidas anteriormente comparticipam nas despesas provenientes das
refeições que são tomadas fora de residência por cada dia útil de prestação efectiva de
trabalho. De realçar ainda que este benefício é calculado e facultado de acordo com o número
de dias trabalhadas, ou seja não se tem uma quantia pré-estipulada pronto a facultar e sim
ponderado de acordo com os dias uteis trabalhadas por cada um.
Subsídio de férias
De igual modo só a IFH e a CECV é que atribuem este benefício ficando de fora, a Tecnicil
que não o atribui aos seus trabalhadores.
Este benefício é atribuído no mês de janeiro, também facultado sob forma monetário,
correspondendo ao salario base dos trabalhadores. Ele se torna mais um salario atribuído
como se fosse um mês a mais que os trabalhadores tivessem trabalhado.
Pagamento de propinas/ subsídios de estudos
As empresas IFH e a CECV atribuem aos seus trabalhadores do quadro efectivo uma
comparticipação no pagamento das propinas. Este é atribuído mediante o bom aproveitamento
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no ano lectivo transato para que o trabalhador possa continuar a beneficiar-se, garantindo
assim mais um ano de propina compartilhada.
Seguro de viagens
Só encontramos este benefício no IFH, a empresa pública em estudo, que consiste na
atribuição de um seguro de viagem feito a cada trabalhador que se vai ausentar do pais ou
para outras ilhas em Cabo Verde abarcando a todos na empresa que no decorrer da sua função
precisa se deslocar para cumprir as suas tarefas, com a máxima segurança atribuída pela
empresa. A IFH faz um seguro de viagem, assegurando assim que os seus trabalhadores
estejam protegidos e segurados com todos os riscos.
Da mesma maneira que a IFH faz o seguro de viagens aos seus trabalhadores, também faz o
seguro de viagens das suas viaturas, assegurando-a contra todos os riscos. Este seguro ainda
está alargado a cada assento de dentro de carro, ou seja, cada assento interno das viaturas da
empresa tem um seguro, assegurando assim que cada ocupante do veículo esteja
automaticamente assegurado dos riscos das estradas.
Créditos de taxa de juros bonificados
Já este benefício só se encontra na Caixa Económica de Cabo Verde, aonde os trabalhadores
do quadro efectivo recebem créditos para a habitação, aquisição de viatura, créditos nas
despesas com a saúde, para a formação dos filhos e consumo pessoal com taxa de juros
bonificados.
Comparticipação no pagamento de ginásio
Também a CECV é a única empresa a conceder aos seus trabalhadores uma comparticipação
no pagamento de ginásio para a prática de actividades físicas. E este benefício funda-se num
protocolo que a empresa faz com alguns ginásios, para que os seus trabalhadores possam
favorecer-se deste benefício.
Brindes aos filhos de trabalhadores
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Estes brindes correspondem a ofertas feita pela empresa aos filhos dos seus trabalhadores,
com idade inferior a quinze anos. Este benefício transforma-se em brinquedos e algo do tipo,
que são entregues as crianças no final do ano este benefício só é atribuído na Tecnicil
Indústria.
Auxilio aos pais com meterias escolares
É também na Tecnicil indústria é que encontramos este benefício, feita de forma livre sem o
comprometimento dos trabalhadores em devolver algo em troca. Este auxílio, que se
materializa em materiais escolares, é dado aos pais com filhos em idade escolar, com o intuito
de facilitar aos trabalhadores tempo e esforço na compra das materiais escolares.
Adiantamento de salário aos trabalhadores
Este benefício consiste no adiantar um ou mais salário (s) antes da data que normalmente a
empresa costuma fazer o pagamento mensal de todos os trabalhadores. Um trabalhador pede
salário adiantado, a proposta é analisada podendo ser concedido ou refutado consoante o
resultado da análise feita pelo respectivo departamento. Esta análise consiste na avaliação da
disponibilidade de trabalhador em continuar a trabalhar e na existência de verbas disponíveis
na empresa, para esse adiantamento, e na análise da realidade em que se encontra o trabalho.
Depois da descrição dos benefícios sociais vale analisar o interesse das empresas em atribui-
los aos seus trabalhadores. Pode-se crer que é um bom gesto por parte das empresas
preocupar-se com a satisfação das necessidades dos trabalhadores e criar condições de as
suprir, mas ainda sim existe a possibilidade da empresa querer controlar os seus trabalhadores
no que tange as ausências do trabalho por mais diversas razoes. As faltas referentes as
consultas, os atrasos nos horários de almoço e em outros motivos que poderiam fazer com que
o trabalhador se ausentasse da empresa, com variáveis justificativas.
Ao invés de ter trabalhadores se ausentando por muito tempo do trabalho para correr atras de
consultas “públicas” e faltar com justificativas médicas, as empresas resolveram poupar-lhes
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esforços fornecendo-os consultas numa determinada clínica com hora marcada e com
justificativas. Quando reguladas as consultas, as empresas terão um maior controle sobre o
tempo gasto pelo trabalhador no que refere a saúde, então é de questionar se esta assistência
médica atribuída pela empresa só tem mesmo um caracter benéfico para os trabalhadores,
senão que na verdade é também um instrumento utilizado pela empresa para ter controlo
sobre os seus trabalhadores embora com resultados benéficos para estes.
Pode-se abranger as outros benefícios acima descrita esta analise feita com a assistência
médica, porque as empresas não facultam nada sem ter a certeza de que terá algo em troca e
na maioria dos benefícios que foram aqui nomeadas as empresas esperam pelo menos, mais
motivação por parte dos trabalhadores ao ponto de se entregarem para o comprimento das
suas tarefas pelo qual foram contratados e para se disponibilizarem para o alcance dos
objectivos finais das empresas, assim como afirma o director Administrativo e Financeiro da
Tecnicil Indústria a empresa não faculta nada sem ter a certeza de um retorno no investimento
feito, ainda que se fala em gasto com os recursos humanos da empresa.
