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A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO ORÇAMENTO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
SUPERIOR
Luana Brito Frassi
Graduada em Ciências Contábeis
Centro Universitário Católico de Vitória - UCV
Av. Vitória, 950 - Forte São João - 29017-950 - Vitoria, ES
Douglas Roriz Caliman
Mestre em Administração/UFES
Professor do Centro Universitário Católico de Vitória - UCV
Av. Vitória, 950 - Forte São João - 29017-950 - Vitoria, ES
André Júnior de Oliveira
Mestre em Contabilidade/UFPR
Professor do Centro Universitário Autônomo do Brasil - UNIBRASIL
R. Konrad Adenauer, 442 - Tarumã, Curitiba - PR, 82820-540
RESUMO
O estudo tem como tema principal o orçamento, como ferramenta que auxilia no controle gerencial
de uma Instituição de ensino superior privada situada em Vitória no Espírito Santo. Tem por
objetivo identificar as variáveis que estimulam ou inibem a utilização do orçamento como
ferramenta de controle gerencial, e ainda descrever e analisar como ocorre o processo orçamentário
na IES, identificar os envolvidos e analisar a motivação e a visão dos envolvidos quanto à
elaboração da ferramenta. O estudo tem como questionamento, quais as variáveis que estimulam ou
inibem a utilização do orçamento como artefato de controle gerencial em uma IES privada? A
pesquisa foi elaborada como estudo de caso, classificada como qualitativa e descritiva, e utilizou
para na coleta de dados a aplicação de questionário e entrevista. Foram utilizados como base para a
pesquisa, os estudos realizados por Frezatti et al. (2011) e Caliman (2014), que deram base teórica
para o estudo dentro da IES. Ao decorrer do trabalho foram analisadas dez variáveis e 29 fatores,
entre estimulantes e inibidores, quanto à utilização do orçamento. Dentre todos os fatores elencados
no trabalho, alguns precisam ser mais bem analisados pela IES, tais como, treinamento direcionado
ao processo orçamentário e também o aperfeiçoamento do fator tempestividade da informação, que
foram classificados como inibidores. Já outros fatores como planejamento, definição de papeis e
gestão do processo, foram classificados como estimulantes porque estão caminhando para a
institucionalização na IES.
Palavras-Chave: Orçamento. Controle gerencial. Instituição de ensino superior.
Institucionalização.
Área Temática: Controladoria e Contabilidade Gerencial (CCG).
1 INTRODUÇÃO
A partir da década de 1990, as Instituições de Ensino Superior – IES começam a ser tratadas como
um negócio, o que tornou o ensino superior mais acessível (Mainardes et al., 2011). Entretanto, o
cenário de instabilidades econômicas, políticas e financeiras, tem feito com que as IES busquem
novas formas para aperfeiçoar seu atual modelo de gestão, tornando-o mais eficaz e eficiente
(Meyer Junior et al., 2012).
Para implementar esta missão, é necessário a implantação de um Sistema de Controle Gerencial –
SCG (Frezatti et al., 2010; Junqueira et al, 2015), que serve para materializar as estratégias
(planejamento estratégico) (Piran; Nunes; Souza; Nunes, 2016), definidas pela alta administração,
tornando-se imprescindível para a continuidade da instituição (Mainardes et al., 2011; Meyer Junior
et al., 2012).
O orçamento pode ser considerado como a principal ferramenta utilizada no SCG (Carneiro e
Matias, 2011). É o instrumento de planejamento das ações que serão tomadas pela instituição em
um período de tempo, de modo a contribuir para que as metas e objetivos sejam alcançados, através
da interação de setores, contribuindo também no comprimento e desenvolvimento de estratégias,
viabilizando a obtenção de resultados satisfatórios (Castilho, 2004; Frezatti et al., 2010; Lunkes,
2003; Padoveze & Taranto, 2012).
O processo de gestão é elaborado com base nas três fases: planejamento, execução e controle
(Taranto & Padoveze, 2012). O orçamento é o instrumento que insere as políticas do planejamento
estratégico visando benefícios para a empresa (Frezatti, 2009). As fases do processo de gestão
podem ser institucionalizadas para organizar e esclarecer as metas, alinhar os objetivos dentro da
organização, e assim aperfeiçoar os resultados (Beuren & Silva, 2014; Selznick, 1992).
A institucionalização do orçamento cria hábitos, regras e rotinas dentro das empresas (Tolbert &
Zucker, 1999). Práticas estas que aos poucos vão sendo aceitas pelos colaboradores, legitimando
assim a cultura organizacional, tornando a instituição mais autônoma e independente, com o
objetivo de permitir a continuidade da mesma (North, 1991; Tolbert & Zucker, 1999).
A implantação do orçamento em uma entidade trás consigo um aspecto de organização, tendo em
vista o poder de previsibilidade do mesmo, o que vem a possibilitar ao gestor a tomada de decisão
em momento oportuno (Frezatti, 2009; Meyer Júnior et al., 2012; Rodrigues Júnior et al., 2012).
Contudo, embora tenhamos grandes vantagens neste processo, existem questões que necessitam ser
estudadas (Caliman, 2014; Junqueira et al, 2015), como por exemplo, o engessamento, a cultura
organizacional e a comunicação gerencial (Frezatti et al., 2010).
Sendo assim, observada a importância do orçamento para o andamento de uma instituição que visa
o aprimoramento da gestão de modo a aperfeiçoar seus processos, busca-se responder a seguinte
questão: quais os fatores que estimulam ou inibem a utilização do orçamento como artefato de
controle gerencial de uma instituição de ensino superior privada situada no município de Vitória no
Espírito Santo?
O objetivo geral deste estudo consiste em descrever o processo orçamentário e analisar os fatores
que estimulam ou inibem a utilização do orçamento como artefato de controle gerencial de uma
instituição de ensino superior privada no município de Vitória no estado do Espírito Santo.
