a necessidade da influência do espírito santo · também andar no espírito". (gal 5:22). as...
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A Necessidade da Influência do
Espírito Santo
Título original: The necessity of the holy spirit's
influence
Por John Angell James (1785-1859)
Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra
Mar/2017
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J27
James, John Angell – 1785 -1859 A necessidade da influência do Espírito Santo / John Angell James./ Tradução , adaptação e edição por Silvio Dutra Rio de Janeiro, 2017. 43p.; 14,8 x 21cm Título original: The necessity of the holy spirit's influence
1. Teologia. 2. Vida Cristã 2. Graça 3. Fé. 4. Alves,
Silvio Dutra I. Título CDD 230
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Em sua autobiografia, Spurgeon escreveu:
"Em uma primeira parte de meu ministério,
enquanto era apenas um menino, fui tomado
por um intenso desejo de ouvir o Sr. John
Angell James, e, apesar de minhas finanças
serem um pouco escassas, realizei uma
peregrinação a Birmingham apenas com esse
objetivo em vista. Eu o ouvi proferir uma
palestra à noite, em sua grande sacristia, sobre
aquele precioso texto, "Estais perfeitos nEle." O
aroma daquele sermão muito doce permanece
comigo até hoje, e nunca vou ler a passagem
sem associar com ela os enunciados tranquilos
e sinceros daquele eminente homem de Deus ."
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Os deveres da profissão cristã são tão
numerosos, tão árduos, e muito além dos
recursos que temos em nós mesmos, que este
volume seria incompleto em um ponto muito
importante e essencial, se não contivesse uma
referência clara e distinta quanto à assistência
necessária para o seu desempenho correto.
Dedico este livro, portanto, à consideração da
obra do Espírito Santo, como a fonte da força do
crente. Há uma passagem da Escritura sobre
este assunto, tão cheia de instrução, que pode
muito bem ser feita a base do que tenho agora
para explanar: "Se vivemos no Espírito, vamos
também andar no Espírito". (Gal 5:22). As
premissas deste texto contêm uma notável e
bela descrição da natureza da verdadeira
piedade. É "viver no Espírito", e sua conclusão,
uma descrição igualmente bela de seu
desenvolvimento visível e progresso gradual, de
modo que é dito: estar andando no Espírito.
Estes são inseparáveis uns dos outros - não
pode haver caminhada espiritual sem vida, e
onde há vida, haverá andar.
O pecador não convertido está em estado de
morte espiritual; "Ele está morto em delitos e
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pecados". Ele tem uma existência animal,
intelectual e social - mas, quanto às coisas
divinas e celestiais, ele está tão morto para estas
coisas quanto um cadáver está para objetos
materiais circundantes; ele não tem percepção
espiritual, nenhuma sensibilidade santa,
nenhuma simpatia piedosa, nenhuma
verdadeira atividade religiosa; ele está
destituído de toda vitalidade espiritual. A
regeneração é a transição do pecador deste
estado para um que é o seu oposto; é o início
de uma nova existência espiritual. A
regeneração não acrescenta novas faculdades
naturais, mas apenas dá um viés e direção
corretos para aqueles que, como criaturas
racionais, já possuímos.
Há duas descrições que a Escritura nos deu
deste novo e santo estado ou condição, em que
a graça divina nos traz. O primeiro está nas
palavras de nosso Senhor: "O que nasceu do
Espírito é espírito". (João 3: 6). É Espírito. Isso
não significa a natureza inteligente do homem,
ou seja, sua compreensão ou faculdade de
raciocínio; nem sua alma, ou seja, sua natureza
animal - estes ele já tem. Mas, significa uma
nova natureza espiritual, um espírito que entra
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no espírito de um homem; um espírito colocado
em si mesmo. Não é uma coisa que está na
superfície de um homem, que consiste em
meras fórmulas, cerimônias, ou conversa; mas
que entra nele, assenta-se e centra-se em sua
mente, e toma posse de seu íntimo, como a
alma de sua própria alma. A verdadeira religião
é o ESPÍRITO - algo produzido pelo ESPÍRITO
DIVINO INFINITO, e da natureza e semelhança
de seu Pai, por quem é gerado. É uma coisa,
quanto à sua essência e existência verdadeira,
invisível como a alma em que ela habita - mas
animando assim um corpo com o qual está
unida. Quando o profeta falava com desprezo e
menosprezo do poder egípcio, ele diz: "Seus
cavalos são carne, e não espírito". A verdadeira
religião, ao contrário, não é a carne, mas o
espírito, como se não houvesse outra coisa que
merecesse o termo, e todos, além desta nova,
santa, celeste, divina natureza, estavam
demasiadamente aliados à matéria, para serem
chamados de espírito.
(Nota do tradutor: Uma das razões principais do
sacrifício de Jesus, ao morrer por nós na cruz,
foi o de que recebêssemos a promessa da unção
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e habitação do Espírito Santo, para nos
regenerar e santificar.)
O outro termo pelo qual a religião é descrita e
aliado a isso - é a VIDA. Quão misteriosa e
preciosa é a vida! Nada, de um modo geral, é
mais bem compreendido, mas nada, na
tentativa de analisá-lo, mais rapidamente, ou
completamente evita o poder de escrutínio. Que
filósofo tira essa pequena vida, de todo o
mistério que a envolve, e expõe à nossa
percepção o princípio da vida?
A verdadeira religião é a vida; não animal,
intelectual ou social, mas espiritual. Ao olhar
para a natureza, encontramos uma escala
graduada de seres animados; o vegetal mais
insignificante está acima da maior massa de
matéria inanimada; a erva daninha do deserto,
por exemplo, é superior à rocha de Gibraltar,
porque a primeira tem o princípio da vida. O
menor inseto que rasteja está acima da
produção de legumes mais nobre, o cedro do
Líbano ou o carvalho da floresta - porque tem
um tipo de vida mais elevado, um princípio de
volição e locomoção. O filho de um ano ou dois
de idade está, em dignidade, acima dos objetos
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mais nobres da natureza inanimada, acima do
sol em toda a sua glória; acima do oceano ou da
floresta; sobre o leão, apesar da sua força; sobre
o elefante, com sua sagacidade; ou o leviatã,
com o seu volume; pois essa criança tem uma
mente racional, e é o sujeito, não só da
inteligência, mas da emoção consciente e moral.
