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Junho de 2018 MODERNIZAR E SIMPLIFICAR A POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM DIRECIONADA, FLEXÍVEL E EFICAZ A política agrícola comum (PAC) é uma das políticas da UE mais antigas e importantes. Desde a sua criação na década de 1960, assegurou as normas mais exigentes do mundo em matéria de segurança alimentar e segurança e qualidade dos alimentos na Europa, ao mesmo tempo que evoluiu em muitas ocasiões, adaptando-se à evolução das necessidades dos cidadãos europeus e aos desafios que se colocam cada vez mais à escala mundial. Embora permaneça essencialmente uma política que foi concebida para apoiar os agricultores europeus e garantir a segurança alimentar na Europa, a PAC faz hoje muito mais do que isso. A Europa precisa de um setor agrícola resiliente, sustentável e competitivo capaz de garantir a produção de alimentos de elevada qualidade, seguros e a preços acessíveis para os seus cidadãos e um forte tecido socioeconómico das zonas rurais, contribuindo a PAC de forma significativa para alcançar todos estes objetivos. Com base em nove objetivos claros, que refletem os pilares económico, ambiental e social da política, a futura PAC continuará a assegurar o acesso a alimentos de elevada qualidade e a prestar um forte apoio ao modelo europeu de exploração agrícola, único no seu género, centrando-se mais no ambiente e no clima, apoiando a transição contínua para um setor agrícola sustentável e o desenvolvimento de zonas rurais dinâmicas. UM ORÇAMENTO SÓLIDO PARA UMA PAC FORTE Para o período 2021-2027, a Comissão Europeia propõe um orçamento total ambicioso de 365 mil milhões de EUR, o que significa que praticamente um terço do orçamento total da UE será destinado à PAC e evidencia a importância que se continua a atribuir a esta política. O orçamento da PAC será repartido entre os seus dois «pilares» tradicionais: apoio direto aos agricultores/medidas de gestão do mercado e desenvolvimento rural. A fim de permitir que os Estados-Membros adaptem melhor a política às prioridades do seu setor agrícola, estes terão a possibilidade de transferir até 15 % das suas dotações da PAC entre os pagamentos diretos e o desenvolvimento rural. Os Estados-Membros terão também flexibilidade para transferir uma percentagem adicional de 15 % do 1.º pilar para o 2.º pilar destinada às medidas em matéria de ambiente e de clima sem cofinanciamento. Um montante adicional de 10 mil milhões de EUR será disponibilizado através do programa europeu de investigação Horizonte Europa para apoiar a investigação e a inovação especificamente nos setores alimentar, agrícola, do desenvolvimento rural e da bioeconomia. «A proposta de hoje cumpre os compromissos assumidos na Comunicação da Comissão sobre o futuro da alimentação e da agricultura: modernizar e simplificar a política agrícola comum, assegurar uma verdadeira subsidiariedade aos Estados-Membros, por forma a refletir melhor as suas circunstâncias específicas, assegurar uma agricultura mais resiliente na Europa e aumentar a ambição da PAC nos domínios climático e ambiental, incluindo a sua contribuição para a ação climática.» Phil Hogan, Comissário responsável pela Agricultura e Desenvolvimento Rural ORÇAMENTO DA UE: A PAC APÓS 2020 #EUBudget #FutureofCAP

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Junho de 2018

MODERNIZAR E SIMPLIFICAR A POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM DIRECIONADA, FLEXÍVEL E EFICAZ

A política agrícola comum (PAC) é uma das políticas da UE mais antigas e importantes. Desde a sua criação na década de 1960, assegurou as normas mais exigentes do mundo em matéria de segurança alimentar e segurança e qualidade dos alimentos na Europa, ao mesmo tempo que evoluiu em muitas ocasiões, adaptando-se à evolução das necessidades dos cidadãos europeus e aos desafios que se colocam cada vez mais à escala mundial. Embora permaneça essencialmente uma política que foi concebida para apoiar os agricultores europeus e garantir a segurança alimentar na Europa, a PAC faz hoje muito mais do que isso. A Europa precisa de um setor agrícola resiliente, sustentável e competitivo capaz de garantir a produção de alimentos de elevada qualidade, seguros e a preços acessíveis para os seus cidadãos e um forte tecido socioeconómico das zonas rurais, contribuindo a PAC de forma significativa para alcançar todos estes objetivos. Com base em nove objetivos claros, que refletem os pilares económico, ambiental e social da política, a futura PAC continuará a assegurar o acesso a alimentos de elevada qualidade e a prestar um forte apoio ao modelo europeu de exploração agrícola, único no seu género, centrando-se mais no ambiente e no clima, apoiando a transição contínua para um setor agrícola sustentável e o desenvolvimento de zonas rurais dinâmicas.

