a importÂncia da participaÇÃo do corpo de bombeiros militar de minas gerais na formaÇÃo dos...
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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE MINAS GERAIS
ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR
CENTRO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS BACHARELADO EM CIÊNCIAS MILITARES
A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DO CORPO DE BOMBEIROS
MILITAR DE MINAS GERAIS NA FORMAÇÃO DOS JOVENS DA
REDE ESTADUAL DE ENSINO NA REGIÃO NORTE DE BELO
HORIZONTE: UMA FORMA EFETIVA DE PREVENÇÃO DE COMBATE
A INCÊNDIO E PÂNICO
TIAGO FERREIRA DOS SANTOS
Belo Horizonte
2011
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TIAGO FERREIRA DOS SANTOS
A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DO CORPO DE BOMBEIROS
MILITAR DE MINAS GERAIS NA FORMAÇÃO DOS JOVENS DA
REDE ESTADUAL DE ENSINO NA REGIÃO NORTE DE BELO
HORIZONTE: UMA FORMA EFETIVA DE PREVENÇÃO DE COMBATE
A INCÊNDIO E PÂNICO
Monografia apresentada ao Curso de
Formação de Oficiais Bombeiros Militar do
Corpo de Bombeiros Militar de Minas
Gerais, como requisito parcial de
obtenção do título de Bacharel em
Ciências Militares.
Orientador: Major Sergio Ricardo Santos
de Oliveira
Belo Horizonte
2011
2
CENTRO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO
CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS BOMBEIRO MILITAR
ATA DE APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE MONOGRAFIA
Aos ____________________dias do mês de _______________________
do ano de _______________, foi realizada a apresentação pública da monografia
intitulada ___________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
como requisito parcial para obtenção do título de Oficial Bombeiro Militar do Curso
de Formação de Oficiais – CFO, do Centro de Ensino de Graduação da Academia
de Polícia Militar. Após a apresentação do trabalho, o discente foi argüido pelos
membros da Banca Examinadora, composta pelo
Orientador:__________________________________________________________
____________________________________________________________ e pelos
Avaliadores_________________________________________________________
________________________. A Banca Examinadora reuniu-se para deliberar e,
considerando que a monografia atende aos requisitos técnicos e acadêmicos
previstos na legislação do Curso, decidiu, por unanimidade, pela sua aprovação com
a nota ____________________________________. Este documento expressa o
que ocorreu na sessão da apresentação, que iniciou-se às ________ horas e
encerrou-se às ___________ horas, e será assinado pelos membros da Banca
Examinadora.
ORIENTADOR: ______________________________________________
AVALIADOR: ________________________________________________
AVALIADOR: ________________________________________________
MEDIADOR: ________________________________________________
3
Dedico esse trabalho primeiramente ao
Senhor Jesus Cristo, aos meus pais, aos
meus irmãos, a minha namorada que me
auxiliaram nesta empreitada e tiveram
paciência para entender não só os
momentos dedicados a este trabalho
acadêmico com também em todo Curso
de Formação de Oficiais.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família que me forneceu todo amparo e dedicação para a
realização e conclusão de tudo que eu dispus a fazer.
Agradeço ao Senhor Major Sergio Ricardo Santos de Oliveira que dedicou seu
tempo em prol de orientar-me na realização desta pesquisa.
Agradeço ao Professor de Metodologia pelos ensinamentos repassados ao longo do
curso e que propiciaram o cumprimento desta pesquisa.
Por fim, a Deus, por mais esta oportunidade de evolução.
5
RESUMO
Este estudo científico traz em seu escopo principal, analisar a importância da
participação do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais na formação dos jovens
da rede estadual de ensino, na região norte de Belo Horizonte, como uma forma
efetiva de prevenir incêndio e pânico, no intuito de mudar a cultura da comunidade
escolar e consecutivamente, toda sociedade ao introduzir o tema prevenção a
incêndio e sinistro através da educação preventiva em escolas. O estudo faz-se
importante, uma vez que, é missão constitucional do Corpo de Bombeiros Militar
prevenir incêndios. A presente monografia faz uma análise sobre a avaliação dos
conhecimentos dos professores das escolas sobre incêndio, bem como identifica a
vontade da administração escolar em ministrar a prevenção de sinistros aos alunos
e avalia a capacitação e os interesses dos futuros oficiais do Corpo de Bombeiros
sobre o tema pesquisado. Com intuito de conscientizar a população, o bombeiro
militar instrui os alunos nas escolas transformando-os em agentes multiplicadores do
conhecimento. Executar o planejamento das ações de educação preventiva é essencial
e indispensável, assim como, planejar campanhas, programas educativos, definir temas
e conteúdos, formas e períodos de execução. Foi realizada pesquisa bibliográfica de
autores renomados e pesquisa de campo com aplicação de questionários,
fundamentando a importância de prevenir os incêndios com alunos do ensino
fundamental.
Palavras Chave: Bombeiro; Escola; Prevenção a incêndio;
6
ABSTRACT
This scientific study has in its main purpose to analyze the importance of
participation of the Fire Brigade of Minas Gerais in the training of young people
from state schools in the northern region of Belo Horizonte as an effective way to
prevent fire and panic in order to change the culture of the school
community and consecutively, the whole society to introduce the subject to fire
and accident prevention through preventive education in schools. The study is so
important, because to prevent fire is one of the Fire Brigade constitutional
mission. This monograph provides an analysis on the evaluation of teachers'
knowledge about fire safety in schools and identifies the will of the school
administration to provide loss prevention to students and evaluates the training
and future interests of the officers on the topic searched of the Fire Brigade.
Aiming to educate the public, the firefighter instructs students
in military schools in turning these multipliers of knowledge. Run the planning
of preventive education is essential and indispensable, as well as, plan campaigns,
educational programs, identify themes and content, form and execution
periods. Bibliographic search was performed by internationally renowned
authors and field research with questionnaires, supporting the importance of
preventing fires in elementary students.
Key words: Firefighter; School; Fire Prevention
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LISTA DE TABELA
1 - Quantidade de internações no período de Jan/2008-Abr/2011 em BH/MG provocados por queimadura, corrosões, exposição a fumo, fogo e às chamas .. 37
2 - Quantidade de óbitos no período de Jan/2008-Abr/2011 em BH/MG provocados por queimadura, corrosões, exposição a fumo, fogo e às chamas ...................... 37
3 - Custo de Internação referente a queimaduras, corrosões, exposição a fumo, fogo e às chamas BH-MG Jan/2008-Abr2011 ............................................................. 64
4 - Custo dos serviços hospitalares com queimaduras, corrosões, exposição ao fumo, ao fogo e às chamas BH-MG Jan/2008-Abr/2011 ..................................... 64
5 - Custo do valor referente às AIHs pagas no período de Jan/2008-Abr/2011 BH-MG ....................................................................................................................... 65
6 - Perdas causados por incêndios nos EUA de 1997 a 2006 .................................. 68
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LISTA DE GRÁFICOS
1 - Número de ocorrências de mortes em incêndios na cidade de Nova Iorque/EUA ............................................................................................................................ 44
2 - Evolução do número de ocorrências atendidas pelo CBMMG entre 2000 a 2009 no Estado de Minas Gerais ................................................................................. 51
3 - Número de alunos do 9º ano do ensino fundamental das escolas estaduais da região norte de Belo Horizonte ........................................................................... 72
4 - Tempo de serviço dos Bombeiros ....................................................................... 76
5 - Condição anterior ao ingresso no CFO BM em 2009 MG ................................... 76
6 - Opinião sobre qual ação do CBMMG é mais importante .................................... 77
7 - Cadetes do CFO 3, que acreditam que o CBMMG incentiva a prática da educação preventiva. MG/2011 .......................................................................... 78
8 - Cadetes do CFO 3 BM que têm conhecimento que o CBMMG executa atividade de educação preventiva. MG/2011 ..................................................................... 78
9 - Cadetes do CFO 3 BM em 2011 que acreditam que o CBMMG não executa atividade preventiva e seu respectivo tempo de serviço. MG ............................. 79
10 - Cadetes do último ano do CFO BM/2011 que acreditam ter preparação para atuar em projetos sociais. MG/2011 ................................................................... 80
11 - Militares do 3º ano do CFO BM/2011 que acreditam que alunos da 8ª série do ensino podem atuar como agentes multiplicadores. MG/2011 ........................... 80
12 - Capacidade do efetivo do CBMMG/2011 realizar educação preventiva em escolas mineiras ................................................................................................. 81
13 - Participação dos militares do CFO3 do CBMMG/2011 em projetos sociais até set. 2011 em MG ................................................................................................ 82
14 - Cadetes do CFO 3 BM/2011 instruídos para atuar com projetos sociais. MG/2011 ............................................................................................................................ 83
15 - Percentual de alunos por escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 ... 83
9
16 - Número de telefone que alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 liga em caso de emergência ........................................... 84
17 - Percentual de alunos que realizaram ou sabem de alguém próximo que fez trote com o CBMMG. MG/2011 ................................................................................... 85
18 - Alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que presenciaram algum acidente de trânsito ao deslocar para escola .................... 86
19 - Percentual dos alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que presenciaram e souberam ajudar o acidente ............................... 86
20 - Alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que já acionaram o CBMMG.......................................................................................... 87
21 - Alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que já tiveram instrução sobre prevenção a incêndio ou acidente ................................ 87
22 - Alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que tem interesse em aprender noções e dicas sobre prevenção a incêndio e acidentes ............................................................................................................. 88
23 - Percentual dos alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 participação dos alunos em projetos sociais do CBMMG ................... 89
24 - Percentual de supervisores do ensino fundamental das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que dizem que os alunos não têm resistência com o BM fardado em sala de aula ............................................................................ 90
25 - Opinião dos supervisores do ensino fundamental das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 se os alunos da 8ª série conseguem reconhecer as sinalizações de emergências .............................................................................. 91
26 - Opinião dos supervisores do ensino fundamental das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 se os alunos da 8ª série conseguem sair de uma edificação seguindo as sinalizações de emergências ......................................... 92
27 - Funcionamento de algum programa prevencionista baseado nos PCN nas escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que tem o ensino fundamental ........................................................................................................ 93
28 - Percentual de escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que possui o ensino fundamental que aborda o tema prevenção a incêndio de alguma forma ............................................................................................................................ 93
10
29 - Preparação do professor da rede estadual de ensino fundamental da região norte de BH-MG/2011 para atuar como agente multiplicador do tema prevenção a incêndio ............................................................................................................ 94
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LISTA DE FIGURAS
1 - Ciclo completo da educação preventiva nos serviços de bombeiros ................... 47
2 - Procedimento em caso de incêndio no Estado da Austrália 2011. ...................... 48
3 - Municípios de Minas Gerais com unidade do CBMMG ........................................ 53
4 - Bombeiro Mirim no Pelotão de Vespasiano/MG (2010) realizando rapel ............. 59
5 - Bombeiro Mirins de 2010, prestando continência à bandeira nacional ................ 59
6 - Bombeiros Mirins em excursão ao estádio Magalhães Pinto no ano de 2007 ..... 60
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LISTA DE SIGLAS
AAA American Automobile Association
ABM Academia de Bombeiros Militar de Minas Gerais
AIH Autorização de Internação Hospitalar
BBM Batalhão Bombeiro Militar
BM Bombeiro Militar
CBM Corpo de Bombeiros Militar
CBMMG Corpo de Bombeiro Militar de Minas Gerais
CFO BM Curso de Formação de Oficiais Bombeiros Militar
CR Constituição da República do Brasil
EUA Estados Unidos da América
Gu BM Guarnição de bombeiros Militares
IT Instrução Técnica
ITO Instrução Técnica Operacional
NFPA National Fire Protection Association
NY Cidade de Nova Iorque dos Estados Unidos da America
PCN Parâmetro Curricular Nacional
Pel BM Pelotão Bombeiro Militar
PMESP Polícia Militar do Estado de São Paulo
PMMG Polícia Militar de Minas Gerais
PRSBM Programa de Responsabilidade Social Bombeiro Mirim
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SPCIP Segurança de prevenção contra incêndio e pânico
SUS Sistema Único de Saúde
UEOP Unidade de Execução Operacional
USFA United States Fire Administration
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 15 2 ETIMOLOGIA DAS PALAVRAS .................................................................... 20 3 A PREVENÇÃO NAS ESCOLAS ................................................................... 25 3.1 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ............................................ 27 3.2 Parâmetros Curriculares Nacionais ................................................................. 28
3.3 Plano Nacional de Educação .......................................................................... 30 3.4 O Processo de Aprendizagem ........................................................................ 31 3.5 Educador como Agente Multiplicador .............................................................. 34 3.6 A educação preventiva .................................................................................... 35
3.6.1 A educação preventiva em outros países ....................................................... 42 4 PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO DO CBMMG ....................... 49 4.1 Planejamento Estratégico do CBMMG - 2011 ................................................. 51
4.2 Diretriz de Comunicação Social do CBMMG ................................................... 54 4.3 Projetos Sociais do CBMMG ........................................................................... 55 4.3.1 Projeto de Responsabilidade Social Bombeiro Mirim (PRSBM) ...................... 57
4.3.2 Projeto de Responsabilidade Social Bombeiros nas Escolas ......................... 60
5 GASTOS COM ACIDENTES E SINISTROS .................................................. 63 6 METODOLOGIA ............................................................................................. 69 6.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................. 69
6.2 Natureza da pesquisa ..................................................................................... 69 6.2.1 Qualiquantitativa ............................................................................................. 69 6.3 Método de procedimento ................................................................................. 70
6.4 Técnicas de pesquisa ...................................................................................... 70 6.4.1 Delimitação do universo .................................................................................. 71
6.4.2 Forma de aplicação ......................................................................................... 74
7 ANÁLISE DOS RESULTADOS ...................................................................... 75 7.1 A Prevenção sob a ótica dos cadetes do último ano do CFO BM ................... 75 7.2 A avaliação sobre conhecimentos das ações preventivas sob a ótica dos
alunos do ensino fundamental ........................................................................ 83 7.3 A educação preventiva sob a ótica dos supervisores do ensino fundamental
das escolas de região norte de Belo Horizonte ............................................... 89 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 96 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 101
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ALUNOS .................. 109
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO DESTINADOS AOS SUPERVISORES DE
ENSINO ........................................................................................................ 111
14
APÊNDICE C - QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS CADETES DO ÚLTIMO ANO DO CFO 2009 ...................................................................................... 114
15
1 INTRODUÇÃO
A base desta monografia se fundamenta na conscientização da população através
da educação preventiva, como parte da missão constitucional do Corpo de
Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), alinhando a responsabilidade social a
prevenção de incêndio e pânico.
Conscientizar a comunidade sobre a importância de prevenir incêndios e acidentes é
de fato um grande desafio, no entanto é necessário o envolvimento de todos os
cidadãos, para atingir a efetividade na prevenção. De fato o propósito aqui é instituir
uma mudança cultural na sociedade.
As maneiras de prevenção contra acidentes e incêndios urbanos devem ser
entendidas e compreendidas por todos. E a inserção por meio da educação
preventiva no ambiente escolar pode contribuir nesse processo.
Este trabalho se justifica pela grande quantidade de acidentes atendidos com
jovens e crianças que, na maioria das vezes, poderiam ser evitados se o bombeiro
institui-se ciclos de instruções na rede escolar.
Por conseguinte, salientar para sociedade qual é o serviço operacional e preventivo
realizado pelo CBMMG para que este órgão seja acionado em situações que
realmente necessite. Isso é parte integrante do um programa “bombeiro nas
escolas”, que além de orientar sobre dica e ações a serem tomadas com relação à
prevenção a incêndio e pânico, também, aborda temas sobre civismo e trânsito, no
entanto, ainda não é implementado de maneira efetiva.
16
Como órgão estatal, responsável pelo serviço de prevenção contra incêndio em
Minas Gerais, o CBMMG necessita atuar não somente na prevenção nas
edificações, mas também estruturar o desempenho da educação preventiva.
Este estudo se faz necessário, tendo em vista que o investimento do CBMMG com
relação a projetos sociais não está bem definido, uma vez que a preocupação maior
e primeira dos bombeiros deveria ser a prevenção, e em uma análise rápida parece
ser a atividade operacional.
Assim a necessidade de se demonstrar ou não a eficácia de como o instrumento de
prevenção contra incêndios e acidentes do CBMMG apóia o desenvolvimento da
cidadania no público de crianças e adolescentes, visto que esses resultados ainda
não foram registrados e analisados.
Desse modo, o desconhecimento dos assuntos relativos a incêndios e acidentes
aumenta a vulnerabilidade das pessoas em caso de ocorrência de incêndio. Assim
surge a necessidade em inserir uma cultura prevencionista contra incêndios e
acidentes na rede pública estadual de ensino fundamental de Belo Horizonte.
A Escola, como pólo de desenvolvimento, pode construir a base fundamental para
compreender a dimensão social do desastre e, a partir daí, promover essa cultura de
prevenção. Neste ambiente que se pretende implantar um programa com um
propósito de inserir a cultura de prevenção na sociedade trabalhando com o público
infanto-juvenil, futuros formadores de opinião, que tem grande receptividade aos
bombeiros
É sabido que os documentos doutrinários da Corporação, além das constituições
Federal e Estadual, dão ênfase à prevenção, que é missão constitucional do
CBMMG e responsabilidade de todos.
17
Entende-se que o referido programa irá enquadrar-se como um dos diversos
mecanismos utilizados pelo CBMMG na execução de suas atividades preventivas.
A médio e longo prazo, o programa tem como objetivo que o estudante, de acordo
com a idade e nível de desenvolvimento, tenha a possibilidade de identificar as
ameaças de seu ambiente, os níveis de vulnerabilidade e, a partir daí, construir
comportamentos preventivos. Ainda, em decorrência de algum tipo de sinistro, os
alunos poderiam realizar o correto acionamento do órgão competente.
A direção e os professores das escolas, munidos de capacitação e treinamento,
poderão se unir para disseminação das informações aos alunos e comunidade
devido a amplo conhecimento didático para lidar com esse público.
Por fim, vale destacar que o objetivo proposto para o estudo trata-se de um assunto
atual, além de não ter sido constatado outros trabalhos que abordassem os projetos
“Bombeiro nas escolas” na região norte de Belo Horizonte, e se constitui num tema
bastante novo que está intimamente ligado à filosofia para chegar à excelência na
área de atuação do CBMMG.
Logo, o problema de pesquisa se baseia na cultura que é formada durante a fase
de desenvolvimento do ser humano e se a influência do bombeiro na vida escolar
poderia atingir uma forma efetiva de prevenção contra incêndio e pânico, em prol de
diminuir os acidentes abrangendo toda comunidade.