Mas, um cristão tem um princípio de vitalidade
nele, que está muito acima de qualquer outro
tipo de vida; a habitação do Espírito de Deus em
sua alma produz o que é a perfeição da própria
vida; o clímax da vitalidade; o topo e a flor da
natureza animada para que o camponês
regenerado seja, aos olhos de Deus, um ser
muito mais parecido com ele, muito mais aliado
ao Infinito, ao Espírito, do que o maior filósofo
não convertido do mundo.
Esta vida divina consiste nessa iluminação do
juízo, pela qual não só o sentido teórico, mas a
glória moral das coisas espirituais é percebida;
juntamente com aquele amor a elas no coração,
que é extraído em todos os exercícios de um
curso de justiça. Deus é luz. Deus é amor. Ou,
unindo ambos juntos, DEUS É O AMOR
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SANTAMENTE. Assim é a mente renovada; e esta
é a verdadeira religião, esta é a vida.
Mas, diz-se, que vivemos no Espírito. Não
apenas por ele, mas com uma intensidade ainda
maior e ênfase de significado, no Espírito;
importando que o Espírito Santo não é apenas a
causa eficiente e autor de nossa vida espiritual,
mas que ele é o sustentador da mesma; "Como
se", diz Howe, "a alma tivesse sua própria
situação, numa região da vida, que o Espírito
cria para ela por sua presença vital e
permanente". Assim como a alma está presente
com o corpo, difundindo sua influência
vivificante em todas as suas partes, aquecendo
tudo, sustentando tudo, movendo tudo,
dirigindo tudo, "até que do corpo possa, em
certo sentido, ser verdadeiramente dito estar na
alma, Em vez da alma no corpo, assim como o
Espírito Santo na Nova Criatura, que ele formou
no crente, dando vida a ela, vestindo-a com vida,
enchendo-a de vida, e está em toda a vida nela."
Vou agora indicar quais são esses atos e
hábitos, que constituem o curso de conduta
assim denominado.
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1. Andar no Espírito, significa estar agindo de
acordo com a REGRA do Espírito, que é a Palavra
de Deus. As Escrituras são dadas por inspiração
do Espírito Santo e são seu instrumento na
grande obra de regeneração e santificação.
Todas as comunicações do Espírito são das
coisas prometidas na Palavra, e com referência
direta às coisas reveladas na Palavra. Todos os
sentimentos religiosos, todos os preceitos
práticos, todas as emoções, devem ser julgados
pela Palavra. Este é o padrão, o teste, o juiz. É a
regra pela qual o Espírito trabalha, e é a regra
pela qual os sujeitos da influência do Espírito
devem agir. Sonhos, visões, impulsos e
emoções interiores ininteligíveis, não devem ser
considerados, mas apenas a Palavra
razoavelmente interpretada.
Nada sabemos da mente do Espírito, senão o
que ele revelou nas Escrituras; e lá ele o revelou,
e nós estamos "andando pela mesma regra, pela
mesma mente." Não devemos julgar nosso
próprio estado por qualquer suposto
testemunho direto desse Agente Divino, mas
comparando sua obra em nós, com a descrição
dessa obra na Palavra. O apóstolo nos deu uma
bela representação metafórica disso, onde diz:
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"Obedecendo de coração, a forma de doutrina
que vos foi entregue", ou como ela deve ser
dada, "à qual vocês foram entregues como um
molde ." (Rom 6:17). A metáfora é tirada da arte
de fundição de metais; o coração do crente,
amolecido e derretido pelo fogo da influência do
Espírito, é lançado no molde da Escritura, de
modo a surgir respondendo ao molde em que
está sendo colocado, ganhando as suas
características. O caráter que o Espírito forma,
está de acordo com o que ele delineou na
Palavra. Um cristão é a produção de um ser vivo
e santo, pelo Espírito Santo, de acordo com a
regra que estabeleceu na Bíblia.
2. Caminhar no Espírito significa nossa
manutenção de uma consideração prática com
aqueles objetos, dos quais a excelência
espiritual foi revelada à mente, e para a qual um
apetite e prazer foram transmitidos na
regeneração. Uma nova luz então invadiu a
mente, coisas completamente desconhecidas
foram descobertas à alma, e outras, apenas
teoricamente conhecidas, foram vistas de uma
maneira nova e afetuosa. Esta parece ser a
própria natureza dessa descoberta que o
Espírito Santo faz à mente, que condescende em
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infinita misericórdia para renovar e santificar -
quero dizer, uma percepção de sua excelência
moral ou santidade, acompanhada por um
gosto ou apreciação por elas naquela conta.
A santidade compreende toda a verdadeira
excelência moral de todos os seres inteligentes.
Santidade é a excelência, beleza e glória do
caráter divino e a soma de todas as virtudes, em
homens ou anjos. É a santidade que constitui a
beleza da lei e do evangelho, de todas as
ordenanças divinas e dos institutos religiosos. A
santidade era a glória do homem em sua
criação, que ele perdeu pela queda, a qual é
restaurada pela regeneração, e é consumada na
glória eterna. O grande projeto da obra do
Espírito na regeneração é produzir na alma do
homem, uma afinidade moral para a santidade,
um amor à santidade, uma alegria na santidade,
e que continuamente será chamado à atividade
pela presença de objetos sagrados.