O estudo buscou especificamente: a) descrever de que forma ocorre o processo orçamentário, quais
os envolvidos, instâncias de aprovação, motivação para sua elaboração, e ainda analisar o
orçamento na visão dos centros de custos, ou seja, dos setores; e b) identificar os fatores que podem
estimular ou inibir a utilização do orçamento como instrumento da Contabilidade Gerencial, de
acordo com a visão de Frezatti et al, (2011) e Caliman (2014).
As IES, principalmente as privadas, tem uma gestão complexa, devido à autonomia de diversos
setores e funcionários, a falta de planejamento, a incapacidade de resolução de conflitos
inesperados, estrutura organizacional inadequada e definição de metas amplas, que dificultam o
alcance dos objetivos (Mainardes et al., 2011).
A pesquisa foi realizada com a finalidade de compreender todo o processo orçamentário da
instituição estudada, de maneira detalhada e minuciosa (Hansen et al., 2003), visto que de acordo
com Caliman (2014), existe uma escassez de estudos relacionados à diversidade de fatores que
podem estimular ou inibir a institucionalização do orçamento em instituições de ensino superior,
sendo elas privadas ou públicas.
Este estudo se justifica no fato de poder contribuir com as entidades de ensino superior, através da
identificação de fatores que podem inibir a utilização do orçamento como artefato de controle
(Caliman, 2014), e também, pode estimular o uso da ferramenta (Junqueira et al, 2015), de forma a
amenizar a resistência da utilização dessa e também fornecer uma analise de metodologias que
possam contribuir para melhoria do processo, e assim aperfeiçoar as informações que auxiliam a
tomada de decisão (Zonatto & Hein, 2013). A pesquisa também pode contribuir para a academia no
fornecimento de informações específicas sobre o processo orçamentário de uma IES privada
(Santiago & Duarte, 2006).
2 REFERENCIAL TEORICO 2.1 FATORES QUE ESTIMULAM OU INIBEM A UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO NA
VISÃO DE FREZATTI (2011)
Segundo o modelo de Frezatti et al. (2011), testado por Caliman (2014) existem oito variáveis
relacionadas ao planejamento que podem influenciar diretamente o desempenho da organização,
estando essas estruturadas em dois diferentes elementos, o primeiro é o elemento estrutural e dentro
dele estão agrupadas duas variáveis, e o segundo é o elemento de gestão e dentro dele estão
agrupadas mais seis variáveis.
Elementos estruturais segundo Frezatti et al. (2011) são aqueles que apenas a organização pode
realizar, dentro desse elemento estão, a organização do processo de planejamento e controle e o
sistema de informação:
a) Organização do processo de planejamento e controle: É um conjunto de elementos necessários
para proporcionar uma correta estruturação do processo orçamentário, ciente que este elemento
influência significativamente nas demais variáveis (Frezatti et al., 2008). Este processo necessita de
muita organização e de grande esforço na parte de coordenação, porque envolve não apenas
recursos físicos, mas também humanos, de tecnologia, dentre outros, conforme quadro abaixo,
sendo que o principal recurso necessário, que é o tempo, não é disponibilizado para análises e
decisões (FREZATTI et al., 2010), e também a falta de treinamento, tanto na parte conceitual como
na operacional que torna os gestores incapazes de executar o processo de gestão (Frezatti et al.,
2011).
b) Sistemas de informação: É o hardware e software necessário para o processo orçamentário,
caracteriza-se como tecnologia da informação, uma ferramenta de apoio ao orçamento (Frezatti et
al., 2011). Deficiências inerentes a esta variável podem afetar o processo de planejamento, tais
como, tempestividade e a qualidade da informação que acabam prejudicando o todo da organização,
devido à falta de domínio de quem esta coordenando o sistema (Frezatti et al., 2011).
Elementos de gestão segundo Frezatti et al. (2011) decorre de direcionamentos dados pela entidade,
com diferença entre grau e áreas de atuação, é voltada para a parte gerencial do orçamento, e dentro
desse elemento estão, grau de participação, comunicação, constituição de reservas, grau de
realidade, grau de força do passado e cultura de planejamento.
a) Grau de participação: É a inserção do funcionário dentro do processo orçamentário, esta variável
é importantíssima para que o planejamento estratégico seja enraizado dentro da organização, de
modo a impulsionar a participação, tanto dos superiores como de seus subordinados (Frezatti et al.,
2010). A variável torna-se um problema quando não há o envolvimento de todos, o que ocasiona
um desencontro de informações, de modo que afeta tanto o planejamento como o orçamento
(Frezatti et al., 2011).
b) Comunicação: Meio pelo qual são passadas as informações e decisões tomadas durante o
planejamento, comunicando a todos os envolvidos quais os objetivos e as metas que foram
definidas (Frezatti et al., 2011). Um dos problemas desta variável é a falta de clareza e de interação
dos setores, que acaba dando um ar de incerteza nas informações, o que seria solucionado se
houvesse uma transparência nas informações e nas decisões tomadas (Frezatti et al., 2011).
c) Constituição de reservas orçamentárias: Pode-se dizer que a constituição de reservas é baseada na
precariedade da informação disponibilizada, é constituída com a finalidade de segurança, pois caso
as metas sejam modificadas sem que os setores sejam anteriormente informados, será possível ter
um valor reservado para que o orçamento seja cumprido sem problemas (Frezatti et al., 2011).
d) Grau de realidade: É uma variável fundamental na elaboração do orçamento, indica que os
objetivos traçados e as metas para alcança-los, devem ser elaborados de maneira realista (Frezatti et
al., 2008). A administração deve ficar atenta no momento de elaborar suas metas, pois estas devem
ser passíveis de serem alcançadas. Esta variável nas maiorias dos casos tem problemas com o grau
de realidade de suas metas, que quanto mais difícil for, maior será a probabilidade de falhas no
orçamento (Frezatti et al., 2011).
e) Grau de força do passado: O uso de informações passadas é a maneira mais rápida, prática e
barata de se elaborar o orçamento (Frezatti et al., 2008), mas acarreta uma certa dependência, que
pode ser desfavorável para o orçamento, sendo que os envolvidos passam a não perceber as novas
oportunidades e limitam-se a informações obsoletas para planejar o futuro a organização (Frezatti et
al., 2011).
f) Cultura do planejamento: São crenças e valores que influenciam o modo de pensar e agir dos
gestores, e que afetam a aceitação por parte desses na utilização de novas ferramentas (Frezatti et
al., 2011). Em muitas empresas não existe a cultura de planejamento o que ocasiona a falta de
participação e comprometimento dos envolvidos no processo, mas, caso haja uma construção de
cultura do planejamento na organização essa faria com que a empresa criasse um envolvimento e
cooperação entre os elos envolvidos no orçamento, sendo eles humanos, tecnológicos e de
informação (Frezatti et al., 2011).