Pode-se então dizer que se for abrangida os resultados alcançados, no que refere aos
benefícios sociais atribuídos aos trabalhadores conhecidos a partir deste estudo, a mais
empresas, caberiam muito bem já que estas três empresas estão representando bem os três
sectores estudados. Embora poderá haver nos diferentes sectores, outras empresas que
comparada com as que estudamos com mais ou menos benefícios sociais, podendo dispor de
mais ou menos recursos económicos e com ou sem um departamento de RH e que tenham
também mais ou menos lucro alcançados dependendo da motivação dos seus trabalhadores.
Então vale dizer que independentemente do sector, a probabilidade de uma empresa alcançar
a satisfação vai depender muitas vezes dos benefícios sociais atribuídos e da disponibilidade
dos trabalhadores para se motivarem ou não a contribuir para a garantia dos lucros que
garante esta satisfação por parte da empresa.
Esta disponibilidade dos trabalhadores se motivarem muitas vezes depende do tipo de
benefícios atribuído, da abrangência da atribuição de benefícios e do grau de satisfação dos
trabalhadores em relação aos benefícios atribuídos pela empresa. Os trabalhadores só estarão
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motivados se os benefícios atribuídos responderem de facto as suas reais necessidades ou seja
a empresa só delineará bem qual o melhor benefício a implementar, quando os trabalhadores
forem co-autores em conjunto com o departamento de RH desta decisão e conclusão.
Só sim haverá mais probabilidade da empresa alcançar os seus objectivos, entretanto se esta
medida não for tomada e atribuírem benefícios sociais aos trabalhadores porque assim quis
atribuir, poderá ser o caso de esses benefícios não corresponder as reais necessidades dos
trabalhadores e estes por sua vez não se importarem e não se empenharem, não contribuirão
para o alcance dos objectivos traçados.
78/109
Capítulo 3: Apresentação e análise dos dados do
caso práticos recolhidos nas empresas em estudos
3.1 Síntese e comentários das informações recolhidas nas entrevistas aplicadas nas
empresas em estudos
Foram feitas três entrevistas a cada um dos responsáveis do departamento de recursos
humanos nas empresas em estudo, cada uma das entrevista foram realizadas em tempo
diferente e a cada uma das empresas obtivemos respostas das questões colocadas a sua
maneira. A grelha de entrevista continha treze questões claras e objectivas a serem
respondidos, com o proposto de obter todas as informações necessárias para o fecho desta
memória. Tínhamos proposto que estas entrevistas fossem realizadas num encontro com os
responsáveis pelo departamento de RH, com o intuito de fazer uma entrevista semi-
estruturada, com uma grelha previamente preparado que serviria de um eixo norteador durante
as entrevistas, mas que poderiam ser maleáveis a ordem das perguntas no decorrer da
entrevista quando isso fosse necessário. Entretanto como nem tudo depende de nós o tal não
aconteceu em todas as empresas, só o conseguimos executar como planeada em duas
empresas, a IFH e a Tecnicil Industria ficando assim de fora a Caixa Económica de Cabo
Verde, que entregamos a grelha de entrevista para ser respondida e foi-nos entregue
79/109
posteriormente um documento com as perguntas respondidas, embora tivemos a oportunidade
de ter um encontro com todas as empresas.
A entrevista directa foi realizada nas empresas IFH e Tecnicil Indústria, decorreram com a
maior abertura com os representantes dos departamentos de Recursos Humanos, sendo eles o
director de Administração e Recursos Humanos (ARH) da IFH e com o director
Administrativo e financeiro e a responsável pelo departamento de Serviço de pessoal na
empresa Tecnicil Indústria. Tendo sido proposto a forma como ia ser a entrevista, cada uma
das duas empresas na pessoa dos seus responsáveis pelo RH, escolheu o dia mais apropriado
para cada um, onde a entrevista iria ser realizada. No dia da entrevista foi apresentada aos
entrevistados os questionários que iam ser aplicadas de forma aleatória aos trabalhadores da
empresa.
No decorrer da entrevista foram colocadas as questões que foram respondidas de forma clara,
com exemplos e citações pelo director de Administração e Recursos Humanos (DARH) da
IFH assim como pelo director Administrativo e financeiro da TI, quando questionados acerca
da existência de políticas de benefícios sociais na empresa e em que quantidade existia e o
senhor DARH da IFH responde:
“ em uma quantidade satisfatória , já que a empresa dispõe sim de
políticas de benefícios sociais e em um boa quantidade, que acabam
respondendo as necessidades dos trabalhadores, embora isso não quer
dizer que seja o suficiente porque há sempre espaço para se fazer
mais…”
Pelo exposto, vê-se que existe benefícios sociais nas empresas e que a direcção que a
materializa tem a consciência da oportunidade de existir mais, que acabam sendo um motivo
bom para a satisfação dos trabalhadores.
Entretanto, quando questionados acerca desta mesma pergunta, o director do departamento
Administrativo e financeiro da Tecnicil Industria (TI) afirma que:
“na Tecnicil Industria não existe políticas de benefícios sociais, mas
sim alguns benefícios que são atribuídos a todos os trabalhadores da
empresa”
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De facto se constatou que não existe uma política delineada de benefícios sociais na empresa,
já que não há nada que determine a existência e a continuidade de atribuição de algum
benefício social. Nesta empresa os benefícios sociais são pensadas e sugeridas por qualquer
trabalhador da empresa, em que eles mesmo propõem ao Concelho de Administração (CA)
através de um documento existente na empresa denominada de ordem de serviço. Não há um
departamento, que seria o de recursos humanos que faz a mediação entre as vontades e
necessidades dos trabalhadores e o Conselho de Administração. Isto deve-se ao facto da
empresa não dispor de um departamento de RH que tome em sua função, a gestão de recursos
humanos da empresa.
