a obra do espirito santo
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UM ESBOO
DO ESTUDO
SOBRE
A PESSOA
E A OBRA
DO ESPRITO
SANTO
E Joo testificou, dizendo. Eu vi o
Esprito descer do cu como pomba, e
repousar sobre ele. Joo 1.32
Ron Crisp
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Imprensa
Palavra Prudente
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Um Esboo do Estudo
Sobre a Pessoa e a Obra do Esprito Santo
Autor:
Pastor Ron Crisp
First Baptist Church
Independence, Kentucky
http.//www.firstbaptistchurchindependence.org
Traduo:
Calvin G. Gardner
Reviso Gramatical.
Albano Dalla Pria
Edio e Publicao:
Calvin G. Gardner
Ttulo em ingls: A Study Guide on the Person and Work
of the Holy Spirit
Mais estudos deste autor:
www.ObreiroAprovado.com
Copyright 1994 por Ron Crisp
Imprimido no Brasil
Segunda edio - 2006
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Agradecimentos (Primeira publicao - 1998)
A Igreja Batista de Bryan Station deseja expressar a sua gratido ao
Missionrio Calvin Gardner pelo seu empenho na traduo desta obra para
a lngua portuguesa.
O irmo Calvin Gardner teve a ajuda indispensvel do irmo Albano Dalla
Pria como assistente, quando da ocasio graduando do Curso de Letras na
Faculdade de Cincias e Letras da Universidade Estadual Paulista -
Campus de Araraquara.
Adicionalmente agradecemos a Joy Ellaina Gardner, filha do Missionrio
Calvin Gardner, pelo seu trabalho de digitao poupando horas do prprio
missionrio, acelerando a publicao da obra.
sabido que Brasil o maior pas, em todo o mundo, falante da lngua
portuguesa e motivo das nossas oraes que essa obra possa ser
difundida tanto no Brasil quanto nos outros pases falantes da lngua
portuguesa, tais como Portugal, Angola, Moambique e Guin-bissau.
Ressalto as variaes que basicamente distinguem a lngua inglesa da
lngua portuguesa, que em alguns casos no possuem o mesmo lxico
levando os tradutores a recorrer a formas alternativas para que fosse
possvel expressar perfeitamente aquilo que o autor objetivava dizer.
Qualquer erro de expresso na verso portuguesa de responsabilidade
dos tradutores e no deve refletir de maneira alguma sobre o autor.
Setembro de 1.998
Atenciosamente,
ALFRED GORMLEY
Pastor da Igreja Batista de Bryan Station, Lexington, Kentucky, EUA
http.//www.bryanstation.com
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ndice Capitulo 1 - Uma Introduo ao Estudo do Esprito Santo 2
Capitulo 2 - A Divindade do Esprito Santo 6
Capitulo 3 - A Personalidade do Esprito Santo 10
Capitulo 4 - A Doutrina do Esprito Santo no Velho Testamento 14
Capitulo 5 - A Obra do Esprito Santo em Relao a Cristo 20
Capitulo 6 - A Obra do Esprito Santo na Inspirao 26
Capitulo 7 - As Figuras Simblicas do Esprito Santo 32
Capitulo 8 - A Obra do Esprito Santo na Graa Comum - I 38
Capitulo 9 - A Obra do Esprito Santo na Graa Comum - II 44
Capitulo 10 - A Obra Preparatria do Esprito na Salvao 50
Capitulo 11 - A Obra do Esprito Santo na Regenerao 56
Capitulo 12 - A Habitao do Esprito Santo 62
Capitulo 13 - A Obra do Esprito Santo na Segurana 66
Capitulo 14 - O Consolador 74
Capitulo 15 - O Esprito Santo da Promessa (selo e penhor) 80
Capitulo 16 - O Esprito Santo como Professor 86
Capitulo 17 - O Encher-se do Esprito Santo 92
Capitulo 18 - O Fruto do Esprito 98
Capitulo 19 - Pecados Contra o Esprito Santo 105
Capitulo 20 - O Batismo com o Esprito Santo 110
Capitulo 21 - Os Dons do Esprito 118
Capitulo 22 - Os Dons Temporrios 126
Capitulo 23 - A Sade e O Dom de Cura 135
Capitulo 24 - O Dom de Lnguas 142
Adenda de Atos 19.1-7 152
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Captulo 1
UMA INTRODUO AO ESTUDO DO ESPRITO
SANTO
INTRODUO
Enquanto comeamos nossos estudos sobre a pessoa e a
obra do Esprito Santo, importante que tenhamos
atitudes apropriadas. Se realmente aproveitamos o estudo
da Palavra de Deus lembremo-nos de.
1. Orar para que o Esprito Santo nos ensine. Joo 14.26; I Corntios 2.11-13.
2. Submeter-nos s Escrituras como a nossa nica regra de f e prtica. Especialmente no estudo da obra do Esprito
Santo aonde muitos tm feito de sua prpria experincia
a autoridade final. Outros afirmam, em nome do Esprito
Santo de Deus, terem recebido revelaes extra-Bblicas.
II Timteo 3.16-17, Isaas 8.19-20; Mateus 15.9.
3. Crer que Deus deseje que compreendamos as doutrinas da Sua Palavra. A existncia de ensinamentos
contraditrios entre vrios grupos religiosos nunca deve
ser vista de forma que algum possa dizer que a Bblia
por demais obscura para que seja interpretada com
exatido. O Nosso Salvador prometeu-nos que o Esprito
nos guiar em toda a verdade. II Timteo 2.15; Atos
17.11-12; Joo 16.13.
4. Relembrar-nos de comear o estudo da Palavra de Deus com humildade. A Bblia no contm tudo o que
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queremos, mas tudo o que devemos saber. H verdades
reveladas (por exemplo o inter-relacionamento da
Trindade), as quais devem ser cridas, mesmo que no
possam ser entendidas, completamente, pelo homem
mortal. Deuteronmio 29.29; J 11.7; II Pedro 3.15-16.
5. Desejar crescer espiritualmente, enquanto aprendemos. O conhecimento, sozinho, apenas produzir orgulho.
triste pensar que alguns possam estudar sobre o Esprito
Santo, e, no entanto, no esto cheios do Esprito Santo e
as suas vidas no produzem os frutos do Esprito. I Pedro
2.2; I Corntios 8.1; Tiago 1.22.
I. O OBJETIVO DO NOSSO ESTUDO
O objetivo do nosso estudo a terceira pessoa do Deus
Trino. Pode ser til se comearmos vendo os ttulos
atribudos a esta Pessoa Divina.
A. O Esprito - Romanos 8.23
A palavra esprito a traduo, no Velho Testamento, da palavra Hebraica ruach e, no Novo Testamento, da
palavra Grega pneuma. Estas palavras tambm so
traduzidas como vento (Salmos 1.4; Joo 3.8). Estas palavras podem referir-se tambm ao esprito humano (I
Tessalonicenses 5.23), aos anjos (Hebreus 1.7), ou a
natureza de Deus (Joo 4.24). A idia central a do
poder invisvel. O Esprito Santo, todavia, uma Pessoa
Divina e nunca deve ser visto como um esprito criado
(que nega a sua divindade) ou, como a mera presena ou
poder de Deus (que nega a sua personalidade).
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B. O Esprito Santo - Lucas 11.13
Ele chamado Esprito Santo porqu:
1. A Sua natureza eterna e essencialmente santa.
2. Ele o autor de toda a santidade no homem.
C. O Consolador - Joo 14.16
D. Ttulos que revelam o Seu relacionamento com o Pai.
Esprito de Deus (Mateus 3.16), Esprito do Senhor
(Lucas 4.18), Esprito do SENHOR (Jeov, Juzes 3.10) e
Esprito do vosso Pai (Mateus 10.20).
E. Ttulos que revelam o Seu relacionamento com o Filho. Esprito de Cristo (Romanos 8.9), Esprito de Jesus
Cristo (Filipenses 1.19) e Esprito de Seu Filho (Glatas
4.6).
F. Ttulos que revelam os Seus atributos. Esprito eterno (Hebreus 9.14), Esprito de santificao (Romanos 1.4) e
os Sete Espritos (Apocalipse 3.1). [Isto mostra a Sua
perfeio].
G. Ttulos que revelam a Sua obra. Esprito da verdade
(Joo 14.17), Esprito de vida (Romanos 8.2), Esprito de
graa (Hebreus 10.29) e Esprito de adoo (Romanos
8.15).
H, aproximadamente, cinqenta ttulos atribudos ao
Esprito Santo na Bblia e cada um deles nos revela um
aspecto da Sua pessoa ou obra.
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II. A IMPORTNCIA DO NOSSO ESTUDO
O estudo do Esprito Santo de Deus importante devido a
Quem Ele , o que Ele fez e ainda far.
A. Sua Pessoa - O Esprito Santo Deus e aquilo que se
conhece verdadeiramente de Deus o alicerce da
religio.
B. Sua Obra - Enquanto o mundo parece somente associar
o Esprito Santo ao fanatismo religioso, Ele se mantm
ativo em todas as reas da vida. Ele o Criador, tambm
trabalha na providncia, na natureza, na poltica, nos
talentos humanos, na salvao e no crescimento
espiritual. Ele inspirou a Bblia e agora ilumina as nossas
mentes para que possamos entend-la.
Sua vinda ao mundo era to necessria para a nossa
salvao quanto vinda de Cristo. Sem O Esprito nossa
religio vazia e no temos prova de nossa salvao
(Romanos 8.9). O Esprito Santo nos d vida fsica,
espiritual e ressurrecta (J 33.4; Joo 3.5; Romanos 8.11)
O Esprito Santo o autor de tudo que bom e agradvel
em nossa existncia (Glatas 5.19-22).
Concluso - Como precioso O Esprito de Deus para o
Cristo.
Podemos dizer, como os autores do Credo Niceno, Eu creio no Esprito Santo, o Senhor e doador da vida, Quem
procedeu do Pai e do Filho, Quem, em conjunto, com o
Pai e o Filho adorado e glorificado.
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Captulo 2
A DIVINDADE DO ESPRITO SANTO
INTRODUO
Estudando a divindade do Esprito Santo encontramos
uma tendncia moderna que procura minimizar a
importncia das doutrinas. Em nenhum lugar essa apatia
em relao as doutrinas to perigosa, a no ser quando
tem em vista o conhecimento de Deus. Errar em relao a
doutrina acerca de qualquer Pessoa de Deus o mesmo
que perverter a doutrina da Trindade, perdendo assim a
pureza do real conhecimento que proveniente do Deus
verdadeiro. No h salvao ou servio quando no
existe um conhecimento puro a respeito da Pessoa de
Deus (Jeremias 9.23,24; Joo 17.3; Daniel 11.32; Osias
6.6).
Estudar a pessoa de Deus a atividade de maior proveito
na qual o Seu povo pode se ocupar (Filipenses 3.8). Nada
mais expande a nossa mente enquanto nos humilha.
Quando aprendemos de Deus fica fortalecida a nossa
comunho com Ele e nossos coraes tranqilizam-se (J
22.21). Sabendo que temos o Esprito Santo habitando
em ns recebemos gozo e confiana de Deus. Estas
verdades devem animar a nossa f (I Joo 4.4) e provocar
repdio do pecado (I Corntios 6.19,20). Que Deus use
essa lio para confirmar essa grande verdade da
divindade do Esprito Santo.