A verdadeira religião, ou a vida divina na alma,
é o amor santo e, consequentemente, caminhar
no Espírito é a atuação deste santo amor sobre
objetos sagrados. Como toda a vida parece ter
antipatias naturais e instintivas, e aversões do
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que lhe é prejudicial, assim a vida divina na alma
humana tem uma antipatia e aversão ao pecado,
que é o seu veneno, seu princípio antagonista e
seu mortal inimigo; de modo que um homem
piedoso que anda, segundo esta santa
vitalidade, está sempre observando, orando,
lutando contra o pecado. Sua nova natureza
recua dele, e ele mantém com atenção este
sagrado estremecimento de coração.
Em toda a vida há certos movimentos em
direção aos seus objetos apropriados de
sustentação e gratificação; os vegetais
penetram suas raízes no solo, e abrem seus
vasos de ar e de seiva para receberem a
influência da atmosfera e da terra; os animais
estão sempre levando em prática seus instintos
apropriados para obter sustento e gozam de
todo o bem de que sua natureza é capaz; o subir
e cantar da cotovia, o trabalho da abelha, a
fiação da aranha, a perseguição da sua presa
pelo leão - são todas as ações da vida que está
neles. O artista trabalhando em sua pintura; o
poeta que compõe as belas imaginações de seu
gênio; o estudioso analisando a linguagem; e o
cientista examinando as leis da criação - são
todos os mecanismos da existência inteligente.
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E quais são os atos da vida espiritual? O
empurrar para a frente da alma, através do
mundo visível para o invisível; sua ascensão da
terra ao céu; está passando os limites do tempo
e do sentido, vagando entre as coisas invisíveis
e eternas; a fé por um Salvador invisível - o amor
de um Deus invisível; e a esperança de um céu
invisível. Isto é caminhar no Espírito, andar com
Deus, e visivelmente andar com ele. Apreciando-
o como o bem principal, buscando-o como o
supremo fim, e obedecendo-lhe como o
soberano supremo. Não conheço nada em que
a vida espiritual seja mais distinta em seus atos,
do meramente racional, do que em sua
tendência a Deus em Cristo, como por uma lei
de gravitação espiritual, ao seu centro. O
apóstolo, em uma frase curta, descreveu todo o
agir dessa nova natureza; "PARA MIM VIVER É
CRISTO."
A obra do Espírito no Novo Testamento e no
Velho também é testemunhar de Cristo e
glorificá-lo; e seu trabalho no coração do crente,
tem o mesmo objeto, para levá-lo a viver diante
do mundo, para a honra do Salvador; e para este
fim, para permitir que ele tire todos os seus
suprimentos da plenitude que está nele, para
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que Cristo possa ser visto sendo tudo em todos
para ele. Esta é a caminhada espiritual - a alma
está escapando da região baixa e elevando-se
acima da influência de objetos carnais, e
habitando em uma esfera de coisas espirituais;
encontrando estas para serem sua atmosfera
vital, seu elemento nativo, seu lar amado.
3. Caminhar no Espírito implica o cultivo e o
exercício dessas virtudes santas em relação a
nossos semelhantes, cujos princípios originais
foram semeados em nosso coração no
momento da nossa conversão. Há, acredito, um
erro predominante neste assunto entre algumas
pessoas boas, que parecem supor que o único
projeto contemplado e realizado na
regeneração é dar uma disposição correta do
coração humano para com Deus. Que este é o
seu objetivo principal é admitido, mas não é o
único, pois também é projetado para dar um
viés adequado para com os nossos
semelhantes, o que não temos, até que somos
transformados pela graça divina. Quando o
homem pecou, caiu, não apenas de Deus, mas
também de seus semelhantes. O amor, que
tinha sido criado com ele e nele, afastou-se de
sua alma e deixou-o sob o domínio do egoísmo
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descontrolado. A mudança graciosa que o
restaura a Deus, restaura-o a seus
companheiros. Naquela grande renovação, o
egoísmo é destronado, e o amor novamente
erguido para ser o regente da alma.
O amor, primeira e supremamente, exerce-se
para Deus como infinitamente o maior e o
melhor dos seres. Mas não pode parar aí,
porque é um princípio, que de sua própria
natureza deve expandir-se para abraçar o
universo. É digno de observação, embora talvez
não tenha sido notado como deveria ter sido,
que na maioria dos lugares onde o assunto da
regeneração ocorre na Escritura, é falado em
relação aos exercícios de uma disposição
correta para com os nossos semelhantes; em
prova disto eu me refiro às seguintes
passagens: Tiago 1: 18-20; 1 Pedro 1:22, 23; 1
João 4: 8-11. Mas, eu não preciso ir mais longe
do que o contexto da passagem que estou
considerando agora. O apóstolo, ao modificar
sua metáfora, das ações de um homem ao
produto de uma árvore, diz: "Os frutos do
espírito são amor, alegria, paz, longanimidade,
mansidão, bondade, fidelidade, mansidão e
temperança". Essas virtudes se referem quase
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exclusivamente a nossos semelhantes; contudo
elas são os frutos do Espírito. É evidente que a
maioria delas são apenas tantas variadas
operações e exercícios do amor que o apóstolo
tão bem descreve em sua epístola aos Coríntios.
O cultivo destas virtudes em dependência da
graça divina, e com vista à glória divina,
consiste em caminhar no Espírito; e "há um
ponto de vista", diz o Dr. Dwight, "que o
desempenho desses deveres que mais
eficazmente evidencia o caráter cristão e prova
a realidade de nossa religião, do que a maioria
dos que são classificados sob a cabeça da
piedade; é isto - eles normalmente exigem um
maior exercício de abnegação."