Já na CECV, a única empresa em que não foi feita a entrevista directa, obtivemos as
informações necessárias através de uma grelha de entrevista respondida pela Direccao
Administrativa e Recursos Humanos, e esta grelha foi-nos entregue numa pequena reunião
feita com os quatro membros deste departamento da empresa. A primeira pergunta também
foi respondida pela direcção, obtemos a seguinte respostas: “ existem na Caixa, diversas
políticas sociais que beneficiam os seus colaboradores…”, e lendo a questão respondida a
seguir verificamos que de facto existe sim diversos benefícios sociais na empresa.
E a pergunta que sucedia no número dois questionava quais os benefícios sociais existente na
empresa, e foram assim expostas na IFH:
“…Assistência médica, seguro de viagens, seguros de viaturas, prémio
de produtividade/13 mês, pagamento das despesas de viagens a
trabalho, subsídio de férias, subsídio de alimentação, transportes da empresa para transportar os trabalhadores.”
Na Tecnicil Industria apesar de não existir um departamento de RH, existem os seguintes
benefícios sociais atribuídos:
“Premio de produtividade, brindes aos filhos de trabalhadores com
idade inferior aos quinze anos, assistência médica, auxilio aos pais
com matérias escolares, adiantamento de salários aos trabalhadores”
E na CECV são estas os benefícios sociais atribuídos, de acordo com a resposta da grelha de
entrevista:
“Crédito com taxa de juros bonificados, subsídio de alimentação,
subsídio de férias, subsídio de estudos, consultas médicas de pediatria
81/109
e clinica geral, reembolso de facturas de consultas de especialidades,
comparticipação no pagamento de ginásio, premio de produtividade”.
São estes os benefícios sociais atribuídos nas empresas, que numa primeira análise, podemos
constatar que de facto cada empresa a sua maneira, atribui benefícios sociais aos seus
trabalhadores, com a particularidade clara de atribuições de certos benefícios dependendo da
área de actuação da empresa. Por exemplo podemos ver a CECV concedendo créditos de
juros bonificados, beneficio este que provavelmente nenhuma das outras empresas que não
seja da área bancaria possa atribuir.
Entretanto podemos também constatar que os benefícios de um modo geral se coincidem em
todas as empresas, tirando as que são atribuídos conforme a área de actuação, como tínhamos
dito antes, mudando assim o nome atribuídos a cada uma delas, temos um exemplo que é a
consulta medica ou assistência medica que é facultado nas três empresas mas com nomes
diferentes, mas o mais curioso e que em uma das entrevista o responsável pelo RH disse que o
premio de produtividade e diferente do 13º mês, aí a pergunta do que os diferencia, de novo a
questão do nome, porque a essência da atribuição é a mesma. O 13º mês é mais um salario
atribuído no último mês do ano, sendo um salario base do trabalhador, entretanto o premio de
produtividade poderia ser atribuído só a quem produziu durante o ano, mas este mesmo
premio é atribuído a todos na empresa, também no final do ano, no mês de Dezembro e é o
salario base do trabalhador que é atribuído, então a conclusão de que teoricamente poderiam
ser diferentes mas que na forma como são atribuídas tem a mesma utilidade.
Em todas as empresas, o que determina a elaboração de benefícios sociais é a necessidade
sentida ou manifestada pelos trabalhadores, através da disponibilidade de recursos financeiros
para os sustentar. A atribuição de benefícios sociais, acontece quando todas as empresas,
tiverem a probabilidade da sua sustentação, e todas as empresas atribuem benefícios mas, com
o intuito de obter mais disponibilidade e entrega por parte dos trabalhadores.
Como argumenta a Direcção Administração e Recurso Humano da CECV, “as políticas de
benefícios sociais são concedidas como objectivo de garantir a satisfação, o bem-estar e
elevar a motivação dos colaboradores, alinhados com as estratégias definidas pela
instituição.” Então pode-se verificar que esta atribuição ou não de benefícios sociais, vai
depender da existência ou não de verbas na empresa para os executar ou manter, caso
82/109
contrário, a argumentação de não existência de recursos financeiros pode justificar a pouca ou
mesmo a não existência de benefícios sociais nas empresas.
E quando houver a possibilidade de atribuir benefícios sociais, estas são elaboradas de forma
diferenciada nas três empresas, embora na IFH e na CECV, o processo ocorre de uma quase
forma quase semelhante. Já a Tecnicil Industria este processo de elaboração ocorre um pouco
mais diferente, sendo que qualquer pessoa ou direcção pode propor a concelho administração
a atribuição de certo benefício, através de um documento nominado de ordem de serviço,
depois do administrador analisar o documento pode consentir ou refutar a proposta. Quando
refutado a vontade dos trabalhadores e a probabilidade de implementar benefícios sociais fica
mesmo só no documento entregue ao CA, mas quando dada a autorização de benefício é
esperar o momento proposto e atribuir não há mais nenhum passo a dar, ou seja as políticas de
atribuição de benefícios não são delineados. Na IFH é dado os seguintes passos desde a
proposta até a execução dos benefícios:
A primeira etapa para a existência de benefícios sociais, é a proposta da criação de um
benefício social, por qualquer departamento como também por um trabalhador, depois esta
proposta é levada ao Concelho de Administração e seguidamente caso seja aprovada a
proposta, o departamento de RH toma a seu cuidado a elaboração da política que ira sustentar
o benefício social. Após elaborada é implementada o benefício e o departamento de RH,
continua a fazer a sua manutenção e a atualização.
