a leitura do texto poético popular
DESCRIPTION
Sequencia didáticaTRANSCRIPT
Universidade Estadual da ParaíbaCentro de Ciências Humanas e Exatas- Poeta pinto do Monteiro
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBIDCurso de Licenciatura em Letras- Língua Portuguesa
Coordenador de área: Prof. Dr. Marcelo Medeiros da SilvaBolsista: Maria Roselí da Silva Pereira
Sequência Didática
1. Público: Alunos do 6º, 7º, 8° e 9° ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental II Bento
Tenório de Sousa.
2. Espaço: Sala de informática
3. Duração:
4. Conteúdo: Leitura do texto poético
5. Objetivos:
5.1 Objetivo geral:
Proporcionar aos alunos situações de aprendizagem de leitura e de escrita a partir de atividades
dinâmicas, interativas e, sobretudo, lúdicas com a poesia de expressão popular.
5.2 Objetivos Específicos:
Espera-se que ao final desta sequência os alunos sejam capazes de:
Valorizar a poesia em suas diversas formas de expressão.
Apreciar as produções culturais de expressão popular.
Relacionar as experiências apresentadas nas poesias à própria vida.
Socializar oralmente e/ou por escrito suas impressões e seus conhecimentos prévios.
Apropriar-se das marcas estético-formais dos gêneros lidos e produzir outros trava-línguas e
advinhas.
6.Procedimentos:
1º Momento: Aspecto lúdico da poesia de tradição oral
Iniciaremos esse momento fazendo a seguinte pergunta: Vocês gostam de poesia?
Em seguida, convidaremos os alunos para participarem de um momento lúdico, em que poderão
a partir de várias atividades de motivação ativar seus conhecimentos prévios ao relembrarem
das poesias de tradição oral que se fizeram presentes em suas brincadeiras durante a infância.
Para tanto, levaremos à sala de aula, poesias das mais variadas formas de expressão, como
quadrinhas, trava-línguas, advinhas, cantigas de roda e parlendas. A execução das atividades
lúdicas preparadas para esse momento poderá ocupar uma faixa de 08 aulas de 45 minutos
cada. Assim sendo, iniciaremos convidando os alunos para participarem de um “dominó poético”,
em que será entregue a cada um, alguns versos de parlendas. Em seguida, pediremos que o
aluno que estiver com o primeiro verso de uma das parlendas, coloque-o no centro da mesa.
Depois, os demais alunos, um por um, devem encaixar os demais versos nos lugares corretos
até que o texto esteja devidamente completo. Para essa brincadeira utilizaremos as parlendas
que tem como versos iniciais “Cadê o queijinho que estava aqui?”, Um, dois, feijão com arroz”,
“Borboletinha amarelinha”, “O burrinho em Jericó” e “Hoje é domingo”.
Em seguida, convidaremos os alunos para um desafio a partir da leitura oral de trava-línguas, em
que deverão lê-los de modo rápido pronunciando as palavras corretamente. Para esse momento,
utilizaremos os seguintes trava-línguas: “Olha o sapo dentro do saco,/ o saco com sapo dentro,/ o
sapo batendo papo/ e o papo soltando vento”; Lá vem o velho Félix/ Com o fole velho nas costas./
Tanto o fole do velho fede/ Quanto fede o velho Félixe “O peito do pé de Pedro é preto!/ Quem
disser que o peito do pé de Pedro é preto,/ Tem o peito do pé mais preto/ Do que o peito do pé de
Pedro”.
O terceiro momento lúdico será desenvolvido a partir da leitura de quadrinhas, para tanto faremos
um baralho poético, em que entregaremos a cada aluno quatro cartas, em cada uma delas
constará apenas versos isolados. O procedimento dessa atividade de motivação deve ocorrer do
seguinte modo: após a entrega das cartas aos alunos, deverá ser realizado um sorteio a fim de
que o participante sorteado inicie a brincadeira, o qual deverá retirar do centro da mesa uma
carta que lhe interesse, mas nesse momento deve eliminar outra que está em sua posse. Esse
procedimento deverá ser seguido por todos os participantes até que cada um deles consiga
recolher todos os versos que completam a quadrinha que deseja concluir.
