a mediadora 3,5- o sonho de toda garota

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O Sonho De Toda Garota - Um conto de A Mediadora Lá estava eu, em um longo e branco vestido de Jéssica McClintock, uma orquídea no pulso, a luz da lua brincando no meu cabelo e um par de braços fortes ao redor da minha cintura , enquanto uma gentil voz masculina sussurrava meu nome: “Suzannah”. A respiração do meu parceiro de dança era macia contra a minha buxexa. “Suzannah...” É. Nos meus sonhos. Na vida real, a voz dizendo o meu nome não era nem um pouco máscula. Isso porque pertencia a um menino de doze anos de idade. “Hm, Suze? É, há alguma coisa realmente errada com esses cannolis.” Eu desviei o meu olhar dos rodopiantes casais e olhei para baixo. Ao invés do cara totalmente gato usando um smoking, ao meu lado estava o meu meio-irmão ruivo, segurando uma bandeja de massas italianas. “Kelly está realmente brava,” Mestre mais conhecido como David para todo mundo, menos para mim – disse. “Ela disse que eles estão deformados, ou algo assim.” Kelly estava certa. Os cannolis estavam deformados. Como vice-presidente, e uma relutante jurada no comitê de formatura dos alunos do terceiro e quarto anos (Eu tinha sido indicada quando nenhum secundarista se voluntáriou), eu tinha tentando me livrar de trabalhos, usando os conhecimentos de Mestre. Isso era o que eu recebia por meus esforços: cannolis deformados. Não que eu me importasse. Quero dizer, considerando que eu era, praticamente, a única secundarista a não ser convidada para esta dança em especial. Esta dança eu era uma jurada. O que me importavam as comidas? Ah, tudo bem. Eu me importava. “Suze, você é louca?” Kelly Prescott veio andando toda afetada, a saia de seu vestido de baile Nicole Miller brilhando na luz da lua que estava sob o pátio da Missão. “Você realmente espera que as pessoas comam isso?” Eu olhei para massa, que não estava no formato de concha que deveria estar, mas parecidos com pretzels. “Há mais cannolis, ou está é a última bandeja?” Eu peguntei ao Mestre. “Hm,” ele disse, olhando nervosamente a Kelly, que, sendo a garota mais bonita de Carmel, Califórnia, nos considera, meros mortais, completamente loucos. Ela estava certa sobre um de nós. E não era o Mestre. “Deve haver mais.”

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Page 1: A Mediadora 3,5- O Sonho de Toda Garota

O Sonho De Toda Garota - Um conto de A Mediadora

Lá estava eu, em um longo e branco vestido de Jéssica McClintock, uma orquídea no pulso, a

luz da lua brincando no meu cabelo e um par de braços fortes ao redor da minha cintura ,

enquanto uma gentil voz masculina sussurrava meu nome: “Suzannah”. A respiração do meu

parceiro de dança era macia contra a minha buxexa. “Suzannah...”

É. Nos meus sonhos.

Na vida real, a voz dizendo o meu nome não era nem um pouco máscula. Isso porque pertencia

a um menino de doze anos de idade.

“Hm, Suze? É, há alguma coisa realmente errada com esses cannolis.”

Eu desviei o meu olhar dos rodopiantes casais e olhei para baixo. Ao invés do cara totalmente

gato usando um smoking, ao meu lado estava o meu meio-irmão ruivo, segurando uma

bandeja de massas italianas.

“Kelly está realmente brava,” Mestre mais conhecido como David para todo mundo, menos

para mim – disse. “Ela disse que eles estão deformados, ou algo assim.”

Kelly estava certa. Os cannolis estavam deformados. Como vice-presidente, e uma relutante

jurada no comitê de formatura dos alunos do terceiro e quarto anos (Eu tinha sido indicada

quando nenhum secundarista se voluntáriou), eu tinha tentando me livrar de trabalhos,

usando os conhecimentos de Mestre. Isso era o que eu recebia por meus esforços: cannolis deformados.

Não que eu me importasse. Quero dizer, considerando que eu era, praticamente, a única

secundarista a não ser convidada para esta dança em especial. Esta dança eu era uma jurada.