2.2 FATORES QUE ESTIMULAM OU INIBEM O ORÇAMENTO NA VISÃO DE CALIMAN
(2014)
Segundo Caliman (2014) existem ainda dois fatores que podem estimular ou inibir a utilização do
orçamento, que são o poder e a política, e que tais variáveis devem ser estudadas e compreendidas
para que não atrapalhem a organização:
a) Poder: Devido à estrutura implantada na organização como níveis hierárquicos, ou fruto de leis
ou normas, existe a figura de poder (Mintzberg, 1992). Esta variável torna-se um problema devido
há má utilização do orçamento, principalmente por parte da alta administração, utilizando a
ferramenta de modo a conseguir benefícios ou até mesmo como forma de se obter vantagens dentro
da organização (Mintzberg, 1992; Padoveze & Taranto, 2012).
b) Política: A variável politica esta relacionada ao favorecimento no momento da organização
escolher o tipo de orçamento a ser implantado no planejamento organizacional, e também as metas
a serem atingidas, de maneira a favorecer principalmente a alta administração e os setores mais
próximos a ela (Bin & Castor 2007; Caliman, 2014; Reis, 2011).
Essa característica pode acabar influenciando os gestores a determinar metas mais simples, ou seja,
que possam ser alcançadas facilmente, ou até mesmo aumentar a possibilidade da criação de
reservas orçamentarias, para dar uma estabilidade maior ao setor durante o processo orçamentário
(Bin & Castor, 2007; Caliman, 2014; Rodrigues Júnior et al., 2012).
2.3 TEORIA INSTITUCIONAL
Segundo Caliman (2014) as decisões referentes à estrutura e as práticas gerenciais devem surgir da
legitimação dos processos e atividades, porque, somente aspirar aos aspectos econômicos e
financeiros pode dificultar a continuidade da organização. Sendo assim, uma das maneiras de
sobreviver ao mercado é buscar, em empresas do mesmo nicho de mercado, ferramentas de
melhoria e/ou adaptação ao ambiente, o que vai ocasionar o chamado isomorfismo que, de modo
superficial, é a semelhança de ações tomadas entre empresas do mesmo ramo de atividade, (Colauto
& Almeida, 2013; Guerreiro et al., 2005; Rossetto & Rossetto, 2005). Segundo Powell e Dimaggio
(1991) o isomorfismo tem três classificações, sendo coercitivo, normativo e mimético, esses
caracterizam-se por decisões que são tomadas de maneira similar ao de outra organização que já
esta adaptada ao ambiente em que atua.
Segundo Burns e Scapens (2000) essa teoria normatiza o ambiente organizacional, caracterizando a
contabilidade como uma instituição, ou seja, através de hábitos, regras e rotinas, tenta legitimar as
ações da organização. Podemos justificar a inserção desta teoria dentro da organização, para
eliminar de uma vez por todas a famosa frase “sempre foi assim” para assim justificar as ações
realizadas de maneira incorreta (Caliman, 2014). E para entendermos o processo descrito
anteriormente é necessário conceituar o que é hábito, regra e rotina.
Sendo assim o resultado final da institucionalização, deve ocasionar um uma padronização das
ações tomadas por autores da organização (Tolbert & Zucker, 1999). Em detrimento desta
padronização, as instituições formais, que são as baseadas em normas, leis e procedimentos, buscam
através dos hábitos, regras e rotinas, conseguir a aceitação de todos os envolvidos no decorrer do
processo de institucionalização (Beuren & Macohon, 2010; Meyer & Rowan, 1991), e caso essa
aceitação ocorra de maneira inquestionável e incontestável, ocorre à chamada legitimação (Beuren
& macohon, 2010; Guerreiro et al., 2006; Meyer & Rowan, 1991; Tolbert & Zucker, 1999).
Após este processo de institucionalização, é necessário agora compreender quais as fases que a
ferramenta deve passar para que realmente possa ser caracterizada como legitimada dentro da
instituição. Tolbert e Zucker (1999) ponderam que são três as fases de institucionalização, são
chamadas de habitualização também conhecida como pré-institucionalização, objetivação
conhecida também como semi-institucionalização e a sedimentação que se refere à completa
institucionalização, cada fase dessas tem uma importante função no processo final.
3 METODOLOGIA 3.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA
Essa pesquisa tem a natureza aplicada, porque objetiva analisar, na prática, o problema ou os
problemas que envolvem a utilização do orçamento na instituição de ensino superior privada e
possibilita a aplicação prática na solução do problema (Gil, 1994).
A forma de abordagem do problema se classifica como qualitativa, porque destaca a verificação de
teorias já existentes, permitindo que através de entrevista e questionário seja feita uma análise mais
detalhada e profunda de certo evento (Denzin & Lincoln, 2005). Segundo Raupp e Beuren (2009) e
Yin (2005) a abordagem qualitativa possibilita identificar características importantes que
dificilmente seriam encontradas em uma abordagem quantitativa, sendo esta ultima superficial.
No que tange aos objetivos desta pesquisa, caracteriza-se como descritiva, pois segundo Gil (2008)
tem dois objetivos: i) estudar características em determinados grupos, e ii) estabelecer uma
associação, direta ou indireta, entre variáveis assim como também identificar a natureza dessas.