No “baralho poético” serão utilizadas as seguintes quadrinhas:“Não tem machado que corte/ a raiz
do nosso amor./ Quanto mais corta, mais cresce,/ e mais depressa brota flor”;“Queria ser uma
lágrima/ Para em seus olhos nascer/ Correr em sua face/ E em sua boca morrer”; “Meu
passarinho tão manso,/ Das minhas mãos escapou./ Para mais penas me dar,/ Penas nas mãos
me deixou”; “Atirei um limão verde/ Lá na torre de Belém;/ Deu no cravo, deu na rosa/ Deu no
peito de meu bem”; “Meu coração é de vidro/ Feito de mil travações;/ Com qualquer coisa se
quebra,/ Não atura ingratidões.”; “Batatinha quando nasce/ esparrama pelo chão./ Menininha
quando dorme/ Põe a mão no coração”;
Em seguida, será realizada uma brincadeira com cantigas de roda, para tanto faremos um
quebra-cabeça, que funcionará da seguinte forma: inicialmente, dividiremos a turma em duplas e
entregaremos a cada uma delas uma sacola, na qual haverá cinco cantigas de roda. No entanto,
constarão apenas versos isolados, os quais, os alunos deverão juntar para descobrir de que
cantiga se trata.
Quando todas as duplas conseguirem montar o quebra-cabeça, solicitaremos que cantem a
canções em conjunto. As cantigas de roda que serão utilizadas nesse momento lúdico têm como
versos iniciais: “Caranguejo não é peixe...”; “O cravo brigou com a rosa” “Pirulito que bate bate”;
“A barata diz que mora numa casa de sobrado” e “Ciranda, cirandinha”.
Para trabalharmos com as advinhas aplicaremos o “jogo da forca poética”, que funcionará da
seguinte forma: entregaremos a cada aluno um papel, no qual constará uma advinha. Caso o
aluno não consiga responder, colocaremos no quadro a quantidade de traços que correspondem
ao número de letras referente à resposta. Cada aluno deve dizer uma letra até que alguém
descubra a resposta.
Em cada papel, constará uma das advinhas que serão apresentadas a seguir: São luzes que não
têm fio/ Quietas e agitadas./ Dormem por todo o dia,/ Mas a noite estão acordadas
(estrelas);Quando saio pelas ruas,/ Ás vezes fico guardado./ Só vou para cima/ Quando a chuva
vem pra baixo. (guarda-chuva); De tantoesquentar a cabeça/ Acaba morrendo queimado.
(fósforo); É gota e não vem da chuva,/ E nem da terra nasceu./ Salgada sem vir do mar,/ Todo
mundo já lambeu.(lágrima); Em que lugar o ontem vem depois de amanhã/ E o amanhã vem
antes de ontem? (dicionário); Zigue-zague vai passando/ Vai comendo sem querer./ O que come
vai pra fora,/ engolir não pode ser. (tesoura); Verde por fora,/ Branco por dentro./ Uma caixinha
fechada/ Que está sempre molhada. (coco); Mudo, cego e surdo/ faço bem à vaidade./ Mesmo
sem nunca falar,/ Dizem que falo a verdade. (espelho); Costuma ser pontual,/Mas pode vir de
repente./ Quando viva, incomoda/ Só morta fica contente. (fome;) O mundo inteiro em sua mão/
Preto e branco ou colorido,/ Vamos, me diga quem sou eu,/ Com este meu olhar de vidro.
(Televisão)Diga-me que bicho é esse/ Caminha dando sopapo/ Come brasa, engole fogo/ canta
feio e bate papo/ Solta espuma, mora em loca/ O nome dele é? (sapo); Anda sempre em
rebanho/ E faz festa à tardinha/ Gosta muito de igreja/ Se esconde de manhãzinha/ Nem é
pombo e nem é marreco/ Que ave é essa? (andorinha); Maior do que um cavalo/ É muito liso o
seu pelo/ Ele atravessa o deserto/ Corcundo por desmantelo/ Passa dias sem beber/ Que bicho
é esse? (camelo).
Ao final solicitaremos aos alunos que pesquisem junto aos seus familiares e amigos textos
“poéticos” de nossa tradição oral.
2º Momento: Poesia de expressão popular
No segundo momento, os alunos deverão apresentar as poesias de tradição oral que pesquisaram.
3º Momento: Vamos brincar de ler?
Durante esse momento convidaremos os alunos para realizarem a leitura de três livros, os quais
apresentam um conjunto de poesias de tradição oral. O primeiro livro a ser lido será Língua de
sobra e outras brincadeiras poéticas, de Leo Cunha, em seguida Trava-língua/ Quebra-queixo/
rema-rema/ Remelexo, de Almir correia e, por fim, Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu, de Lenice
Gomes. A leitura de tais livros será realizada através de cópias, as quais ficaram no centro da
mesa a disposição dos alunos. Com isso, estaremos proporcionando aos alunos um momento
lúdico, em que poderão brincar com o jogo sonoro e gestual das poesias e, sobretudo, jogar com
a imaginação. A cada leitura, faremos com que os alunos percebam também a intertextualidade
presente em tais textos, levando-os a relacionarem as poesias a textos escutados e lidos em
experiências anteriores.
4º Momento: Desafio irresistível
No quarto momento lançaremos aos alunos uma proposta, na qual cada um deles deve
desafiar um colega a ler um trava-língua, escolhido pelo desafiador. Para tanto, levaremos a
sala de aula um conjunto de trava-línguas previamente selecionados, os quais serão retirados
dos livros que foram lidos durante o encontro anterior. Deixaremos tais textos no centro da
mesa a fim de que os alunos escolham os textos de sua preferência para em seguida, lançarem
os desafios. O professor também poderá solicitar que os próprios alunos pesquisem os trava-
línguas, caso assim, o prefira.
Durante esse desafio faremos com que os alunos se divirtam com os sons emitidos ao realizar
a leitura dos trava-línguas em voz alta. Além disso, poderão se divertir ao observar se os
desafiados conseguem ler o texto corretamente. Por fim, o professor poderá sondar os alunos
sobre qual deles realizou a melhor leitura, ou seja, aquele que leu de modo rápido
pronunciando as palavras corretamente. Feito isto, poderá presentear o aluno vencedor com
algum brinde.
5º Momento: Quero ver quem advinha!
Nesse momento faremos uma atividade lúdica com a intenção de motivar os alunos antes de
lançarmos a proposta de produção de uma advinha. Para tanto, faremos uma palavra cruzada,
na qual constará a frase: Quero ver quem advinha. Tal frase estará no centro da palavra
cruzada. Nos demais espaços constarão apenas quadrinhos em branco, os quais serão
preenchidos à medida que a brincadeira prosseguir.
Tal jogo deve prosseguir do seguinte modo: inicialmente os alunos serão convidados a retirar
de dentro de uma sacola as perguntas, ou seja, as advinhas que deverão responder. Em
seguida, deverão lê-las oralmente para, então, apresentar a resposta. Caso a resposta não
esteja correta, os demais alunos poderão ajudar o colega, indicando uma provável resposta.
Mas se estiver correta, o aluno deverá procurar as letras que correspondem à palavra, tais
letras estarão dentro de uma cesta. Entretanto, atenção: cada advinha virá acompanhada de
um número, portanto a resposta deverá ser escrita nos quadrinhos correspondentes ao referido
número.
As advinhas que serão utilizadas durante essa atividade são as seguintes: 1-Fruta vermelha,
doce e saborosa / Quando está madura fica mais gostosa. 2-O que é o que é, que quanto mais
cresce, menos se vê? 3-O que é o que é que sempre se quebra quando se fala? 4-É um
pássaro brasileiro e seu nome de trás para frente é igual. 5-Ele é magro pra chuchu, tem
dentes, mas nunca come e mesmo sem ter dinheiro, dá comida a quem tem fome? 6-O que é
que tem capa, mas não é super-homem, tem folha, mas não é árvore, tem orelha, mas não é
gente, e é surdo, mas conta tudo? 7-O que é? O que é? Tem pernas, mas não anda. Tem
braço, mas não abraça? 8-O que é o que é que dá muitas voltas e não sai do lugar? 9-De leite
é feito, muito bom e nutritivo / Seu nome rima com beijo. 10-O que é que corre a casa inteira e
depois vai dormir num canto? 11-O que é o que é, tem chapéu, mas não tem cabeça, tem boca,
mas não fala, tem asa, mas não voa? 12-O que entra na água e não se molha? 13-O que é que
dá um pulo e se veste de noiva? 14-Na televisão cobre um país; no futebol, atrai a bola; em
casa incentiva o lazer. O que é? 15-O que é, o que é? Cai em pé e corre deitado? 16-O que é o
que é que anda com os pés na cabeça? 17-O que é, o que é que, quando dizemos o seu nome,
ele deixa de existir? Tem cabeça, tem dente, tem barba, não é bicho nem é gente, o que é? 19-
O que é, o que é? Caminha sem pés, voa sem asas e pousa onde quiser.
