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II Seminário de Socialização do PIBID - UNIFAL-MG
26 a 28 de maio de 2012.
A LINGUAGEM CIENTÍFICA EM SALA DE AULA E O USO DO
CHEMSKETCH
Galvani Pereira Alves*
Unifal-MG
Thúlio Silva Bastos*
Unifal-MG
Sessão Temática: 1. Metodologias de ensino-aprendizagem;
Palavras-Chaves: Ensino de Química, Linguagem Cientifica, Quimica Nova Interativa,
ChemSketch.
INTRODUÇÃO
A atividade foi planejada para que os alunos do 1º Ano da Escola Estadual
Judith Viana pudessem ter contato com conceitos científicos, melhorar a interpretação
de texto e a partir da análise de moléculas envolvidas na atividade, desenhá-las
utilizando um software de uso gratuito, o ACDLabs/ChemSketch (www.acdlabs.com).
O motivo levado em consideração para que pensássemos e executássemos tal
atividade foi à defasagem do vocabulário do aluno na hora de responder a determinados
exercícios em sala de aula e a falta de conhecimentos prévios.
Para Paulo Freire, “a alfabetização é mais que o simples domínio psicológico e
mecânico de técnicas de escrever e de ler. É o domínio destas técnicas em termos
conscientes. (...) Implica numa autoformação de que possa resultar uma postura
interferente do homem sobre seu contexto.” (p.111, 1980). Portanto, a alfabetização
deve possibilitar ao analfabeto, de uma maneira lógica, a capacidade de organizar o seu
pensamento, além de auxiliar a construção de uma consciência crítica em relação ao
mundo que o cerca.
Autores como, Bybee e DeBoer (1994), Fourez (1994), Hurd (1998), Jiménez-
Aleixandre et al. (2000), Yore et al. (2003) e Lemke (2006), relatam à necessidade da
escola, proporcionar ao aluno, condições necessárias para a compreensão do saber
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científico sobre Ciências, mas não só noções, também capacitá-los para que possam
fazer ciência, sendo defrontados com problemáticas do cotidiano, promovendo a
investigação e o desenvolvimento do seu lado critico, preparando-os para o mundo e o
meio social.
DESENVOLVIMENTO
Com base nas questões anteriores, levamos 75 alunos do primeiro ano da Escola
Estadual Judith Viana para o laboratório de informática da Universidade Federal de
Alfenas e apresentamos a eles o site da Química Nova Interativa (QNInt). Este site nos
ofereceu materiais para que pudéssemos iniciar o processo de adaptação e incentivo a
leitura de textos e conceitos científicos, além de outros aplicativos. Dentre os temas
oferecidos pelo QNInt, escolhemos a Qualidade da Água. Pedimos aos alunos que
lessem o texto e a partir da leitura respondessem a uma pergunta: Quais os parâmetros
físicos e químicos que influenciam a qualidade da água? E como estes influenciam?
Explique com suas palavras.
Após a leitura e a resolução da questão, realizamos uma discussão sobre o texto,
abordando a importância do tratamento das águas e os aspectos que determinam essa
qualidade.
Outra proposta da atividade foi analisar as moléculas envolvidas no texto e
desenhá-las no ChemSketch, visualizando-as em 3D, para proporcionar aos alunos os
diferentes tipos de moléculas, a quantidade de ligações, os tipos de ligações e os
ângulos entre as ligações. Tais observações não constam no conteúdo proposto pelo
CBC ao primeiro ano do ensino médio, porém a idéia era de iniciarmos o contato para
que num futuro próximo essa atividade possa facilitar a compreensão do aluno pela
Química.
Os alunos no inicio da aula, com duração de 100 minutos, estavam motivados
por estarem indo a uma aula em um laboratório de informática na Unifal-MG, tinham
um sorriso no rosto e os olhos brilhavam por saberem que iam aprender algo diferente.
Porém, quando descobriram que teriam que ler um texto, logo ficaram desanimados,
isso deve-se ao fato de não estarem habituados a leitura.
