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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
A INSTITUIÇÃO PRIVADA SUPERIOR E A QUESTÃO DA EVASÃO ESCOLAR
POR Elisângela Belmonte Menezes Cunha
ORIENTADOR: Prof. M.S Marcos A. Larosa
Rio de Janeiro Fevereiro/2003
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
A INSTITUIÇÃO PRIVADA SUPERIOR E A QUESTÃO DA EVASÃO ESCOLAR
POR Elisângela Belmonte Menezes Cunha
Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino Superior.
Rio de Janeiro Fevereiro/2003
AGRADECIMENTOS
Muitos colegas contribuíram direta e indiretamente para a elaboração deste
trabalho. Embora grata a todos, desejo registrar meus agradecimentos especiais.
Em primeiro lugar agradeço a Deus, porque sem ele eu não teria forças e
sabedoria para mais uma etapa de minha vida.
Em segundo lugar agradeço a meus pais, pois sem eles eu não estaria aqui
realizando mais um sonho. E agradeço, principalmente ao meu marido que a todo
o momento me ajudou, mesmo nas horas mais difíceis.
E agradeço também a minha sogra e a minha amiga Vanda. Minha sogra
por ter me ajudado a tomar conta do meu filho e minha amiga por ter me auxiliado
com materiais que me ajudaram na realização deste trabalho.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu
filho Fabrício e ao meu
esposo Carlos Eduardo
RESUMO
O trabalho em questão discorre sobre o problema da evasão escolar. Este fenômeno vem aumentando cada vez mais no ensino superior, nas instituições privadas. As instituições superiores brasileiras vêm passando atualmente por crises decorrente do sistema político e econômico. A explosão que houve na expansão do ensino superior privado possibilitou que chovessem algumas falhas no ensino, o que vem gerando uma queda na sua qualidade. A evasão dentro do sistema educacional é ocasionada por vários fatores internos. Fatores de ordem pessoal, dificuldades momentâneas ou combinações de fatores escolares, sócio-econômicos e pessoais contribuem para esse quadro. A tragédia educacional brasileira e a origem de todos os males do sistema de ensino residem na etapa inicial da escolarização da população. Na base e não no ápice da pirâmide, onde se situa o ensino superior com a sua diminuta e privilegiada clientela. A solução aparente é buscar melhor a qualificação do ensino fundamental e médio. E na questão da evasão serão propostas estratégias como formações de turmas extras, sistema de monitoria e uma participação mais efetiva dos docentes na vida acadêmica.
METODOLOGIA Este trabalho foi elaborado com o objetivo de analisar fatores que contribuem para a evasão dentro das universidades. Este se encontra dividido em três capítulos. No primeiro foi feito um breve histórico da universidade, seguido da definição do papel da universidade na visão de alguns autores. E por último falaremos da crise em que vive a instituição brasileira. No segundo falaremos da instituição privada em si, e do conflito que há nessas instituições gerado pela política educacional que prioriza a quantidade e não a qualidade dos alunos. Ainda neste, veremos que o ensino brasileiro hoje virou um grande negócio, uma vez que as escolas privadas se transformaram em empresas que formam mão de obra para o mercado. Segundo pesquisas, no governo Fernando Henrique Cardoso, as instituições privadas cresceram muito e números mostram que o ensino superior já está privatizado no Brasil. O terceiro capítulo refereàse a evasão escolar, porém especifica da universidade privada. Foram utilizadas pesquisas realizadas por outros autores, revistas, dados do MEC e uma pesquisa elaborada pela autora desta monografia. Na qual serão analisados fatores que interferem na permanência do discente no nível superior.
Para análise estatística foram selecionados quatro cursos: história, letras, direito e matemática.
SUMÁRIO INTRODUÇÃO Capítulo I A INSTITUIÇÃO SUPERIOR
Capítulo II
A INSTITUIÇÃO PRIVADA
Capítulo III A EVASÀO NO ENSINO SUPERIOR
CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ÍNDICE ANEXOS FOLHA DE AVALIAÇÃO
8 11 17 26 35 37 38 39 40
INTRODUÇÃO
Conforme Luckesi (1986)
“Os primeiros sinais da instituição da universidade brasileira aparecem com a
marca européia da universidade napoleônica. São vários cursos
profissionalizantes em instituições isoladas de nível superior. Na década de trinta
nasce com Anísio Teixeira, a idéia de uma universidade centro livre de debate das
idéias, que é sepultada pelo Estado Novo. Novamente idéias tomam corpo e
ressurgem esperanças de uma universidade nova, livre, criadora, encarnada e
crítica, a Universidade de Brasília, bloqueada bruscamente pelo movimento de
1964, com seu característico patrulhamento ideológico.”
A crise que atinge a Universidade brasileira vem de uma crise maior, que é a
do sistema político e econômico, que poderia ser resolvida a partir de uma
identidade renovada para a Universidade.
Pesquisas mostram que o Brasil tem apresentado um péssimo desempenho
quanto à repetência escolar, contudo o problema da evasão chega a ser maior e
mais grave do que a própria repetência.
A evasão de alunos é hoje uma das maiores dificuldades enfrentadas pelas
universidades brasileiras. Estudos têm sido realizados para identificar as
características dos alunos que abandonam um curso e/ou a própria universidade
na perspectiva de elaboração de alternativas que evitem este fato.
A evasão escolar é um fenômeno que ocorre em todos os seguimentos
escolares. E este vem aumentando demasiadamente, ao longo do anos. Porém,
neste presente trabalho trataremos da evasão especificamente nas universidades
privadas.
O governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) foi marcado pela expansão
do ensino superior privado. Este governo foi caracterizado por uma política
neoliberal que definia a educação como instrumento de competitividade e
produtividade nas empresas. Com isso a educação brasileira adapta as escolas às
necessidades do mercado. Uma vez que a associação mundial de comércio vê no
Brasil um comércio vantajoso. O grande problema é a falta de dinheiro da classe
média, isso impossibilita uma grande participação dos alunos desta classe no
ensino privado, o que não vem agradando aos empresários do ensino.
A necessidade de trabalhar é um fator relevante dentro desse tema. Visto
que hoje muitos alunos precisam de trabalho para pagar sua faculdade ou na
tentativa de continuar mantendo seus estudos. Mas, nem sempre isso é possível,
uma vez que os reajustes escolares não acompanham os salariais.
A partir dessa necessidade de trabalho cresce a procura de cursos noturnos,
pois esta é uma alternativa em que o aluno busca o objetivo de conciliar trabalho e
estudos.
O estudo pretende refletir sobre causas e interferências que causam a
evasão.
O interesse da pesquisadora pelo tema relaciona-se a várias constatações
feitas através de reflexões e consultas a livros, artigos de jornais e revistas.
A INSTITUIÇÃO SUPERIOR
CAPÍTULO I
A INSTITUIÇÃO SUPERIOR
I.1-ORIGEM DA UNIVERSIDADE BRASILEIRA
A educação universitária no Brasil começa em Portugal, na Universidade de
Coimbra, onde durante o período colonial, estudavam os filhos das famílias ricas
do Brasil. Data de 1808 a fundação do primeiro curso superior no território
nacional, a Escola Médico Cirúrgica da Bahia, criada por ordem do príncipe
regente Dom João (depois de Dom João VI) logo após a sua chegada ao Brasil.
Ainda em 1808 são instituídos cursos de Anatomia e de Cirurgia no Rio de Janeiro
aos quais se juntará o de Medicina em 1809. A 11 de agosto de 1827 foram
instituídos os cursos jurídicos de Olinda (PE) e São Paulo, mas a primeira
universidade Federal do Paraná (UFPR) só surgiria em 1913.
Após a Revolução de 1930 a criação do Ministério da Educação e Saúde
Pública e a Reforma Francisco Campos resultam no Estatuto da Universidade,
que regulamenta a formação dessas instituições no país, exigindo que elas
ofereçam, no mínimo três unidades de ensino superior básicas: Engenharia,
Direito, Medicina ou Filosofia, Ciências e Letras, com a fundação em 1934, da
Universidade de São Paulo (USP), e no ano seguinte, da Universidade do Brasil
(atual Universidade Federal do Rio de Janeiro), tem início o ensino moderno no
Brasil que irá se expandir enormemente nas décadas de 60 e 70
I.2-O PAPEL DA UNIVERSIDADE
Segundo Fávero (1992),
“... deve-se distinguir a universidade como centro de produção de conhecimento
novo, de ciência, tecnologia e cultura, cuja disseminação deve ser feita através de
atividades de ensino e de extensão. Percebe-se também, que a universidade,
como realidade histórico-sócio-cultural, deve ser o local de encontro de culturas
diversas, de diferentes visões de mundo.
É preciso lutar por uma concepção de universidade como instituição
dedicada a promover o avanço do saber, sendo o espaço da invenção, da
descoberta, da teoria, de novos processos, da pesquisa, da inovação, onde se
persegue o emprego de tecnologias e de soluções, e finalmente deve ser o âmbito
da socialização do saber, na medida em que divulga conhecimentos.”
(Fávero, 1992:54)
Contudo para que ocorra essa concepção de universidade é necessário que
haja uma relação entre ensino, pesquisa e extensão. Ao invés teríamos uma
queda da qualidade de ensino universitário.
O objetivo de uma universidade é atender alguns requisitos fundamentais
no campo da ciência e tecnologia. Ela deve pesquisar, desenvolver e adaptar
tecnologias capazes de responder às necessidades de produção. No campo de
trabalho, a instituição deve produzir recursos humanos, reconhecidos como mão-
de-obra especializada e qualificada para o exercício de funções de lideranças em
várias unidades de empresa produtiva.
Para Berchem (1990),
“... as funções atribuídas às universidades são, em primeiro lugar o espaço de
preservação do ser humano. A universidade compartilha esse saber com a
comunidade local e regional.
Em segundo lugar, as universidades são o espaço de transmissão do saber
à geração jovem. O saber é uma interação entre professores e estudantes.
Em terceiro lugar, as universidades são o espaço de acréscimo e do
enriquecimento do saber, graças à pesquisa.
Enfim, as universidades são o espaço da assimilação espiritual e a digestão
intelectual do saber. Elas devem permitir aos estudantes, não memorizar um
número infinito de informações, mas organizar os conhecimentos científicos,
aplica-los a problemas práticos e refletir sobre as conseqüências de tais
aplicações, de maneira responsável.”
(Berchem, 1990:15-18)
I.3-A CRISE NAS INSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
Atualmente as universidades passam por momentos caracterizados por
alguns como crise. Mas, como poderia não estar, se toda sociedade brasileira
sofre com as transformações com o passar dos anos?
A universidade é concebida como uma instituição social tanto pelo seu
caráter quanto pela sua função. O caráter é social porque a universidade, sendo
pública ou privada, se utiliza de vários recursos que fazem parte do acervo da
sociedade. E a função é social, porque o que é de melhor na formação profissional
e na pesquisa que é desenvolvida, atinge mais a sociedade e não o indivíduo.
“A atual universidade brasileira não desempenha seu papel em função das
expectativas específicas de grupos sociais a que deveria servir. As elites
empresariais, culturais e políticas reclamam sua ineficiência na produção social
destes grupos e garantia de seus privilégios. As camadas médias que buscavam
na universidade um canal de ascensão social, encontram tais vias obstruídas. E
as camadas baixas e marginais não encontram na universidade qualquer
possibilidade de articulação entre ela, sua existência, trabalho e meio de
sobrevivência. A quem de fato serve a universidade brasileira hoje?”
(Revista ANDE, 1981:54)
A universidade, assim como outros setores da educação, não se
desvinculam do processo que caracteriza a sociedade em que se insere uma
sociedade injusta, terá provavelmente uma universidade atendendo aos donos do
poder. Uma sociedade em crise, certamente terá uma universidade em crise.
A crise que atinge a universidade, vem de uma crise maior, que é a do
sistema político e econômico, que poderia ser resolvida a partir d uma identidade
renovada.
Ribeiro diz que a crise é conjuntural, política, estrutural, intelectual e
ideológica.
“É conjuntural na medida em que surge impacto de forças transformadoras,
numa fase de transição de uma civilização de base industrial para uma outra que
sofre os efeitos de uma revolução científica e tecnológica. Para as universidades
dos países desenvolvidos, esta crise assume a forma de traumas, de tensões
provenientes de inovações nas atividades produtivas e nos serviços que passam a
exigir formação universitária para toda a força de trabalho. Para as nações
subdesenvolvidas, essa crise apresenta-se como um desafio para suas
universidades que deverão realizar a “tarefa de auto-superação” de suas
deficiências para o domínio de um saber novo cada vez mais ampliado, ou ver
aumentar progressivamente sua defasagem histórica em relação às nações
adiantadas.
A crise é política, porque surge de conflitos sociais decorrentes de
interesses e expectativas antagônicos de grupos que querem as universidades
conservadoras e disciplinadas, e outros que a desejam renovadoras ou, até,
revolucionárias.
A crise é estrutural, pois os problemas da universidade ultrapassam o nível
institucional.
A crise é ainda intelectual e ideológica; primeiro porque exige o estudo da
própria universidade para conhecer os seus condicionantes e os requisitos de sua
transformação, segundo porque os próprios universitários se dividem, uma vez
que estas transformações podem contribuir tanto para a universidade constituir-se
em motor de mudança da sociedade global, como para exigir-se em fortaleza
defensiva do status quo.”
(Ribeiro,1969:7-8)
Fávero (1992),
“Recuperar a credibilidade da universidade é tarefa difícil e exige tempo.
Exige que se penetre na instituição e se examine concretamente quais são as
saídas em fase das dificuldades e dos problemas existentes. Exige que se
questione de forma conseqüente e não apenas em termos de discurso, sua função
na produção e disseminação do conhecimento e sua competência para formar
profissionais, procurando-se alternativas, estabelecendo-se prioridades em uma
política de ensino, pesquisa e extensão voltadas para realidade nacional, regional
e local.”
(Fávero, 1992:60)
A INSTITUIÇÃO PRIVADA
CAPÍTULO II
A INSTITUIÇÃO PRIVADA
II.1-A EXPLOSÃO DAS FACULDADES PRIVADAS
Em apenas um decênio o ensino superior brasileiro cresceu mais de seis
vezes, saltando das 124.000 vagas existentes em 1963, para mais de um milhão
em 1974. O pico desse crescimento deu-se a partir de 1969, quando o contingente
de candidatos aos vestibulares foi repentinamente engrossando pelo somatório de
três grandes caudais: os egressos dos cursos colegiais, os aprovados em exames
de madureza e a população adulta represada que adquiriu súbita consciência da
importância de ostentar um diplomado de grau universitário.
Foi uma autêntica explosão, que em poucos anos inverteu a posição relativa
do Brasil no confronto com os demais países do mundo. Se, de acordo com a
Statistical Yearbook da UNESCO, em 1965, o Brasil tinha 132 estudantes
universitários por 100.000 habitantes, ficando acima apenas de Honduras, com 68,
de El Salvador, com 78, e Guatemala com 123, enquanto que o Paraguai tinha164
e os Estados Unidos 1738, já em 1973, o nosso escore passava a 830 alunos por
100.000 habitantes, dando-nos um honroso 3° lugar nas três Américas.
No bojo dessa explosão verificou-se um fenômeno que nada tem de
irrelevante, pois exprimiu a predominância do ensino privado sobre o público, que
antes dominava superando a oferta de cursos e vagas nesse grau de
escolaridade. Incapacitado de assumir sozinho a responsabilidade do atendimento
da prole humana que de repente bateu à porta das faculdades, o Poder Público
passou a conceder facilidades à esfera privada, estimulando ao empresariado na
abertura de escolas e aceitando que escolas de 1° e 2° graus, que se achavam
em crise pela expansão nas redes estaduais de escolas gratuitas, se
convertessem em estabelecimento de ensino superior. Somente em 1972, o
Conselho Federal de Educação e o MEC autorizaram nada menos do que 300
cursos superiores, dos quais a grande maioria se concentrou no eixo São Paulo-
Rio de Janeiro. Hoje a preponderância do ensino particular sobre o público é da
ordem de 70%. Conforme registra o Catálogo Geral das Instituições de Ensino
Superior, editado anualmente pelo MEC, “verifica-se de rede particular em todas
regiões geográficas, com uma incidência de 81% no Sudeste, 56% no Nordeste,
66% no Centro-Oeste e 62% no Sul”. Excetua-se a Região Norte onde ainda
predomina o ensino público, se bem que num total pouco significativo de 68
cursos.
Essa expansão que tanto teve de improvisada quanto de caótica, gerou no
seio dos sistemas de ensino conflitos e contradições de toda ordem, a ponto de
criarem cursos e vagas que excederam de muito a demanda da clientela, como foi
o caso das licenciaturas, hoje em refluxo nos grandes centros, quer pelo
fechamento puro e simples de escolas que esvaziam de alunos, quer pela sua
agregação e entidades economicamente mais poderosas. É o mercado que se
auto-regula por força da lei da oferta e da procura que, na sua implacabilidade,
faz o que não puderam fazer, a seu tempo, as leis de diretrizes e bases da
educação nacional.
