A N D O R I N H A

PORTEFÓLIO

FUNCHAL 2011

RIBEIRA SECA 2013

NEW BEDFORD, USA 2016

FUNCHAL 2016

FUNCHAL 2017

MERCADO MUNICIPAL DE SANTA CRUZ 2017

/projetos de Mestrado/

Histórias silenciosas foi um projecto que teve início na Praça da Alegria – Porto, a partir da cadeira de Desenho e Levantamento do Lugar do

Mestrado de Arte e Design para o Espaço Público. Aparentemente a Praça pouco ou nada queria revelar, embora com o tempo e após algumas

tentativas de comunicação com os locais, facilmente me comecei a aperceber e consciencializar das suas histórias, potencialidades e lacunas.

Na investigação realizada sobre a Praça descobri muito mais do que se passava ao seu redor do que propriamente dentro dela. Percebi que a maior

parte das pessoas que hoje em dia habita a Praça são do sexo feminino e fazem parte de uma população maioritariamente envelhecida que outrora

pertenceu à classe operária. Esta gente que hoje vive e que sempre viveu em comunidade nas tão afamadas Ilhas, habitam a Praça com um sentido de

pertença muito curioso, porque apesar de sentirem que ela já não é a mesma e de existirem várias lacunas, continuam a querer ocupar o seu espaço

físico, porque inconscientemente elas sabem que é isso que o torna no lugar que é.

Foi interessante perceber que a maior parte do movimento que existe na Praça deve-se sobretudo ao comércio de três senhoras que até lá se

deslocam todos os dias para vender as suas mercadorias (fruta/vegetais e peixe). Esta concentração propicia várias conversas e testemunha vários

acontecimentos (ou a falta deles), desde a passagem aleatória das pessoas na rua; o intervalo das crianças no largo da escola; a prostituição; ou até

mesmo a falta de saneamento público.

Se calhar existe um sentido patriótico ou de lealdade em relação aos lugares. Apesar de todas as mutações a que um lugar está suscetível e que sofre

através do tempo, as sociedades continuam a querer defendê-lo com unhas e dentes. Por vezes, tratam-se de lugares insólitos e/ou abandonados, que

de convidativos nada têm. Porém as pessoas continuam a sentir que esses lugares lhes pertencem ou que de certa forma pertencem a esses lugares.

Não obstante de todas as histórias (sejam elas menos boas), as pessoas silenciam e de certa forma acabam por consentir a Praça tal igual como ela é.

As Histórias Silenciosas tomaram forma sobre 14 cartazes de papel, afixados numa das fachadas (espécie de arrecadação para o comércio local) das

Praça. Elas vêm contar por palavras (ou pela aparente falta delas), aquela que é atual a Praça da Alegria.

As pessoas ao contactarem com este projeto sentiram-se tentadas a desvendar as palavras de cada frase, que só era possível se elas se aproximassem

dos cartazes e abrissem umas pequenas janelas recortadas no próprio papel.

HISTÓRIAS SILENCIOSAS

2014

As memórias são imagens audazes que tentam sobreviver na contemporaneidade. São sobretudo imagens que relatam a morte de algo ou de alguém, ou

até mesmo de alguns acontecimentos para que perpetuem no tempo. Por sua vez a morte é um acontecimento que enquanto imagem garante um lugar

permanente no intelecto de cada indivíduo, e talvez por isso é que ela enquanto não sintoma é uma imagem que tendemos a temer ou a esquecer. A ideia da

morte está associada a uma imagem que, para além de vislumbre efémero tem a capacidade de se transformar e garantir uma sucessão imagens/espaço na

memória.

Mas as memórias são ilusões. Vão e vêm no pensamento em busca de uma realidade passada, de uma reminiscência de algo que foi ou de que ainda

continua a ser aos olhos de quem a vê.

O periscópio enquanto instrumento óptico permite alcançar diferentes prismas pelo desvio do olhar, como também de criar uma relação não apenas entre

o espectador e o ambiente que o envolve, como também pela inclusão da imagem-memória no objecto e no espaço. O periscópio surgiu-me como algo capaz

de reflectir uma determinada imagem no espaço, e o que me agrada é a sua potencialidade enquanto objecto criador de erros, fantasias, ilusões. Seja qual for

a imagem que nos surja pelo espelho do periscópio ou pelo reflexo na água, há de certamente causar uma inquietação da qual nos tornamos vítimas somente

pela curiosidade do olhar.

Uma árvore nunca é só uma árvore. Uma árvore absorve e expele as energias de cada lugar, e é no acto de absorver que ela adapta-se aos caprichos do

homem e tenta sobreviver passivamente a cada dia que passa. Desde pequena que me recordo de ver a minha mãe abraçar árvores nos passeios que dávamos

pelas levadas e de a ouvir dizer que se devia abraçar as árvores porque elas transmitiam boas energias e que nos faziam sorrir.

A minha ideia para este projecto surgiu no momento em que regresso às memórias de infância… a tão desejada casa na árvore, apesar de nunca concebida.

Uma vez que a sequóia teve que ir embora, o que eu propus foi a construção de uma casa da árvore, mas sem a árvore. A árvore sai mas a casa fica. A casa

não é para ser “habitada”. A ideia é criar a casa da árvore pela ausência da mesma.

Na minha proposta a casa da árvore está elevada do chão com exactamente a mesma altura que a Sequóia (30m +/-). É toda ela construída em madeira,

completamente fechada e pintada de amarelo.

A sair do telhado encontra-se um periscópio (com 32m de altura) que se ergue ainda mais alto que as outras árvores do jardim de modo a ter uma vista

geral sobre a cidade, uma espécie de miradouro sem estatuto. Deste modo as pessoas podem-se dirigir ao jardim e apreciar a vista que se a sequóia fosse viva

(e tivesse tido o crescimento normal) teria visto.

MIRADOURO DA CASA AMARELA

2014

O tema da minha tese de mestrado é A Exaltação da Imagem enquanto criação Popular para o Espaço Público, em que eu falo sobretudo acerca da

imagem que existe acerca das Ilhas do Porto.

Tendo em conta essa temática tive que desenvolver um projecto prático ao qual designei de O Sonho das Meias Casas, no qual trabalhei sobretudo

com pessoas que vivem nas Ilhas da cidade.

O projecto começou a ganhar forma graças aos utentes do Centro de Convívio do Bonfim e da Associação de Solidariedade da Zona das Fontainhas,

que gentilmente aceitaram o meu desafio: desenhar a casa dos seus sonhos. No fundo o Sonho das Meias Casas é o sonho de quem habita essas

meias casas a que todos chamam de Ilhas.

A certa altura senti a necessidade de focar a minha atenção apenas para a faixa etária mais jovem e dei continuidade ao projecto com os utentes da

Associação de Solidariedade da Zona das Fontainhas que após me terem desenhado a casa dos seus sonhos, eu tive a oportunidade de fazer a minha

interpretação dessas casas numa tentativa de as "arquitectar" da melhor forma possível.

As casas estão pintadas na área exterior da Associação (Rua do Sol, Nº14) num mural tipo friso que contém os sonhos destas crianças. Agora que as

casas estão mais "reais", o meu sonho é que estes jovens nunca desistam de sonhar e que sintam que tudo é possível.

O SONHO DAS MEIAS CASAS

2015

/pintura e ilustração/

Os bonecos comestíveis ocupam um lugar particular e relevante

na doçaria e pães figurativos estando ligados a rituais de

fecundidade ou à purificação do homem, como ao culto dos mortos

ou às atividades protetoras das sementeiras. Executados em matéria

acessível de trabalhar receberam da imaginação do povo a

influência de um poder fantástico.

Na Ilha da Madeira houve uma família proveniente da freguesia do

Caniço, que foi a última a dar continuidade a esta tradição das

bonecas de massa.

Estas bonecas de massa amarela com formas antropomórficas e

zoomórficas, tiveram desde sempre uma forte popularização nos

arraiais e festas de romaria.

Infelizmente hoje em dia a confeção destas bonecas caiu em

desuso.

Em criança tive a oportunidade de acompanhar o processo de

fabrico destas bonecas pelas mãos da Sra. Salomé, e então só mais

tarde é que senti a necessidade de as confecionar, não só para dar

continuidade à tradição como também para as reinventar.

/bonecas de

massa/

/figurinos/

PEÇA DE TEATRO “A CASA DA MONTANHA” (TEC) 2017

/nota biográfica/

Andorinha AKA Cristiana de Sousa (1989, Ilha da Madeira, Portugal)

Cristiana nasceu e cresceu na Freguesia da Camacha e desde sempre relevou grande interesse pela cultura tradicional tendo vindo a integrar já desde

muito pequena no Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha onde ainda hoje toca violino.

Em 2001 inicia o curso de violino no Conservatório Escola das Artes do Funchal, concluindo o 4º grau.

Completa o ensino secundário na Escola Francisco Franco e em 2007 ingressa no curso de Pintura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de

Lisboa.

Durante o curso realiza um intercâmbio de um mês com a Academia Imperial de S. Petersburgo - Rússia.

