a mensuraÇÃo e contabilizaÇÃo das perdas no processo de construÇÃo civil

Upload: simao-costa

Post on 04-Mar-2016

11 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

A MENSURAÇÃO E CONTABILIZAÇÃO DAS PERDAS NO PROCESSO DECONSTRUÇÃO CIVIL

TRANSCRIPT

  • 0

    UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE GRADUAO EM CINCIAS CONTBEIS

    BRUNA JUSTINO STECANELLA

    A MENSURAO E CONTABILIZAO DAS PERDAS NO PROCESSO DE CONSTRUO CIVIL

    CRICIMA, DEZEMBRO DE 2011

  • 1

    BRUNA JUSTINO STECANELLA

    A MENSURAO E CONTABILIZAO DAS PERDAS NO PROCESSO DE CONSTRUO CIVIL

    Trabalho a Fim de Concluso de Curso apresentado para obteno do grau de Bacharel no curso de Cincias Contbeis da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

    Orientador: Prof. Esp. Fabrcio Machado Miguel

    CRICIMA, DEZEMBRO DE 2011

  • 2

    BRUNA JUSTINO STECANELLA

    A MENSURAO E CONTABILIZAO DAS PERDAS NO PROCESSO DE CONSTRUO CIVIL

    Trabalho de Concluso de Curso, apresentado para obteno do Grau de Bacharel no Curso de Cincias Contbeis da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

    Cricima, dezembro de 2011

    BANCA EXAMINADORA

    .

    Prof. Esp. Fabricio Machado Miguel - Orientador

    .

    Prof. Esp. Fernando Garcia Examinador 01

    .

    Prof. Esp. Ademir Borges Examinador 02

  • 3

    Eu dedico esse trabalho ao meu esposo

    Vagner e em especial aos meus pais, que

    sempre me apoiaram durante essa longa

    caminhada.

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus, por estar presente em todos os momentos da minha vida, sempre me dando foras, para continuar sempre em frente e no desistir nesta luta.

    Ao meu esposo Vagner pela ajuda, dedicao e total compreenso. Aos meus familiares, que sempre me deram apoio em todos os momentos

    desta longa caminhada. Agradeo a minha me pela fora de nunca desistir. minha amiga e companheira de trabalho Cleide que me apoiou em

    todos os momentos dessa longa caminhada. Gostaria de agradecer a meu orientador Fabrcio Machado Miguel que

    carinhosamente chamo de Fafa pelas opinies seguras e simplificadas sobre o assunto e inclusive ao meu empenho e motivao para a concluso deste trabalho.

    Enfim, a todos que contriburam direta e indiretamente para elaborao deste trabalho e que na vida profissional espero poder retribuir a todos, um dia, pela colaborao.

  • 5

    Quem de vs, querendo fazer uma construo, antes no se senta para calcular os gastos que so necessrios, a fim de ver se tem com que acab-la?

    Bblia Sagrada (Lucas 14:28)

  • 6

    RESUMO

    STECANELLA, Bruna Justino. A Mensurao e Contabilizao das Perdas no Processo de Construo Civil. 2011. 73 p. Orientador: Fabrcio Machado Miguel. Trabalho de Concluso do Curso de Cincias Contbeis. Universidade do Extremo Sul Catarinense Unesc. Criciuma SC.

    O objetivo geral deste trabalho consiste em mensurar as perdas no processo de cosntruo civil. Na metodologia de pesquisa no desenvolvimento do trabalho foi utilizada descritiva, bibliogrfica e realizao de um estudo de caso com levantamento de dados e anlise qualitativa. O setor da construo civil no Brasil um dos principais indutores para alavancar o crescimento sustentvel ao longo dos anos, proporcionando os mais diversos benefcios a nossa sociedade. A construo civil a atividade que envolve variao elevada nos elementos que compem o custo, como materiais e mo de obra, o setor estratgico das empresas desse ramo passou a dar uma maior importncia para as tcnicas de planejamento e de controle dos custos durante a construo das obras. As empresas cada vez mais esto preocupadas em qualificar mo de obra para minimizar os impactos do desperdcio e as perdas no processo de produo de construo. O processo de contabilizao deve seguir um ciclo de acordo com o processo de estgio da obra para fornecer as informaes mais claras possveis. O setor de construo deve acompanhar a evoluo e dessa forma tentar ampliar ao Maximo seus resultado e manter-se atualizada.

    .

    Palavras-chave: Contabilidade de Custos. Construo Civil. Perdas.

  • 7

    LISTA DE ILUSTRAES

    Quadro 1: Taxa Crescimento do PIB.....................................................................18

    Quadro 2: Conjunto do Contabilidade de Custos................................................21 Quadro 3: Diviso dos Gastos..............................................................................23

    Quadro 4: Separao dos Custos Diretos e Indiretos.........................................26

    Quadro 5: Custos Variveis...................................................................................27

    Quadro 6: Classificao das Perdas.....................................................................30

    Quadro 7: Perdas de Incidncia na Produo.....................................................30

    Quadro 8 :Diferena entre Custos e Perdas........................................................36

    Foto 1: Empresa Carlessi Matriz...........................................................................41

    Foto 2: Residencial Coimbra.................................................................................42

    Foto 3: Casa Saco dos Limes.............................................................................42

    Quadro 9: Fluxograma da Empresa......................................................................43

    Quadro 10: Fluxograma do Processo de Implantao dos Servios................45

    Quadro 11: Fluxograma de Execuo..................................................................47

    Grfico 1: Oramento da Obra.............................................................................50

    Grfico 2: Orado x Realizado..............................................................................51

    Grfico 3: Percentual de Perda na Construo de Uma Obra Civil...................52

    Grfico 4: Valores de Perda na Construo de Uma Obra Civil........................52

  • 8

    SUMRIO

    1 INTRODUO ....................................................................................................... 10 1.1 Tema e Problema ................................................................................................ 10 1.2 Objetivos ............................................................................................................. 11 1.3 Justificativa .......................................................................................................... 11 1.4 Tipologias de Pesquisa ....................................................................................... 12 2 TERMOS E VARIVEIS ......................................................................................... 15 2.1 Construo Civil: Evoluo No Brasil .................................................................. 15 2.2 Conceito de Construo Civil .............................................................................. 19 2.3 Mo de Obra ....................................................................................................... 19 2.4 Contabilidade de Custos ..................................................................................... 20 3 CUSTOS ................................................................................................................ 23 3.1 Classificao dos Custos .................................................................................... 25 3.2 Custos Diretos e Custos Indiretos ....................................................................... 25 3.3 Custos Fixos Variveis ........................................................................................ 26 4 Perdas e Desperdcio ............................................................................................. 28 4.1 Perdas de Incidncia na Produo ...................................................................... 30 4.2 Perdas Segundo a Natureza ............................................................................... 30 4.3 Perdas Segundo a Forma de Manifestao ........................................................ 31 5 Sistemas De Custeio .............................................................................................. 33 5.1 Custeio ABC ........................................................................................................ 33 5.2 Custeio Absoro ................................................................................................ 34 5.3 Custeio varivel ................................................................................................... 36 5.4 Custo orado ....................................................................................................... 37 6 BDI ......................................................................................................................... 38 7 CARACTERIZAO DA ORGANIZAO ............................................................. 39 7.1 Histrico da empresa .......................................................................................... 39 7.2 Objetivos da empresa.......................................................................................... 40 7.3 Estruturas fsicas ................................................................................................. 40 7.4 Servios ............................................................................................................... 41 7.5 Estrutura organizacional ...................................................................................... 43 7.6 Fluxograma do processo de implantao dos servios ....................................... 45 7.7 Execuo da obra ............................................................................................... 46 7.8 Mensurao das perdas numa obra civil ............................................................. 48

  • 9

    7.9 REDUO DAS PERDAS .................................................................................. 53 7.10 Processo de Contabilizao .............................................................................. 54 7.11 ENTREVISTA .................................................................................................... 55 8 CONSIDERAES FINAIS ................................................................................... 57 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................... 58 ANEXOS ................................................................................................................... 60

  • 10

    1 INTRODUO

    Neste trabalho apresenta-se a importncia da mensurao das perdas no processo de construo de obras, tais como os reflexos das mesmas para as empresas do ramo de construo civil

    Neste primeiro captulo demonstra-se o tema e o problema, logo aps os objetivos da pesquisa, sendo definido o objetivo geral e os objetivos especficos, a justificativa da pesquisa quanto ao tema abordado e a metodologia que ser usada.

    1.1 Tema e Problema

    O setor da construo um dos principais setores que garante o crescimento sustentvel ao longo do tempo em nosso pas, proporcionando os mais diversos e preciosos benefcios sociedade. Esse crescimento depende de uma expanso econmica contnua, taxas de juros estveis e o oferecimento de financiamentos imobilirios cada vez mais amplos aos interessados em adquirir um imvel.

    O Brasil foi eleito o pas-sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpadas de 2016, isso deu impulso para o setor de construo civil, e a infraestrutura necessria para a realizao desses eventos um grande desafio para o mercado da construo civil.

    Considerando que a construo civil est no auge, nos dias atuais existem vrias matrias em jornais e revistas mostrando as principais dificuldades para a uma construtora, tais como, falta de mo de obra qualificada. A qualidade das obras esta diretamente ligada mo de obra oferecida s empresas de Construo Civil, sendo que o problema da qualificao dessa atividade est diretamente ligado aos custos incorridos no processo de desenvolvimento de uma obra.

    Com esse mercado em constante crescimento e muito concorrido, a preocupao de diminuir os custos de uma forma que no baixe a qualidade da obra, destaca-se em tantos outros. Deve-se dar uma ateno especial mensurao das perdas de matrias utilizadas no processo da obra, pois o conceito de perdas na construo civil , com freqncia, associado unicamente aos desperdcios de materiais.

  • 11

    Em segundo lugar, discute-se a necessidade de conscientizao, por parte do setor, sobre o papel dos indicadores de perdas no seu desenvolvimento, ou seja, investir em treinamento e especializao da mo-de-obra, muitas vezes, pode representar um ganho maior para a empresa.

    Em relao ao assunto abordado, levanta-se o seguinte problema da pesquisa: Como podem ser mensuradas e contabilizadas as perdas no processo de construo civil?

    1.2 Objetivos

    O objetivo Geral deste estudo consiste em mensurar as perdas no processo de construo civil.

    Os objetos especficos deste trabalho so:

    Identificar quais so os materiais desperdiados ao final de uma obra

    Averiguar quais so os valores das perdas de matrias.

    Demonstrar a contabilizao das perdas.

    Propor meios de reduo das perdas no canteiro de obras.