I. A TRINDADE
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A Bblia nos ensina que enquanto h um s Deus
(Deuteronmio 6.4), h trs personalidades na divindade
(Mateus 28.19; I Joo 5.7). Neste estudo da divindade do
Esprito Santo seria ajudador se relembrssemos do
relacionamento entre as Pessoas do Deus Trino.
A. Deus, o Esprito Santo - Teologicamente falamos do
Esprito Santo como a Terceira Pessoa da Trindade e
Ele quem Procede do Pai e do Filho (Joo 15.26; Salmos
104.30; Glatas 4.6; Filipenses 1.19). Processo Eterna esta frase usada para descrever o relacionamento do
Esprito Santo com o Pai e o Filho.
B. Deus, o Filho - Jesus Cristo o Filho unignito do Pai.
Cristo tem sido sempre o Filho do Pai (Glatas 4.4; Joo
3.16; Isaas 9.6). Gerao Eterna esta frase usada para descrever o relacionamento do Filho entre o Pai.
Teologicamente falamos de Cristo como a Segunda
Pessoa da Trindade.
C. Deus, o Pai - O Pai nem procede e nem gerado por ningum e assim falamos dEle como a Primeira Pessoa
da Trindade. Devemos lembrar-nos que estes termos
nunca podem implicar inferioridade s Pessoas Divinas.
Mesmo que estes relacionamentos a nos no sejam
compreendidos mentalmente, eles devem ser aceitos ou
logo nos afastaremos da doutrina do Trinitarianismo para
o Unitarianismo. Talvez fosse bom concluirmos esta
parte do estudo com uma citao da velha Confisso da
F Batista da Filadlfia.
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Neste Ser divino e infinito h trs Pessoas, o Pai, a Palavra (Filho), e o Esprito Santo, de uma s
substncia, poder e eternidade, cada uma tendo toda
a essncia divina, sem dividir a tal. O Pai no
gerado nem procedido de; o Filho gerado
eternamente pelo Pai; o Esprito Santo procede do
Pai e do Filho; completamente infinito, sem comeo,
portanto, s um Deus, Que no dividido em
natureza nem ser, mas distinguido por propriedades
peculiares e relativas, e por relaes pessoais; qual
doutrina seno a da Trindade o alicerce de toda e
qualquer comunho com Deus, e dependncia
confortvel nEle.
II. A Divindade do Esprito Santo
As provas da divindade do Esprito Santo podem ser
divididas em cinco categorias.
A. O Esprito Santo chamado Deus - (Atos 5.3-4, 9; I
Corntios 3.16; Efsios 2.22; II Corntios 3.17). O
Esprito chamado Adonai (Compare Atos 28.25 com
Isaas 6.8-9). O Esprito chamado Jeov (Compare
Hebreus 10.15-16 com Jeremias 31.31-34).1
B. O Esprito Santo est associado ao Pai e ao Filho num
mesmo nvel de igualdade - (Mateus 28.19) [Observe que
a palavra nome est no singular significado assim que
1 Talvez seja conveniente explicar que na traduo para o portugus a palavra senhor aplicada a Deus no Velho
Testamento pode ser uma traduo de duas palavras Hebraicas diferentes para Deus. Quando imprimida com todas as letras maisculas (SENHOR) indica o nome Jeov. Quando somente a primeira letra maiscula (Senhor) trata-se do titulo Hebraico para Deus - Adonai.
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o poder, a glria e a autoridade do Pai, do Filho, e do
Esprito Santo uma s] (I Joo 5.7; II Corntios 13.14).
C. Os atributos de Deus so dados ao Esprito Santo.
1. Eternidade - Hebreus 9.14.
2. Vida - Romanos 8.2.
3. Onipresena - Salmos 139.7-8.
4. Santidade - Mateus 28.19.
5. Oniscincia - I Corntios 2.10.
6. Soberania - Joo 3.8; I Corntios 12.11.
7. Onipotncia - Gnesis 1.1-2; Joo 3.5
D. As obras de Deus so dadas ao Esprito Santo.
1. A criao - J 33.4.
2. A encarnao - Mateus 1.18
3. A Regenerao - (Compare Joo 3.8 com I Joo 4.7).
4. A Ressurreio - Romanos 8.11
5. A inspirao da Palavra de Deus - (Compare II Pedro
1.21 com II Reis 21.10).
E. A natureza do pecado sem perdo revela a dignidade do Esprito Santo - Mateus 12.31-32.
Concluso - A importncia desta lio tem nfase quando
contabiliza o grande nmero de seitas que Satans tem
instigado a atacar a verdade da divindade do Esprito
Santo. Que isso possa incitar-nos a um maior cuidado ao
darmos ao Esprito Santo Seu devido lugar em nosso
amor e adorao.
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Captulo 3
A PERSONALIDADE DO ESPRITO SANTO
INTRODUO
A personalidade (quer dizer, a qualidade ou fato de ser
uma pessoa) do Esprito Santo um fato descrito na
Bblia tanto quanto a personalidade do Pai e do Filho.
Quando o homem nega essa verdade fica evidente uma
cegueira Satnica. Sat, quem ataca toda a verdade, tem
atuado em duas frentes contra a doutrina da
personalidade do Esprito Santo.
1. Negao doutrinria O herege antigo, Arius, falou do Esprito como a
energia exercida por Deus. Isso reduz o Esprito de Deus a uma mera amostra do poder do Pai. Este erro
ainda divulgado por vrias seitas.
2. Negao prtica H muitos religiosos que, mesmo no negado a doutrina
da personalidade do Esprito em suas confisses de f, na
prtica vem a Ele como um simples poder. Devido a
obra do Esprito ser invisvel eles o confundem com as
suas obras e dons. Este povo freqentemente refere-se ao
Esprito como se fosse possvel ter muito dEle. O autor lembre se de uma ocasio quando um Pastor Batista
disse, o Esprito esteve a com grande poder. Este homem piedoso ento corrigiu a si mesmo dizendo, O Esprito esteve a com infinito poder e manifestou grande
poder. Que sejamos cuidadosos quando falamos do Esprito bendito de Deus.
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As igrejas primitivas conheciam o Esprito Santo como
uma Pessoa Divina que poderia ser seguida (Atos 13.2) e
com Quem poderiam ter comunho (II Corntios 13.14).
Devemos estar alertas para notarmos quando perdemos o
reconhecimento da Sua presena e Pessoa.
I. O ESPRITO SANTO EST ASSOCIADO AO PAI E AO FILHO.
impossvel entender como algum pode negar a
personalidade do Esprito e ainda ter bom senso com as
Escrituras (Mateus 28.19; II Corntios 13.14; I Joo 5.7).
Algum mencionaria um mero exerccio de esforo em uma lista de personalidades?
II. O ESPRITO SANTO TEM TODOS OS ATRIBUTOS
DE UMA PESSOA
A. Ele pensa - I Corntios 2.10-11; Atos 15.28.
B. Ele sente
1. Ele pode ser entristecido - Efsios 4.30
2. Ele pode ser contristado - Isaas 63.10
3. Ele ama - Romanos 15.30 (podemos mencionar aqui que
impossvel entristecermos a uma pessoa que no nos
ama).
C. Ele exercita volio (poder de escolha) - I Corntios
12.11.
D. Ele age
1. Ele inspirou as Escrituras - II Pedro 1.21
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2. Ele ensina - Joo 14.26
3. Ele guia - Romanos 8.14
4. Ele fala - Atos 8.29; 13.2
5. Ele convence - Joo 16.8-11
6. Ele regenera - Joo 3.5
7. Ele conforta - Joo 14.16
8. Ele testifica - Joo 15.26
9. Ele intercede - Romanos 8.26
10. Ele chama para o ministrio - Atos 13.2; 20.28
11. Ele cria - J 33.4
E. O Esprito Santo nunca deve ser confundido com os Seus dons - (I Corntios 12.4, 7-11; Atos 2.38). Todos os
Cristos tm o dom do Esprito Santo, mas ningum tem toda a diversidade de dons.
F. Cristo confortou os apstolos com a promessa da presena de uma Outra Pessoa divina em Sua ausncia -
Joo 14.16.
A palavra paraclete, traduzida como Consolador em Joo 14.16, traduzida como Advogado em I Joo 2.1 e neste versculo refere-se a Jesus Cristo. Jesus Cristo
nosso Consolador e assim segue o Esprito, outro Consolador que deve ser igualmente uma pessoa divina. A palavra grega usada em Joo 14.16 para outro allos que significa um outro do mesmo tipo ao invs de heteros que significa um outro de um tipo diferente.
G. As aes do homem para com o Esprito provam que Ele
uma pessoa
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1. O homem blasfema contra o Esprito - Mateus 12.31. A
natureza do pecado que no tem perdo prova a
personalidade do Esprito. A blasfema contra uma pessoa
e no contra um poder que no tem perdo.
2. O homem mente ao Esprito Santo - Atos 5.3.
3. O homem tenta o Esprito Santo - Atos 5.9.
4. O homem resiste o Esprito Santo - Atos 7.51.
5. O homem obedece ao Esprito Santo Atos 13.2,3.
H. So pronomes pessoais usados em referncia ao Esprito
Santo.
Em Atos 13.2 usado o pronome me e o verbo na primeira pessoa tenho; em Joo 15.26 o pronome ele usado, tambm, em Joo 16.8,13.
Concluso - Nas lies seguintes estudaremos os dons e as
operaes do Esprito Santo. Antes de comearmos,
deixe me implorar para que voc entenda Quem o
Esprito Santo. Como um jovem crente eu vi muitas
igrejas pregarem a obra de Cristo e o plano da salvao,
mas, evidentemente, esqueceram-se da pessoa de Cristo.
No devemos cometer o mesmo erro em se tratando do
Esprito Santo.
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Captulo 4
A DOUTRINA DO ESPRITO SANTO NO VELHO
TESTAMENTO
INTRODUO
O valor da obra do Esprito Santo acentua-se se
observarmos sua atividade no Velho Testamento. Mesmo
sendo cristos do Novo Testamento, a nossa dependncia
no Esprito Santo aumenta quando contemplamos suas
vrias obras nas vidas dos heris da f do Velho
Testamento.
Uma outra vantagem de vermos a doutrina do Esprito
Santo nos dois Testamentos a revelao da maravilhosa
unidade da Palavra de Deus. Mesmo a Bblia nos dando
uma revelao progressiva Paulo, em nenhum momento, contradiz a Moiss, mas refere-se a ele para
que se confirme a doutrina. Tanto os escritores do Velho
Testamento quanto os do Novo revelam que o Esprito de
Deus o autor de qualquer bondade que possa existir no
homem.
I. A PESSOA DO ESPRITO SANTO NO VELHO
TESTAMENTO.
Existem vrios referncias ao Esprito de Deus
distribudas pelo Velho Testamento. Mesmo a doutrina
da Trindade, s vezes, no estando muito clara no Velho
Testamento, a personalidade e a divindade do Esprito
so reveladas. No primeiro versculo da Bblia (Gnesis
1.1), a palavra hebraica para Deus usada no plural. Em Gnesis 1.2, o Esprito expressivamente
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mencionado. Deus tambm refere-se a si mesmo no
plural (Gnesis 1.26; 11.7) e, pelo menos, em um lugar as
trs pessoas da Trindade so mencionadas juntas (Isaas
48.16). Muitos dos ttulos atribudos ao Esprito podem
ser encontrados no Velho Testamento (Salmos 51.11;
Zacarias 12.10; e J 33.4).