A possível resposta para a situação problema desta monografia se estrutura a
formulação da seguinte hipótese básica: com o planejamento, treinamento
adequado ao bombeiro educador e o aporte das escolas, os alunos da rede estadual
da região norte de Belo Horizonte serviriam como um forte elo, repassando as
instruções ensinadas pelo BM para as pessoas que o cercam, com o intuito de
18
difundir os ensinamentos. Sendo assim criaria uma cultura prevencionista em longo
prazo, trabalhando de forma efetiva ao combate de incêndios e pânico.
Para nortear este trabalho definiu-se como objetivo geral em analisar a importância
do Corpo de Bombeiros Militar nas escolas estaduais da região norte de Belo
Horizonte com relação à prevenção ao incêndio. Assim com intuito de buscar
responder a pergunta de pesquisa, estabeleceu três objetivos específicos que são:
levantar dados sobre os conhecimentos dos jovens da rede estadual sobre os
procedimentos de combate a incêndio, identificar as qualificações e conhecimento
dos militares do Curso de Formação de Oficiais para os programas sociais do
CBMMG e comparar os programas educacionais existentes na Austrália e Estados
Unidos da América com os executados no CBMMG.
A metodologia foi de natureza aplicada com uma abordagem quantitativa e
qualitativa objetivando explicar e explorar o fenômeno estudado, assim este autor
realizou levantamento de dados e de estudo bibliográfico de autores renomados.
Desse modo o trabalho foi dividido em oito seções. A introdução apresentada nesta
primeira seção retrata também o objetivo geral e objetivos específicos, a
problematização, a metodologia, as hipóteses e a justificativa da monografia.
A segunda seção trata da etimologia das palavras e termos pertinentes a este
estudo como forma de auxiliar o leitor do entendimento do assunto discutido.
A terceira seção apresenta o sistema de educação escolar na qual, discutem as leis
que regem a educação no Brasil, os parâmetros curriculares nacionais, o processo
de aprendizagem das pessoas e a educação alinhada à prevenção.
19
A quarta seção analisa a prevenção contra incêndio e pânico realizado pelo
CBMMG, bem como as intenções futuras da instituição pelo planejamento
estratégico.
A quinta seção identifica os gastos com acidentes e sinistros no Brasil e nos Estados
Unidos. O tópico se justifica, uma vez que a intenção dos governos, geralmente, é
de redução de custos.
A sexta seção apresenta a metodologia empregada na monografia que constou de
pesquisa bibliográfica legal, teórica e pesquisa de campo quantitativa e qualitativa.
Os questionários aplicados permitiram verificar a viabilidade em implantar um
programa voltado a inserção do tema transversal de “prevenção contra incêndios e
acidentes” nas escolas.
A sétima seção traz a análise dos questionários aplicados e resultados obtidos. E na
oitava seção registram-se as considerações finais deste trabalho indicando as
conclusões de maior evidência auferidas por este autor.
20
2 ETIMOLOGIA DAS PALAVRAS
Neste capítulo conceitua expressões e define alguns termos utilizado neste trabalho
com intuito de auxiliar o leitor a compreender melhor o prosseguimento desta
monografia.
A Instrução Técnica nº 02 do CBMMG, documento elaborado para regular as ações
de segurança, prevenção e proteção contra incêndio e pânico, conceitua a
terminologia prevenção contra incêndio e pânico como:
Conjunto de ações e medidas que visam à orientação das pessoas, objetivando diminuir a possibilidade da ocorrência de um princípio de incêndio e pânico, e estabelecer o comportamento a ser adotado frente à emergência (CBMMG, 2006, p. 15).
Etimologicamente Milaré (2005) estabelece diferença entre prevenção e precaução,
definindo a idéia de prevenção de forma mais ampla e utilizado de forma a antecipar
algum fato. Assim o autor cita:
Prevenção é substantivo do verbo prevenir, e significa ato ou efeito de antecipar-se, chegar antes; induz uma conotação de generalidade, simples antecipação no tempo, é verdade, mas com intuito conhecido. Precaução é substantivo do verbo precaver-se (do Latim prae = antes e cavere = tomar cuidado), e sugere cuidados antecipados, cautela para que uma atitude ou ação não venha a concretizar-se ou a resultar em efeitos indesejáveis. A diferença etimológica e semântica (estabelecida pelo uso) sugere que a prevenção é mais ampla do que precaução e que, por seu turno, precaução é atitude ou medida antecipatória voltada preferencialmente para casos concretos (MILARÉ, 2005, p. 165).
Para Seito et al. (2008), a prevenção abrange as medidas de segurança contra
incêndio com intuito de antecipar incêndios (contato com agente ígneo e
combustível) o qual, serão incêndios mais importantes quanto maior a quantidade e
mais fracionado o combustível (gases, vapores, poeira). Em suma, as ações
21
praticadas pelo homem que trabalham no controle dos materiais combustíveis
(armazenamento/quantidade), das fontes de calor (agente ígneo): cuidado com
manuseio de objetos de solda, cigarros e eletricidade, por exemplo, e do treinamento
(educação) das pessoas para hábitos e atitudes preventivas.
Vale ressaltar que o CBMMG exerce a prevenção baseado em três formas
principais. A primeira estabelecida em Lei 14.130 de 2001, decreto 44. 746 de 2008
e em suas Instruções Técnicas nas quais, a população pode consultar as medidas
de segurança de prevenção contra incêndio e pânico (SPCIP) que é denominada de
prevenção passiva. A segunda consiste em realizar fiscalizações e orientações
preventivas para verificar se as medidas de SPCIP estão de acordo com que prevê
as diretrizes do CBMMG, chamada de prevenção ativa. A última, prevenção proativa
consiste na educação preventiva por meio de palestras, seminários e projetos que o
Bombeiro realiza assim, Da Silva (2008) diz que se essa forma de prevenção não
atingir todas as pessoas, atingirá a maioria dos indivíduos submetidos a essa
educação preventiva de forma eficiente.
Segundo Pinto, Garcia e Letichevsky (2006), a maioria dos problemas que permeiam
a sociedade atualmente tem como solução, de modo geral, a educação para o
desenvolvimento da nação. Assim, a educação volta a ser definida como o elemento
propulsor do desenvolvimento de uma nação não apontada apenas por educadores,
mas por todas as camadas da sociedade.
Conquanto, uma boa alternativa para prevenção a sinistro é a educação básica de
qualidade que pode ser disseminado por todo estado de Minas Gerais. Assim haverá
uma difusão no conhecimento aos estudantes que tornam adultos mais conscientes
com relação à prevenção de sinistros, como cita:
[...] à prevenção a sinistros devem ser tratados na educação básica no Brasil, sendo considerados relevantes para a formação dos estudantes para o exercício da cidadania. Relevantes porque tais estudantes serão adultos
22
mais conscientes acerca da responsabilidade preventiva, e de imediato serão crianças e adolescentes multiplicadores dos conceitos preventivos (Oliveira, 2010, p.19).
De acordo com a Revista “Emergência” edição de dez/jan – 2010 (p.38) trouxe a
pesquisa com o título “Educação básica” de março de 2005. A pesquisa relatou a
importância de constar na educação básica uma cultura prevencionista para os
alunos do ensino fundamental, pois foi constatado que professores e alunos têm
uma deficiência ou desconhecem as informações relativas à prevenção contra
sinistro e/ou assuntos relacionados a primeiros socorros e identificação de riscos
ambientais (Oliveira, 2010, p.18).
Neste contexto, é visível e urgente que o tema de educação prevencionista contra
sinistro, no qual engloba acidentes domésticos e incêndios, deveria ser um
programa que se envolve toda sociedade mineira de forma de atingir o número
máximo de pessoas possíveis a tornar atitudes naturais de maneira preventiva que
evitem sinistros.
Assim, vale salientar que a palavra acidente e sinistro remete algo mais trágico
neste e algo mais suave naquele, em sua espécie, porém se infere com o mesmo
sentido no contexto do trabalho:
Significado de Sinistro: adj. Esquerdo: mão sinistra. / Fig. Que prenuncia desgraças, funesto: presságio sinistro. / Que inspira receio; assustador, ameaçador, aterrador, temível, apavorante: olhar sinistro. / Que indica perversidade; malvado, cruel, perverso: intenções sinistras. / Que causa o mal; pernicioso, perigoso, funesto: boatos sinistros. / Trágico, calamitoso, fúnebre: evento sinistro. // Linha sinistra, linha da mão que pressagia desgraças. / &151; S.m. Desastre (p. ex., incêndio), acontecimento trágico que acarreta grandes perdas materiais: as vítimas do sinistro. / Dano, prejuízo (FERREIRA, 2010, grifo nosso).
Significado de acidente: s.m. Acontecimento fortuito, geralmente lamentável, infeliz; desastre: acidente de tráfego. / Mudanças gramaticais nas palavras; flexões: acidentes de gênero, número e grau. / Música. Qualquer um dos
23
sinais que servem para alterar as notas: há três acidentes, que são o bemol, o sustenido e o bequadro. / Filosofia. O que se opõe à substância: a substância é absoluta e necessária, o acidente é relativo e contingente. // Acidente de terreno, irregularidade do relevo. // Acidente de trabalho, desastre ocorrido no exercício de uma atividade profissional (FERREIRA, 2010, grifo nosso).
É sabido que ao ocorrer um sinistro é possível que algumas pessoas estabeleçam o
pânico, “algo que assusta subitamente e sem motivo”, dicionário Ferreira (2010),
porém o comportamento mais freqüente em um incêndio é a tensão nervosa ou
estresse e isso decorre de uma associação, da demora e da disponibilidade de
informações sobre o que está acontecendo, qual a severidade do evento, atraso em
interpretar que está acontecendo um incêndio, como proceder e identificar outras
saídas protegidas (SEITO et al., 2008, p.95). Mesmo assim, nas pessoas que
instalam o pânico necessitam de pessoas que tenham conhecimento de causa para
que possam ajudá-los a superar a situação inesperada.
Assim Seito et al. (2008) descreveu um incêndio no Gran Circo Norte Americano na
cidade Niterói-RJ no ano de 1961, em que houve 250 mortes e 400 feridos entre
2500 espectadores, e citou o pânico como um dos principais problemas da tragédia.
A ausência dos requisitos de escape para os espectadores, como o dimensionamento e posicionamento de saídas, a inexistência de pessoas treinadas para conter o pânico e orientar o escape, etc., foram as causas da tragédia. As pessoas morreram queimadas e pisoteadas. A saída foi obstruída pelos corpos amontoados (SEITO et al., 2008, p.23).
Não obstante, nas instruções técnicas (IT) do CBMMG em todo instante retrata a
palavra “pânico” que retrata a expressão mais como desespero por não saber o que
fazer em uma determinada situação, do que realmente um medo que assusta
subitamente e sem motivo. Conquanto, a IT nº 02, deixa claro que as medidas de
prevenção passiva estabelecido em norma são procedimentos para combater
também o pânico.
24
Ainda assim, Seito et al. (2008) diz que o pânico é uma das reações que podem
ocorrer às pessoas envolvidas em um incêndio devido a pouca visibilidade, o calor
excessivo, dificuldade em respirar, e o pior, não saber o que fazer para solucionar
aquele incidente.
Portanto, vale atentar para o objetivo em atuar no período que antecede o início dos
incêndios em edificações nos quais evitam o desenrolar de fatores que podem incidir
na propagação do fogo. Com isso, deve ocorrer um emaranhado de programas
envolvendo toda sociedade com ciclo de palestras, simpósio, seminários, simulados.
Assim, podem demonstrar quais atitudes devem ser tomadas caso ocorra algum
sinistro e como é feito a utilização dos sistemas passivo e ativo de combate a
incêndio, sendo assim a sensação de segurança aumenta das pessoas e contribui
para uma melhor qualidade de vida da sociedade.
25
3 A PREVENÇÃO NAS ESCOLAS
De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) de 1948 em
seu artigo XXVI, inciso 1º, declara que a educação deve ser assegurada a todos
gratuitamente, pelo menos em seus níveis elementares.
Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional dever ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito (ONU, 1948).
Porém, como a DUDH é apenas uma recomendação dada aos países do globo
terrestre, ou seja, não tem caráter de tutelar o bem jurídico. Já o Brasil em sua
constituição cidadã de 1988 tratou de normatizar essa questão nos direitos sociais,
quando escreve:
Art. 6.º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição (BRASIL, 1988, grifo nosso).
Ainda, a Constituição da República 1988 (CR-1988) deixa claro como necessidade
básica da sociedade que, o salário mínimo definido por lei federal deverá suprir o
acesso das famílias dos trabalhadores à educação e estabelece a responsabilidade
em propiciar os meios necessários e implantar uma política entre a União, Estados,
Municípios e Distrito Federal.
Mesmo com a responsabilidade do Estado, a Constituição no seu artigo 205 busca a
sociedade uma colaboração para implantação da educação o que visa o
desenvolvimento da pessoa humana, preparando assim a população para o
exercício da cidadania.
26
Quando se trata de cidadania, vale chamar a atenção para a preparação, não
somente, de um indivíduo consciente em votar, mas também, propiciar os meios
para formar um cidadão consciente em seu conceito amplo, inclusive, com relação à
prevenção a incêndios e acidentes de âmbito geral.
A educação como processo de reconstrução da experiência é um atributo da pessoa humana, e, por isso, tem que ser comum a todos. É essa concepção que a Constituição agasalha nos arts. 205 a 214, quando declara que ela é um direito de todos e dever do Estado (SEGALLA, 2010 citado por SILVA, 1992).
Seria interessante a divulgação, por meio da televisão, internet e/ou campanhas
sociais para prevenção a incêndios e o pânico em situações adversas, no entanto,
na educação nos níveis elementares poderia ser mais viável, uma vez que, a Carta
Magna de 1988 do Brasil garante a todos o acesso e proporciona os meios
necessários a educação básica, além de estabelecer que a educação é dever do
Estado.
Assim a educação com status de direito fundamental o aprendizado torna-se a base
da vida social do indivíduo. E descreve Segalla (2010) que a evolução do ser
humano é constante para complementar que o ser é inacabado. De acordo com o
conceito do educador Paulo Freire, em que: ”Ninguém nasce feito. Vamos nos
fazendo aos poucos, na prática social de que tomamos parte” (FREIRE, 2001 citado
por SEGALLA, 2010, p. 17)
Por conseguinte, Segalla (2010) demonstrou uma inteira importância à educação
quando descreveu que esta é a principal forma para fornecer aspectos à construção
do pensamento humano, portanto, a responsabilidade da formação do indivíduo
através da escola.
27
Como já estabelecido, a educação é uma arma para formação do indivíduo
consciente e, a prevenção a sinistros deveria ser contemplada na fase de educação
básica. Nesse ínterim, baseado na Política Nacional de Defesa Civil aprovou-se a
Lei Distrital nº 3.629, datada de 28 de julho de 2005, estabelecendo o tema
transversal “Noções Gerais de Defesa Civil e Percepção de Riscos”. Apesar da lei
esta regulando apenas o Distrito Federal é interessante o estudo da viabilidade para
extensão da norma a toda nação. Assim descreve a lei:
Art. 1º Fica incluído entre os temas transversais a serem trabalhados por todos os professores do Ensino Fundamental e do Ensino Médio na Rede Pública de Ensino do Distrito Federal, os temas Noções Gerais de Defesa Civil e Percepção de Riscos. Art. 2º Os professores da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal serão capacitados para atender os fins previstos nesta Lei. Parágrafo único. O Poder executivo designará em ato regulamentar o órgão de sua administração responsável pela capacitação referida no caput. Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário (DISTRITO FEDERAL, 2005).
3.1 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
A lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Como já vinculado na CR/88, a lei 9.394/96 veio nortear a
educação e estabelecer a contextualização do mundo escolar com o mundo social,
quando descreve:
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. § 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. § 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social (BRASIL, 1996, grifo nosso).
28
Neste ínterim a Lei federal veio reforçar a idéia da Carta Magna do Brasil quando
estabeleceu os princípios da educação no artigo 2º “a educação, dever da família e
do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana [...]” (BRASIL, 1996), e o artigo 205 da CR/88 que diz: “a educação, direito
de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade [...]”.
Importante destacar que a Lei nº 9394, deixa clara a igualdade e a garantia do
acesso a todos situando a educação pública como gratuita, pelo menos, nos níveis
elementares.
Concomitantemente, salienta a preocupação em uma padronização e, ao mesmo
tempo, prevê que sejam abordados conteúdos particularizados de cada região do
ensino nacional desenvolvendo a cidadania, assim cita:
Art. 26º Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela (BRASIL, 1996, grifo nosso).
Art. 22º A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores (BRASIL, 1996, grifo nosso).
3.2 Parâmetros Curriculares Nacionais
Já em 1998 foram inseridos no currículo do ensino fundamental os temas
transversais: ética, pluralidade cultura, meio ambiente, saúde e orientação sexual.
Os professores das disciplinas tradicionais farão a contextualização dos temas
29
inseridos, com o conteúdo que já estavam sendo ministrados, ou seja, a articulação
entre os temas dentro das matérias comuns.
Com o motivo principal de determinar a contextualização entre as matérias teóricas
e práticas da educação básica teve o compromisso com o desenvolvimento da
cidadania e da sociedade. Apesar de definir apenas cinco áreas do conhecimento,
ao mesmo tempo, identificou temas amplos e que podem ser abordados temas
urgentes para traduzir preocupações da sociedade brasileira.
Com isso este documento que não versa como caráter de Lei, mas é a base para
padronização da educação nacional visando à compreensão da proposta em sua
globalidade.. De tal sorte que um dos objetivos do ensino fundamental foi assim
estipulado: “perceber-se integrante, dependente e agente transformador do
ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo
ativamente para a melhoria do meio ambiente” (BRASIL, 1998).
Deste modo, fazendo um link com assuntos de prevenção e combate a incêndio
poderia prevê o tema como uma capacidade necessária para desenvolvimento
social. Assim descreve a justificativa dos Parâmetros Curriculares Nacionais:
Eleger a cidadania como eixo vertebrador da educação escolar implica colocar-se explicitamente contra valores e práticas sociais que desrespeitem aqueles princípios, comprometendo-se com as perspectivas e decisões que os favoreçam. Isso refere-se a valores, mas também a conhecimentos que permitam desenvolver as capacidades necessárias para a participação social efetiva ( BRASIL, 1998, grifo nosso).
Igualmente os objetivos do documento também propuseram a inserção do
conhecimento de fatos e situações que marcam o dia a dia brasileiro, ou seja,
acidentes e a prevenção de combate a incêndios é um tema real e urgente, e os
objetivos do Parâmetro Curricular Nacional (PCN) não esclarecem quais são esses
temas, deixando uma abertura para inserção da cultura prevencionista contra
incêndios e pânico.