Uma pesquisa descritiva não tem a interferência do pesquisador, busca observar, registra, analisar e
interpretar os fatos de maneira precisa e eficaz (Andrade, 2002).
Foi elaborado como estudo de caso, porque caracterizou-se no relato real e especifico de um tema,
que possibilita uma analise detalhada do tema abordado (Andrade, 2002; Yin, 2005). É também um
estudo empírico, realizado de maneira profunda e exaustiva, que permite conhecer amplamente o
assunto (Gil, 2008).
3.2 ESTUDO DE CASO
Para melhor organizar o estudo foi desenvolvido um protocolo de estudo de caso contendo
conceitos, procedimentos e regras para o desenvolvimento da pesquisa (Yin, 1989). O protocolo
destaca: a) tema e visão geral da pesquisa; b) questão e objetivos de pesquisa c) procedimentos de
campo (locais, fontes de informação e formulários para registro de dados), método de pesquisa,
aplicação e uso dos instrumentos de captação de dados d); teorias de base do estudo; e) guia de
relatório do estudo de caso; e e) metodologia de analise de dados (Yin, 1989; Caliman, Caetano,
Frassi & Castro, 2016).
Yin (2001) considera que estudos de caso único e de casos múltiplos refletem situações de projetos
diferentes e que, mesmo dentro desses dois tipos, possam existir unidades unitárias ou múltiplas de
análise. De acordo com Yin (2001), a presente pesquisa pode ser definida como um estudo de caso
múltiplo holístico, uma vez que se trata do estudo de caso de uma instituição de ensino a fim de
verificar quais os fatores que estimulam ou inibem a utilização do orçamento como artefato de
controle gerencial desta.
3.2 DEFINIÇÕES DAS CATEGORIAS DE ANÁLISE
No estudo de Caliman et al., (2016), observou-se a importância das definições constitutiva e
operacional das categorias. Dessa forma, optou-se por este modelo, visto que o estudo também
aplicou o modelo de Frezatti et al. (2011). A definição constitutiva é a descrição conceitual e
definição operacional é a maneira como os conceitos foram aplicados na pesquisa (Richardson,
1999).
Quadro 1 – Definições das categorias de análise
CATEGORIAS DE ANÁLISE DEFINIÇÃO
CONSTITUTIVA
DEFINIÇÃO
OPERACIONAL
Estrutura do Processo Orçamentário
Estrutura que compõe o planejamento orçamentário (processo que
implementa os planos do Planejamento estratégico
no curto prazo) (FREZATTI et al., 2011).
Conjunto de recursos físicos e tecnológicos,
critérios, responsabilidades, projeções e treinamentos da IES.
Sistema de Informações Conjunto de recursos tecnológicos necessários para o desenvolvimento do processo
orçamentário (FREZATTI et al., 2011).
Sistema de contabilidade e de administração financeira utilizados no processo orçamentário da
IES.
Grau de Participação Envolvimento dos gestores no processo orçamentário (FREZATTI et al., 2011).
Envolvimento dos gestores no processo orçamentário da IES.
Comunicação Elo que liga os elementos humanos no processo orçamentário (FREZATTI et al., 2011).
Forma de comunicação gerencial utilizada no processo orçamentário
pelos gestores da IES.
Constituição de Reservas Orçamentárias Reservas constituídas intencionalmente pelos gestores no processo orçamentário (FREZATTI et
al., 2011).
Reservas orçamentárias constituídas para eventuais manobras de gestão (dentro da
legalidade) da IES.
Grau da Força do Passado
Adoção de dados históricos na
elaboração do orçamento (FREZATTI et al.,
2011).
Utilização de estimativas anteriores para o desenvolvimento do orçamento da IES.
Cultura de Planejamento Comportamento coletivo e social dos membros da organização na utilização do orçamento
(FREZATTI et al., 2011).
Comportamento coletivo e social dos gestores do hospital na utilização do orçamento como
ferramenta de controle da IES.
Grau de Realidade das Metas Realidade das metas orçamentárias inseridas pelos
gestores (FREZATTI et al., 2011).
Percepção dos gestores quanto às metas
orçamentárias inseridas pela administração central da IES.
Fonte: CALIMAN et al., (2016).
Entretanto, devido a especificidade da IES estudada, observou-se no decorrer da pesquisa, duas
categorias adicionais ao modelo de Frezatti et al., (2011) que são: Poder e Política.
Quadro 2 – Definições das categorias de análise
CATEGORIAS DE ANÁLISE DEFINIÇÃO
CONSTITUTIVA
DEFINIÇÃO
OPERACIONAL
Poder Indícios de influência para a
aprovação/execução do orçamento.
Influencia de algum agente no processo de aprovação
ou em alguma das etapas do processo orçamentário.
Política Coalizão ou estabelecimento de diretrizes para o alcance de aprovação/execução do
orçamento
Estabelecimento de um alinhamento ou agrupamento político para a obtenção de aprovação, metas e
constituição de reservas orçamentárias.
Fonte: Elaboração própria (2017)
3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
Como plano de ação foi utilizado o questionário, que segundo Barros e Lehfeld (2000) é o
instrumento de levantamento de informação mais utilizado, e a entrevista semiestruturada que
busca, através de contato direto com o entrevistado, conseguir dados que possam ser utilizados em
uma análise qualitativa.
A entrevista, foi realizada em março de 2016, com o responsável pelo processo orçamentário da
IES, teve duração de uma hora, objetivou descrever os envolvidos no processo, a instância de
aprovação, os estágio do processo orçamentário, entre outros (plano teórico).
Posteriormente, foram enviados 12 questionários aos gestores e 9 gestores responderam, também no
mês de março de 2016. O objetivo foi o de captar informações na visão dos gestores sobre todo o
processo orçamentário (plano real).
O objetivo de se entrevistar o técnico responsável pelo orçamento e os gestores, foi de triangular os
dados e analisar as especificidades. Todas as entrevistas foram redigidas e foram analisadas por
meio da técnica de Análise de Conteúdo de Bardin (1977), tendo como base o conjunto de
categorias e fatores propostos no modelo de Frezatti et al. (2011) e Caliman (2014).
Também foram utilizados a analise documental (analise do orçamento e planejamento estratégico da
IES), além de se utilizar da técnica de observação não participante, para a obtenção de dados
específicos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 COMO OCORRE O PROCESSO ORÇAMENTÁRIO DENTRO DA IES (VISÃO NO PLANO
TEÓRICO)
O orçamento da instituição pesquisa, segundo entrevista com o responsável por sua elaboração, leva
em consideração diversos fatores durante a fase de elaboração, tais como; o cenário econômico
atual; as necessidades da faculdade; os objetivos e as metas para serem alcançadas; e o mais
importante, às receitas e despesas.
O processo orçamentário da instituição inicia-se em setembro, quando o responsável pelo processo
orçamentário encaminha uma planilha, para que os gestores dos diversos setores da faculdade
insiram suas demandas de maneira detalhada, para o ano subsequente. Os gestores tem um prazo
estipulado de até 30 dias, ou seja, eles finalizam essa etapa inicial do processo orçamentário em
outubro.
Após o levantamento realizado, cada gestor deve comparecer a direção executiva onde relata a real
necessidade de cada item solicitado, e nessa etapa acontece uma enxugada, ou seja, uma redução
nas demandas de cada solicitante, porque de acordo com a atual situação mercadológica só pode-se
investir ou ter despesas/ custos com itens realmente necessários, postergando para um próximo
momento os elementos de menor importância, que não interfira na captação de alunos e nem no
bom funcionamento da instituição. Sendo assim, as planilhas são finalizadas com a supervisão do
diretor executivo. Esta etapa inicial pode ser caracterizada como coleta de dados, onde são coletadas
as informações necessárias para a elaboração do orçamento.
Na segunda etapa esta a elaboração do orçamento, onde os setores demandantes encaminham suas
planilhas de volta para o entrevistado A, sendo ele o responsável pela consolidação dos orçamentos
setoriais. Esta consolidação é realizada de acordo com o plano contábil da instituição, separando e
classificando os investimentos, despesas e custos. Faz-se então o lançamento de todas as
informações, que foram corretamente classificadas, dentro do sistema sapiens, que, por sua vez, cria
uma prévia orçamentária que pode ser caracterizado também como um planejamento do orçamento.
Neste momento ainda não é o orçamento, e só será quando for feita a confrontação entre a prévia
orçamentária e as projeções de receitas para o mesmo período do orçamento.
A partir da confrontação das receitas prevista com a prévia orçamentária é possível identificar se a
receita que será obtida durante o período orçamentário será suficiente para se arcar com o que esta
no orçamento. Dentro dessa comparação os itens que mais são modificados são os que compõem a
conta de investimento, isso porque, caso a receita não seja satisfatória, é o elemento que,
dependendo de sua finalidade, poderá ser rejeitado sem ser prejudicial para o bom funcionamento
da empresa.
A aprovação passa por três instâncias, agrupadas de maneira hierárquica, como representada pelo
organograma da faculdade. A primeira aprovação vem da direção executiva, que analisa o
orçamento e dá seu parecer, se aprova ou não. A segunda é da direção geral, que faz o mesmo,
posicionando-se a favor ou contra a execução do orçamento elaborado. E a terceira e ultima é a
aprovação do conselho superior que vai definir se libera ou não a execução do orçamento.
4.2 FATORES QUE ESTIMULAM OU INIBEM A UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO (VISÃO
NO PLANO REAL)
Quadro 3 – Organização do processo orçamentário
Variável Fatores
Descrição
Impacto sobre a
institucionalização do orçamento
Como deveria ser Como é
Inibe Estimula Inibe Estimula
Organização do Processo de
planejamento e controle
Configuração e Gestão do
Processo
Orçamentário
Criação de conjunto de atividades para serem
desenvolvidas durante o processo. X X
Recursos requeridos disponibilizados
(Físicos, humanos, dentre outros). X X
Estruturação e divulgação do que foi
planejado. X X
Gerenciamento do processo de planejar, executar e controlar.
X X
Definição de Critérios
de Planejamento
Definição de parâmetros adequados para
apuração e comparação entre o planejado e o que foi realizado
X X
Feedback
Sistema eficaz para ter um retorno do
processo de planejamento diante dos
resultados esperados.
X X
Cenário
Mudanças nos cenários relacionados à
instituição que podem afetar nas premissas
definidas dentro da empresa. X X
Indicadores de
desempenho
Indicadores que evidencie as causas ou efeitos das atividades realizadas na
organização.
X X
Definição de
Papéis
Definir claramente os envolvidos no processo orçamentário, assim como suas funções as
serem desempenhadas.
X X
Modificações do
Ambiente Interno e Externo
Identificar a necessidade de modificações
decorrente de mudanças internas e/ou externas.
X X
Treinamento
Capacitação dos envolvidos, teórica e pratica, para aperfeiçoar a capacidade dos usuários do
processo.
X X
Fonte: Elaboração própria.
Dentro todos os fatores da variável elencada no quadro acima, o fator cenário foi o único que levou
os autores e o respondente a discordarem. Questionando o responsável pelo orçamento da IES sobre
o que levava o cenário a ser estimulante, ele relatou que, todo o processo orçamentário pode sobre
influências, diretas ou indiretas, e que essas podem ocasionar em mudanças ou alterações dentro da
empresa que podem ser negativas, mas também positivas.
O que se percebe dentro da instituição pesquisada é que, o processo orçamentário tem uma base
sólida chamada planejamento, e que seus responsáveis preocupam-se em analisar cada passo antes
de tomarem suas decisões, o que não torna o fator cenário apenas um vilão, pois ele é utilizado
como fonte de pesquisa que baseia as decisões a serem tomadas, e que por este motivo o cenário
pode ser estimulante em alguns momentos e em outro inibidor. Para o Entrevistado A na maioria
das vezes o fator mencionado é estimulante, porque não permite que a empresa fique estagnada,
mas sim, que evolua frequentemente para acompanhar as mudanças de cenário no contexto em que
esta inserida. Essas características divergem dos estudos de Caliman, Caetano, Frassi e Castro
(2016) e de Caliman (2014).