II. O ESPRITO SANTO NA CRIAO
Muitas das obras divinas so atribudas s trs pessoas da
Trindade. Este fato tambm verdadeiro na criao.
Enquanto o Pai e o Filho so reconhecidos pela obra
(Atos 4.24; Joo 1.3), o Esprito Santo no fica excludo.
A. Ele foi ativo na criao do universo - Gnesis 1.2; Isaas
40.12-13; J 26.13
B. Ele foi ativo na criao do homem - J 33.4
C. Ele est ativo na preservao da natureza - Salmos
104.10-30; Isaas 40.7.
III. A OBRA DO ESPRITO SANTO NA SALVAO
Desde a queda de Ado, o homem tem permanecido num
estado contnuo de depravao. Sem a influncia graciosa
do Esprito de Deus nunca houve um tempo em que o
homem natural pudesse amar, confiar ou vir a Deus. Em
todas as pocas o Esprito deve convencer (Gnesis 6.3),
vivificar (Salmos 119.25), iluminar (Salmos 119.27) e
conduzir a alma a Deus (Salmos 65.3-4). O Esprito
Santo tem sido, sempre, o guia e o instrutor do povo de
Deus (Neemias 9.20).
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A crena que alguns dos crentes do Velho Testamento
no tinham o Esprito Santo deve ser rejeitada. Ningum
pode negar que o dia de Pentecostes trouxe uma nova
poca do Esprito (Joo 7.37-39; 14.16-17; Atos 1.8),
mesmo assim deve ser assegurado que nunca existiu um
filho de Deus que fosse destitudo do Esprito. A carne
nunca pode produzir um Cristo (Joo 3.3-6; Romanos
8.7,8). Em Provrbios 1.23,2 a sabedoria promete
derramar Seu Esprito sobre aqueles que atentam a sua
repreenso. Enquanto Cristo estava dando nfase a futura
descida do Esprito Ele foi cauteloso dizendo que o
Esprito Santo j estava com os discpulos (Joo 14.16-
17).
Outro erro ouvido s vezes o ensinamento que os
crentes do Velho Testamento podiam perder o Esprito.
Alguns usaram o caso de Saul (I Samuel 16.14) para
provar esse ensinamento, mas estes esto confundindo a
obra do Esprito Santo na salvao com a Sua obra ao
equipar os homens para o servio de Deus. O Esprito
Santo vem aos homens e sai dos homens de vrias
maneiras, mas nunca em relao a salvao. Sugerir isso
o mesmo que negar a segurana tida pelo povo de Deus
(Salmos 37.24).
IV. A OBRA DO ESPRITO NA REVELAO
2 A sabedoria como personificada em Provrbios, na sua maneira mais sublime, no parece ser nenhum outro seno
Jesus Cristo. Compare Provrbios 1.23 com Joo 7.37-39. Estude especialmente a ltima metade de Provrbios 8.
Compare tambm cuidadosamente Lucas 11.49 com Mateus 23.34.
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Da mesma maneira que Cristo prometeu que o Esprito
Santo seria nosso professor, o Esprito Santo ensinou os
crentes do Velho Testamento.
A. Ele inspirou os profetas - II Samuel 23.2; Ezequiel 2.1-
2; Miquias 3.8
B. Ele inspirou as Escrituras do Velho Testamento - II
Pedro 1.21; Atos 1.16
C. Ele instruiu o povo de Deus - Neemias 9.20
V. OS DONS ESPECIAIS DO ESPRITO FORAM
MANIFESTADOS NO VELHO TESTAMENTO.
A. Dons Polticos - Gnesis 41.38; Nmeros 11.25; 27.18.
Foi o Esprito de Deus quem deu a Israel seus lideres
B. Dons Morais.
1. Coragem - Juzes 6.34; 11.29
2. Indignao - I Samuel 11.6
C. Dons Fsicos.
1. Fora - Juzes 14.6; 15.14
2. Capacidade mecnica - xodo 31.2-5
Tudo isso deve nos ensinar o significado de Zacarias 4.6.
Sem o Esprito de Deus no podemos oferecer nenhum
servio a Deus.
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VI. AS PROFECIAS SOBRE O ESPRITO NO VELHO
TESTAMENTO
So freqentemente estudadas as profecias que referem-
se a Cristo no Velho Testamento, mas no devemos
esquecer aquelas que predizem a vinda e a obra do
Esprito de Deus.
A. Profecias sobre a obra do Esprito durante o ministrio
terrestre de Cristo - Isaas 61.1-3.
B. Profecias sobre a obra do Esprito durante o reino de
Cristo - Isaas 11.1-9.
C. A profecia da descida do Esprito Santo no Dia de
Pentecostes - Joel 2.28. [O autor deve mencionar que ele
no considera o Pentecostes uma completa cumulao
deste versculo.]
D. Profecias sobre a futura obra do Esprito Santo com os
judeus - Isaas 44.2-3; Ezequiel 37.1-14; 39.28-29;
Zacarias 12.10.
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A obra do Esprito na
vida de Cristo muito
importante tornando-se
evidente quando
consideramos que
ambos os ttulos
Cristo e Messias significam ungido.
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Captulo 5
A OBRA DO ESPRITO SANTO EM RELAO A
CRISTO
INTRODUO
Mesmo que a interao entre as pessoas da Trindade seja
sempre incompreensvel, ainda mais misteriosa a
relao entre o Esprito de Deus e o Nosso Senhor
encarnado. O Salvador era to Deus quanto homem,
cansado mas onipotente, ignorante mas onisciente, capaz
de crescer perfeitamente. Cristo era auto-suficiente como
Deus, mas na sua humilhao precisava ser ungido pelo
Esprito. No devemos murmurar, ento, que todas as
coisas so incompreensveis mas estarmos alegres pelo
mistrio da piedade (I Timteo 3.16).
I. A IMPORTNCIA DO ASSUNTO
A obra do Esprito na vida de Cristo muito importante
tornando-se evidente quando consideramos que ambos os
ttulos Cristo e Messias significam ungido. Jesus o Cristo porque foi ungido com o leo do Esprito de maneira preeminente (Hebreus 1.9; Joo 3.34; Atos
10.38).
O Velho Testamento tem muito a dizer sobre Cristo
como O ungido que deveria vir.
A. Na profecia - Por favor, note os seguintes versculos.
Salmos 45.7; 2.6 (Um rei Judeu no foi coroado mas ungido para rei.), Isaas 10.27; Lucas 4.16-21;
-
21
Provrbios 8.23 (Antes da criao nosso Senhor foi
preordenado a ser o Cristo).
B. Em Tipo.
1. Flor de farinha (um tipo da carne imaculada de Cristo)
deveria ser oferecida com azeite (um tipo do Esprito)
segundo o livro de Levtico (Levtico 2.1 e outros).
2. Os casos de uno no Velho Testamento
No Velho Testamento, os homens eram ungidos para o
ofcio de profeta, sacerdote ou rei.
Estes tipos se cumpriram em nosso Salvador, o ungido de
Deus.
a. Profeta - Isaas 61.1-3
b. Sacerdote - Hebreus 9.14,15
c. Rei - Isaas 11.1-4; 42.1-4
II A NECESSIDADE DE SER UNGIDO
A pergunta o porqu o Filho de Deus necessitava ser
ungido pelo Esprito parte do grande mistrio da
encarnao. Devemos considerar exatamente o que
atualmente diz as Escrituras, para no afastarmos em vs
especulaes.
A. O Senhor sendo ungido igualou-se aos Seus irmos.
A aliana da graa requer de Cristo a representao do
Seu povo, tornando-se um servo e, tomando sobre si a
natureza deles (Filipenses 2.5-11; Hebreus 2.14, 17).
Dessa maneira Cristo tornou-se o ltimo Ado. Como os
filhos de Deus so dependentes do Esprito para servir,
Cristo tambm serviu a Deus pelo poder do Esprito
(Atos 10.38; Isaas 61.1-3). Marcos, que mostra Cristo
-
22
como um servo, diz que Ele foi dirigido pelo Esprito
(Marcos 1.12).
B. Cristo tinha duas naturezas
Como homem, Cristo foi capaz de crescer e assim foi
instrudo pelo Esprito de Deus (Lucas 2.40; Isaas 11.1-
4). Como homem Cristo foi levado pelo Esprito (Lucas
4.1). At mesmo as obras de Cristo foram atribudas ao
Esprito Santo (Mateus 12.28). Em tudo isso, Cristo
nunca deixou de ser Deus mesmo tendo suas reais
caractersticas humanas sendo verdadeiramente
manifestadas.
III. OS ESTGIOS DA ATIVIDADE DO ESPRITO EM
RELAO A CRISTO
A. O precursor de Cristo.
O Esprito Santo capacitou Joo Batista a fazer a sua obra
como precursor de Cristo (Lucas 1.15). At mesmo os
pais de Joo Batista estavam cheios do Esprito Santo
(Lucas 1.41, 67).
B. A conceio de Cristo.
O Esprito de Deus preparou o corpo humano do
Salvador no ventre de Maria (Mateus 1.18-20).
C. O batismo de Cristo
Cristo foi ungido novamente no Seu batismo (Mateus
3.13-17). O propsito era.
1. Dar um sinal da completa satisfao do Pai atravs do
Filho (Mateus 3.17; Salmos 45.7)
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23
2. Dar um sinal para as pessoas (Joo 1.32-34; 6.27). Joo
reconheceu que Cristo tinha o poder do Esprito Santo
(Joo 3.34)
3. Equipar a Cristo para o servio (Isaas 61.1-4).
D. A tentao de Cristo.
Foi o Esprito Santo quem conduziu Jesus a ser
tentado (Mateus 4.1; Marcos 1.12).
E. O servio de Cristo
As palavras e as obras maravilhosas de Cristo foram
produzidas pelo poder do Esprito (Atos 10.38; Lucas
4.16-21; Mateus 12.28).
F. A morte de Cristo - Hebreus 9.14
G. A ressurreio de Cristo - Romanos 1.4; 8.11; I Pedro
3.18.
Nota. Essa obra, como as outras, tambm atribuda ao
Pai e ao Filho. Isso ajuda-nos para que lembremos que
Cristo nunca deixou de ser Deus ou exercer Seu poder
Divino.
H. A glorificao de Cristo.
Joo Batista ensinou que somente Cristo podia batizar
com o Esprito (Mateus 3.11). Isso no podia acontecer
seno depois da ascenso de Cristo (Joo 7.39; Atos
2.33). O direito de doar o Esprito de vida e poder sobre o
Seu povo foi dado a Cristo com a condio de ele fazer a
sua obra redentora (Glatas 3.13-14). [Quando a Bblia
fala de Cristo enviando Seu Esprito no devemos
-
24
entender que O Esprito no estava presente antes
daquele tempo. Essas referncias apontam vinda do
Esprito no Novo Testamento com poder e beno. Note
que em Joo 14.16,17 nosso Senhor fala do Esprito que
est presente e da Sua vinda futura].
I. O reino de Cristo vindo sobre a Terra
A Bblia liga a glria do futuro reinado de Cristo ao
poder do Esprito (Isaas 11.1-4; 42.1-4).
-
25
Quando a palavra verbal usada em conexo palavra
inspirao, isso implica em as prprias palavras
usadas nas Escrituras serem
inspiradas. Ensinar que os
escritores eram meramente
ajudados por Deus ou que s
as suas doutrinas eram
inspiradas o mesmo que
no entender por completo a
doutrina da inspirao.