Sim, é muito mais fácil ouvir um sermão,
celebrar a Ceia do Senhor, ler um capítulo da
Bíblia e orar, do que reprimir o sentimento de
inveja, extinguir a centelha do ressentimento
aceso por uma suposta ofensa e expulsar o
espírito de malícia. O homem que nutre no seu
seio o espírito de amor para com os seus
semelhantes, de um sentido profundo do amor
de Deus a ele em Cristo, e que é capaz de fazer
alguma tolerável proficiência na aprendizagem
de Jesus, que é o "Coração", tem mais do poder
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vivo do Espírito Santo em sua alma, do que
aquele que se dissolve em lágrimas, ou se
extasia em êxtase sob as palavras ardentes de
um eloquente pregador. Nunca pode ser
repetido com demasiada frequência, ou
expressado enfaticamente demais, que andar
no Espírito é ANDAR EM AMOR. Quando o
apóstolo nos adverte a não entristecer esta
Pessoa Divina, ele sugere, pelo que
imediatamente segue esta injunção
extraordinária, que é pelo contrário do amor
que ele está descontente; pois, depois de nos
mandar afastar os sentimentos de raiva e de
conter toda a linguagem apaixonada, ele
acrescenta: "Sede imitadores de Deus como
filhos amados e andai em amor como também
Cristo nos amou." (Ef 6: 5).
Nunca poderemos, por assim dizer, estar mais
inteiramente indo do mesmo modo que o
Espírito, nunca nos aproximarmos mais do seu
lado, nunca estar em comunhão mais doce e de
acordo com sua mente - do que cultivando o
fruto do amor. Da sua descida sobre Cristo sob
a forma de uma pomba, bem como de muitas
declarações expressas da Escritura, com certeza
podemos concluir que todas as paixões
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irascíveis e malignas são indulgentes de serem
peculiarmente repugnantes à sua natureza.
Uma espécie de atmosfera turbulenta, que nada
pode ser concebido mais oposto à luz calma e
santa em que o Espírito abençoado gosta de
habitar.
É um fenômeno bem conhecido na história
natural que o orvalho nunca cai em uma noite
tempestuosa, tampouco o orvalho da influência
divina desce sobre aquele coração que é
entregue à ira dos temperamentos
tempestuosos. Deve se acalmar para ter esse
privilégio abençoado.
4. Caminhar importa um progresso na
espiritualidade; um acontecimento nesta vida
divina, um gradual aproximar-se cada vez mais
perto do fim de nosso chamado de Deus em
Cristo Jesus. Todas as coisas que têm um
princípio de vida, têm também um princípio de
crescimento, a menos que estejam em estado
de doença, ou de acordo com uma lei de sua
natureza começam a decair. Se o rebento não
crescer é insalubre; se o leão novo não cresce
está doente; se a criança não crescer está
enferma; porque a vida tende ao crescimento.
Isto é igualmente verdadeiro em referência ao
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cristão, se há vida espiritual deve haver
aumento, e se não houver, como se pode dizer
que há um andar no Espírito? Todas as figuras
pelas quais a vida divina é estabelecida na
Palavra de Deus são coisas de vida, e de
crescimento - é o bebê crescendo até a
maturidade; a tenra muda crescendo até se
transformar numa árvore; o grão de trigo
crescendo até ser a planta cheia de espigas; é a
luz resplandecente, brilhando cada vez mais até
ser dia perfeito.
O que está estabelecido na figura, também é
ordenado em simples preceito, e somos
ordenados a crescer em graça. Agora, o fim para
o qual estamos caminhando, é uma
conformidade perfeita com a imagem de Deus;
um amor perfeito para nossos semelhantes;
uma perfeita libertação das concupiscências da
carne; uma perfeita separação de todo pecado;
uma emancipação perfeita do amor do mundo,
e tudo o que é contrário ao amor de Deus; do
conhecimento perfeito, da humildade e santa
felicidade. Nestas coisas, portanto, devemos
agora crescer. Se não avançarmos
continuamente para essa perfeição; se não
encontramos uma influência gradual da luz
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divina, da vida e do poder; impressões mais
discerníveis da imagem divina; uma maior
adequação, por assim dizer, para Deus; um
contato mais íntimo com ele, um deleite maior
nele, e uma devoção mais completa a ele; como
podemos imaginar que estamos andando no
Espírito?
Podemos continuar nos movimentos, mas se
estiver em um círculo, uma rodada de deveres
vazios, cerimônias sem coração e formalidades
frias; que prova temos nós de que temos vida,
ou se a temos, que ela não está em estado de
doença e afundando de volta na morte?
Tendo assim considerado o que está implícito
neste movimento espiritual da alma renovada,
vou apontar para a relação que ela tem com a
sua causa divina. É caminhar no Espírito. Fazer
algo no Espírito é fazê-lo pela sua luz e pelo seu
poder. Precisamos de sua luz para nos mostrar
o que deve ser feito, e como deve ser feito,
assim como seu poder para capacitar-nos a
fazê-lo.
O Novo Testamento menciona frequentemente
essa graciosa iluminação, que os crentes
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recebem da Divina fonte de luz através de todo
o curso de sua vida cristã. No mundo natural,
aquele que no princípio disse: "Haja luz", e
produziu o que ele ordenou, repete de fato o
comando em cada manhã, e faz com que o sol
se levante sobre a terra. O mesmo poder Todo-
Poderoso que formou a esfera do dia, e
produziu o esplendor da primeira manhã, ainda
continua a encher esse orbe de luz e a derramar
seu brilho dia a dia. Se o poder mantenedor do
Criador, fosse suspenso por um único
momento, a luz dos mundos se extinguiria, e o
véu das trevas cairia sobre o sistema solar. Mas
Deus o mantém porque sabe que suas criaturas
dependem disto, no que tange à continuidade
da vida natural.
Assim também é no mundo da graça.
O Espírito divino é a causa não só da primeira
iluminação da mente do pecador, mas da
iluminação contínua da alma do crente. Daí, as
orações do apóstolo para as Igrejas de Éfeso e
Colossenses. Ef. 1:17, 18; Col 1: 9. Quão bela é
a sua linguagem para os primeiros: "Vocês eram
trevas - mas agora vocês são luz no Senhor,
andem como filhos da luz". (Ef 5: 8). "A luz é
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aqui mencionada como a própria composição da
Nova Criatura, como se fosse um ser de luz,
agora você é luz no Senhor". Eles são feitos de
luz, sendo nascidos do Espírito. O grande e
glorioso Deus é chamado Deus da luz, eles são
chamados filhos da luz. Essa é a sua filiação. A
luz desceu da luz, gerada da luz. "Deus é luz e
nele não há escuridão". Todos que conversam
com ele "estão andando na luz como ele está na
luz".