Houve, é verdade, os que levantaram suas vozes em favor de critérios que
submetessem a expansão dos ditames do planejamento. Mesmo no Conselho
Federal de Educação ficou notória a aglutinação de seus membros em torno de
duas posições antagônicas, os liberais e os duros, aqueles entendendo que
qualquer postulante tinha o direito de abrir um curso superior, desde que o risco
de empreendimento fosse inteiramente seu, e estes tentando fazer exigências
cada vez maiores, tendo em vista um esforço de preservação da qualidade do
ensino. Desse choque de tendências prevaleceu, freqüentemente, a opinião dos
liberais, que tinham a seu favor incoercível pressão social das massas
reivindicantes de mais vagas e tolerância governamental interessada em exorcizar
o fantasma dos excedentes, que em passado recente se tinha revelado um
verdadeiro pesadelo político.
A rigor, não havia, à época, condições objetivas para a implantação de um
planejamento que disciplinasse a expansão da rede escolar superior. A falta de
pesquisas estatísticas atualizadas e seguras que pudessem orientar as
autoridades nas suas decisões quanto à abertura de novas escolas, o Conselho
Federal de Educação continuou a apreciar os projetos a ele endereçados
atendendo-se de preferência às formalidades processuais previstas nas normas
em vigor para a espécie. Não havia parâmetros confiáveis de natureza
mercadológica ou de excepcionalidade acadêmica para negar-se autorização de
funcionamento de um curso, a não ser gritante fragilidade de um que outro
aspecto do projeto apresentado. Quanto a variáveis como interesse social, a
necessidade social, a necessidade econômica ou a conveniência cultural deste ou
daquele curso nada havia que pudesse guiar o julgamento em cada caso.
O artigo da revista Educação 2000, encartada no Jornal do Brasil do dia 25 de
junho de 2000, retrata o seguinte fato:
“O mercado competitivo e os alunos egressos do ensino médio criaram um
boom de universidades privadas no país. Em seis anos, 336 delas abriram e hoje
79% do ensino superior é particular – 50% no Sudeste.“Houve crescimento de
28% em vagas desde 1196 e a rede pública cresceu mais de 17,5%. A matrícula
do ensino médio cresceu 57% em cinco anos criando demanda no superior”,
explica o diretor de ensino superior do Ministério da Educação (MEC), Luiz
Roberto Curi. Também foram abertos novos cursos desde 1996, quando o
governo federal deu autonomia às universidades. Webmaster – criação de sites na
internet – e terapias naturais – cristais, por exemplo – são alguns dos 546 cursos
criados entre 97 e 98.
PREDOMÍNIO DAS PARTICULARES
Instituições de ensino superior no Brasil
Total Públicas Particulares
Brasil 973 209 764
Norte 40 12 28
Nordeste 124 44 80
Sudeste 570 83 487
Sul 131 38 93
Centro-Oeste 108 32 76
Fonte: MEC/Inep - Censo de 1998
EVOLUÇÃO DA MATRÍCULA NO ENSINO
SUPERIOR (em mil)
1.869 1.965 2.085
1.377 1.368 1.565
1.073
425
1970 1975 1980 1985 1991 1996 1997 1998
A criação do provão e a análise dos cursos de graduação têm levado a um aprimoramento. Cada novo curso superior é analisado pela Secretaria de Educação Superior e pelo Conselho Nacional de Educação. Os cursos já existentes com três D ou E consecutivos ou dois insuficientes em qualidade, mesmo reconhecido, podem fechar.
II.2-CONFLITO NA INSTITUIÇÃO PRIVADA: QUANTIDADE VS QUALIDADE
A livre e indisciplinada expansão havida entre 1969 e 1974 fez periclitar no
ensino superior brasileiro todo e qualquer padrão de qualidade. Mesmo nas
universidades tidas como modelares, pelo alto nível de ensino tradicionalmente
mantido pelas faculdades e institutos, o fenômeno se registrou para desespero de
seus professores mais exigentes. No entanto, em face da onda avassaladora que
se quebrou sobre a rede de ensino superior, fazendo-o viver o mesmo drama da
massificação que um dia se abatera sobre os ginásios (ensino fundamental) e,
depois, sobre os colégios deste país, não havia que antepor inúteis resistências.
Considerando hoje, que a tendência da política educacional é quantitativa e
não qualitativa, observa-se que é priorizado o número de alunos aprovados em
detrimento ao número de alunos com mais capacidade.
Criou-se, então, verdadeiro contingente de estudantes universitários sem o
necessário preparo de base, sem embargo das dificuldades encontradas ao
ingressarem em cursos superiores, o que vem gerando, grande número de
profissionais despreparados.
II.3-EDUCAÇÃO SUPERIOR: UM GRANDE NEGÓCIO
Segundo uma pesquisa coordenada, pela professora da UFF, Lúcia Neves,
revelou os impactos do neoliberalismo sobre a educação no Brasil, que se
transformou num grande negócio.
“...O período FHC foi marcado pelo aumento nas estatísticas educacionais oficiais,
pela expansão do ensino superior privado e por severas críticas de educadores a
política do governo que, segundo eles, fez da educação uma das vítimas da
política neoliberal.
Nestes últimos anos, a educação brasileira se transformou em um negócio, e
o ensino virou mercadoria. Pelo menos é o que mostram pesquisas desenvolvidas
pelo coletivo de estudos sobre política educacional da Universidade Federal
Fluminense (UFF). (...) A educação é um negócio porque a Constituição permite
que as instituições de ensino tenham lucro.”
A política neoliberal é uma política que adequa escola às necessidades do
mercado, educação com finalidade específica de ser instrumento de aumento de
competitividade. Esta política tem como característica a privatização não só das
empresas, mas também dos serviços sociais.