O que me importavam as comidas?

Ah, tudo bem. Eu me importava.

“Suze, você é louca?” Kelly Prescott veio andando toda afetada, a saia de seu vestido de baile

Nicole Miller brilhando na luz da lua que estava sob o pátio da Missão. “Você realmente espera

que as pessoas comam isso?”

Eu olhei para massa, que não estava no formato de concha que deveria estar, mas parecidos

com pretzels.

“Há mais cannolis, ou está é a última bandeja?” Eu peguntei ao Mestre.

“Hm,” ele disse, olhando nervosamente a Kelly, que, sendo a garota mais bonita de Carmel,

Califórnia, nos considera, meros mortais, completamente loucos. Ela estava certa sobre um de

nós. E não era o Mestre. “Deve haver mais.”

Page 2: A Mediadora 3,5- O Sonho de Toda Garota

“Ótimo,” eu disse. Eu peguei a bandeja de cannolis dele. Para Kelly eu disse, “Não se preocupe

com isso. Eu vou resolver. Volte para o seu encontro.”

O encontro da Kelly, o presidente do último ano Greg Sanderson, estava parado atrás de uma

palmeira próxima, alto e descolado em seu smoking. Ele era um dos caras mais bonitos da

escola, então era perfeito que ele tivesse chamado a Kelly, mesmo sendo secundarista, para

seu baile de formatura...

Ainda assim, ele só tinha feito isso depois de seu primeiro encontro, Cheryl McKenna,

inesperadamente, bem...

Morreu.

Mas, ei, era Greg. Que tipo de louco iria recusar um convite de ir ao baile com Greg?

Eu te digo que tipo: eu. Não que ele tenha me convidado, claro. Mas se ele tivesse, eu teria

sido forçada a recusar. Porque meu coração pertence a outro. Mesmo que isso não me faça

tão bem.

Dando a Kelly um sorriso que ela não merecia, eu levei a bandeja com os canapés estragados

de volta para a cozinha. Tendo sido construída há uns quatrocentos anos pelos monges

franciscanos, quando as paredes de três pés de espessura ainda não eram consideradas um

erro em decoração, o colégio atualizou seus equipamentos – e colocou até eletricidade – de

nodo que quando entrei na cozinha, pude ver meu reflexo na enorme geladeira Subzero na

parede de trás. E vamos dizer que eu não estava muito animada com o que eu via.

Oh, o vestido longo estava legal. Com meu cabelo preto na altura dos ombros e meu arranio de

flores no pulso – dado pelo meu padrasto – eu parecia uma garota de outra época.

O problema foi o reflexo que eu vi ao lado do meu. E esse reflexo era de fato de alguém de

outra época.

Eu virei para olhar pra ele.

"O que," eu perguntei, "você está fazendo aqui?"

Eu quase derrubei os cannolis. Ele pegou a bandeja e colocou gentilmente no balcão.

"Olá, querida," ele disse, com um sorriso. "Muito bom ver você também."

Foi o sorriso que fez isso. O sorriso que, cada vez que eu via, fazia enfraquecer alguma coisa

dentro de mim.

Porque mesmo ele estando morto por cento e cinqüenta anos, Jessé ainda era o cara mais

lindo que eu já tinha visto.

Page 3: A Mediadora 3,5- O Sonho de Toda Garota

E eu tinha visto muito deles. Caras, quero dizer. Porque, como o garoto daquele filme, eu vejo

gente morta.

Só que, ao contrário do garoto, os fantasmas não me assustavam. Alguns deles eu até achava

que amava.

Okay, tenho certeza absoluta que eu amo.

Não que eu vá dizer a ele. Porque que tipo de cara – mesmo um cara morto – poderia amar

uma pessoa estranha como eu?

Mas isso não significa que eu não posso sonhar.

"Acontece," eu disse, tirando os meus olhos dos olhos pretos como a noite de Jesse, sem falar

da parte em que sua camisa for a de moda abria e revelava abdômen que Greg Sanderson teria

invejado, "que eu estou muito ocupada agora."

"Oh, estou vendo isso, Susannah," Jesse disse.