É verdade que a luz significa santidade,
necessariamente o conota - mas isso só importa
e significa que essa luz que entra na
composição de uma nova criatura é eficaz,
refinando, transformando em luz, como faz a
alma de alguma forma em toda adequação às
noções de verdade, que agora são colocadas no
entendimento especulativo. Tal é o caráter
nobre das almas regeneradas; eles são filhos da
luz, filhos da manhã, feitos aptos para serem
participantes da herança dos santos na luz. Sim,
isso é descritivo de sua condição atual, e não
meramente de seu estado futuro, ao qual é geral
e exclusivamente - mas erroneamente
entendido. "Dando graças ao Pai", diz o
apóstolo, "que nos fez aptos a participar da
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herança dos santos na luz". A igreja cristã, se
não a cidade e a metrópole do reino da luz, é o
seu subúrbio; e os crentes, iluminados pelo
Espírito Santo, já moram nos arredores do
mundo da luz. Eles estão ao alcance daqueles
feixes de irradiação espiritual, que fluem para
sempre da fonte do esplendor.
Mas, eles precisam de suprimentos continuados
daquela fonte para sustentar, aumentar e
revigorar a vida espiritual dentro deles. A
influência do mundo é continuamente contra os
princípios sagrados de sua nova natureza, e os
restos da corrupção interior, tornando fraco o
olho da fé, suas percepções obscuras e a
sensibilidade da alma aos objetos espirituais,
maçantes e obtusos. Toda a obra da graça na
alma é levada a cabo pela instrumentalidade da
verdade, e através dos meios de uma santa
iluminação da mente para percebê-la e senti-la.
A luz espiritual é para os princípios de santidade
na alma, o que a luz natural é para as sementes
de legumes no mundo natural, que não podem
germinar ou crescer sem luz, e cujo crescimento
é suspenso durante uma estação escura, fria e
nublada, em que os raios do sol são muito
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diminuídos - assim também os frutos do Espírito
não podem crescer, senão na luz do Espírito.
Não podemos, portanto, ter sem renovadas
comunicações desta influência divina, esta
iluminação vivificante e renovadora. Se isto for
retido, nossas graças aparecerão como as
plantas atrofiadas, ou os frutos diminuídos,
incolores, sem gosto de um verão curto, frio e
nublado. É somente quando as verdades
espirituais são vistas por nós e mantidas diante
de nós, na clara e santa luz que é transmitida
pela influência do Espírito, e sentimos por nós
entrando como raios de sol quentes na própria
alma, que podemos crescer em graça.
Precisamos de novas comunicações a cada
passo de nosso curso para manter diante de nós
a glória de Deus como nosso centro, descanso
e fim; a beleza, e a preciosidade de Cristo; o mal
do pecado mortificado e a excelência
transcendente da santidade; a sublimidade e
importância do céu, e a vida eterna; e é somente
pelo Espírito que isso pode ser feito.
Mas, precisamos de poder ou habilidade moral,
bem como de luz. Precisamos ser dispostos,
movidos e ajudados nesta caminhada divina.
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Quando uma criança nasce, ela não é dotada de
um estoque de graça, suficiente para ela em
todos os estágios futuros de seu crescimento.
Dessa criança diz-se com verdade, que em todo
seu crescimento e atividade subsequentes, "Em
Deus ele vive, e se move, e tem seu ser". O
princípio vivo, em movimento, agindo de sua
natureza, ainda é derivado de Deus; ele vive em
Deus, e não executa uma única ação - senão
como ajudado por Deus. Assim é com o filho
recém-nascido de Deus, ele é feito para viver
pelo Pai Divino; mas nenhum estoque de graça
é conferido em regeneração, suficiente para
toda a futura continuação, crescimento e
atuação da religião. Não, devemos viver e
mover-nos no Espírito da graça, assim como ter
nosso ser nele. Todos nós devemos agir pelo
poder de Deus.
Na regeneração, é dada uma nova natureza -
composta de muitos princípios divinos, santos
e celestiais; não somente somos dispostos e
capacitados a realizar um único ato ou sucessão
de atos, mas somos levados a um estado
espiritual; uma natureza santa é formada como
diversa de nossa anterior, ou de qualquer outra
coisa, como a natureza de uma espécie de
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criaturas difere de outras; uma natureza é mais
do que um hábito. Ora, esta natureza não é tudo
o que precisamos, mas também a contínua
emoção e ajuda dela, pelo poder do Espírito
Santo. Embora haja uma nova natureza em nós,
há algo mais em nós, até mesmo os restos da
natureza velha e corrupta; e como esta última
está continuamente dificultando e oprimindo a
primeira, a carne que luta contra o Espírito,
precisamos de poder divino para nos vivificar e
ajudar e nos permitir ganhar a vitória sobre a
carne. Caminhar no Espírito, então, é fazer
todas as coisas através de todo o curso de nossa
profissão em um quadro de humilde e ilimitada
dependência da ajuda divina do Espírito Santo.
É nosso inefável privilégio, que esta graciosa
assistência nos seja assegurada pela Palavra de
Deus. É chamado "o Espírito da promessa",
porque é o sujeito de tantas garantias de Deus.
Mas, mesmo o próprio comando é uma
promessa implícita. Quão encorajadoras e
extraordinárias são as injunções: "Enchei-vos do
Espírito". "Fortalece-te no Senhor e na força do
seu poder". "Caminhe no Espírito", como se todo
poder infinito, inesgotável e onipotente desse
Agente Divino estivesse sob nosso comando, e
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pudéssemos ter tanto de seu poder quanto
desejássemos, e escolhêssemos nos apropriar.