-
26
Captulo 6
A OBRA DO ESPRITO SANTO NA INSPIRAO
INTRODUO
Hoje em dia, qualquer meno do Esprito Santo leva
muitos a pensarem sobre aqueles que profetizam e falam
em lnguas entre os Pentecostais. H multides que
atestam ter novas revelaes e dons especiais de
sabedoria e conhecimento. O autor regozija-se em
contrapartida a tudo que ns temos: mui firme, a palavra dos profetas (II Pedro 1.19-21), que a Bblia. O Esprito Santo tem nos dado uma revelao to completa
nas Escrituras que Seu trabalho agora a iluminao e no mais a inspirao.
O autor fica entristecido ao ver homens to consumidos
pela assero de profetas modernos enquanto a Palavra
O guia da verdade. A Bblia parece uma letra morta para aqueles que no tm orado sobre o Seu contedo,
mas tm fome por algo novo. A Bblia como um grandioso trabalho de revelao pelo Esprito em todas
as maneiras superior a .
A. Tradio - Mateus 15.1-9
B. Cincia - I Timteo 6.20 (Mesmo a cincia verdadeira,
que trata s de fatos, no pode aprofundar-se em reas
nas quais as Escrituras tm sido claras).
C.Fbulas - II Timteo 4.4 (O Livro de Mrmon d nos um
exemplo de fbulas modernas).
-
27
D. Ocultismo - Isaas 8.19-20
E. Operadores de sinais - Deuteronmio 13.1-3 (em Hebreus 2.3-4, vemos que os sinais foram usados para
confirmar a Palavra de Deus. Sinais mentirosos e
maravilhas tambm so permitidos para enganar aqueles
que no amam a verdade).
F. Falsos Profetas
G. Opinio - Provrbios 14.12
A obra do Esprito Santo na inspirao pode ser resumida
na declarao que cremos na inspirao verbal e plenria das Escrituras Sagradas. A continuao deste estudo examinar esta declarao.
I. INSPIRAO
Em II Timteo 3.16, descobrimos que a Bblia um livro
inspirado. A palavra inspirada traduo da palavra grega theopneustic que significa sopro divino. Em II Pedro 1.21 aprendemos que os homens de Deus eram
movidos pelo Esprito assim como o vento move um
barco. Mesmo que as pores variadas da Palavra de
Deus viessem por ditado (xodo 20.1), viso (Apocalipse
1.11), ou direo intima (Lucas 1.1-3), fica claro que
tudo deve ser visto como a Palavra de Deus (Hebreus
4.12).
A inspirao nunca deve ser entendida como uma mera
capacidade da inteligncia humana. A inspirao
assegura-nos que cada palavra na Bblia representa os
pensamentos do Esprito. Isto provado pelas
-
28
declaraes feitas na Bblia (II Samuel 23.2-3; Jeremias
1.9), e tambm pelo fato de os prprios profetas terem
estudado seus prprios escritos, para saberem o que
relatavam (I Pedro 1.10-12). A palavra inspirao enfatiza que as Escrituras vieram de Deus. Muitos falam
de homens inspirados mas, a Bblia foi inspirada e no os escritores humanos.
II. INSPIRAO VERBAL
Quando a palavra verbal usada em conexo palavra inspirao, isso implica em as prprias palavras usadas nas Escrituras serem inspiradas. Ensinar que os escritores
eram meramente ajudados por Deus ou que s as suas
doutrinas eram inspiradas o mesmo que no entender
por completo a doutrina da inspirao.
As provas da inspirao verbal so muitas. Somos
assegurados que o Esprito Santo ensinou palavras (I Corntios 2.13). Nosso Senhor ensinou que todo jota e til
nas Escrituras esto corretos (Mateus 5.18). Davi ensinou
que as palavras do SENHOR so puras e seriam guardadas (Salmos 12.6-7). Outros testificaram que a
inspirao recebida foi verbal (Jeremias 1.9; II Samuel
23.2). Paulo cria que cada palavra da Escritura era
inspirada e isso fica entendido pelo fato de ele construir
doutrinas sobre uma nica letra da Escritura (Glatas
3.16).
III. INSPIRAO VERBAL PLENRIA
O adjetivo plenrio quer dizer completo e deduz que a Bblia toda inspirada. A Bblia no contm a Palavra
-
29
de Deus em alguns lugares, mas ela a Palavra de Deus
na sua totalidade. Isto declarado em II Timteo 3.16,
Toda a Escritura divinamente inspirada.
A Bblia inspirada verbalmente e plenamente vista pela
posio do Senhor Jesus e Seus Apstolos. Cristo usou
todas as partes do Velho Testamento em Seus
ensinamentos (Lucas 24.27), e citou livros tais como
Jonas e Daniel que hoje em dia so atacados pelos
crticos. Em Atos 1.16 e 4.24-25 o Livro de Salmos
referido como a Palavra de Deus. O Apostolo Paulo cita
tanto Moiss quanto Lucas como autoridades (I Timteo
5.18).3 Em II Pedro 3.15-16, achamos que Pedro v as
Escrituras de Paulo como Escritura. A igreja primitiva no sabia da inspirao por grau ou pores no inspiradas da Bblia. A Bblia, toda, deveria ser crida como soprada por Deus.
IV. A LIMITAO DA INSPIRAO
To importante quanto a inspirao verbal das Escrituras,
assegurar-se que somente as Escrituras so inspiradas.
Expandir a inspirao alm da Bblia, para os dias de
hoje, significa minar as verdades da Bblia como uma
revelao completa. Temos o aviso para no
aumentarmos nada na Palavra de Deus (Apocalipse
22.18). As afirmaes de cada profeta moderno so
ataques contra a prpria Palavra de Deus.
3 Neste versculo Paulo cita Deuteronmio e o Evangelho de Lucas. Moiss, quem escreveu o livro de Deuteronmio,
foi o grande profeta reverenciado por todos. Foi ele quem guiou Israel para fora do Egito e escreveu os primeiros
cinco livros da Bblia. Sem a menor dvida, a velhice dos seus escritos poderia impressionar os homens.
Lucas, por outro lado, era um homem mais jovem que Paulo e nem era um apostolo. O fato de Paulo reconhecer os
escritos de ambos com igual autoridade prova nossa doutrina da inspirao.
-
30
Concluso - Alguns tm declarado que para enfatizar o
trabalho do Esprito Santo promover fanatismo. Essa
falsa concluso tem sido trazida por aqueles que vem a
revelao do Esprito Santo fora das Escrituras. Quando
algum entende que o Esprito Santo completou Seu
trabalho na inspirao, e agora est envolvido no abrir
dos coraes para o entendimento das Escrituras, fica
livre de seu erro.
Nota do tradutor. Usamos o termo Pentecostal como adjetivo para nos referir no a uma igreja em particular,
mas a uma crena que tm em comum os dons. Em
relao igreja Catlica, esse termo seria Carismtico. Outros grupos religiosos usariam o termo renovao para se referir ao que queremos nomear como
Pentecostal.
-
31
E Joo testificou,
dizendo: Eu vi o
Esprito descer do cu
como pomba, e
repousar sobre ele.
Joo 1.32
-
32
Captulo 7
OS TIPOS DO ESPRITO SANTO
INTRODUO
Algum disse uma vez que o ensino adequado torna os ouvidos dos homens em olhos. Isto exemplificado na Bblia por tipos, parbolas, comparaes e metforas. As
verdades espirituais so apresentadas numa
multiplicidade de figuras terrestres.
A pessoa e a obra do Esprito Santo so ilustradas nas
Escrituras por vrios tipos. Esses tipos podem ser
objetos, pessoas ou evento, que prefiguram um outro
objeto, pessoa ou evento. Nessa lio queremos examinar
alguns destes tipos do Esprito Santo. Deve ser lembrado
que h tipos que podem especificar mais de uma pessoa
ou evento.
I. POMBA
Em Joo 1.32, encontramos o Esprito tomando a forma
de uma pomba. As caractersticas da pomba fazem dela
um tipo apto do Esprito que so a sua beleza, suavidade,
limpeza e a caracterstica de ela ser facilmente
incomodada (Efsios 4.30). A pomba tambm
inofensiva (Mateus 10.16) e calma. Outras referncias
nas Escrituras onde este tipo usado so as seguintes.
A. Gnesis 1.2, pois o Esprito visto afagando a criao
como um pssaro sobre o seu ninho.
-
33
B. Gnesis 8.6-12, uma pomba solta da arca por No.
Aqui encontramos pelo menos duas figuras do Esprito
Santo.
1. A pomba, no como o corvo, recusou-se a continuar do
lado de fora da arca, onde nenhum lugar limpo podia ser
encontrado. O Esprito, obviamente, s habita naqueles
que tm sido lavados pelo sangue de Cristo.
2. A pomba trouxe de volta uma folha de oliveira como um
sinal de esperana para aqueles que estavam na arca. Isso
prefigura o Esprito que traz a segurana da salvao para
os que esto em Cristo.
Observao. interessante notar que o corvo era um
pssaro abominvel (Levtico 11.15). Aves tambm so
usadas na Escritura como tipos de espritos demonacos
(Mateus 13.4, 19; Apocalipse 18.2).
II. LEO / AZEITE
O leo de oliveira (azeite) foi um artigo de grande
importncia na Palestina, sendo usado como comida,
remdio, iluminao e uno. um tipo constante do
Esprito Santo tanto no Velho Testamento quanto no
Novo Testamento.
A. Em xodo 40.9-11, aprendemos que o tabernculo e os
mveis deveriam ser ungidos com azeite. Como o
tabernculo era uma figura de Cristo, o azeite figurou
Cristo sendo ungido pelo Esprito.
-
34
B. Em xodo 27.20-21, notamos que o interior do
tabernculo era iluminado pelo uso de leo de oliveira.
Como os pertences eram tipos de Cristo, a interpretao
fcil. Sem a iluminao do Esprito de Deus ningum
poderia ver as glorias do nosso Salvador.
C. Em Levtico 14.14-18, aprendemos que na purificao
de uma lepra, foram usados tanto o sangue quanto o
azeite. Isto revela que quando algum convertido e
curado do pecado, operam tanto o sangue de Cristo
quanto a pessoa do Esprito Santo.
D. Os profetas, sacerdotes e reis sendo ungidos
prefiguravam a Cristo como nosso profeta, sacerdote e
rei.
E. Em Levtico 2.1, encontramos a flor de farinha (um tipo
da carne imaculada de Cristo) que foi ungida com azeite
(um tipo do Esprito Santo).
F. O leo freqentemente associado, na Bblia, a curas
(Isaas 1.6; Lucas 10.34; Marcos 6.12-13). O Esprito
Santo sara espiritualmente.
III. GUA
A gua um tipo comum do Esprito Santo na salvao.
O espao probe-nos de nos aprofundarmos neste tipo
como gostaramos.
A. A gua a fonte da vida. Sem gua este mundo seria um
cemitrio desolado e ressecado. Da mesma forma a
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35
presena do Esprito que traz vida e fruto espiritual para
as nossas vidas (Glatas 5.22; Isaas 44.3; Atos 2.37).
B. A terra tem abundncia de gua. Os remidos tambm
tm uma fonte abundante do poder do Esprito (Joo
7.38).
C. necessria gua para a limpeza. o Esprito quem
limpa nossos coraes na regenerao e, continua nos
purificando quando diariamente nos aproximamos de
nosso Pai celestial (Tito 3.5; xodo 29.4).
D. O Esprito Santo comparado gua viva vinda de um
crrego constante. Ele de todas as formas superior aos
poos e s poas estagnadas deste mundo. Enquanto os
prazeres desta vida desaparecem e acabam, o Esprito de
Deus continua sendo uma fonte interior de vida e gozo
(Joo 4.14; 7.37-39).
IV. VENTO
O vento um tipo especial do Esprito porque a palavra
esprito tambm pode ser traduzida como vento (veja captulo 1). Nosso Senhor usa vento como um tipo do
Esprito (Joo 3.8).
A. O vento invisvel na sua obra (Joo 3.8). Cristo assim
revelou a insensatez de conectar a regenerao com
sinais visveis como o batismo.
B. O vento no controlado pelos homens (Joo 3.8). O
Esprito Santo soberano em Suas operaes.
-
36
C. A presena do vento percebida pela sua influncia
(Joo 3.8). Da mesma forma a presena do Esprito Santo
conhecida pela Sua influncia nos coraes.
D. O vento poderoso (Atos 2.1-2). O Esprito Santo pode
quebrar o corao mais duro.
E. Assim como que o vento move um barco a velas, o
Esprito de Deus moveu aqueles que escreveram as
Escrituras (II Pedro 1.21).
F. Da mesma maneira que o vento seco pode murchar a
beleza da natureza, o Esprito Santo pode secar o corao
orgulhoso atravs da Sua obra de convico (Isaas 40.6-
7).
V. FOGO
A. Em Atos 2.3, vemos que o fogo era um sinal da presena
do Esprito. Vemos no Velho Testamento que o fogo
uma evidncia da presena do Senhor (xodo 3.2), da
aprovao do Senhor (Levtico 9.24) e da proteo do
Senhor (xodo 13.21). Talvez, todas essas idias estejam
includas em Atos 2.3.
B. Em Apocalipse 4.5, o Esprito simbolizado por sete
lmpadas de fogo. O nmero sete tem confundido
algumas pessoas, mas parece referir-se ao perfeito
conhecimento dado a Cristo, o ungido de Deus (Isaas
11.1-4; Apocalipse 5.6).
-
37
Concluso - De forma alguma temos tratado de todos os
tipos do Esprito na Bblia, e no temos nos profundado
em cada figura j tratada. Que est lio sirva para
encorajar o leitor em seus estudos.
-
38
Capitulo 8
A OBRA DO ESPRITO SANTO NA GRAA
COMUM - PARTE I
INTRODUO
A graa comum pode ser definida como a bondade de
Deus desmerecida dada ao mundo como um todo. Ela
chamada comum no por desprezo mas, contrariamente, para se distinguir da graa salvadora ou da conhecida graa eficaz. Exemplos da graa comum incluiriam a proviso divina para as necessidades
fsicas do homem (Mateus 5.45; Atos 14.17), a chamada
do evangelho (Marcos 16.15), a influncia crist (Mateus
5.13) e a longanimidade de Deus (Romanos. 9.21-22).
Mesmo que todas essas bnos acima mencionadas
sejam externas, a graa comum efetua-se alm disso para
incluir operaes internas do Esprito de Deus. Algumas
pessoas tm pensado, baseando-se em suas razes no fato
de a chamada eficaz ser estendida apenas aos eleitos, que
o Esprito Santo nunca opera nos outros. Essa uma
concluso falsa. A Bblia menciona muitas operaes do
Esprito Santo nos homens que nunca foram regenerados.
I. RESTRIO DA DEPRAVAO
O poder corruptvel do pecado to grande que s o
poder restritivo do Esprito de Deus probe o mundo de
tornar-se uma fossa insuportvel. O fato de o governo
civil, a famlia, a adorao pblica e um grau de
segurana estarem permitidos deve ser atribudo a graa
comum. A moralidade e a honestidade serem encontrados
-
39
entre os descrentes revela que Deus restringe o homem
quanto a prtica de toda a sua depravao. Pense o que
seria de nosso pas se Deus cessasse sua operao na
preservao da verdade e da obedincia pelo Seu povo.
Poderia este mundo que crucificou a Cristo permitir que
um crente sobrevivesse, se Deus no exercesse restries
(I Timteo 2.1-2; Gnesis 20.1-18)?
Este poder de restrio de Deus revelado pelo fato de
Ele endurecer os coraes ou entregar os homens a iniqidade. Deus no o autor do pecado (Tiago 1.13)
essa expresso deve significar que Deus retirou as
restries que antes eram proibidas a estes indivduos
(xodo 10.1; Salmos 105.25; I Samuel 2.25; Romanos
1.24,26,28). A ao de tirar as restries pode incluir a
permisso de eventos que revelam a natureza pecaminosa
do homem, ou a remoo da conscincia e o medo da
retribuio. As Escrituras tambm revelam que Satans e
os seus demnios incentivaro o homem a pecar sempre
que for permitido por Deus (II Tessalonicenses 2.8-11; I
Reis 22.15-23; I Samuel 16.14).
O poder restritivo do Esprito uma beno que no
devemos esquecer de agradecer a Deus. Os descrentes
que se orgulham da sua moralidade e cultura exterior,
pouco sabem sobre as profundezas da depravao que
est guardada em seus coraes. , de fato, uma verdade
gloriosa Deus restringir todo e qualquer pecado que no
contribui ultimamente para a Sua glria (Salmos 76.10).
II. A ILUMINAO DOS DESCRENTES.
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40
A Bblia ensina claramente que os homens no
regenerados so cegos espiritualmente (I Corntios 1.18;
2.11-14; Efsios 4.17,18). Seus olhos esto fechados
glria de Cristo e natureza da salvao. Contudo, isto
no quer dizer que estes no tm nenhum conhecimento
moral. pelo agrado de Deus, pela Sua obra na graa
comum, que Ele cede algum conhecimento aos no
regenerados.
A. Embora os homens descrentes tenham dio do
conhecimento que provm de Deus, no podem apagar
tal conhecimento por completo das suas mentes
(Romanos 1.23,28). Em todas as naes os homens
admitem a existncia de uma Divindade. O atesmo
nunca foi natural do homem. Isso porque Deus se agrada
em dar uma manifestao universal da Sua existncia
(Romanos 1.19-20).
B. Uma outra manifestao da graa comum a concepo
que os homens tm do bem e do mal. O homem natural
odeia a lei de Deus (Romanos 8.7), mas ele nunca pode
apagar os preceitos da lei. Isto porque o Esprito Santo as
escreve na sua conscincia (Romanos 2.14-16). Esta
referncia prova que qualquer moralidade da parte do
homem no regenerado deve ser atribuda a Deus.
Devemos notar que tanto os salvos quanto os descrentes
tm a lei de Deus escrita em seus coraes (Romanos
2.14,15; Hebreus 8.10). A diferena vista devido os
salvos terem maior revelao espiritual da lei de Deus e
estando capacitados para am-lo (Romanos 7.22). Os
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41
descrentes tm uma viso inferior da lei de Deus que
produz culpa, alm de uma simples restrio ao invs de
uma feliz obedincia.
III. DONS ESPECIAIS
Toda a boa ddiva vem de Deus (Tiago 1.17). Foi o
Esprito quem se apossou de Sanso (Juzes 14.6) e quem
deu capacidade a Bezalel (xodo 31.2-5). Tambm no
podemos atribuir habilidades queles que beneficiam a
sociedade de hoje como obra do Esprito de Deus?
Alm disso podemos encontrar em algumas ocasies
dons espirituais sendo dados aos no regenerados. Como
era Balao foi dado o dom de profecia e Judas teve o
poder de operar milagres (Mateus 10.1). Saul profetizou
e recebeu poder para reinar e lutar com coragem (I
Samuel 10.9-11; 11.6). Em tudo devemos ver que h
diferena entre dons espirituais e graa salvadora, mas,
mesmo assim estes dons so vistos como bnos de
Deus.
IV INFLUNCIAS ESPECIAIS
O Esprito Santo no restringe a Sua atividade aos
eleitos, mas notrio que Ele freqentemente ajuda-os e
protege-os atravs da influncia daqueles que esto ao
seu redor. Aprendemos que Deus controla os coraes
dos reis (Provrbios 21.1). Pode-se pensar em Ciro,
Artaxerxes e Nabucodonosor. Ciro, mesmo sendo um
pago, foi chamado o ungido de Deus devido o propsito especial que Deus tinha para abenoar os
judeus (Isaas 45.1). Lembremo-nos como Jos e Daniel
-
42
acharam favor diante dos seus carcereiros, e Jac foi
salvo da ira de Labo. Tudo isso relembra-nos que Deus
pode influenciar at mesmo os no regenerados para o
bem (Provrbios 16.7).
Concluso - Seja a restrio do pecado ou o suprimento de
necessidades fsicas, todos devem admitir que Deus
bom para os homens (Salmos 145.9). um grande erro
limitar todas as bnos de Deus apenas para os eleitos.
Devemos emular a Deus pela bondade, sendo mostrada
tanto aos bons quanto aos maus entre os homens (Mateus
5.43-48).
-
43
A pessoa que rejeita tanto a graa
comum quanto a graa eficaz
sempre interpretar de maneira
errada no s a Bblia como
tambm muito do que acontece ao
seu redor.
-
44
Captulo 9
A OBRA DO ESPRITO SANTO NA GRAA
COMUM - PARTE II
INTRODUO
Os estudantes da Bblia enfrentam um perigo que o
desenvolvimento de pontos de vista desequilibrados
acerca de doutrinas. A pessoa que rejeita tanto a graa
comum quanto a graa eficaz sempre interpretar de
maneira errada no s a Bblia como tambm muito do
que acontece ao seu redor. Um pastor tempos atrs
atribuiu a deluso de muitos crentes nominais a pregadores que no poderiam discernir entre a graa
comum e a graa salvadora, ou aqueles que pregam a
graa comum sendo suficiente. Nos dias de hoje quantas
pessoas tm errado ao atribuir a regenerao a um
movimento religioso. Ento vamos examinar algumas
das obras do Esprito que provm da regenerao.
I. CONVICO
Em Gnesis 6.3, vemos que o Esprito de Deus
contendeu com os homens antes do dilvio. No h
dvida, o Seu poder fez com que a pregao de Enoque
convencesse a muitos. Desde aquele dia, multides como
Flix (Atos 24.25) tm se espavorido diante da pregao
da Palavra de Deus, enquanto outros como Herodes tm
recebido a Palavra de Deus de bom grado (Marcos 6.20).
Nosso Senhor promete que o Esprito convencer o
mundo do pecado, da justia e do juzo (Joo 16.8-11).
Tanto na Bblia quanto em nossa experincia devemos
-
45
estar convictos de que muitos no sero salvos, mesmo
sabendo como ser tratado por Deus.
II. INFLUNCIAS ESPIRITUAIS
Na regenerao, efetuada uma obra permanente no
esprito do homem. O seu corao movido a amar a
Deus e Seus olhos so abertos para que vejam verdades
espirituais. A f que fruto da regenerao nunca pode
ser vencida (I Joo 5.4,5). Tudo isso atribudo ao poder
do Esprito Santo (Joo 3.5).
Nada menos que um novo nascimento pode salvar um
pecador, no entanto, existem obras menores feitas pelo
Esprito e muitos erram ao pensar que essas obras so a
regenerao. Somente Deus conhece de perto aqueles que
vivem de aparncias e que no so salvos. No
conhecemos homens que parecem amaram a Deus e na
verdade, mais ao fim, caram?