E na CECV se elabora da seguinte forma:
O departamento de RH faz o levantamento das necessidades dos colaboradores, com o
resultado, faz o estudo de mercado para analisar a melhor parceira para a implementação do
benefício social. Com o benefício social identificado, é feita a elaboração de uma proposta ao
Conselho Executivo e quando este aprovar a atribuição do benefício o departamento de RH da
empresa passa pela fase da sua implementação.
Quando questionados acerca de qual sector despõe de mais benefícios sociais, as respostas
variaram dependendo de ponto de vista de cada um dos responsáveis de RH das diferentes
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empresas. Em entrevista na IFH o Director da Administração e Recursos Humanos respondeu
que:
“As empresas públicas têm mais benefícios sociais, porque a tendência que se tem com o que
é “publico” e de todo mundo, por isso, a inclinação das empresas públicas terem mais
benefícios sociais do que as empresas privada e de capital mista. No sector público as
horizontes são mais alargada, pode-se prever mais, enquanto nas outras duas empresas há
menos probabilidade, até porque nestas empresas sempre existe um interesse maior em
alcançar mais lucro e satisfazer os donos da empresa”.
Já na empresa privada, aqui representada pela Tecnicil Industria, afirmaram que:
“Encontra-se mais benefícios sociais nas empresas de capital mista, já
que estas empresas têm dois tipos de comparticipações e duas
maneiras de se pensar e agir em fronte dos seus trabalhadores. Esta
probabilidade deve-se também ao facto de que o modelo de gestão não
é só a obtenção do máximo lucro pelo dono da empresa, mas também,
pela preocupação com o bem-estar e a motivação dos seus
trabalhadores. É este meio-termo que não os deixa ir para o extremo
nem de um lado nem de outro”.
Já na resposta a grelha entregue na CECV, responderam que “ as empresas privadas de grande
dimensão no mercado promovem mais políticas de benefícios sociais aos seus colaboradores”.
De facto diante de todo o exposto há que reflectir, aonde encontraremos mais políticas de
benefícios sociais, já que muitos critérios entram nesta selecção. A primeira questão muito
bem colocada em análise pelos departamentos de RH das três empresas se refere a tipologia
da empresa, em qual delas haverá mais probabilidade de existir benefícios sociais, uma outra
questão é a de qual o objectivo máximo traçada pela empresa, qual o valor dado aos recursos
humanos da empresa, entre outras questões que se fazem valer nesta análise.
Podemos concordar com as três empresas, porque em todas elas há probabilidade de ter
benefícios sociais e em boa quantidade assim como qualidade, já que todas as três empresas
representam sectores rentáveis em relação ao lucro. Basta, deixar de ser tão focado na
obtenção de lucro e garantir que haja a satisfação de todos quer por parte dos trabalhadores
como da direcção da empresa, que com certeza só tem a ganhar se estes estivem motivados.
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3.2 Síntese e comentário dos dados recolhidos nos questionários aplicados aos
sujeitos da pesquisa
O combinado com as empresas era distribuir dez questionários cada e assim foi entregue, mas
não foram preenchidas todas os dez na IFH e na Tecnicil, porque não dispunham de dez
trabalhadores dispostos a colaborar, alguns porque não dispunham de tempo, outros porque
não queriam preencher os questionários, ficando assim com nove questionários preenchidos
nestas duas empresas. Acabando por compreender o que os directores de RH tinham dito, que
não havia muito tempo para a aplicação já que todos andavam bastante ocupados.
Mas ainda o resultado da aplicação foi dez questionários preenchidos na CECV e nove na
IFH, como também na Tecnicil Indústria, questionários que como proposto foi escolhida
aleatoriamente funcionários nesta empresa. Na Tecnicil Indústria estivemos presente na
aplicação dos questionários, a única empresa aonde foi feita a sua distribuição e recolha,
ficando assim a CECV e a IFH que os responsáveis pelo Recursos Humanos a encarregaram-
se de os distribuir e recolher.
Com estes questionários, queríamos confirmar se o que foi exposto na entrevista sobre a
existência e atribuição de benefícios sociais era de conhecimento dos trabalhadores, ou seja se
todos os benefícios referidos pelos directores das empresas em estudos nas entrevistas se
confirmavam quando os trabalhadores responderam a pergunta da existência de benefícios
sociais.
3.2.1 Caracterização da amostra
A amostra compõe a totalidade dos 28 trabalhadores que disponibilizaram a preencher os
questionários. Tencionávamos saber mais a sua situação laboral, por isso para identificar que
trabalhador se tratava quando respondia os questionários, propomos que ele se identificasse
por sexo, idade, a sua função e o seu respectivo tempo de trabalho na empresa.
Sexo
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No que diz respeito a variável sexo, a amostra é constituída maioritariamente por mulheres
nas três empresas, formando assim um total de 28 pessoas, tendo a empresa pública 55,5% de
respondente feminino, 66,6% na empresa privada e 70% na empresa de capital mista.
Figura 7: Gráfico de sexo
Idade
A idade dos respondentes, um outro aspecto analisado, percorre 3 grupos etários sendo
agrupada em 3 classes para uma melhor análise. Dado que a idade mínima dos questionados é
23 e a máxima encontrada é 53 ficando agrupadas, no intervalo de [23-33 [o segundo é de
[34-43 [e o último que é [44-53] anos. Assim, podemos observar que, na amostra analisada a
maioria dos respondentes tem uma idade compreendida entre os 23 e os 33 anos
representando assim 75% do total de questionados.
Figura 8: Gráfico Idade
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Por outro lado, a classe 33-43 representa 14,3% das respostas e o grupo etário com idade
compreendida entre os 44 e os 53 anos apresenta apenas 10,7% das respostas.