Algumas instruções em referência a esta luz e
poder divino, ocuparão o restante deste nosso
discurso.
1. A agência divina não tem a intenção de
substituir- mas ajudar nossos próprios esforços.
Este é o significado dessa passagem notável das
Escrituras: "Trabalhai a vossa salvação com
temor e tremor, porque é Deus que opera em
vós, tanto o querer como o fazer". O apóstolo
não diz: "como Deus opera em vós, não há
necessidade da vossa obra", mas, pelo
contrário, "vocês trabalham, porque Deus
trabalha". Devemos ser tão diligentes, tão
dedicados, tão intencionados, como se tudo
dependesse de nós mesmos; tão dependente
como se não pudéssemos fazer nada. Deus não
faz nada sem nós, e nada podemos fazer sem
ele. Devemos andar. mas deve ser no Espírito.
Se então, nós devemos ter a ajuda divina, nós
não devemos ser encontrados na posição de
encontro, de assento ou mesmo de pé, mas na
atitude de andar. Devemos cingir nossos
lombos, e avançar; mas tudo em uma condição
29
de dependência do poder de Deus. "Você o
encontra", diz o Profeta, "operando a justiça". O
espírito de Deus vem sobre o caminhar, do
servo que trabalha, não sobre o adormecido.
2. Se desejarmos ter muito da influência do
Espírito, devemos ter fé no Espírito. Isso é tão
necessário quanto a fé em Cristo. Deve haver
um agir de fé, apropriado às distintas obras
oficiais da Santíssima Trindade na dispensação
da Redenção. Devemos crer no amor originador
do Pai, na graça executiva do Filho, e no poder
de aplicação do Espírito. Devemos acreditar nas
promessas deste poder divino, considerá-lo
solenemente comprometidos com os crentes
por aliança, e como uma coisa a ser esperada de
acordo com a declaração da Palavra de Deus.
Não deve nos parecer um assunto tão vasto e
tão surpreendente como o que dificilmente
podemos presumir calcular sobre ele; pois este
é um obstáculo de incredulidade que impedirá
que a comunicação divina flua sobre nós. Ao
invés de se perguntar por aquelas grandes
comunicações que foram concedidas a pessoas
e comunidades particulares, devemos atribuir à
incredulidade e à indolência da igreja que elas
não sejam mais frequentes e mais copiosas.
30
Colocados como estamos sob a dispensação do
Espírito, suas graciosas comunicações não
devem nos surpreender, mais do que os
chuveiros de chuva fazem em um país onde a
chuva abunda; é mais a seca, que deve ser uma
questão de espanto em tal situação. Há
evidentemente uma fraqueza de fé na igreja de
Cristo, tocando essa comunicação divina.
3. Deve haver uma profunda pobreza de
espírito, uma sensação que deixe em nós uma
impressão de nossa indigência e dependência -
se desejamos caminhar no Espírito e nos manter
com sua graciosa ajuda. Devemos sentir, como
se em nosso curso espiritual, não pudéssemos
dar um passo, nem realizar uma única ação sem
ele. Nosso estado de espírito deve ser o oposto
do da igreja de Laodicéia, que achava que não
precisava de nada. Devemos pensar e sentir,
que precisamos de tudo. Não é provável que
este Agente divino conceda sua ajuda, onde não
é nem valorizado nem procurado. É apropriado
que devamos sentir nossa pobreza, antes de
nos enriquecermos, e clamarmos das
profundezas de nossa indigência: "Tenha
misericórdia de mim, pois sou pobre e
necessitado". Onde está esse sentimento de
31
necessidade entre os professantes dos dias
atuais? É um artigo de seu credo - mas é um
profundo sentimento interior de seu coração?
Eles olham e falam, como se sentissem sua
miséria? Eles o mencionam em suas orações, e
o admitem em sua conversa - mas isso não é
tudo! De quem ouvimos o luto de sua baixa
condição, sua profunda necessidade de graça
divina, e expressando seu desejo de efusões
mais copiosas de influência celestial? Quem se
queixa da seca? Quem diz: "Quando virá a chuva
espiritual?" Quem pergunta por que o Espírito
não desce sobre a sua igreja, o jardim do
Senhor, e sobre o deserto e o lugar solitário?
Dá-se com um grande número de cristãos, como
é dito ter sido com Sansão. Ele não sabia que o
Senhor tinha se afastado dele. Deus tinha ido
embora - sua grande força tinha ido embora,
mas ele não sabia disso, mas pensamos ter
encontrado quando andamos ou corremos dia a
dia, em um curso de dever ordinário, e pode ser,
que não obtenhamos nada por ele, nenhuma
vida, nenhuma força, nenhuma influência do
Espírito, e quão pouco sentimos por todo esse
tempo a sua ausência de nós? Quão poucos que
lamentam o assunto! Poder-se-ia pensar que
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deve haver batidas estranhas e palpitação de
coração entre nós por pensar no pouco que há
do Espírito do Deus vivo respirando em suas
próprias ordenanças, e através das verdades
mais sagradas, e mais importantes que
ouvimos, de tempos em tempos. Parece-me que
nossos corações deveriam nos avisar, e nós
estaríamos frequentemente perguntando a nós
mesmos: “O que vai resultar disso?” Uma
religião não animada pelo Espírito, em que não
há vida, nenhuma influência, no que isso vai
resultar?"
4. Se tivermos muita influência divina, devemos
sentir um intenso desejo por esta preciosa
bênção; unido ao mesmo tempo com um
profundo senso de nossa total indignidade.
Deus não está sob nenhuma outra obrigação de
concedê-lo, àquele que a ele voluntariamente se
se submeteu, ao se ligar por sua própria
promessa. Não devemos supor que é essa
promessa, ou a graciosa comunicação que nos
assegura, que constitui o fundamento de nossa
responsabilidade, como se Deus não pudesse
justamente exigir algo de nós, ou punir-nos por
não fazê-lo, se ele não nos conceder sua graça.