A perseverana parece ser a maior marca que distingue a
regenerao dos efeitos temporrios da graa comum.
Isto ficou to evidente que telogos, no passado, falaram
das influncias da graa comum como sendo a graa
temporria. Queremos frisar trs dos muitos versculos
que provam isto.
A. Em Mateus 13.1-23, temos tanto a parbola do semeador
quanto a exposio inspirada que Cristo faz da mesma.
Esta parbola ensinou o que os discpulos deveriam
esperar em Seus ministrios e isso tem iluminado a
muitos pregadores desde aquele dia.
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46
Talvez a lio mais importante da parbola tenha sido o
fato de muitos terem recebido a Palavra de Deus e
confessado a Cristo, provando isso posteriormente
atravs das suas vidas e reconhecendo que estavam sem
Cristo. Mesmo que o homem, pela sua natureza, odeie a
Deus, alguns, por influncia do Esprito, recebem a Sua
Palavra com alegria (v. 20), porm a mudana no
duradoura. A f verdadeira vitoriosa, mas a f
temporria pode ser vencida pelas perseguies (v. 21),
tentaes (v. 22), e heresias (II Timteo 2.18). A
parbola do semeador ilustrada em todos os lugares
pelas igrejas evanglicas existentes.
B. Em II Pedro 2.20-22, temos um outro caso de
influenciados pelo evangelho, porm mais tarde revelam
o Seu estado no regenerado. O autor tem achado
proveitoso comparar esta referncia com II Pedro 1.3-4
para mostrar a diferena entre a graa comum e a graa
salvadora.
1. Notaremos primeiramente as caractersticas daquelas
pessoas em II Pedro 2.20-22 que s experimentaram uma
mudana temporria
a. Eles escaparam por um certo tempo dos pecados mais
grossos (v. 20).
b. Eles receberam um grau de iluminao (v. 20). Isso
relembra-nos de Balao, que recebeu uma viso de coisas
divinas a ponto que dizer. Que a minha alma morra da morte dos justos (Nmeros 23.10) mas Ele morreu sem Cristo.
-
47
c. Eles caram (v. 20-22). Pedro compara estes aos porcos
e aos ces que s ficavam limpos por pouco tempo, mas
evidentemente as suas verdadeiras naturezas foram
reveladas quando voltaram aos seus velhos hbitos.
2. Vejamos as caractersticas dos homens regenerados em
II Pedro 1.3,4.
a. No s escaparam dos pecados grossos, como tambm
submeteram as suas concupiscncias a Deus.
b. Foram chamados pela sua glria e virtude. c. Foram participantes da natureza divina. d. Receberam a tudo o que diz respeito vida e a
piedade, e no s algumas influncias. e. No h meno de que estes tenham cado.
C. A ltima referncia que veremos est em Hebreus 6.4-6.
Alguns dos judeus que confessaram a Cristo corriam o
risco de recair. O autor da Epstola aos Hebreus adverte
que aqueles que negam a Cristo depois de terem
experimentado influncias graciosas do Esprito de Deus
esto sem esperana. Pensamos em homens tais como
Balao, Judas, Saul, Demas, ou os Israelitas que
morreram no deserto. Eles experimentaram o sopro do
cu, mas morreram perdidos e sem esperana.4
III. O PROPSITO DA GRAA COMUM
O aluno pode estar curioso para saber o propsito de
Deus para a graa comum. Veremos alguns dos
propsitos das operaes do Senhor.
4 Para uma exposio mais ampla de Hebreus 6.4-6, o leitor deve consultar os comentrios de: Joo Brown, Joo Gill,
Arthur Pink ou Adolph Saphir.
-
48
A. A bondade de Deus magnificada. Deus manifesta a Sua bondade pela comida, bebida, respirao e vida, dada
aos Seus inimigos. Deus sofre h muito tempo com
aqueles que insultam o Seu nome. Deus enviou Seu
evangelho de reconciliao a muitos desses rebeldes, e
at mesmo opera em seus coraes uma preocupao
com as coisas espirituais. No verdade que estas coisas,
dadas misericordiosamente por Deus, mostram a sua
bondade?
Algum pode argumentar dizendo que a graa comum
no a graa salvadora, Deus no sincero ao estender a
graa comum. Esta objeo falha, pois a pessoa no
nota que o pecado do homem que faz com que a graa
comum seja ineficaz. Se o homem no fosse totalmente
depravado, ele poderia responder chamada universal do
evangelho. Deus no tem a obrigao de fazer algo para
o homem, e, tudo o que Ele faz manifestao da Sua
bondade.
B. A natureza depravada do homem verdadeiramente exposta pela graa comum. O fato de que qualquer
influncia a menos de uma ressurreio espiritual, revela
realmente o grau da depravao humana. No so as
bnos fsicas, nem uma mensagem de amor, nem a
atrao do Esprito Santo que podem ser aproveitadas at
que uma nova vida seja dada.
Observao. Isso certamente expe a falha da doutrina
Arminiana de que a graa comum a graa suficiente.
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49
C. A graa comum verdadeiramente revela a justia de Deus no julgamento. Em Romanos 1.18-20, podemos ver
que a revelao de Deus pela natureza faz com que o
homem seja inescusvel. Em Romanos 2.15,16,
descobrimos que os pagos sero julgados baseando-se
na lei escrita em seus coraes. Sendo que a graa, de
qualquer jeito, uma opo para Deus, o homem no tem
como se desculpar.
D. A forma como Deus graciosamente trata o mundo como um todo um exemplo de como o crente deve
tratar o seu prximo. Se queremos ser como nosso Pai
Celestial devemos amar e fazer o bem aos nossos
inimigos (Mateus 5.38-48).
Concluso. O autor ora para que cada um ao estudar esta
lio possa achar algum discernimento sobre como Deus
opera para com o homem. H muitos que descansam
numa experincia passageira e precisam ser acordados a
sua real condio. Quando Cristo disse, Porfiar por entrar pela porta estreita; (Lucas 13.24) no foi uma advertncia a que atentssemos ao tipo de f que temos?
No deveriam entender este assunto todos os que
trabalham com almas se quisessem ser guias fieis para os
cegos?
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Captulo 10
A OBRA PREPARATRIA DO ESPRITO NA
SALVAO
INTRODUO
H uma obra comum que preparatria a regenerao e
que acontece no corao do pecador. Devido a salvao
ser tanto uma obra moral quanto legal deve ser esperada
essa preparao. Aqueles que vo gozar eternamente dos
benefcios da f em Cristo so primeiramente tocados
para que vejam a necessidade de terem a Cristo. O
homem egosta deve ser quebrado para que o Salvador
possa receber toda a glria na salvao.
Antes de comear este tpico, devemos ser alertados para
que nos lembremos que o Esprito Santo um agente
soberano na salvao. Ele opera como quer, e a
experincia de uma pessoa no deve tornar-se um padro
para os outros. Algumas pessoas tm convico por
mses, enquanto outros logo reconhecem a plena certeza
da salvao (Atos 8.25-39; 16.25-34). Alguns, como
Paulo, encontram o Senhor sem O estar procurando
(Romanos 10.20). Para alguns parece ser permitido ver a
profundidade da sua depravao antes que achem a paz,
enquanto outros reconhecem o seu pecado por completo
s depois da salvao. Podemos regozijar porque s Deus
conhece nossos coraes, s Ele sabe o que melhor
para cada pessoa.
Tendo o cuidado de lembrar estes fatos, estudaremos
algumas das obras preparatrias do Esprito na salvao.
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51
I. DESPERTAR
Ningum pode superestimar o perigo em que se
encontram os homens pecadores (Joo 3.18; Hebreus
10.31), a Bblia retrata-os como sendo adormecidos,
cegos, mortos e inconscientes. A morte, o pecado, o
julgamento e a eternidade no so realidades para os no
regenerados (Isaas 28.15). Os homens dormem a beira
do inferno.
No despertar do pecador, o Esprito de Deus impressiona
a mente sobre a realidade da eternidade e do juzo. O
pecador torna-se consciente de que est perigosamente
sob a ira de Deus. Os assuntos espirituais tornam-se
importantes. Nem todos os despertados vm salvao.
Alguns voltam a dormir atravs de uma confisso vazia
de religio ou pela fora do mundo (Atos 24.25).
II. ILUMINAO
Enquanto apenas os regenerados so renovados para o conhecimento (Colossenses 3.10) os no salvos podem receber um grau de iluminao. Quando um pecador est
convicto, ele pode ser ignorante em relao natureza da
f, mas v claramente o perigo do pecado e a gravidade
da eternidade. Pela primeira vez, a sua alma torna-se
importante. No requer tudo isso um grau de iluminao?
At mesmo o homem natural pode ser movido a temer o
Inferno e a estar preocupado com o seu eterno bem. Isto
claramente diferente da luz da regenerao que capacita o
homem para amar a Deus. Esta iluminao
-
52
simplesmente um alerta na mente natural do homem para
que ele veja o perigo do pecado e do juzo.
III. CONVICO
Enquanto o despertar trata mais com o perigo, a convico a obra de Deus pela qual revelada a causa do perigo. Pela convico, o homem convencido
e reprovado a respeito de sua condio pecaminosa. S
esta pode dar ao pecador o desejo de conhecer a Cristo.
Uma forma de palavras, mesmo bem elaboradas, Nunca pode salvar almas;
O Esprito Santo deve lhes golpear,
E a ferida por completo sarar.
A. As reas de convico - Em Joo 16.8-11, achamos trs
reas pelas quais o homem convencido.
1. Do pecado - Deus convence os homens dos pecados grossos que tenham feito (Atos 2.36-37), do pecado
original, da falha ao cumprir os deveres e do pecado da
incredulidade.
2. Da justia - Os homens so convencidos da justia de Cristo, e da necessidade de Sua justia (Mateus 5.6).
3. Do juzo vindouro - Juzo geralmente refere-se a domnio. Os homens so convencidos que Satans ser
vencido, e Cristo ser o Rei, e a resistncia tolice. Os
poderes do mal no tero oportunidade de vencer, mas
todos ficaro diante de Deus.
B. Necessidade de convico.
-
53
1. Sem a convico, os homens nunca estariam prontos para admitir a sua total profanao, nem viriam a Cristo
como mendigos desesperados. Cristo tudo (Colossenses 3.11) na salvao, e Deus gostaria que os
remidos entendessem isso. A convico, ento, prepara a
alma para a f em Cristo.
2. A convico preparatria ao arrependimento. A tristeza segundo Deus (II Corntios 7.10) precede o
arrependimento que uma mudana permanente do
corao e da mente acerca do pecado.
C. Os meios para a convico. Mesmo a convico sendo
um trabalho do Esprito de Deus, Ele se agrada por usar
certas verdades neste trabalho. Assim como Ele usa
freqentemente as verdades da ira divina para despertar
os pecadores, para a convico, Ele tambm usa.
1. A lei (Romanos 3.19-20; 7.7-13). Os homens geralmente julgam-se pelas aes do seu prximo, mas pela
convico eles entendem que a glria de Deus o que
falta para eles (Romanos 3.23).
2. A bondade de Deus (Romanos 2.4). Muitos tm dado testemunho de que foi o entendimento da bondade de
Deus que lhes convenceu dos seus pecados.