Quadro 4 – Sistema de informação
Variável Fatores
Descrição
Impacto sobre a
institucionalização do orçamento
Como deveria ser Como é
Inibe Estimula Inibe Estimula
Sistemas de Informação
Disponibilidade de Informação
Disponibilizar a informação adequada a
todos, e principalmente ao os envolvidos
no processo de planejamento.
X
X
Ferramentas de Sistemas
Hardwares e Softwares que permitam a
integração das informações e auxiliem o
processo. X
X
Tempestividade da Informação
Informações devem estar disponíveis a
todo o momento para que possa ser
utilizada. X
X
Qualidade da Informação A informação deve ter características
fidedignas, ou seja, devem ser confiáveis. X
X
Fonte: Elaboração própria.
É necessário entender que, mesmo com todos os resultados indicando que a variável sistema de
informação é estimulante devemos também nos atentar para algumas implicações relacionadas a
ela, tais como, a utilização de tecnologia muito complexa, ou a falta de treinamento e até mesmo a
dificuldade de comunicação entre o gestor da área de tecnologia da informação e os demais gestores
envolvidos no processo. Analisar a variável sistema de informação é importante e corrobora com o
pensamento de Frezatti et al (2011) e Caliman (2014), mas divergem do estudo de Caliman et al.
(2016) nos dois primeiros fatores.
Quadro 5 – Participação no processo orçamentário
Variável Fatores
Descrição
Impacto sobre a
institucionalização do orçamento
Como deveria ser Como é
Inibe Estimula Inibe Estimula
Participação no
Processo
Orçamentário
Top Down
Impor metas sem antes debater o assunto
com todos os envolvidos é uma decisão que afeta todo o processo e todos os
participantes.
X X
Envolvimento e Comprometimento
A participação como elemento de
desenvolvimento do processo orçamentário, porque a informação fica
mais unificada.
X X
Fonte: Elaboração própria.
Na variável participação no processo orçamentário, foram abordados apenas dois fatores, sendo um
inibidor e o outro estimulante. O entrevistado alega que o fator top down é inibidor, mas relata que
dentro da IES esse fato não ocorre, pois, as metas são determinadas pela direção, mas antes de
serem formalizadas são discutidas e estudadas por todos os envolvidos em reuniões formais.
A participação de todos os envolvidos dentro do processo orçamentário foi verificada na faculdade
como boa devido à autonomia dos setores, que, mesmo que ocorra no processo pequenas
interferências das direções, os gestores tem independência para definir suas metodologias para
atingir os objetivos da instituição. Esses dados corroboram com o estudo de Caliman (2014) e
diverge no segundo fator com o estudo de Caliman et al. (2016).
Quadro 6 - Comunicação
Variável Fatores Descrição
Impacto sobre a
institucionalização do orçamento
Como deveria ser Como é
Inibe Estimula Inibe Estimula
Comunicação
Comunicação
Top-Down
Comunicação clara e objetiva passada pela alta administração aos subordinados.
X X
Clareza dos Objetivos
Objetivos de longo ou curto prazo informados de maneira clara.
X X
Comunicação entre
setores e diretoria
Interação e integração entre as áreas da instituição envolvidas no processo
orçamentário.
X X
Fonte: Elaboração própria.
A comunicação é primordial para tudo o que se desenvolve, seja na vida, no trabalho ou nos
estudos. Na instituição pesquisada, o Entrevistado certifica que os fatores relacionados no quadro
16 são, em sua totalidade, estimulantes, porque ajudam a expandir para todo o corpo administrativo
e docente as metas, diretrizes e objetivos estipulados.
E o orçamento em si deve ser uma ferramenta de conhecimento de todos da instituição para que,
seus atos e suas atividades estejam diretamente ligados às necessidades e desejos da faculdade,
permitido que exista um entrosamento entre os setores, melhorando assim a agilidade no repasse de
informações. Essas informações divergem com os estudos de Caliman (2014) e Caliman et al.
(2016), mas convergem com o estudo de Yuen (2004).
Quadro 7 – Constituição de reservas orçamentárias
Variável Fator Descrição
Impacto sobre a
institucionalização do orçamento
Como deveria ser Como é
Inibe Estimula Inibe Estimula
Constituição de Reservas
Orçamentárias
Insegurança
Dificuldade em controlar o
mecanismo, de autoproteção, chamado folga orçamentária.
X
X
Reservas
orçamentárias
Constituição de reservas
orçamentárias para “manobras de gestão”
X
X
Fonte: Elaboração própria.
O entrevistado no decorre da entrevista já havia informado que, dentro da instituição estudada não
existia a criação de reservas orçamentarias, isso porque a instituição somente insere em seu
orçamento o que é realmente necessário e o que a receita permite colocar.
Referente ao fator insegurança o Entrevistado informou que, a IES solicita aos gestores apenas os
itens necessários, e não o valor necessário para sua aquisição, e com isso é possível evitar tal
problema, já que quem realiza a cotação de valor, com no mínimo três fornecedores diferentes, é o
próprio departamento de suprimentos, no qual o Entrevistado esta inserido como gestor, permitindo
maior controle dos recursos financeiros. Esta categoria converge com os trabalhos de Frezatti et al.
(2011), Caliman (2014) e Caliman et al. (2016).
Quadro 8 - Grau de realidade das metas
Variável Fator Descrição
Impacto sobre a
institucionalização do orçamento
Como deveria
ser Como é
Inibe Estimula Inibe Estimula
Grau de Realidade das Metas Metas
inconsistentes
Metas que dificilmente serão alcançadas.
X X
Fonte: Elaboração própria.