No ano de conclusão de curso (2012), realiza uma exposição em parceria com o seu colega Hugo Brazão na Galeria Monumental em Lisboa.

Participa também na exposição coletiva de final de curso no Palácio das Galveias, Lisboa.

Agosto de 2011 colabora com uma pintura mural para a reabilitação da zona histórica da cidade do Funchal, e um ano depois pinta um outro mural na

Freguesia da Calheta, Ilha da Madeira.

No mês de Novembro de 2012 é convidada a participar com umas ilustrações para o livro Pequenos Contos, Grandes Vidas e nesse mesmo mês integra

uma exposição coletiva na Galeria da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa - À Sombra de Plínio.

Em Março de 2013 contribui com uma instalação para o Festival AmoTeatro, e no mês de Maio tem a sua primeira exposição individual no Café Ateneu

no Funchal intitulada de Ó meu Menino.

No mês de Junho de 2013 participa noutra exposição coletiva na Galeria da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa - Karékáxuva, e no mesmo mês

participa num workshop/exposição organizada pela Galeria Porta 33 no Funchal, tendo Diango Hernández como artista convidado e Nuno Faria como

curador.

Associa-se também a uma ação artística designada de Wall People na cidade do Funchal.

Agosto de 2013 participa numa exposição coletiva na Camacha e empeça uma pintura mural na sua terra natal na zona dos Salgados.

Nesse mesmo mês inicia uma outra pintura mural na Ribeira Seca, Machico.

Em Outubro do mesmo ano ingressa no Curso de Mestrado de Arte e Design para o Espaço Público na Faculdade de Belas Artes da Universidade do

Porto.

No decorrer de 2015 dá início ao seu projecto artístico integrado na tese de Mestrado designado de O sonho das Meias Casas, e envolve-se com a

comunidade local de modo a criar uma pintura mural no coração da cidade do Porto.

No mês de Junho de 2014 participa numa exposição colectiva na galeria de Arte Shair na cidade de Braga, e em Julho expõe no Porto com a sua turma

de Mestrado.

No decorrer de 2015 dá início ao seu projecto artístico integrado na tese de Mestrado designado de O sonho das Meias Casas, e envolve-se com a

comunidade local de modo a criar uma pintura mural no coração da cidade do Porto.

Em Agosto de 2015 elabora um projecto de Arte Pública – Cúpula, para a sua terra Natal com o intuito de integrar o Festival de Arte Camachense.

No mês de Novembro do mesmo ano, concluí o seu curso de Mestrado na Faculdade de Belas-Artes do Porto, e integra a exposição Over a Flight of Steps

juntamente com os seus restantes colegas.

Em Abril de 2016 pinta um Billboard de boas vindas para a sua terra Natal, e no mesmo mês inicia um projeto de Arte e Comunidade designado de O

Cartaz fui EU que fiz junto das escolas, com o intuito de integrar mais tarde a VIII Gala de Folclore Maria Ascensão na Camacha.

Maio de 2016 contribui com um desenho para um painel de azulejos para a Casa da Cultura de Santa Cruz.

Junho de 2016 dá uma pequena palestra na Universidade da Madeira acerca do seu trabalho na vertente da Arte Pública.

Em Julho de 2016 desloca-se até aos Estados Unidos para dar início ao primeiro capítulo do seu projeto de Arte Pública - Da Origem.

Novembro do mesmo ano inicia uma nova pintura mural para um privado no centro da Zona Velha da cidade do Funchal.

Dezembro de 2016 participa com outros artistas regionais numa feira de Arte designada de Arte em Socorro na Zona Velha do Funchal.

Em Março de 2017 inaugura a sua segunda exposição individual no Funchal, na Galeria de Arte da Francisco Franco, intitulada de Andorinha pelo Céu.

No final de Maio de 2017 parte para a Turquia, para participar na Feira Internacional de Artesanato em Pendik, com as Bonecas de Massa da Madeira.

Durante o verão de 2017 é convidada a estar presente com as bonecas de massa em várias feiras de artesanato na Madeira.

Em Agosto é convidada a participar com uma peça para a exposição colectiva PERSONA Exposição de Arte Contemporânea, no Teatro Baltazar Dias no

Funchal.

No final de Agosto é convidada pela Câmara Municipal do Funchal a pintar 4 bancos de jardim para a cidade, integrado no projeto I Love Funchal

Em Setembro de 2017 é convidada pela Teresa Brazão e pela Câmara Municipal de Santa Cruz a repintar e simultaneamente a fazer a sua intervenção,

num mural pintado pela Teresa em 1986 no Mercado Municipal de Santa Cruz.