D. As marcas da verdadeira convico.
1. A verdadeira convico faz com que os homens aceitem suas culpas (Salmos 51.4; Lucas 18.9-14).
2. A verdadeira convico destri o egosmo do homem (Lucas 18.9-14; Isaas 64.6).
3. A verdadeira convico encara o pecado como sendo contra Deus (Salmos 51.4; Lucas 15.18).
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54
4. A verdadeira convico guia o convencido a Cristo, e no ao desespero mundano (II Corntios 7.10).
A convico pode no ser uma obra agradvel, mas
necessria. Ver como somos, um pr-requisito para que
vejamos a Cristo. Nas primeiras quatro bem-
aventuranas (Mateus 5.3-6) nosso Senhor explica que s
os que conhecem a verdadeira convico so realmente
abenoados.
IV. UM DESEJO PARA OS MEIOS DA GRAA
Antes de uma alma ser convertida, o Esprito Santo
freqentemente produz no sujeito o desejo de orar e ouvir
a Palavra de Deus.
Concluso - Tomara que cada aluno da Palavra de Deus
possa agora ver que o propsito da obra preparatria do
Esprito fazer com que o pecador estime ao Senhor
Jesus Cristo. Cada obra do Esprito leva o pecador mais
perto da realizao, pois s a f em Cristo pode salvar a
alma.
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55
Aquele que conduz a alma a se orgulhar
Ou gabar-se de qualquer feito,
A no ser Cristo crucificado,
No do Esprito Santo.
O Esprito Santo deixa de falar
O que Ele mesmo tem sido,
Mas move o pecador a procurar
A Salvao pelo Filho.
Ele nunca leva o homem a dizer
Graas a Deus, Sou to jus. Mas muda o Seu olhar para ver
O sangue de Jesus.
Imensas graas Ele nos d
Mas tudo a Jesus - O Verdadeiro
Ele felizmente diz e cr
A salvao pelo Cordeiro.
Joseph Hart
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56
Captulo 11
A OBRA DO ESPRITO SANTO NA
REGENERAO
INTRODUO
As palavras novo nascimento tm se tornado comuns nos crculos religiosos hoje em dia. Sabendo que Satans
um mestre para redefinir termos bblicos necessrio
portanto reafirmar continuamente o significado bblico
destas palavras.
I. A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO
Em Joo 3.3 e 5, nosso Senhor afirma claramente que a
regenerao necessria para a salvao. O homem no
s precisa de perdo para que tenha comunho com
Deus, como tambm a sua natureza deve ser renovada. O
homem cado natural (I Corntios 2.14), sensual (Judas
19) e carnal (Romanos 8.5-7), o oposto ao espiritual (I
Corntios 2.15). Cristo revela que h uma distino
imutvel entre o que nascido da carne e o que nascido
do Esprito. A carne pode ser religiosa, refinada, educada
e ter aparncia moral, mas ainda carne (Joo 3.6).
Cada parte do homem natural corrompida pelo pecado.
A sua mente entenebrecida s coisas de Deus (I
Corntios 1.18; 2.14; Efsios 4.18). Seu corao est
numa condio de inimizade contra Deus (Romanos 8.7;
Jeremias 17.9). A sua vontade livre somente para
cumprir os desejos de uma natureza depravada (Joo
1.13; Romanos 9.16; Filipenses 2.13). A carne torna-se
completamente intil para as coisas de Deus (Joo 6.63).
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II. A NATUREZA DO NOVO NASCIMENTO
A. Regenerao definida.
A mudana exigida pela alma do homem, capacitando-o
a entrar no reino de Deus chamada regenerao (Tito 3.5), nascer de novo (Joo 3.3) ou nascido do Esprito (Joo 3.6). A regenerao uma obra instantnea do Esprito de Deus pela qual uma disposio
santa dada alma. As afeies so renovadas pelo amor
a Deus, e a mente iluminada e capacitada para o
entendimento do reino espiritual. Assim como a mudana
que acontece na terra durante o milnio chamada
regenerao (Mateus 19.28), o novo nascimento a
renovao da alma do homem.
B. Regenerao ilustrada.
A maravilhosa mudana que acontece na regenerao
ilustrada de muitas maneiras. Examinamos algumas
terminologias aplicadas ao Novo Nascimento para
melhor ilustrarmos a sua natureza.
1. Regenerao ou Novo Nascimento - No so estas palavras meras comparaes daquilo que acontece no
milagre da graa, na alma do homem? Na gerao fsica,
nova vida dada e os traos familiares so reproduzidos.
No so estas verdades que fazem do nascimento uma
figura maravilhosa da obra da graa de Deus no homem?
2. Ressurreio - Efsios 2.1,5 3. Renovao - Colossenses 3.10 4. Translado - Colossenses 1.13 5. Novo corao - Ezequiel 36.26
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58
6. A lei escrita no corao - Hebreus 8.10 7. Nova natureza - II Corntios 5.17 8. Resplandecer com luz - II Corntios 4.6 9. Uma rvore boa - Mateus 7.17 10. Criao - Efsios 2.10
C. Regenerao experimentada.
A regenerao no sensorial (algo que pode ser sentido),
mas acontece num nvel alm da conscincia humana.
Isso no quer dizer que o novo nascimento nunca
acompanhado por fortes emoes, porm a obra da
regenerao em si no algo sentido, mas reconhecido
pelo seu fruto na vida. A converso resultado do novo
nascimento e isto ns experimentamos. A regenerao
uma ao de Deus, mas a converso uma ao do
homem, produzida pelo novo nascimento.
III. O AGENTE NA REGENERAO
A regenerao no produzida pelo batismo, pela
vontade humana (Joo 1.13), ou qualquer outra obra, mas
uma obra especifica de Deus na alma. Como o vento
(poderoso, fora do controle do homem e invisvel) esta
obra no produzida, controlada ou entendida pelo
homem (Joo 3.8). Esta obra freqentemente atribuda ao
Esprito Santo uma ao instantnea e completa de
Deus sobre a alma. Mesmo que Deus venha a usar meios
para salvar os eleitos, deve ser entendido que a prpria
regenerao no um esforo conjunto (Divino +
humano). A Bblia apresenta o novo nascimento como
uma necessidade absoluta e no como mandamento a ser
obedecida pelo homem (Joo 3.3).
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59
Agora estamos diante de uma importante pergunta sobre
o lugar do evangelho na regenerao. A Palavra de Deus
freqentemente mencionada em conexo com o novo
nascimento (I Corntios 4.15; Tiago 1.18; I Pedro 1.23;
Salmos 119.93). Qual a parte exata que o evangelho,
escrito ou pregado, tem nessa obra? Alguns exageram ao
ensinar que muitos so regenerados sendo que nunca
ouviram o evangelho. Vamos considerar este assunto.5
Devemos entender primeiramente que mesmo a
regenerao sendo uma obra direta de Deus sobre a alma
do homem, pela sua natureza ela feita em conjunto com
o evangelho (Divino + Divino). A regenerao produz f,
e a f torna-se impossvel sem o evangelho (Romanos
10.17). Como pode algum crer num Salvador do qual
nunca ouviu falar (Romanos 10.14)? A regenerao nos
d um corao de conhecimento e amor a Deus (Jeremias
24.7). Isso tambm envolve o conhecimento das
Escrituras, de quem Deus. Se a regenerao no
acontece em conjunto com a Palavra de Deus no h f,
amor, santidade, e nem o conhecimento espiritual pode
ser produzido por ela.
Em I Tessalonicenses 1.4-5, encontramos Paulo dizendo
aos crentes de Tessalnica que ele sabe da sua eleio
pelo fato de o evangelho vir a ele em poder. Por meio da
regenerao Deus d fora ao evangelho abrindo os
coraes para receb-lo (Atos 16.14). Muitos daqueles
que gastaram as suas vidas na igreja tm testemunhado
5 O caso de crianas morrendo na infncia no est sendo considerado.
-
60
que quando Deus os salvou eles se sentiram como se
estivessem ouvindo o evangelho pela primeira vez.
Aqueles que ensinam que a regenerao pode acontecer
aparte do evangelho parecem temer os que no
concordam com eles pois repartam o credito da obra de
Deus com o pregador. Eles falam do nosso ponto de vista
como regenerao evanglica e crem que temos abaixado a regenerao a uma mera obra de persuaso
moral. Estes temores, portanto, no tm apoio nenhum.
Vejamos a regenerao como uma obra soberana e direta
de Deus sobre a alma, mas no distoramos as Escrituras
com o ensinamento que as pessoas podem experiment-la
fora do evangelho. Isso seria o mesmo que Deus dar ao
homem o poder de viso mesmo falhando na criao a
luz com a qual o prprio homem deve ter para ver. Isto
um insulto sabedoria de Deus.
IV. O FRUTO DA REGENERAO
Devido a regenerao ser conhecida apenas pelos seus
frutos, vale a pena saber os efeitos que a regenerao
produzir no homem. Como podemos saber se somos
nascidos de novo ou meramente enganados? Vamos listar
algumas das virtudes que a regenerao produz na alma.
A. F - I Joo 5.4,5; Hebreus 12.2; I Pedro 1.3; Atos 18.27.
(O leitor no deve entender que estamos dizendo que a
regenerao vem antes da f cronologicamente. A
regenerao precede a f somente como sua causa. A f
produzida instantaneamente pelo poder regenerador de
Deus e assim simultnea regenerao
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61
cronologicamente. Isto pode ser exemplificado da
seguinte maneira. Uma bala atirada numa parede
instantaneamente produz um buraco. Em relao ao
tempo, a ao da bala atingir a parede no pode ser
separada do efeito produzido, mas a bala a causa do
buraco. A graa regeneradora produz instantaneamente a
f, mas a precede como causa).
B. Arrependimento - II Timteo 2.25.
C. Amor a Deus - I Joo 4.19
D. Amor aos outros crentes - I Joo 4.7; 3.14.
E. Perseverana - Filipenses 1.6; I Joo 5.4,5.
Concluso - Esperamos que o entendimento do leitor sobre
o novo nascimento tenha sido ajudado. H muitos que
erram pensando que toda experincia religiosa essa
maravilhosa obra da graa. O conhecimento do novo
nascimento no necessrio s para fazermos firme
nossa prpria chamada e eleio, mas tambm
necessrio se quisermos ser verdadeiras testemunhas aos
outros.
-
62
Capitulo 12
A HABITAO DO ESPRITO SANTO
INTRODUO
Os Apstolos ficaram tristes e confusos quando da
meno da morte de Cristo e de Sua partida. Na noite
anterior a da Sua crucificao, o Salvador fortaleceu-os
falando da vinda de um outro Consolador (Joo 14.16,
17). Este Consolador no s estaria com eles durante a
vida como verdadeiramente habitaria neles. A habitao
do Esprito de Deus ainda consolo e sustento para os
crentes. Nosso Salvador no est conosco em carne
enquanto ns enfrentamos as aflies de cada dia, mas h
Um maior do que o mundo (I Joo 4.4).
I. A DOUTRINA BBLICA DECLARADA.
O Novo Testamento ensina que o corpo de cada crente
lugar de habitao para o Esprito de Deus (I Corntios
6.19; Joo 7.38,39). A habitao do Esprito no deve ser
confundida com Suas obras graciosas no crente. A
regenerao e os dons do Esprito devem ser distinguidos
do dom da prpria pessoa do Esprito (I Corntios 12.4;
Atos 2.38).