6º Momento: Vamos produzir uma advinha?
Nesse momento, convidaremos os alunos para produzirem uma advinha. Após, cumprirem com
o que lhes foi pedido, iremos ler e discutir cada texto produzido e, nos casos em que for
necessário, procederemos à reescrita dos textos. Quando a segunda versão ficar pronta, os
alunos deverão transcrevê-la num papel cartão, utilizando lápis e canetas de cores diversas.
Por fim, haverá a apresentação de todas as advinhas produzidas.
7º Momento: Poesia encantada
Nesse momento faremos a leitura de um conjunto de poemas de Sérgio Capparelli levando os
alunos a relacionarem os textos a poesias de expressão popular escutadas e/ou lidas em
experiências anteriores. Para tanto, realizaremos a leitura dos poemas: Estação café, Crocodilo,
A traça poliglota, Entro ou não entro, Ecologia, O cobrador, Bia e pio, Pintando o sete e o
Tamanho do A.
Entregaremos a cada aluno a cópia dos poemas e em seguida iniciaremos a leitura em voz alta,
entretanto algumas palavras estarão incompletas, ou seja, os espaços de algumas sílabas
estarão em branco. Isto será feito com o intuito de levarmos os alunos a treinarem o processo de
escrita de algumas sílabas, pois percebemos durante a produção das advinhas que a maioria
deles sente bastante dificuldade ao escreverem palavras que são compostas por sílabas
complexas.
8º Momento: Vamos travar a língua?
Nesse momento apresentaremos aos alunos trava-línguas em áudio. Ao final os desafiaremos a
repetir oralmente os trava-línguas escutados. Faremos essa atividade com o intuito de motivá-
los antes de lançarmos a proposta de produção de um trava-língua.
9º Momento: Criando um trava-língua
No nono momento, lançaremos aos alunos a proposta de produção de um trava-língua. Quando
a primeira versão ficar pronta, realizaremos a leitura e discussão de todos os textos produzidos.
Em seguida, faremos uma reescrita coletiva, para tanto iremos transcrever no quadro os textos
produzidos para que os demais alunos possam contribuir na reescrita dos textos dos colegas.
Reescrita feita, os alunos deverão transcrever num cartão os trava-línguas produzidos.
10º Momento: Poesia, leitura e brincadeira
No décimo momento, faremos a leitura de um conjunto de poemas de Manoel Bandeira, a fim de
que os alunos percebam que autores eruditos também bebem da fonte da poesia popular. Para
tanto, realizaremos a leitura dos poemas Evocação do Recife, Rondó do Capitão, Berimbau, Trem
de Ferro, Boca de Forno, Seu rei mandou dizer, levando-os a fazer uma relação de tais textos com
as poesias de tradição oral lidas e/ou escutadas por eles.
Entregue os poemas aos alunos, a professora irá lê-lo, em voz alta, e pedir que tentem
relacioná-los as poesias de tradição oral de que lembram. Neste momento, os alunos ficarão
livres para discutirem acerca dos textos lidos, ou recitá-los novamente.
Referências Bibliográficas
BATISTA, Maria de Fátima Barbosa de Mesquita; SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos (Org.).
Cancioneiro da Paraíba. João Pessoa: GRAFSET, 1993.
CAPPARELLI, Sérgio. 111 poemas para crianças. Porto Alegre: L&PM, 2013.
CORREIA, Almir. Trava-língua quebra-queixo rema-rema remelexo. São Paulo: Cortez, 2010.
CUNHA, Leo. Língua de sobra e outras brincadeiras poéticas. São Paulo: Cortez, 2014.
GOMES, Lenice. Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu. São Paulo: Cortez, 2009.
GOMES, Lenice; MORAES, Fabiano. Alfabetizar letrando com a tradição oral. São Paulo: Cortez Editora, 2013.