UM ORÇAMENTO SÓLIDO PARA UMA PAC FORTE

Para o período 2021-2027, a Comissão Europeia propõe um orçamento total ambicioso de 365 mil milhões de EUR, o que significa que praticamente um terço do orçamento total da UE será destinado à PAC e evidencia a importância que se continua a atribuir a esta política. O orçamento da PAC será repartido entre os seus dois «pilares» tradicionais: apoio direto aos agricultores/medidas de gestão do mercado e desenvolvimento rural.

A fim de permitir que os Estados-Membros adaptem melhor a política às prioridades do seu setor agrícola, estes terão a possibilidade de transferir até 15 % das suas dotações da PAC entre os pagamentos diretos e o desenvolvimento rural. Os Estados-Membros terão também flexibilidade para transferir uma percentagem adicional de 15 % do 1.º pilar para o 2.º pilar destinada às medidas em matéria de ambiente e de clima sem cofinanciamento.

Um montante adicional de 10 mil milhões de EUR será disponibilizado através do programa europeu de investigação Horizonte Europa para apoiar a investigação e a inovação especificamente nos setores alimentar, agrícola, do desenvolvimento rural e da bioeconomia.

«A proposta de hoje cumpre os compromissos assumidos na Comunicação da Comissão sobre o futuro da alimentação e da agricultura: modernizar e simplificar a política agrícola comum, assegurar uma verdadeira subsidiariedade aos Estados-Membros, por forma a refletir melhor as suas circunstâncias específicas, assegurar uma agricultura mais resiliente na Europa e aumentar a ambição da PAC nos domínios climático e ambiental, incluindo a sua contribuição para a ação climática.»

Phil Hogan, Comissário responsável pela Agricultura e Desenvolvimento Rural

ORÇAMENTO DA UE:A PAC APÓS 2020#EUBudget #FutureofCAP

A futura PAC simplificará consideravelmente e modernizará o modo como a política opera, gerando um valor acrescentado significativo para os agricultores e para a sociedade em geral. A política irá transferir a ênfase da regulamentação e sua aplicação para os resultados e o desempenho. A abordagem única será substituída por um sistema mais flexível, que conferirá maior liberdade aos Estados-Membros da UE para decidirem qual o melhor modo para alcançar os objetivos comuns, ao mesmo tempo que responde às necessidades específicas dos seus agricultores e comunidades rurais. A nova PAC encorajará e apoiará um maior recurso às tecnologias modernas e às inovações. Um nível mais elevado de ambição, em especial no que diz respeito ao ambiente e ao clima, será complementado por uma série de controlos e balanços a fim de assegurar que tanto os agricultores como os Estados-Membros cumprem as suas obrigações.

UM NOVA FORMA DE TRABALHAR

TOMAR MEDIDAS EM RELAÇÃO

ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

AUMENTAR A COMPETITIVIDADE

PROMOVER ZONAS RURAIS

DINÂMICAS

PROTEGER A QUALIDADE DA

ALIMENTAÇÃO E DA SAÚDE

PRESERVAR AS PAISAGENS E A

BIODIVERSIDADE

APOIAR A RENOVAÇÃO GERACIONAL

OS 9 OBJETIVOS DA PAC:

PROTEGER O AMBIENTE

ASSEGURAR UM RENDIMENTO JUSTO

REEQUILIBRAR O PODER AO LONGO DA CADEIA

ALIMENTAR

A UE estabelece regras básicas e um conjunto de

medidas

Cada país elaborará um plano estratégico da PAC que apresente as medidas escolhidas e os resultados desejados, os quais serão objeto de aprovação pela Comissão e de acompanhamento constante

A UE participará em cada fase para estabelecer regras, avaliar planos, acompanhar os progressos efetuados e garantir a obtenção de resultados

Os Estados-Membros podem decidir quais as medidas capazes de assegurar resultados mais eficazes e específicos, que reflitam as suas próprias circunstâncias

Apoio direto aos agricultores a fim de lhes assegurar estabilidade e

previsibilidade

Mais incentivos aos agricultores para ir além

do mínimo e sanções mais pesadas quando os progressos forem

insuficientes

Apoio aos agricultores através de soluções especificamente

adaptadas, centradas nos resultados em vez de no

processo

Indicadores de resultados predefinidos avaliam se foram efetuados progressos no sentido de atingir os objetivos estratégicos de cada país

Novo regime de acompanhamento e orientação da implementação de políticas, com possibilidade de premiar/penalizar

A nível da UE será estabelecido um conjunto único de objetivos para toda a PAC, sendo definidos os objetivos que a política pretende atingir para os agricultores, os cidadãos, o clima, etc.