30
Ao lado do conhecimento de fatos e situações marcantes da realidade brasileira, de informações e práticas que lhe possibilitem participar ativa e construtivamente dessa sociedade, os objetivos do ensino fundamental apontam a necessidade de que os alunos se tornem capazes de eleger critérios de ação pautados na justiça, detectando e rejeitando a injustiça quando ela se fizer presente, assim como criar formas não violentas de atuação nas diferentes situações da vida. Tomando essa idéia central como meta, cada um dos temas traz objetivos específicos que os norteiam (BRASIL, 1998, grifo nosso).
De acordo com PCN, a intenção de conscientizar os jovens de idade escolar e
comunidade em geral é a inserção de uma cultura que contempla a pluralidade
cultural, ética e aspectos sociais que levam o combate as essas questões de forma
pacifica.
3.3 Plano Nacional de Educação
O Plano Nacional de Educação foi introduzido pela Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de
2001, reforçou a preocupação da sociedade brasileira com a educação e introduziu
os temas transversais de forma positivada em legislação.
2.2 Diretrizes [...] propõem a inserção de temas transversais como ética, meio ambiente, pluralidade cultural, trabalho e consumo, entre outros. Esta estrutura curricular deverá estar sempre em consonância com as diretrizes emanadas do Conselho Nacional de Educação e dos conselhos de educação dos Estados e Municípios (BRASIL, 2001, grifo nosso).
Sendo assim, foram estipulados cinco temas para serem abordados, tanto aos
discentes quanto ao aprendizado dos docentes.
Importante destacar que apesar do Plano Nacional de Educação definir alguns
temas, trouxe, também, a expressão “entre outros” aos temas a serem inseridos
como transversais para que possam ser introduzidos outros assuntos, além dos já
estabelecidos. Ou seja, abordar a maioria dos assuntos vinculados ao cotidiano da
população.
31
3.4 O Processo de Aprendizagem
O processo de aprendizagem ou desenvolvimento cognitivo da criança de 0 a 14
anos, que de acordo com Lampreia (2002), diz que a visão de Jean Piaget (1896 –
1980), renomado nome da educação, é atribuída pela interação do meio externo
para com o indivíduo. Para atingir o aprendizado, vale ressaltar a importância com a
forma de transmissão do conhecimento, a linguagem que os outros indivíduos
transmitem a realidade para os mais novos.
Para tanto, segundo Lampreia (2002), que analisa Piaget, mostra os quatro estágios
para a ampliação da compreensão da realidade. Estas fases se dividem em
Sensório motor, Pré operatório, Operatório concreto e Operatório formal.
Deste modo o estagio Sensório motor está no nível de crianças de 0 até mais ou
menos 2 anos que configura nas noções de espaço e tempo, ou seja, “a criança
interage com o real através dos diferentes sentidos e das ações motoras”
(LAMPREIA, 2002, cap.2).
Já na etapa Pré operatória, constitui após a criança estabelecer as noções de
espaço, de mais ou menos 2 a 7 anos, e começa a explorar e expandir seu
ambiente, no entanto, sob uma visão muito pessoal. Após concepção de aspectos
essenciais, que constitui de uma ótica egocêntrica da criança, começa a desenvolver
o raciocínio crítico da realidade entendendo a transformação das coisas, que
compreende a fase de 7 aos 11 anos chamado de Operatório concreto. Para tanto,
após o estágio operatório concreto inicia-se a fase operatório formal dos 11 aos 14
anos, em que o aprendizado é mais bem discutido, pois, a criança está mais
equilibrada, ou seja, o reconhecimento da realidade já está acomodado (LAMPREIA,
2002, cap.2).
32
Com isso, nesta última fase as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível
mais alto de desenvolvimento e elas se tornam capazes de aplicar o raciocínio lógico
a todas as classes de problemas (WADSWORTH, 1996).
Por seguinte Lampreia (1992) baseado na teoria desenvolvimentista de Piaget diz
que é a partir dos sete anos o período das operações concretas, que a criança
inicia-se a conclusões próprias, interpretando as diversas situações impostas a ela.
Apesar de diferentes níveis de compreensão da realidade que envolve as crianças,
seria importante a inserção, em desiguais abordagens, da cultura prevencionistas a
sinistros, como estabelece Alexandre Itiu Seito que:
O ideal é a implantação de programas de educação em todos os níveis de cursos, desde a pré-escola até o terceiro grau, de maneira que todos possam conhecer os riscos de incêndio de suas atividades e quais as atitudes a ser tomadas em casos de incêndios. (SEITO, 2008, p. 15-16)
Para tanto, grande quantidade dos conhecimentos ensinados pela escola aos alunos
acabam sendo esquecidos. Muitos dos ensinamentos não fazem sentido para eles,
uma vez que, não conseguem conciliar as situações teóricas com as práticas. Logo,
Giordan e Vecchi (1996) estabelecem que a aprendizagem é um processo complexo
decorrente de relações sociais, afetivas e cognitivas em que se evolui no decorrer
dos dias, ou seja, um processo contínuo.
Durante a etapa escolar, os alunos podem estabelecer e transformar seus conceitos
e concepções particulares que substitui em favor do saber científico (BACHELARD,
2001 citado por SCHROEDER et al., 2005).
33
O evento educativo é interpretado na perspectiva de uma interação de cinco
elementos: o professor, o aluno, o conhecimento, o contexto e a avaliação. São as
especificidades desses elementos, particularmente do professor e do aluno, que
determinarão o que deverá ser ensinado e aprendido entre os conhecimentos, a
contextualização na atualidade e realizar um briefing do que foi apresentado pelo
professor ao aluno, a avaliação (LEMOS; MOREIRA, 2005).
A aprendizagem é uma ação particular e, por conseguinte, não depende da vontade
ou ação do professor. A decisão de aprender é do aluno e, portanto, o objetivo do
evento educativo é alcançado quando os conceitos dos diversos temas
apresentados pelos alunos, professores e material de ensino são compartilhados.
Entretanto, é responsabilidade do professor da a oportunidade ao aluno pensar
sobre um conhecimento (LEMOS; MOREIRA, 2005).
Do ponto de vista educacional, a aprendizagem pode ser pensada como estruturas
dinâmicas criadas para resolver problemas, fazer previsões e formular explicações
em situações do cotidiano. Soluções de problemas podem ser pensadas como
modelos, se puderem ser usadas para explicar o funcionamento dos sistemas e
situações que estão inseridos, e gerar previsões. Estes artefatos cognitivos são
construídos a partir do conhecimento prévio do aprendiz sobre o domínio estudado,
mas também delimitados por ele, já que dependem, fortemente, tanto das vivências
individuais quanto da competência dos sujeitos em ativarem e aplicarem este
conhecimento de acordo com as demandas das situações enfrentadas (BARBOSA;
BORGES, 2005). A todas essas situações, envolve o uso da estratégia da
contextualização e simulação, por parte do instrutor, para que seja dada melhor
resposta nos variados problemas apresentados na vida.
Respeitando as fases cognitivas das crianças, Oliveira (2010, p. 55) verificou:
34
[...] a necessidade de ensinar às crianças uma matéria considerada importantíssima, que é a prevenção contra incêndios e acidentes, porém de uma forma mais descontraída, através de brincadeiras, transmitindo valores que vão ao encontro da vida em sociedade. Serão necessários, então, bombeiros militares instrutores que estejam adequadamente preparados pedagogicamente e professores do ensino fundamental capacitados com conteúdos prevencionistas (grifo nosso).
3.5 Educador como Agente Multiplicador
Segundo Tiba (1998, citado por LIMA, 2006, p. 36) “ensinar é transmitir o que se
sabe a quem quer saber, portanto, é dividir a sabedoria. Ensinar é um gesto de
generosidade, humanidade e humildade”.
A interação entre professor e aluno se estabelece através do interesse em aprender
deste e a desenvoltura, conhecimento e a didática aplicada para transmitir um
conhecimento específico, com isso o professor coloca em prática o seu saber para
difundir idéias e pensamentos. Assim o professor é um canal importantíssimo no
sistema de ensino e aprendizagem (LIMA, 2006).
Para alinhamento as idéias do sistema de ensino de prevenção a incêndios, o
professor é um elemento indispensável na formação da mentalidade dos alunos.
Nos trabalhos de prevenção contra incêndios e acidentes o professor, mais que outra pessoa, possui uma excepcional dimensão social no seu desempenho, pois suas idéias atuam profundamente sobre os seus alunos e por meio destes atingem toda a comunidade, no tempo e no espaço (OLIVEIRA, 2010, p.61).
Assim a escola como berço do conhecimento, propõe que as escolas tratem
questões transversais que permeiam o cotidiano da sociedade. Nesta perspectiva da
cidadania uma importante preocupação é a questão da formação dos educadores
para que possam repassar conhecimentos com qualidade.
35
“Prevenção Contra Incêndios e Acidentes” como tema transversal requer esforços de reflexão particularmente direcionados, tendo em vista o caráter de novo, o nível de interdisciplinaridade requerido, bem como a necessidade de preparação dos professores para desenvolverem o tema (OLIVEIRA, 2010, p. 61).
Para que o professor realmente desfrute de um conhecimento é interessante o
processo de treinamento de uma experiência, se possível, prática, pois a
transmissão do conhecimento ganha uma significado mais real (LIMA, 2006).
Segundo Mizukami (1998, citado por LIMA, 2006), identificou que o professor deve
ser a figura central do processo ensino-aprendizagem, ser conhecedor profundo das
áreas dos temas transversais e participar efetivamente de projetos educativos nas
escolas para que se concretizem tais competências é necessário a capacitação e o
treinamento para que o docente desenvolva os temas transversais.
Neste contexto, Oliveira (2010) propôs que os treinamentos aos professores do
município de Vespasiano sejam ministrados pelos integrantes do CBMMG atuantes
no PRSBM do Pel BM de Vespasiano subordinado ao 3º BBM. Assim para que
possa ser estendido a todo estado o setor de comunicação do CBMMG poderia
selecionar pessoas bem qualificadas para relação com público externo para realizar
de forma centralizada os treinamentos aos professores para atuarem como agentes
multiplicadores de temas de prevenção a incêndio e pânico.
3.6 A educação preventiva
A inserção de temas urgentes contra sinistros, para que surjam efeitos a desejáveis,
que são as atitudes conscientes no decorrer de vários anos e sejam repassados os
ensinamentos de pai para filho é a realização junto às escolas, pois, é o canal de
comunicação com sociedade de maior eficiência reconhecida (OLIVEIRA, 2010).
Apesar, das campanhas publicitárias, por meio de jornal, sites e televisão, realizada
36
em momentos oportunos produzirem efeitos rápidos, porém são imediatistas uma
vez que necessita de informações mais concretas e mais bem trabalhadas com
crianças e adolescentes do que simples notas de jornais ou propagandas em
intervalos de programações (TOLEDO, 2010).
Não obstante, Oliveira (2010) ressaltou a importância da educação preventiva
devido a gama de atividades de cada individuo e com a correria do dia a dia,
necessita ter uma cultura estabelecida para que as atitudes involuntariamente sejam
preventivas.
Então, a inclusão da prevenção é essencial para que o jovem exerça seu papel de
cidadão e é “na escola é que se deve construir a consciência voltada para os
interesses comunitários e para o espírito solidário, visando ao bem-estar de todos,
transformando o jovem em agente multiplicador” (LIMA, 2006, p.30). “Neste
contexto, o professor será um canal importantíssimo no ensino de prevenção contra
incêndios e acidentes, pois é um elemento indispensável na formação da
mentalidade de seus alunos” (OLIVEIRA, 2010, p.61).
Decorrente da analise do Oliveira (2010), baseado nas estatísticas do CBMMG,
descreve que os aglomerados de baixa rendas a frequência dos acidentes
domésticos são ocasionados devido à falta de informação. Como veículo importante
as crianças e adolescentes foi avaliada como um dos principais responsáveis pela
formação de opinião na suas comunidades, sendo assim, aumenta a necessidade
da ampliação do acesso aos conceitos prevencionistas a esses grupos.
A tabela 1 representa o número de casos de crianças e adolescentes que sofreram
internações no período de Jan/2008 a Abr/2011 no município de Belo Horizonte por
causa de queimaduras, corrosões, exposição ao fumo e às chamas, intensificando a
preocupação e inserir um programa de prevenção.
37
Como base na tabela 1, observa um acréscimo de 4,19% de 2008 para 2009 e de
8,54% de 2009 para 2010, já o ano de 2011 já se observa 66 casos de internação de
janeiro a abril, no entanto, não se dá para inferir se haverá uma redução do número
de casos ao final do ano de 2011, pois, a gama de fatores que interferem nos casos
concretos são desconhecidos.
TABELA 1 Quantidade de internações no período de Jan/2008-Abr/2011 em BH/MG provocados por
queimadura, corrosões, exposição ao fumo, fogo e às chamas
Fonte: Brasil, 2011 Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/nimg.def>
A tabela 2 representa o número de casos de crianças e adolescentes que foram a
óbito no período de Jan/2008 a Abr/2011 no município de Belo Horizonte por causa
de queimaduras, corrosões, exposição ao fogo e às chamas.
TABELA 2 Quantidade de óbitos no período de Jan/2008-Abr/2011 em BH/MG provocados por queimadura,
corrosões, exposição a fumo, fogo e às chamas
Fonte: Brasil, 2011 Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/nimg.def>
38
Apesar das, tabelas acima não apresentarem como ocorreram às queimaduras,
corrosões ou exposições ao fumo, fogo e às chamas a ocorrência pode ser em
decorrência de acidentes domésticos. Sendo a possibilidade verdadeira, a inserção
de prevenção em escolas seria uma boa resposta aos incidentes, uma vez que, se
trata de pessoas em idade escolar.
Uma vez que, “a prevenção é uma atividade destinada a todos os cidadãos e exige o
envolvimento de todos, nos vários níveis de intervenção” (OLIVEIRA, 2010, p. 48). E
de acordo com Oliveira (2010), se aliar a prevenção à educação, aumenta a
possibilidade de redução do número de incêndios e acidentes graves. Desse modo a
educação é a principal forma para transformações comportamentais e uma mudança
cultural para criação de novos hábitos na sociedade brasileira.
Pautado no conceito de proteção civil, Oliveira (2010) define que com a contribuição
de todos, ancorado no espírito comunitário, alcançará a efetividade da redução dos
incêndios e desastres e seus respectivos efeitos. Logo, é necessário dotar a
sociedade de informações preventivas para adoção de comportamentos
conscientes.
Será por meio do processo educativo, feito de forma ativa, aberta e participativa, que se permitirá a compreensão e a conscientização de valores bem mais duradouros do que o conseguido no ensino tradicional (GUIMARÃES, 1995 citado por OLIVEIRA, 2010, p. 51).
Vila Nova (1997, citado por OLIVEIRA, 2010) enumera a iniciativa, organização,
autonomia e solidariedade como aspectos fundamentais no desenvolvimento do
aluno e estes constituem fatores importantes para aplicação dos conhecimentos de
prevenção.
39
Para que essa realidade tome corpo, Lima (2006) avalia que a introdução no
currículo escolar tornaria efetiva a conscientização e generalização da prevenção
contra sinistros. Com a inserção na base da sociedade, ou seja, nos jovens que são
idealizadores e têm uma habilidade para praticar ações extraordinárias em prol da
comunidade, atinge assim, o objetivo esperado, a multiplicação do conhecimento.
Para Lima (2006), dentre os diversos assuntos importante a valorização da vida
humana, destacam-se:
• Primeiros Socorros;
• Segurança de Trânsito;
• Prevenção de Incêndios, no ambiente domiciliar e de Incêndios Florestais;
• Redução das Vulnerabilidades aos incêndios e acidentes na Infância; e
• Evacuação de Edificações em Situação de Riscos.
Apesar de a escola ser a principal forma de inserir a prevenção de modo geral, deve
se considerar a educação da forma como plano de vida em sociedade. (OLIVEIRA,
2010)
Seito et al. (2008, p.1) encara a segurança de combate a incêndio como ciência, por
seguinte área do ensino e desenvolvimento. E ainda, “as perdas com incêndios nos
países que adotam uma postura severa na questão da prevenção têm diminuído
significativamente em relação ao PIB” (SEITO et al., 2008, p.1).
Sendo assim, necessário seria uma coleta de dados consistente para elaboração de
planos e projetos. Assim “a manutenção de sistemas de coleta tratamento e análise
de dados sobre incêndios permitem organizar programas de proteção, prevenção
contra incêndios e educação em nível local e nacional”. (SEITO et al., 2008, p.1,
grifo nosso).
40
Com isso, “A educação é considerada a chave para a prevenção e proteção contra
incêndios” (SEITO et al., 2008, p.6).
Para obter resultados satisfatórios o investimento em todos meios de comunicação
seria o ideal, como diz Seito et al. (2008):
Engajar toda a população na prevenção contra incêndio com campanhas e treinamento em escolas e veículos de comunicações é um outro instrumento de que o país pode ativar. É triste vermos crianças e indivíduos deformados por queimaduras que poderiam ter sido evitadas com procedimentos simples de segurança (SEITO, 2008, p. 15-16).
Seito et al. (2008) ainda complementa que o ideal é a diluição de uma carga horária
dedicada a prevenção durante toda a vida escolar para que fiquem bem entendidos
e compreendidos os conceitos passados. Assim o autor cita:
O ideal é a implantação de programas de educação em todos os níveis de cursos, desde a pré-escola até o terceiro grau, de maneira que todos possam conhecer os riscos de incêndio de suas atividades e quais as atitudes a ser tomadas em casos de incêndios. [...] Quanto mais lúdicos forem os treinamentos, melhores serão a retenção e a automação dos procedimentos necessários à prevenção de incêndios e à saída das pessoas das edificações (SEITO et al., 2008, p. 15-16).
É necessária uma urgente transformação cultural em que os hábitos e atitudes se
tornem preventivas, a primeira atitude é a educação de todos, inclusive desde o
ensino fundamental. Assim descreve Lobato (2007, p.1):
Precisamos urgente de uma transformação cultural em nosso país, tornando a prevenção contra incêndios, uma prioridade na educação de todos, inclusive desde o ensino fundamental. Reduzir riscos de incêndio, implica em medidas preventivas e conseqüentemente em mudanças de hábitos, que inicia-se através de um processo educativo. O termo "prevenção de incêndio" expressa tanto a educação pública como as medidas de proteção contra incêndio nos imóveis em geral, e não apenas em condomínios e Estabelecimentos comerciais, Industriais e Áreas de eventos, más também em áreas
41
residenciais de comunidades carentes, que não são condomínios, mas convivem com riscos permanentes de incêndio.
Para expandir a prevenção com eficiência e eficácia sugere-se expor o programa em
escolas, que é lugar de reprodução e transformação para introduzir conceito e
mudar culturalmente a sociedade. Assim escreve Lobato (2007):
A escola, encarada não apenas como espaço de reprodução, mas também como espaço de transformação pode mudar a sociedade, partilhando esse projeto com segmentos sociais. E assim, o poder público estará dando um grande passo para garantir a incolumidade das comunidades carentes, e que não dispõem de recursos financeiros para projetos e instalações de proteção contra incêndio (LOBATO, 2007, p. 2).
Como já enfatizado, não adianta atuar apenas no ensino fundamental ou somente
em universidade na prevenção a incêndios. Necessita de um programa de grande
porte para atingir a toda sociedade.
A educação, como meio de evitar os incêndios, deve se aplicar a todos os grupos de idade da população, tanto em zonas urbanas como rurais. Para cada problema particular que se relaciona com a prevenção, é necessário preparar o melhor método ou combinação de métodos. A base para iniciar um programa de educação para prevenção de incêndios é reconhecer de forma detalhada as causas dos incêndios (LOBATO, 2007, p. 2).
Ainda esta cultura de prevenção precisa ter uma efetividade na sua implementação.
O horizonte disso, segundo as melhores práticas mundiais, é a expansão da prevenção como política pública básica de segurança pública, ou voltada para o „proativo‟, ao contrário da praxe contemporânea, bastante disseminada, que ainda privilegia a reatividade e a repressão não-focada em locais específicos, nem em grupos de risco, tampouco em problemas comunitários costumeiros e antigos fenômenos por demais conhecidos das comunidades (DANTAS, 2010).
42
Lobato (2007) diz que é essencial a inserção da prevenção contra incêndio na grade
curricular do ensino, como uma parcela dos temas transversais previstos nos
parâmetros curriculares nacionais. Para que isso ocorra seria necessários a
participação e o apoio a projetos e estudos para estimular o envolvimento de toda
sociedade na prevenção contra incêndio. Assim “visando a redução do risco de
incêndio e a garantia da preservação dos direitos humanos, conseqüentemente,
evitar famílias infelizes, devido às conseqüências dos incêndios, reduzindo a
exclusão social” (LOBATO, 2007, p. 2).
Quando insere um conhecimento na educação básica, isso se estende por toda vida
perpetuando ao longo dos anos a outros indivíduos, tornado a prevenção algo
rotineiro na vida do cidadão.
Já se as informações e dados relativos à prevenção contra incêndio se transformarem em conteúdo pedagógico incluído na grade curricular da disciplina Ciências do Ensino Fundamental o enfoque será outro, e, com certeza, os conhecimentos perdurarão por toda a vida, como ocorre com os ensinamentos da educação básica (LOBATO, 2007, p. 3).
3.6.1 A educação preventiva em outros países
O centro de estudo do Reino Unido BRE - Building Research Est ablishment / FR S -
fire Research Station, uma instituição reconhecida mundialmente, tem como missão
a construção de um mundo melhor, e tem como um dos seus serviços as
publicações, treinamento e educação (SEITO et al., 2008). E sendo assim, a
relevância do estudo a respeito da prevenção em escolas está em voga
internacionalmente.
Outra associação que tem sua preocupação voltada para educação é a NFPA, pois
“a missão dessa associação é reduzir as perdas devido a incêndios e a outros riscos
43
para a qualidade de vida, fornecendo e defendendo por consenso: código, padrões,
normas, pesquisa, treinamento e educação” (SEITO et al., 2008, p. 5).
Segundo Dos Santos (2009), nos Estados Unidos da América somente obteve as
primeiras preocupações relatadas contra incêndio em 1973 com a comissão
nomeada pelo governo norte-americano, conhecida como “America Burning”
(América em Chamas) responsável por apresentar recomendações sobre segurança
contra incêndio.
Com isso, salientou Dos Santos (2009) que, desde a primeira reunião da America
Burning, os americanos já haviam identificado que a educação preventiva era uma
das principais ações para efetivar a prevenção a incêndio. E com uma proposta em
longo prazo, em 1987, o relatório tinha a intenção de preparar os EUA para o século
XXI com o tema educação preventiva.
Para introdução de um programa eficaz que abrangesse educadores, alunos e
sociedade a United States Fire Administration (USFA), que significa Administração
de incêndios dos Estados Unidos (tradução nossa), sugeriu que fosse adotado o
programa "Learn Not to Burn" (Aprenda a Não se Queimar) da National Fire
Protection Association (NFPA), que estabelecia um programa prevencionista a
incêndios em diferentes níveis escolares (DOS SANTOS, 2009).
O programa Learn Not to Burn detém conteúdos para alunos desde o jardim de
infância até a 8ª série. Nos EUA em muitas jurisdições o programa é obrigatório no
currículo escolar estabelecendo procedimentos e normas de conduta para
prevenção (DOS SANTOS, 2009).
44
14Ao consultar o endereço eletrônico da U.S. Fire Administration, identifica a
preocupação com a prevenção, estabelecendo procedimentos e dicas de como
utilizar determinados equipamentos.
Isqueiros que parecem brinquedo – Brincando com fogo - Uma campanha anual que visa despertar a atenção pública sobre as diversas facetas do problema dos incendiários. O tema da campanha de 2008 foi "Isqueiros de brinquedo - Brincar com o fogo." Segurança contra Incêndio para Bebês e crianças pequenas - Campanha que convida os pais e responsáveis a adotar medidas de instalação e manutenção de procedimentos e meios de proteção contra incêndios em residências com bebês e ou crianças engatinhando visando a segurança delas. Segurança contra incêndios para pessoas acima de 50 anos – Uma Campanha para incentivar americanos acima de 50 anos a praticarem segurança contra incêndios durante atos de tabagismo, na cozinha e em aquecedores em suas residências. Fumantes e os Incêndios Residenciais – Campanha que ajuda a educar fumantes, e aqueles que convivem com eles, abordando as maneiras de prevenir mortes por incêndios domésticos causados por cigarros ou objetos relacionados (EUA, 2011b).
Segundo Dos Santos (2009) no bombeiro de Nova Iorque, a prevenção é atividade
mais importante e, de acordo com o autor citado, o número de óbitos está reduzindo
os índices em decorrência dos incêndios com a evolução dos anos, baseado no
Gráfico 1. Assim ressalta a eficiência da prevenção a incêndio.
GRÁFICO 1: Número de ocorrências de mortes em incêndios na cidade de Nova Iorque/EUA Fonte: Dos Santos, 2009, p.90
45
Logicamente que a redução do número de óbitos não se deve exclusivamente a
educação preventiva, mas também, nas melhoras das proteções passiva e ativa nas
edificações e a evolução das técnicas de combate ao fogo.
Segundo Dos Santos (2009), os bombeiros educadores, da província de Nova
Iorque, são submetidos à capacitação para lidar com o público sobre segurança
contra incêndio na Academia do Estado de Ciência do Incêndio do Estado de Nova
Iorque. Quando julgados pronto para atuação na sociedade é disponibilizado um
livro, que guia a conduta do educador.
Algo que já está bem estabelecido na cultura dos norte americanos é o registro das
atividades de prevenção, contabilizando estatísticas e verificando as causas de um
determinado fato com as atividades desenvolvidas. Como mostra os dados abaixo
obtidos na monografia do Capitão Mauro Lopes dos Santos de 2009 que analisou o
bombeiro dos EUA em estatística do ano de 2008.
8.586 palestras de educação sobre segurança de incêndio;
6.599 civis treinados em Ressuscitação Cardio-Pulmonar (RCP);
85 campanhas realizadas em razão de incêndios ocorridos com vítimas fatais;
27.885 detetores de fumaça distribuídos; e
175.500 baterias novas distribuídas
Vale salientar que esses valores são apenas do Estado de Nova Iorque no ano de
2008, apenas na atividade de prevenção direta com a comunidade (DOS SANTOS,
2009).
Assim sendo, Dos Santos (2009) baseado na NFPA 1035 – Norma para
Qualificações Profissionais dos Educadores Públicos de Segurança contra Incêndios
e Proteção da Vida – em que a norma recomenda que o educador deva deter alguns
conhecimentos básicos e subdivide em quatro os níveis dos instrutores.
46
1) Educador Nível I: Conhecimentos Gerais - Comportamento do incêndio, estrutura organizacional, função e funcionamento do Corpo de Bombeiros, o comportamento humano durante incêndio, causas de lesões, prevenção, planejamento de fuga, identificação e correção de perigos, sistemas básicos e dispositivos de proteção contra incêndios, relatos de emergência, equipamentos de proteção individual dos bombeiros, necessidades especiais para portadores de deficiência e gestão de tempo. Habilidades Gerais - Comunicar-se por escrito e verbalmente. 2) Educador Nível II: Conhecimentos Gerais - Teoria da aprendizagem, métodos de análise estatística, recursos e avaliação comportamental. Habilidades Gerais - Capacidade de transmitir o conteúdo dos conhecimentos, verbalmente e por escrito. 3) Educador Nível III: Conhecimentos Gerais - Política organizacional atual, processos, procedimentos e orientações. Habilidades Gerais - Escrever relatórios e análise de dados 4) Oficial porta-voz: Conhecimentos Gerais - Redator de reportagens, postura profissional de acordo com a situação, processamento de notícias, políticas organizacionais, métodos de disseminações de informações, leis e normas de divulgação de notícias. Habilidades Gerais - Comunicar-se verbalmente, por escrito, exibir comportamento profissional, interagir com os meios de comunicação e utilizar diversos meios de tecnologia de informação (DOS SANTOS, 2010, p.12, grifo nosso).
Para a implementação de um programa de educação preventiva, além da
capacitação do educador, deve-se pautar num planejamento, que estabeleça a
equipe para o projeto, identificação dos problemas locais e estabelecer o público a
ser trabalhado, os materiais a serem utilizados de acordo com o público alvo, a
execução do planejado e realizar uma avaliação do programa para apontar as
possíveis falhas e acertos do que esta sendo executado.
Independente do porte do programa a ser realizado pelos bombeiros, para obter a
eficácia deve possuir um planejamento.
[...] Desde um anúncio de 30 segundo a um programa extensivo de um ano de duração, os esforços de educação de segurança contra incêndios devem ser bem planejados e orientados, contínuos, e mensuráveis. (NFPA, 1991, p. 2-4 citado por DOS SANTOS, 2010, p.17).
47
A Figura seguinte (FIG. 1) representa um ciclo completo para a educação preventiva
de acordo com Dos Santos (2010).
FIGURA 1: Ciclo completo da educação preventiva nos serviços de bombeiros Fonte: Dos Santos, 2010, p. 18
Desse modo, partindo da formação da equipe de planejamento, identifica os
problemas locais, o público-alvo, desenvolve programas de educação, realiza um
plano de ação, elabora e aprova o material didático assim faz-se realizar o teste
piloto do programa. Realiza as revisões, correções e após isso começa a executar o
programa preventivo propriamente dito, e ainda, mensura os resultados em forma de
estatística. O ciclo demonstra uma sequência de planejamento para sucesso de um
bom programa educativo.
Já no serviço dos bombeiros do Estado da Austrália, não deixa de ser diferente em
comparação com os bombeiros de Nova Iorque – EUA – com relação à prevenção a
incêndios e pânico.
48
Ao acessar o site oficial dos bombeiros australianos percebe-se a preocupação com
a prevenção passiva e a pró ativa, com as dicas de utilização de detectores de
fumaça e os ensinamentos e dicas de prevenção a incêndios.
Os programas de educação preventiva neste país são variados com os a
disponibilização de guias aos professores que lecionam nas escolas e ainda, aos
pais que cuidam de crianças pequenas, em que recomenda tomar alguns
procedimentos para evitar que ocorra acidente envolvendo queimaduras
(AUSTRÁLIA, 2011).
Interessante no endereço eletrônico australiano que, como o desenvolvimento de um
incêndio evolui de forma veloz, os bombeiros padronizaram a forma de avisar o
incêndio, para que torne mais ágio o atendimento da ocorrência. Assim descreve o
site.
Em caso de incêndio Diga: Incêndio Aguarde… Diga ao operador: Seu endereço, referência mais próxima. (AUSTRALIA, 2011,
tradução nossa)
FIGURA 2: Procedimento em caso de incêndio no Estado da Austrália 2011. Fonte: Austrália, 2011
49
4 PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO DO CBMMG
A constituição federal em seu artigo 144 diz que a segurança pública é um dever do
Estado, direito e responsabilidade de todos, e a prevenção de incêndio está inserido
no conceito de segurança pública. Cada um deve participar e envolver-se, pois todos
podem precisar atuar, ajudar e/ou chamar o serviço de emergência que necessitar.
Desde 1989 a constituição do estado de Minas Gerais regulamenta as ações de
prevenção de incêndio, assim o art. 142 diz:
Art. 142 - A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar, forças públicas estaduais, são órgãos permanentes, organizados com base na hierarquia e na disciplina militares e comandados, preferencialmente, por oficial da ativa, do último posto, competindo: [...] II - ao Corpo de Bombeiros Militar, a coordenação e a execução de ações de defesa civil, a prevenção e combate a incêndio, perícias de incêndio, busca e salvamento e estabelecimento de normas relativas à segurança das pessoas e de seus bens contra incêndio ou qualquer tipo de catástrofe (MINAS GERAIS, p. 46, 2006, grifo nosso).
Já em 1997 o plano de prevenção n. 6001 do Corpo de Bombeiros da Policia Militar
de Minas Gerais previa a Patrulha de Prevenção Educativa que consistia em:
É a equipe de Bombeiros tecnicamente instruída para ministrar cursos e palestras de prevenção/combate a incêndios e de primeiros socorros/resgate ao público externo. Os cursos e palestras a serem ministradas devem obedecer a programas específicos elaborados pela UEOp/Fração, atendendo solicitações externas ou, por iniciativa, mediante contatos antecipados. Os assuntos, a serem ministrados, deverão ser adequados público-alvo (MINAS GERAIS, 1997).
A lei 14130/01 dispõe sobre a prevenção contra incêndio e pânico no estado de
Minas Gerais e dá outras providências. Esta lei é regulada pelo decreto 44746/08.
Apesar da regulamentação, a lei não doutrinou sobre ações educativas.
50
Em nível de instrução técnica (IT) expedido pelo comando do Corpo de Bombeiro
Militar de Minas Gerais, há o detalhamento do decreto acima citado e padroniza
procedimentos de Segurança Contra Incêndio e Pânico e estipulam medidas de
prevenção passiva as edificações classificando-a quanto à ocupação, altura e carga
incêndio.
Assim, de acordo com a classificação da edificação é necessário maior quantidade
de medidas de prevenção contra incêndio para que se possa reduzir as perdas
humanas e materiais. Além disso, esclarece a população vários conceitos sobre
medidas de segurança.
Apesar de detalhar bem vários procedimentos para serem adotados nas edificações
as IT‟s não discorrem sobre medidas de prevenção ativa e/ou proativa que são as
orientações in loco a sociedade e campanhas ou programas planejados sobre a
prevenção a incêndio.
Já na Instrução Técnica Operacional 017 (ITO - 017) do CBMMG, dispõe sobre
diretriz para realização palestras, vistorias de orientação e demonstrações pelas
Guarnições de Bombeiros (Gu BM) das viaturas de combate a incêndios e busca e
salvamento no estado de Minas Gerais (CBMMG, 2001).
Com a finalidade de padronizar condutas e procedimentos, no âmbito do CBMMG,
na execução de palestras educativas, vistorias de orientação e demonstrações de
Combate a incêndios para as Gu BM de serviços a ITO 017 cita:
Os reclamos da sociedade urgem um Corpo de Bombeiros mais ativo, que ao invés de aguardar, passivamente, no quartel os chamados, vá ao encontro da sociedade e atenda a sua ânsia de proteção e segurança. O Corpo de Bombeiros só será grande se for capaz de oferecer grandes serviços à comunidade, isto pressupõe aprimoramento profissional e integração comunitária (CBMMG, 2001, p. 3).
51
E ainda sim, estipula que a preparação de quem será designada para a atividade
com o público externo devem ser “[...] bem informados, devidamente instruídos e
inteiramente integrados à comunidade” (CBMMG, 2001, p. 6).
A ITO - 017 descreve que as Gu BM de serviço de socorro e salvamento não fiquem
ociosas nas suas unidades e realizem pelo menos uma vez por dia uma palestra ou
vistorias de orientações em diversificadas edificações. No entanto, como vem
demonstrado no gráfico 2, o número de ocorrências praticamente dobro do ano que
a Instrução Técnica Operacional 017 foi elaborada em 2001 para o ano de 2009.
Assim sendo, a instrução poderia ser direcionada ao pessoal da administração do
CBMMG para suprir a demanda (CBMMG, 2001).
Evolução do número de ocorrências atendidas pelo CBMMG entre 2000 a 2009 no Estado de Minas Gerais
GRÁFICO 2: Evolução do número de ocorrências atendidas pelo CBMMG entre 2000 a 2009 no Estado de Minas Gerais Fonte: CBMMG, 2010c, p. 10
4.1 Planejamento Estratégico do CBMMG - 2011
Como forma de definir as estratégias do CBMMG, o plano estratégico de 2011, que
irá vigorará durante o período de 2011 a 2020 institui estratégia para corporação
142382 149415
171914
204972223716 226816
236529
288913 281332 289767
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
350000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
52
neste período. Para preparar a Instituição centenária para se impulsionar a dar
resposta rápida com mais qualidade, proporcionando sentimento de segurança aos
mineiros. O intuito do planejamento é “[...] realizar ações preventivas com vistas à
proteção da população e dos milhares de estabelecimentos industriais, comerciais,
órgãos públicos e prestadores de serviços [...]” (CBMMG, 2010c, p. 20).
Com a intenção de alcançar objetivos que produzam uma mudança cultural o intuito
e que seja feito através da educação preventiva disseminando informações que
forneçam ao cidadão mineiro a conscientização e adoção de comportamentos
seguros nas diversas atividades diárias da sociedade. (CBMMG, 2010c)
Não obstante, este Plano Estratégico visa que a prestação de serviço, inclusive a
atividade preventiva, necessita ser predominantemente de qualidade, assim sendo a
necessidade é inevitável associar a atividade a um planejamento bem pensado
reconhecendo as necessidades e anseios da sociedade, agindo no que a sociedade
mais tem preocupações e desconhecimento, com isso, proporciona cidades mais
seguras e maior sensação de segurança.