A reforma do ensino superior caminha para o empresariamento, é uma diretriz
dos organismos internacionais para América latina.
A professora Lúcia Neves, em entrevista a Folha Dirigida, diz:
“...Os cursos seqüenciais, por exemplo, aumentam a estatística de curso
superior. Esta estatística é um instrumento de barganha na hora de captar
recursos de fora, que é a mola mestra desse modelo neoliberal de
desenvolvimento. A certificação foi responsável pelos recursos da educação não
terem se esvaído tanto como os das demais políticas sociais. Outro ponto pelo
qual os empresários têm uma apreço pela questão educacional, tanto a de nível
superior quanto as demais, é porque é necessário para eles formar ou moldar esta
nova geração de estudantes aos seus interesses. Precisam formar um homem
com outra mentalidade. Chamo isso de adaptação. Eles querem incutir nas novas
gerações a cultura empresarial. Fazer o jovem correr atrás do sucesso individual,
aceitar como natural a competição entre pessoas, grupos, instituições. Aceitar a
desregulamentação das relações de trabalho como a única forma possível de
combater o desemprego. São fenômenos que fazem parte do mundo
contemporâneo e que a burguesia brasileira tem necessidade que as novas
gerações já venham nascendo com esse espírito de mercado.”
A partir desse depoimento não há nenhuma dúvida que a educação virou
mercadoria. A educação brasileira passou a ser alvo de uma política que visa o
capitalismo. Com a expansão do ensino superior privado, há uma perda na
formação do cidadão crítico, vistos que estas universidades formam mais
graduados as públicas. No Brasil estas instituições apenas ensinam, não
estimulam o pensamento crítico, pois está voltada para o mercado de trabalho.
Diferente da instituição pública que funciona como espaço de produção de
conhecimento que forma um cidadão crítico capaz de transformar a sociedade.
II.4-VESTIBULARES E CURSOS PRÉ-VESTIBULARES
Medidas centradas quase sempre nos concursos vestibulares, como, se
estes tivessem diretamente algo a ver com a questão. Troca-se o regime seletivo
pelo classificatório eliminam-se as questões de respostas alternativas para em seu
lugar colocar dissertativas, inclui-se a redação às provas obrigatórias, como se
pudesse redigir algo que não chegou a escrever corretamente uma frase de
decurso no ensino de 1° e 2° grau.
Na verdade, o despreparo de grande parcela da juventude que se dirige aos
concursos vestibulares, sua ignorância das mais elementares informações
científicas e humanísticas, sua capacidade para desenvolver raciocínios lógicos e
matemáticos, sua indigência vocabular, e verdadeiro bloqueio mental que impede
de formular pensamentos claros e de expressá-los aceitavelmente através da
linguagem oral e escrita, tudo isso são heranças de uma escola de 1° grau que
não tem conseguido cumprir sua missão de dotar os que ela passam dos
instrumentos fundamentais para o exercício da atividade cultural. Mal
alfabetizados e subdesenvolvidos nas suas potencialidades intelectuais os
estudantes brasileiros, via regra, vão avançando aos trancos e barrancos pelos
diversos graus de escolaridade, até chegar aos concursos vestibulares, onde vão
comprovar seu despreparo na perpetração que a empresa periodicamente
estampa e comenta
Afinal, fundamentalmente o curso vestibular nem melhora, nem piora o
padrão de desempenho do estudante no ensino superior, ele não passa de uma
medida, tal qual a balança ou o metro: mede o que lhe apresenta para medir, sem
nada alterar na essência dos bens mensuráveis. Se a coletividade que se submete
aos exames estiver bem preparada, o resultado será melhor, caso contrário, será
pior, e nada mudará por mudarem os cursos vestibulares.
No dia em que se quiser, com devida seriedade, melhorar o nível dos
candidatos ao ensino superior no Brasil não mais se organizarão Comissões
Parlamentares de Inquérito ou Comissões de Especialistas para mexer nos
concursos vestibulares. Far-se-á o que deve ser feito, isto é, buscar-se-á a
qualificação do ensino de 1° e 2° graus. Principalmente daquele por onde passam,
ou deveriam passar, obrigatoriamente todos os brasileiros.
A tragédia educacional brasileira e a origem de todos os males do sistema
de ensino residem aí, nessa etapa inicial de escolarização da população. Na base
e não no ápice da pirâmide, onde se situa o ensino superior com a sua diminuta e
privilegiada clientela.
A EVASÃO NO ENSINO SUPERIOR
CAPÍTULO III
A EVASÃO NO ENSINO SUPERIOR
III.1-A EVASÃO1
O assunto da evasão ou da repetência num sistema de ensino deve ser
analisado, segundo estudos de Peixoto e Braga, tendo como uma de suas
referências o processo de democratização de ensino. A expansão das matrículas
que se verificou no ensino fundamental brasileiro, a partir da década de 60,
produziu, entre outros aspectos, uma mudança na composição de classes
predominantes dos alunos. Este processo, contudo, não se traduziu numa
democratização efetiva. Desde que uma parte significativa deles não consegue
cumprir o ensino fundamental no tempo/idade previstos (Fletcher e Ribeiro, 1990,
Patto, 1990 e Goldenstein, 1986).
Estudiosos afirmam que a evasão pode configurar-se sob duas formas
distintas. Ela pode resultar de uma decisão do aluno, sendo esta a que se
identificaria mais claramente com o significado do conceito. Ou pode ser resultante
de uma combinação de fatores escolares, sócio-econômicos e pessoais
caracterizando-se, neste caso, mais como exclusão do que propriamente como
evasão.
Este problema apresenta-se da mesma forma no ensino superior, porque
aqui também a democratização não se resume à igualdade de oportunidades de
acesso à matricula. Por este motivo, a acentuação da expansão de vagas no
ensino superior, que se verificou no final da década de 60 e início de 70, não se
refletiu, na proporção correspondente, na sua democratização.