Aluno: Pó, vou ter que ler isso tudo mesmo? Não vou ler não!
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Bolsista: Claro, o texto é muito interessante e importante! E depois deverá
responder uma questão sobre o texto.
Aluno: Eu vou entrar no Facebook!
Bolsista: O computador está bloqueado para as redes sociais.
Aluno: Vai valer ponto?
Supervisora: Claro! Tudo que vocês fazem vale ponto.
Os alunos ficaram então quietos e começaram a ler o texto. Em seguida
responderam a questão. Ao termino das respostas, começamos a conversar sobre o texto
e a maioria dos alunos estavam interagindo com nós bolsistas.
Na sequência das atividades pedimos aos alunos que identificassem as moléculas
presentes no texto.
Alunos: Tem oxigênio, o CO2.
Bolsista: Isso mesmo, mas tem outras moléculas presentes. Olha no canto direito
da tela, moléculas envolvidas.
Pedimos aos alunos que abrissem o ChemSketch para desenharmos essas
moléculas. Foram dadas as coordenadas para a execução da atividade, além dos alunos
estarem acompanhando o bolsista pelo telão a frente da sala de informática, porém
alguns alunos tiveram certas dificuldades ao manusear o mouse, ao clicar e arrastar as
moléculas montarem suas ligações. Muitas vezes clicavam duas vezes e as ligações
ficavam sobrepostas. Quando a dificuldade surgia, eles chamavam os bolsistas. Nós
íamos até o aluno explicávamos como deveria proceder e onde estava a dificuldade
deles e pedíamos pra o aluno fazer a molécula de novo para vermos se ele tinha
entendido ou se a dificuldade persistia.
Depois mostramos como acertar o ângulo das ligações. Outra dificuldade surgiu,
que foi selecionar a molécula para acertar seus ângulos, mas foram poucos alunos e
aprenderam com maior facilidade.
Essas dificuldades devem-se a falta de prática, ou seja, a pouca utilização do
computador por parte de alunos e a falta de aulas de informática na escola.
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Com as devidas moléculas montadas, mostramos tais moléculas em 3D e em
seguida os vários modelos que o software nos proporcionavam, nas formas de palito,
bola, entre outras.
O software, gratuito, disponibilizado pela empresa ACDlabs foi gravado em uma
mídia (CD) e disponibilizado para os alunos na biblioteca da escola.
Anexo I – Laboratório de Informática (Unifal-Mg)
(1) (2)
(3) (4)
Figuras (1) a (4) – Alunos do 1º ano realizando uma leitura científica e utilizando o chemsketch .
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Referências Bibliográficas:
Bybee. R.W.; Achieving Scientific Literacy, The Science Teacher, v.62, n.7, 28-33,
1995.
Fourez.G.; Alphabétisation Scientifique et Technique – Essai sur les finalités de
l’enseignement des sciences, Bruxelas: DeBoeck-Wesmael, 1994.
Freire. P., Educação como prática da liberdade, São Paulo: Paz e Terra, 1980.
Hurd. P.D.; “Scientific Literacy: New Minds for a Changing World”, Science
Education, v. 82, n. 3, 407-416, 1998.
Jiménez-Aleixandre. M.P.; Bugallo Rodríguez, A. e Duschl, R.A., ““Doing the Lesson”
or “Doing Science”: Argument in High School Genetics”, Science Education, v.84, 757-
792, 2000.
Lemke, J.L., “Investigar para el Futuro de la Educación Científica: Nuevas Formas de
Aprender, Nuevas Formas de Vivir”, Enseñanza de las Ciencias, v.24, n.1, 5-12, 2006.
Yore, L.D., Bisanz, G.L e Hand, B.M., “Examining the Literacy Component of Science
Literacy: 25 Years of Language Arts and Science Research”, International Journal of
Science Education, v. 25, n. 6, 689-725, 2003.
Agradecimento: