a morte e o morrer! ( leonardo pereira)
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A morte e o
morrer!Um estudo sobre a vida e sua
continuidade após a morte biológica.
Leonardo Pereira
Ninguém poderá
dispensar-se...
A confiança na existência da
vida futura não exclui as
apreensões pela transição
desta vida para a outra. Muitas
pessoas não temem
propriamente a morte, o que
temem é o momento da
transição. Sofremos ou não ao
fazer essa passagem?
É isso o que as inquieta e com tanto mais
razão quanto ninguém pode escapar a
esse momento. Podemos deixar de fazer
qualquer outra viagem, mas quanto a
esta, tanto os ricos como os pobres terão
de fazê-la e se ela for dolorosa, nem a
posição e nem a fortuna poderiam
suavizar a sua amargura. Allan Kardec, no livro “O céu e o inferno” 1865 – segunda parte – Capitulo 1 – item 1
ELISABETH KÜBLER-ROSS
Morte e Morrer. Essa é
passagem da vida que
ninguém em sã consciência
deseja vivenciar, seja com
relação a si mesmo e com
relação a entes e/ou
conhecidos queridos.
Esse é um assunto que
muitos ignoram, receiam e
evitam falar, isso porque
ninguém quer ver a vida ter
um ponto final.
A morte é vista como algo
desumano, fazendo com
que muitas vezes as pessoas
se sintam impotentes diante
dela, em função que o
morrer é visto como algo
“solitário, muito mecânico e
impessoal... KÜBLER-ROSS, ELISABETH. Sobre a morte e o morrer. [s.n.] Martins Fontes. São Paulo, 2005.
Mas então, qual será a
real diferença ente a
morte e o morrer?
Talvez possamos dizer que a
morte é o fato em si, que todo
o ser humano inevitavelmente
irá passar. Em contrapartida, o
morrer pode ser visto como o
processo em que uma pessoa
passa até chegar à morte.
KÜBLER-ROSS, ELISABETH. Sobre a morte e o morrer. [s.n.] Martins Fontes. São Paulo, 2005
1º Negação e Isolamento: Ao paciente tomar conhecimento
de seu estado de saúde,
dependendo da tamanha
gravidade, a pessoa ativa um
mecanismo de defesa chamado
negação. Que seria a não
aceitação e a rejeição pela
enfermidade em que se encontra.
KÜBLER-ROSS, ELISABETH. Sobre a morte e o morrer. [s.n.] Martins Fontes. São Paulo, 2005
2º Raiva: Kübler-Ross diz que quando não é
mais possível manter firme o primeiro
estágio de negação, ele é
substituído por sentimentos de raiva,
de revolta, de inveja e de
ressentimentos. Mas porque de tudo
isso? ( interrompeu sua vida, sonhos,
e tudo mais). KÜBLER-ROSS, ELISABETH. Sobre a morte e o morrer. [s.n.] Martins Fontes. São Paulo, 2005
3º Barganha: O paciente utiliza a
forma de barganha como uma
maneira de prolongar a vida. O
sujeito propõe uma “troca” ou tenta
fazer “negócios” como uma forma
de garantir um tempo a mais aqui;
geralmente essa barganha ocorre
principalmente com Deus, e
também com algumas pessoas ao
redor, incluindo os médicos.
KÜBLER-ROSS, ELISABETH. Sobre a morte e o morrer. [s.n.] Martins Fontes. São Paulo, 2005
4º Depressão: A depressão
ocorre quando o paciente não
pode mais negar sua doença, e
com isso ele se submete a vivenciar
aquilo que a hospitalização exige
(como à cirurgias), onde
consequentemente dá inicio a um
sentimento de enorme perda.
KÜBLER-ROSS, ELISABETH. Sobre a morte e o morrer. [s.n.] Martins Fontes. São Paulo, 2005
5º Aceitação: Esse é o estágio
onde o paciente aceita o seu
destino: a morte. É o momento onde
literalmente o paciente para de lutar
e resistir contra a morte (e/ou a
doença terminal), começando a ter
o desejo de “repousar em paz”.
A morte é o fim de
tudo?
...NÃO...
E, quando isto que é corruptível
se revestir da incorruptibilidade,
e isto que é mortal se revestir
da imortalidade, então
cumprir-se-á a palavra que
está escrita: Tragada foi a
morte na vitória. 1 Coríntios 15:55
Toda morte é um parto, um
renascimento; é a
manifestação de uma vida
até aí latente em nós, vida
invisível da Terra, que vai
reunir-se à vida invisível do
Espaço.”
(DENIS, Léon in “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”
POR QUÊ TEMOS TANTO
MEDO DA MORTE E DO
MORRER?
O medo de morrer é um medo natural,
espontâneo e necessário. Ele vem do
nosso instinto de conservação que serve
para a preservação da nossa vida.
Quando este medo torna-se exagerado,
passa a ser um medo patológico, fóbico
que merece tratamento especializado.
Portanto, o medo de morrer é
necessário, bom e útil dentro de um
limite equilibrado.
Já o medo da morte é inadequado. É
um medo quase sempre aprendido
dentro da cultura onde vivemos.
As pessoas não gostam de falar sobre a
morte. A morte é um tabu. Quantas
vezes ouvimos alguém dizer: “Tanta
coisa para se falar, vamos falar
justamente de morte? Vira esta boca
pra lá?” Dr. Franklin Santana Santos – A arte de morrer – Visões plurais.
Como acabar com esse
medo?
Procurar esclarecimentos, refletir,
estudar, pois a causa do medo é o
desconhecimento.
Allan Kardec nos diz ser necessário
ampliar o nosso olhar para a vida futura.
“Para libertar-se do temor da morte é
mister poder encará-la sob o seu
verdadeiro aspecto. Isto é, ter
penetrado pelo pensamento no mundo
espiritual, fazendo dele uma ideia tão
exata quanto possível.”
(Allan Kardec)
POR QUÊ QUANDO ALGUÉM
MUITO QUERIDO MORRE,
DÓI?
A primeira grande dor da humanidade
é a perda de um filho; a perda de uma
pessoa muito querida.
A segunda, é a dor da traição. Depois
vêm as outras: cólica de rim, parto,
infarto, etc.
Observe que as duas primeiras são as
dores da alma.
Dói muito quando alguém parte porque
estabelecer um vínculo afetivo; ter um
relacionamento feliz; amar e ser amado
é a melhor coisa da vida. Amor de
esposa, de marido, de filho, de mãe e
de pai, de irmão e de amigo, de vizinho,
de avô e de neto, de tio e de sobrinho...
Até amor de cachorro, de gatinho e de
passarinho... Como é bom!
E, quando esta criatura amada não
pode ser mais tocada, não pode ser
mais olhada, nunca, nunca mais... Isso
dói. E é essa ideia do “nunca mais” é
que faz sofrer.
O “nunca mais” gera a tristeza, o vazio,
o sentimento de perda.
Dr. Franklin Santana Santos – A arte de morrer – Visões plurais.
COMO PODEMOS LIDAR COM O
VAZIO, COM O LUTO QUE ALGUÉM
DEIXA QUANDO VAI EMBORA?
o luto é necessário como um processo
de elaboração diante da perda de
uma pessoa com quem vínculos foram
estabelecidos. No luto o ser humano
reorganiza-se, reestrutura-se
internamente. O luto não restringe-se
apenas à morte. Em outras situações de
perda também surge, como
separações, doenças. Varia o tempo de
luto para as pessoas. Pode durar dias,
semanas, meses e anos a fio...
Atualmente, existe um outro paradigma
do luto. Ao invés da ideia de
encerramento e conclusão, é saudável
manter os vínculos em continuidade.
Surge a possibilidade de manter a
presença na ausência, reinvestindo o
sentimento em atividades e
relacionamentos. Não se fala mais em
esquecimento dos que partem, e, sim em
ressignificação da vida. Dra.Maria Júlia Kovacs (Phd, psicóloga e prof. da USP-SP)
Como é o momento do
morrer?
No momento da morte, qual
é o sentimento que domina a
maioria dos homens? A
dúvida, o medo ou a
esperança? LE Q. 961
A dúvida para os
descrentes endurecidos,
o medo para os culpados,
a esperança para os
homens de bem.
Por que existem descrentes,
uma vez que a alma traz ao
homem o sentimento das
coisas espirituais?
LE Q. 962
Existem menos do que se
acredita; muitos se fazem
espíritos fortes durante a
vida por orgulho, mas no
momento da morte não
são tão fanfarrões.
O que acontece
quando o corpo morre?
Espírito Perispírito Corpo Biológico
Espírito Perispírito
A alma após a morte, conserva a sua individualidade? LE Q. 150
Sim, jamais a perde. Que seria ela,
se não a conservasse?
Como comprova a alma sua individualidade, uma vez que não tem mais o corpo material? LE Q. 150-A
Continua a ter um fluido que lhe é próprio,haurido na atmosfera do seu planeta, e queguarda a aparência de sua últimaencarnação: seu perispírito.
O perispírito é o envoltório físico
da alma, da qual não se separa
nem antes nem depois da morte,
e com a qual se pode dizer que
forma um todo. Porque não se
pode conceber um sem a outra.
Durante a vida o fluido
perispiritual impregna todo o
corpo, servindo de veículo das
sensações físicas para a alma. É
também por esse intermediário
que a alma age sobre o corpo e
dirige os seus movimentos.
Morri e agora?
Agora é desencarnar!
O estado moral da alma é a causa
principal que determina a maior ou
menor facilidade de desprendimento.
A afinidade entre o corpo e o perispírito decorre do apego do Espírito à matéria.
Chega ao máximo no homem que concentra todas as suas preocupações na vida e nos prazeres materiais que ela
oferece..
É quase nula naquele cuja alma purificada se identifica por antecipação
com a vida espiritual.
Como a lentidão e a dificuldade da separação resultam do grau de
depuração e desmaterialização da alma, depende de cada um tornar mais
fácil ou mais penoso, agradável ou doloroso o momento de sua passagem.
E o que vem depois?
PENAS ETERNAS e PRAZERES ETERNOS?
Haverá lugares determinados
no universo destinados às
penalidades e aos prazeres
dos Espíritos, conforme seus
méritos? LE Q. 1012
Já respondemos a essa questão.
As penalidades e os prazeres são
inerentes ao grau de perfeição dos
Espíritos; cada um tira de si mesmo o
princípio de sua própria felicidade ou
infelicidade; e como estão por toda
parte, nenhum lugar localizado nem
fechado está destinado a um ou a
outro...
Sensações, percepções e
sofrimentos dos Espíritos, após o
desencarne.
(...) as sensações que precedem e
se seguem à morte são
infinitamente variadas e
dependentes sobretudo do
caráter, dos méritos, da elevação
moral do Espírito que abandona a
Terra. (...)
Livro: Depois da Morte (Léon Denis) – Capítulo XXX
Depois de deixar o corpo, a alma
passa algum tempo em estado de
perturbação, cujo grau de duração
depende da elevação de cada um.
Muito variável é o tempo que dura
essa perturbação. Pode ser de
algumas horas, como também de
muitos meses e até de muitos anos.
As pessoas que, desde quando ainda
viviam na Terra, se identificaram com o
estado futuro que as aguardava, são
aquelas para quem menos longa a
perturbação se manifestará, porque
compreendem a posição em que se
encontram.
Quanto à inteligência:
De volta ao mundo dos Espíritos, conserva a alma as percepções que tinha na Terra, além de outras de que aí não dispunha, porque o
corpo as obscurecia. A inteligência é um atributo que tanto mais livremente se
manifesta o Espírito, quanto menos entraves tenha que vencer.
Quanto à evolução:
Quanto mais se aproximam da perfeição, tanto mais sabem. Se são Espíritos superiores,
sabem muito. Os Espíritos inferiores são mais ou menos ignorantes acerca de tudo.
Quanto ao tempo:
Os Espíritos vivem fora do tempo como o compreendemos.
A duração de tempo para eles deixa, por assim dizer, de existir. Os séculos, para nós tão longos, não passam, aos olhos deles, de instantes que se movem na eternidade.
Quanto às suas capacidades:
Os Espíritos elevados veem e ouvem unicamente o que querem, enquanto que os
imperfeitos muitas vezes ouvem e veem, mesmo contra sua vontade, o que lhes possa
ser útil ao aperfeiçoamento.
Quanto ao descanso:
Não podem sentir a fadiga como a entendemos, não precisando de descanso corporal, pois não possuem órgãos cujas forças devam ser reparadas. O Espírito,
entretanto, repousa, no sentido de não estar em constante atividade. Ele não atua materialmente, sua ação é toda intelectual e, inteiramente moral é o seu repouso. Quer isto dizer que momentos há em que o
seu pensamento deixa de ser tão ativo quanto de ordinário e não se fixa em qualquer objeto
determinado.
Quanto aos sofrimentos:
Os Espíritos os conhecem, porque sofreram, não os experimentam, porém, materialmente, por faltar-lhes
o corpo físico. Quando um Espírito diz que sofre, a natureza de seu sofrimento são as angústias morais
que os torturam mais dolorosamente do que todos os sofrimentos físicos. As queixas de frio e fome são reminiscências do que padeceram durante a vida,
reminiscências não raro tão aflitivas quanto a realidade.
Lembranças da existência corpórea!
Sono, Torpor ou Desmaio
Apesar da diversidade de gêneros e grausde sofrimento dos Espíritos imperfeitos,o código penal da vida futura pode seresumir nestes três princípios:
1º O sofrimento é inerente à imperfeição.
2º Toda imperfeição, e toda a falta que dela decorre, trazem o seu próprio
castigo nas suas consequências naturais e inevitáveis, como a doença decorre dos excessos, o tédio da ociosidade, sem que haja necessidade de uma
condenação especial para cada falta e cada indivíduo.
3º Todo homem podendo corrigir as suas imperfeições
pela sua própria vontade, pode poupar-se os males que delas decorrem e assegurar a sua
felicidade futura.
Essa é a lei da justiça divina:a cada um segundo assuas obras, tanto no céucomo na Terra.
Código penal da vida futura - (Kardec – O Céu e o Inferno)
COMO SE PREPARAR PARA A MORTE?
“Viva cada momento como se fosse o último segundo de sua vida.”
Preparar-se para a morte é preparar-se para a
vida.
Como não sabemos, quando, onde e como será o dia da nossa partida o
ideal é estarmos sempre preparados, aproveitando integralmente o tempo que nos resta, oferecendo o melhor
de cada um de nós em favor da edificação humana.
Não deixar para amanhã o que se tem que realizar hoje.
Como não sabemos, quando, onde e como será o dia da nossa partida o
ideal é estarmos sempre preparados, aproveitando integralmente o tempo que nos resta, oferecendo o melhor
de cada um de nós em favor da edificação humana.
Não deixar para amanhã o que se tem que realizar hoje.
Quando perguntam aos pacientes que estão partindo:
“O que você faria se tivesse mais um tempo de vida?”
A maioria nunca menciona que adquiriria mais isso ou mais aquilo. Dizem:
“Eu amaria mais a minha esposa. Seria maisamigo e fiel companheiro.”
“Eu diria mais aos meus filhos que eu os amomuito; que eles são a maior alegria de minhavida.”
“Eu aproveitaria mais os meus amigos efamiliares ofertando-lhes muito mais amor egratidão do que ofereci.”
Eu procuraria somente cultivar afetos em meusrelacionamentos. Caso tivesse apenas umdesafeto, eu o procuraria para pedir-lheperdão e transformá-lo em amigo.”
“Eu cuidaria melhor de mim e ajudaria mais aspessoas.”
“Teria mais contato com a natureza.”
“No fim da vida aprendi que a maior realização é amar,
respeitar, ajudar, compartilhar o melhor de
mim com as Pessoas.”
E nós temos este tempo ainda!
Bibliografia! O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
O Céu e o Inferno - Allan Kardec
Depois da Morte (Léon Denis) – Capítulo XXX
O problema do ser do destino e da dor (Léon Denis).
A Arte de Morrer – Visões Plurais – Volume 1 (Organizadores: Dora
Incontri e Franklin Santana Santos). Editora Comenius.
A Arte de Morrer – Visões Plurais – Volume 2 (Organizador: Franklin
Santana Santos). Editora Comenius.
Sobre a Morte e o Morrer – Elisabeth Kübler-Ross – Editora Martins Fontes
Quem Tem Medo da Morte? – Richard Simonetti – Editora Ceac
Uma linda noite e uma Feliz Semana!