Dentro da análise da variável grau de realidade das metas, o fator diretamente ligado a ela é, o nível
de dificuldade de sua realização. O entrevistado relata que a IES traça metas para a captação de
alunos, e que em alguns momentos essas podem ser caracterizadas como inconsistentes, mas como
na IES existe a integração dos envolvidos no processo de definição de metas, dentro das reuniões as
metas definidas podem ser discutidas até que se chegue a um consenso, ou seja, tornando as metas
inconsistentes em possíveis de serem alcançadas. A categoria converge com os estudos de Frezatti
et al. (2011), Junqueira et al.(2015) e Caliman et al. (2016).
Quadro 9 – Dados do passado
Variável Fatores Descrição
Impacto sobre a
institucionalização do orçamento
Como deveria ser Como é
Inibe Estimula Inibe Estimula
Dados do Passado
Percepção de Oportunidades
Esquecer-se das oportunidades que estão sendo
demonstradas na atualidade, devido ao foco em
informações passadas. X X
Apego a Dados Históricos
Devido à deficiência na interpretação e
compreensão de cenários, há um apego em
dados do passado. X X
Fonte: Elaboração própria.
É a variável que, em determinados momentos pode ajudar, mas na maioria dos casos atrapalha.
Sendo assim, os fatores inseridos foram apontados tanto pelo autor como pelo entrevistado como
inibidor da institucionalização do orçamento, isso se dá por serem apenas informações que já
passaram e que hoje servem, geralmente, apenas para base comparativa.
Na visão dos Entrevistados a falta de percepção de oportunidade e uso de informação passada são
inibidoras, porque, quando o foco esta voltado para o que foi realizado no passado, acaba-se
esquecendo das oportunidades que estão surgindo. E a utilização de dados do passado deixa a
projeção dos próximos acontecimentos fraca, levando a empresa no decorrer do processo
orçamentário a fazer excessivas correções.
Tal fato não pode ocorrer na faculdade estudada, pois como informado pelo Entrevistado A o
orçamento da faculdade só pode sofre modificações no mês de março do ano subsequente, e mesmo
assim essa modificação é apenas para reparar qualquer desvio do que havia sido anteriormente
planejado. A categoria converge com os estudos de Caliman (2014) e Caliman et al. (2016).
Quadro 10 - Cultura do planejamento
Variável Fatores Descrição
Impacto sobre a
institucionalização do orçamento
Como deveria ser Como é
Inibe Estimula Inibe Estimula
Cultura de
Planejamento
Cultura do planejamento
orçamentário
Hábitos, regras e valores que legitimados
dentro da organização fortalece o processo orçamentário dentro da organização.
X X
Cultura de rigidez
Rigidez e inflexibilidade para fazer
alterações no orçamento ou também no
planejamento, devido à dificuldade de conviver com as mudanças.
X X
Impessoalidade Cultura política para a solução de questões
relacionadas ao processo orçamentário. X X
Cultura do controle
Controlar o planejado e o realizado, e fazer
correções, caso o tipo de orçamento utilizado permita.
X X
Fonte: Elaboração própria.
Foi identificado no decorrer da pesquisa que a IES pesquisada preza pela elaboração do
planejamento, sendo assim a comparação entre Frezatti et al. (2011) e a resposta do entrevistado
não poderia ser diferente, ambos compartilham da mesma opinião, onde a cultura do planejamento
orçamentário e a cultura do controle são estimulantes, diferentemente da cultura de rigidez e da
impessoalidade que se caracterizam como inibidoras. No entanto, esses dados divergem dos estudos
de Junqueira et al (2015) e de Caliman et al. (2016).
No decorrer da pesquisa, observou-se especificidades da IFES que convergiam com o estudo de
Caliman (2014). Dessa forma, adotou-se as categorias Poder e Política para discorrer sobre estas
características.
Quadro 11 – Poder
Variável Fatores Descrição
Impacto sobre a
institucionalização do orçamento
Como deveria
ser Como é
Inibe Estimula Inibe Estimula
Poder
Poder ilimitado do gestor
responsável pela
elaboração do orçamento
O responsável pela elaboração do
orçamento é também o responsável por sua aprovação ou tem influência para conseguir
a aprovação.
X X
Fonte: Elaboração própria.
Esta variável na visão de Caliman (2014) é tida como inibidora, justamente porque, no caso do
orçamento, o poder de elaborar e aprovar ficar concentrado apenas em uma ou em algumas poucas
pessoas pode ser utilizado como item de barganha, como meio de se obter vantagem dentro da
empresa, ou até mesmo de favorecer mais as pessoas de seu ciclo de amizade, geralmente temos
esta percepção mais nítida quando olhamos no setor publico, onde, muita das vezes, a influência é
utilizada para beneficio próprio.
O entrevistado A tem uma visão diferente do autor quanto ao poder ilimitado dos gestores
responsáveis pelo processo orçamentário, já que tal fato poderia agilizar, em muitos casos, a
elaboração do orçamento, neste caso o matricial, pois, geralmente, quem elabora o orçamento final
conhece grande parte das necessidades dos departamentos, e sendo assim, a elaboração do
orçamento seria mais rápida e sua aprovação não demoraria tanto, quanto demora atualmente,
devido à quantidade de pessoas necessárias para tal feito, o que hoje demora até três meses para ser
finalizado, poderia ser reduzido.
Quadro 12 – Politica
Variável Fatores Descrição
Impacto sobre a
institucionalização do orçamento
Como deveria
ser Como é
Inibe Estimula Inibe Estimula
Politica Diretrizes
Utilizar-se, durante a criação de politicas e diretrizes,
de meios que favoreçam setores próximos de quem aprova o orçamento, para facilitar o alcance das metas
ou mesmo criar um reserva orçamentaria.
X X
Fonte: Elaboração própria.
Como discutido no decorrer da pesquisa, a faculdade não adota a criação de reservas orçamentárias,
e por este e outros motivos o Entrevistado A corrobora com Caliman (2014) quando o assunto é
politica. Esta variável não esta ligada ao sistema politico existente no país e sim a manobras
realizadas para obtenção de vantagens, que podem ser realizadas durante a criação de diretrizes e
das estratégias visando um beneficiar alguns envolvidos.