II. UMA VISO FALSA
Nenhuma verdade bblica tem escapado da perverso das
mos dos homens. O erro mais comum referente a
habitao do Esprito nos crentes a afirmao de que
essa beno no comum a todos os crentes. Muitos
ensinam que a salvao deve ser complementada por uma
outra experincia antes que algum possa gozar da
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63
presena e do poder do Esprito. A essa experincia
chamam de segunda beno, santificao, ou batismo
com o Esprito Santo. Enquanto vrios grupos aumentam
seus prprios conceitos, a idia geral permanece a
mesma.
A falha fundamental deste ensinamento est na idia de
que a salvao deve ser suplementada. Estando em Cristo
o crente alcana todas as bnos (Colossenses 2.10;
Efsios 1.3; I Corntios 1.30). Quando os homens deixam
de estar atentos a Cristo eles cometem erros. O dom do
Esprito Santo vem para ns atravs da salvao por
Cristo no como um suplemento (Romanos 8.32; Joo
7.39). O Esprito Santo veio para magnificar a Jesus
Cristo e no para chamar a ateno a Si (Joo 15.26).
III. A DOUTRINA BBLICA PROVADA
J tem sido mencionado os versculos que mostram nossa
doutrina claramente, e estes que seguem revelaro que h
muitas outras verdades bblicas que sugerem a habitao
do Esprito Santo em cada crente.
A. O Esprito recebido atravs da f. A condio da
salvao e o recebimento do Esprito so iguais - Efsios
2.8; Joo 7.38,39; Atos 11.16,17; Glatas 3.2; Efsios
1.13.
B. Aqueles que esto sem o Esprito no so salvos -
Romanos 8.9; I Corntios 2.9-15; 12.3; Judas 19.
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64
C. A presena do Esprito necessria para que algum
seja ressurgido ou transladado - Romanos 8.11.
D. O Esprito um dom - Atos 10.45.
E. A segurana da salvao est baseada em ns termos o
Esprito - I Joo 4.13; 3.24; Romanos 8.15,16; 5.5.
F. Os crentes so vencedores - I Joo 4.3,4.
G. Deus nos d o Esprito porque somos filhos - Glatas
4.6.
A simples idia de um cristo no ter o Esprito
contraditria a todos os ensinamentos da Bblia sobre a
salvao.
IV. PROBLEMAS RESOLVIDOS
Deixe-nos gastar alguns momentos com versculos
usados no ensino do falso aspecto dessa doutrina.
A. Efsios 5.18 - O enchimento do Esprito e a habitao no devem ser confundidos. Ns nunca somos instrudos a sermos habitados pelo Esprito de Deus.
B. Atos 5.32 - A obedincia mencionada aqui
simplesmente a f em Cristo. II Tessalonicenses 1.8; Joo
6.28,29; 7.39.
C. Passagens relacionadas ao batismo com o Esprito Santo
- veja o captulo 20.
-
65
Estas coisas vos escrevi a vs, os
que credes no nome do Filho de
Deus, para que saibais que
tendes a vida eterna,
e para que creiais no nome do
Filho de Deus.
I Joo 5.13
-
66
Capitulo 13
A OBRA DO ESPRITO NA SEGURANA
INTRODUO
O Senhor deseja que o seu povo goze da segurana na
salvao. Durante o seu ministrio terreno, nosso
Salvador assegurou isso com Seus prprios lbios para
aqueles que criam nEle (Joo 14.1-3; Lucas 23.43).
Tendo subido ao cu nosso Salvador enviou-nos outro
Consolador. Agora, o Esprito Santo tem uma obra
definida produzindo segurana na salvao.
Antes de iniciarmos o estudo da obra do Esprito na
segurana, vamos rever algumas verdades bsicas
referentes a esse assunto. Isso beneficiar queles que
nunca estudaram esse assunto antes.
I. A DOUTRINA DA SEGURANA
A. A possibilidade da segurana.
1. No passado o povo de Deus experimentou da segurana - Salmos 23.6; II Corntios 5.1; Hebreus 11.13; Filipenses
1.21; I Joo 4.16.
2. A Palavra de Deus declara que ns podemos ter segurana - I Joo 5.13; 3.14.
3. Deus manda procurarmos a segurana - II Pedro 1.10; II Corntios 13.5.
4. A graa de Deus a base da segurana - Romanos 4.16
Aqueles que fazem que a salvao dependa, em parte, do
trabalho do homem nunca podero pregar segurana em
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67
Cristo. Isso ilustrado em todos os grupos que ensinam
que o homem deve obter ou manter sua salvao com as
suas prprias foras.
B. A necessidade da segurana.
A segurana na salvao necessria tanto para o gozo
como para o servio do crente. A base do nosso regozijar
a certeza da salvao (Lucas 10.20; Romanos 5.2). O
servio dos crentes no motivado pelo medo, mas pela
segurana (Romanos 8.15; Glatas 4.5-7). No somos
servos aterrorizados, mas filhos de Deus, alegres. Nossa
f opera por amor (Glatas 5.6). A segurana completa
pode no ser possuda por todos os crentes, nem possuda
por qualquer um ao mximo, o tempo todo, mas cada
crente deve procurar fazer cada vez mais firme a vossa vocao e eleio (II Pedro 1.10).
C. A base da segurana.
A segurana est baseada na Palavra de Deus, ou em nossa experincia? Esta pergunta revela o que est enganando a muitos porque manifesta uma provocao
de experincia Crist contra a Bblia. um engano
firmarmos a nossa segurana em experincias que no
tm base Bblica, contudo nosso estudo contnuo
evidenciar que a nossa experincia Crist faz parte da
segurana. Hoje muitos tm sido instrudos a viver pela f sem nunca terem experimentado um trabalho da graa, e se acharo finalmente enganados. Rejeitar
ensinos Bblicos relativos experincia Crist em relao
segurana no f em, mas, ignorncia de a Palavra de Deus. Deixe-nos, ento, entender que a
-
68
Palavra de Deus a base da nossa f, e o juiz (em lugar
de a substituio) de nossa experincia.
II. O TRABALHO DO ESPRITO NA SEGURANA.
Existem inmeros trabalhos realizados pelo Esprito
Santo na segurana. Para uma melhor compreenso
dividiremos esses trabalhos em trs categorias. Essas
categorias podem ser referidas como trs nveis de segurana.
A. As condies do Evangelho - Atos 20.21; Joo 3.16;
Lucas 13.3; Atos 10.43; Atos 17.30; Lucas 24.46-47.
Qualquer pessoa que queira segurana, certamente deve
comear reconhecendo se tm sido satisfeitas as
condies pelas quais Deus perdoa os pecadores. Essas
condies claramente so. o arrependimento e a f.
Lembre-se que mesmo que ambos, o arrependimento e a
f, sejam expressos pelo homem, contudo as habilitaes
provm do poder do Esprito Santo.
1. Arrependimento - no deve ser confundido
arrependimento evanglico com penitncia ou reforma.
Arrependimento uma mudana de mente que envolve.
a) Uma convico da impiedade pessoal. b) Uma tristeza piedosa do pecado - II Corntios 7.10. c) O desejo de ser perdoado e limpo do pecado. O
verdadeiro arrependimento envolve muito mais do que
um desejo de perdo. O pecador verdadeiramente
arrependido deseja a salvao da penalidade, do poder e
da presena do pecado.
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O arrependimento no deve ser confundido com o
afastamento do pecado, o voltar-se a Deus e a f em
Cristo. Essas coisas sempre seguem o arrependimento e
verificam sua presena, contudo eles devem ser
distinguidos (Marcos 1.15, Atos 26.20, Atos 3.19,
Mateus 3.8).
2. F - A f salvadora no deve ser confundida com um
mero consentimento histrico (Tiago 2.19), ou com uma
experincia emocional temporria.
A verdadeira f envolve.
a. Uma convico espiritual da verdade, do evangelho (I Corntios 2.4-5, I Tessalonicenses 1.4-5 e 2.13).
b. Um corao inteiramente voltado a Jesus Cristo para a salvao (Romanos 10.8-10, Atos 16.30-31)
Alguns podem desejar saber o porqu ns no
encerramos nossa discusso sobre a segurana nesse
ponto. Porm, o fato das Escrituras terem muito mais a
dizer sobre a segurana, revela que uma pessoa pode
arrepender-se verdadeiramente e confiar em Cristo,
mesmo que ainda no tenha a segurana completa. A
segurana no faz parte da essncia da f. Olhar para
Cristo para a salvao no o mesmo que saber que Ele
nos salvou (I Joo 5.13, II Corntios 13.5). Os cristos
novos freqentemente temem que sua f no seja
verdadeiramente a f salvadora. Dvidas sobre suas
experincias e estado podem atorment-los.
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Aqueles que ensinam que a f e a segurana so iguais
confundem a muitos. Eles dizem freqentemente se voc tem confiado em Cristo, verdadeiramente voc no
tem dvidas. Isso o mesmo que fundar a segurana em nossa experincia de segurana e isso muito
desconcertante para o fraco ou trmulo filho de Deus.
Isso o mesmo que ensinar que temos que acreditar que
somos salvos para que sejamos salvos.
A doutrina Bblica prega que a segurana o ato natural
de reflexo, ou conseqncia da f. A segurana deveria
seguir a f como resultado de um auto-exame e estudo
das Escrituras (I Joo 5.13).
Tendo discutido esse assunto ns queremos proceder
com os outros nveis da segurana. Atravs desses nveis o novo crente chegar segurana completa.
B. O fruto da regenerao.
Como a pessoa pode saber se a f que ela tem
verdadeiramente a f do eleito de Deus? O livro de I Joo foi escrito em sua totalidade como resposta a esta
pergunta (I Joo 5.13). Podemos ver que aqueles que tm
renascido verdadeiramente tero certamente evidncias
em suas vidas. Da mesma maneira que o Pato Feio reconheceu sua verdadeira identidade vendo seu reflexo,
assim o crente v maior segurana no s nas marcas da
regenerao explicadas na Escritura, mas tambm nas
que so produzidas em seu prprio corao. O Esprito
testemunha em conjunto com nosso prprio esprito,
dando-nos a certeza de sermos filhos de Deus (Romanos
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8.16). No o testemunho de nosso prprio esprito a
prova pessoal de que o Esprito Santo nos fez novas
criaturas em Cristo (II Corntios 5. 17)?
Nosso Senhor disse que uma rvore reconhecida por
seus frutos (Mateus 7.17-20). Paulo soube que as pessoas
de Tessalnica eram eleitas devido o trabalho do Esprito
Santo em suas vidas (I Tessalonicenses 1.4-6). A seguir
esto listadas algumas das marcas da regenerao que
verdadeiros crentes reconhecero em suas vidas.
1. Conscincia da depravao pessoal - I Joo 1.8 e 10, Mateus 5.3-4, Romanos 7.22-25.
2. Um novo desejo de obedecer a Deus - I Joo 2.3, 5.2-3, 3.18-19, Romanos 8.14.
3. Amor para com o povo de Deus - I Joo 3.14-15. 4. F duradoura - I Joo 5.4. 5. Ouvidos abertos para a Palavra de Deus - I Joo 4.6. 6. Amor para com Deus - I Joo 4.19. 7. Uma nova atitude para com o sistema deste mundo - I
Joo 2.15.
Deixe-me concluir esta seo recordando o leitor que as
marcas da regenerao no nos salvam porm revelam
que somos salvos. O lado espirit