a lenda dos orixás
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Texto proferido em palestra sobre a lenda dos orixás. Esta é a introdução que poderá servir para qualquer mãe ou pai de santo que compreenda as comidas e conheça alguma lenda sobre os orixás do panteão africano.TRANSCRIPT
A Lenda dos Orixás
A cultura africana e afro-brasileira é marcada por ser, ainda, exclusivamente oral.
Os rituais, a mitologia yorubá é passada de gerações a gerações dentro das famílias
religiosas, portanto não há uma literatura específica, um livro de cunho religioso como a
bíblia, o alcorão ou a Torá. Contudo é uma cultura associada à religião tão antiga quanto
o judaísmo. Surge na África, nas tribos e povos e chega ao Brasil através do comércio de
escravos negros trazidos de outras colônias portuguesas.
Ao chegarem ao Brasil como escravos, a união se fez necessária, mesmo em
tribos rivais. Tal união constituiu o que conhecemos hoje sobre lendas, feituras, comidas,
contudo existem as nações dentro do Candomblé, ou seja, algumas coisas divergem no
culto e na mitologia.
No Rio Grande do Sul a história se desenha de forma diferente pois o Batuque foi
trazido por um príncipe africano, Custódio, que desembarcou em Rio Grande trazendo
sua corte real. Custódio se instalou primeiro em Pelotas e, posteriormente através do jogo
de búzios foi orientado a ir para Porto Alegre onde plantou o famoso Bará do Mercado
Público.
Ainda há outra personalidade do Batuque importante que é Valdemar de Xangô
Kamuká que instaurou a nação Kabinda, um forma de culto aos ancestrais assentados no
Balé.
Discorridas essas nuances do Batuque, podemos compreender melhor a
religião/mitologia africana através das lendas contadas nos terreiros e barracões e
passadas oralmente.
Dentro das senzalas o culto aos Orixás era proibido, quando chegavam ao Brasil
os escravos eram batizados com novos nomes (portugueses) e podiam rezar aos Santos
do Senhor Branco. Para não abandonar suas raízes os negros surge o “Sincretismo
Religioso”, ou seja a associação de um orixá com um santo católico. As imagens, nesse
Brasil Colonial eram de madeira, então os negros ocavam essas imagens e enchiam com
o otá e as ervas do Orixá. Portanto, louvavam a Xangô e aos olhos dos Senhores
estavam rezando para São Jerônimo.
Dentro da cultura negra não há bem e mal, ou seja, não há essa dualidade do
Cristianismo, o que há são Orixás que possuem determinadas características e essas
características se refletem nos seus filhos o que se chama arquétipo do Orixá.