Função
No quadro abaixo traz a ocupação profissional dos questionados das três empresas. Em cada
empresa encontramos questionários respondidos pelas pessoas dos diversos cargos, dando
assim uma certa diversificação das respostas. Embora de entre os vinte e oito questionários
aplicados, dois não foi preenchida com a ocupação profissional, sendo assim do universo dos
questionários só obtivemos a identificação profissional através da ocupação de vinte e seis
trabalhadores. E destes dois questionários, um é da empresa pública a IFH e a outra é da
empresa privada, a CECV.
Função
Empresas
Pública Privada Capital Mista
Tesoureira Gestor venda (2) Técnico auditor
Técnico superior (1) Responsável marketing Bancária técnica de RH
Técnico administrativo Assistente financeiro Técnico superior (6)
Secretária CA Assistente gestores venda Bancaria
Estagiária de dcm Assistente administrativo (2)
Director de RH Contabilista
Técnica de RH Recepcionista/telefonista
Informático
Tabela 1: Quadro de cargo
Tendo assim por empresa, de entre os nove questionários respondidos, oito foi preenchido a
ocupação profissional, na empresa privada todos os questionados responderam este campo e a
empresa de capital mista também ficou faltando um questionário com a ocupação sendo que
dos respondidos só oito continha a ocupação profissional dos trabalhadores.
Tempo de trabalho na empresa
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O tempo de trabalho nas empresas é mais um factor importante para a analise dos dados
recolhidos dos questionarios. Já que o tempo de trabalho determina muitas veses o
comportamento, o posicionamento do trabalhador perante algum problema ou mudança na
empresa. Dos questionarios aplicados constacta-se que nas três empresas há existencia de
funcionarios com os três escalões de tempo de trabalho.
Figura 9: Gráfico Tempo de trabalho
Pode-se ainda verificar que o tempo de trabalho nas três empresas varia conforme se pode
constactar no gráfico acima, já que na empresa pública no universo dos questionários
recolhido, 55,5% dos questionados tem um tempo de trabalho mais de que cinco anos,
enquanto na empresa privada 66,6% dos questionados responderam que tem um tempo de
trabalho no intervalo de um a cinco anos. Mas a empresa de capital mista traz a mesma
percentagem de trabalhadores que trabalham em menos de um ano na instituição, como
também a do intervalo de um á cinco anos.
Quando questionados acerca da existência de benefícios sociais os trabalhadores das três
empresas responderam na unanimidade que sim como apresenta o gráfico a seguir.
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Figura 10: Gráfico Existência de benefícios sociais
Pode-se constatar que de facto quando os directores de RH das empresas afirmam que nas
referidas empresas existe beneficios socias, isso se comprova com as resposta dada a primeira
pergunta do questionário. Este grafico traz as resposta de que todos os trabalhadores que
responderam o questionarios tem conhecimento da existencia de beneficios sociais nas
empresas. De facto há como afirmar que estes beneficios socias delineadas pela empresa,
chegam a ser de conhecimento dos trabalhadores e este confirmam que os beneficios
elaborado pela empresa é-lhes atribuido.
Os directores dos departamento de RH nas empresas IFH e CECV, afirmam que existe um
nivel satisfatorio de beneficios sociais na empresa, enquanto que na Tecnicil, pela não
existencia de politicas que delineam a existencia ou não de beneficios sociais existe alguns
beneficios atribuídos, mas os trabalhadores tambem tem uma opiniao acerca da quantidade de
beneficios sociais existente nas referidas empresas, podemos também ver isso no grafico a
seguir:
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Figura 11: Gráfico Quantidade de benefícios sociais existente nas empresas
Falar da existência de benefícios sociais na empresa é uma questão que se confirma na
totalidade dos questionados, mas quando o assunto se volta pela quantidade de benefícios
atribuídos vê-se uma diferenciação nas respostas. De uma maneira mais detalhada vejamos
que há uma distância clara no que refere a existência e a quantidade de benefícios existente,
até porque quando se trata de opiniões, há que levar vários factores em conta, como a posição
do trabalhador na empresa, o tempo de trabalho na referida empresa entre outros, por ser
humano ser diferenciado de outros seres vivos pela sua racionalização isto também reflete no
seu posicionamento frente a uma situação. Estes resultados vêm mostrar que não há um
consenso da quantidade de benefícios sociais atribuídos aos empregados da mesma empresa.
Podemos ver o exemplo na CECV que quer o departamento de RH, como também os
trabalhadores na unanimidade consideram a existência de benefícios socias, mas quando o
assunto é a quantidade, já aparece uma diferenciação de opiniões.
Partimos do princípio, que trabalhador motivado deve-se ao facto da existência de benefícios
sociais na empresa e já podemos confirmar um facto em todas as empresas, a existência de
benefícios sociais. Agora a questão é saber dos trabalhadores se esta a existência de benefícios
sociais, provoca neles a satisfação levando-os a motivar, vejamos no quadro abaixo as
respostas a questão de que se o trabalhador sente-se motivado com o seu trabalho:
Empresas
Pública Privada Capital Mista
Sim 7 8 10
Não 2 1
Tabela 2: Quantidade de trabalhadores motivados nas empresas
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Vendo que a maioria dos questionados responderam sim, que sentem motivados no seu
trabalho, dá-nos a primeira impressão de que de facto a atribuição de benefícios sociais nas
empresas levam a motivação dos trabalhadores. E claro que não poderíamos deixar de reparar
que mesmo com a consciência da atribuição de benefícios sociais, existe ainda trabalhadores
que não se sentem motivados, isso nos leva a questionar porque será que ainda como todos os
outros trabalhadores da mesma empresa, não conseguem se motivar para as suas funções.
Veremos a cobertura de benefícios sociais, ou seja, analisar se os que não se sentem
motivados na empresa são os que alguns benefícios não os abrangem, ou ainda se a empresa
ainda não os consegue decifrar a causa da motivação. Provavelmente isso deve-se ao facto da
problemática de existência de pessoas diversificada na empresa, com necessidades e
perspectivas diferenciadas, podendo por isso, os benefícios atribuídos não satisfazer a todos
na empresa.
