a importancia dos jog os no desenvolvimento do raciocinio...
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UNIVERSIDADE TU1UTI DO PARANA
A IMPORTANCIA DOS JOG OS NO DESENVOLVIMENTO DO RACIOciNIO
LOGICO
Monografia apresentadapara obtenyao do Titulode Especialista emPsicopedagogia no cursode P6s-Gradua9ao daUniversidade Tuiuti doParanaOrientadora Maria LetiziaMarchese Mecking
CURITIBA
2002
SUMARIO
RESUMO
1 INTRODUCAO
2 FUNDAMENTACAo TEORICA
21 A CUL TURA DA CRIANCA E 0 usa UJDICO NA PEDAGOGIA
1
2
2
22 APRENDIZAGEM SEGUNDO VYGOTSKY 4
23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET
231 Sensoria-motor
232 Pre-operat6rio
233 Operat6rio-concreto
2340perat6rio-formal
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
~ ~~~8
~~ ~~~~8
~ 9
~~ ~~~~~~~~~~~~~9
~10
VYGOTSKY~ ~~ ~~~~~~~~~~11
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO ~~~~~ 17
4 CONCLusAo ~ ~~~ ~~~~~~~~~ ~~ ~~~~~~~~~ 21
5REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS~ ~~ ~~~~~~~~~~~22
RESUMO
Esta pesquisa objetivou enfatizar a importancia dos Jogosbrinquedos e brincadeiras na forma9ao do sujeito vista que estes fazem partedo mundo da crian=8 pois 0 brincar esta presente na humanidade desde 0 seuinicio
A linguagem cultural propria da crianca e 0 ludico A ludicidade eurna necessidade interior tanto da crianca como do adulta e inerente aodesenvolvimento
o brincar e 0 meio de expressao e crescimento do ser humano Acrianya sempre brinca mas esse ata pendente do contexto em que estainserida da epoca classe social e Qutros fatares Tambem nestes jogosaparece toda a experiemcia acumulada da crianQa Eta vai construindo seuconhecimento do mundo de modo ludico transformando 0 real com as recursosda fantasia e da lmaginayao
~ neste contexto que 0 jogo aparece pois a sua funyao nao se limitaapenas em proporcionar recreay8o mas sim como estimulador da construyaodo conhecimento
1 INTRODUCAo
A crian~ vive num mundo repleto de estimulos provocados pelo seu
proprio ambiente Ao ser inserida no contexto escolar depara-se com situac6es
que muitas vezes desvinculadas de sua reaHdade tarnanda-se assim
desmotivada para sua aprendizagem
o professor agente mediador deve recorrer a varios instrumentos
pedag6gicos para gerar situa90es estimuladoras e efieazes propondo ao aluno
situa90es de interayao e constrU930 do conhecimento
E neste contexto que 0 jogo ganha espayo como a ferramenta ideal
da aprendizagem na medida em que se propoe estimul0 ao interesse da
aluno pois esta intirnamente ligado a sua necessidade posta par seu
crescimentoJogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca
pois 0 brincar esta presente na humanidade desde 0 seu inicio 0 brincar e
uma atividade natural espontanea e necessaria para a crianya construindo-se
por isso em estrategia importantissima na sua formayao A fun9ao dos jog os
nao se limita ao mundo das emoc6es e da sensibilidade ela aparece ativa
tambem no dominio da inteligencia e coopera em linhas decisivas para a
evoluyao do pensamento
Portanto este trabalho tern 0 objetivo de demonstrar a importancia
dos jogos nao somente para 0 desenvolvimento cognitiv~ e intelectual mas
tambem emocional
2 FUNDAMENTACiio TEORICA
21 A CUL TURA DA CRIANCA E 0 usa LUDICO NA PEDAGOGIA
o mundo existe para a crian98 na medlda que Ihe e passivel jogar
com ele extraindo possibilidades de prazer e de harmonia 0 jogo seria a
forma de intera~ao da crianca e sem ele naD haveria condicoes suficientes para
que esta interaC80 ocerra
Esta premissa e hoje assumida pel a maiaria dos educadores porem
estabelecendo apenas 0 usa pedagogico do jogo e da brincadeira Atualmente
e moda educacional 0 aprender brincando as escalas estaa repletas de jog as
e de brinquedos cuja finalidade seria adquirir habilidades e ajudar na
construC80 de conceitos sempre com a preocupaC03o de trabalhar este au
aquele conceito au em que 0 jogo ira desafiar a crianca enquanto ser
cognoscente Isto nao deixa de ser considerado um avanlto vista que antes a
sala de aula era quase total mente desprovida de ludicidade 0 problema econsiderar-se apenas urn lado da moeda Deve-se considerar a outro lad 0 que
fica tantas vezes obscuro que e a percurso em direcao ao verdadeiro encontro
de dais mundos - adulto e crian9a
o centro da pratica pedagogica ainda e a cultura do adulto apesar
do avanyo Sempre se tenta trazer a crianya para a conhecimento
culturalmente acumulado pelos homens quase nunca se debru9a sobre 0
conhecimento dela sabre 0 manancial de conhecimento que cada crian9a vai
tecendo aqui e ali e que tambem se institui como cultura Muitos educadores
buscarn informar-se acerca de diversos conteudos no intuito de transmiti-Ios da
maneira rna is interessante didatica ludica e prazerosa posslvel mas poucos
se interessam em escutar as crianyas conhecer seus segredos e suas
invenyoes
o encaminhamento basico seria educar em duas vias inter-
relacionadas assumir 8 educ89ao como urn encontro de dais rnundos em que
nem urn nem outro deve prevalecer Para a crianya e fundamental adquirir a
cultura do adulto para 0 adulto e fundamental naD deixar apagar-se a crian9a
possivel dentro de si
o mundo atual nao e propicio a ludicidade a infancia Os mais
jovens estao sen do precocemente trazidos ao universo adulto Circulam pela
midia diversas pesquisas mostrando que as criancas sao cada vez menos
crianyas ou porque muito cedo precisarn trabalhar para sobreviver au parque
estao misturadas aos adultos dentro de apartamentos (a quintal reino da
infancia quase nao existe mais ) alem disso muitas vezes as adultos nao
tern 0 cuidado de afasta-Ias de seus dramas oeorrendo com isso um
desencanto preeoce uma adolesceneia antes da hara antes das estruturas
cognitivas estarem preparadas 0 resultado disso sao criancas agressivas
revoltadas e aeirna de tudo angustiadas
Quanto aos adultos 0 quadro e sernelhante Poucos enfrentam a
vida de maneira leve brincalhona A maioria esta envolvida nurn mar de stress
e de busca incans8vel de informayao como se f6ssemos feitos de noHeia e
conhecimento
MAZZONI (1999) argumenta que nesse mundo competitivo as
crianyas precisam ser informadas desde muito ceda em diversos aspectos nao
sobra tempo para ficar brincando Ern termos e verdade porem com algum
auxilio de processamento de informacaa elas aprendem como selecionar as
informac6es e interpreta-Ias efieazmente Brinear e prioritario para elas e nao
informar-se pOis nurn mundo competitive como 0 nosse as pessoas preeisam
de fermayae muito mais que informayao inclusive para lidar de maneira
saudavel com esta competitividade para nao se tornar 0 tipo frequente de
adulto descrito acima E exercendo a ludicidade que a crianya se forma como
urn ser humano plena
MAZZONI (1999) cita como adetar a cultura da crianya come
perspectiva mestra de ayao
- aceitando a ideia de que a escola nao e a lugar par exceleuromcia da
aprendizagem muitas aprendizagens significativas se dao fora da escola e
muitas crianyas aprendem apesar da escoJa a cultura da crianca se aprende
nas ruas nos palcos nos livros nas bibliotecas nos museus on de se ensina a
arte de fazer sonhar
- adotando uma postura de observacao constante nao s6 da crianca mas de
tudo e de todos observando de maneira ativa participante interessada e que
construimos nossas mais fortes abstrayoes possibilitando a compreensao
mutua isto e a interaCao
~ imbuindo~se amplamente de ludicidade e de todo lirismo e harmonia que dal
advem (decorrente da observacao que se faz sobre a crianya) isso naa
representa espontaneismo ou permissividade ao contraria a esfarco a tentar
e 0 desafia sao candiyoes fundamentals de urn jogo juntamente com a estado
de prazer que a caracteriza prazer esse mediada par caisas significativas e
verdadeiras Exercer 0 espirita Judico e brincar jagar com a vida e com a
crianya criar vinculos e relayoes entre as diversos acontecimentos tecer teias
amarrar e desamarrar as fatos utilizar~se de adivinhas charadas e situacoes
pitorescas
~pensanda na estetica a partir da etica as crianyas levantam questoes sabre a
vida sobre 0 mundo sobre as pessoas Sao questoes irnportantes serias e
abrangentes deve-se assurnir esses questionarnentas e desejar ajuda~las na
constrUyaO de valores Muitas vezes so percebemos as situayoes
esteticamente como por exemplo as diferencas perceber eticamente significa
outra concepcao onde diferenca nao e 0 mesmo que desigualdade
- tendo nocao de historicidade lembrando que cada criama ou cada grupo de
criancas tem a sua propria historia com um fazer e urn saber diferente
portanto ao se realizar 0 planejamento faze-Ia convergir com sua leltura da (s)
crianca (s) em questao para desencadear sua pratica educativa
Sem duvida as atividades ludicas apresentam uma inesgotavel fante
de situac6es de aprendizagem tanto no desenvolvirnento fisico cognitiv~
intelectual e sobretudo no emacianal
2 ~APPENDIAGEM SEGUNDO VYGOTSIY
VYGOTSKY (1988) canstruiu sua teoria considerando 0
desenvolvimento do individuo como resultada de urn processo socia-historica
enfatizanda a papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvirnenta
sendo essa teo ria considerada historico-sacial Sua questaa central e a
aquisiCao de canhecimentas pela interaltao do sujeito com 0 meia
As concepoes de VYGOTSKY (1988) sabre a processa de
farmaCao de canceitas remetem as relac6es entre pensamento e linguagem a
questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao
processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de
conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida
cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores
como internalizacao mediada pela cultura
As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do
cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas
peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento
humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes
psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo
da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as
funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes
conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de
aprendizagem
Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0
desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao
enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos
mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas
simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento
como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao
esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no
construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social
pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do
mundo cultural que rodeia 0 individuo
Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos
grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela
que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre
o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais
superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto
sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas
A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de
representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite
construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual
seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de
informayoes conceitos e significayoes
o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento
do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade
externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal
VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos
processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0
pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e
emocao
A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0
desenvolvimento
Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados
par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que
a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a
capacidade de aprender com outra pessoa
A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo
abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a
crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn
adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as
pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)
nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os
processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um
conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer
sempre um grau de experiencia anterior para a crianca
o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de
internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo
que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a
atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao
inclusive sua transformacao por uma atividade mental
Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque
forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais
E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando
conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de
conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo
desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel
explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas
quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com
sua interferencia na zona proximal
Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das
interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros
rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna
intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos
pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa
intervenyaa a construrao de canceitas
o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele
que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores
linguagem e 0 proprio conhecimento
A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos
no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos
adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A
aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na
interayao com outras pessoas
23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET
Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente
do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo
cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para
Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de
uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma
sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem
de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos
Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya
descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de
transicao Essas 4 fases sao
Sensoria-motor (0 - 2 anos)
bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)
Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)
bull Operatorio-formal (8 -14 anos)
231 Sensorio-motor
Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe
comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio
Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo
causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela
avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO
1994)
Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa
pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a
sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com
eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e
imediato sem representayao ou pensamento
Exemplos
o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive
o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn
abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca
232 Pre-operatorio
E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn
abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta
substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e
tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica
Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor
nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis
verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem
permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e
mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas
A crianya deste eS1(3gio
E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar
abstratarnente no lugar do outro
bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos
por ques)
Ja pode agir por simula9ao como se
Possui percep9ao global sem discriminar detalhes
Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos
Exemplos
Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma
delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue
igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes
2330perat6rioconcreto
Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve
nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar
diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar
mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair
Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da
reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no
sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada
Exemplos
Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a
crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna
vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO
234 Operatorio-formal
Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas
cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A
representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando
mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes
Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar
solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade
Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam
seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0
raciocinio logico a todas as classes de problemas
Exemplos
Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha
enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a
irnagern de urna galinha cornendo graos
Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar
no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao
pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo
ludicidade
Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano
dos diferentes povos
A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he
uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo
utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em
alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um
fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras
pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve
dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba
usando os termos como sinonimos
Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de
auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao
In
com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a
socializadora a psicol6gica e a pedag6gica
Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as
crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0
brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede
de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol
um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias
infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos
constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos
respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de
brincar
A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel
pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista
do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais
distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar
nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a
aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma
percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida
Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve
e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em
palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus
problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda
perde a jago 0 mundo nao se acaba
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
VYGOTSKY
Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram
realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos
dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade
ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a
atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
SUMARIO
RESUMO
1 INTRODUCAO
2 FUNDAMENTACAo TEORICA
21 A CUL TURA DA CRIANCA E 0 usa UJDICO NA PEDAGOGIA
1
2
2
22 APRENDIZAGEM SEGUNDO VYGOTSKY 4
23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET
231 Sensoria-motor
232 Pre-operat6rio
233 Operat6rio-concreto
2340perat6rio-formal
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
~ ~~~8
~~ ~~~~8
~ 9
~~ ~~~~~~~~~~~~~9
~10
VYGOTSKY~ ~~ ~~~~~~~~~~11
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO ~~~~~ 17
4 CONCLusAo ~ ~~~ ~~~~~~~~~ ~~ ~~~~~~~~~ 21
5REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS~ ~~ ~~~~~~~~~~~22
RESUMO
Esta pesquisa objetivou enfatizar a importancia dos Jogosbrinquedos e brincadeiras na forma9ao do sujeito vista que estes fazem partedo mundo da crian=8 pois 0 brincar esta presente na humanidade desde 0 seuinicio
A linguagem cultural propria da crianca e 0 ludico A ludicidade eurna necessidade interior tanto da crianca como do adulta e inerente aodesenvolvimento
o brincar e 0 meio de expressao e crescimento do ser humano Acrianya sempre brinca mas esse ata pendente do contexto em que estainserida da epoca classe social e Qutros fatares Tambem nestes jogosaparece toda a experiemcia acumulada da crianQa Eta vai construindo seuconhecimento do mundo de modo ludico transformando 0 real com as recursosda fantasia e da lmaginayao
~ neste contexto que 0 jogo aparece pois a sua funyao nao se limitaapenas em proporcionar recreay8o mas sim como estimulador da construyaodo conhecimento
1 INTRODUCAo
A crian~ vive num mundo repleto de estimulos provocados pelo seu
proprio ambiente Ao ser inserida no contexto escolar depara-se com situac6es
que muitas vezes desvinculadas de sua reaHdade tarnanda-se assim
desmotivada para sua aprendizagem
o professor agente mediador deve recorrer a varios instrumentos
pedag6gicos para gerar situa90es estimuladoras e efieazes propondo ao aluno
situa90es de interayao e constrU930 do conhecimento
E neste contexto que 0 jogo ganha espayo como a ferramenta ideal
da aprendizagem na medida em que se propoe estimul0 ao interesse da
aluno pois esta intirnamente ligado a sua necessidade posta par seu
crescimentoJogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca
pois 0 brincar esta presente na humanidade desde 0 seu inicio 0 brincar e
uma atividade natural espontanea e necessaria para a crianya construindo-se
por isso em estrategia importantissima na sua formayao A fun9ao dos jog os
nao se limita ao mundo das emoc6es e da sensibilidade ela aparece ativa
tambem no dominio da inteligencia e coopera em linhas decisivas para a
evoluyao do pensamento
Portanto este trabalho tern 0 objetivo de demonstrar a importancia
dos jogos nao somente para 0 desenvolvimento cognitiv~ e intelectual mas
tambem emocional
2 FUNDAMENTACiio TEORICA
21 A CUL TURA DA CRIANCA E 0 usa LUDICO NA PEDAGOGIA
o mundo existe para a crian98 na medlda que Ihe e passivel jogar
com ele extraindo possibilidades de prazer e de harmonia 0 jogo seria a
forma de intera~ao da crianca e sem ele naD haveria condicoes suficientes para
que esta interaC80 ocerra
Esta premissa e hoje assumida pel a maiaria dos educadores porem
estabelecendo apenas 0 usa pedagogico do jogo e da brincadeira Atualmente
e moda educacional 0 aprender brincando as escalas estaa repletas de jog as