Tudo o que é necessário para nos tornar
33
responsáveis, é um meio de saber o que é a
vontade de Deus, instalações naturais para
apreendê-lo, e motivos suficientes para fazê-lo.
Temos tudo isso sem o Espírito Santo, cuja
influência onde é dada, é tanto um ato de graça
pura, e misericórdia soberana, como a missão
de Jesus Cristo.
Devemos, portanto, lançar fora de nós toda a
ideia de merecer este favor, ou reivindicá-lo em
razão da justiça.
Devemos sentir que é um ato de amor
espantoso que Deus não somente nos dê seu
Filho, mas também o seu Espírito! Que é um ato
de mais maravilhosa condescendência nunca
ser suficientemente admirado que Deus deve
fazer um Templo para o Espírito Santo em
nossos corações; uma demonstração de
infinitamente maior condescendência do que o
maior monarca sobre a terra ao ocupar sua
habitação em uma casa de lama para o benefício
de seus súditos.
Devemos dizer, portanto, como o centurião fez:
"Senhor, eu não sou digno de que você venha
debaixo do meu telhado." Quanto mais baixo
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estivermos, mais profundamente nos
afundaremos na humildade e no sentimento de
indignidade, e mais teremos deste poder
abençoado. A graça de Deus, como o orvalho,
cai por toda parte - mas cai em maior
abundância no vale, e permanece por mais
tempo na sombra. Mas, esse sentimento de
indignidade não deve influenciar nosso desejo;
não podemos merecer isso, mas devemos
desejá-lo; sim, e com anseios veementes da
alma, e de ardor do coração.
E precisamos ser estimulados a desejar um
benefício tão inestimável? O que! São
argumentos necessários para nos provar o valor
daquilo sem o qual o nosso corpo não é senão
o sepulcro de uma alma morta e toda a nossa
existência, senão andar em um espetáculo
vago? São motivos necessários para induzir-nos
a procurar por isso, sabendo que sem o mesmo
estamos mortos enquanto vivemos? Se
pudéssemos operar sem ele, não precisaríamos
desejá-lo; se não pudéssemos tê-lo, seria inútil
apreciar qualquer desejo por ele - mas quando
é essencial para nossa existência espiritual;
quando é prometido por Deus; quando somos
ordenados a buscá-lo; quando a sua posse em
35
grande medida pode ser solicitada; quando a
posse dele seria seguida por resultados tão
felizes - quão ardentemente devemos cobiçar
isto, e veementemente ansiar por ele.
Oh! Nós consideramos corretamente o que é
uma gloriosa comunicação do Espírito de Deus,
e que coisa abençoada é ser enchido com o
Espírito; que honra e felicidade é ter este Divino
Hóspede tomando plena posse de nossa alma
como seu Templo, nos ofuscando com sua
glória e nos enchendo de sua presença como fez
no Santo dos Santos no Monte Sião - quão
ansiosamente nós o desejaríamos e
intensamente exalaríamos os desejos de nossa
alma por ele. Nos céus visíveis, vemos Deus
acima da terra, Deus ao nosso redor. Na lei,
vemos Deus contra nós. Em Cristo, vemos Deus
conosco. Mas, na habitação do Espírito, temos
Deus em nós. E se é a presença de Deus que faz
o céu, então, pela habitação do Espírito, temos
algo do céu na terra. Não apenas nos leva à
varanda do céu e aos confins da eternidade; não
somente conduz-nos ao alto de Pisga, onde nós
podemos fazer um exame da terra prometida;
mas nos leva ao Monte da Transfiguração, onde
contemplando como por espelho a glória do
36
Senhor, somos transformados pelo Espírito do
Senhor, de glória em glória, na mesma imagem.
Ó cristãos! Incitem seus corações a cobiçar esta
comunicação celestial. Coloquemos diante de
nossas mentes o triste caso daqueles que estão
destituídos dele, ou que têm apenas pequenas
medidas dele - quão baixas, terrenas, e vãs são
as vidas que eles estão vivendo; quão pouco de
Deus, ou de Cristo, ou do céu, ou da santidade
aparece neles; e quanto é para ser temido tal
curso. Consideremos que frutos abençoados,
que temperamentos sagrados, que alegrias
espirituais, quais experimentações do céu, que
florescem de glória, nos resultariam de grandes
medidas desta luz e poder divino.
Abandonemos, portanto, a indolência,
resistamos ao mundo, afastemos todos os
obstáculos à nossa destruição em relação a esta
santa influência. Abramos a porta do nosso
coração, e a mantenhamos bem aberta para a
entrada deste visitador celestial. Busquemo-lo,
esperemos por ele e ansiemos por ele - como
gostaríamos da chegada de um amigo que nos
trouxesse um remédio que nos salvaria da
morte, ou riqueza que nos impedisse de ir para
a prisão.
37
5. Se quisermos que o Espírito Santo nos ajude
na caminhada divina, devemos orar
fervorosamente por seu poder e influência em
nossas vidas. Esta é a bênção graciosa que
nosso Senhor nos encorajou a solicitar por meio
do apelo tocante que ele faz aos nossos
próprios sentimentos parentais: "Se vós, sendo
maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos
filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará Seu
Espírito Santo aos que lhe pedirem." Passagem
maravilhosa! Ensina-nos que, tendo-nos dado o
seu Filho, o seu Espírito Santo é a próxima
bênção que o seu coração paternal se deleita em
conceder; assim como uma mãe esperando para
alimentar uma criança faminta, chorando e
implorando, que ela está pronta para
amamentar.
Mas, oh, onde, perguntamos de novo, onde
estão aqueles anseios veementes pelo Espírito,
que são expelidos em orações fervorosas,
crentes e eficazes? Aquelas palpitações por
Deus, aqueles anseios e sede de justiça, que são
representados como trazendo com eles a sua
própria gratificação? Ser rico em ganhos
mundanos - não ricos na influência do Espírito
38
Santo - é o objetivo para a grande multidão de
cristãos professantes.