Este estudo em questão dará ênfase ao problema da evasão nas
universidades privadas.
___________________________________ 1 Evasão: s.f. 1- ação ou efeito de evadir (-se), fuga
2- subterfúgio, evasiva
III.2-A EVASÃO: FENÔMENO DE MAIOR OCORRÊNCIA NOS CICLOS
BÁSICOS
A partir de pesquisas feitas sobre tal tema, constatamos que os estudos
que são encontrados no Brasil sobre esta temática foram produzidos a partir da
segunda metade da década de 80.
Em estudos realizados permite verificar a existência de uma correlação
entre a repetência registrada nos primeiros períodos do curso e a evasão.
O aluno oriundo de famílias menos privilegiadas, quase sempre obrigadas a
trabalhar mais cedo para completar a receita doméstica, não tem as mesmas
facilidades de freqüentar as boas escolas do ensino fundamental e ensino médio,
geralmente pagas e não raro caríssimas, assim como de matricular-se em
cursinhos voltados para o preparo específico com vistas aos vestibulares. Em
conseqüência, deve contentar-se com escolas de pior qualidade e concorrer na
hora de ingresso na faculdade, com os candidatos de melhor qualificação, não
apenas pelos cursos feitos, como ainda pelos padrões alimentares e de
disponibilidade de tempo para o estudo que bajefam as famílias mais bem postas
na escala sócio-econômica.
Esses alunos acabam ingressando na Universidade por meios facilitados.
Quando estes chegam na instituição, por possuírem um preparo de base
deficiente, são os que, quando pressionados pelas dificuldades das diversas
matérias nos primeiros períodos acabam evadindo.
III.3-FAT0RES QUE CAUSAM A EVASÃO
Decisões de ordem pessoal, dificuldades momentâneas, podem fazer parte
desse quadro. No que diz respeito às características escolares, no entanto,
diversas são as questões envolvidas na abordagem desse problema. Em primeiro
lugar, resultam as estruturas curriculares e os métodos pedagógicos utilizados.
Isto inclui tantos os métodos de ensino como a democratização da gestão das
instituições de ensino superior, estabelecendo novos modos de participação de
alunos e professores na elaboração e execução do currículo (Carrier, 1979). O
entendimento das possibilidades emancipatórias do currículo é outro enfoque
nessa abordagem. Ele deve ser visto não apenas como um conjunto de conteúdos
e métodos a serem aprendidos pelo aluno, mas também, como um esforço de
introdução do estudante num determinado modo de vida (Moreira, 1995).
Outra questão é da cultura escolar e do papel do professor. O docente
relaciona-se não só com a cultura geral (conhecimentos sistematizados e
saberes), mas também é exposta à cultura escolar, resultante da ação da própria
escola. Esta cria ou produz um saber específico, a partir da confrontação entre os
conhecimentos sistematizados disponíveis na cultura geral, e aqueles menos
elaborados, provenientes tanto da “lógica” institucional, quanto das características
da profissão e, ainda, da vida cotidiana escolar (Renin, 1989 1994;
Sarmento,1994; Equeta, 1992; e Sirota, 1993). Nesse contexto devem ser
entendidas características como organização de turmas, os horários de aula, e a
utilização de métodos e estratégias de ensino adequados.
Dentre estes fatores se destacam a dificuldade em acompanhar o conteúdo
programático e a decepção com as expectativas não correspondidas pelo curso e
o perfil sócio-econômico do discente.
Atualmente possuir o ensino médio completo é uma questão de
sobrevivência, diante disso, muitos acabam concluindo este de maneira aleatória.
Desta forma terminam o curso com algum tipo de deficiência.
Com o país em crise, a falta de emprego e campo de trabalho mais
competitivo, a conclusão do ensino médio não é mais suficiente, para que um
cidadão tenha uma perspectiva de vida melhor, se faz necessário a conquista de
um diploma universitário.
Este aluno ao entrar no curso superior, percebe que este universo é muito
diferente ao qual ele pertence, daí já começa ocorrer um choque cultural e, logo
depois o choque intelectual. A partir daí começam as dificuldades, as repetências
e com isso, geralmente, a evasão.
Outro fator predominante é a escolha do curso. Muitos escolhem o curso
não só pela sua aptidão, mas pelo status ou pela situação financeira que a carreira
pode proporcionar. Porém, ao iniciar o curso, muitos acabam se decepcionando e
por conseqüência desistem do curso ou até mesmo da universidade.
A situação sócio-econômica dos estudantes é um dos fatores que
provavelmente interfere neste processo. Para determinar a situação sócio-
econômica mais precisa dos alunos seria necessário uma pesquisa mais
aprofundada e detalhada (renda familiar: relação de salários mínimos, bens com
quantidades de aparelhos eletrônicos presentes, número de automóveis, casa
própria, entre outros). Os dados relatados neste trabalho foram extraídos de
estudos já realizados.
Através destes estudos foi comprovado que a maioria dos que evadem são
oriundos de famílias menos privilegiadas. São aqueles cuja necessidade de
trabalhar os obriga a preterir os estudos.
Pesquisas indicam que o alunado dos cursos apresenta características bem
diferentes. Há uma expressiva diferença de perfil sócio-econômico entre os alunos
dos turnos diurnos e noturnos, mesmo quando a comparação se faz dentro de um
mesmo curso. Geralmente, os alunos dos cursos noturnos são claramente
oriundos das camadas inferiores.