Destaca a missão do CBMMG e reforça a preocupação da corporação com relação
à prevenção aos sinistros em “servir à sociedade mineira com atividades preventivas
e de resposta a sinistros, garantindo a proteção a vida, ao patrimônio e ao meio
ambiente e contribuindo com a transformação do Estado” (CBMMG, 2010c, p. 14,
grifo nosso) e ainda, ser referência em ações preventivas como visão de futuro.
Como pilar do Plano Estratégico do bombeiro de Minas Gerais, visa prestar o melhor
serviço nas atividades de bombeiro promovendo a melhor proteção pública pautada
na prevenção. Para alcançar essa meta o planejamento é preparar e capacitar o
bombeiro militar através de uma educação de qualidade a atuar bem na
disseminação do conhecimento de proteção pública.
53
De acordo com CBMMG (2010c), o conhecimento de proteção pública tem o objetivo
de proporcionar um comportamento mais seguro no dia a dia e transformar a cultura
mineira com ações mais seguras quando as possibilidades de acidentes e riscos a
vida das pessoas. Para efetivação da disseminação do conhecimento a intenção de
realizar parceria com a Secretaria de Educação para inclusão na grade curricular
estudantil com base na política nacional de Defesa Civil no Brasil.
Com a implementação de programas bem planejados sob a coordenação do
CBMMG seria interessante uma capilarização efetiva dos bombeiros no estado de
Minas Gerais com uma participação presencial dos bombeiros. A Figura 3 apresenta
a distribuição dos bombeiros no início do ano de 2011.
FIGURA 3: Municípios de Minas Gerais com unidade do CBMMG Fonte: CBMMG, 2010c
54
Embora que as unidades do Corpo de Bombeiros no estado de Minas Gerais são
bem diversificadas, necessita de uma maior expansão para que ocorra uma
participação presencial em prevenção proativa.
4.2 Diretriz de Comunicação Social do CBMMG
A Resolução 107 do CBMMG, que aprova a Diretriz de Comunicação no CBMMG,
entrou em vigência em 28 de agosto de 2003. Esta resolução “disciplina o
desenvolvimento da atividade de Comunicação Organizacional no CBMMG”
(CBMMG, 2003) e tem a finalidade de estabelecer procedimento e definir conceitos
gerais que regulem e disciplinem as atividades de Comunicação Organizacional
desenvolvidas nas atividades administrativas e operacionais da Corporação.
Para tanto, além desta resolução valorizar a imagem institucional ressalta a
importância de estabelecer a satisfação da comunidade e, a interação com o público
externo, por meio de projetos sociais, palestras, visitas, participação em eventos que
matém a população informada e ajustar os serviços que esta organização presta,
como pode se verificar abaixo nos objetivos da Resolução nº 107 de 2003:
a) promover a satisfação da comunidade com o trabalho do Corpo de Bombeiros Militar; b) buscar a interação do Corpo de Bombeiros Militar com os variados segmentos das comunidades, visando ajustar as atividades da Corporação às demandas e aspirações de prevenção, salvamento, combate a incêndios e resgate almejando alcançar a proteção, segurança e socorro públicos da sociedade de um modo geral, contribuindo para que a Organização atue num clima harmônico e de integração com o ambiente social; c) otimizar, perante a opinião pública, a imagem da Instituição, como Corporação prestadora de serviços, preocupada em prevenir e atuar em casos de incêndios, acidentes, catástrofes que causam desequilíbrio à sociedade [...]; e) manter a opinião pública sistematicamente informada sobre as atividades desenvolvidas e os resultados alcançados pelo Corpo de Bombeiros Militar, estimulando a segurança individual e patrimonial dos cidadãos conscientizando a população da importância da prevenção coletiva e individual [...] (CBMMG, 2003, p. 2, grifo nosso).
55
Assim sendo, a relação com o público externo do CBMMG é definida pela resolução
nº 107 de 2003 do CBMMG como de especial importância, uma vez que, refere-se,
principalmente, ao cliente da Corporação.
Para adequar o planejamento das estratégias de comunicação para relação com
público externo é importante a pesquisa de opinião para estabelecer os anseios e as
oportunidades para realização de programas eficientes, inclusive com atividades
direcionadas a camada mais jovem da população. Neste sentido, a Diretriz de
comunicação organizacional do CBMMG estabeleceu os seguintes procedimentos
a) promover atividades específicas para públicos segmentados, principalmente os formadores de opinião; b) dar especial atenção ao público infanto-juvenil, promovendo ações especifica que contenham informações preventivas e de formação cívica; c) desenvolver e manter canais de comunicação com o público externo, assegurando-lhe informações idôneas sobre Segurança Pública e a instituição encarregada de promovê-la. Para tanto, é de extrema valia a utilização das seguintes atividades: palestras; visitas; participação em eventos, tais como: feiras, exposições, congressos e seminários e outros similares; participação objetiva em comissões municipais, como por exemplo, a de uso do solo, de desenvolvimento municipal e principalmente as ligadas a assuntos de Segurança Pública e Defesa Social [...]; f) Valer-se dos instrumentos de Relações Públicas, próprio do CBMMG (Banda de Música, demonstrações de simulados de combate a incêndios, salvamentos aquáticos, em altura e resgate), no processo de comunicação externa (CBMMG, 2003, p.9-10, grifo nosso).
Como destacado acima, dar especial atenção ao público infanto-juvenil significa
trabalhar na base da sociedade para que generalize uma mudança cultural
consistente a curto e longo prazo.
4.3 Projetos Sociais do CBMMG
É perceptível a existência de inúmeras desigualdades sociais no Brasil. Neste
ínterim surgem os projetos sociais de instituições que desejam uma mudança da
realidade desigual notada.
56
Logicamente, se houver a criação de um programa social é que há algo não
funcionou na política pública dos governos. Com isso a crescente violência e a
sensação de insegurança assolam boa parte da população brasileira. Neste contexto
os projetos sociais são um dos mecanismos que visam a diminuição das
desigualdades.
O conceito de Tancredi e Kisil (1996, p.4) define bem a importância dos projetos
sociais para sociedade de modo geral, como “um esforço para acelerar o
desenvolvimento humano através da busca de soluções alternativas e inovadoras
para problemas sociais identificados, reconhecidos e não solucionados.”
Para Da Silva (2007) ficou estabelecido que todo projeto social tem em sua origem
um problema concreto, com isso é necessário propor algumas respostas para
soluções do problema. Assim Da Silva (2007, p. 61) conceituou o projeto social
como “[...] um conjunto de ações relacionadas entre si, com metas, orçamento e
cronograma definidos, prioritariamente, em consonância com instituições
executoras, no caso a que se refere este trabalho, a BM/51”.
O Corpo de Bombeiro Militar agregará mais valores, uma vez que, a comunidade
sentir importante em resolver problemas relacionados à sua própria proteção pública
(OLIVEIRA, 2010, p. 65).
Com enfoque no público infanto-juvenil, que é um cliente em potencial dos Corpos
de Bombeiros para o serviço operacional, em inserir a cultura prevencionista contra
incêndios e acidentes estabelecendo a promoção da prevenção como objeto de
estudo deste trabalho. “Além de suscitar nas crianças um espírito de cooperação e
1 5ª Seção do Estado Maior do CBMMG responsável pelo assessoramento no campo da
comunicação social e “marketing”, em especial nos de publicidade e propaganda, relações públicas, cerimonial, imprensa e atividades desportivas (MINAS GERAIS, 2000, p. 12).
57
contribuição, haverá ainda a possibilidade de se alcançar seus pais ou responsáveis,
conscientizando-os” (OLIVEIRA, 2010, p. 65).
Desse modo o CBMMG apresenta vários projetos sociais, tais como: Projeto de
Responsabilidade Social Bombeiro Mirim (PRSBM), Bombeiros nas Escolas,
Bombeiro Sênior, Bombeiro Amigo do Peito, Projeto Golfinho, Cinoterapia e o Curso
Básico de Primeiro Socorros.
No entanto será dada ênfase apenas ao PRSBM e Bombeiro nas Escolas que se
enquadram melhor no objeto de estudo deste trabalho.
4.3.1 Projeto de Responsabilidade Social Bombeiro Mirim (PRSBM)
O projeto em Minas Gerais começou em outubro de 1998 na cidade de Juiz de Fora,
no início o PRSBM chamava-se “Bombeirinho” e após uma preocupação do CBMMG
em padronizar os programas sociais, já em maio de 2006 o “Bombeirinho” passou ao
nome de Projeto de Responsabilidade Social Bombeiro Mirim (SANTIAGO, 2008).
Segundo Santiago (2008) o objetivo do projeto é realizar a prevenção a acidentes e
a sinistros através da educação destinados ao público de crianças e adolescentes,
com intuito de inserir uma cultura prevencionista a curto e longo prazo minimizando
os acidentes com a prática de ações preventivas, com isso reduzindo de perdas de
vidas e materiais nos sinistros que possam ser evitados.
De acordo com o site oficial do CBMMG (2010) o projeto funciona na estrutura física
do CBMMG. Tem como objetivo a prevenção contra incêndios, primeiros socorros,
prevenção de afogamentos e dos vários tipos de acidentes, dentre eles os
58
domésticos, os de trabalho e os de trânsito, assim como noções de proteção e
prevenção no campo da defesa civil.
O Projeto Bombeiro Mirim é mais uma das respostas positivas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, pois ao mesmo tempo, estando a criança ou adolescente envolvida numa ocupação sadia, evita-se que esta freqüente as ruas, tomando quase que invariavelmente o caminho da marginalidade (CBMMG, 2010b).
Além dos temas referente a atividade fim de bombeiros, verifica a preocupação de
temas transversais, como: convívio social, meio ambiente, noções de saúde, de
higiene, educação no transito, drogas e seus malefícios, cidadania, civismo e
atividades recreativas.
Com apoio de profissionais como psicólogos, médicos, instituições, na cidade de
Juiz de Fora/MG a PMMG participa do quadro de instruções do projeto e abordam
em suas aulas orientações sobre o malefício do uso de drogas, questões de prevenir
crimes e diminuir os riscos sociais das crianças e adolescentes preocupação com a
crescente violência que assola toda sociedade mineira e a necessidade de se
promover um clima de convivência harmônico na sociedade (SANTIAGO, 2008).
Na área desta pesquisa monográfica, a região norte de Belo Horizonte, abrangida
pelo 3º BBM, o PRSBM mais próximo funciona no 4ºPel BM da 2ª Companhia na
cidade de Vespasiano/MG desde Janeiro de 2006.
Na cidade de Vespasiano atende crianças de 07 a 11 anos, mediante convênio com
as Prefeituras através das Secretarias de Educação, que fornecem material didático,
uniformes e alimentação, para crianças matriculadas nas redes Estadual, Municipal
e Particular de ensino de cada localidade. O curso tem duração de 06 meses, com
aulas teóricas e práticas, com duas horas de duração, duas vezes por semana,
período manhãs e tarde, instrutores do Corpo de Bombeiros e colaboradores
59
ministram aulas de Educação Física, Noções de Primeiros Socorros, Noções de
Prevenção e Combate a Princípio de Incêndio, Prevenção Aquática, Atividades em
altura (FIG. 4), Civismo (FIG. 5), Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto do
Idoso, Viagem Pedagógica a cidades históricas, excursões (FIG. 6), dentre outras
atividades. Ao final do curso os alunos recebem certificado e estão prontos para
serem multiplicadores na área de Prevenção em todos os sentidos.
FIGURA 4: Bombeiro Mirim no Pelotão de Vespasiano/MG (2010) realizando rapel Fonte: Arquivo Pessoal do Aluno CHO Cassimiro (2011), Cmt do 4º Pel/2ª Cia no ano de 2010
FIGURA 5: Bombeiro Mirins de 2010, prestando continência à bandeira nacional Fonte: Arquivo Pessoal do Aluno CHO Cassimiro (2011), Cmt do 4º Pel/2ª Cia no ano de 2010
60
FIGURA 6: Bombeiros Mirins em excursão ao estádio Magalhães Pinto no ano de 2007 Fonte: Arquivo Pessoal do Aluno CHO Cassimiro (2011), Cmt do 4º Pel/2ª Cia no ano de 2010
4.3.2 Projeto de Responsabilidade Social Bombeiros nas Escolas
Segundo site oficial do Corpo de Bombeiro Militar de CBMMG (2010a) o projeto visa
a participação do bombeiro nas escolas, compreendendo a realização de palestras,
distribuição de cartilhas educativas e desenvolvendo demonstrações práticas. Na
maioria das vezes o programa é realizado por meio de solicitações através das
diretoras e não por iniciativa própria da corporação.
Consiste num trabalho de conscientização sobre os procedimentos a serem adotados diante de acidentes domésticos, incêndios, afogamentos, além de educar quanto às formas corretas de circulação em vias públicas, onde soltar pipas, andar de bicicleta e respeitar a natureza. A equipe do Corpo de Bombeiros visita as escolas ministrando palestras, fazendo demonstrações práticas e a distribuição de cartilhas educativas. Num segundo momento, os alunos visitam as instalações do quartel onde recebem orientações e demonstrações práticas sobre as atividades desenvolvidas pelos bombeiros. O público alvo são os alunos do ensino fundamental (CBMMG, 2010a).
Segundo Hoberdan (2007) o projeto visa atender crianças de escolas públicas e
privadas da quarta série do ensino fundamental. No entanto não apresenta diretriz
padronizada por parte do comando do CBMMG de como será realizado e qual
61
conteúdo a ser ministrado. Os recursos a serem empregados são os mesmos
empregados em atividades operacionais, viaturas do próprio CBMMG para deslocar
os militares até as escolas para ministrar as palestras e/ou demonstrações, e outros
como transporte dos alunos até os batalhões será feito através de convênios com
prefeituras e iniciativas privadas.
Como o programa aborda um extrato da sociedade, onde os conceitos preventivos
serão didaticamente adequados através de brincadeiras, cartilhas e apresentação de
teatros, o que permitirá em curto período de tempo, despertar a consciência
preventiva nos alunos, assim formar inúmeros indivíduos conscientes de que
mediadas preventivas são mais eficientes que ações corretivas (HOBERDAN, 2007,
p.45).
Já em longo prazo e atuando de forma perene, o objetivo do projeto torna-se maior
em atingir toda comunidade escolar, tais como: alunos, pais, direção e professores
da escola, e os vizinhos das mediações das escolas nos quais esperam que sejam
contaminados, positivamente, por boas práticas de prevenção de acidentes com
indivíduos formados pelo programa (HOBERDAN, 2007, p.45).
Com isso espera-se alcançar redução do número de ocorrências operacionais,
reduzir os índices de afogamentos, orientar os jovens na prevenção de acidentes,
prevenção de incêndios e no que tange a possíveis atendimentos no campo dos
primeiros socorros, além de aumentar a inclusão social reduzindo os índices de
criminalidade e desenvolver o convívio salutar entre comunidade e o CBMMG
(HOBERDAN, 2007, p.46).
No 2º Batalhão de Bombeiros Militar (BBM) já possuiu o programa Bombeiro nas
escolas de forma mais bem definido e melhor estruturado. Este foi elaborado pelo
Comando do CBMMG por meio do 2º Batalhão em conjunto com a equipe
pedagógica da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Contagem.Com
62
regime de comodato entre uma empresa de ônibus para realizar o transporte dos
alunos até o batalhão dos bombeiros.
Assim o projeto funcionou com sucesso desde 1998 até fevereiro de 2002, quando
foi encerrado o termo de comodato. Durante os quatro anos de projeto foram
atendidas 35.000 crianças de 120 escolas do ensino fundamental de 1ª a 4ª série de
escolas públicas e privadas que os alunos além de, assistir palestras na própria
escola sobre primeiros socorros e noções básicas de combate a principio de
incêndio e dicas de segurança, realizaram visita no 2º BBM sendo 120 alunos por
dia e ainda, foram confeccionadas 25.000 cartilhas pela Secretária Municipal de
Cultura de Contagem e distribuídas aos alunos (HOBERDAN, 2007, p.46).
63
5 GASTOS COM ACIDENTES E SINISTROS
Logicamente, quando pensamos em atribuir atitudes preventivas na sociedade com
um prévio planejamento e ações adequadas de comunicação, o intuito inicial é a
redução dos números de acidentes e mortes, e secundariamente a redução de
gastos públicos para o estado. Sendo assim este capítulo busca demonstrar alguns
gastos que compreendem os acidentes.
Obviamente que o objetivo do Corpo de Bombeiros, em primeiro plano, é a proteção
da vida. Porém, como um órgão público visa, também, reduzir os custos que afetam
o erário.
Neste contexto, para maior ênfase nas atividades preventivas os custos financeiros
para evitar um incêndio são menores que para combatê-los, desse modo Dos
Santos (2009) traduziu o relatório da America Burning que é “[...] mais barato evitar
um incêndio do que combatê-lo”.
A tabela 3 apresenta o custo com internações no período de Janeiro/2008 a
Abril/2011 causados por queimaduras, corrosões, exposição à fumo, ao fogo e às
chamas com as diversas faixas etárias, no município de Belo Horizonte/MG,
segundo site do Ministério da Saúde.
Os valores dos serviços hospitalares demonstrado na tabela 3 referentes as
Autorização de Internação Hospitalar (AIH) emitido pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) foram pagas no período, equivalem a novas internações, mas também, a
pedidos de prorrogação de prazo de internações.
64
TABELA 3 Custo de Internação referente a queimaduras, corrosões, exposição a fumo, fogo e as chamas BH-
MG 2011
Fonte: Brasil, 2011 Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/nimg.def>
A tabela 4 apresenta o custo com os profissionais nos serviços hospitalares no
período de Janeiro/2008 a Abril/2011 causados por queimaduras, corrosões,
exposição ao fumo, ao fogo e às chamas com as diversas faixas etárias, no
município de Belo Horizonte/MG, segundo site do Ministério da Saúde.
TABELA 4 Custo dos serviços hospitalares com queimaduras, corrosões, exposição ao fumo, ao fogo e às
chamas BH-MG Jan/2008-Abr/2011
Fonte: Brasil, 2011 Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/nimg.def>
65
Os dados da tabela 4 demonstram os valores dos serviços profissionais da cidade
de Belo Horizonte/MG com base do valor pago em São Paulo/SP referente às AIH‟s
pagas no período.
Já na tabela 5 demonstra a soma dos custos das internações com os serviços
hospitalares, sendo a soma dos valores pagos aos profissionais e os valores pagos
aos hospitais, na cidade de Belo Horizonte/MG tendo como base os valores pagos
na cidade de São Paulo/SP.