"É verdade" eu disse. "Não tenho tempo pra conversar. Estou aqui no comando para fazer esta

noite de formatura uma noite da qual essas pessoas jamais esquecerão. "

Jessé estava encostado em um dos balcões, seus braços dobrados em seu peito. “Essas

pessoas”, ele repetiu, com um daqueles sorrisos, “Mas não você?”

"Não é a minha formatura," eu disse, levantando os ombros, tentando não notar como seus

braços bronzeados se destacavam contra a brancura de sua camisa. Para um fantasma, Jesse

se destaca bastante.

"Então isso significa que você não vai dançar?" ele perguntou.

Eu congelei com minha nova bandeja cheia de novos canollis sem nenhuma deformação,

canollis que eu tinha acabado de tirar do freezer.

"Dançar?" eu pude sentir minhas bochechas se aquecerem rapidamente. Ele não está, eu disse

severamente a mim mesma, te chamando para dançar. Ele só está perguntando. Não crie

esperanças.

Tarde demais. Na minha mente, Jesse e eu tínhamos nos juntado aos casais no pátio

enluarado, aqueles braços fortes ao redor de minha cintura, sua respiração suave na minha

bochecha…

"Sim, dançar," Jesse disse. "Certamente que até mesmo no século 21 as pessoas ainda

dançam."

Page 4: A Mediadora 3,5- O Sonho de Toda Garota

Eu respirei fundo, pensando como eu iria responder. Nunca tive a chance de descobrir. Porque

antes que eu pudesse dizer uma palavra, eu a vi.

"Greg?" ela chamou. "Greg? Onde você está?"

Minha boca caiu. Eu reconheceria aquela cabeleira loira em qualquer lugar, mas a roupa de

hospital me denunciou.

"Oh, não," eu disse.

Cheryl, escutando a minha voz, veio meio insegura para a porta da cozinha. Seus olhos azuis

estavam esperançosos enquanto olhava para Jesse e eu.

"Olá," ela disse, no jeito confuso, mas educado, que os mortos recentes usam. "Você viu meu

namorado, Greg? Ele devia me trazer aqui hoje a noite, só que nunca apareceu. Ele deve ter

esquecido."

Jesse e eu trocamos olhares. O dele era impossível de ser lido. O meu, como eu pude ver muito

bem pelo reflexo na geladeira, era de pena.

Bem, e por que não? Vendo Cheryl daquele jeito era só uma prova concreta de minha

estranheza.

"Cheryl," eu disse, colocando a bandeja de canollis no balcão. "Escute. Greg não esqueceu de

te pegar."

Cheryl piscou como se alguem a estivesse acordando de um sonho. Talvez seja assim que os

mortos se sentem. Quem sabe? Bom, Jessé sabe, mas ele nunca me diz.

"Ele deve ter esquecido," Cheryl said. "é a noite da formatura."

"Eu sei, Cheryl," eu disse gentilmente. "É a noite de formatura. E Greg está aqui."

O rosto meigo de Cheryl se animou. "Ele está aqui? Onde? Oh, eu tenho que encontra-lo."

Ela se virou para sair da cozinha. Eu a parei. Os espíritos dos mortos são sem matéria para

todos, menos os estranhos como eu, claro. Para nós, eles são de carne e osso, ou no caso de

Jessé, músculos e sorrisos misteriosos.

"Greg está aqui, Cheryl," eu disse. "Mas... ele está com outra pessoa."

Os olhos dela se encheram de lágrimas instantaneamente. "Mas não pode ser," ela disse, sua

voz aumentando aos poucos. "Ele me chamou. Meses atrás."

"Eu sei, Cheryl," eu disse. "Mas Greg teve que chamar outra pessoa porque você... bem, você

morreu, Cheryl."

Page 5: A Mediadora 3,5- O Sonho de Toda Garota

Ela balançou a cabeça. "Não, eu não morri," ela disse. "Isso é ridiculo. Eu não estou morta.

Olhe para mim, estou bem aqui. Eu não estou morta."