A variação desse perfil sócio-econômico do alunado conforme o curso e o
turno deve-se a duas razões, que são como faces de uma mesma moeda. De um
lado, os candidatos oriundos das classes menos favorecidas fazem uma pré-
seleção na escolha da carreira, considerando a possibilidade de conjugar trabalho
e estudo, entre outros aspectos. De outro lado, para aqueles candidatos que
pertencem aos estratos de menor poder aquisitivo e vieram de uma escola básica
deficiente, as condições de concorrência em algumas carreiras são extremamente
desfavoráveis.
Devemos levar em conta que a taxa de evasão vai variar de acordo com o
curso, há cursos em que a taxa de evasão é muito alta e há aqueles que são
baixas. Em geral, os cursos de Ciências Exatas possuem um índice de evasão,
mais elevado em relação às áreas humanas.
III.4-OUTROS FATORES
O índice de aumento das remunerações salariais, que ficam incompatíveis
com o aumento dos custos escolares.
Este problema não afeta apenas a classe assalariada, mas também a
classe média que com isso perdeu seu poder de compra. Muitas vezes estas
famílias com seus salários defasados e o custo de vida bastante elevado, não
conseguem sustentar seus filhos dentro das universidades. Assim, seus filhos
muitas das vezes são lançados mais cedo no mercado de trabalho para custear
seu próprio estudo. Porém, nem sempre estes conseguem concluir seus estudos.
Para aqueles das classes menos favorecidas, esta questão é um pouco
mais complicada, porque estes têm o trabalho como forma de sustento e melhora
de vida, pois é através dele que poderá cursar uma faculdade. Mas a realidade é
muito diferente, uma vez que os ajustes das mensalidades não acompanham os
salariais e, além das mensalidades, há um custo com materiais didáticos e de
apoio, com locomoção e alimentação; o que vai tornar inviável a permanência
deste aluno na instituição.
O nível cultural da família do discente é um fator muito importante. O grau
de estudo de seus pais, os hábitos culturais influencia no desempenho escolar do
aluno como o hábito da leitura entre outros.
A violência urbana também gera uma desmotivação para freqüentar o
curso, pois hoje a violência está em tal proporção que nem na nossa própria casa
nos estamos seguros.
Violência como assaltos, estupros, seqüestros, faz com que muitos alunos
abandonem o curso.
Daremos aqui alguns dados estatísticos segundo a pesquisa do MEC.
Os quadros I e II mostram a relação dos números referentes as instituições
existentes no Brasil, e os números de instituições que se concentram no estado do
Rio de Janeiro.
Números de instituições Superiores no Brasil → 3.030.754
PRIVADAS → 2.091.529
QUADRO I
particulares 1.040.774
comum./conf./filant. 1.051.055
Números de instituições Superiores no Rio de Janeiro → 345.676
PRIVADAS → 266.256
QUADRO II
particulares 48.042 comum./conf./filant. 218.014
Os quadros abaixo mostram a relação de matrículas de alunos nas
instituições privadas.
QUADRO III.a -MATRÍCULA EM CURSO DE GRADUAÇÃO PRESENCIAL MATRÍCULAS PRIVADAS CURSOS UNIVERSIDADES CENTRO UNIV. PART COM./CONF./FILANT PART COM./CONF./FILANT DIREITO 65.104 149.651 33.632 19.104 MATEMÁTIICA 3.333 2.395 1.979 500 HISTÓRIA 156 3.920 151 304 LETRAS 6.481 4.125 2.262 479
QUADRO III.b -MATRÍCULA EM CURSO DE GRADUAÇÃO PRESENCIAL MATRÍCULAS PRIVADAS CURSOS FACULDADE INT. FACULDADE / ESC./INST. PART COM/CONF/FILANT PART COM/CONF./FILANT DIREITO 20.822 4.541 35.942 12.031 MATEMÁTICA 310 - 171 -
HISTÓRIA - - 175 - LETRAS 367 - 1.031 60
QUADRO III.c MATRÍCULAS PRIVADAS CURSOS CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PART. COM./CONF./FILANT. DIREITO - - MATEMÁTICA - - HISTÓRIA - - LETRAS - -
Os quadros abaixo mostram a relação de números de alunos que chegam a
concluir a graduação nas instituições privadas.
QUADRO IV.a – CONCLUINTES EM CURSOS DE GRADUAÇÃO PRESENCIAS CONCLUINTES /PRIVADAS CURSOS UNIVERSIDADES CENTRO UNIV. PART COM/CONF/FILANT PART COM/CONF/FILANT DIREITO 10.590 15.340 3.814 1.367 MATEMÁTICA 414 273 222 55 HISTÓRIA 36 400 22 23 LETRAS 757 702 350 54
QUADRO IV.b – CONCLUINTES EM CURSOS DE GRADUAÇÃO PRESENCIAS CONCLUINTES /PRIVADAS CURSOS FACULDADE INT. FACULDADE / ESC./INST. PART COM./CONF./FILANT PART COM/CONF/FILANT DIREITO 2.519 583 3.323 1.127 MATEMÁTICA 100 - 06 - HISTÓRIA - - - - LETRAS 68 - 31 -
QUADRO IV.c CONCLUINTES CURSOS CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PART. COM./CONF./FILANT. DIREITO - - MATEMÁTICA - - HISTÓRIA - - LETRAS - -
O quadro V, acima, apresenta uma pequena análise da relação dos
números de matrícula com os números de alunos concluintes.
O próximo quadro apresenta esse índice de concluintes em percentual
QUADRO VI - CONCLUINTES EM PERCENTUAL
CURSOS % DIREITO 12,04 MATEMÁTICA 11,038 HISTÓRIA 10,003 LETRAS 10,032
QUADRO V - TOTAL DE MATRÍCULAS NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO PRESENCIAIS
CURSOS TOTAL DE
MATRÍCULAS TOTAL DE
CONCLUINTES DIREITO 336.286 38.663
MATEMÁTICA 9.228 1.070 HISTÓRIA 4.706 481 LETRAS 14.805 1.973
Após análise destes dados podemos perceber que o número de alunos que
consegue concluir a graduação, de acordo com os cursos em questão, ainda é
muito baixo.