    1.3 Justificativa

    A justificativa do crescimento acelerado d-se pelos incentivos governamentais de 2009 e meados de 2010, nos quais o governo brasileiro reduziu as alquotas de impostos sobre produtos industrializados (IPI) para 30 itens de material de construo que gerou queda de 6% a 7% no preo final dos produtos. (Abreu, Beatriz 26/01/2010.)

  • 12

    Em maro de 2009 o Governo Federal lanou o Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) da Habitao, por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida. Cerca de um milho de casas sero construdas, nos prximos dois anos no Brasil. Pessoas com renda de at trs salrios mnimos podem por meio da caixa econmica federal adquirir seu primeiro imvel. Nesse cenrio de crescimento e investimentos na construo civil, h uma grande atuao profissional nesta rea.

    Segundo reportagem do SINDUSCOM/SC 18/08/2010, a falta de mo-de-obra qualificada oferece riscos manuteno do crescimento no setor. Sempre que a economia cresce, faltam recursos, um dos primeiros que aparecem a falta de trabalhador qualificado. A sada investir em programas de capacitao dentro da prpria empresa para tentar resolver o problema.

    O aumento do setor no mercado tem levado a indstria da construo civil a passar por uma reciclagem em busca de maiores nveis de qualidade e eficincia dos processos, momento no qual as empresas necessitam ter um controle de perdas por meio de ferramentas que possibilitam transparncia ao processo, que sejam de fcil utilizao, de baixo custo para a empresa, e que apresentam respostas rpidas para que possam ser implantadas melhorias no processo analisado, no momento em que as mesmas so identificadas.

    O conceito de perdas na construo civil, muitas vezes, associado ao desperdcio de materiais no processo de construo, no entanto as perdas englobam mais que isso, tais como desperdcio dos materiais quanto execuo de tarefas desnecessrias, as quais geram custos que no so agregados ao custo final da obra.

    Essa pesquisa visa oferecer uma proposta de significativa relevncia, ou seja, propor diretrizes e ferramentas para o controle das perdas na construo civil.

    1.4 Tipologias de Pesquisa

    A pesquisa em pauta classificada como cientfica, pois segundo Andrade (1999, p. 102-107),

    [...] quanto natureza, um resumo de assunto, ou seja, trata-se de pesquisa fundamentada em trabalhos mais avanados, publicados pr autoridades no assunto, e que no se limita simples cpia das idias. [...] Quanto aos objetivos ela do tipo descritiva, pois os fatos so observados,

  • 13

    registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles. [...] Quanto aos procedimentos ser uma pesquisa de campo, pois baseia-se na observao dos fatos tal qual como ocorrem na realidade; seja quanto ao objeto de estudo, j que coleta dados onde ocorrem espontaneamente os fenmenos.

    O trabalho ser desenvolvido mediante a uma pesquisa descritiva, identificando-se as perdas no processo de construo civil. O estudo descritivo segundo Oliveira (2000, p. 114), permite ao pesquisador a obteno de uma melhor compreenso do comportamento de diversos fatores e elementos que influenciam determinado fenmeno.

    Para alcanar os objetivos propostos neste estudo de caso, a estratgia utilizada o mtodo de pesquisa descritiva, na qual sero descritos de vrias formas os aspectos de grande importncia em relao ao tema a ser analisado.

    Para Andrade (2005, p. 124), a pesquisa descritiva destaca que os fatos so observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles.

    O trabalho ter uma abordagem qualitativa e ser desenvolvido utilizando-se um estudo de caso.

    Sampieri, Collado e Lucio (2006, p. 5) destacam que:

    [...] o enfoque qualitativo, em geral, utilizado, sobretudo para descobrir e refinar questes de pesquisa. Com freqncia esse enfoque est baseado em mtodos de coleta de dados sem medio numrica, como as descries e as observaes, sendo que no aperfeioamento das questes de pesquisa pode ou no provar hipteses em seu processo de interpretao.

    Ser efetuada uma fundamentao terica do tema proposto e o desenvolvimento de um procedimento para a mensurao e reduo das perdas na construo civil.

    Nesse trabalho foram utilizadas metodologias de pesquisa de forma que se permita uma melhor compreenso em relao ao tema abordado, com o objetivo de atingir os resultados propostos.

    O trabalho ter uma entrevista com um profissional da rea que permitir um melhor entendimento e compreenso sobre o assunto abordado.

  • 14

    O termo entrevista construdo a partir de duas palavras, entre e vista. Vista refere-se ao ato de ver, ter preocupao de algo. Entre indica a relao de lugar ou estado no espao que separa duas pessoas ou coisas. Portanto, o termo entrevistado refere-se ao ato de perceber realizado entre duas pessoas. (BARROS, 1986 p. 110)

    Para Barros 1986, As entrevistas so estruturadas quando possuem as questes previamente formuladas, isto , o entrevistador estabelece um roteiro prvio de perguntas, no h liberdade de alterao dos tpicos ou fazer alteraes frente s situaes

    Pode caracterizar-se como informal, quando se distingue da simples conservao apenas por ter como objetivo bsico a coleta de dados. Pode ser focalizada quando, embora livre, enfoca um tema bem especfico, cabendo ao entrevistador esforar-se para que o entrevistado retorne ao assunto aps alguma digresso. Pode ser parcialmente estruturada, quando guiada por uma relao de pontos de interesse que o entrevistador vai explorando ao longo de seu curso. Pode ser, enfim, totalmente estruturada quando se desenvolve a partir de uma relao fixa de perguntas. (GIL, 1996 p. 92)

  • 15

    2 TERMOS E VARIVEIS

    Este captulo divide-se basicamente em trs partes, sendo abordado na primeira parte o processo da construo civil e seu crescimento. Na sequncia, algumas definies e caractersticas do sistema de custos e, por fim, a mensurao das perdas no processo de construo civil.

    2.1 Construo Civil: Evoluo No Brasil

    Para que se possa entender melhor a evoluo desse setor no Brasil, a seguir, ser abordado um breve contexto sobre a evoluo pela qual ele tem sofrido em relao aos perodos passados.

    a construo um dos ramos da atividade mais antigos do mundo. Desde quando o homem vivia em cavernas at os dias de hoje, a indstria da construo passou por um grande processo de transformao, seja na rea de projetos de materiais, de equipamentos, seja na rea de pessoal. Nos ltimos 200 anos, grandes obras foram construdas. Obras que hoje so smbolos de muitas cidades e pases, que se sobressaem pela beleza, pelo tamanho, pelo custo, pela dificuldade de construo, como tambm pelo arrojo do projeto. (SAMPAIO, 1998, p.13).

    Para entender a evoluo da construo civil no Brasil, faz-se necessrio um breve histrico de seu surgimento. A Engenharia Civil, no Brasil, iniciou suas atividades de forma no regulamentada no perodo colonial com a construo de fortificaes e igrejas (Moraes, 2005)

    Desde o incio da dcada de 80, a Engenharia Civil vem sofrendo os efeitos de uma prolongada crise de falta de investimentos, que reduziu o seu desenvolvimento profissional. (Gonalves, 2011)

    O Brasil passou por muitas mudanas a partir do sculo XX, uma delas foi a mudana de conceitos sobre: reengenharia, modernizao, produtividade, e competitividade. Espalham-se pelo mundo o aumento do desemprego e deteriorao

  • 16

    das condies de vida, todavia as exigncias de modernizao e competitividade significam mquinas e equipamentos cada vez mais sofisticados. (Brum 1999)

    Brum (1999) acreditava que sofisticao trazia conseqncias, com isso diminui o nmero de trabalhadores e aumenta o nmero de qualificados, e os setores de servios que no conseguiram absorver a mo-de-obra excedente liberada pela indstria e pela agricultura, geram um ndice de desemprego muito grande.

    Diante disso, o que se pretende ao analisar a evoluo pela qual esse setor passou, acompanhar um pouco da relao dos tipos de materiais e mo-de-obra que eram utilizados no passado para executar as construes, comparando-os com o presente momento.

    Para Brum (1999), o modelo econmico aprofundado na segunda metade do sculo XX, possibilitou o maior crescimento econmico da histria da humanidade.

    Para Gonalves (2011), o governo FHC criou mecanismo para reativar a economia, atraindo investidores privados e criando ncleos novos de desenvolvimento fora de So Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

    Segundo Tatiana Resende em Nota a Folha de So Paulo em 02/12/2009, a construo civil no Brasil registrou um crescimento de 8,8% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2010, aps seu crescimento de 1% em 2009, com isso a expectativa de crescimento de vagas de emprego com carteira assinada de 8% em 2010, chegando a atingir 2,4 milhes de novos empregados formais.

    Segundo Souza (2005), a indstria da Construo Civil ocupa grande destaque na economia do Brasil, sendo significativa sua parcela do Produto Interno Bruto do pas. A preocupao com a melhoria da produtividade e qualidade, principalmente, na rea industrial, tem sido uma constante nos pases desenvolvidos e vem se intensificando nos pases em processo de desenvolvimento.

    As empresas tm adquirido conscincia do aumento da melhoria da produtividade, isso se mostrou como um eficiente atalho para o progresso e o

  • 17

    crescimento econmico, uma vez que o melhor aproveitamento dos recursos na produo de bens ou servios se transforma em melhor produtividade. (MOREIRA, 1991)

    Segundo ECA-USP (2009) o setor de Construo Civil continua importante para a Economia do Brasil, este setor representou em 2007, 7,32% do PIB, significa que este ramo de atividade foi um dos setores que mais cresceu em 2007 inclusive em 2008, e movimenta uma importante relao com toda a Economia nacional.

    De acordo com Vecchia (2009, p. 22) a Construo Civil um termo que engloba a confeco de obras, como casas, edifcios, pontes, barragens, fundaes estradas, aeroportos e outras infraestruturas, na qual participam arquitetos e engenheiros civis em colaborao com tcnicos e outras disciplinas.

    Diante dessa afirmao pode-se notar como foi ressaltado que a construo civil vem crescendo gradativamente e proporcionando empregos para este setor, contribuindo para a reduo da taxa de desemprego.

    Segundo Eduardo Laguna em nota ao Jornal O Globo, estima-se que os investimentos em infraestrutura no Brasil para os eventos da copa de 2014 e das Olimpadas de 2016, sero de R$ 5,2 bilhes at a realizao desses eventos.