Dentro da IES pesquisada, não existe a criação de manobras, porque como já informado, todos os
que estão diretamente envolvidos no orçamento participam de todas as etapas, desde o planejamento
a conclusão do orçamento, transmitindo assim, maior confiança e transparência nas decisões
tomadas pela faculdade.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante toda analise dos fatores, estimulantes e inibidores, inseridos nas variáveis, foi possível
verificar que a faculdade esta alinhada, mesmo sem perceber, aos estudados pelos autores,
indicando que a empresa esta caminhando para a institucionalização do orçamento, através da
implantação de uma cultura de planejamento estratégico.
Observou-se ainda que os responsáveis pela elaboração do orçamento da faculdade possuem
conhecimento satisfatório para esta função, e que buscam maneiras de aprimora-lo e de posiciona-lo
como pertencente a todos os departamentos e não apenas a um setor, como se fosse uma
competição. Verificou-se ainda que dentro da empresa, talvez por ser do setor privado, não existe
dentro do processo orçamentário a obtenção de vantagens para um setor especifico tudo é feito
visando à melhoria da instituição.
Ao decorrer da pesquisa, através de algumas respostas obtidas com a aplicação do questionário, foi
identificado que alguns gestores ainda não consideram o planejamento como uma ferramenta
essencial para a empresa, e que desconhecem a elaboração do mesmo. Mas o que se percebe na
verdade é que esses gestores não gostam de se envolver dentro desse processo, por não
identificarem que tal ferramenta é necessária para que a empresa possa concretizar sua missão, o
que caracteriza falta de treinamento e capacitação referente ao tema.
Quadro 13 – Constatações da pesquisa
VARIAVEIS FATORES CONSTATAÇÕES
Organização do processo de
planejamento e controle
Configuração e gestão do processo orçamentário
➢ Estruturados de modo a atender a necessidade de todos.
Definição de critérios de planejamento ➢ Centralizado na direção com a participação dos gestores
responsáveis pelo processo orçamentário.
Feedback ➢ São repassadas todas as informações que emanam do orçamento
aos envolvidos.
Cenário ➢ Como em toda a empresa, existe ainda um pouco de dificuldade
para compreender as mudanças.
Indicadores de desempenho ➢ É utilizado como ferramenta para medir o desempenho do
orçamento a antiga comparação do que foi orçado com o que foi
realizado, que funciona bem para a faculdade.
Definição de Papéis ➢ Existem ainda alguns gestores que não estão cientes de seus
papeis dentro do processo orçamentário.
Modificações do Ambiente Interno e
Externo
➢ O ambiente interno busca se modificar para acompanhar o
externo.
Treinamento ➢ Não existe treinamento especifico para aperfeiçoar os envolvidos
no processo orçamentário da IES.
Sistema de informação
Disponibilidade de Informação ➢ Só existe disponibilidade quando o responsável inseri as
informações recebidas através de planilhas, manuais, no sistema.
Ferramentas de Sistemas ➢ Existe um software chamado SAPIENS, que organiza e auxilia
todo o processo orçamentário da IES.
Tempestividade da Informação
➢ A informação fica disponível apenas após o lançamento no
sistema, o que pode demorar no mínimo um mês, o que influência
na disponibilidade a qualquer momento da informação.
Qualidade da Informação ➢ Como o processo inicial é realizado manualmente, através de
planilhas, pode interferir na qualidade.
Participação no Processo
Orçamentário Top Down
➢ Não existe na IES, os objetivos e metas são definidos pela direção, mas discutidos, em reuniões, antes de serem postos em
prática.
Fonte: Elaboração própria.
Apesar do resultado da pesquisa ser positivo, algumas questões ainda ficaram sem respostas, tais
como, qual o impacto do orçamento na tomada de decisão dos gestores e/ou da direção? Qual o
impacto dos investimentos inseridos no orçamento dentro da receita da empresa? Como funciona a
realocação de recursos e quais são os critérios para que ela possa ser feita? Através de outros
Participação no Processo Orçamentário
Envolvimento e Comprometimento ➢ Existe dentro da empresa uma boa relação entre os envolvidos e o
Comunicação
Comunicação Top-Down
➢ Esta bem estruturada dentro da faculdade, sendo que as decisões
são comunicadas de cima para baixo, buscando um alinhamento nas ações realizadas.
Clareza dos Objetivos ➢ Comunicação, aos gestores, clara e objetiva.
Comunicação entre setores e diretoria ➢ Comunicação pouco clara.
Comunicação das Metas e Diretrizes ➢ Comunicação, aos gestores, clara e objetiva.
Constituição de reservas
orçamentárias
Insegurança ➢ Insegurança controlada
Reservas orçamentárias ➢ Não é utilizada pela IES, com o objetivo de controlar os recursos
financeiros.
Grau de realidade das metas Metas inconsistentes ➢ São percebidas, em alguns momentos.
Dados do passado Percepção de Oportunidades
➢ A empresa elabora seu planejamento para consegui melhores oportunidades.
Apego a Dados Históricos ➢ São utilizados apenas como critério comparativo na IES.
Cultura do planejamento
Cultura do planejamento orçamentário ➢ Existe a cultura de planejamento dentro da faculdade, o que traz
melhores resultados para o orçamento.
Cultura de rigidez ➢ Não utilizada, pois o orçamento da IES pode ser considerado
flexível.
Impessoalidade ➢ O processo ocorre sem a interferência pessoal.
Cultura do controle ➢ É fundamental para acompanhar a evolução do processo
orçamentário ao longo do ano.
Poder Poder ilimitado do gestor responsável pela
elaboração do orçamento
➢ Não existe na IES, o processo é aprovado e autorizado por três
instâncias.
Politica Diretrizes ➢ Como existe o envolvimento de todos nas etapas orçamentárias,
não existem manobras para beneficio de apenas alguns.
estudos voltados a IES privadas será possível melhorar ainda mais o uso da ferramenta, e também
identificar quem sabe novas funções para a mesma.
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