CONCLUSÃO
Na verdade, não há formulas a priori capazes de requalificar o ensino
superior brasileiro que se democratizou, como todos os demais graus, e fez-se
irreversível nessa democratização. Há que se encontrar meios de corrigir os
rumos desta ou daquela falha ao longo do próprio processo e tendo em conta
todos os condicionamentos econômicos, políticos e psicossociais que ora pesam
no comportamento dos sistemas educacionais.
Em contrapartida há que desencadear toda uma nova política para os
ensinos fundamentais e médios, tirando-os da ineficiência em que ora se
encontram e restituindo-lhes as funções essenciais de dotar os alunos de
capacidades mínimas para o seu desempenho na vida social, profissional e
intelectual. O país não pode, suportar por mais tempo esta estranha situação que
se traduz por altos dispêndios feitos anualmente, para financiar o ensino
fundamental que não sabe mais ensinar a ler, escrever e contar; e outra de ensino
médio, que não sabe se exatamente aprofunda estudos gerais, com vistas às
universidades, ou se formam técnicos com vistas ao mercado de trabalho. As
indecisões de rumos que marcam esses graus de ensino, associadas ao péssimo
produto entregue à nação, repercutem de tal forma nas condições de
funcionamento do 3° grau, que se pode dizer, sem medo de errar, que qualificação
do ensino superior brasileiro será uma inútil empreitada sempre que for tentada
isoladamente, sem um projeto abrangente que leve em conta a necessidade de
requalificar urgentemente os demais graus de ensino.
Quanto a evasão de alunos nas instituições superiores como possível
solução poderão ser adotadas estratégias como:
• Formação de turmas de apoio com aulas extras
Fazer uma seleção das matérias, as quais os alunos sentem mais
dificuldades, com montagem de exercícios como suporte que
permitam a esses alunos condições de nivelamento com os demais.
• Monitoria
Este processo já é utilizado nas universidades públicas. Os alunos
que se destacam em uma determinada matéria, utilizam seu
conhecimento para ajudar os outros aluno com dificuldade.
A instituição deveria aproveitar o potencial desses alunos
incentivando-os com algum tipo de ajuda, como: créditos ou bolsas de
estudos.
• Uma participação mais ativa do corpo docente
O papel do docente na vida do discente é muito importante, pois estes
deveriam estar mais envolvidos com a vida acadêmica, avaliando
sempre o seu curso, procurando amenizar as dificuldades presentes
em sala de aula com avaliações contínuas.
Em relação a este fator há de se criar incentivos profissionais que
valorizem cada vez a função do docente e possam, progressivamente,
criar condições para uma dedicação cada vez maior, e em certos caos
até mesmo exclusiva do professor à causa do magistério.
Estas são algumas propostas que podem melhorar ou amenizar a atual
situação em que as instituições superiores vivem hoje, não só as instituições, mas
quem sabe, a educação em geral.
Não podemos esquecer que um país próspero, saudável e digno se faz com
investimento em educação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERCHEM, Theodor. A missão das universidades na formação e no
Desenvolvimento culturais: A diversidade dentro da universidade.A missão da universidade hoje, Cadernos Plurais, n.5, Série Universidade I,p.15 – 18, setembro,1990.
BICUDO, Maria Aparecida V. (org.) – Evasão Escolar nos cursos de
Graduação da UNESP, SP , UNESP, 1995.
FÁVERO, Maria de Lurdes de Albuquerque. Universidade e estágio Curricular: subsídios para discursão. In: Formação de Professores- Pensar e Fazer. SP:Cortez,1992.101p. p. 54,56,60
LUCKESI, Cipriano.Fazer Universidade: Uma Proposta metodológica. 3. ed. SP:Cortez,1986. 232 p. p. 38-44. PAREDES, Alberto S. – A evasão do 3° grau em Curitiba, NUPES–USP, SP, documento de trabalho n. 6, 1994 PATTO, Maria Helena S. – A Produção do fracasso escolar: histórias de Submissão e rebeldia, SP, T. A. Queiroz, 1990. PROFESSORES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS.
A Universidade Brasileira e a relação com o Projeto de Desenvolvimento. Revista da Ande, ano 1, n. 2, p.23-24, 1981.
REVISTA DO JORNAL DOBRASIL, Educação 2000 ENTREVISTA À PROFESSORA LÚCIA NEVES DA UFF : Folha Dirigida , Educação, 2003
ÍNDICE INTRODUÇÃO Capítulo I A INSTITUIÇÃO SUPERIOR
I.1 Origem da Universidade I.2 O Papel da Universidade I.3 Crise nas Instituições Brasileiras
Capítulo II A INSTITUIÇÃO PRIVADA
II.1 A Instituição Superior privada II.2 Conflito nas Instituições Privadas: quantidade vs qualidade II.3 Educação Superior: um grande negócio II.4 Vestibulares e cursos pré-vestibulares
Capítulo III A EVASÃO NO ENSINO SUPERIOR
III.1 A evasão III.2 A evasão: fenômeno de maior ocorrência nos ciclos básicos III.3 Fatores que causam a evasão III.4 Outros fatores
CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS FOLHA DE AVALIAÇÃO
8 11 11 11 13 17 17 20 21 23 26 26 27 27 30 35 37 39 40
ANEXOS
FOLHA DE AVALIAÇÃO UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
A INSTITUIÇÃO PRIVADA SUPERIOR E A QUESTÃO DA EVASÃO ESCOLAR
Data de entrega: _____________________________________________ Avaliado por:___________________________Grau:________________ Rio de Janeiro,______, de _______________ de ________.
___________________________________________________________ Coordenador do curso