    Em maro de 2009 foi lanado o Programa Minha Casa, Minha Vida PMCMV (Lei11. 977/2009, alterada pelo MP 510/2010), com o desafio de enfrentar o dficit habitacional para famlias de baixa renda e a crise econmica que se instalava em vrias partes do mundo e chegava tambm ao Brasil. O programa definiu recursos prevendo a construo de cerca de um milho de moradias em 2009 e 2010. E investimentos de R$ 34 bilhes, dos quais R$ 25,5 bilhes oriundos da Unio, R$ 7,5 bilhes, do FGTS, e R$ 1 bilho, do BNDES. A segunda etapa prev diretrizes e metas fsicas mais definidas e pretende dar um carter mais perene ao programa, segundo tcnicos do Ministrio das Cidades. Para a nova etapa do PAC Minha Casa, Minha Vida, que vai de 2011 a 2014, a previso preliminar de investimentos est na ordem de R$ 278,2 bilhes, divididos em trs eixos: o Programa Minha Casa, Minha Vida (produo habitacional para famlias de baixa renda), com previso de investimentos da ordem de R$ 71,7 bi; o

  • 18

    financiamento do Sistema Brasileiro de Poupana e Emprstimo - SBPE (construo, aquisio de imveis) (PROGRAMA DE ACELERAO DE CRESCIMENTO, 2011)

    Gonalves (2011), afirma que impossvel vislumbrar desenvolvimento sem associ-lo Engenharia Civil.

    Desempenho do setor da construo em 2010 acompanhou a tendncia nacional, com taxa de crescimento de 11,6%, o melhor desempenho dos ltimos 24 anos, segundo dados do PIB setorial. At o ano de 2003, o cenrio da construo civil nacional vivenciou um perodo de instabilidade, caracterizado pela falta de incentivo, pela tmida disponibilidade de recursos e por uma inexpressiva presena de financiamento imobilirio. A partir de 2004, o setor comeou a dar sinais de expanso, com o aumento dos investimentos em obras de infraestrutura e em unidades habitacionais, inclusive superando as taxas negativas de crescimento, em 2009, em funo da crise econmica financeira internacional. (IBGE)

    Quadro 1: Taxa de Crescimento do PIB Fonte: IBGE. Banco de Dados CBIC

  • 19

    2.2 Conceito de Construo Civil

    Segundo Faria (2004, p. 18), entende-se por construo civil os seguintes obras e servios:

    Edificaes em geral; Rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos; Pontes, tneis e viadutos; Canais de drenagem ou de irrigao, obras de retificao ou de

    regularizao de leitos ou perfis de rios.

    Toledo (2003) destaca que a construo civil responsvel pela edificao de casas, prdios, conjuntos populares e outras formas de moradias, tem trazido no s conforto e praticidade, mas a cada nova obra surge uma nova esperana, uma nova vida, um novo cidado.

    Para Sales 2005, a rea de Construo Civil abrange todas as atividades de produo de obras, nas quais esto includas as atividades referentes s funes planejamento e projeto, execuo e manuteno e restaurao de obras em diferentes segmentos, tais como edifcios, estradas, portos, aeroportos, canais de navegao, tneis, instalaes prediais, obras de saneamento, de fundaes e de terra em geral.

    No Brasil, a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) regulamenta as normas e o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) fiscaliza o exerccio da profisso e a responsabilidade civil. Toda obra de construo civil deve ser previamente aprovada e sua execuo acompanhada por engenheiros ou arquitetos registrados no CREA. (Wikipdia 2008)

    2.3 Mo de Obra

    O setor da construo um dos principais indutores para garantir o crescimento sustentvel, ao longo do tempo, em nosso pas, proporcionando os mais diversos e preciosos benefcios sociedade. A construo civil constitui uma de grande relevncia, j que responsvel pela maior parte dos empregos no mercado atual.

  • 20

    Com relao ao aspecto social esse setor tem uma grande importncia devido sua enorme absoro de mo-de-obra no qualificada, sendo que a maior preocupao no sentido de melhorar a qualidade de vida dos cidados, edificando obras que contribuam com essa finalidade.

    O desafio encontrar profissionais que coordenem e conduzam suas obras, que quase sempre tm um oramento apertado a ser seguido, assim como multas contratuais no caso de atraso na entrega, essa tarefa no simples.

    2.4 Contabilidade de Custos

    Para Crepaldi (2002), a contabilidade de custos desenvolveu-se com a Revoluo Industrial, e teve que se adaptar realidade econmica, com o aparecimento das mquinas e a consequente produo em grande quantidade.

    Segundo Robles Jr (2008), at a Revoluo Industrial (sculo XVIII), quase s existia a contabilidade financeira ou geral, que desenvolvida na Era Mercantilista, estava bem estruturada para servir s empresas comerciais.

    Com o advento da revoluo, industrial tornou-se necessrio o desenvolvimento de novos mtodos, que possibilitassem o custeamento dos estoques em processo de fabricao, ou mesmo das unidades acabadas, no podendo mais ter utilizado o custeio de aquisio das mercadorias para revenda como parmetro de avaliao, uma vez que as mesmas sofriam transformaes. (ROBLES Jr. 2008.)

    Segundo Falk (2001), a contabilidade de custos um dos principais elementos para gerar informao para a administrao da empresa sobre os custos de uma organizao e de seus componentes, como tal, a contabilidade de custos um subconjunto da Contabilidade.

  • 21

    Quadro 2: Conjunto da Contabilidade de Custos Fonte: Falk, 2001, p.18

    De acordo com Crepaldi (2002), a contabilidade de custos surgiu da contabilidade geral, justamente pela necessidade de se ter controle maior sobre os valores a serem agregados aos estoques de produtos industriais e tambm pela necessidade de tomar decises mais exatas e precisas quanto ao qu, como e quando produzir.

    A contabilidade de custos faz parte da contabilidade gerencial ou administrativa e dispe de tcnicas que so aplicadas no somente em empresas, indstrias, mas tambm a outras atividades [...] A contabilidade e custo auxiliam na determinao dos custos dos fatores, dos custos dos fatores de produo, dos custos de determinado setor da empresa; no controle e observaes de desperdcio, horas ociosas de trabalho, equipamentos mal utilizados, na quantificao exata de matria prima utilizada, entre outros. (Crepaldi 2002, p. 14)

    Para Fagundes (2011), a contabilidade de custos nasceu da contabilidade financeira, pela necessidade de avaliar os estoques das indstrias, isso se deu especificamente no incio da Revoluo Industrial. Anteriormente a esse perodo, os produtos eram fabricados por artesos, no eram pessoas jurdicas e no se preocupavam com clculos de custos.

    Para Leone (2000), a contabilidade de custos, refere-se, hoje, s atividades de fornecimento e coleta de informaes necessrias para tomada de decises de todos os gneros.

    Gh

    Contabilidade de Custos

    Contabilidade Financeira

    Contabilidade Gerencial

    Contabilidade Geral

  • 22

    Para Leone (2000), a contabilidade de custo consiste em:

    a contabilidade de custos colhe dados internos e externos, monetrios e no monetrios, mas quantitativos. [...]. A contabilidade de custo est cada vez mais utilizando dados quantitativos no monetrios, colhendo-os, organizando-os, combinando-os e produzindo informaes gerenciais de alta relevncia

    De acordo com o Decreto n 3000 de 26 de maro de 1999 (RIR), para a contabilizao das Perdas.

    Art. 291. Integrar tambm o custo o valor (Lei n 4.506, de 1964, art. 46, incisos V e VI): I - das quebras e perdas razoveis, de acordo com a natureza do bem e da atividade, ocorridas na fabricao, no transporte e manuseio; II - das quebras ou perdas de estoque por deteriorao, obsolescncia ou pela ocorrncia de riscos no cobertos por seguros, desde que comprovadas: a)por laudo ou certificado de autoridade sanitria ou de segurana, que especifique e identifique as quantidades destrudas ou inutilizadas e as razes da providncia; b)por certificado de autoridade competente, nos casos de incndios, inundaes ou outros eventos semelhantes; c)mediante laudo de autoridade fiscal chamada a certificar a destruio de bens obsoletos, invendveis ou danificados, quando no houver valor residual apurvel[...]

    De acordo com Rufino (2008), Comprovao - A lei no estabelece a forma de comprovao das perdas normais, mas a fiscalizao tem exigido que essas perdas sejam comprovadas de alguma forma e o Conselho de Contribuintes tem endossado essa exigncia.

  • 23

    3 CUSTOS

    Para Migliorini (2002), os custos so determinados a fim de atingir os seguintes objetivos: determinao do lucro, controle das operaes e tomada de decises.

    Para Martins (2003, p.25), o custo um gasto relativo bem ou servio utilizado na produo de outros bens ou servios.

    Os custos so os gastos, no investimentos, necessrios para fabricar os produtos da empresa. So os gastos efetuados pela empresa que faro nascer os seus produtos. Portanto, podemos dizer que os custos so os gastos relacionados aos produtos, posteriormente ativados quando os produtos objeto desses gastos forem gerados. (PADOVEZE, 2009, p. 314).

    .

    Diretos

    Indiretos

    Custo Fixos .

    Variveis .

    Gastos Administrativas

    Despesas Vendas

    Financeiras

    Investimentos

    Quadro 3: Diviso dos Gastos Fonte: Megliorini, 2002, p. 18 adaptado pelo autor.

  • 24

    Segundo Migliorini (2002 p.4), para atingir os objetivos de determinao do lucro, controle das operaes e tomada de decises so necessrios:

    [...] as empresas se valem dos mtodos de custeio estruturados a fim de serem alimentados de informaes coletadas internamente. Essas informaes fluem de todas as reas: almoxarifado, recursos humanos, vendas, produo etc.[...].

    Segundo Migliorini (2002), para entender a sistemtica de apurao de custos necessrio compreender os principais termos utilizados que so:

    Gasto: pode-se entender por gasto o compromisso financeiro assumido por uma empresa na aquisio de bens ou servios.

    Custos: so gastos, no investidos, necessrios para fabricar os produtos da empresa.

    Despesas: bem ou servio consumidos direta ou indiretamente para obteno de receitas.

    Investimentos: so todos os bens e direitos registrados no ativo das empresas para baixa em funo de venda, amortizao, consumo, desaparecimento, perecimento ou desvalorizao.

    Para Megliorini (2002), os custos e despesas so encontrados na demonstrao de resultados das empresas. Os custos referem-se a produtos, mercadorias ou servios que foram entregues ou prestados aos clientes, gerando as respectivas receitas. As despesas so consideradas esforos realizados para administrar a empresa na gerao de receita.

    Para Mendonsa (2008), O custo o gasto relativo a servio ou bem utilizado em toda produo de servios ou bens.

  • 25

    3.1 Classificao dos Custos

    Os custos so classificados de vrias formas e para atender as finalidades para as quais so apurados. So duas as classificaes bsicas que permitem compreender o custo de cada produto fabricado.

    Quanto aos produtos fabricados para alocar os custos aos produtos, so classificados em Custos diretos e Custos Indiretos e quanto ao comportamento em diferentes nveis de produo, estes vrios nveis determinam os custos e eles so classificados em Custos Fixos e Custos Variveis. (Migliorini 2002)

    3.2 Custos Diretos e Custos Indiretos

    Para Migliorini (2002), custos Diretos se do pela apropriao de um custo ao produto efetivamente quando consumido. Um exemplo, a matria-prima pela quantidade efetivamente consumida, outro caso, a mo-de-obra direta pela quantidade de horas que foi utilizada.

    J quanto aos custos Indiretos so aqueles apropriados aos produtos em funo de uma base de rateio ou algum critrio de alocao. Um exemplo, o custo da energia eltrica, o rateio pode ser feito proporcional s horas de mquinas utilizadas, levando em considerao que o consumo de energia tenha uma relao de causa e efeito prxima dessas horas.

    Segundo Leone (2000), a contabilidade de custo procura conhecer os custos dos produtos, dos servios e dos componentes organizacionais, dos quais surgem os custos diretos e indiretos. Os custos diretos, so os custos ou despesas que facilmente so identificados com o objeto de custeio, so os custos diretamente identificados a seus portadores e para que seja feito a sua identificao no h necessidade de rateio. Os custos Indiretos so aqueles custos que no so identificados com facilidades com o objeto de custeio, por decorrncia de sua no- relevncia so feitos atravs de rateio.

    Megliarini 2007, Separa da seguinte forma os custos diretos e indiretos:

  • 26

    Quadro 4: Separao dos Custos Diretos e Indiretos Fonte: Adaptado de Megliorino 2007 p.8.

    Para Megliorini (2002 p. 9), a regra bsica para classificao a seguinte: se for possvel identificar o elemento de custo aplicado no produto, o custo direto. Se no for possvel identificar a quantidade aplicada no produto, o custo ser indireto.

    Custos diretos: so os custos apropriados aos produtos conforme o consumo. Exemplos clssicos de custos diretos so a matria-prima e a mo-de-obra direta. Se outro elemento de custo tiver sua medio do consumo no produto, esse custo ser considerando direto. [...] Custos Indiretos: so os custos apropriados aos produtos em funo de uma base de rateio ou outro critrio de apropriao. Essa base de rateio deve guardar uma relao prxima entre o custo indireto e o produto [...] (MEGLIORINI 2007, p. 9.)

    3.3 Custos Fixos Variveis

    Segundo Dutra (2003), custos fixos se definem como os custos de estrutura que ocorrem perodo aps perodo sem variao ou cujas variaes no so consequncias de variao do volume de atividade em perodos iguais. Pode-se usar como exemplo, o aluguel de imvel ocupado por indstria, no qual o valor mensal o mesmo em cada perodo.

  • 27

    Para Dutra (2003), custos variveis se definem como os custos que variam em funo da variao do volume de atividade. Pode-se citar como exemplo matrias-primas, mo de obra direta, combustveis de mquinas, etc..

    Segundo Leone (2000), os custos variveis so os que variam de acordo com o volume das unidades produzidas, um exemplo o consumo de energia eltrica, que varia de acordo com a quantidade de horas ou horas de mquinas.

    Para Megliorini (2007), os custos variveis so aqueles que aumentam ou diminuem conforme o volume de produo, um exemplo desse comportamento o custo da mo-de-obra, que quanto mais produz, maior a necessidade, ou seja, maior custo, como pode se observar no grfico a seguir.

    Quadro 5: Custos Variveis Fonte: Adaptado Megliorini 2007, p. 10.

    Custos

    Custo fixo

    0 10t Quantidade

  • 28

    4 Perdas e Desperdcio

    Para Souza (2005), a palavra perdas est associada privao de algo que possua, dano, prejuzo, portanto, entende-se perfeitamente a ligao de perdas com acontecimentos ruins, desagradveis, por isso a palavra perdas de materiais causa inmeras preocupaes aos profissionais da Construo.

    Segundo Souza (2005, p. 05), entende-se por desperdcio.

    Desperdcio, excesso de consumo de materiais e recursos naturais no-renovveis e entulho so palavras que, ns construtores, temos ouvindo sistematicamente nos ultimo anos. Tudo isto a despeito do grande esforo que temos empreendido, a partir da dcada de 1990, com a implantao em nossas obras de Sistema de Gesto da Qualidade, de Gesto de Recursos Humanos e, mais recentemente, de Gesto Ambiental. Para muitos, ainda hoje, a indstria da Construo Brasileira sinnimo de ineficincia e desperdcio.

    A construo civil consome, sim, mais material do que seria necessrio. As perdas existem e no so pequenas, e fazem parte de qualquer processo de produo, mas cabe aos administradores, buscar sua minimizao. (SOUZA, 2005)

    Souza (2005), afirma que: perda toda quantidade de materiais consumida alm da quantidade teoricamente necessria, que aquela indicada no projeto e seus memoriais, ou demais prescries do executor, para o produto sendo executado.

    Para Lopes, (2011) A perda est sempre ligada aos gastos sem inteno, a desperdcio de produtos ou deteriorao ou seja so bens ou produtos consumidos de forma anormal e involuntrio. So gastos no intencionais decorrentes de fatores externos, fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa.

    Desperdcio o gasto relacionada com as atividades que no agregam valor, do ponto de vista do cliente, que implicam dispndio de tempo e dinheiro desnecessrios aos produtos ou servios. (Lopes, 2011).

    Para diminuir as resduos (entulhos), na obra mais conhecidos como desperdcio o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) atravs da Resoluo n 307 de 05/07/02 DOU de 17/07/02, estabeleceu diretrizes, critrios e procedimentos para a gesto dos resduos da construo civil, disciplinando as aes necessrias de forma a minimizar os impactos ambientais, tendo para esse

  • 29

    fim definido as especificaes de resduos da construo civil. (RESOLUO 307 CONAMA Resduos da Construo Civil Lei Federal)

    Segundo Souza (2005), para se expressar a perda em termos percentuais utilizada a seguinte frmula:

    IP(%) = (QMR QMT) x 100 QMT

    IP (%) = indicador de perdas expresso percentualmente QMR = quantidade de material realmente necessrio QMT = quantidade de material teoricamente necessrio

    Para Souza (2005), as perdas podem se classificar da seguinte forma:

    O tipo de recurso consumido; A unidade para sua medio; A fase do empreendimento em que ocorrem; O momento de incidncia na produo; Sua natureza; A forma da manifestao; Sua causa; Sua origem Seu controle;

    Demonstra-se a seguir uma tabela de Souza (2005) para classificao das perdas segundo o tipo de recurso consumido;

  • 30

    Quadro 6: Classificao das Perdas Fonte: Adaptado por Souza 2005.

    4.1 Perdas de Incidncia na Produo

    Segundo Souza (2005), as perdas podem se manifestar em algumas fases da produo: recebimento dos materiais e componentes; estocagem dos mesmos; processamento intermedirio; processamento final.

    Transporte

    Quadro 7: Perdas de Incidncia na Produo Fonte: Adaptado por Souza 2005

    4.2 Perdas Segundo a Natureza

    Segundo Souza 2005, as perdas de materiais podem ocorrer sob trs diferentes naturezas: furto, extravio, entulho e incorporao.

  • 31

    O furto ou extravio costuma ser significativo no caso de uma obra de pequeno porte, como, por exemplo, saco de cimento roubado, a fiao eltrica etc. O extravio pode ser uma deficincia na organizao e controle da empresa, pode-se usar como exemplo uma deficincia no local de entrega de materiais como areia, que se no alocada da forma correta, na primeira chuva extravia-se em grande parte.

    O entulho representa a natureza das perdas mais presentes, a mais relevante quantitativamente. So os restos de materiais que geram a senseo e sujeira num canteiro de obras, causa do mesmo, maior probabilidade de ocorrer acidente. O entulho pode ser gerado em vrios servios como, por exemplo, o desperdcio de argamassa, madeiras serradas etc.

    A perda incorporada, embora, muitas vezes, seja menos perceptvel visualmente que o entulho. As atividades de moldagem in loco levam as incorporaes de materiais superiores teoricamente prevista, isso se d, por exemplo, ao fazer uma laje um pouco mais espessa que o indicado no projeto.

    4.3 Perdas Segundo a Forma de Manifestao

    Para Souza (2005), alm das perdas de naturezas diferentes, furtos, entulho ou incorporao, pode-se distinguir, para cada uma delas, diferentes formas de manifestao, como, por exemplo, podem citar:

    Sacos de cimento, cal, gesso, argamassa etc. com peso real inferior ao nominal;

    Areia no caminho recebida em quantidade menor que a indicada na nota fiscal;

    Ao desbitolado; Argamassa que se perde por rasgos na embalagem; Sacos de cimento empedrados;

  • 32

    Areia carregada do estoque pela chuva; Consumo de cimento, na dosagem, superior ao estabelecido no trao; Pontas de ao que no so aproveitveis; Argamassa endurecida ao p da parede revestida; Gesso endurecido na caixa do gesseiro; Viga mais larga que o estabelecido no projeto; Revestimento com espessura superior prescrita; Laje mais espessa que o indicado no projeto; Etc.

  • 33

    5 Sistemas De Custeio

    Para Megliorine (2007), os mtodos de custeio determinam a forma de valorizao dos seus objetos. Existem vrios mtodos de custeio, os quais devem ser adotados pela empresa de acordo com os seus objetivos: custeio por absoro, custeio pleno, custeio varivel e custeio ABC.

    Custeio significa mtodo de apropriao de custos, sendo assim, existem Custeio por Absoro, Custeio Direto, Custeio Padro, ABC etc.

    5.1 Custeio ABC

    O custeio baseado em atividades, ABC (activity-based Costing), uma metodologia de custeio que visa reduzir sensivelmente as alteraes provocadas pelo rateio arbitrrio dos custos indiretos.

    Para Martins 2001, o ABC pode ser aplicado, tambm, aos custos diretos, principalmente mo-de-obra direta, sendo que a diferena fundamental est no tratamento dado aos custos indiretos.

    Uma observao muito importante que o custeio Baseado em atividades restringe-se a uma limitao do conceito de atividades no contexto de cada departamento. (Martins, 2001 p. 93).

    Segundo Martins, (2001), uma das vantagens do ABC, frente a outros sistemas de custo mais utilizados, que ele permite a extrao de dados que no se alocam ao custo do produto, sua lucratividade ou no, mas permite que os processos que ocorrem dentro da empresa tambm sejam custeados, uma vez que, todos os processos so compostos por atividades, que permitem a anlise e a visualizao das atividades que podem ser melhoradas.

    O critrio ABC lgico, tem suas grandes vantagens, mas tem suas limitaes. As operaes da Empresa, principalmente as operaes da fabricao, so subdivididas em atividades que geram despesas e custos. A Contabilidade dever identificar os custos e as despesas com essa multiplicidade de atividades. Os produtos ou servios, cujos custos devem ser determinados, consomem as atividades. Esse consumo definido de direcionadores de custos ou indutores de custos. (LEONE 2000 p. 239)

  • 34

    Para Leone (2000), a principal finalidade do Custeio ABC apropriar os custos das atividades do processo de execuo da empresa, apropri-las de forma adequada aos produtos, segundo o uso que cada produto faz dessas atividades.

    Segundo Megliorini (2007) p. 152, A primeira etapa do custeio ABC identificar as atividades executadas em cada departamento.

    5.2 Custeio Absoro

    Segundo Martins (2001), custeio por absoro o mtodo derivado da aplicao dos princpios de contabilidade geralmente aceitos, consiste na apropriao de todos os custos de produo aos bens elaborados, e s os de produo, todos os gastos relativos ao esforo de fabricao so distribudos para todos os produtos feitos.

    Segundo Megliorini, o custeio por absoro e o custeio varivel utilizam as mesmas informaes, existe apenas uma diferena.

    tanto o custeio por absoro como o custeio varivel utilizam as mesmas informaes referentes a produo e custos. Diferenciam-se no tratamento dado aos custo fixos. Enquanto o custeio por absoro aloca os custos fixos aos produtos, o custeio varivel no, considera-os como do perodo e no dos produtos: assim, pelo custeio varivel, os produtos recebem somente os custos variveis.(MEGLIORINI, 2002, p. 146).

    Para Megliorini (2007), o mtodo de custeio por absoro caracteriza-se por apropriar custos fixos e custos variveis aos produtos, dessa forma os produtos fabricados absorvem todos os custos incorridos de um perodo.

    Martins 2001, afirma que o custeio por absoro no de grande utilidade para fins gerenciais no uso de um valor em que existem custos fixos apropriados.

    H inmeros sistemas de custo e critrios de avaliao da produo e dos estoques, e dentro dos princpios fundamentais de contabilidade, consagrados pela Lei n 6.404/76, o mtodo de custeio real por absoro o indicado. Isso significa dizer que devem ser adicionados ao custo da produo os custos reais incorridos, obtidos pela contabilidade geral e pelo sistema de absoro, o que significa a incluso de todos os gastos relativos produo, quer diretos, quer indiretos com relao a cada produto. (IUDCIBUS, 2010, p. 379).

  • 35

    Martins (2001) aponta trs problemas que ocorrem no custeio por absoro;

    Primeiro: Por sua prpria natureza, os custos fixos existem independentemente da fabricao ou no desta ou daquela unidade, e acabam presentes no mesmo montante, mesmo que oscilaes (dentro de certos limites) ocorrem no volume de produo; tendem os custos fixos a ser muito mais um encargo para que a empresa possa ter condies de produo do que sacrifcio para fabricao [...] Segundo: Por no dizerem respeito a este ou aquele produto ou a esta ou aquela unidade, so quase sempre distribudos base de critrios de rateio, que contm, em maior ou menor grau, arbitrariedade, quase sempre grandes graus de arbritariedade. [...] Terceiro: O valor do custo fixo por unidade depende ainda do volume de produo: aumentando-se o volume, tem-se um menor custo fixo por unidade, e vice-versa. [...]

    Em relao ao custeio por absoro, Padoveze (2009, p. 335) afirma que, o mtodo de custeamento tradicional para obter o custo dos produtos, considerando todos os gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou variveis.

    H inmeros sistemas de custo e critrios de avaliao da produo e dos estoques, e dentro dos princpios fundamentais de contabilidade, consagrados pela Lei n 6.404/76, o mtodo de custeio real por absoro o indicado. Isso significa dizer que devem ser adicionados ao custo da produo os custos reais incorridos, obtidos pela contabilidade geral e pelo sistema de absoro, o que significa a incluso de todos os gastos relativos produo, quer diretos, quer indiretos com relao a cada produto.(IUDCIBUS, 2010, p. 379).

    Para Martins (2000), custeio por absoro consiste na apropriao de todos os custos de produo aos bens elaborados, e s os de produo, e todos os gastos relativos fabricao so distribudos a todos os produtos feitos.

    Veremos a seguir a tabela adaptada de Martins para um esclarecimento em relao diferena entre custos e despesas.

  • 36

    Quadro 8: Diferena entre Custos e Perdas. Fonte: Adaptado de Martins p. 20 (2000)

    Segundo Costa (2000), o modelo de custeamento tradicionalmente aplicado na construo civil de absoro.

    5.3 Custeio varivel

    Para Megliorini, o custeio varivel eficiente para tomada de decises.

    De acordo com o custeio varivel, os custos fixos no so apropriados aos produtos. Vrios motivos contribuem para isso, entre eles o fato de os custos fixos serem mais necessrios para manter a estrutura da produo do que os custos decorrentes dos produtos em fabricao [...]. (MEGLIORINI 2007 p. 110)

    Segundo Leone (2000), o custeio varivel fundamenta que os custos e as despesas que devem ser debitadas aos produtos em processamento e acabados, sero apenas aqueles diretamente identificados com a atividade produtiva e que sejam variveis em relao a uma atividade. O custeio varivel muito til para intervir no processo de planejamento e de tomada de decises, isso se justifica pela

    Custeio por Absoro Empresas do setor de Construo Civil

    Custos (diretos, indiretos, fixos e

    variveis)

    Despesas

    Demonstrao de Resultados Receita Bruta (-) CPV = Lucro Bruto (-) Despesas = Lucro Operacional

    Estoque de Obras em Construo

    Venda

  • 37

    potencialidade e est centrada na anlise da variabilidade das despesas e dos custos.

    Para Martins (2001), o custeio varivel conhecido tambm por custeio Direto, so alocados aos produtos apenas os custos variveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas de perodo, indo diretamente para o Resultado.

    5.4 Custo orado

    Vejamos a seguir a seo III da Instruo Normativa-SRF n 84/79 que trata dos custos orados:

    As expresses custo orado, valor orado e oramento sero empregadas nesta Instruo Normativa como expresses equivalentes, ou sinnimas, sempre que desejar tratar do montante orado para a concluso das obras ou melhoramentos a que se refere o subitem precedente.

    O custo orado ser baseado nos custos usuais do tipo de empreendimento imobilirios e corresponder diferena entre o custo total previsto e os custos pagos, incorridos ou contratados at a data da efetivao da venda.

    Os custos orados referentes a empreendimento que compreenda duas ou mais unidades devero ser apropriados, a cada uma delas, mediante rateio baseado em critrio usual no tipo de empreendimento imobilirio.

    A opo mencionada anteriormente ser feita para cada empreendimento, separadamente e, uma vez adotada, o custo orado dever ser computado na apurao individual do lucro bruto de todas as unidades do empreendimento imobilirio.

    O contribuinte fica obrigado a manter, disposio da fiscalizao ou dos rgos da Secretaria da Receita Federal, demonstrao analtica, por empreendimento, dos valores computados como custo orado de cada unidade vendida, bem como dos eventuais efeitos da atualizao monetria e de alteraes nas especificaes do oramento.

    No haver necessidade das demonstraes analticas dos empreendimentos serem registradas nem autenticadas por nenhum rgo, porm a dispensa de registro no desobriga o contribuinte de manter as demonstraes contbeis em boa ordem disposio da fiscalizao.

    Para esclarecer, Antnio (2003, p. 24) diz que a opo deve ser realizada por empreendimento, ou seja, a empresa poder utilizar o custo orado para determinado empreendimento; para outros, no.

  • 38

    6 BDI

    Segundo Dias, (2011), O BDI, o percentual que adicionado aos Custos Diretos de uma obra, ou seja, a sigla BDI a simplificao de beneficio e Despesas Indiretas. O BDI depende do tipo da obra, das suas condies especficas, como o prazo da obra, bem como diversos fatores. BDI ou Bonificao a parcela do custo do servio independente, do que se denomina custo direto, ou seja, que incorpora ao produto. Assim o BDI denominado B beneficio que corresponde ao resultado estimando do contrato e DI despesas indiretas, que nada mais do que o percentual relativo as despesas indiretas que incidiro sobre as composies dos custos diretos.

    O BDI representa o rateio dos custos no inclusos nas composies de custos unitrios diretos ou corresponde ao rateio dos custos indiretos e do lucro aplicado ao custo direto. O percentual de BDI tem sua estrutura bsica composta dos seguintes item: Despesas Financeiras, Despesas Administrativas, Lucro Bruto e Tributos sobre o Faturamento. (Supremo Tribunal Federal.)

    De acordo com a norma Tcnica n 1/2007 SCI, a frmula de aplicao do percentual de BDI para se obter o preo final do servio a seguinte:

    PF = CD x (1 + BDI), onde:

    PF = Preo Final do Servio; CD = Custo Diretos (montante A + montante B) BDI = Taxa para apurao estimada das despesas indiretas, tributos e lucro, a fim de se obter o preo final.

    O beneficio e despesas indiretas (BDI) da Construo Civil tem metodologia de calculo que envolve, por exemplo, o lucro das empresas construtoras e os impostos pagos ao governo. Sabendo que o BDI depende do tipo de obra, das suas condies especificas, como o prazo da obra, bem como os diversos fatores intrnsecos de cada obra, no tem sentido um BDI mdio nem mesmo setorizado, pois teremos BDI diferentes para cada obra. (Jos ngelo Santos Valle, 2011)

  • 39

    7 CARACTERIZAO DA ORGANIZAO

    A seguir segue a apresentao da empresa Carlessi Engenharia e Comrcio e Construes Ltda., localizada no municpio de Turvo (SC), que apresentar suas caractersticas do setor, seu ramo de atividade, que se refere Construo Civil e seus objetivos.

    7.1 Histrico da empresa

    A Construtora Carlessi uma empresa de origem familiar que comeou sua histria no ano de 1943, na cidade de Turvo - SC, onde o patriarca da famlia, Sr. Romeu Carlessi iniciou seu primeiro negcio, o qual, hoje, viria a ser a Comercial Carlessi, uma rede de lojas de material de construo, materiais eltricos, ferragens e eletrodomsticos. (COMERCIAL CARLESSI, 2010).

    Dois dos seus cinco filhos, que cresceram dentro da loja de material de construo, desde cedo despertaram o interesse pela construo civil e perceberam nela, uma oportunidade de expandir seus negcios, alm de vender o material de construo, poderiam executar a obra e entregar o produto pronto. Com este intuito no final da dcada de 70 e incio de 80, ingressaram na Universidade Federal de Santa Catarina para cursar Engenharia Eltrica e Engenharia Civil, respectivamente. Em 1986, j formados, deram incio Construtora Carlessi.

    A Construtora Carlessi atua no seguimento de construo civil desde 1986. Com sua marca consolidada no Estado de Santa Catarina vem destacando-se pela qualidade de seus produtos, requinte dos acabamentos, cumprimento dos prazos de entrega e um relacionamento transparente com seus clientes.

    Ao longo de sua existncia a Construtora Carlessi construiu o que h de mais importante: a confiabilidade e credibilidade de sua marca, tendo como pilares a qualidade, a serenidade e a tradio. (COMERCIAL CARLESSI, 2010).

    As mais modernas tcnicas de construo, aliadas aos materiais de primeira qualidade, o conhecimento de profissionais altamente qualificados e a escolha das melhores localizaes, o resultado so obras com excelente padro de

  • 40

    qualidade e satisfao dos clientes. Sua atuao se d na incorporao e construo de obras pblicas e

    privadas, estando apta a atuar em qualquer segmento da construo civil na regio sul do pas.

    Com a certificao ISO 9001 e nvel A do Programa Brasileiro Qualidade Produtividade no Habitado (PBQPH-H), a empresa implanta na construo seus empreendimentos garantindo a qualidade em todas as fases da obra, o que significa conceituados padres de qualidade mundial em termos de construo civil, comprometida em proporcionar o melhor retorno para os investidores e a total satisfao de seus clientes.

    7.2 Objetivos da empresa

    A Construtora Carlessi tem como objetivo executar suas obras demonstrando seu compromisso com sua clientela. Com uma marca de seus produtos, o requinte dos acabamentos, o cumprimento dos prazos de entrega e um relacionamento transparente com seus clientes.

    Executar as obras com qualidade e produtividade procurando a satisfao dos clientes e colaboradores, mostra o que a empresa tem de melhor a oferecer para satisfazer seus clientes e as pessoas que esto envolvidas e comprometidas com a empresa.

    7.3 Estruturas fsicas

    A empresa Carlessi Engenharia Comrcio e Construes Ltda. tem sua sede instalada Rua Rui Barbosa, n. 1360, centro, Turvo (SC), em uma rea aproximadamente de 280m, dividida em oito salas, tendo uma sala no setor de departamento de pessoal, financeiro, engenharia, segurana do trabalho, compras, duas salas de reunio, cozinha e sala da diretoria. Est situada em frente Igreja Matriz de Turvo, no centro desta cidade, na qual possui fcil acesso, por estar perto de bancos, correios e prefeitura municipal. A seguir foto externa da sede da empresa.

  • 41

    A Carlessi Engenharia e Comrcio e Construes Ltda. consiste em media de 600 colaboradores, no setor administrativo da engenharia e no canteiro de obras.

    Foto 1: Empresa Carlessi Matriz Fonte: www.comercialcarlessi.com.br

    7.4 Servios

    A Carlessi dispe, tambm, da construo de prdios residenciais/ comerciais, com recursos prprios nos quais o financiamento realizado direto na empresa.

  • 42

    Foto 2: Residencial Coimbra Fonte: www.construtoracarlessi.com.br

    A empresa Carlessi atua na rea de construo civil da regio sul de Santa Catarina, sua principal receita se d em construir obras por empreitada a rgos pblicos e particulares, participando de licitao, preges, tomadas de preos e proposta.

    Foto 3: Casa Saco dos Limes Fonte:www.construtoracarlessi.com.br

  • 43

    7.5 Estrutura organizacional

    A empresa diante dos dados acima mencionados dispe de um quadro de aproximadamente de 600 colaboradores distribudos em setores conforme descrito no quadro abaixo;

    Quadro 9: Fluxograma da empresa Fonte: Acervo da autora

    O departamento de Gerencia gerido por 2 scios administradores, onde um formando em engenharia Eltrica e o outro em engenharia Civil. Eles administram e supervisionam todos os setores, controlam toda movimentao da empresa, nenhum negocio, pagamento ou recebimento efetuado sem a prvia autorizao dos scios gerentes, ou seja todas as negociaes de possveis obras tem que serem previamente aprovadas por eles.

    O departamento Financeiro conta com 2 funcionrios, uma para o contas receber e outros para contas pagar. O contas a pagar controlado pelo sistema da Horr, onde todas as contas so lanadas no receber. O contas a receber atualizada todos os dias pois das informaes dele que os administradores controlam o fluxo de caixa.

  • 44

    O departamento Pessoal conta com 3 funcionrios, onde 1 gerente coordena 2 funcionrios na seo de RH, onde controlado a movimentao de todos, esse setor tambm faz o calculo da folha de pagamento dos funcionrios.

    O departamento de compras e almoxarifado dispe de 5 funcionrios, 2 para compras e 2 para organizar e despachar os item do almoxarifado e 1 motorista.

    O departamento de engenharia conta com 5 engenheiros formados, onde 4 so engenheiros civis e 1 engenheiro eletricista, onde os engenheiros acompanham todas obras do inicio ao final,

    Os gerentes das obras so em torno de 20 mestre de obras onde cada obra dispe de um ou mais mestre de obras dependendo do tamanho e durabilidade da execuo da obra, os mestres de obras so responsveis pelos funcionrios da rea de construo onde se concentra a maior parte dos funcionrio de varia de 550 600 funcionrios e conta com 1 tcnico de segurana do trabalho que auxilia nas atividades desenvolvidas no canteiro de obras.

    O departamento de contabilidade dispe de 2 funcionrios um contador formado e uma contabilista como auxiliar. Esse setor responsvel por toda parte contbil da empresa tais como emisso de notas fiscais, lanamento das notas na contabilidade e livros fiscais, apurao de impostos etc.

    Considerando os processos acima citados a empresa bem organizada e tem colaboradores suficientes para a boa estrutura administrativa e processual.

    A empresa est em processo de mudana de software, ento esperamos que o novo sistema auxilie cada vez mais para a eficcia e preciso dos servios da empresa.

  • 45

    7.6 Fluxograma do processo de implantao dos servios

    Para a execuo dos trabalhos dentro de uma organizao do ramo de construo civil, faz-se necessrio a elaborao de etapas para a prestao dos servios de forma sistmica, organizada e controlada. Sendo assim, segue abaixo o fluxograma do processo da prestao de servios da empresa Carlessi, onde demonstra-se cada etapa do processo de execuo de uma obra civil.

    Quadro 10: Fluxograma do processo de implantao dos servios Fonte: Acervo da autora

    1. Quando o cliente entra em contato com a empresa interessado em construir o 1 (primeiro) passo saber se ele j tem um projeto da obra que deseja realizar. Quando o cliente possui um projeto a empresa repassa o projeto para o setor de oramento, se o cliente no tiver projeto a empresa terceiriza os projetos. Essa terceirizao feita com a Correa Projetos uma empresa especializada na qual a empresa parceira a mais de 5 anos, s aps d seguimento ao processo de oramento da possvel obra.

    2. Com o projeto em mos o setor de engenharia disponibiliza um engenheiro que vai at o local onde ser executado a provvel obra para fazer uma analise local para saber se est apropriado, ou se ser preciso escavar o solo ou plain-lo ou at mesmo aterr-lo.

  • 46

    3. No setor de oramento o engenheiro ornamentista analisa o projeto discute com o cliente, quais os tipos de acabamentos e se ele deseja fazer alguma alterao antes da concluso do oramento e chega ao valor orado da obra.

    4. Com o valor da obra em mos o setor administrativo avalia se obra vivel para a empresa executar, caso sege vivel a empresa contata o cliente com a resposta do negocio e s nesse momento o cliente fica sabendo do valor da execuo total da obra.

    5. Fechado o negcio a administrao passa a proposta para o setor de contabilidade que ir elaborar o contrato de construo de obra por empreitada total ou parcial. No contrato(anexo I) consta a prazo de execuo, forma de pagamento, em anexo ao contrato estabelecido um memorial descritivo(anexo II), onde ir constar os matrias utilizados, as marcas dos materiais e em que quantidades sero utilizados

    7.7 Execuo da obra

    Aps a contratao dos servios da empresa Carlessi, o setor de recursos humanos faz uma anlise das obras em andamento. O setor faz uma anlise de tempo e verifica se h necessidade de novas contrataes, pois em alguns casos o custo de contratar colaboradores da regio em que a obra ser executada menor do que fazer o transporte e manter os funcionrios em alojamentos, no quais a empresa responsvel desdo do transporte at a alimentao de todos os coladores que deixam seus lares para ficar durante a semana nos alojamentos da obra.

    Desse modo, segue abaixo o fluxograma do processo de execuo da obra, onde essa etapa do processo se d aps a assinatura do contrato de execuo entre a empresa em questo e o cliente.

  • 47

    1 Recursos humanos

    3 Mestre de

    Obras

    7

    Proprietrio

    8

    Engenharia

    9

    Entrega Final da Obra

    2

    Engenharia

    4

    Almoxarifado

    5

    Contabilidade

    Quadro 11: Fluxograma de execuo da obra Fonte: Acervo da autora, 2011

    1. Assim que a empresa fecha o negcio, o setor de RH analisa a quantidade de funcionrios que a obra vai necessitar para ser concluda no prazo previsto, recruta os funcionrios e os encaminha para o local para que iniciem os servios

  • 48

    2. O setor de engenharia repassa para o mestre de obras uma cpia dos projetos e d as instrues para o andamento da obra, sendo que a obra tem uma visita semanal do engenheiro responsvel.

    3. O mestre de obra requisita (anexo III) os materiais conforme sua necessidade, ele encaminha uma requisio para o setor de compras e esse passa uma autorizao para os setores de almoxarifado.

    4. Aps a conferncia dos materiais, repassada uma lista para a contabilidade que retira a nota fiscal de transferncia de materiais.

    5. Depois de emitida a Nota Fiscal (anexo IV) o setor contbil entrega expedio para que o material possa ser carregado e entregue na Obra.

    6. Na obra o Mestre de obra recebe a nota fiscal e tem que conferir os produtos entregues, se estiver tudo certo, ele deve carimbar a nota fiscal com um carimbo de recebido e conferido.

    7. Aps concluso da obra, o proprietrio chamado para uma vistoria dos servios para saber se tudo est de acordo com o combinado.

    8. Com a aprovao, o setor de engenharia entra em contato com os rgos competentes para as aprovaes obrigatrias como habite-se, etc.

    9. Com a concluso definitiva da obra, o proprietrio assina o termo de recebimento do imvel e damos encerrada a obra. (anexo V)

    7.8 Mensurao das perdas numa obra civil

    Como fonte do estudo de caso, para a demonstrao dos percentuais e consequentemente os valores das perdas no processo de construo de uma obra civil, utilizou-se um oramento (anexo VI) de uma construo Residencial uni familiar com 113,84 m2. , obra esta realizada em 23/05/2003, com sua concluso em 18/01/2004., a referida obra foi utilizado como exemplo por ser uma obra menor e mais simples de ser analisada, levando em considerao que a empresa tambm trabalha com construo de Residenciais de at 9.000,00 m2.

    Para o clculo, utilizou-se a frmula de Souza, citado anteriormente no trabalho.

  • 49

    Produto

    Orado

    Servios Iniciais 2.091,93 Infraestrutura 6.417,62 Movimento de Terra 1.889,19 Supra Estrutura 7.306,69 Impermeabilizao 406,89 Alvenaria 4.667,61 Cobertura, Beiral e forro 12.200,65 Revestimentos de Paredes 9.461,72 Pavimentao 8.863,77 Esquadrias e Ferragens 7.432,94 Instalaes Hidro sanitria, aparelhos e acessrios. 3.609,68 Instalao Eltrica 2.948,96 Vidros 776,41 Pintura 6.293,70 Servios Complementares 408,58

    Totais 74.776,34

    Tabela 1: Custo Orado Obra Carlessi Fonte: Acervo da Empresa, 2011.

    Logo;

    Produto Orado Realizado % Perda Valor Perda Servios Iniciais 2.091,93 2.093,32 0,06 1,39 Infraestrutura 6.417,62 6.843,00 6,63 425,38

    Movimento de Terra 1.889,19 1.890,07 0,04 0,88 Supra Estrutura 7.306,69 7.307,33 0,01 0,64 Impermeabilizao 406,89 403,75 -0,77 -3,14 Alvenaria 4.667,61 4.958,65 6,23 291,04

    Cobertura, Beiral e forro 12.200,65 12.600,75 3,28 400,10 Revestimentos de Paredes 9.461,72 9.555,63 0,99 93,91 Pavimentao 8.863,77 8.867,51 0,04 3,74 Esquadrias e Ferragens 7.432,94 7.436,11 0,04 3,17 Instalaes Hidro sanitria, aparelhos e acessrios 3.609,68 3.679,99 1,95 70,31 Instalao Eltrica 2.948,96 2.949,67 0,02 0,71 Vidros 776,41 776,99 0,07 0,58

    Pintura 6.293,70 6.294,10 0,01 0,40

    Servios Complementares 408,58 408,93 0,09 0,35

    Totais 74.776,34 76.065,80 1,72 1.289,46 Tabela 2: Percentual de Perda na obra Fonte:Acervo da Empresa, 2011.

  • 50

    O grfico abaixo se basea no oramento da obra acima citada demonstrando numa escala de reais os valores orados para efetiva execuo da obra sendo que pode-se observar que os itens de maior valor so: cobertura, revestimentos e pavimentao.

    Grfico 1: Oramento da Obra Fonte: Elaborado pela Autora, 2011

    Logo;

    No grfico orado x realizado pode-se observar as oscilaes entre os valores orados e os definitivamente executados, podendo localizar com facilidade a diferena entre eles, levando em considerao que a obra acima citada, no teve nenhum aditivo de servios. O percentual de 1,78% bom percentual, para uma empresa de grande porte como a Carlessi, levando em considerao que com a implantao do ISSO 9001 e o programa PBQPH, mencionado anteriormente a qualidade dos servios melhorou muito, e as perdas conseqentemente gradativamente diminuram.

  • 51

    Grfico 2: Oramento x Realizado Fonte: Elaborado pela Autora, 2011

    Logo;

    No grfico a seguir demonstram-se de forma clara os percentuais das perdas no decorrer dos processos, levando em considerao o estudo acima, onde o estudo considera a perda como todo material utilizado, alm do orado previamente. Houve uma diferena relevante na parte de cobertura. Beirla forro e revestimentos cermicos, ou seja houve uma grande perda de madeiras e possivelmente de pisos e azulejos.Como a parte de virdros de resume a janelas a diferena se torna menor pois os vidros j vem pronto necessrio apenas a colocao nas janelas.

  • 52

    Grfico 3 : Percentual de Perda na Construo de uma Obra Civil Fonte: Elaborado pela Autora, 2011

    Logo;

    Grfico 4 : Valores de Perda na Construo de uma Obra Civil Fonte: Elaborado pela Autora, 2011

    Verificou-se no estudo que o valor das perdas no processo foi de R$ 1.289,46 sendo que na mdia geral o percentual de perda foi de 1,72%.

    Segundo o setor de engenharia, os materiais mais desperdiados ao processo de uma obra so a areia, o cimento, os pisos e os azulejos com base nos fatos relatados acima. Esses produtos podem se perder em diversas fases do

  • 53

    processo, desde o carregamento do material, como a quebra dos pisos e azulejos no manuseio para o carregamento at o armazenamento dos materiais na obra, como a chuva que pode levar a areia e os pequenos furtos em obras.

    Com a dificuldade do setor de construo civil em encontrar mo de obra para o setor, na contratao de novos trabalhadores no exigido que tenham experincia na rea, por isso fornecer treinamento para os funcionrios recm- chegados melhoraria a qualidade da mo de obra.

    A empresa procura manter todos os materiais em perfeito estado de conservao e manuteno, mas nos casos das obras pequenas como o caso da obra do estudo pode, devido a falta de espao para armazenar os materiais, ocorrer uma maior quantidade de transporte, ou seja, quase todos os dias o mestre de obras solicitava materiais o que gera uns transtorno maior e um extravio de materiais tanto no carregamento como no armazenamento.

    Quando a obra de maior porte, consequentemente o espao da obra maior o que possibilita o armazenamento do material em maior quantidade no local da obra.

    A implantao do certificado da ISSO 9001 e a implantao do PBQPH (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitado) ajudaram e muito os colaboradores a implantar na obra um sistema mais organizado e eficaz para diversas atividades tais como, armazenagem de materiais, utilizao de equipamentos de segurana.

    7.9 REDUO DAS PERDAS

    De acordo o estudo faz se as seguintes propostas para o controle das perdas;

    1 - A empresa no dispe de treinamento especfico para a mo de obra, sendo assim, muitas perdas se do devido a no qualificao de alguns funcionrios que so contratados. Para evitar retrabalhos e ocorrncia de desperdcios de materiais, sugere-se investimentos em treinamentos para os profissionais que trabalham na execuo das obras, desde os engenheiros at os serventes pois teriam mais noo e habilidade para executar as tarefas do dia-a-dia.

  • 54

    2 - Melhorar o controle de estoque da empresa e das obras para evitar a perda na estocagem dos materiais, controlando melhor a data de validade, a maneira correta de guard-los. 3 - Melhorar os controles dos furtos. 4 - Melhorar os controles de materiais estocados na obra.

    7.10 Processo de Contabilizao

    Quando ocorre a compra de material para armazenar no estoque da empresa utiliza-se o seguinte lanamento contbil conforme exemplo;

    NA AQUISIO DE MATERIAL PARA ESTOCAGEM

    D ESTOQUE DE MERCADORIAS (ativo circulante)

    C FORNECEDORES(passivo)

    Na transferncia das mercadorias do Estoque da empresa para o canteiro de obras;

    TRANSFERNCIA DE MERCADORIAS PARA CANTEIRO DE OBRAS

    D CUSTO (resultado)

    C ESTOQUE (ativo circulante)

    Assim, se a pessoa jurdica possuir laudo (anexo VII) de autoridade fiscal atestando a deteriorao do produto, a baixa do estoque, a contrapartida ser a conta de "Custos com Perdas de Estoque" alocando no grupo de "Contas de Resultados".

  • 55

    PERDAS

    D CUSTOS COM PERDAS DE ESTOQUE (resultado)

    C PROVISO DE PERDAS EM ESTOQUE (conta redutora- estoque- AC)

    Entretanto, caso a pessoa jurdica no possua laudo atestando a baixa do estoque, a contrapartida ser contra a conta de "Despesas Indedutveis", em "Contas de Resultado", que o que a empresa Carlessi contabiliza at o presente momento.

    PERDAS

    D- DESPESAS COM PERDAS DE ESTOQUE (resultado)

    C- PROVISO DE PERDAS EM ESTOQUE (conta redutora- estoque- AC)

    7.11 ENTREVISTA

    Para tentar entender melhor como funciona o processo da contabilizao das perdas entrevistei um profissional da rea de consultoria que atende a regio sul do estado, conforme perguntas da entrevista em (anexo VI), no qual foi feita via e-mail. Detectei um ponto de vista bem amplo sobre o tema do trabalho acima.

    O entrevistado relata que no conhece nenhuma empresa no sul de Santa Catarina que contabilize as perdas nos processos tanto de indstria quanto de prestao de servios que o caso da construo.

    Acredita que as empresas no adotam o procedimento de reconhecimento das perdas, pois considerando tudo como custo da construo do projeto. As empresas consideram como custo inclusive as mercadorias que voltam para o estoque no final da obra.

    Apesar de discordar dos procedimentos das empresas, pois para adotar esse processo de contabilizao devem possuir uma estrutura de colaboradores

  • 56

    bem formada para executar as tarefas e procedimentos muito bem controlados e definidos, caso contrrio fica impossvel adotar o procedimento.

    O entrevistado afirma que o impacto das contabilizaes das perdas nos processos poderia agregar duas coisas a empresa: uma delas seria a questo da gesto, ou seja, as empresas poderiam gerir melhor seus projetos, otimizando a utilizao dos materiais aplicados, racionalizando custos empregados. A segunda seria a questo tributria, dependendo da forma como as empresas efetuam os controles, os revestimentos das formalidades legais seria um efeito positivo ou negativo.

  • 57

    8 CONSIDERAES FINAIS

    No mercado atual, percebesse uma disputa entre empresas do mesmo ramo, onde cada uma espera se destacar. Isso porque almejam um lugar de destaque e um retorno financeiro.

    A contabilidade de custo vem a cada dia sendo uma ferramenta para as empresas possam analisar, controlar e calcular, os custos e os reflexos que eles em dentro de uma empresa. Atravs deles que os dados para tomada de ajudam a empresa obter bons resultados.

    De acordo com o presente estudo, diagnosticou-se que possvel mensurar as perdas no processo de construo civil e que para isso deve-se ter um controle muito organizado dos materiais da empresa.

    Manter um controle em dia ajuda a detectar quais so os materiais que podem ou no ser desperdiados ao longo da execuo de uma obra. Para analisar os valores das perdas deve-se tambm manter um controle impecvel no estoque das mercadorias, pois as perdas ocorrem em vrios estgios da obra desde sua estocagem no estoque, at o seu manuseio na obra.

    A contabilizao das perdas deve ser feita da maneira correta, para que os relatorias fornecidos pela contabilidade aos scios sejam da maneira mais clara e confivel possvel, para a auxiliar na tomada de decises.

    Para as redues das perdas foi proposta um melhoramento no controle de estocagem de materiais, um maior controle dos pequenos furtos, pois eles na maioria da vezes so lanados direto no resultado da obra o que impossibilita de saber qual o real valor das perdas no processo. Investir em treinamentos de novos e antigos funcionrios abriria varias portas, e melhoria muito a qualidade, rendimento e manuseios dos materiais e das maquinas utilizadas no processo de construo de uma obra.