Mas analisando, constatamos que de entre os que estão motivados a causa era a atribuição de
benefícios sociais por parte da empresa, ou se estão motivados pelo simples facto de gostarem
do que fazem ou ainda por outros motivos. Daí a necessidade de apresentar mais um quadro
aonde mostra como responderam os trabalhadores das empresas quando questionados se a
motivação devia-se ao facto da existência de benefícios sociais nas empresa, curiosamente as
respostas surpreendem, observemos:
Empresas
Pública Privada Capital Mista
Sim 3 4 9
Não 4 5 1
NR 2
Tabela 3: Benefícios sociais como base da motivação.
Estas respostas trazem uma outra discussão, a de que apesar da existência de benefícios
sociais nas empresas, e da afirmação por parte dos trabalhadores que se sentem motivados,
conclui-se que esta motivação não deve somente ao facto da existência de benefícios sociais.
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Vejamos que nas empresas, pública e privada mais do que metade dos inquiridos não se
motivam por causa dos benefícios socias, entretanto a maioria dos trabalhadores das mesmas
empresas tinham respondido que se sentem motivados. Embora podemos também por outro
lado dizer que dadas as respostas dos questionados da CECV, os benefícios socias impulsiona
sim a motivação, por isso a pergunta do porquê, se nas três empresas existem um número
considerável de benefícios sociais, só os trabalhadores da CECV se sentem quase na
totalidade motivados? Será porque os trabalhadores das outras duas empresas esperam mais
do que lhes são atribuídos, ou é o facto de que os trabalhadores acreditarem, assim como o
director do departamento da IFH, que sempre existe horizontes para se fazer mais.
Quando questionados acerca da importância da motivação dos trabalhadores, as respostas
soam de uma forma quase que semelhante, já que os trabalhadores das três empresas
responderam que:
Um funcionário com motivação tem mais produtividade
A motivação é directamente proporcional a produtividade
Porque a motivação pode contribuir para atingir os objectivos
Para o aumento da produtividade
Sem motivação não há produtividade, ela é a base para alcançar a
produtividade
Principalmente para o alcance da produtividade
Funcionários motivados são mais produtivos
Maior eficácia e produtividade
Os funcionários sentem-se mais interessados a participarem nas
políticas da empresa
Um colaborador motivado trabalha mais e a empresa terá mais
produtividade
Porque o crescimento na empresa depende dos funcionários
Motivação e necessário para o bom desempenho do trabalhador
Porque pessoas são, a única maquina que faz a empresa alcançar
os objectivos e a motivação é indispensável para tal
Colaborador motivado está mais propenso a uma maior
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produtividade
Quanto mais motivado maior será a sua produtividade
Motivação = (melhor) trabalho
De facto todas as justificativas apresentadas pelos trabalhadores, servem perfeitamente para
explicar o porque da motivação dos trabalhadores. Mas uma resposta em particular chamou a
atenção, a de só haver o alcance dos objectivos das empresas, caso os trabalhadores estivem
motivados porque estes são a única maquina que estimula a produtividade da empresa. Por
todo exposto acreditamos que de facto fica claro que entre as perspectivas das empresas e as
do trabalhador terá de haver um consenso e uma afinidade para que haja uma resposta boa por
ambas as partes seria necessário a conciliação das necessidades dos trabalhadores e dos
objectivos traçados pela empresa.
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Conclusão
Na conjuntura actual marcada por uma forte concorrência, o sucesso de uma organização está
intimamente ligada à capacidade dos responsáveis desenvolverem técnicas motivacionais,
criar desafios constantes aos seus trabalhadores de modo a alcançar os objetivos traçados. A
esta tarefa cabe ao departamento de Recursos Humanos aprimorar e actualizar sempre, para
acompanhar o desenvolvimento dos seus trabalhadores.
A disponibilidade do responsável por este departamento estratégico na empresa, em fazer com
que os recursos humanos estejam sempre motivados, influencia na probabilidade de haver
mais benefícios sociais. As respostas dos directores dos departamentos de Recursos Humanos
nas três empresas mostram a real preocupação que cada empresa tem com os seus
trabalhadores.
Ciente desta realidade, as empresas têm vindo a implementar políticas de benefícios sociais
como forma a contribuir para a motivação e a satisfação dos trabalhadores, incrementando o
seu desempenho individual como também os seus resultados para com a empresa. Verifica-se
nas respostas dadas ao questionário aplicado, quando no universo das três empresas os
trabalhadores responderam na unanimidade que é importante a assistência de políticas de
benefícios sociais. E no total das três empresas, 50% dos questionados responderam que
existe uma quantidade razoável de benefícios sociais, mostrando assim que os trabalhadores
são da opinião que devia existir mais benefícios sociais.
Quando questionados se sentem motivados no trabalho, 89% dos trabalhadores responderam
que sim e 11% alegaram não estarem motivados para a execução das suas tarefas. Mas
quando a questão é, se esta motivação deve-se ao facto da existência de benefícios sociais na
empresa, 57% dos trabalhadores alegaram que sim, 36% responderam que esta motivação não
deve-se ao facto da existência de benefícios sociais e 7% dos questionados não responderam a
esta questão. Entretanto todos responderam que fazem parte do grupo que contribui para o
alcance da produtividade da empresa.
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De seguida, analisaremos as hipóteses de investigação definidas inicialmente por forma a
poder emitir considerações sobre a confirmação ou não, saber:
A primeira hipótese levantada é a de que a existência de benefícios sociais influência no
desempenho dos trabalhadores das empresas, IFH, Tecnicil e da Caixa Económica de Cabo
Verde. Mas esta hipótese não foi refutada mas também não foi confirmada pelos
trabalhadores das três empresas, visto que 57% dos trabalhadores confirmaram que sim,
sentem-se motivados no trabalho dado a existência de políticas de benefícios sociais e
consequentemente, afirmam que a existência desses benefícios os motiva, influenciando no
seu desempenho.