6. Se tivéssemos a influência do Espírito, deveria
haver uma resignação de nós mesmos à sua
sabedoria orientadora e ao seu poder
governante; uma entrega de nós mesmos em
suas mãos, para ser habitualmente guiados por
ele. Apenas tal rendição e um seguimento dele,
como nós determinaríamos em referência a um
guia hábil, que tinha empreendido conduzir-nos
sobre montanhas altas, e ao lado de precipícios
perigosos. Quando marcávamos seus passos,
observávamos o movimento de seu braço, como
ele apontou a pista, e em alguns casos rogamos
que ele nos pegasse pela mão e nos guiasse
para a frente. Devemos nos entregar para
sermos conduzidos e ajudados pelo Espírito de
Deus. Deve haver uma estrutura de espírito
flexível, para ceder aos toques mais suaves; um
espírito dócil, aprendendo pelos acenos mais
distantes.
"Como consequência natural", diz Hall, em seu
inestimável trabalho sobre a Obra do Espírito,
"estar sob a orientação de outro, é uma rápida
percepção de seu significado, para que
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possamos satisfazer seus desejos antes que
eles sejam expressados verbalmente, algo
razoavelmente esperado daqueles que
professam ser habitualmente liderados pelo
Espírito, algo deste discernimento pronto,
acompanhado de cumprimento imediato.
Você às vezes sentiu uma seriedade peculiar de
mente, o brilho ilusório de objetos mundanos
desaparecer, ou tornar-se escuro diante de seus
olhos, e a morte e a eternidade aparecendo na
porta, preencheram todo o campo de visão.
Você tem melhorado essas ocasiões, para fixar
essas máximas e estabelecer essas conclusões
práticas, que podem produzir uma habitual
sobriedade da mente, quando as coisas
aparecem sob um aspecto diferente? Do Espírito
é dito que faz intercessão pelos santos, com
gemidos que não podem ser proferidos.
Quando você sentiu aqueles inefáveis anseios
por Deus, você os concedeu ao extremo?
Estendeu todas as velas do seu barco, lançadas
para o profundo das perfeições e promessas
divinas, e possuiu tanto quanto possível da
plenitude de Deus? Há momentos em que a
consciência de um homem bom é mais sensível,
tem um toque mais fino e mais exigente do que
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o habitual; o mal do pecado em geral, e do seu
próprio em particular, aparece em uma luz mais
pura e penetrante. Vocês se aproveitaram de
tais temporadas como estas para procurar nas
câmaras de imagens, e enquanto vocês
descobriram abominações cada vez maiores,
têm se esforçado em trazê-los para fora e
colocá-las diante do Senhor? Terão tais visitas
efetuado algo para a mortificação do pecado; ou
têm sido autorizadas a expirar em meras
resoluções ineficazes? Há momentos na
experiência de um homem bom, quando ele
sente uma suavidade mais do que ordinária da
mente; a geada do egoísmo se dissolve, e seu
coração flui em amor para Deus e seus
semelhantes. Quão cuidadoso devemos ser
acariciando tal quadro e abraçando a
oportunidade de subjugar o ressentimento e de
curar as feridas que dificilmente é possível
evitar, ao passar por esse mundo inquieto.
Andai, pois, irmãos, no Espírito. Que haja uma
dependência habitual deste Agente divino. A
profissão cristã é uma coisa grande e solene -
falhar nela será uma miséria terrível, sim,
intolerável. Falhar aqui é falhar por toda a
eternidade, abortar a maior e mais solene
41
transação em que podemos estar envolvidos. E
falhamos, se o Espírito de Deus não nos ajudar.
Não podemos nos tornar imorais, infiéis,
heréticos ou profanos; mas nos deitaremos e
morreremos no mundanismo: pereceremos em
aparente respeitabilidade e conforto; nós nos
afundaremos no poço sem fundo, entre a
facilidade, a riqueza, e tudo que é agradável
neste mundo; desceremos para as regiões da
noite eterna, do meio da igreja - se não temos o
Espírito de Deus. Seja esta, então, a nossa
solicitude suprema, habitual, sempre vivificante
e movedora, para obter o Espírito de Deus.
Não há outra maneira de viver, senão pelo
Espírito; nenhuma outra maneira de andar,
senão pelo Espírito; este é o princípio da santa
vitalidade em nossa profissão, que o tornará
como uma árvore verdejante em sua folhagem,
e abundante em seus frutos; mas sem o qual,
será uma videira infrutífera, murchada em sua
folhagem, dilacerada em seus ramos e em seu
tronco - e para nada melhor do que ser cortada
e lançada no fogo!
(Nota do tradutor: A falta da presença e unção
do Espírito Santo é o que produz cristãos
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nominais, que por mais religiosos que sejam e
fervorosos na aplicação de deveres ordenados,
não têm a vida de Cristo, porque aquele que não
tem o Espírito não é dEle.
Mas, muitos que foram ungidos pelo Espírito
Santo, podem buscá-lo para motivos
incompletos, como por exemplo, simplesmente
para manifestarem os dons espirituais
sobrenaturais extraordinários (línguas,
profecia, curas, etc), e não cogitam que há um
propósito mais elevado na busca de unção do
Espírito, que é o da produção do seu fruto,
especialmente o de amor (I Cor 12.31).
Outros se acomodaram com a graça recebida na
conversão, pelos mais variados motivos, sem
saberem na grande maioria, que não recebemos
um estoque de graça na conversão que será
suficiente para toda a nossa caminhada
espiritual. Novas unções são necessárias para
estarmos sempre avivados. Sem isto, não há
verdadeiro prazer espiritual em Cristo e nas
coisas celestiais, espirituais e divinas, porque
este sentimento é produzido somente quando
estamos cheios do Espírito Santo.
Lembremos sempre que um dos principais
motivos da obra realizada por Jesus em nosso