    Por fim, conclui-se que por esse motivos a contabilidade de custos de grande relevncia e importncia para que as empresas continuem atuando de forma competitiva. Sempre procurando aprimorar e reciclar seus produtos inovando o mercado e se tornando competitivos, visando reduzir suas perdas e desperdcios, sem que isso venha a diminuir sua qualidade, e pelo contrrios possa colocar a empresas entre a mais bem conceituadas no mercado.

  • 58

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ANTNIO, Paulo Joaquim. Manual de contabilidade e tributos de construtoras e imobilirias. So Paulo: Atlas, 2003. 194 p.

    BRASIL. Instruo Normativa Secretaria da Receita Federal IN SRF n 84, de 20.12.1979. Publicada no Dirio Oficial da Unio em 31.12.1979. Estabelece normas para a apurao e tributao do lucro nas atividades de compra e venda, loteamento, incorporao e construo de imveis. Dirio Oficial da Unio, Braslia.

    COSTA, Magnus Amaral. Contabilidade na construo civil e atividade imobiliria. Editora Atlas. 1 ed. 2000. 257 p.

    CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso bsico de contabilidade de custos. 2 ed. So Paulo, Atlas, 2002.

    DUTRA, Ren Gomes.Custos: uma abordagem prtica.So Paulo. 5 ed. So Paulo: Atlas. 2003.

    FALK, James Anthony, Gesto de Custos para Hospitais: Conceito Metodologias e aplicaes. So Paulo: Atlas. 2001.

    FERREIRA, Carlos Ernesto. Construo Civil e Criao de Empregos. Rio de Janeiro. Ed. Fundao Getulio Vargas.1975

    http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+brasil,pais-criou-272225-vagas-formais-em-abril,not_67316,0.htm acesso em18/05/2011

    http://oglobo.com/noticias/economia/necessidade-de-investimentos - acesso em 27/08/2011.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Constru%C3%A7%C3%A3o_civil acesso em 28/04/2011

    http://www.contabeis.com.br/forum/topicos/17552/baixa-de-estoque-deteriorado/ - acesso 04/11/2011

    http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110518/not_imp720585,0.php acesso em 18/05/2011

    http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/110446/regulamento-do-imposto-de-renda-de-1999-decreto-3000-99 - acesso 03/11/2011.

    http://www.portaladm.br/ANC/anc16.htm - acesso em 03/10/2011

    http://www.sindusconcriciuma.com.br/ - acesso em 10/04/2011.

    IUDCIBUS, Srgio; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de Contabilidade nas Sociedades Por Aes. So Paulo: Atlas, 2010. 646 p.

  • 59

    MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos.So Paulo.7 ed. So Paulo: Atlas.2000.

    MEGLIORINI, Evandir. Custos. So Paulo: Pearson Makron Books. 2001

    MEGLIORINI, Evandir. Custos. So Paulo: Pearson Makron Books. 2001

    MOREIRA, D.A. Medida da produtividade na empresa moderna. So Paulo, Pioneira, 1991

    OLIVEIRA, Silvio Luiz. Tratado de metodologia cientfica. Editora Pioneira. 2000.

    SAMPIERI, Roberto Hernndez et al. Metodologia de pesquisa. 3. ed. 2006.

    SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de. Como reduzir perdas nos canteiros: manual de gesto do consumo de materiais na construo civil. So Paulo, Pini, 2005

  • 60

    ANEXOS

    ANEXO I

  • 61

    CONTRATO

    Contrato de empreitada de construo de uma Residncia Unifamiliar com 113,84m2, que entre si fazem o Sra. BRUNA JUSTINO e a Empresa Carlessi Engenharia Comrcio e Construes Ltda.

    BRUNA JUSTINO, CPF n. 047.094.819-11, residente e domiciliado no municpio de Turvo, estado de Santa Catarina, neste ato denominado CONTRATANTE e a Empresa Carlessi Engenharia Comrcio e Construes Ltda, CNPJ n. 79.682.852/ 0001-66, estabelecida Rua Rui Barbosa, 1360, 1. andar, municpio de Turvo, estado de Santa Catarina, daqui por diante denominada Empreiteira, neste ato representada pelo seu scio-gerente, Engenheiro Cesar Carlessi, CPF n. 442.847.569-15, ajustam o presente contrato mediante s seguintes condies:

    CLUSULA I: A EMPREITEIRA obriga-se a executar pelo regime de empreitada, a construo de uma residncia de alvenaria de tijolos, com um pavimento, com rea total de 113,84m2.

    CLUSULA II: A obra ser executada em terreno de propriedade do CONTRATANTE, localizado no municpio de Turvo/SC.

    CLUSULA III: Os servios sero executados de acordo com as normas da ABNT, projeto e Memorial Descritivo.

    CLUSULA IV: O CONTRATANTE pagar a EMPREITEIRA pela execuo dos servios o valor ajustado de R$ 126.720,00 (cento vinte e seis mil e setecentos e vinte reais).

    CLUSULA V: O pagamento pelos servios executados ser efetuado pelo CONTRATANTE da seguinte forma:

    CLUSULA VI: Os pagamentos dos servios executados sero representados por Notas Promissrias.

    Obs: As Notas Promissrias so independentes do presente instrumento contratual, podendo as mesmas serem executadas separadamente, ficando alternativo a empreiteira exigir a entrega da pecnia constante do ttulo de crdito.

    CLUSULA VII: Caso haja acrscimo ou diminuio no volume da obra, o pagamento ser feito atravs de negociao entre as partes.

  • 62

    CLUSULA VIII: O prazo previsto para a concluso da obra ser de 240 dias, observando-se o estipulado na clusula x.

    CLUSULA IX: Qualquer alterao do projeto depender da prvia autorizao do CONTRATANTE e EMPREITEIRA.

    CLUSULA X: O prazo de concluso poder ser prorrogado por solicitao da EMPREITEIRA ou do CONTRATANTE, pelos seguintes motivos:

    Acrscimo da obra; Dias de chuva; Qualquer caso de comprovada fora maior. Falta de pagamento por parte do Contratante.

    CLUSULA XI: Fica estipulada a multa de 10% (dez por cento) para a parte que desistir do Contrato.

    CLUSULA XII: Havendo acordo mtuo, o presente Contrato poder ser rescindido, garantindo-se a EMPREITEIRA o pagamento dos servios executados.

    CLUSULA XIII: Em caso de atraso de pagamento de qualquer parcela pelo CONTRATANTE ser cobrado pela CONTRATADA junto a parcela vencida, multa de 2% (dois por cento), mais a atualizao pelo ndice de correo da caderneta de poupana, da data do vencimento at a data do pagamento e juros de 1% (um por cento) ao ms sobre o valor atualizado.

    CLUSULA XIV: Para dirimir quaisquer questes originadas deste Contrato fica eleito o Frum da Comarca de Turvo/SC.

    Por estarem assim, justos e contratados, na presena das testemunhas abaixo assinadas e para um s efeito legal, firmam por si e seus sucessores, o presente instrumento.

    Turvo/SC, 23 de Maio de 2003

  • 63

    ANEXO II

  • 64

    MEMORIAL DESCRITIBO

    OBRA......................: RESIDENCIA UNIFAMILIAR PROPRIETRIO.....: BRUNA JUSTINO LOCAL....................: TURVO - SC REA......................: 113,84 m2

    OBJETO Os servios sero executados segundo indicaes do projeto

    arquitetnico, detalhes e demais elementos, salvo comum acordo ou condies excepcionais.

    SERVIOS PRELIMINARES Locao: Processo de quadro nivelado, com guias de eucalipto apoiados

    em pontaletes e afastados de um metro da construo. Barraco: Ser de madeira de 2,00x4,00m com cobertura de telhas de

    cimento amianto, com dimenses de 0,50x2,44x4mm.

    FUNDAO Estacas escavadas em concreto armado, com dimetros e sees de ao

    fornecidas pelo responsvel tcnico. O concreto ter resistncia de 15MPa.

    ESTRUTURA A estrutura a ser executada ser de concreto armado com resistncia de

    15MPa. Dever obedecer rigorosamente ao projeto arquitetnico e as Normas: NB-1, NB-4, NB-16 e determinaes do responsvel tcnico.

    TRATAMENTO E IMPERMEABILIZAES Em todas as vigas em contato com o solo ser executado um tratamento

    com produtos base de asfalto a fim de se evitar a ascendncia de umidade do solo para as paredes.

    ALVENARIA As paredes devero obedecer a dimenses mencionadas em projeto e

    sero executadas com tijolos cermicos seis furos a chato, assentes com argamassa 1:2:4 (cimento, saibro e areia). Sobre os vos das portas e janelas sero executadas vergas de argamassa armada.

    COBERTURA Estrutura de Madeira: Tesouras de eucalipto rolio descascado e tratado. Telhado: As telhas sero de cermica esmaltada cor transparente, tipo

    portuguesa. As calhas dos rinces, e os rufos sero de alumnio. Os caibros dos beirais sero aparentes, dimenso 5,0x10,0cm em

    Angelim.

    ESQUADRIAS As esquadrias externas sero de Itaba, com dimenses e tipos

    mencionados em planta. As portas internas sero de imbua, do tipo semioca.

  • 65

    O parapeito da sacada ser de madeira de lei.

    FERRAGENS Fechadura porta frente: Marca Stam ref. 1.400/06 MV Fechaduras portas fundo: Marca Stam ref. 803/03 MV Fechaduras portas internas: Marca Stam ref. 813/03 Grafite Fechaduras portas BWC: Marca Stam ref. 823/03 Grafite Ferragens de janelas, porta janelas e dobradias: Lato oxidado.

    REVESTIMENTOS Aplicao de chapisco do trao 1:4 em todas as superfcies de alvenaria e

    concreto. Sobre o chapisco ser aplicado massa nica no trao 1:1:6 (cimento, cal e areia mdia). Os azulejos dos banheiros e lavanderia sero 25x40A da marca De Lucca.

    O forro interno ser de angelim. O revestimento da cozinha ser com Massa Acrlica e pintura Polipar.

    PAVIMENTAES O contrapiso ser de concreto armado. A sala, circulao e dormitrios

    recebero assoalho de jatob 2,0x15,0cm, com posterior lixao e aplicao de Synteko; os rodaps nestas peas sero de 1,5x7,0cm em jatob. As demais peas recebero piso cermico 41x41A da marca Itagres; os rodaps nestas peas sero da mesma cermica exceto nos bwcs e lavanderia. Sero fornecidas soleiras em granito na cor preta para as portas externas como tambm para as biqueiras da varanda e sacada.

    INSTALAO HIDRO SANITRIA Todos os tubos e conexes de gua fria sero de PVC soldvel. A caixa