TABELA 5 Custo do valor referente às AIHs pagas no período de Jan/2008-Abr/2011 BH-MG
Fonte: Brasil, 2011 Disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/nimg.def>
Na tabela 5 demonstra que os valores gastos totais em 40 meses é de 9.362.438,21
reais e está associado apenas à cidade de Belo Horizonte e ainda, não estão
relacionados os valores referentes aos serviços pré-hospitalares e nem aos custos
de quando ocorrem óbitos, ou seja, os valores ainda são maiores.
Infelizmente os dados não apresentam causas de como ocorreram os incidentes
relacionados nas tabelas 3, 4 e 5, no entanto, temos uma noção do custo de um
66
pessoa com incêndio. Ainda, neste contexto, se considerarmos que a causa
norteadora das internações forem provocadas, realmente, por incêndios, teríamos
que considerar os danos materiais das edificações, sendo assim, os valores aqui
apresentados com certeza tornariam muito mais elevados.
Em relação a acidentes de trânsito, Mauro Lopes dos Santos, Major da PMESP em
2009 verificou em seu estudo, embasado no artigo publicado no site UOL em 2008,
que o custo dos acidentes durante os cinco primeiros meses de 2008 no Brasil eram
de R$ 22 bilhões (DOS SANTOS, 2009, p. 60).
Segundo Dos Santos (2009, p. 60) foram considerados para os custos dos acidentes
os danos à propriedade (veículos, equipamento urbano, sinalização de trânsito e
propriedade de terceiros), custos médico-hospitalares (atendimento pré-hospitalar,
tratamento médico e reabilitação), perda de produção (perdas econômicas das
pessoas resultantes da interrupção temporária ou permanente de suas atividades
produtivas, devido ao envolvimento em acidentes de trânsito) e outros custos
referentes a atendimento policial e de agentes de trânsito, remoção de veículos,
congestionamento, outros meios de transporte, processos judiciais, previdenciário e
impacto familiar.
Ainda baseado no artigo “Custo de acidentes deve aumentar em 2008” publicado
pela revista eletrônica UOL, estudado pelo Dos Santos (2009), o custo com dados
relativos a 2003 um acidente de trânsito com vítima tinha um custo estimado de R$
35.136,00. E se ocorresse óbito, este custo alcançava R$ 144 mil reais.
Como recomendação de políticas públicas o relatório, em especial para os casos de acidentes com vítimas indica que se deve priorizar a redução dos acidentes com vítimas e estimular e apoiar o desenvolvimento de programas que objetivem a redução da gravidade dos acidentes (DOS SANTOS, 2009, p. 62).
67
Já nos EUA, segundo Dos Santos (2009), baseado no relatório da AAA – American
Automobile Association, os acidentes automobilísticos são duas vezes e meia mais
caros que os engarrafamentos. E esse relatório apontou que os acidentes
representam um custo individual para cada americano acima de US$ 1000 por ano.
E o custo anual é estimado, nos EUA, a cifra de US$ 164,2 bilhões.
Ainda se tratando dos EUA as mortes causadas por incêndios e queimaduras são a
5ª causa mais comum de lesões não intencionais e mortes nos Estados Unidos e a
3ª terceira maior causa de ferimentos fatais domésticos.
Desse modo Karter (2006, citado por DOS SANTOS 2009), apresentou relatório de
perdas causadas por incêndios nos EUA, no ano de 2005, promovido pela Divisão
de Análise e Pesquisa de incêndio da NFPA, aponta algumas considerações sobre
os incêndios residenciais norte americanos:
Na média, alguém morre em decorrência de um incêndio a cada 162 minutos e alguém se fere a cada 32 minutos Quatro, em cada cinco mortes ocorridas por incêndios em 2006, aconteceram em estabelecimentos residenciais. Em 2006, os Corpos de Bombeiros atenderam 412.500 incêndios residenciais, que exigiram o salvamento de 2.620 pessoas (não incluídos aí os bombeiros) e feriram outros 12.925 (sem contar também os bombeiros). As maiorias das vítimas de incêndio morrem em razão da inalação de fumaça e não de queimaduras. Os incêndios causados por cigarros acesos constituem a causa principal dos incêndios residenciais fatais (KARTER, 2006 citado por DOS SANTOS, 2009, p. 64).
E segundo esse relatório, em 2006, os incêndios residenciais causaram prejuízos
patrimoniais U$ 7 bilhões, aproximadamente. Já os prejuízos humanos são:
Pessoas do sexo masculino responderam por U$4,8 bilhões (64%) do total de custos dos incêndios e lesões por queimaduras. Pessoas do sexo feminino responderam por U$2,7 bilhões (36%) do total de custos dos incêndios e lesões por queimaduras.
68
Incêndios fatais e queimaduras custam U$3 bilhões, representando 2% do total de custos dos incêndios e lesões por queimaduras. Hospitalizados em razão de incêndios e queimaduras custam um total de U$1 bilhão, ou 1% do total de custos de todos hospitalizados por lesões. Não hospitalizados em razão de incêndios e queimaduras custam um total de U$3 bilhões, ou 2% do total de custos de todos não hospitalizados por lesões (KARTER, 2006 citado por DOS SANTOS, 2009, p. 65).
Na tabela 6 apresentam-se os dados relativos às perdas causadas pelos incêndios
residenciais nos EUA:
TABELA 6 Perdas causadas por incêndios nos EUA de 1997 a 2006
Fonte: Dos Santos, 2009, p, 66
Em pesquisa realizada com o Corpo de Bombeiros de Nova Iorque (NY), por Dos
Santos (2009), em seu artigo, disse que o Programa de Segurança contra Incêndios
de NY tem um custo operacional de aproximadamente um milhão de dólares, apesar
do valor ser alto, tem visto uma redução de mortes por incêndios, segundo Tenente
Anthony Mancuso - Unidade de Educação de Segurança de Incêndio do Corpo de
Bombeiros de NY – que respondeu o questionário de Mauro Lopes dos Santos.
69
6 METODOLOGIA
6.1 Tipo de pesquisa
Tendo em vista os objetivos propostos neste trabalho, para o qual se buscou
familiarizar-se com o fenômeno e obter uma nova percepção sobre o tema, foi
realizado uma pesquisa descritiva com base teórica específica e afim ao tema para
analisar a importância da participação do Corpo de Bombeiros Militar de Minas
Gerais em escolas da rede estadual de ensino da região norte de Belo Horizonte de
forma efetiva de prevenção a incêndio e pânico.
6.2 Natureza da pesquisa
6.2.1 Quali-quantitativa
Tendo em vista a natureza aplicada da pesquisa adotou-se uma abordagem
quantitativa, houve a aplicação de três questionários com questões abertas e
fechadas: o primeiro para militares do 3º ano do Curso de Formação de Oficiais
(CFO) do CBMMG; o segundo aos alunos das escolas estaduais da região norte de
Belo Horizonte; o terceiro aos supervisores das escolas estaduais que possuem
ensino fundamental da região norte de Belo Horizonte.
Considerando a natureza qualitativa foram inseridos impressões do autor, baseado
nos dados adquiridos na pesquisa, e comparando os programas desenvolvidos em
outros entes federados e em outras nações.
70
6.3 Método de procedimento
Foi utilizado método de abordagem indutivo, pois partiu do ambiente restrito a região
norte de Belo Horizonte e generalizar para toda cidade. Dessa forma foi observado a
prevenção em escolas e o conhecimento dos militares da corporação de projetos
sociais, bem como a buscou-se outros trabalhos com temas afins para que sirvam
para embasar a conclusão desta pesquisa. Neste contexto, foi proposta uma
hipótese e realizou-se a verificação através da experimentação.
O procedimento comparativo foi utilizado, para analisar as informações colhidas dos
diversos procedimentos existentes em consonância com as normas, estudos
científicos e doutrinas pertinentes em vigor, para obter uma visão genérica que
permita concluir um procedimento que vislumbre uma solução ao problema.
Utilizou-se o método estatístico para fornecer dados quantitativos para comprovação
da importância do CBMMG atuando em escolas.
6.4 Técnicas de pesquisa
A pesquisa foi baseada em confrontar os dados, as informações coletadas, assim
como o conhecimento teórico acumulado. Desse modo a pesquisa foi baseada em
análise bibliográfica, documental, bem como a observação direta extensiva através
de questionários estruturados em questões fechadas e abertas.
Foram examinadas as normas do CBMMG com relação à prevenção de combate a
incêndio e pânico, referência teórica com ênfase em teorias sobre Educação
preventiva de autores contemporâneos além de trabalhos acadêmicos específicos e
afins ao tema do estudo e a prevenção através dos projetos sociais.
71
Pesquisa de campo através de observação direta extensiva: para isso foram
aplicados três tipos de questionários: o primeiro a ser aplicados aos militares do
último ano do CFO BM; o segundo foi direcionado aos supervisores das escolas
estaduais da região norte de Belo Horizonte que possuem ensino fundamental; e o
terceiro aos alunos da 8ª série do ensino fundamental das escolas estaduais da
região norte de Belo Horizonte, estes dois tipos de questionários serão objeto de
uma análise quantitativa de dados.
6.4.1 Delimitação do universo
A pesquisa foi realizada no âmbito da região norte de Belo Horizonte, área do 3º
BBM. Esta constou levantamento de dados sobre conhecimentos, aceitabilidade,
interesse e a necessidade de um programa preventivo de incêndio e pânico em
escolas da região. Ainda, foi realizado o levantamento de dados sobre o
conhecimento dos militares da Academia de Bombeiro Militar através de uma
amostra dos cadetes.
Foram aplicados questionários nas escolas estaduais da região norte de Belo
Horizonte, aos supervisores do ensino fundamental, 9º ano. A região é composta por
11 escolas estaduais que possuem o ensino fundamental. Os dados foram
conseguidos através de filtro do Excel das escolas mapeadas pela Prefeitura de
Belo Horizonte. Em cada escola, possui vários supervisores, no entanto a pesquisa
foi direcionada aos 11 supervisores que trabalham com ensino fundamental. Sendo
assim foi feita descrição numérica através da população por parâmetro (BELO
HORIZONTE, 2010).
O gráfico abaixo mostra a quantidade de alunos de cada escola estadual da região
norte de belo horizonte que apresenta o 9º ano de ensino.
72
Distribuição da quantidade de alunos nas escolas da região norte de Belo Horizonte que contem 9º ano do ensino fundamental em 2011
GRÁFICO 3: Número de alunos do 9º ano do ensino fundamental das escolas estaduais da região norte de Belo Horizonte Fonte: Belo Horizonte, 2011
Ainda nas escolas estaduais da região norte, por apresentar de um grande universo
de alunos foram selecionadas 3 escolas estaduais da região norte de Belo Horizonte
do 9º ano do ciclo escolar, da seguinte forma: 1º a escola que apresentou maior
número de alunos sendo a Escola Estadual Carlos Drummond de Andrade com 120
alunos, a 2º escola que apresentou menor número de alunos sendo a Escola
Estadual Professora Maria Coutinho com 62 alunos e a 3ª a escola que apresentou o
número mediano de alunos sendo a Escola Estadual Professora Inês Geralda de
Oliveira sendo 81 alunos.
Para descobrir a confiabilidade da amostra de 263 alunos em relação o universo de
1007 alunos das 11 escolas estaduais foi aplicado a fórmula de Steveson (1981),
que possui a finalidade de estimar o tamanho da amostra a ser utilizada na
pesquisa, conforme se vê a seguir: com um nível de confiança de 96% e margem de
erro de 5,2%, considerando os valores percentuais do fenômeno ocorrerem de 50%
e, por conseguinte 50% de percentual complementar. Assim temos:
0
20
40
60
80
100
120
Total
62 73 74 79 80 81
93
112 116 117 120
Maria Coutinho Donato Werneck Maria Luiza Celmar Botelho
Bolivar Ines Geralda Francisco Malheiros Trancredo Neves
Paschoal Comanducci Margarida de Mello Carlos Drumont
73
Onde:
n – tamanho da amostra
P - proporção em que o fenômeno se realiza, igual a 50% (0,5)
Q – porcentagem complementar, igual a 50% (0,5)
Z – nível de confiança, igual a 95% arbitrado, que, de acordo com a tabela de
Stevenson, corresponde a 1,96.
N – tamanho da população/universo = 1007
e – erro tolerável, igual a 5,2% (0,052)
Verifica-se, portanto, que para um nível de confiança de 95% e uma margem de erro
de 5,2%, o tamanho da amostra estabelecida é constituído de 262,76 alunos, tendo-
se por arredondamento 263 alunos.
Assim, foram aplicados 263 questionários aos alunos do 9º ano do ensino
fundamental das escolas estaduais da região norte de Belo Horizonte baseado
fórmula de Steveson (1981). Sendo assim foi feita descrição numérica através da
amostra por estatística. A amostra selecionada representa 26,12% da amostra com
relação ao universo.
Foram aplicados, também, questionários aos cadetes do último ano da Academia de
Bombeiros Militar de Minas Gerais (ABM). A ABM é composta por 60 cadetes do
último ano em 2011, no entanto, este pesquisador está inserido entre os cadetes do
último ano, portanto, foram aplicados 59 questionários de forma atingir toda esta
população de forma não tendenciosa. A análise foi feita através da população não
tendenciosa por estatística.
n= [Z2. P.Q. N]
[(N-1). e2 + Z
2. P.Q]
74
6.4.2 Forma de aplicação
Os questionários foram aplicados diretamente pelo pesquisador, mediante prévio
agendamento no local de trabalho com os supervisores de ensino e aos cadetes no
período de 11 de abril a 15 de julho de 2011, já aos alunos foram por intermédio dos
professores das escolas sob orientação deste pesquisador nas escolas estaduais da
região norte de Belo Horizonte no período de 09 de maio a 10 de junho de 2011 que
fizeram parte do universo da pesquisa, precedidos de informações sobre os
objetivos do estudo e de preenchimento de forma voluntária.
75
7 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Nesta seção, são analisados primeiramente os resultados obtidos através dos
questionários aplicados aos cadetes do último ano do CFO e, posteriormente, os
resultados obtidos por meio dos questionários aplicados aos alunos do último ano do
ensino fundamental, de três escolas estaduais da região norte de Belo
Horizontes/MG. Em seguida, será analisado os questionários aplicados aos
supervisores de ensino fundamental das escolas estaduais da região norte de Belo
Horizonte/MG.
Juntamente com a apresentação dos resultados encontrados é feita uma análise
descritiva, assim como uma análise crítica dos dados apresentados. Além disso, os
resultados encontrados serão confrontados com as informações obtidas na pesquisa
bibliográfica.
7.1 A Prevenção sob a ótica dos cadetes do último ano do CFO BM
O estudo contou com a participação de cinqüenta e nove cadetes do último ano do
CFO BM, uma vez que, estes serão os futuros comandantes do CBMMG e traduz o
que a corporação projeta para o futuro em relação a prevenção a sinistros.
Foi feito o levantamento de quanto tempo de bombeiros cada cadete possui no
CBMMG. Com relação ao questionamento 29 cadetes tem 2,5 anos, 8 tem 2,8 anos,
3 tem 4 anos, 1 tem 4,5 anos 12 tem 7 anos, 5 tem 9 anos e 1 tem 10 anos de
bombeiro (GRÁF.4) Baseado nos dados obtidos, o tempo médio de efetivo serviço
no CBM dos cadetes do último ano do CFO BM são de 4,24 anos.
76
GRÁFICO 4: Tempo de serviço dos Bombeiros Fonte: Dados da pesquisa
Ainda sim, mostra que 63% dos cadetes do último ano do CFO BM possuem tempo
inferior a 3 anos de efetivo serviço na corporação, e podemos classificá-los com
pouca vivência operacional, porém, reflete bem a visão sobre prevenção de sinistros
que CBMMG busca obter em um futuro oficial, em comparação aos outros cadetes
que, de certa forma, já foram doutrinados sobre o assunto em outras oportunidades.
Ainda buscado qualificar a amostra, foi perguntado quem antes de ingressar no CFO
BM já estava no Corpo de Bombeiros. Com relação ao questionamento 30 cadetes
responderam que já eram militares do CBM antes de entrar no CFO BM e 29 não
eram militares (GRÁF. 5).
GRÁFICO 5: Condição anterior ao ingresso no CFO BM em 2009 MG Fonte: Dados da pesquisa
49%
14%
5%
2%
20%
8% 2%
Tempo de efetivo serviço dos cadetes do último ano do CBMMG, 2011
2,5
2,8
4
4,5
7
9
10
49% 51%
Condição anterior ao ingresso no CFO BM em 2009. MG
Civli Militar
Condição anterior
Anos Trabalhados
77
De acordo com o Gráfico 5, os cadetes do último ano de CFO BM são bastante
heterogêneos. Pode-se encarar de forma positiva, um vez que, o CBMMG incentiva
aos praças para ascenderem na carreira e a entrada de novas pessoas traz novas
idéias a instituição .
Questionados sobre qual a ação prevencionista ou corretiva é a mais importante
para o Corpo de Bombeiros, Gráfico 6.
GRÁFICO 6: Opinião sobre qual ação do CBMMG é mais importante Fonte: Dados da Pesquisa
Com base no Gráfico 6, mais de 90% dos cadetes acreditam que as ações
preventivas são as mais importantes para o CBMMG em relação as ações corretivas
que representam 8% da amostra. Conforme a maioria, Seito et al. (2008, p. 12)
também considera que a ação mais importante é a prevenção.
Questionados se a corporação incentiva a prática da educação preventiva, com a
execução de programas junto à comunidade externa analisando as matérias e
conteúdos inerentes a grade curricular do CFO BM (GRÁF. 7).
8%
92%
Ação que os cadetes BM julgam mais importante. MG/2011
Corretiva
Preventiva
Ações
78
GRÁFICO 7: Cadetes do CFO 3, que acreditam que o CBMMG incentiva a pratica da educação preventiva. MG/2011 Fonte: Dados da pesquisa
De acordo com o Gráfico 7 mostra que 88% dos cadetes do último ano do CFO BM
acreditam que o CBMMG não incentiva a prática da educação preventiva junto à
comunidade externa.
Questionados se a corporação executa atividade de Educação Preventiva em
escolas do estado de Minas Gerais, 34 responderam que não tem conhecimento ou
o CBMMG não executa atividade de prevenção em escolas, o que representa 58%
da amostra. (Gráf. 8)
GRÁFICO 8: Cadetes do CFO 3 BM que têm conhecimento que o CBMMG executa atividade de educação preventiva. MG/2011 Fonte: Dados da pesquisa
88%
12%
Cadetes do CFO 3, que acreditam que o CBMMG incentiva a prática da educação
preventiva. MG/2011
Não incentiva
Incentiva
58%
42%
Cadetes do último ano que têm conhecimento que o CBMMG executa atividade de educação
preventiva. MG/2011
Não executa ou Não na existe programa
Tenho conhecimento
79
Como demonstrado no gráfico 9, o 58% dos cadetes não tem conhecimento que a
corporação realiza programas educativos junto à comunidade externa. O que pode
estar ocorrendo é a falta de divulgação dos programas sociais do CBMMG no âmbito
do público interno. Ainda neste contexto, a divulgação ao público externo se mostrou
ineficaz, de acordo com o questionamento de Oliveira (2010, p.88) aos diretores das
escolas da cidade de Vespasiano/MG se eles conheciam algum programa do
CBMMG que visava a educação preventiva a sinistros em escolas.
Apesar de os programas sociais do CBMMG estarem divulgados no site oficial da
corporação, os projetos, muitas vezes, não estão de fato implantados nas diversas
unidades. O Gráfico 9 apresenta a quantidade de cadetes que acreditam que o
CBMMG não executa atividade preventiva e seu respectivo tempo de serviço.
GRÁFICO 9: Cadetes do CFO 3 BM em 2011 que acreditam que o CBMMG não executa atividade preventiva e seu respectivo tempo de serviço. MG Fonte: Dados da pesquisa
Em analise do Gráfico 9 constata que as divulgações das informações da
corporação demandam um certo tempo de serviço para serem conhecidas pelos
militares. Assim fica evidenciado que a política interna do CBMMG não está sendo
eficiente.
0
5
10
15
20
19
5
2
5
2 1
Qu
anti
dad
e d
e c
ade
tes
Tempo de Serviço
Cadetes do CFO 3 BM em 2011 que acreditam que o CBMMG não executa atividade preventiva e seu
respectivo tempo de serviço. MG
2,5
2,8
4
7
9
10
Tempo de serviço em anos
80
Questionados se após dois anos na Academia de Bombeiros, os cadetes se
consideravam preparados para atuar em projetos sociais junto à comunidade
externa, 46% dos cadetes que já estavam terminando o CFO BM acreditam não
estarem preparados para atuarem como educadores projetos sociais com a
comunidade externa (GRÁF. 10).
GRÁFICO 10: Cadetes do último ano do CFO BM/2011 que acreditam ter preparação para atuar em projetos sociais. MG/2011 Fonte: Dados da pesquisa
Questionados se os cadetes do CFO 3 de 2011 acreditavam se os alunos do ensino
fundamental sejam capazes de após receberem os conhecimentos sobre prevenção
a incêndio e pânico e, atuarem com agentes multiplicadores do conhecimento, 90%
da amostra respondeu que os alunos do ensino fundamental são capazes de
atuarem como agentes multiplicadores (GRÁF. 11).
GRÁFICO 11: Militares do 3º ano do CFO BM/2011 que acreditam que alunos da 8ª série do ensino podem atuar como agentes multiplicadores. MG/2011 Fonte: Dados da pesquisa
46%
54%
Cadetes do último ano do CFO BM/2011 que acreditam ter preparação para atuar em projetos
sociais. MG/2011
Não tenho preparação
Tenho preparação
10%
90%
Militares do 3º ano do CFO BM/2011 que acreditam que alunos da 8ª série do ensino podem atuar como agentes
multiplicadores. MG/2011
Não tem capacidade
Tem capacidade
81
Neste contexto, os projetos sociais do CBM buscam que os conhecimentos
transmitidos aos alunos se perpetuem pela vida destes, e que multipliquem aos
outros indivíduos quem circundam o universo do aluno que passou pelos
conhecimentos preventivos.
Questionados se os cadetes acreditavam que o efetivo, em 2011, do CBMMG é
capaz de atender toda população, com uma educação preventiva. Mais da metade
dos cadetes acreditam que o efetivo atual da corporação não é suficiente para
atuarem de forma presencial em programas e projetos preventivos em escolas a
atingirem toda população de forma direta ou indireta (GRÁF. 12).
GRÁFICO 12: Capacidade do efetivo do CBMMG/2011 realizar educação preventiva em escolas mineiras Fonte: Dados da pesquisa
Outro motivo que afeta o CBMMG em atingir toda população em projetos
preventivos em escolas é por não estar presentes em todos municípios de Minas
Gerais.
Questionados sobre a quantidade de vezes que participaram de projetos sociais
durante o período do serviço pelo CBMMG. Durante o período do CFO BM houve
56%
44%
Capacidade do efetivo do CBMMG/2011 realizar educação preventiva em escolas
mineiras
Insuficiente
Suficiente
82
alguns projetos sociais durante a realização da disciplina de Didática e atividades
extras por parte do Corpo de Cadetes do CFO BM. Assim muitos dos cadetes
participaram pelo menos uma vez de programas sociais (GRÁF. 13).
GRÁFICO 13: Participação dos militares do CFO3 do CBMMG/2011 em projetos sociais até set. 2011 em MG Fonte: Dados da pesquisa
No Gráfico 13, mostra que apenas 29% dos cadetes nunca participaram de
programas sociais pelo CBMMG, no entanto, houve um cadete que declarou que
participou cerca de 360 vezes, pois, trabalhou durante três anos no projeto
“Bombeirinho” na cidade Juiz de Fora/MG no 4º BBM.
Dessa forma, como mais de 70% dos cadetes do último ano que já participaram de
programas sociais pelo CBMMG, mais de 75% destes cadetes, declararam que não
tiveram uma instrução ou orientação para atuar com o público externo ou a melhor
forma didática de abordar um determinado assunto, de acordo com o gráfico
seguinte (GRÁF. 14).
29%
34%
20%
8%
5% 2%
2%
Participação dos militares do CFO3 do CBMMG/2011 em projetos sociais até
set. 2011 em MG
0
1
2
3
5
10
360
Quantidade de Participação de
cada cadete
83
GRÁFICO 14: Cadetes do CFO 3 BM/2011 instruídos para atuar com projetos sociais. MG/2011 Fonte: Dados da pesquisa
7.2 A avaliação sobre conhecimentos das ações preventivas sob a ótica dos alunos
do ensino fundamental
O estudo contou com a participação de 263 (duzentos e sessenta e três) alunos de
três escolas públicas estaduais da região norte de Belo Horizonte/MG. Dessa forma,
a Escola Estadual Carlos Drummond de Andrade representa 46%, a Escola Estadual
Professora Inês Geralda de Oliveira representa 31% e a Escola Estadual Professora
Maria Coutinho representa 23% dos alunos da amostra.
GRÁFICO 15: Percentual de alunos por escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 Fonte: Dados da pesquisa
76%
24%
Cadetes do CFO 3 BM/2011 instruídos para atuar com projetos sociais. MG/2011
Nunca foi orientado
Já foi orientado
46%
31%
23%
Percentual de alunos por escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011
Carlos Drumont
Ines Geralda
Maria Coutinho
84
Perguntados se caso ocorresse um incêndio qual seria o primeiro número de
telefone que o aluno de ensino fundamental ligaria. 90% dos alunos pesquisados
responderam que acionaria o Corpo de Bombeiros, 7% responderam que acionariam
o SAMU, 1% respondeu que ligariam para o disque denuncia e 2% responderam
que não sabiam o número ligar (GRÁF. 16).
A pergunta conseguiu identificar que o número 193 já está bem difundido entre os
alunos do ensino fundamental, pois representou 90% da amostra. Podemos dizer
que uma das metas do Planejamento Estratégico que vigorou de 2006-2010 foi
atingida, pois previa a efetiva divulgação dos serviços do CBMMG que visava
orientar a utilização do tri dígito 193 (CBMMG, 2005).
Neste contexto, houve também uma evolução do trabalho de Terra (2005) que
pesquisou sobre se qual número a população ligaria para acionar o CBM, em que
cerca de 50% dos entrevistados, considerando a margem de 5% de erro, não
sabiam ou acionariam de forma errônea o CBM.
GRÁFICO 16: Número de telefone que alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 liga em caso de emergência Fonte: Dados da pesquisa
1% 7%
90%
2%
Número de telefone que alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-
MG/2011 liga em caso de emergência
181
192
193
Não sei
85
Questionados sobre se algum aluno já havia feito algum trote para o CBM ou se
sabiam de alguém próximo a ela que tinha realizado uma brincadeira ao ligar ao
CBM. Desta forma, obteve que 71% dos alunos nunca realizaram trote ao CBM ou
desconheciam que alguém próximo a eles realizaram tal atitude, porém um valor
significativo de 29% dos alunos já fez essa brincadeira ou souberam de alguém que
fez o trote.
Este número expressivo é alvo do PRSBM do CBMMG sendo as informações sobre
o 193 – a importância de não passar trote – como um dos temas básicos
direcionados a crianças e adolescentes (OLIVEIRA, 2010).
GRÁFICO 17: Percentual de alunos que realizaram ou sabem de alguém próximo que fez trote com o CBMMG. MG/2011 Fonte: Dados da pesquisa
Questionados aos alunos se eles já haviam presenciado algum acidente ao deslocar
para escola, uma vez que, buscou realizar o levantamento sobre o comportamento
dos alunos do ensino fundamental ao se deparar com algum sinistro, e se já haviam
presenciado algum acidente (GRÁF. 18) e se souberam de alguma forma ajudar
(GRÁF. 19).
71%
29%
Percentual de alunos que realizaram ou sabem de alguém próximo que fez trote com o
CBMMG. MG/2011
Não conheço ninguém que tenha feito
Já fiz ou conheço alguém que fez
Conhece caso de trote
86
GRÁFICO 18: Alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que presenciaram algum acidente de trânsito ao deslocar para escola Fonte: Dados da pesquisa
GRÁFICO 19: Percentual dos alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que presenciaram e souberam ajudar o acidente Fonte: Dados da pesquisa
Dessa forma, 41% dos entrevistados responderam que já haviam presenciado
acidentes ao se deslocar para escola, e neste montante apenas 24% souberam
ajudar no acidente de qualquer forma como, por exemplo, acionar algum adulto para
que possa ajudar ou ligar diretamente para o órgão que atenderá aquilo que se
deparou. Com base nos dados obtidos, verifica-se a necessidade de trabalhar ações
simples com jovens das escolas para que ações do BM sejam realizadas de maneira
mais rápida e obtenha um resultado melhor. Neste ínterim, se toda comunidade
aprender noções e dicas de com fazer para evitar um acidente ou qual a primeira
medida a ser tomada quando ocorrer um incidente as conseqüências poderão ser
minimizadas (OLIVEIRA, 2010, p. 97).
59%
41%
Alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que presenciaram algum
acidente de trânsito ao deslocar para escola
Nunca presenciei
Já presenciei
76%
24%
Percentual dos alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que
presenciaram e souberam ajudar o acidente
Não soube ajudar
Consegui ajudar
87
Questionados se os alunos, em suas casas, já tiveram a necessidade de acionar o
Corpo de Bombeiros por algum motivo. Assim 87% responderam que nunca tiveram
a necessidade de acionar o CBM enquanto, 13% já tiveram a necessidade de
acionar a corporação.
GRÁFICO 20: Alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que já acionaram o CBMMG Fonte: Dados da pesquisa
Questionados se os alunos já havia, em alguma oportunidade, assistido a alguma
palestra, instrução ou aula sobre prevenção a incêndio ou acidentes domésticos.
66% dos entrevistados responderam que nunca receberam, se quer, uma orientação
sobre a prevenção a acidentes domésticos, enquanto apenas 34% receberam pelo
menos uma orientação, instrução ou aula sobre prevenção a incêndio ou acidentes
domésticos.
GRÁFICO 21: Alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que já tiveram instrução sobre prevenção a incêndio ou acidente Fonte: Dados da pesquisa
87%
13%
Alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que já acionaram o CBMMG
Nunca precisei acionar
Já acionei
66%
34%
Alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que já tiveram instrução sobre
prevenção a incêndio ou acidente
Nunca tive instrução
Já teve Instrução
88
Com base no Gráfico 21, demonstra a deficiência do ensino sobre a prevenção de
sinistro em atingir toda comunidade. Demonstrado, então que boa parte dos alunos
nunca assistiu a palestra sobre prevenção de acidentes, desta forma foi
questionados o interesse dos alunos em aprender noções e dicas de como agir em
situações de risco (incêndios, acidente no trânsito ou acidentes domésticos). Sendo
assim, mais de 70% dos alunos que responderam os questionários disseram que se
interessa em aprender os assuntos de prevenção a sinistro, enquanto, 21% se
interessam um pouco em aprender e, apenas, 7% não interessam em aprender
(GRÁF. 22).
Ficou demonstrado que a comunidade escolar está disposta a realizar uma parceria
para atuarem como agentes multiplicadores com relação a prevenção a sinistro e
pânico.
GRÁFICO 22: Alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que tem interesse em aprender noções e dicas sobre prevenção a incêndio e acidentes Fonte: Dados da pesquisa
O último levantamento que foi feito aos alunos, teve o intuito de verificar a
abrangência dos projetos sociais do CBMMG, deste modo obteve que: 94% nunca
7%
72%
21%
Alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que tem interesse em aprender noções e dicas sobre prevenção a
incêndio e acidentes
Não
Sim
Um pouco
Tem interesse
89
participaram de projetos sociais pelo CBMMG e apenas 6% já participaram de algum
tipo de programa do CBMMG, como mostra o Gráfico 23.
GRÁFICO 23: Percentual dos alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 participação dos alunos em projetos sociais do CBMMG Fonte: Dados da pesquisa
7.3 A educação preventiva sob a ótica dos supervisores do ensino fundamental das
escolas de região norte de Belo Horizonte
O estudo contou com a participação de onze supervisores de ensino das onze
escolas estaduais da região norte de Belo Horizonte, uma vez que, estes
complementaram o estudo traduzindo uma visão da direção e coordenação das
escolas sob a ótica de educação preventiva, sendo que a amostra representa 100%
da população
Questionados se do ponto de vista pedagógico, o aluno do ensino fundamental seria
capaz de transmitir aos vizinhos e aos familiares a qual convive, aquilo que aprende
nas escolas, 100% dos questionários responderam que sim. O que mostra que os
94%
6%
Percentual dos alunos da 8ª série das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011
participação dos alunos em projetos sociais do CBMMG
Nunca participei
Já participei
90
alunos podem atuar com agentes multiplicadores de conhecimento com relação à
prevenção a sinistros. Desta maneira “[...] a mudança cultural na formação dos
jovens estudantes do ensino fundamental das escolas públicas poderá contribuir
para que ocorram menos acidentes, principalmente residenciais” (OLIVEIRA, 2010,
p. 92).
Questionados se os alunos do ensino fundamental têm algum tipo resistência ou
inibição quanto a presença do bombeiro militar fardado em sala de aula, 82%
responderam que não, enquanto 18% da amostra disseram que sim (GRÁF. 24).
GRÁFICO 24: Percentual de supervisores do ensino fundamental das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que dizem que os alunos não têm resistência com o BM fardado em sala de aula Fonte: Dados da pesquisa
Neste contexto, foi perguntado se a presença do Bombeiro, nas escolas, atuando
com os assuntos de prevenção a incêndio e pânico, e, acidentes domésticos
contribuiriam para formação da cidadania do aluno ou ajudaria reduzir possíveis
incidentes, 100% dos questionários foram respondidos que sim.
Deste modo, como mostra o questionamento feito aos alunos sobre o interesse em
aprender noções e dicas sobre prevenção a incêndio e pânico, os supervisores
82%
18%
Percentual de supervisores do ensino fundamental das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que
dizem que os alunos não têm resistência com o BM fardado em sala de aula
Acredito que não tem resistência
Acredito que tem resistência
91
acreditam que a abordagem do tema por um bombeiro militar não traria prejuízo a
instrução.
Questionados se as escolas estão interessadas em implantar um programa de
acidentes domésticos, prevenção a incêndio e pânico do Corpo de Bombeiro Militar
nas Escolas, 100% dos entrevistados respondeu que sim.
Para enfatizar, foi questionado se o tema transversal de prevenção de combate a
incêndio deva ser discutido com alunos do ensino fundamental, a fim de que eles
sejam conscientizados sobre essa questão, adotando no dia-a-dia procedimento que
evitem incidentes. Da mesma forma, todos responderam que sim.
Já com intuito de identificar os conhecimentos dos alunos sob a ótica dos
supervisores. Foram questionados aos supervisores, se acreditavam que os alunos
do ensino fundamental, ao avistar uma sinalização de emergência sabem
reconhecê-las e seguir as orientações nela contidas ou já tiveram instruções a esse
respeito.
GRÁFICO 25: Opinião dos supervisores do ensino fundamental das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 se os alunos da 8ª série conseguem reconhecer as sinalizações de emergências Fonte: Dados da pesquisa
73%
27%
Opinião dos supervisores do ensino fundamental das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 se
os alunos da 8ª série conseguem reconhecer as sinalizações de emergências
Não sabem reconhecer
Conceguem reconhecer
92
Assim 73% responderam que os alunos não sabem reconhecer as sinalizações de
emergência, enquanto 27% responderam que os alunos já assistiram instruções
sobre o tema ou conseguem reconhecer as sinalizações.
Para reforçar a pergunta anterior, foi questionado se caso ocorresse um sinistro, os
alunos do ensino fundamental conseguiriam efetuar a evacuação de uma edificação,
64% acreditam que não enquanto, 36% responderam que os alunos conseguiriam.
GRÁFICO 26: Opinião dos supervisores do ensino fundamental das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 se os alunos da 8ª série conseguem sair de uma edificação seguindo as sinalizações de emergências Fonte: Dados da pesquisa
Baseado nos dados acima demonstra que a população, caso ocorra um sinistro e
necessite realizar a evacuação de uma edificação, não está preparada para seguir
as sinalizações de emergência.
Questionados aos supervisores se em suas escolas haviam uma abordagem sobre a
cultura prevencionista contra sinistros previstos de acordo com a inserção dos temas
transversais previsto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Com isso 82%
responderam que não e, apenas, 18% disseram que sim.
64%
36%
Opinião dos supervisores do ensino fundamental das escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 se
os alunos da 8ª série conseguem sair de uma edificação seguindo as sinalizações de emergências
Não consegue evacuar
Consegue evacuar a edificação
93
GRÁFICO 27: Funcionamento de algum programa prevencionista baseado nos PCN nas escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que tem o ensino fundamental Fonte: Dados da pesquisa
O que reforça a pesquisa de Oliveira (2010) em que foi direcionado aos diretores
das escolas de Vespasiano/MG e encontrado o resultado em que 90% não tem um
programa de inserção da cultura prevencionista, enquanto 10% responderam que
possuía em suas escolas um programa de temas transversais baseado no PCN
(OLIVEIRA, 2010, p. 89).