"Você está bem aqui numa roupa de hospital," eu apontei. "Cheryl, me desculpe, mas você

morreu de um apêndice rompido dois meses atrás. Se você for lá agora – e tentar falar com

Greg – ele não vai t ever. Ele não pode. Eu posso porque… bem, porque é isso que eu faço. Mas

a verdade é, Cheryl, você está morta."

E eu vi – o horror que minhas palavras causavam – estampado em sua aparência doce.

E foi aí que ela enlouqueceu.

Quem pode culpá-la? Ela tinha apenas 18 anos, e estava apaixonada. Tinha todos os motivos

para viver... faculdade, carreira, casamento, filhos... e agora...

Bem, agora tudo acabou.

"NÃO!" ela gritou, seu rosto bonito se transformando numa máscara de ódio e desespero.

"NÃO! Eu não acredito em você! Você está mentindo!"

Ela se livrou de minhas mãos que a seguravam.

"Você está com ciúmes, é isso!" ela gritou. "Com ciúmes de mim!"

E foi aí que ela bateu os dois pulsos na bandeja de canollis, fazendo seu conteúdo sair voando.

E não eram os canollis deformados!

"Pare com isso!" eu gritei, segurando os seus pulsos. Não importa o quanto ela contorcesse

seu corpo ou me chutasse, eu não a deixaria ir. Não dessa vez.

"Você está morta, Cheryl," eu disse. "Você está me escutando? Morta. Não é justo, mas é

assim que as coisas são. Eu queria que você tivesse vindo pro seu baile. Eu sei que é o sonho de

toda garota ir ao seu baile de formatura com o cara que ela ama. Mas Cheryl, Greg já superou.

Foi difícil pra ele, mas ele superou. É hora de você fazer o mesmo."

Alguma coisa em minhas palavras – talvez a minha segurança de que Greg não teve facilidade

em assimilar a sua morte, por mais que Kelly Prescott quisesse que fosse de outro jeito –

ajudou a acalmá-la. Ela ficou mais calma.

Então, um segundo depois, eu escutei seu murmúrio, "Eu estou realmente morta, não estou?"

E então ela sumiu.

Simples assim.

Page 6: A Mediadora 3,5- O Sonho de Toda Garota

Jesse, que não se moveu nem por um segundo da posição em que se encontrava, confiante de

que eu mesma lidaria com Cheryl, estava rindo.

"É o sonho de toda garota vir ao seu baile de formatura com o cara que ela ama?" ele repetiu,

com as duas sobrancelhas levantadas.

"Não comece," eu disse. Tentei esconder minhas bochechas incrivelmente vermelhas ao

apanhar o que restava dos cannolis e enchendo as bandejas de biscoito de chocolate. "Tenho

coisas a fazer."

"Oh, é," Jesse disse, saindo da minha frente enquanto eu passava por ele. "estou vendo isso."

Se eu esperava que o ar da noite iria esfriar o fogo no meu rosto, fiquei desapontada. Eu ainda

me sentia corada quando encontrei Doc no pátio, e lhe entreguei a bandeja de biscoitos.

"Suze, isso não é canolli," ele disse.

"Eu sei. Não tem mais canollis."

"Eu pensei que tivesse vários--"

"Não tem mais," eu disse, e me virei porque vi Kelly nos olhando por cima do ombro de Greg. O

que iria acontecer agora, eu não queria saber. Porque não poderia ser tão ruim como o que

aconteceu à pobre Cheryl McKenna, morta aos 18 anos.

Eu a mim, que nasci como uma estranha que pod ever fantasmas.

Mas quando eu me enfiei nas sombras dos corredores do colégio, esperando escapar por um

momento da música e do riso, eu descobri que não estava sozinha, de jeito nenhum. Jesse

tinha me seguido.

"Você nunca respondeu a minha pergunta," ele disse, numa voz tão suave quanto o luar. "As

pessoas do século 21 ainda dançam?"

Meu coração batia como um trovão, muito mais alto que a música lenta que tocava. "Um," eu

disse, mal podendo engolir porque minha garganta estava muito seca. "As vezes."

"Que tal agora?" ele perguntou.

E então seus braços fortes circularam a minha cintura, e eu senti sua respiração suave na

minha bochecha enquanto ele sussurrava meu nome: "Susannah. Susannah..."

FIM