Entretanto 36% dos trabalhadores negaram que a existência de benefícios sociais na empresa
influencia no desempenho das suas funções. E os restantes 7% não responderam a essa
pergunta.
Certamente, as empresas despõe de um critério para a delinear políticas de benefícios sociais,
por isso se fez pertinente a segunda hipótese levantada. As empresas determinam as suas
políticas de benefícios sociais tendo em conta as suas produtividades.
De facto as três empresas têm em comum um critério base que é a existência de uma base
sustentável para que venha haver benefícios sociais, todas elas afirmaram através dos seus
entrevistados que a empresa analisa bem a sua situação financeira. Mas não deixa muito atrás
as necessidades dos trabalhadores, ou seja, assim que se concluir que há condições financeira
para a atribuição de determinado beneficio social a empresa parte pela fase de levantamento
de necessidades dos trabalhadores e quando estas já estiverem identificadas é feita a selecção
da prioridade e implementada, ou seja passa a ser atribuído aos trabalhadores. Portanto fica
confirmada esta hipótese já que as três empresas asseguraram que a existência de benefícios
sociais na empresa depende primeiramente de uma base financeira sólida e sustentável, o que
a empresa só consegue tendo produtividade.
A terceira e a última hipótese colocada é a de que, há uma relação existente entre a motivação
dos trabalhadores e a produtividade das empresas. Esta hipótese, até ser confirmada ou
refutada terá de passar por uma análise mais aprofundado. Se os trabalhadores afirmarem que
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motivados produzem mais, a hipótese levantada confirma-se, no entanto se para produzirem
não precisam de ser ou estar motivados, refutamos a hipótese levantada.
Quando questionados se fazem, do grupo que trabalha para o alcance da produtividade na
empresa, todos os trabalhadores respondem que sim, que contribuem para o alcance desse
objectivo. Mas nem todos trabalham por essa finalidade porque são motivados, ou porque a
empresa atribui recompensas que se materializa em forma de benefícios sociais para garantir
que todos se motivem. Porque quando questionados se sentem motivados no trabalho, 89%
dos trabalhadores afirmaram que sim, por isso, não há como negar que existe uma relação
entre a motivação e a produtividade, embora todos afirmam que produzem, todos não eram ou
não estavam motivados, por isso há também que levar em conta que a produtividade não
depende só da motivação.
A motivação que aqui referimos deve-se ao facto das empresas atribuírem benefícios sociais
como forma de motivar os trabalhadores, para que estes contribuem para o alcance do
objetivo final que é produtividade. Só 56% dos trabalhadores questionados responderam que
sentem-se motivados porque é-lhes atribuídos benefícios sociais.
O objectivo geral bem como os objectivos específicos foram alcançados graça a colaboração
dos responsáveis pelo departamento de RH das três empresas e a persistência e perseverança
em conseguir obter informações dos trabalhadores de todas as empresas que sempre
demonstraram pouco tempo para colaborar com o estudo.
A nossa pergunta de partida: Qual a relação existente entre a motivação do trabalhador e a
produtividade e satisfação da Empresa?
Digamos que há relação directa e intrínseca entre eles, porque trabalhador motivado produz
mais, quando a empresa investe em motivar os seus trabalhadores não faz além do que
investir em si mesmo. Segundo Milkovich e Boldreau (2006:1) ficou claro que, ainda que “…
as instalações físicas, os equipamentos e os recursos financeiros sejam necessários para a
organização, as pessoas – os recursos humanos – são particularmente importantes. Os
recursos humanos trazem o brilho da criatividade para a empresa”.
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E de facto ainda que exista todas as condições físicas e financeira, os recursos humanos
continuaram a ser o indispensável para o bom funcionamento e a humanização da empresa. E
para ter este brilho da criatividade os trabalhadores tem de estar motivados e satisfeitos para
execução das suas tarefas e as empresas ganham muito se contribuírem para este efeito.
Entretanto, segundo as informações recolhidas dos trabalhadores que afirmaram contribuir
para o alcance da produtividade das empresas, disseram não estar motivados para a execução
das suas funções. Então e concluir que ainda qua os trabalhadores não se sintam motivados,
produzem pelo facto de serem contratados e remodelados por executar certas funções na
empresa. Ainda sim há trabalhadores que responderam que se sentem motivados e que
contribuem para a produtividade e satisfação da empresa.
Com o estudo feito chega-se a conclusão de que a empresas e os trabalhadores trabalhando
como parceiros, em que um não sobrevive sem o outro o resultado certamente é positivo para
ambas as partes. A empresa ainda que dotada de todos os recursos físicos e financeiros
necessários para o seu funcionamento, carece da presença doe recursos humanos para fazer
com que os recursos antes mencionados possam ser mantidos e geridos de forma racional.
Conclui-se ainda que as empresas com o olhar no futuro próspero necessitam de criar o
departamento estratégico que garante este objectivo. Este departamento é a de Recursos
Humanos, eficaz e dotado de técnicos capazes de atrair e reter competências na empresa.
Seria neste departamento, o lugar onde iria ser focalizada todas as atenções sobre os recursos
humanos, fazendo o seu acompanhamento e treinamento para que estes se sintam parte da
empresa.
As novas tecnologias hoje estão ao alcance de qualquer empresa que possui recurso
financeiro capaz de as adquirir, mas a diferença entre as mais variadas empresas esta na
aquisição do departamento de Recursos Humanos, em dota-la de técnicos capazes de fazer
com que os trabalhadores sejam vistos como participantes activos nas mais diversas áreas
dentro da empresa. E a este departamento é indispensável a presença de um técnico de
Serviço Social, que esta dotado de conhecimento e técnicas de intervenção junto aos
trabalhadores.
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O Assistente Social é o profissional desta área mais completo para a resolver os problemas de
caris social da empresa, que geralmente se manifesta nos trabalhadores, por isso este
profissional é inerente a este departamento que em conjunto com outros profissionais,
formando uma equipa coesa e multifacetada, abarcaria de forma eficaz os problemas dos
trabalhadores e as resolveria de maneira eficiente dando-lhes todo conforto e satisfação.
A insuficiência de informações relacionadas com o tema em Cabo Verde dificultou em parte a
pesquisa, o que exigiu da nossa parte um esforço adicional para ultrapassar esse obstáculo.
Outra das limitações tem a ver com o facto de a amostra ser pequena o que inviabilizou a
realização de um estudo mais aprofundado e mais alargado.
Não obstante a validade das conclusões, consideramos que seria pertinente a realização de um
estudo sobre a mesma temática ou relacionando com outras variáveis, recorrendo para o efeito
a uma amostra de maior dimensão.
Finalizando esta memória contribuiu e de que maneira para a melhoria do meu conhecimento
esperando servir de apoio a futuros estudos que possam vir a ser realizadas.
98/109
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Anexo 1: Guião de entrevista aplicada aos directores do departamento dos Recursos Humanos
das empresas em estudo na cidade da Praia.
Grelha de entrevista as empresas, IFH, CVTelecom e CECV
Existe políticas de benefícios sociais na empresa? Em que quantidade?
Quais são elas?
Descreve- as.
Como se elabora as políticas de benefícios sociais?
Quais os critérios a ter em conta quando se pretende implementar uma política de benefícios
sociais? (produtividade)
Existe política de benefícios na empresa, destinados a uns funcionários e não abranger os
outros?
Achas que há mais políticas de benefícios sociais nas empresas pública, privada e de capital
misto?
Crês que há uma relação entre a existência de políticas de benefícios sociais, motivação dos
trabalhadores e a produtividade das empresas?
Como é a Estrutura do Departamento de Recursos Humanos na empresa? ( quem é o gestor?)
Acreditas que fazendo algo para o bem estar e satisfação dos funcionários melhoraria a
produtividade dos mesmos e da empresa?
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Acreditas ainda, que ter trabalhadores motivados na empresa contribui para o alcance dos
objectivos da empresa?
Como caracterizas esse departamento dos Recursos Humanos?
Qual o modelo de gestão dos Recursos Humanos utilizado na empresa?
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Anexo 2: Guião de questionário aplicados aos trabalhadores das empresas em estudos
Guião de questionário
Este guião de questionário é parte integrante da memória intitulada “A importância da
motivação dos Recursos Humanos para a garantia de uma maior produtividade funcional
Estudo comparativo entre os sectores público, privado e de capital misto”, no âmbito do curso
de licenciatura em Serviço Social, ministrada na Universidade Jean Piaget de Cabo Verde.
O objectivo final desta aplicação é a obtenção de dados para análise e um estudo comparativo
entre as opiniões dos trabalhadores das diferentes empresas.
A sua colaboração é indispensável para a realização deste trabalho, por isso agradeço desde
já, que responda de forma clara as perguntas que se seguem assinalando com uma cruz e
respondendo com toda a abertura as questões formuladas, porque será salvaguardada sempre a
confidencialidade das respostas.
Identificação do inquirido
Sexo: Masculino
Feminino
Idade ______ anos.
Função/ cargo _____________________________________________________.
Entidade empregadora_______________.
Tempo de trabalho nesta instituição?
Menos de 1 ano______.
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De 1 a 5 anos________.
Mais de 5 anos_______.
Consideras ser importante ter políticas de benefícios sociais na empresa?
Sim Não
Existe políticas de benefícios sociais na empresa?
Sim Não
Se sim, em que quantidade?
Muito Pouco Razoável/satisfatório
Achas que há mais políticas de Benefícios Sociais no sector:
Público
Privado
Capital misto
A empresa atribui Benefícios Sociais aos funcionários?
Sim Não
Sente- se Motivado no seu trabalho?
Sim Não
Essa Motivação deve- se a existência de Benefícios Sociais?
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Sim Não
Qual (ais) Benefício(s) Social(ais) da empresa consideras ser o indispensável?
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Se a empresa não dispunha de Política de Benefícios Sociais achas que estarias menos
motivado?
Sim Não
A empresa tem Produtividade satisfatória?
Sim Não Razoável
Fazes parte do grupo que trabalha para o alcance dessa Produtividade na empresa?
Sim Não
Os lucros obtidos são repartidos com os funcionários da empresa de forma adequada?
Sim Não
Estás satisfeito com o seu salário?
Sim Não
Seria melhor um aumento salarial ou a existência de Políticas de Benefícios Sociais nesta
empresa?
Aumento salarial Políticas Benefícios Sociais
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Os Benefícios Sociais contribuem para a satisfação das suas necessidades?
Sim Não
A empresa demonstra preocupação com os problemas dos seus funcionários?
Sim Não
Consideras ser importante a Motivação dos funcionários? Porquê?
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Gostas de trabalhar nesta empresa?
Sim Não Mais/menos
Se te oferecerem um outro trabalho que ganhasses 4.000.00 á mais do que o seu salário saírias
da empresa?
Sim Não depende
De que?
Se me oferecem esse aumento eu contínuo
Se me promoverem eu contínuo
Se a outra empresa possuir as mesmas políticas de benefícios sociais ou mais
A Políticas de Benefícios Sociais abrange a todos na empresa?
Sim Não
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Se não porque?
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Obrigada pela sua colaboração!
Elizandra Helena Mendes Moreira