e de brinquedos cuja finalidade seria adquirir habilidades e ajudar na
construC80 de conceitos sempre com a preocupaC03o de trabalhar este au
aquele conceito au em que 0 jogo ira desafiar a crianca enquanto ser
cognoscente Isto nao deixa de ser considerado um avanlto vista que antes a
sala de aula era quase total mente desprovida de ludicidade 0 problema econsiderar-se apenas urn lado da moeda Deve-se considerar a outro lad 0 que
fica tantas vezes obscuro que e a percurso em direcao ao verdadeiro encontro
de dais mundos - adulto e crian9a
o centro da pratica pedagogica ainda e a cultura do adulto apesar
do avanyo Sempre se tenta trazer a crianya para a conhecimento
culturalmente acumulado pelos homens quase nunca se debru9a sobre 0
conhecimento dela sabre 0 manancial de conhecimento que cada crian9a vai
tecendo aqui e ali e que tambem se institui como cultura Muitos educadores
buscarn informar-se acerca de diversos conteudos no intuito de transmiti-Ios da
maneira rna is interessante didatica ludica e prazerosa posslvel mas poucos
se interessam em escutar as crianyas conhecer seus segredos e suas
invenyoes
o encaminhamento basico seria educar em duas vias inter-
relacionadas assumir 8 educ89ao como urn encontro de dais rnundos em que
nem urn nem outro deve prevalecer Para a crianya e fundamental adquirir a
cultura do adulto para 0 adulto e fundamental naD deixar apagar-se a crian9a
possivel dentro de si
o mundo atual nao e propicio a ludicidade a infancia Os mais
jovens estao sen do precocemente trazidos ao universo adulto Circulam pela
midia diversas pesquisas mostrando que as criancas sao cada vez menos
crianyas ou porque muito cedo precisarn trabalhar para sobreviver au parque
estao misturadas aos adultos dentro de apartamentos (a quintal reino da
infancia quase nao existe mais ) alem disso muitas vezes as adultos nao
tern 0 cuidado de afasta-Ias de seus dramas oeorrendo com isso um
desencanto preeoce uma adolesceneia antes da hara antes das estruturas
cognitivas estarem preparadas 0 resultado disso sao criancas agressivas
revoltadas e aeirna de tudo angustiadas
Quanto aos adultos 0 quadro e sernelhante Poucos enfrentam a
vida de maneira leve brincalhona A maioria esta envolvida nurn mar de stress
e de busca incans8vel de informayao como se f6ssemos feitos de noHeia e
conhecimento
MAZZONI (1999) argumenta que nesse mundo competitivo as
crianyas precisam ser informadas desde muito ceda em diversos aspectos nao
sobra tempo para ficar brincando Ern termos e verdade porem com algum
auxilio de processamento de informacaa elas aprendem como selecionar as
informac6es e interpreta-Ias efieazmente Brinear e prioritario para elas e nao
informar-se pOis nurn mundo competitive como 0 nosse as pessoas preeisam
de fermayae muito mais que informayao inclusive para lidar de maneira
saudavel com esta competitividade para nao se tornar 0 tipo frequente de
adulto descrito acima E exercendo a ludicidade que a crianya se forma como
urn ser humano plena
MAZZONI (1999) cita como adetar a cultura da crianya come
perspectiva mestra de ayao
- aceitando a ideia de que a escola nao e a lugar par exceleuromcia da
aprendizagem muitas aprendizagens significativas se dao fora da escola e
muitas crianyas aprendem apesar da escoJa a cultura da crianca se aprende
nas ruas nos palcos nos livros nas bibliotecas nos museus on de se ensina a
arte de fazer sonhar
- adotando uma postura de observacao constante nao s6 da crianca mas de
tudo e de todos observando de maneira ativa participante interessada e que
construimos nossas mais fortes abstrayoes possibilitando a compreensao
mutua isto e a interaCao
~ imbuindo~se amplamente de ludicidade e de todo lirismo e harmonia que dal
advem (decorrente da observacao que se faz sobre a crianya) isso naa
representa espontaneismo ou permissividade ao contraria a esfarco a tentar
e 0 desafia sao candiyoes fundamentals de urn jogo juntamente com a estado
de prazer que a caracteriza prazer esse mediada par caisas significativas e
verdadeiras Exercer 0 espirita Judico e brincar jagar com a vida e com a
crianya criar vinculos e relayoes entre as diversos acontecimentos tecer teias
amarrar e desamarrar as fatos utilizar~se de adivinhas charadas e situacoes
pitorescas
~pensanda na estetica a partir da etica as crianyas levantam questoes sabre a
vida sobre 0 mundo sobre as pessoas Sao questoes irnportantes serias e
abrangentes deve-se assurnir esses questionarnentas e desejar ajuda~las na
constrUyaO de valores Muitas vezes so percebemos as situayoes
esteticamente como por exemplo as diferencas perceber eticamente significa
outra concepcao onde diferenca nao e 0 mesmo que desigualdade
- tendo nocao de historicidade lembrando que cada criama ou cada grupo de
criancas tem a sua propria historia com um fazer e urn saber diferente
portanto ao se realizar 0 planejamento faze-Ia convergir com sua leltura da (s)
crianca (s) em questao para desencadear sua pratica educativa
Sem duvida as atividades ludicas apresentam uma inesgotavel fante
de situac6es de aprendizagem tanto no desenvolvirnento fisico cognitiv~
intelectual e sobretudo no emacianal
2 ~APPENDIAGEM SEGUNDO VYGOTSIY
VYGOTSKY (1988) canstruiu sua teoria considerando 0
desenvolvimento do individuo como resultada de urn processo socia-historica
enfatizanda a papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvirnenta
sendo essa teo ria considerada historico-sacial Sua questaa central e a
aquisiCao de canhecimentas pela interaltao do sujeito com 0 meia
As concepoes de VYGOTSKY (1988) sabre a processa de
farmaCao de canceitas remetem as relac6es entre pensamento e linguagem a
questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao
processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de
conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida
cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores
como internalizacao mediada pela cultura
As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do
cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas
peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento
humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes
psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo
da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as
funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes
conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de
aprendizagem
Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0
desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao
enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos
mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas
simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento
como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao
esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no
construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social
pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do
mundo cultural que rodeia 0 individuo
Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos
grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela
que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre
o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais
superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto
sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas
A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de
representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite
construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual
seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de
informayoes conceitos e significayoes
o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento
do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade
externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal
VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos
processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0
pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e
emocao
A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0
desenvolvimento
Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados
par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que
a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a
capacidade de aprender com outra pessoa
A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo
abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a
crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn
adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as
pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)
nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os
processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um
conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer
sempre um grau de experiencia anterior para a crianca
o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de
internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo
que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a
atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao
inclusive sua transformacao por uma atividade mental
Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque
forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais
E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando
conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de
conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo
desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel
explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas
quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com
sua interferencia na zona proximal
Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das
interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros
rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna
intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos
pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa
intervenyaa a construrao de canceitas
o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele
que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores
linguagem e 0 proprio conhecimento
A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos
no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos
adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A
aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na
interayao com outras pessoas
23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET
Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente
do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo
cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para
Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de
uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma
sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem
de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos
Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya
descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de
transicao Essas 4 fases sao
Sensoria-motor (0 - 2 anos)
bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)
Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)
bull Operatorio-formal (8 -14 anos)
231 Sensorio-motor
Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe
comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio
Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo
causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela
avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO
1994)
Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa
pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a
sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com
eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e
imediato sem representayao ou pensamento
Exemplos
o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive
o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn
abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca
232 Pre-operatorio
E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn
abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta
substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e
tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica
Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor
nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis
verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem
permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e
mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas
A crianya deste eS1(3gio
E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar
abstratarnente no lugar do outro
bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos
por ques)
Ja pode agir por simula9ao como se
Possui percep9ao global sem discriminar detalhes
Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos
Exemplos
Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma
delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue
igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes
2330perat6rioconcreto
Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve
nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar
diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar
mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair
Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da
reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no
sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada
Exemplos
Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a
crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna
vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO
234 Operatorio-formal
Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas
cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A
representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando
mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes
Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar
solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade
Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam
seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0
raciocinio logico a todas as classes de problemas
Exemplos
Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha
enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a
irnagern de urna galinha cornendo graos
Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar
no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao
pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo
ludicidade
Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano
dos diferentes povos
A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he
uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo
utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em
alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um
fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras
pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve
dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba
usando os termos como sinonimos
Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de
auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao
In
com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a
socializadora a psicol6gica e a pedag6gica
Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as
crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0
brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede
de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol
um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias
infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos
constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos
respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de
brincar
A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel
pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista
do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais
distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar
nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a
aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma
percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida
Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve
e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em
palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus
problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda
perde a jago 0 mundo nao se acaba
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
VYGOTSKY
Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram
realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos
dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade
ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a
atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
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PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
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WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
RESUMO
Esta pesquisa objetivou enfatizar a importancia dos Jogosbrinquedos e brincadeiras na forma9ao do sujeito vista que estes fazem partedo mundo da crian=8 pois 0 brincar esta presente na humanidade desde 0 seuinicio
A linguagem cultural propria da crianca e 0 ludico A ludicidade eurna necessidade interior tanto da crianca como do adulta e inerente aodesenvolvimento
o brincar e 0 meio de expressao e crescimento do ser humano Acrianya sempre brinca mas esse ata pendente do contexto em que estainserida da epoca classe social e Qutros fatares Tambem nestes jogosaparece toda a experiemcia acumulada da crianQa Eta vai construindo seuconhecimento do mundo de modo ludico transformando 0 real com as recursosda fantasia e da lmaginayao
~ neste contexto que 0 jogo aparece pois a sua funyao nao se limitaapenas em proporcionar recreay8o mas sim como estimulador da construyaodo conhecimento
1 INTRODUCAo
A crian~ vive num mundo repleto de estimulos provocados pelo seu
proprio ambiente Ao ser inserida no contexto escolar depara-se com situac6es
que muitas vezes desvinculadas de sua reaHdade tarnanda-se assim
desmotivada para sua aprendizagem
o professor agente mediador deve recorrer a varios instrumentos
pedag6gicos para gerar situa90es estimuladoras e efieazes propondo ao aluno
situa90es de interayao e constrU930 do conhecimento
E neste contexto que 0 jogo ganha espayo como a ferramenta ideal
da aprendizagem na medida em que se propoe estimul0 ao interesse da
aluno pois esta intirnamente ligado a sua necessidade posta par seu
crescimentoJogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca
pois 0 brincar esta presente na humanidade desde 0 seu inicio 0 brincar e
uma atividade natural espontanea e necessaria para a crianya construindo-se
por isso em estrategia importantissima na sua formayao A fun9ao dos jog os
nao se limita ao mundo das emoc6es e da sensibilidade ela aparece ativa
tambem no dominio da inteligencia e coopera em linhas decisivas para a
evoluyao do pensamento
Portanto este trabalho tern 0 objetivo de demonstrar a importancia
dos jogos nao somente para 0 desenvolvimento cognitiv~ e intelectual mas
tambem emocional
2 FUNDAMENTACiio TEORICA
21 A CUL TURA DA CRIANCA E 0 usa LUDICO NA PEDAGOGIA
o mundo existe para a crian98 na medlda que Ihe e passivel jogar
com ele extraindo possibilidades de prazer e de harmonia 0 jogo seria a
forma de intera~ao da crianca e sem ele naD haveria condicoes suficientes para
que esta interaC80 ocerra
Esta premissa e hoje assumida pel a maiaria dos educadores porem
estabelecendo apenas 0 usa pedagogico do jogo e da brincadeira Atualmente
e moda educacional 0 aprender brincando as escalas estaa repletas de jog as
e de brinquedos cuja finalidade seria adquirir habilidades e ajudar na
construC80 de conceitos sempre com a preocupaC03o de trabalhar este au
aquele conceito au em que 0 jogo ira desafiar a crianca enquanto ser
cognoscente Isto nao deixa de ser considerado um avanlto vista que antes a
sala de aula era quase total mente desprovida de ludicidade 0 problema econsiderar-se apenas urn lado da moeda Deve-se considerar a outro lad 0 que
fica tantas vezes obscuro que e a percurso em direcao ao verdadeiro encontro
de dais mundos - adulto e crian9a
o centro da pratica pedagogica ainda e a cultura do adulto apesar
do avanyo Sempre se tenta trazer a crianya para a conhecimento
culturalmente acumulado pelos homens quase nunca se debru9a sobre 0
conhecimento dela sabre 0 manancial de conhecimento que cada crian9a vai
tecendo aqui e ali e que tambem se institui como cultura Muitos educadores
buscarn informar-se acerca de diversos conteudos no intuito de transmiti-Ios da
maneira rna is interessante didatica ludica e prazerosa posslvel mas poucos
se interessam em escutar as crianyas conhecer seus segredos e suas
invenyoes
o encaminhamento basico seria educar em duas vias inter-
relacionadas assumir 8 educ89ao como urn encontro de dais rnundos em que
nem urn nem outro deve prevalecer Para a crianya e fundamental adquirir a
cultura do adulto para 0 adulto e fundamental naD deixar apagar-se a crian9a
possivel dentro de si
o mundo atual nao e propicio a ludicidade a infancia Os mais
jovens estao sen do precocemente trazidos ao universo adulto Circulam pela
midia diversas pesquisas mostrando que as criancas sao cada vez menos
crianyas ou porque muito cedo precisarn trabalhar para sobreviver au parque
estao misturadas aos adultos dentro de apartamentos (a quintal reino da
infancia quase nao existe mais ) alem disso muitas vezes as adultos nao
tern 0 cuidado de afasta-Ias de seus dramas oeorrendo com isso um
desencanto preeoce uma adolesceneia antes da hara antes das estruturas
cognitivas estarem preparadas 0 resultado disso sao criancas agressivas
revoltadas e aeirna de tudo angustiadas
Quanto aos adultos 0 quadro e sernelhante Poucos enfrentam a
vida de maneira leve brincalhona A maioria esta envolvida nurn mar de stress
e de busca incans8vel de informayao como se f6ssemos feitos de noHeia e
conhecimento
MAZZONI (1999) argumenta que nesse mundo competitivo as
crianyas precisam ser informadas desde muito ceda em diversos aspectos nao
sobra tempo para ficar brincando Ern termos e verdade porem com algum
auxilio de processamento de informacaa elas aprendem como selecionar as
informac6es e interpreta-Ias efieazmente Brinear e prioritario para elas e nao
informar-se pOis nurn mundo competitive como 0 nosse as pessoas preeisam
de fermayae muito mais que informayao inclusive para lidar de maneira
saudavel com esta competitividade para nao se tornar 0 tipo frequente de
adulto descrito acima E exercendo a ludicidade que a crianya se forma como
urn ser humano plena
MAZZONI (1999) cita como adetar a cultura da crianya come
perspectiva mestra de ayao
- aceitando a ideia de que a escola nao e a lugar par exceleuromcia da
aprendizagem muitas aprendizagens significativas se dao fora da escola e
muitas crianyas aprendem apesar da escoJa a cultura da crianca se aprende
nas ruas nos palcos nos livros nas bibliotecas nos museus on de se ensina a
arte de fazer sonhar
- adotando uma postura de observacao constante nao s6 da crianca mas de
tudo e de todos observando de maneira ativa participante interessada e que
construimos nossas mais fortes abstrayoes possibilitando a compreensao
mutua isto e a interaCao
~ imbuindo~se amplamente de ludicidade e de todo lirismo e harmonia que dal
advem (decorrente da observacao que se faz sobre a crianya) isso naa
representa espontaneismo ou permissividade ao contraria a esfarco a tentar
e 0 desafia sao candiyoes fundamentals de urn jogo juntamente com a estado
de prazer que a caracteriza prazer esse mediada par caisas significativas e
verdadeiras Exercer 0 espirita Judico e brincar jagar com a vida e com a
crianya criar vinculos e relayoes entre as diversos acontecimentos tecer teias
amarrar e desamarrar as fatos utilizar~se de adivinhas charadas e situacoes
pitorescas
~pensanda na estetica a partir da etica as crianyas levantam questoes sabre a
vida sobre 0 mundo sobre as pessoas Sao questoes irnportantes serias e
abrangentes deve-se assurnir esses questionarnentas e desejar ajuda~las na
constrUyaO de valores Muitas vezes so percebemos as situayoes
esteticamente como por exemplo as diferencas perceber eticamente significa
outra concepcao onde diferenca nao e 0 mesmo que desigualdade
- tendo nocao de historicidade lembrando que cada criama ou cada grupo de
criancas tem a sua propria historia com um fazer e urn saber diferente
portanto ao se realizar 0 planejamento faze-Ia convergir com sua leltura da (s)
crianca (s) em questao para desencadear sua pratica educativa
Sem duvida as atividades ludicas apresentam uma inesgotavel fante
de situac6es de aprendizagem tanto no desenvolvirnento fisico cognitiv~
intelectual e sobretudo no emacianal
2 ~APPENDIAGEM SEGUNDO VYGOTSIY
VYGOTSKY (1988) canstruiu sua teoria considerando 0
desenvolvimento do individuo como resultada de urn processo socia-historica
enfatizanda a papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvirnenta
sendo essa teo ria considerada historico-sacial Sua questaa central e a
aquisiCao de canhecimentas pela interaltao do sujeito com 0 meia
As concepoes de VYGOTSKY (1988) sabre a processa de
farmaCao de canceitas remetem as relac6es entre pensamento e linguagem a
questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao
processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de
conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida
cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores
como internalizacao mediada pela cultura
As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do
cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas
peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento
humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes
psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo
da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as
funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes
conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de
aprendizagem
Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0
desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao
enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos
mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas
simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento
como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao
esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no
construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social
pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do
mundo cultural que rodeia 0 individuo
Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos
grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela
que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre
o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais
superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto
sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas
A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de
representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite
construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual
seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de
informayoes conceitos e significayoes
o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento
do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade
externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal
VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos
processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0
pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e
emocao
A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0
desenvolvimento
Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados
par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que
a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a
capacidade de aprender com outra pessoa
A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo
abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a
crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn
adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as
pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)
nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os
processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um
conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer
sempre um grau de experiencia anterior para a crianca
o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de
internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo
que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a
atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao
inclusive sua transformacao por uma atividade mental
Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque
forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais
E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando
conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de
conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo
desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel
explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas
quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com
sua interferencia na zona proximal
Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das
interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros
rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna
intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos
pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa
intervenyaa a construrao de canceitas
o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele
que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores
linguagem e 0 proprio conhecimento
A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos
no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos
adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A
aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na
interayao com outras pessoas
23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET
Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente
do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo
cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para
Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de
uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma
sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem
de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos
Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya
descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de
transicao Essas 4 fases sao
Sensoria-motor (0 - 2 anos)
bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)
Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)
bull Operatorio-formal (8 -14 anos)
231 Sensorio-motor
Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe
comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio
Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo
causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela
avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO
1994)
Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa
pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a
sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com
eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e
imediato sem representayao ou pensamento
Exemplos
o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive
o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn
abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca
232 Pre-operatorio
E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn
abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta
substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e
tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica
Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor
nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis
verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem
permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e
mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas
A crianya deste eS1(3gio
E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar
abstratarnente no lugar do outro
bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos
por ques)
Ja pode agir por simula9ao como se
Possui percep9ao global sem discriminar detalhes
Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos
Exemplos
Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma
delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue
igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes
2330perat6rioconcreto
Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve
nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar
diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar
mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair
Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da
reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no
sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada
Exemplos
Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a
crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna
vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO
234 Operatorio-formal
Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas
cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A
representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando
mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes
Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar
solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade
Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam
seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0
raciocinio logico a todas as classes de problemas
Exemplos
Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha
enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a
irnagern de urna galinha cornendo graos
Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar
no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao
pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo
ludicidade
Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano
dos diferentes povos
A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he
uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo
utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em
alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um
fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras
pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve
dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba
usando os termos como sinonimos
Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de
auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao
In
com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a
socializadora a psicol6gica e a pedag6gica
Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as
crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0
brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede
de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol
um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias
infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos
constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos
respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de
brincar
A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel
pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista
do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais
distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar
nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a
aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma
percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida
Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve
e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em
palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus
problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda
perde a jago 0 mundo nao se acaba
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
VYGOTSKY
Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram
realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos
dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade
ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a
atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
1 INTRODUCAo
A crian~ vive num mundo repleto de estimulos provocados pelo seu
proprio ambiente Ao ser inserida no contexto escolar depara-se com situac6es
que muitas vezes desvinculadas de sua reaHdade tarnanda-se assim
desmotivada para sua aprendizagem
o professor agente mediador deve recorrer a varios instrumentos
pedag6gicos para gerar situa90es estimuladoras e efieazes propondo ao aluno
situa90es de interayao e constrU930 do conhecimento
E neste contexto que 0 jogo ganha espayo como a ferramenta ideal
da aprendizagem na medida em que se propoe estimul0 ao interesse da
aluno pois esta intirnamente ligado a sua necessidade posta par seu
crescimentoJogos brinquedos e brincadeiras fazem parte do mundo da crianca
pois 0 brincar esta presente na humanidade desde 0 seu inicio 0 brincar e
uma atividade natural espontanea e necessaria para a crianya construindo-se
por isso em estrategia importantissima na sua formayao A fun9ao dos jog os
nao se limita ao mundo das emoc6es e da sensibilidade ela aparece ativa
tambem no dominio da inteligencia e coopera em linhas decisivas para a
evoluyao do pensamento
Portanto este trabalho tern 0 objetivo de demonstrar a importancia
dos jogos nao somente para 0 desenvolvimento cognitiv~ e intelectual mas
tambem emocional
2 FUNDAMENTACiio TEORICA
21 A CUL TURA DA CRIANCA E 0 usa LUDICO NA PEDAGOGIA
o mundo existe para a crian98 na medlda que Ihe e passivel jogar
com ele extraindo possibilidades de prazer e de harmonia 0 jogo seria a
forma de intera~ao da crianca e sem ele naD haveria condicoes suficientes para
que esta interaC80 ocerra
Esta premissa e hoje assumida pel a maiaria dos educadores porem
estabelecendo apenas 0 usa pedagogico do jogo e da brincadeira Atualmente
e moda educacional 0 aprender brincando as escalas estaa repletas de jog as
e de brinquedos cuja finalidade seria adquirir habilidades e ajudar na
construC80 de conceitos sempre com a preocupaC03o de trabalhar este au
aquele conceito au em que 0 jogo ira desafiar a crianca enquanto ser
cognoscente Isto nao deixa de ser considerado um avanlto vista que antes a
sala de aula era quase total mente desprovida de ludicidade 0 problema econsiderar-se apenas urn lado da moeda Deve-se considerar a outro lad 0 que
fica tantas vezes obscuro que e a percurso em direcao ao verdadeiro encontro
de dais mundos - adulto e crian9a
o centro da pratica pedagogica ainda e a cultura do adulto apesar
do avanyo Sempre se tenta trazer a crianya para a conhecimento
culturalmente acumulado pelos homens quase nunca se debru9a sobre 0
conhecimento dela sabre 0 manancial de conhecimento que cada crian9a vai
tecendo aqui e ali e que tambem se institui como cultura Muitos educadores
buscarn informar-se acerca de diversos conteudos no intuito de transmiti-Ios da
maneira rna is interessante didatica ludica e prazerosa posslvel mas poucos
se interessam em escutar as crianyas conhecer seus segredos e suas
invenyoes
o encaminhamento basico seria educar em duas vias inter-
relacionadas assumir 8 educ89ao como urn encontro de dais rnundos em que
nem urn nem outro deve prevalecer Para a crianya e fundamental adquirir a
cultura do adulto para 0 adulto e fundamental naD deixar apagar-se a crian9a
possivel dentro de si
o mundo atual nao e propicio a ludicidade a infancia Os mais
jovens estao sen do precocemente trazidos ao universo adulto Circulam pela
midia diversas pesquisas mostrando que as criancas sao cada vez menos
crianyas ou porque muito cedo precisarn trabalhar para sobreviver au parque
estao misturadas aos adultos dentro de apartamentos (a quintal reino da
infancia quase nao existe mais ) alem disso muitas vezes as adultos nao
tern 0 cuidado de afasta-Ias de seus dramas oeorrendo com isso um
desencanto preeoce uma adolesceneia antes da hara antes das estruturas
cognitivas estarem preparadas 0 resultado disso sao criancas agressivas
revoltadas e aeirna de tudo angustiadas
Quanto aos adultos 0 quadro e sernelhante Poucos enfrentam a
vida de maneira leve brincalhona A maioria esta envolvida nurn mar de stress
e de busca incans8vel de informayao como se f6ssemos feitos de noHeia e
conhecimento
MAZZONI (1999) argumenta que nesse mundo competitivo as
crianyas precisam ser informadas desde muito ceda em diversos aspectos nao
sobra tempo para ficar brincando Ern termos e verdade porem com algum
auxilio de processamento de informacaa elas aprendem como selecionar as
informac6es e interpreta-Ias efieazmente Brinear e prioritario para elas e nao
informar-se pOis nurn mundo competitive como 0 nosse as pessoas preeisam
de fermayae muito mais que informayao inclusive para lidar de maneira
saudavel com esta competitividade para nao se tornar 0 tipo frequente de
adulto descrito acima E exercendo a ludicidade que a crianya se forma como
urn ser humano plena
MAZZONI (1999) cita como adetar a cultura da crianya come
perspectiva mestra de ayao
- aceitando a ideia de que a escola nao e a lugar par exceleuromcia da
aprendizagem muitas aprendizagens significativas se dao fora da escola e
muitas crianyas aprendem apesar da escoJa a cultura da crianca se aprende
nas ruas nos palcos nos livros nas bibliotecas nos museus on de se ensina a
arte de fazer sonhar
- adotando uma postura de observacao constante nao s6 da crianca mas de
tudo e de todos observando de maneira ativa participante interessada e que
construimos nossas mais fortes abstrayoes possibilitando a compreensao
mutua isto e a interaCao
~ imbuindo~se amplamente de ludicidade e de todo lirismo e harmonia que dal
advem (decorrente da observacao que se faz sobre a crianya) isso naa
representa espontaneismo ou permissividade ao contraria a esfarco a tentar
e 0 desafia sao candiyoes fundamentals de urn jogo juntamente com a estado
de prazer que a caracteriza prazer esse mediada par caisas significativas e
verdadeiras Exercer 0 espirita Judico e brincar jagar com a vida e com a
crianya criar vinculos e relayoes entre as diversos acontecimentos tecer teias
amarrar e desamarrar as fatos utilizar~se de adivinhas charadas e situacoes
pitorescas
~pensanda na estetica a partir da etica as crianyas levantam questoes sabre a
vida sobre 0 mundo sobre as pessoas Sao questoes irnportantes serias e
abrangentes deve-se assurnir esses questionarnentas e desejar ajuda~las na
constrUyaO de valores Muitas vezes so percebemos as situayoes
esteticamente como por exemplo as diferencas perceber eticamente significa
outra concepcao onde diferenca nao e 0 mesmo que desigualdade
- tendo nocao de historicidade lembrando que cada criama ou cada grupo de
criancas tem a sua propria historia com um fazer e urn saber diferente
portanto ao se realizar 0 planejamento faze-Ia convergir com sua leltura da (s)
crianca (s) em questao para desencadear sua pratica educativa
Sem duvida as atividades ludicas apresentam uma inesgotavel fante
de situac6es de aprendizagem tanto no desenvolvirnento fisico cognitiv~
intelectual e sobretudo no emacianal
2 ~APPENDIAGEM SEGUNDO VYGOTSIY
VYGOTSKY (1988) canstruiu sua teoria considerando 0
desenvolvimento do individuo como resultada de urn processo socia-historica
enfatizanda a papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvirnenta
sendo essa teo ria considerada historico-sacial Sua questaa central e a
aquisiCao de canhecimentas pela interaltao do sujeito com 0 meia
As concepoes de VYGOTSKY (1988) sabre a processa de
farmaCao de canceitas remetem as relac6es entre pensamento e linguagem a
questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao
processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de
conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida
cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores
como internalizacao mediada pela cultura
As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do
cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas
peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento
humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes
psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo
da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as
funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes
conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de
aprendizagem
Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0
desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao
enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos
mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas
simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento
como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao
esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no
construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social
pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do
mundo cultural que rodeia 0 individuo
Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos
grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela
que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre
o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais
superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto
sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas
A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de
representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite
construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual
seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de
informayoes conceitos e significayoes
o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento
do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade
externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal
VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos
processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0
pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e
emocao
A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0
desenvolvimento
Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados
par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que
a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a
capacidade de aprender com outra pessoa
A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo
abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a
crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn
adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as
pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)
nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os
processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um
conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer
sempre um grau de experiencia anterior para a crianca
o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de
internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo
que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a
atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao
inclusive sua transformacao por uma atividade mental
Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque
forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais
E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando
conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de
conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo
desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel
explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas
quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com
sua interferencia na zona proximal
Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das
interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros
rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna
intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos
pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa
intervenyaa a construrao de canceitas
o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele
que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores
linguagem e 0 proprio conhecimento
A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos
no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos
adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A
aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na
interayao com outras pessoas
23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET
Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente
do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo
cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para
Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de
uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma
sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem
de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos
Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya
descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de
transicao Essas 4 fases sao
Sensoria-motor (0 - 2 anos)
bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)
Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)
bull Operatorio-formal (8 -14 anos)
231 Sensorio-motor
Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe
comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio
Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo
causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela
avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO
1994)
Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa
pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a
sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com
eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e
imediato sem representayao ou pensamento
Exemplos
o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive
o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn
abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca
232 Pre-operatorio
E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn
abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta
substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e
tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica
Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor
nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis
verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem
permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e
mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas
A crianya deste eS1(3gio
E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar
abstratarnente no lugar do outro
bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos
por ques)
Ja pode agir por simula9ao como se
Possui percep9ao global sem discriminar detalhes
Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos
Exemplos
Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma
delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue
igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes
2330perat6rioconcreto
Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve
nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar
diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar
mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair
Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da
reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no
sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada
Exemplos
Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a
crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna
vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO
234 Operatorio-formal
Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas
cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A
representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando
mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes
Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar
solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade
Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam
seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0
raciocinio logico a todas as classes de problemas
Exemplos
Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha
enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a
irnagern de urna galinha cornendo graos
Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar
no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao
pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo
ludicidade
Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano
dos diferentes povos
A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he
uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo
utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em
alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um
fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras
pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve
dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba
usando os termos como sinonimos
Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de
auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao
In
com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a
socializadora a psicol6gica e a pedag6gica
Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as
crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0
brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede
de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol
um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias
infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos
constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos
respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de
brincar
A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel
pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista
do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais
distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar
nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a
aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma
percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida
Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve
e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em
palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus
problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda
perde a jago 0 mundo nao se acaba
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
VYGOTSKY
Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram
realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos
dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade
ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a
atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
2 FUNDAMENTACiio TEORICA
21 A CUL TURA DA CRIANCA E 0 usa LUDICO NA PEDAGOGIA
o mundo existe para a crian98 na medlda que Ihe e passivel jogar
com ele extraindo possibilidades de prazer e de harmonia 0 jogo seria a
forma de intera~ao da crianca e sem ele naD haveria condicoes suficientes para
que esta interaC80 ocerra
Esta premissa e hoje assumida pel a maiaria dos educadores porem
estabelecendo apenas 0 usa pedagogico do jogo e da brincadeira Atualmente
e moda educacional 0 aprender brincando as escalas estaa repletas de jog as
e de brinquedos cuja finalidade seria adquirir habilidades e ajudar na
construC80 de conceitos sempre com a preocupaC03o de trabalhar este au
aquele conceito au em que 0 jogo ira desafiar a crianca enquanto ser
cognoscente Isto nao deixa de ser considerado um avanlto vista que antes a
sala de aula era quase total mente desprovida de ludicidade 0 problema econsiderar-se apenas urn lado da moeda Deve-se considerar a outro lad 0 que
fica tantas vezes obscuro que e a percurso em direcao ao verdadeiro encontro
de dais mundos - adulto e crian9a
o centro da pratica pedagogica ainda e a cultura do adulto apesar
do avanyo Sempre se tenta trazer a crianya para a conhecimento
culturalmente acumulado pelos homens quase nunca se debru9a sobre 0
conhecimento dela sabre 0 manancial de conhecimento que cada crian9a vai
tecendo aqui e ali e que tambem se institui como cultura Muitos educadores
buscarn informar-se acerca de diversos conteudos no intuito de transmiti-Ios da
maneira rna is interessante didatica ludica e prazerosa posslvel mas poucos
se interessam em escutar as crianyas conhecer seus segredos e suas
invenyoes
o encaminhamento basico seria educar em duas vias inter-
relacionadas assumir 8 educ89ao como urn encontro de dais rnundos em que
nem urn nem outro deve prevalecer Para a crianya e fundamental adquirir a
cultura do adulto para 0 adulto e fundamental naD deixar apagar-se a crian9a
possivel dentro de si
o mundo atual nao e propicio a ludicidade a infancia Os mais
jovens estao sen do precocemente trazidos ao universo adulto Circulam pela
midia diversas pesquisas mostrando que as criancas sao cada vez menos
crianyas ou porque muito cedo precisarn trabalhar para sobreviver au parque
estao misturadas aos adultos dentro de apartamentos (a quintal reino da
infancia quase nao existe mais ) alem disso muitas vezes as adultos nao
tern 0 cuidado de afasta-Ias de seus dramas oeorrendo com isso um
desencanto preeoce uma adolesceneia antes da hara antes das estruturas
cognitivas estarem preparadas 0 resultado disso sao criancas agressivas
revoltadas e aeirna de tudo angustiadas
Quanto aos adultos 0 quadro e sernelhante Poucos enfrentam a
vida de maneira leve brincalhona A maioria esta envolvida nurn mar de stress
e de busca incans8vel de informayao como se f6ssemos feitos de noHeia e
conhecimento
MAZZONI (1999) argumenta que nesse mundo competitivo as
crianyas precisam ser informadas desde muito ceda em diversos aspectos nao
sobra tempo para ficar brincando Ern termos e verdade porem com algum
auxilio de processamento de informacaa elas aprendem como selecionar as
informac6es e interpreta-Ias efieazmente Brinear e prioritario para elas e nao
informar-se pOis nurn mundo competitive como 0 nosse as pessoas preeisam
de fermayae muito mais que informayao inclusive para lidar de maneira
saudavel com esta competitividade para nao se tornar 0 tipo frequente de
adulto descrito acima E exercendo a ludicidade que a crianya se forma como
urn ser humano plena
MAZZONI (1999) cita como adetar a cultura da crianya come
perspectiva mestra de ayao
- aceitando a ideia de que a escola nao e a lugar par exceleuromcia da
aprendizagem muitas aprendizagens significativas se dao fora da escola e
muitas crianyas aprendem apesar da escoJa a cultura da crianca se aprende
nas ruas nos palcos nos livros nas bibliotecas nos museus on de se ensina a
arte de fazer sonhar
- adotando uma postura de observacao constante nao s6 da crianca mas de
tudo e de todos observando de maneira ativa participante interessada e que
construimos nossas mais fortes abstrayoes possibilitando a compreensao
mutua isto e a interaCao
~ imbuindo~se amplamente de ludicidade e de todo lirismo e harmonia que dal
advem (decorrente da observacao que se faz sobre a crianya) isso naa
representa espontaneismo ou permissividade ao contraria a esfarco a tentar
e 0 desafia sao candiyoes fundamentals de urn jogo juntamente com a estado
de prazer que a caracteriza prazer esse mediada par caisas significativas e
verdadeiras Exercer 0 espirita Judico e brincar jagar com a vida e com a
crianya criar vinculos e relayoes entre as diversos acontecimentos tecer teias
amarrar e desamarrar as fatos utilizar~se de adivinhas charadas e situacoes
pitorescas
~pensanda na estetica a partir da etica as crianyas levantam questoes sabre a
vida sobre 0 mundo sobre as pessoas Sao questoes irnportantes serias e
abrangentes deve-se assurnir esses questionarnentas e desejar ajuda~las na
constrUyaO de valores Muitas vezes so percebemos as situayoes
esteticamente como por exemplo as diferencas perceber eticamente significa
outra concepcao onde diferenca nao e 0 mesmo que desigualdade
- tendo nocao de historicidade lembrando que cada criama ou cada grupo de
criancas tem a sua propria historia com um fazer e urn saber diferente
portanto ao se realizar 0 planejamento faze-Ia convergir com sua leltura da (s)
crianca (s) em questao para desencadear sua pratica educativa
Sem duvida as atividades ludicas apresentam uma inesgotavel fante
de situac6es de aprendizagem tanto no desenvolvirnento fisico cognitiv~
intelectual e sobretudo no emacianal
2 ~APPENDIAGEM SEGUNDO VYGOTSIY
VYGOTSKY (1988) canstruiu sua teoria considerando 0
desenvolvimento do individuo como resultada de urn processo socia-historica
enfatizanda a papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvirnenta
sendo essa teo ria considerada historico-sacial Sua questaa central e a
aquisiCao de canhecimentas pela interaltao do sujeito com 0 meia
As concepoes de VYGOTSKY (1988) sabre a processa de
farmaCao de canceitas remetem as relac6es entre pensamento e linguagem a
questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao
processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de
conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida
cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores
como internalizacao mediada pela cultura
As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do
cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas
peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento
humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes
psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo
da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as
funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes
conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de
aprendizagem
Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0
desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao
enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos
mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas
simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento
como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao
esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no
construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social
pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do
mundo cultural que rodeia 0 individuo
Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos
grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela
que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre
o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais
superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto
sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas
A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de
representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite
construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual
seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de
informayoes conceitos e significayoes
o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento
do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade
externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal
VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos
processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0
pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e
emocao
A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0
desenvolvimento
Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados
par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que
a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a
capacidade de aprender com outra pessoa
A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo
abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a
crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn
adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as
pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)
nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os
processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um
conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer
sempre um grau de experiencia anterior para a crianca
o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de
internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo
que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a
atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao
inclusive sua transformacao por uma atividade mental
Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque
forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais
E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando
conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de
conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo
desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel
explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas
quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com
sua interferencia na zona proximal
Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das
interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros
rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna
intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos
pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa
intervenyaa a construrao de canceitas
o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele
que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores
linguagem e 0 proprio conhecimento
A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos
no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos
adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A
aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na
interayao com outras pessoas
23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET
Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente
do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo
cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para
Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de
uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma
sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem
de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos
Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya
descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de
transicao Essas 4 fases sao
Sensoria-motor (0 - 2 anos)
bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)
Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)
bull Operatorio-formal (8 -14 anos)
231 Sensorio-motor
Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe
comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio
Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo
causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela
avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO
1994)
Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa
pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a
sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com
eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e
imediato sem representayao ou pensamento
Exemplos
o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive
o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn
abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca
232 Pre-operatorio
E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn
abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta
substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e
tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica
Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor
nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis
verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem
permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e
mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas
A crianya deste eS1(3gio
E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar
abstratarnente no lugar do outro
bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos
por ques)
Ja pode agir por simula9ao como se
Possui percep9ao global sem discriminar detalhes
Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos
Exemplos
Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma
delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue
igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes
2330perat6rioconcreto
Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve
nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar
diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar
mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair
Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da
reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no
sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada
Exemplos
Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a
crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna
vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO
234 Operatorio-formal
Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas
cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A
representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando
mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes
Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar
solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade
Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam
seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0
raciocinio logico a todas as classes de problemas
Exemplos
Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha
enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a
irnagern de urna galinha cornendo graos
Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar
no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao
pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo
ludicidade
Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano
dos diferentes povos
A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he
uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo
utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em
alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um
fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras
pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve
dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba
usando os termos como sinonimos
Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de
auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao
In
com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a
socializadora a psicol6gica e a pedag6gica
Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as
crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0
brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede
de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol
um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias
infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos
constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos
respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de
brincar
A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel
pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista
do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais
distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar
nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a
aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma
percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida
Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve
e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em
palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus
problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda
perde a jago 0 mundo nao se acaba
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
VYGOTSKY
Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram
realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos
dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade
ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a
atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
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WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
o mundo atual nao e propicio a ludicidade a infancia Os mais
jovens estao sen do precocemente trazidos ao universo adulto Circulam pela
midia diversas pesquisas mostrando que as criancas sao cada vez menos
crianyas ou porque muito cedo precisarn trabalhar para sobreviver au parque
estao misturadas aos adultos dentro de apartamentos (a quintal reino da
infancia quase nao existe mais ) alem disso muitas vezes as adultos nao
tern 0 cuidado de afasta-Ias de seus dramas oeorrendo com isso um
desencanto preeoce uma adolesceneia antes da hara antes das estruturas
cognitivas estarem preparadas 0 resultado disso sao criancas agressivas
revoltadas e aeirna de tudo angustiadas
Quanto aos adultos 0 quadro e sernelhante Poucos enfrentam a
vida de maneira leve brincalhona A maioria esta envolvida nurn mar de stress
e de busca incans8vel de informayao como se f6ssemos feitos de noHeia e
conhecimento
MAZZONI (1999) argumenta que nesse mundo competitivo as
crianyas precisam ser informadas desde muito ceda em diversos aspectos nao
sobra tempo para ficar brincando Ern termos e verdade porem com algum
auxilio de processamento de informacaa elas aprendem como selecionar as
informac6es e interpreta-Ias efieazmente Brinear e prioritario para elas e nao
informar-se pOis nurn mundo competitive como 0 nosse as pessoas preeisam
de fermayae muito mais que informayao inclusive para lidar de maneira
saudavel com esta competitividade para nao se tornar 0 tipo frequente de
adulto descrito acima E exercendo a ludicidade que a crianya se forma como
urn ser humano plena
MAZZONI (1999) cita como adetar a cultura da crianya come
perspectiva mestra de ayao
- aceitando a ideia de que a escola nao e a lugar par exceleuromcia da
aprendizagem muitas aprendizagens significativas se dao fora da escola e
muitas crianyas aprendem apesar da escoJa a cultura da crianca se aprende
nas ruas nos palcos nos livros nas bibliotecas nos museus on de se ensina a
arte de fazer sonhar
- adotando uma postura de observacao constante nao s6 da crianca mas de
tudo e de todos observando de maneira ativa participante interessada e que
construimos nossas mais fortes abstrayoes possibilitando a compreensao
mutua isto e a interaCao
~ imbuindo~se amplamente de ludicidade e de todo lirismo e harmonia que dal
advem (decorrente da observacao que se faz sobre a crianya) isso naa
representa espontaneismo ou permissividade ao contraria a esfarco a tentar
e 0 desafia sao candiyoes fundamentals de urn jogo juntamente com a estado
de prazer que a caracteriza prazer esse mediada par caisas significativas e
verdadeiras Exercer 0 espirita Judico e brincar jagar com a vida e com a
crianya criar vinculos e relayoes entre as diversos acontecimentos tecer teias
amarrar e desamarrar as fatos utilizar~se de adivinhas charadas e situacoes
pitorescas
~pensanda na estetica a partir da etica as crianyas levantam questoes sabre a
vida sobre 0 mundo sobre as pessoas Sao questoes irnportantes serias e
abrangentes deve-se assurnir esses questionarnentas e desejar ajuda~las na
constrUyaO de valores Muitas vezes so percebemos as situayoes
esteticamente como por exemplo as diferencas perceber eticamente significa
outra concepcao onde diferenca nao e 0 mesmo que desigualdade
- tendo nocao de historicidade lembrando que cada criama ou cada grupo de
criancas tem a sua propria historia com um fazer e urn saber diferente
portanto ao se realizar 0 planejamento faze-Ia convergir com sua leltura da (s)
crianca (s) em questao para desencadear sua pratica educativa
Sem duvida as atividades ludicas apresentam uma inesgotavel fante
de situac6es de aprendizagem tanto no desenvolvirnento fisico cognitiv~
intelectual e sobretudo no emacianal
2 ~APPENDIAGEM SEGUNDO VYGOTSIY
VYGOTSKY (1988) canstruiu sua teoria considerando 0
desenvolvimento do individuo como resultada de urn processo socia-historica
enfatizanda a papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvirnenta
sendo essa teo ria considerada historico-sacial Sua questaa central e a
aquisiCao de canhecimentas pela interaltao do sujeito com 0 meia
As concepoes de VYGOTSKY (1988) sabre a processa de
farmaCao de canceitas remetem as relac6es entre pensamento e linguagem a
questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao
processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de
conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida
cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores
como internalizacao mediada pela cultura
As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do
cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas
peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento
humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes
psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo
da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as
funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes
conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de
aprendizagem
Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0
desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao
enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos
mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas
simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento
como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao
esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no
construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social
pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do
mundo cultural que rodeia 0 individuo
Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos
grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela
que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre
o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais
superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto
sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas
A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de
representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite
construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual
seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de
informayoes conceitos e significayoes
o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento
do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade
externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal
VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos
processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0
pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e
emocao
A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0
desenvolvimento
Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados
par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que
a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a
capacidade de aprender com outra pessoa
A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo
abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a
crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn
adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as
pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)
nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os
processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um
conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer
sempre um grau de experiencia anterior para a crianca
o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de
internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo
que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a
atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao
inclusive sua transformacao por uma atividade mental
Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque
forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais
E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando
conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de
conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo
desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel
explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas
quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com
sua interferencia na zona proximal
Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das
interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros
rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna
intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos
pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa
intervenyaa a construrao de canceitas
o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele
que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores
linguagem e 0 proprio conhecimento
A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos
no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos
adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A
aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na
interayao com outras pessoas
23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET
Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente
do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo
cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para
Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de
uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma
sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem
de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos
Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya
descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de
transicao Essas 4 fases sao
Sensoria-motor (0 - 2 anos)
bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)
Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)
bull Operatorio-formal (8 -14 anos)
231 Sensorio-motor
Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe
comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio
Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo
causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela
avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO
1994)
Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa
pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a
sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com
eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e
imediato sem representayao ou pensamento
Exemplos
o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive
o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn
abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca
232 Pre-operatorio
E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn
abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta
substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e
tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica
Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor
nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis
verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem
permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e
mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas
A crianya deste eS1(3gio
E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar
abstratarnente no lugar do outro
bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos
por ques)
Ja pode agir por simula9ao como se
Possui percep9ao global sem discriminar detalhes
Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos
Exemplos
Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma
delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue
igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes
2330perat6rioconcreto
Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve
nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar
diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar
mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair
Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da
reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no
sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada
Exemplos
Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a
crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna
vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO
234 Operatorio-formal
Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas
cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A
representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando
mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes
Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar
solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade
Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam
seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0
raciocinio logico a todas as classes de problemas
Exemplos
Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha
enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a
irnagern de urna galinha cornendo graos
Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar
no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao
pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo
ludicidade
Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano
dos diferentes povos
A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he
uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo
utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em
alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um
fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras
pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve
dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba
usando os termos como sinonimos
Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de
auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao
In
com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a
socializadora a psicol6gica e a pedag6gica
Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as
crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0
brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede
de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol
um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias
infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos
constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos
respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de
brincar
A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel
pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista
do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais
distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar
nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a
aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma
percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida
Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve
e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em
palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus
problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda
perde a jago 0 mundo nao se acaba
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
VYGOTSKY
Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram
realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos
dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade
ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a
atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
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WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
construimos nossas mais fortes abstrayoes possibilitando a compreensao
mutua isto e a interaCao
~ imbuindo~se amplamente de ludicidade e de todo lirismo e harmonia que dal
advem (decorrente da observacao que se faz sobre a crianya) isso naa
representa espontaneismo ou permissividade ao contraria a esfarco a tentar
e 0 desafia sao candiyoes fundamentals de urn jogo juntamente com a estado
de prazer que a caracteriza prazer esse mediada par caisas significativas e
verdadeiras Exercer 0 espirita Judico e brincar jagar com a vida e com a
crianya criar vinculos e relayoes entre as diversos acontecimentos tecer teias
amarrar e desamarrar as fatos utilizar~se de adivinhas charadas e situacoes
pitorescas
~pensanda na estetica a partir da etica as crianyas levantam questoes sabre a
vida sobre 0 mundo sobre as pessoas Sao questoes irnportantes serias e
abrangentes deve-se assurnir esses questionarnentas e desejar ajuda~las na
constrUyaO de valores Muitas vezes so percebemos as situayoes
esteticamente como por exemplo as diferencas perceber eticamente significa
outra concepcao onde diferenca nao e 0 mesmo que desigualdade
- tendo nocao de historicidade lembrando que cada criama ou cada grupo de
criancas tem a sua propria historia com um fazer e urn saber diferente
portanto ao se realizar 0 planejamento faze-Ia convergir com sua leltura da (s)
crianca (s) em questao para desencadear sua pratica educativa
Sem duvida as atividades ludicas apresentam uma inesgotavel fante
de situac6es de aprendizagem tanto no desenvolvirnento fisico cognitiv~
intelectual e sobretudo no emacianal
2 ~APPENDIAGEM SEGUNDO VYGOTSIY
VYGOTSKY (1988) canstruiu sua teoria considerando 0
desenvolvimento do individuo como resultada de urn processo socia-historica
enfatizanda a papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvirnenta
sendo essa teo ria considerada historico-sacial Sua questaa central e a
aquisiCao de canhecimentas pela interaltao do sujeito com 0 meia
As concepoes de VYGOTSKY (1988) sabre a processa de
farmaCao de canceitas remetem as relac6es entre pensamento e linguagem a
questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao
processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de
conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida
cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores
como internalizacao mediada pela cultura
As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do
cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas
peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento
humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes
psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo
da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as
funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes
conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de
aprendizagem
Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0
desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao
enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos
mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas
simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento
como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao
esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no
construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social
pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do
mundo cultural que rodeia 0 individuo
Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos
grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela
que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre
o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais
superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto
sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas
A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de
representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite
construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual
seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de
informayoes conceitos e significayoes
o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento
do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade
externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal
VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos
processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0
pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e
emocao
A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0
desenvolvimento
Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados
par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que
a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a
capacidade de aprender com outra pessoa
A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo
abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a
crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn
adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as
pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)
nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os
processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um
conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer
sempre um grau de experiencia anterior para a crianca
o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de
internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo
que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a
atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao
inclusive sua transformacao por uma atividade mental
Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque
forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais
E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando
conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de
conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo
desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel
explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas
quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com
sua interferencia na zona proximal
Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das
interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros
rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna
intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos
pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa
intervenyaa a construrao de canceitas
o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele
que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores
linguagem e 0 proprio conhecimento
A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos
no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos
adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A
aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na
interayao com outras pessoas
23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET
Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente
do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo
cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para
Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de
uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma
sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem
de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos
Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya
descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de
transicao Essas 4 fases sao
Sensoria-motor (0 - 2 anos)
bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)
Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)
bull Operatorio-formal (8 -14 anos)
231 Sensorio-motor
Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe
comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio
Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo
causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela
avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO
1994)
Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa
pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a
sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com
eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e
imediato sem representayao ou pensamento
Exemplos
o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive
o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn
abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca
232 Pre-operatorio
E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn
abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta
substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e
tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica
Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor
nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis
verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem
permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e
mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas
A crianya deste eS1(3gio
E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar
abstratarnente no lugar do outro
bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos
por ques)
Ja pode agir por simula9ao como se
Possui percep9ao global sem discriminar detalhes
Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos
Exemplos
Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma
delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue
igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes
2330perat6rioconcreto
Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve
nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar
diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar
mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair
Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da
reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no
sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada
Exemplos
Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a
crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna
vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO
234 Operatorio-formal
Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas
cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A
representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando
mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes
Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar
solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade
Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam
seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0
raciocinio logico a todas as classes de problemas
Exemplos
Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha
enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a
irnagern de urna galinha cornendo graos
Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar
no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao
pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo
ludicidade
Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano
dos diferentes povos
A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he
uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo
utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em
alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um
fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras
pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve
dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba
usando os termos como sinonimos
Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de
auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao
In
com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a
socializadora a psicol6gica e a pedag6gica
Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as
crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0
brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede
de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol
um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias
infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos
constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos
respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de
brincar
A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel
pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista
do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais
distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar
nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a
aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma
percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida
Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve
e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em
palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus
problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda
perde a jago 0 mundo nao se acaba
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
VYGOTSKY
Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram
realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos
dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade
ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a
atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
questao cultural no processo de construcao de significados pelos individuos ao
processo de internalizacao e ao papel da escola na transrnissao de
conhecimento que e de natureza diferente daqueles aprendidos na vida
cotidiana Propoe urna visao de formacao das funcoes psiquicas superiores
como internalizacao mediada pela cultura
As conceploes de VYGOTSKY (1984) sobre 0 funcionamento do
cerebro humano colocam que 0 cerebro e a base biologica e suas
peculiaridades definem limites e possibilidades para 0 desenvolvimento
humano Essas concep90es fundamentam sua ideia de que as funcoes
psicologicas superiares (por ex linguagern mem6ria) sao construidas ao longo
da hist6ria social do homem em sua relacao com 0 mundo Desse modo as
funcoes psicologicas superiores referem-se a processos voluntarios acoes
conscientes mecanismos intencionais e depend em de processos de
aprendizagem
Urna ideia central para a com preen sao de suas concep90es sobre 0
desenvolvimento humano como processo s6cio-historico e a ideia de mediaCao
enquanto sujeito do conhecimento 0 homem nao tern acesso direto aos objetos
mas acesso mediado atraves de recortes do real operados pelos sistemas
simb61icos de que dispoe portanto enfatiza a construcao do conhecimento
como uma interacao mediada p~r varias relacoesbullou seja 0 conhecimento nao
esta_sendo visto como uma acaodo sujeito sobre a realidade assim como no
construtivismo e sim pela mediacao feita par outros sujeitos 0 outro social
pode apresentar-se por meio de objetos da organizacao do ambiente do
mundo cultural que rodeia 0 individuo
Segundo VYGOTSKY (1988) a linguagem sistema simb61ico dos
grupos humanos representa urn saito qualitativ~ na evolucao da especie E ela
que fomece os conceitos as formas de organizaC80 do real a mediacao entre
o sujeito e 0 objeto do conhecimento E por meio dela que as funcoes mentais
superiores sao social mente formadas e cultural mente transmitidas portanto
sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas
A cultura fornece ao individuo os sistemas simb61icos de
representacao da realidade ou seja 0 universo de significacoes que permite
construir a interpreta9ao do mundo real Eta de 0 local de negocia90es no qual
seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de
informayoes conceitos e significayoes
o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento
do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade
externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal
VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos
processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0
pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e
emocao
A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0
desenvolvimento
Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados
par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que
a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a
capacidade de aprender com outra pessoa
A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo
abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a
crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn
adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as
pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)
nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os
processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um
conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer
sempre um grau de experiencia anterior para a crianca
o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de
internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo
que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a
atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao
inclusive sua transformacao por uma atividade mental
Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque
forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais
E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando
conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de
conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo
desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel
explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas
quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com
sua interferencia na zona proximal
Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das
interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros
rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna
intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos
pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa
intervenyaa a construrao de canceitas
o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele
que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores
linguagem e 0 proprio conhecimento
A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos
no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos
adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A
aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na
interayao com outras pessoas
23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET
Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente
do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo
cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para
Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de
uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma
sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem
de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos
Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya
descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de
transicao Essas 4 fases sao
Sensoria-motor (0 - 2 anos)
bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)
Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)
bull Operatorio-formal (8 -14 anos)
231 Sensorio-motor
Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe
comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio
Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo
causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela
avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO
1994)
Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa
pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a
sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com
eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e
imediato sem representayao ou pensamento
Exemplos
o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive
o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn
abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca
232 Pre-operatorio
E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn
abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta
substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e
tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica
Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor
nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis
verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem
permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e
mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas
A crianya deste eS1(3gio
E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar
abstratarnente no lugar do outro
bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos
por ques)
Ja pode agir por simula9ao como se
Possui percep9ao global sem discriminar detalhes
Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos
Exemplos
Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma
delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue
igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes
2330perat6rioconcreto
Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve
nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar
diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar
mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair
Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da
reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no
sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada
Exemplos
Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a
crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna
vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO
234 Operatorio-formal
Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas
cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A
representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando
mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes
Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar
solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade
Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam
seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0
raciocinio logico a todas as classes de problemas
Exemplos
Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha
enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a
irnagern de urna galinha cornendo graos
Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar
no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao
pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo
ludicidade
Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano
dos diferentes povos
A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he
uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo
utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em
alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um
fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras
pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve
dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba
usando os termos como sinonimos
Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de
auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao
In
com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a
socializadora a psicol6gica e a pedag6gica
Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as
crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0
brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede
de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol
um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias
infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos
constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos
respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de
brincar
A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel
pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista
do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais
distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar
nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a
aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma
percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida
Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve
e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em
palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus
problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda
perde a jago 0 mundo nao se acaba
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
VYGOTSKY
Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram
realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos
dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade
ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a
atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
seus membros estao em constante processo de recriayao e reinterpretayao de
informayoes conceitos e significayoes
o processo de intemalizacao e fundamental para 0 desenvolvimento
do funcionamento psicologico humano A internaliza9ao envolve uma atividade
externa que deve ser modificada para tornar-se uma atividade interna einterpessoal e se torna intrapessoal
VYGOTSKY (1988) usa 0 termo funcao mental para referir-se aos
processos de pensamento memoria percepyao e atenyao Coloca que 0
pensamento tem origem na motivayao interesse necessidade impulso afeto e
emocao
A interayao social e 0 instrumento lingOistico sao decisivos para 0
desenvolvimento
Existem pelo menos dois niveis de desenvolvimento identificados
par VYGOTSKY (1977) um real jil adquirida au farmada que determina a que
a crianca ja e capaz de fazer par si propria e urn potencial au seja a
capacidade de aprender com outra pessoa
A aprendizagem interage com a desenvolvimento produzindo
abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distancia entre aquila que a
crianca faz sozinha e 0 que ela e capaz de fazer com a intervencao de urn
adulto potencialidade para aprender que nao e a mesma para todas as
pessoas ou seja distancia entre degnivel de desenvolvimento real e 0 potenCial)
nas quais as interayoes socials sao centrais estando entao ambos os
processos aprendizagem e desenvolvimento inter-relacionados assim um
conceito que se pretenda trabalhar como par exemplo em matematica requer
sempre um grau de experiencia anterior para a crianca
o desenvolvimento cognitive e produzido pele processo de
internalizacao da interaf)ao social com materials fornecidos peta cultura sendo
que 0 processo se constroi de fora para dentro Para VYGOTSKY (1991) a
atividade do sujeito refere-se ao dominio dos instrumentos de mediayao
inclusive sua transformacao por uma atividade mental
Para ele 0 sujeito nao e apenas ativo mas interativo porque
forma conhecimentos e se constitui a partir de relacoes intra e lnterpessoais
E na troca com outros sujeitos e consigo proprio que se vao internalizando
conhecimentos papels e funcoes sociais a que permite a formayao de
conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo
desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel
explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas
quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com
sua interferencia na zona proximal
Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das
interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros
rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna
intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos
pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa
intervenyaa a construrao de canceitas
o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele
que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores
linguagem e 0 proprio conhecimento
A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos
no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos
adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A
aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na
interayao com outras pessoas
23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET
Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente
do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo
cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para
Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de
uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma
sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem
de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos
Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya
descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de
transicao Essas 4 fases sao
Sensoria-motor (0 - 2 anos)
bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)
Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)
bull Operatorio-formal (8 -14 anos)
231 Sensorio-motor
Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe
comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio
Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo
causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela
avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO
1994)
Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa
pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a
sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com
eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e
imediato sem representayao ou pensamento
Exemplos
o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive
o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn
abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca
232 Pre-operatorio
E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn
abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta
substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e
tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica
Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor
nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis
verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem
permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e
mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas
A crianya deste eS1(3gio
E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar
abstratarnente no lugar do outro
bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos
por ques)
Ja pode agir por simula9ao como se
Possui percep9ao global sem discriminar detalhes
Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos
Exemplos
Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma
delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue
igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes
2330perat6rioconcreto
Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve
nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar
diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar
mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair
Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da
reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no
sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada
Exemplos
Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a
crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna
vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO
234 Operatorio-formal
Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas
cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A
representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando
mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes
Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar
solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade
Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam
seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0
raciocinio logico a todas as classes de problemas
Exemplos
Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha
enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a
irnagern de urna galinha cornendo graos
Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar
no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao
pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo
ludicidade
Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano
dos diferentes povos
A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he
uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo
utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em
alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um
fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras
pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve
dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba
usando os termos como sinonimos
Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de
auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao
In
com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a
socializadora a psicol6gica e a pedag6gica
Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as
crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0
brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede
de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol
um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias
infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos
constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos
respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de
brincar
A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel
pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista
do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais
distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar
nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a
aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma
percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida
Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve
e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em
palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus
problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda
perde a jago 0 mundo nao se acaba
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
VYGOTSKY
Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram
realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos
dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade
ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a
atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
conhecimentos e da propria consciemcia Trata-se de urn processo
desencadeia 0 processo ensino-aprendizagem 0 professor tern 0 papel
explicito de interferir no processo diferentemente de situB90es informais nas
quais a crianca aprende por imersao em urn ambiente cultural Portanto epapel do docente provocar avanltos nos alunos e is so se torna possivel com
sua interferencia na zona proximal
Ve-se ainda como fator relevante para a educay8o decorrente das
interpretaroes das teorias de Vygotsky a importancia da atuarao dos outros
rnembros do grupo social na mediayao entre a cultura e 0 individuo pOis urna
intervenrao deliberada desses rnembros da cultura nessa perspectiva eessencial no processo de desenvolvimento Isso nos mostra os processos
pedag6gicos como intencionais deliberados sendo 0 objeto dessa
intervenyaa a construrao de canceitas
o aluno nao e tao samente a sujeita da aprendizagem mas aquele
que aprende junto ao outro 0 que a seu grupo social produz tal como valores
linguagem e 0 proprio conhecimento
A formar8o de conceitos espontaneos ou cotidianos desenvolvidos
no decorrer das interaroes sociais diferenciam-se dos conceitos cientificos
adquiridos pelo ensino parte de urn sistema organizado de conhecimentos A
aprendizagem e fundamental ao desenvolvimento dos processos internos na
interayao com outras pessoas
23 APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET
Piaget quando descreve a aprendizagem tern um enfoque diferente
do que normal mente se atribui a esta palavra Piaget separa 0 processo
cognitivo inteligente em duas palavras aprendizagem e desenvolvimento Para
Piaget segundo MACEDO (1994) a aprendizagem refere-se a aquisi~ao de
uma resposta particular aprendida em funrao da experiemcia obtida de forma
sistematica ou nao Enquanto que 0 desenvolvimento seria uma aprendizagem
de fato sendo este 0 responsavel pel a formarao dos conhecimentos
Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya
descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de
transicao Essas 4 fases sao
Sensoria-motor (0 - 2 anos)
bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)
Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)
bull Operatorio-formal (8 -14 anos)
231 Sensorio-motor
Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe
comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio
Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo
causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela
avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO
1994)
Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa
pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a
sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com
eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e
imediato sem representayao ou pensamento
Exemplos
o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive
o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn
abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca
232 Pre-operatorio
E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn
abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta
substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e
tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica
Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor
nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis
verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem
permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e
mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas
A crianya deste eS1(3gio
E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar
abstratarnente no lugar do outro
bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos
por ques)
Ja pode agir por simula9ao como se
Possui percep9ao global sem discriminar detalhes
Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos
Exemplos
Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma
delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue
igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes
2330perat6rioconcreto
Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve
nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar
diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar
mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair
Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da
reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no
sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada
Exemplos
Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a
crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna
vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO
234 Operatorio-formal
Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas
cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A
representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando
mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes
Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar
solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade
Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam
seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0
raciocinio logico a todas as classes de problemas
Exemplos
Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha
enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a
irnagern de urna galinha cornendo graos
Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar
no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao
pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo
ludicidade
Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano
dos diferentes povos
A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he
uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo
utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em
alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um
fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras
pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve
dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba
usando os termos como sinonimos
Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de
auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao
In
com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a
socializadora a psicol6gica e a pedag6gica
Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as
crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0
brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede
de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol
um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias
infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos
constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos
respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de
brincar
A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel
pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista
do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais
distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar
nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a
aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma
percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida
Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve
e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em
palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus
problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda
perde a jago 0 mundo nao se acaba
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
VYGOTSKY
Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram
realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos
dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade
ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a
atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
Piaget quando pastula sua leoria sabre a desenvolvimento da crianya
descreve-a basicamente em 4 estados que ele proprio chama de fases de
transicao Essas 4 fases sao
Sensoria-motor (0 - 2 anos)
bull Pre-aperat6ria ( 2 - 78 anas)
Operatorio-concrelo ( 8 - 11 anos)
bull Operatorio-formal (8 -14 anos)
231 Sensorio-motor
Neste estagio a partir de reflexos neurologicos basicos a bebe
comeCa a construir esquemas de acao para assimilar mental mente a meio
Tambem e marcado pela construyao pratica das noc5es de objeto espayo
causalidade e tempo As noc5es de espaco e tempo sao conslruidas pela
avao configurando assim uma inteligencla essencialmente pratlca (MACEDO
1994)
Canfarme MACEDO (1994 p 124) e assim que as esquemas vaa
pouco a pouco diferenciando-se e inlegrando-se no mesmo tempo em que a
sujeilo val se separando dos objetos podendo par isso mesmo inleragir com
eles de forma mats complexa Diz-se que a cantata com a meio e direto e
imediato sem representayao ou pensamento
Exemplos
o bebe pega 0 que esta em sua mao mama a que e posta em sua boca Ive
o que esta diante de si Aprimorando esses esquemas e capaz de ver urn
abjeta pega-Ia e leva-Ia abaca
232 Pre-operatorio
E nesta fase que surge na crianca a capacidade de substituir urn
abjeto au acontecimento par uma representacao (PIAGET 1996) e esta
substituicao e passivel graCas a funcao simbolica Assim este estagio e
tambem multo conhecido como 0 estagio da Inteligencia Simbolica
Contudo MACEDO (1994) lembra que a atividade sensoria-motor
nao esta esquecida ou abandon ada mas refinada e mais sofisticada pOis
verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem
permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e
mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas
A crianya deste eS1(3gio
E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar
abstratarnente no lugar do outro
bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos
por ques)
Ja pode agir por simula9ao como se
Possui percep9ao global sem discriminar detalhes
Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos
Exemplos
Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma
delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue
igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes
2330perat6rioconcreto
Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve
nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar
diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar
mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair
Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da
reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no
sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada
Exemplos
Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a
crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna
vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO
234 Operatorio-formal
Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas
cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A
representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando
mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes
Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar
solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade
Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam
seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0
raciocinio logico a todas as classes de problemas
Exemplos
Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha
enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a
irnagern de urna galinha cornendo graos
Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar
no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao
pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo
ludicidade
Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano
dos diferentes povos
A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he
uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo
utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em
alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um
fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras
pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve
dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba
usando os termos como sinonimos
Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de
auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao
In
com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a
socializadora a psicol6gica e a pedag6gica
Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as
crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0
brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede
de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol
um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias
infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos
constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos
respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de
brincar
A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel
pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista
do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais
distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar
nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a
aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma
percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida
Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve
e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em
palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus
problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda
perde a jago 0 mundo nao se acaba
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
VYGOTSKY
Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram
realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos
dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade
ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a
atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
verificamiddotse que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem
permitindo que a mesma explore melhor 0 ambiente fazendo uso de mais e
mais sofisticados movimentos e percepyoes intuitivas
A crianya deste eS1(3gio
E egocentrica centrada em si mesma e nao con segue se colocar
abstratarnente no lugar do outro
bull Nao aceita a ideia do acaso e tudo deve ter urna explica9aO (e fase dos
por ques)
Ja pode agir por simula9ao como se
Possui percep9ao global sem discriminar detalhes
Oeixa se levar pela aparencia sem relacionar fatos
Exemplos
Mostrammiddotse para a crianya duas bolinhas de massa iguais e da-se a uma
delas a forma de salsicha A crian9a nega que a quantidade de massa continue
igual pois as formas sao diferentes Nao relaciona as situayoes
2330perat6rioconcreto
Conforme N1TZKE (1997) neste estagio a crian9a desenvolve
nOyoes de tempo espa90 velocidade ordem sendo entao capaz de relacionar
diferentes aspectos e abstrair dados da reaJidade Apesar de naD se limitar
mais a uma representayao imediata depende do mundo concreto para abstrair
Um importante conceito desta fase e 0 desenvolvimento da
reversibilidade ou seja a capacidade da representa9ao de uma ayao no
sentido inverse de uma anterior anulando a transforma9aO observada
Exemplos
Oespejamiddotse a agua de dois copos em outros de formatas diferentes para que a
crianya diga se as quantidades continuam iguais A res posta e afirmativa urna
vez que a crian9a ja diferencia aspectos e e capaz de refazer a a9aO
234 Operatorio-formal
Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas
cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A
representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando
mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes
Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar
solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade
Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam
seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0
raciocinio logico a todas as classes de problemas
Exemplos
Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha
enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a
irnagern de urna galinha cornendo graos
Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar
no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao
pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo
ludicidade
Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano
dos diferentes povos
A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he
uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo
utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em
alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um
fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras
pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve
dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba
usando os termos como sinonimos
Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de
auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao
In
com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a
socializadora a psicol6gica e a pedag6gica
Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as
crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0
brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede
de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol
um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias
infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos
constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos
respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de
brincar
A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel
pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista
do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais
distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar
nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a
aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma
percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida
Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve
e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em
palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus
problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda
perde a jago 0 mundo nao se acaba
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
VYGOTSKY
Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram
realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos
dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade
ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a
atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
Segundo WADSWORTH (1996) e neste momento que as estruturas
cognitivas da crianca alcancam seu nivel mais elevado de desenvolvimento A
representayao agora permite a criany8 uma abstraC80 total nao se limitando
mais a representacao imediata e nem as relacoes previamente existentes
Agora a crianC8 e capaz de pensar logicamente formular hip6teses e buscar
solu90es sem depender mais 56 da observacao da realidade
Em outras palavras as estruturas cognitivas da criancya alcancam
seu nivel mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar 0
raciocinio logico a todas as classes de problemas
Exemplos
Se Ihe pedem para analisar urn proverbio como de graD em graD a galinha
enche 0 papa a crianC8 trabalha com a logica da ideia (metafora) e nao com a
irnagern de urna galinha cornendo graos
Neste sentido 0 jogo aparece como instrumento ideal para auxiliar
no desenvolvimento dos estagios apresentados por Piaget
24 A IMPORTANCIA DO JOGO
Quando se pensa em crian1a pensa-se em movimento Ao
pensarmos em movimento pensamos em brincadeiras brinquedo jogo
ludicidade
Oesde as sociedades primitivas 0 jogo esteve integrado ao cotidiano
dos diferentes povos
A palavra jogo vern sendo utilizada indiscriminadamente dando-I he
uma nogao ambigua Os conceitos de jogo e brincadeira acabam sendo
utilizados como sinonimos embora 0 primeiro pare9a diferir do segundo em
alguns aspectos Enquanto a brincadeira aparenta ser mais livre possuir um
fim em si mesma e realizar-se com apenas urn elemento 0 jogo possui regras
pode ser utilizado como meio para chegar-se a urn tim e geralmente envolve
dois ou mais participantes Apesar das diferengas a maioria dos autores acaba
usando os termos como sinonimos
Por que jogar 0 jogo propicia importantes func6es capazes de
auxiliar 0 desenvolvimento do ser humano na aprendizagern e na integragao
In
com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a
socializadora a psicol6gica e a pedag6gica
Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as
crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0
brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede
de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol
um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias
infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos
constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos
respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de
brincar
A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel
pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista
do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais
distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar
nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a
aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma
percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida
Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve
e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em
palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus
problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda
perde a jago 0 mundo nao se acaba
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
VYGOTSKY
Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram
realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos
dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade
ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a
atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
com 0 ambiente A atividade Judica tern tres importantes funcoes a
socializadora a psicol6gica e a pedag6gica
Do ponto de vista cultural e social 0 Judico tende a inserir as
crianyas no seu meio ensinando-as diversos aspectos de sua cultura 0
brincar fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede
de relacoes onde estao implicados valores e costumes 0 brinquedo sempre fol
um objeto do adulto para a crianya e permite 0 desenvolvimento das fantasias
infantis Apesar do fascinio que exercem sobre a crianca as brinquedos
constituem uma imposicao dos mais velhos para os quais os pequenos
respondem sabiamente atraves da correltao au da mudanlta na forma de
brincar
A simplicidade de determinados brinquedas talvez seja responsavel
pelo encanto que possuem E a simplicidade que aproxima a crianya do artista
do magico e do colecionadof Quanta mais atraente for a brinquedo mais
distante estara do seu valor como instrumento de brincar A essencia do brincar
nao e fazer como se mas fazer sempre de novo E nesse momenta que ha a
aquisicao de um saber fazer capaz de transformar a experiemcia em habito Eatraves do brincar que a crianca se encontra com 0 mundo de corpo e alma
percebe como ele e e dele recebe elementos importantes para a sua vida
Do ponto de vista psicol6gico e atraves do brincar que a crianlta ve
e constr6i a mundo expressa aquila que tern dificuldade de colocar em
palavras Sua escolha e mativada por processos e desejas intimas pelos seus
problemas e ansiedades E brincanda que a crianlta aprende que quanda
perde a jago 0 mundo nao se acaba
241 JOGOS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS SEGUNDO PIAGET E
VYGOTSKY
Os primeiros estudos sabre deg ludico na visao de Piaget foram
realizados com animais e mastraram caracteristicas diferentes entre as jogos
dos animais e dos seres humanos No animal 0 jogo nao possui finalidade
ocorre por prazer imediata realiza-se instintivamente ja entre as homens a
atividade passui finalidade que pode modificar-se rapidamente de acordo com
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
o objetivo daquele que joga 0 prazer pode ocorrer ao 10ngo do tempo e surgem
algumas caracteristicas fundamentais como 0 simbolismo a ilusao e a regra
Brincar e a primeira forma de cultura do ser humano Brincar e uma
experieuroOcia fundamental para 0 ser humano em qualquer idade especialmente
para as crian~s pois elas interagem com oreal descobrem degmundo que as
cerca se organizam se socializam
Para PIAGET (1975)0 jogo e definido como sendo a assimilalao
quase pura quer dizer pensamento orientado pela preocupacao dominante da
satisfacao individual
PIAGET (1975) trouxe relevante contribuicao para os educadores
no sentido de perceber a importancia para 0 desenvolvimento e suas relacoes
com a aprendizagem Segundo ele a origem do jogo esta na irnitayao e imitar
consiste em reproduzir um objeto na presenya do mesma E um processo de
assimilayao funcional quando 0 exercicio ocorre pelo simples prazer Quando
a crianya e capaz de representar um objeto na auseuromcia do mesmo significa
uma evocacao simb6lica havencto uma ligacao entre a imagem (significante) e
o conceito (significado) capaz de originar 0 jogo simb61ico (faz-de-conta)
onde se exercita uma forma particular de pensamento que e a imagina98o
Essa associa98o entre 0 significante e 0 significado a capaz de favorecer 0
desenvolvimento da linguagem quando a fala acompanha a 8yaO
o jogo simbalico vai cedendo lugar ao jogo de regras porque a
crianca passa do exercicio simples as combina90es sem finaJidade e depois
com finalidade Ao mesmo tempo a exercicio torna-se coletivo podendo ser
regulado evoluindo para 0 aparecimento de regras As regras supoem relacoes
sociais ou interpessoais e envolvem justi9a e honestidade 0 respeito a elas
provem de acordos mutuos e nao mera aceita980 de principios impostos As
regras substituem as simbolos e sao para Piaget a prova concreta do
desenvolvimento da crian9a
PIAGET (1975) fez 0 estudo mais completo sobre a evolucao do
jogo na crian9a Criou uma classifica9ao para os jogos realizada em cima de
registros e observa90es de jogos utilizados por crian98s em diversos lugares
Esta classifica9030 e composta de tres categorias jogo de exercicio sens6rio
motor jogo simb61ico e a jogo das regras
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
No j090 de exercicio sensoria motor a atividade hjdica apar
como simples exercicio motor dependendo apenas da maturacao do aparel
funcionamento Aparece na fase pre-verbal de zero a dais anos e consiste na
repeti9ao de gestos e movimentos simples
A segunda categoria 0 jogo simbalico aparece entre os 2 e 6 anos
ou seja jogo da imaginayao ou de imitayao A crianca ao utilizar esses jogos
passa a apropriar-se da realidade liquidando conflitos compensando
necessidades nao satisfeitas ou simplesmente invertendo papeis E 0 mundo
do faz-de-conta que permite a crianca realizar sonhos e fantasias que aliviam
as suas tens6es e frustrac6es
o jogo das regras que representa a terceira categoria comelYCla 5e
manifestar par volta dos cinco anos tendo 0 seu periodo de desenvolvimento
maior entre os sete e doze anos e vai predominar durante toda a vida do
individuo E formado por urn conjunto de leis (as regras) que e imposta pelo
grupo e a sua viola9ao e considerada uma falta E importantissimo para 0
desenvolvimento da autonomia moral E atraves dele que as criancas
constraem as relacoes de parcerias de respeito alem de desenvolverem a
capacidade perceptiva e critica frente aos demais jogadores
Contemporaneo de Piaget Vygotsky demonstrou diferencas
profundas na concepcao desse desenvolvimento Estando ambos os autores
fundamental mente interessados em toda a gama de desenvolvimento mental
desde a infancia ate a adolescencia a conceito biol6gico de desenvolvimento
de Piaget como sendo uma questao de maturacao e desdobramento foi
rejeitado por Vygotsky Segundo Vygotsky a adaptayao da crianya e bastante
mais ativa e men os determinista (LATAILLE 1992) Ou seja deu maiorenfase
it cultura do que a heranca biologica para 0 desenvolvimento cognitiv~
o conceito central da teoria de Vygotsky e 0 de Zona de
Desenvolvimento Proximo que define como a discrepancia entre 0
desenvolvimento atual da crianca e 0 nivel que atinge quando resolve
problemas com auxilio Partindo deste pressuposto considera-se que todas as
criancas podem fazer mais do que 0 conseguiriam fazer por si 565
No desenvolvimento a imitaq~o e 0 ensino
desempenham um papeJ de primeira importancia Poem
L1
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
em evideuromcia as qualidades especificamente humanas do
cerebra e conduzem a crianca a aUngir novos niveis de
desenvolvimento A crianqa fara amanha sozinha aquilo
que hoje e capaz de fazer em cooperaqao Por
conseguinfe 0 unico tipo correto de pedagogia e aquele
que segue em avanqo relativamenfe ao desenvolvimento
e 0 guia deve ter por objetivo nao as fungoes maduras
mas as funq6es em vias de maturaqao (VYGOTSKY
1977 p138)
Muitos dos escritos de Vygotsky que apresentam 0 conceito de Zona
do Desenvolvimento Pr6ximo fazem referencia a crian9a em idade escolar no
entanto isla nao significa que a autor considere que este conceitD seja apenas
aplicavel em ida de escolar e em consequencia do papel exercido pelas
aprendizagens forma is 0 autor realva igualmente 0 papel do jogo da crianya
na medida em que este possibilita a criacao de uma Zona de Oesenvolvimento
Proximo
Como afirma MACEDO (1994) as concepq6es de Vigotsky e Piaget
quanta ao papel do ogo no desenvolvimento cognitiv~ diferem radicalmente
Para Piaget no jogo prepondera a assimHavao ou seja a crian9a assimila no
jogo 0 que percebe da realidade as estruturas que ja construiu e neste sentido
o jogo nao e determinante nas modifica90es das estruturas Para Vygotsky a
jogo proporciona altera9ao das estruturas
Po ultimo importa referir que existe outra ideia fundamental em Vygotsky
relativamente ao jogo que se relaciona com deg papel que 0 autor atribui a
imagina9ao urn dos pontos em que em nossa opiniao a discrepemcia entre 0
autor e Piaget mais se acentua Havera dais tipos fundamentais de conduta
humana que constituem a pasticidade do nosso cerebro
1 atividade reprodutora em estreita rela980 com a memoria
2 atividade criadora e combinatoria em estreita relacao com a
imaginav8o
Ora a relacao entre 0 jogo e 0 desenvolvimento cognitivo na crianca
deve tambem procurar-se na rela980 entre a jogo e a atividade combinatoria
do cerebro a essencia da criatividade Segundo 0 autor uma das questoes
4
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
mais importantes da psicologia e da pedagogia infantil diz respeito a
criatividade das crian98-s 0 seu desenvolvimento e a importancia do trabalho
criador para a evolucao e maturacao da crianca
Como 0 proprio autor afirma os processos de crialtao sao
observaveis sobretudo nos jogos da crianca porque no jogo a crianya
representa e produz muito mais do que aquila que viu
Todos eonheeemos a grande papel que nos jogos da
crianC8 desempenha a imit8C8o eom muita frequeneia
estes jogos sao apenas urn eeo do que as erianC8s viram
e eseutaram aos adullos nao obstante estes elementos
da sua experieuromcia anterior nunca se reproduzem no jogo
de forma absolulamente igual e como aeontecem na
realidade 0 jogo da erianca nao e uma recordacao
simples do vivido mas sim a fransformacao eriadora das
impress6es para a formacao de uma nova reaidade que
responda as exigeuromeias e inelinacoes da pr6pria eriama
(VYGOTSKY 1988 p12)
Esta ideia de transformacao criadora e complemente diferente da
ideia de Piaget de assimilacao do real ao eu Tanto em Vygotsky como em
Piaget se fala numa transformaC8o do real por exigencia das necessidades da
crianC8mas enquanto que em MACEDO (1994) a imaginacao da crianca nao
e rna is do que atividade da realidade em Vygotsky a crianca cria (desenvolve
o comportamento combinatorio) a partir do que conhece das oportunidades do
meio e em funcao das suas necessidades e preferencias
VYGOTSKY (1988) 0 que a crianya ve e escuta (impressoes
percebidas) constituem os primeiros pontos de apoio para a sua futura criacao
ela acumula material com 0 qual depois estrutura a sua fantasia que progride
num complexo processo de transformacao em que jogam a dissociaqao e a
assoeiaqao como principais componentes do processo Toda a impressao
representa um todo complexo composto par um conjunto de partes diferentes e
a dissociaqao consiste na divis80 dessas partes das quais se destacam
apenas algumas atraves de um processo de comparacao entre elas Para unir
posteriormente as diferentes elementos 0 homem tem de romper com a relaC8o
natural em que os elementos foram per~bidol A imaginayao depende da
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
experieuromcia das necessidades e dos interesses assim como da capacidade
combinatoria e do exercicio contido nessa atividade e nao podemos reduzir a
imaginacao as necessidades e sentimentos do homem
(
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
3 0 usa DE BRINQUEDOS E JOG OS NO PROCESSO PEDAGOGICO
o usa de brinquedos e jogos e fundamental no processo pedagogico
quando se tern em vista a constrwao do conhecimento e do saber bern como
conhecer a modalidade de aprendizagem do aluno Em cada individuQ existe
urna particular modalidade de aprender urna maneira pessoal para aproximar-
se do conhecimento essa modalidade constr6i-se desde 0 nascimento e
atraves dela nos deparamos com a angustia inerente ao conhecer-
desconhecer E como urna matriz um malde um esquema de operar que
vamos utilizando nas diferentes situa90es de aprendizagem
Existe urna abordagem muito redutora que atribui 0 processo de
aprendizagem a urna au duas variEweis somente Ex situaltao familiar (variavel
psicol6gica) e a mais utilizada 0 processo de aprendizagem da crianca e
compreendido como urn processo pluricausal abrangente implicando
componentes de varios eixos de estruturacao afetivos cognitivos motores
sociais economicos politicos etc A causa das dificuldades de aprendizagem
deixa de ser 10calizada somente no aluno no professor ou na familia e passa a
ser vista como um processo maior com inumeras variaveis
Boa parte de profissionais da educacao adotam uma concepyao
redutora do modelo piagetiano concebendo 0 processo ensino-aprendizagem
de uma maneira estatica universalista e atemporal Deixam de lado as
contribuilt6es mais importantes de Piaget em reJacao aos processos de
equilibracao e reequilibraltao das estruturas cognitivas
o cerebro nao e urn sistema de fun96es fixas e imutaveis mas um
sistema aberto de grande plasticidade Dadas as imensas possibilidades de
realiza930 humana essa plasticidade e fundamental 0 cerebro pode servir a
novas funcoes sem que sejam necessarias transformacoes no orgao fisico 0homem transforma-se de biologico em socio-historico nurn processo em que a
cultura e parte essencial da constituicao da natureza humana
o desenvolvimento psicol6gico naa e urn processo abstrato
descontextualizado universal mas particularmente no que se refere as funcentes
superiores tipicamente humanas esta baseado fortemente nos modos
culturalmente construidos
11
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
E necessario perceber cada aiuno em toda a sua singuiaridade e
especificidade e eiaborar urn programa direcionado a atender as suas
necessidades E a percep9aO desta singularidade que vai comandar 0
processo e nao um modelo universal com uma concepcao pre-estabeiecida do
processo de desenvolvimento do sujeito 0 processo de ensino-aprendizagem
e multifacetado apresentando paradas saltos transforma90es bruscas as
quais devemos estar sempre atentos
Hoje talvez 0 problema mais escaldante e 0 da transmissao do
saber muitas vezes imperando 0 problema da alienayao Pode-se dizer que
nas estruturas de aliena9ao no saber e como se os sujeitos nao se dessem
conta do que estao fazendo Fazem porque todo mundo faz Deve-se ter
ciareza do papel e lugar do professor e do aluno 1550 servira como guia de
a9ao forma previa de conceber como a professor e 0 aluno dever130 agir e se
comportar mutua mente Essa questao deve encontrar-se no ambito da propria
linguagem sendo composta por habitos repeti90es estereotipos clausulas
obrigatorias e palavras-chaves que estruturam 0 pensamento dos sujeitos
Esses simbolos podem tanto aproximar como distanciar das coisas e das
pessoas
MAZZONI (1999) afirrna que as estruturas de aliena9aO no saber
sao modos de a9aO social mente determinados que estruturam 0 que dizer e 0
que fazer em urn determinado momento 0 mesmo conteudo que 0 professor
aprendeu na universidade para forma-Io e informa-Io pode em certos
momentos colidir com as suas novas necessidades Quando se assinala a
importancia da constante reciclagern do professor nao e so porque as teorias
mudam mas porque os simbolos tambem se modificam impedindo 0 professor
de estabelecer urn melhor contato com seus alunos Nao se pode permitir que
aquilo que 0 professor aprendeu durante 0 periodo que era estudante norteie
sua forma de a9130 para 0 resto da vida 0 que eram guias eficazes no
principio aos poucos se transformam em fOllTlas estereotipadas de enxergar
os seus alunos Formas que levarn a estabelecer certos habitos certas
repeti90es certas palavras-chaves etc
Outra forma de aliena9ao no saber sao as formas prefixadas do
cotidiano escolar que engolem as rela90es socia is tendendo despersonaliza-
las esvaziando-as de urn contato mais aprofundado entre as sujei~os Com 0
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
aluno tambern pode acontecer isso ele passa a lidar com 0 professor ou com a
situa9ao eseolar de urna forma preconcebida 0 professor passa a ter uma
imagem fixada estabelecida a partir de sua interayao com a classe ou atraves
de situac6es passadas Esta forma estereotipada passa a reger todo 0 contato
do aluno com 0 professor e vice-versa
As estruturas de alienacao no saber podem gerar tambem a
alienayao de estruturas individuals envolvendo a questao do conteudo Elmportante que 0 professor perceba que a forma como a crianca reage ao
objeto de aprendizagem nae e sirnplesmente urn prod uta do processo de sua
interacao com 0 mesmo no momenta mas urn produto de sua hist6ria pessoal
e so~iElI A p$Qagogia deve propiciar urna forma mais aprofundada de se
trabalhar com 0 aluno Deve levar em consideracao as necessidades
especificas de cada aluno privilegiando a escuta do que esta realmente
acontecendo naquele momento isto porque a sistema simb61ico imaginario do
aluno e unico naD se devendo lidar com ele a partir de esquemas generalistas
Os objetos utilizados na aprendizagem nao tern uma existencia
neutra Ees refJetem 0 pr6prio processo interior do aluno e do professor Se a
professor nao souber trabalhar aprofundadamente com 0 material introduzido
em algum momento os alunos perceberao a sua postura insegura
Para que se tenha sucesso no use de brinquedos jogos e materials
pedag6gicos e necessario romper com algumas estruturas de aliena9aO no
saber como
- a conceP9ao e capacidade Judica do professor urn professor que nao sabe
ou nao gosta de brinear dificilmente desenvolvera a capacidade ludica dos
alunos Ele parte do principia que brincar e bobagem perda de tempo Antes
de lidar com a ludicidade do aluno e preciso que 0 professor desenvolva a sua
pr6pria au assumira urna postura artificial facilmente identificada pelos alunos
- 0 modo estereotipado de 0 professor conceber 0 material nao olhar 0 material
com uma atitude distanciada colocando-se como tecnico ou especialista mas
sim como quem brinca com 0 mesmo olhar como crianya com curiosidade
- as formas estereotipadas de 0 professor conceber a aluno a irnagem que a
professor tern do aluno nao e 0 aluno Este esta em urn outro lugar tendo de
ser resgatado atraves da relacao profissional-aluno E 0 proprio aluno que tern
de dizer quem e do que gosta com 0 que quer brincar etc
Llt)
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
- as formas estereotipadas e previas que 0 aluno concebe sobre 0 professor a
instituivao 0 material proposto elas podem impedir ou atrapalhar os rumos do
processo de ensino-aprendizagem se 0 aluno naD gosta do professor da
escola ou do material proposto e bastante comum a rejeiCBo sem tentar
estabelecer urna outra forma de interacBo
- as formas estereotipadas que envolvem 0 uso do material a ser empregado
muitas vezes 0 professor utiliza as brinquedos jogos e materia is pedagogicos
de uma maneira redutora e rotineira 0 profissional podera criar locais onde em
seu proprio rHmo de trabalho a crianya podera escolher livremente 0 que fazer
apresentando-se grande variedade de material envolvendo varias areas de
interesse No final da atividade pode-se pedir para a crianca verbalizar 0 que
sentiu ao brincar com a material elas podem apenas dizer que nao queriam
brincar que queriam conversar au ficar paradas 0 aluno podera fazer coisas
total mente imprevistas com 0 material que podem ser consideradas
inadequadas e preciso julgar estas acoes na perspectiva da crianC8 somente
o aluno a partir da sua historia de vida conhece as razoes para agir daquela
maneira
- Deve-s8 ter em mente que os brinquedos jogos e materiais pedagogicos nao
trazem um saber pronto e acabado nao devem ser vistos como estaticos e
sempre iguais para todos as sujeitos e que podem desencadear reacoes
diversas de acordo com as experieuromcias de cada um 0 mesmo jogo que
desencadeia relayOes muito positivas em urn pode paralisar outre
a jogo e 0 brinquedo sao atividades serias tanto para 0 professor
como para a aluno no ambiente escolar Atraves deles sao oportunizadas
situacoes de vinculo onde sao experienciados conflitos e se trabalha aspectos
cognitivos
Deve-se oferecer um espaco para 0 alune se perceber como
competente e como aquele que pode conseguir exito a jogo e a brinquedo tern
o prazer da competiy80 em si e estimula 0 desejo de ser bern sucedido
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
A pesqUlsa reahzada procurou enfatlzar a Importancla dos Jogos
brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar as teorias aqui citadas podem
auxiliar profissionais que buscam revisar seus conceitos acerca do que e
brincar e como manter esse jogo na pratica pedagogica 8aseados em tais
teorias verifica-se que ao brincar a crianca constroi conhecimento e para isto
uma das qualidades mais importantes do jogo e a confianca que ela adquire
quanto a propria capacidade de encontrar solucoes Canfiante pade chegar as
suas pr6prias conclusoes de forma autonama
Assim afirma-se que tanto a jogo quanta a brincadeira como 0
brinqueda podem ser englobados em um universo maior chamado de ata de
brincar Nao precisa existir uma rigidez nos termos pais a discussao sabre os
mesmos pade ampliar a perspectiva ludica de nossa pratica pedagogica mas
tam bern pode seccionlt3-la em hora do jogo ou hara da brincadeira 8rincar nao
significa simplesmente recrear-se porque e a forma rna is completa que a
crianca tern de comunicar-se consigo mesma e com 0 mundo Sendo 0
brincar urn aspecto fundamental para se chegar ao desenvolvimento integral da
criama 0 ato de brincar e importante e prazerasa e 0 prazer e ponto
fundamental da essencia do equilibria humano
Portanta buscamos alternativas que trazem novas formas de
desenvolver a trabalha pedagogico sem perder de vista que a escata deve
centrar-se em seu papel formal de principal respansavel pela organizacao
sistematizaCao e desenvolvimento das capacidades cientificas eticas e
tecnologicas da sociedade
4CONCLUSAO
I
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
httpwwvuolcombrfpsicopedagoglaartigosculturahtm
MACEDO Lino Ensaios Construtivistas 3 Ed Sao Paulo Gasa do Psic6logo1994
NITZKE Julio A Campos M B e lima Maria F P Teeria de PlagetPIAGET1997
PIAGET Jean Biologia e Conhecimento 2 Ed Vozes Petropolis 1996
PIAGET Jean A equilibratao das estruturas cognitivas Rio de Janeiro Zahar1975
VYGOTSKY L S A formayao social da mente Sao Paulo Martins Fontes1984
VYGOTSKY l - Pensamento e linguagem SP Martins Fontes1988
VYGOTSKY Leontiev Luria - Psicologia e Pedagogia LisboaEstampa 1977
VYGOTSKY Leontiev Luria - Linguagem desenvovimento eaprendizagem SP Icone 1988Obtido via Internethttppentaufrasbr-marciapiageUestagiohtm
WADSWORTH Barry Inteligimcia e Afetividade da Crianl 4 Ed Sao PauloEnio Matheus Guazzelli 1996
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LATAILLE Yves et alii Piaget Vygotsky Wallon Teoriaspsicogeneticas em discussao SP Summus 1992
MAZZONI Claudia Maria Souza A cultura da coana por um uso ludico daPedagogia 1999Obtido via Internet
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