GRÁFICO 28: Percentual de escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que possui o ensino fundamental que aborda o tema prevenção a incêndio de alguma forma Fonte: Dados da pesquisa
Em contraponto aos dados obtidos, 45% das escolas da região norte de Belo
Horizonte disse que de alguma maneira o tema de prevenção a incêndios é
abordado em suas escolas.
82%
18%
Funcionamento de algum programa prevencionista baseado nos PCN nas escolas estaduais da região
norte de BH-MG/2011 que tem o ensino fundamental
Não existe
Existe
55%
45%
Percentual de escolas estaduais da região norte de BH-MG/2011 que possui o ensino fundamental que aborda
o tema prevenção a incêndio de alguma forma
Não aborda o tema
Aborda o tema
94
Questionados sobre a aceitabilidade dos alunos quanto ao tema de prevenção
contra incêndio e pânico sendo abordado por professores da escola, todos
responderam que seria bem aceito. Para tanto, foi verificado quanto a preparação
dos professores, deste modo, dez responderam que os professores de suas escolas
não tem preparação para atuar com o tema, o que representa 91% e apenas, um
respondeu que os professores tem preparação, o que representa 9%.
GRÁFICO 29: Preparação do professor da rede estadual de ensino fundamental da região norte de BH-MG/2011 para atuar como agente multiplicador do tema prevenção a incêndio Fonte: Dados da pesquisa
Nos gráficos 28 e 29 fica claro que devem ser implantados programas de inserção
da cultura prevencionista contra incêndios e acidentes nas escolas, pois não existe
capacitação ou treinamento dos docentes relacionado com a segurança contra
incêndio e pânico. Deste modo, Oliveira (2010, p. 91) verificou que os professores
das escolas estaduais não estão capacitados para serem agentes multiplicadores
das informações prevencionistas contra incêndios e acidentes.
Questionados se os professores de suas escolas estariam preparados para ajudar
em um acidente em que ocorra uma fratura, queimadura ou um ferimento grave com
algum aluno, 100% dos entrevistados responderam que os professores não estão
0
2
4
6
8
10
10
1
Pre
para
ção
do
pro
fesso
r
Professor com agente multiplicador
Preparação do professor da rede estadual de ensino fundamental da região norte de BH-MG/2011 para atuar
como agente multiplicador do tema prevenção a incêndio
Não tem preparação
Está preparado
95
preparados. Nesse sentido, Freitas (2011) analisou a possibilidade da formação
continuada, que pode ser definida como um processo contínuo de profissionalização
em que o educador, por meio de cursos, seminários, oficinas entre outras
modalidades, busca refletir sobre a prática pedagógica. Assim nestes cursos a
abordagem do tema pré-hospitalar como meio de prevenção de acidentes nas
escolas, seria essencial para a preparação dos educadores que se portariam de
forma mais segura mediante um acidente ocorrido com os alunos das suas
respectivas instituições de ensino, bem como com os próprios colegas de profissão.
Deste modo a implantação do tema “atendimento pré-hospitalar nas escolas”
poderia proporcionar conhecimentos, que aplicados, podem contribuir para um
ambiente escolar mais seguro para o seu corpo docente e discente.
96
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
“Importa inventar novos valores pedagógicos e propor projetos educativos que coloquem a humanidade como prioridade arquetípica. Podemos ter técnicas metodológicas modernas que transmitem conteúdos ultrapassados, em justos, servitistas. A metodologia tem grande utilidade. Mas a educação define principalmente pelo seu conteúdo humanizante. A grande inversão ainda é o ser humano” (Juvenal Arduini).
O tema desse trabalho monográfico contempla a relação do ensino e a prevenção,
porque supõe transformações substantivas no processo pedagógico, com
bombeiros, alunos e professores em um processo contínuo do ato de aprender e
conscientizar sobre a importância da prevenção a incêndio, levando à
democratização e à socialização do saber acadêmico e estabelecendo uma
dinâmica de intercâmbio e participação das comunidades interna e externa da vida
escolar.
Partindo desse pressuposto, julga-se contribuir para os educadores no norteamento
e incentivo à habilitação no assunto nos diversos níveis da educação, mais
efetivamente aos alunos do ensino fundamental, pois, nesta idade os alunos
alcançam o nível mais alto do desenvolvimento cognitivo.
Para compreensão do tema desta pesquisa, inicialmente procura-se entender o
conceito de prevenção e pânico adotado por dicionário e autores renomados que
escreveram sobre prevenção a incêndio e pânico.
A fundamentação teórica levantada permitiu verificar que a forma mais abrangente
para atingir o maior número de pessoas de forma eficiente é através da educação
preventiva por meio das escolas.
97
A caracterização do objeto de estudo indicou que o Corpo de Bombeiros Militar de
Minas Gerais está presente na maioria das cidades mineiras com mais de 50 mil
habitantes e que, em tese, há um maior risco de eventos adversos. Assim a
possibilidade de atuação do CBMMG na educação preventiva em escolas seria de
forma importantíssima, uma vez que, para tratar de assuntos preventivos
relacionados aos bombeiros, nada mais interessante que o próprio bombeiro militar
ministrar as palestras e/ou cursos sobre o assunto.
O papel do professor e suas estratégias de trabalho (didáticas) são consideradas
uma forte arma para incutir a prevenção, mas para isso o Corpo de Bombeiros deve
realizar a formação continuada estabelecendo a importância de prevenir incêndios
aos docentes que acreditarão fielmente na idéia e transmitirão a seus alunos com
real propósito da redução de vitimas em sinistros de incêndio. Assim, após o
bombeiro militar ministrar as palestras e os cursos, o corpo docente poderia reforçar
o tema através de debates e fazendo a interdisciplinaridade nas matérias de suas
competências.
No entanto, as cidades não atendidas pelas frações do CBMMG, o professor destes
municípios poderia receber instruções e material didático nas unidades mais
próximas do Corpo de Bombeiros, e trabalhar em sua cidade o tema prevenção a
incêndios, pois, na análise dos resultados da pesquisa com os supervisores de
ensino revelou que os professores da rede estadual da região pesquisada não estão
preparados para atuarem como agentes multiplicadores sobre a prevenção a
incêndio e, também, estão despreparados para ajudarem de alguma maneira caso
haja um incidente com algum aluno de suas escolas, portanto necessitam do
ensinamento sobre o tema.
A análise dos resultados da pesquisa com os alunos da 8ª série das escolas da
região norte de Belo Horizonte revelou que os alunos desta localidade estão
bastante interessados em absorver os conhecimentos de primeiros socorros e
prevenção a incêndio. Ainda sim, a maioria dos alunos declaram que nunca
98
participaram de nenhum projeto do CBMMG, o que demonstra que a política social
e, secundariamente, da educação preventiva do Corpo de Bombeiros de Minas
Gerais não está sendo eficaz.
Ainda neste contexto, ficou comprovado, por meio da análise dos dados do
questionário aplicados aos cadetes do último ano, que os projetos sociais do
CBMMG não estão sendo bem difundidos na tropa do Corpo de Bombeiros.
Sendo assim verificou a necessidade de ampla divulgação e, consecutivamente, o
envolvimento de todos bombeiros com os programas sociais que abordam a
prevenção a incêndio, que acima de tudo, é uma forma de realizar a mudança da
cultura na nação, para tornar as atitudes de cada indivíduo no cotidiano de maneira
preventiva, assim o CBMMG cumpre um dos objetivos que propõem a missão
constitucional da corporação.
Com o planejamento, treinamento adequado ao bombeiro educador e o aporte das
escolas, os alunos da rede estadual da região norte de Belo Horizonte, serviriam
como um forte elo, repassando as instruções ensinadas pelo BM para as pessoas
que o cercam, com o intuito de difundir os ensinamentos. Sendo assim criaria uma
cultura prevencionista em longo prazo, trabalhando de forma efetiva com a
prevenção de incêndios e pânico.
A pesquisa bibliográfica mostrou que a melhor fase para introduzir os ensinamentos
preventivos de incêndios é aos alunos de idade entre 10 a 14 anos, ou seja, os
alunos do ensino fundamental que são jovens que conseguem ter um bom
discernimento sobre a real importância da prevenção a incêndio. Não obstante, nada
impede de introduzir esse assunto aos alunos da educação infantil, porém a forma
de abordagem deve ser diferenciada em comparação a maneira que aborda o tema
com os alunos do ensino fundamental, no entanto, necessita de treinamento e um
grande envolvimento do bombeiro educador que atuará nos programas de inserção
99
da cultura prevencionista, e ainda a realização de um planejamento adequado para
o projeto é inevitável para o alcance de resultado satisfatório. Desse modo a
hipótese básica foi comprovada.
Este estudo mostrou que não existe uma padronização nos projetos propostos pelo
CBMMG e, para tanto, necessita efetivar o que a corporação realmente pretende
atingir com os projetos. E de acordo com Hoberdan (2007) a padronização não é
difícil, porém deve ser realizado dentro das possibilidades e peculiaridades de cada
programa dependendo apenas de uma política institucional voltada a este quesito.
Desse modo, seria interessante um estudo científico para estabelecer uma
padronização buscando os objetivos da corporação com os projetos sociais e
avaliando quais as deficiências de conhecimento da sociedade para o CBMMG
trabalhar nos aspectos que a população mais precisa.
O objetivo específico que comparou os programas educacionais dos Estados Unidos
e Austrália com os executados pelo CBMMG identificou que a principal deficiência
dos projetos prevencionistas do Brasil é que não são precedidos de uma
padronização, e ainda a prevenção em escolas é considerada a melhor forma para
atingir resultados satisfatórios para diminuição com o número de acidentes de
incêndios.
A política pedagógica brasileira acredita no propósito em inserir a cultura
prevencionista nas escolas. Uma forma de introduzir esse assunto é definir a
prevenção a incêndio como tema transversal nas disciplinas já ministradas por meio
dos professores, no entanto, foi verificado que não há conhecimento por parte do
corpo docente sobre o tema. Dessa forma poderia inserir o conhecimento de forma
continuada aos educadores, realizando um ciclo de instruções e treinamento nas
unidades do CBMMG e tornando estes como agentes multiplicadores. Conquanto, a
melhor maneira de abordar o tema nas escolas é a formação de educadores
100
bombeiros militar e centralizando ou criando uma seção apropriada para tal, pois é
quem melhor tem conhecimento sobre a matéria.
Nessa esteira de raciocínio, a participação popular e consciente é a dimensão
fundamental para se exercer a prevenção na articulação administrativa e pedagógica
dos diversos setores da escola (apoio docente, discente, pedagógico) e o Corpo de
Bombeiros.
O que propõe esse trabalho é a construção do conhecimento associando a
informação e alertas de campanhas preventivas de incêndios com programas de
debates e palestras, para conseguir a conscientização e a mudança cultural nas
atitudes negligentes dos mais jovens até aos mais idosos, para evitar a ocorrência
de incêndios ou reduzir os danos nos casos que a prevenção não pode evitar.
Os programas preventivos do CBMMG devem ser mais bem trabalhados alinhando a
objetivos sólidos e que devem pretender além de, abordar a prevenção a incêndio,
pânico e noções de primeiro socorros contribuírem também, com o desenvolvimento
da auto-estima, o cultivo da felicidade, o controle das tensões, a democracia e a
consolidação da cidadania na sociedade.
Por fim, após esses espaços serem conquistados a partir de uma prática pedagógica
e democrática, a comunidade escolar passará a compreender que o processo
educativo ocorre na confluência das forças existentes na sociedade, onde as
relações de poder serão expressões das bases humanitárias e solidárias da
convivência humana. Dessa forma, uma administração escolar voltada para a
cidadania será o elemento condensador para a construção de uma consciência
voltada à prevenção a incêndio e pânico.
101
REFERÊNCIAS
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102
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109
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS ALUNOS
Prezado aluno,
Este questionário faz parte da atividade prática do Curso de Formação de
Oficiais Bombeiros, para avaliação da proposta de implantação de um programa de
inserção da cultura prevencionista contra incêndios e acidentes, como tema
transversal, para a rede pública estadual de ensino do município de Belo Horizonte.
Sua participação é fundamental para que se possa avaliar com maior precisão a
proposta objeto dessa pesquisa, com a proposição de inclusão do tema transversal:
“Prevenção contra incêndios e acidentes” no currículo escolar de ensino
fundamental
1– Que série do ensino você está cursando?________________________________
2 – Caso ocorra um incêndio, qual número de telefone você pensaria em ligar?
( ) 181 ( ) 193 ( )192 ( ) não sei qual número ligar
3 - Você conhece alguém próximo a você que ligou para o telefone do Corpo de
Bombeiros para realizar alguma brincadeira (trote)?
( ) Sim ( ) Não
4 – Você já presenciou algum acidente ao deslocar para escola?
( ) Sim ( )Não
5 – Se já presenciou algum acidente ao deslocar para escola, você soube de alguma
forma ajudar a vitima?
( ) Sim ( )Não ( )Nunca presenciei acidente
6 – Em sua casa, você já teve a necessidade de acionar o Corpo de Bombeiros por
algum motivo?
( )Sim ( )Não
7 – Você já teve alguma palestra, instrução ou aula sobre prevenção a incêndio ou
acidentes domésticos?
110
( )Sim ( )Não
8 – Você interessa a aprender noções e dicas de como agir em situações de risco
(incêndios, acidente no trânsito ou acidentes domésticos)?
( )Sim ( )Não ( )Um pouco
9 – Você já participou de algum projeto do Corpo de Bombeiros Militar?
( )Sim ( )Não
111
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DESTINADOS AOS SUPERVISORES DE
ENSINO
Prezado Supervisor de ensino,
Este questionário faz parte da atividade prática do Curso de Formação de
Oficiais Bombeiros, para avaliação da proposta de implantação de um programa de
inserção da cultura prevencionista contra incêndios e acidentes, como tema
transversal, para a rede pública estadual de ensino do município de Belo Horizonte.
Sua participação é fundamental para que se possa avaliar com maior precisão a
proposta objeto dessa pesquisa.
1 – A qual escola a(o) Sr(a) pertence?____________________________________
2 – Na opinião de V.Sª., do ponto de vista pedagógico, o aluno do ensino
fundamental é capaz de transmitir aos vizinhos e aos familiares a qual convive,
aquilo que aprendeu na escola?
( ) sim ( )não
3 – Na opinião de V.S.ª existe alguma resistência inicial dos alunos quanto à
possível presença do bombeiro militar fardado na sala de aula?
( )sim ( )não
4 – O (a) Sr (a). considera que a presença do Bombeiro nas escolas atuando com
assuntos de prevenção a incêndio e pânico contribuiria para formação da cidadania
do aluno?
( )sim ( )não
5 – O (a) Sr (a) acredita que a atuação do bombeiro nas escolas poderia reduzir
possíveis acidentes domésticos?
( )sim ( )não
112
6 – O Sr.(a) é a favor da implantação de um programa de prevenção a incêndio e
acidentes domésticos do Corpo de Bombeiro Militar nas Escolas?
( )sim ( )não
7 – O Sr.(a) acredita que a questão prevenção de combate a incêndio deva ser
discutida com alunos do ensino fundamental, a fim de que eles sejam
conscientizados sobre essa questão, adotando no dia-a-dia procedimento que
evitem incidentes?
( )sim ( )não
8 – O (a) Sr.(a) acredita que os alunos do ensino fundamental, sabem reconhecer as
sinalizações de emergência ou já tiveram instruções sobre essas sinalizações de
emergência?
( )sim ( )não
9 – O Sr.(a) acredita que se houvesse um incêndio, os alunos do ensino
fundamental, conseguiria efetuar a evacuação de uma edificação seguindo as
sinalizações de emergência?
( )sim ( )não
10 - Na escola de V.S.ª existe em funcionamento algum programa de inserção de
uma cultura prevencionista contra sinistros previstos nos Parâmetros Curriculares
Nacionais, descritos pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC que contemple
uma formação básica de prevenção contra incêndios e acidentes para alunos do
ensino fundamental?
( ) Sim ( ) Não
11 – Na escola do(a) Sr(a) o tema prevenção contra incêndios e pânico em sua
escola é abordado de alguma maneira?
( )sim ( )Não
12 – O Sr(a) acredita que o tema prevenção contra incêndios e acidentes
domésticos fosse abordado pelos professores durante as aulas, seria bem
recepcionado pelos alunos do ensino fundamental?
( )sim ( ) Não
113
13 – Na opinião do(a) Sr(a) os professores da sua escola têm alguma preparação
para abordarem temas como prevenção contra incêndio, acidentes domésticos ou
primeiros socorros?
( )Sim ( )Não
14 – Na opinião de V.S.ª os professores da sua escola estão preparados para
ajudar em um acidente em que ocorra uma fratura, queimadura ou um ferimento
grave com algum aluno?
( )sim ( )não
114
APÊNDICE C - QUESTIONÁRIO DESTINADO AOS CADETES DO ÚLTIMO ANO
DO CFO/2009
Prezado Cadete,
Este questionário faz parte da atividade prática do Curso de Formação de
Oficiais Bombeiros, para avaliação da proposta de implantação de um programa de
inserção da cultura prevencionista contra incêndios e acidentes, como tema
transversal, para a rede pública estadual de ensino do município de Belo Horizonte.
Sua participação é fundamental para que se possa avaliar com maior precisão
a proposta objeto dessa pesquisa.
1 – Quanto tempo você está no Corpo de Bombeiros?_______________________
2 – Você já era BM antes de entrar no CFO?
( )Sim ( )Não
3 – Dentre as alternativas abaixo, qual ação dos Bombeiros, você acredita ser a
mais importante?
( )Ações Preventivas ( )Ações Corretivas
4 – De acordo com a grade curricular do seu curso (CFO), você considera que a
instituição incentiva a pratica de atividade educativa de prevenção, para comunidade
externa?
( )sim ( )não
5 – A corporação executa atividade de Educação Preventiva em escolas do estado
de Minas Gerais?
( )sim ( )não
6 – Você se considera preparado para atuar junto à comunidade externa evolvendo-
se em projetos sociais?
115
( )Sim ( )Não
7 – Em sua opinião, os alunos do ensino fundamental têm a capacidade de absorver
os conhecimentos sobre prevenção e combate a incêndio e pânico e atuarem como
multiplicadores do conhecimento?
( )Sim ( )Não
8 – Você acredita que o efetivo do CBMMG é capaz de atender toda população, com
uma educação preventiva como “Bombeiro nas Escolas”?
( ) Sim ( ) Não
9 – Você já participou quantas vezes de projetos sociais pelo Corpo de
Bombeiros?____________
10 – Se já participou de algum programa social pelo CBMMG, responda: Você teve
alguma orientação por parte da corporação para atuar em projetos sociais?
( )Sim ( )Não