Um amplo conjunto de medidas será acordado a nível da UE, estabelecendo o que os Estados Membros poderão fazer com os fundos que lhes são atribuídos; cada país é então livre de selecionar e tomar as medidas específicas que considere serem as mais eficazes para satisfazer as suas necessidades particulares.

Será igualmente acordado a nível da UE um conjunto comum de indicadores de resultados com vista a assegurar condições equitativas na avaliação da eficácia das medidas adotadas.

Cada Estado-Membro procederá a uma análise exaustiva das suas necessidades específicas e seguidamente elaborará um plano estratégico da PAC que define como tenciona orientar o financiamento da PAC dos dois «pilares» para satisfazer estas necessidades, de acordo com os objetivos gerais da UE, definindo os instrumentos que tenciona utilizar e estabelecendo os seus próprios objetivos específicos.

Cada plano estratégico da PAC terá de ser previamente aprovado pela Comissão Europeia a fim de assegurar que permanece coerente com os objetivos a nível da UE, mantém a natureza comum da política e não distorce o mercado único ou conduz a encargos excessivos para os beneficiários ou para as administrações.

Todos os anos, os países apresentarão um relatório de desempenho à Comissão que demonstre os progressos realizados para atingir os objetivos fixados com base em indicadores de resultados específicos; a Comissão analisará os relatórios e considerará quaisquer medidas apropriadas, incluindo recomendações com vista a melhorar o desempenho sempre que necessário.

CONDIÇÕES EQUITATIVAS GRAÇAS A UM MELHOR DIRECIONAMENTO

A nova PAC concentrar-se-á no apoio às pequenas e médias explorações agrícolas de tipo familiar que estão no cerne da vida agrícola da UE, bem como no incentivo aos jovens para que exerçam a profissão de agricultor.

Os agricultores serão recompensados por irem além dos requisitos obrigatórios no que diz respeito aos compromissos agroambientais e/ou climáticos assumidos

Cada Estado-Membro desenvolverá regimes ecológicos para apoiar e/ou incentivar os agricultores a observar práticas agrícolas benéficas para o clima e o ambiente, para além dos seus requisitos obrigatórios

As novas obrigações incluem:- Preservar os solos ricos em carbono através da

proteção das zonas húmidas e das turfeiras- Uma gestão de nutrientes obrigatória para

melhorar a qualidade da água e reduzir os níveis de amoníaco e de óxido nitroso

- Proceder à rotação de culturas em vez de à diversificação de culturas

Todos os pagamentos diretos terão como condição exigências reforçadas em matéria de ambiente e clima. Em consonância com os objetivos ambiciosos da UE em matéria ambiental e climática, os requisitos obrigatórios impostos aos agricultores serão ainda reforçados.O

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GARANTIR MAIOR AMBIÇÃO NO DOMÍNIO DO AMBIENTE E DA AÇÃO CLIMÁTICA

Os agricultores já desempenham um papel crucial na abordagem das alterações climáticas, protegendo o ambiente e preservando as paisagens e a biodiversidade. Ao manter o nosso compromisso de aumentar o nível de ambição em matéria de ambiente e clima, a nova PAC colocará a barra ainda mais alto. Além dos requisitos obrigatórios ambiciosos, os agricultores terão a possibilidade de fazer mais e receber apoio adicional mediante vários regimes voluntários

No mínimo, 30 % do financiamento do 2.º pilar será destinado a medidas relacionadas com o clima e o ambiente.

Prevê-se que 40 % do orçamento geral da PAC contribua para a ação climática

Acompanhamento anual dos progressos realizados Suspensão de pagamentos em caso de desempenho insuficiente grave �Reserva�financeira�de�desempenho�que�pode�elevar-se�até�5�% da dotação para o desenvolvimento rural, com vista a recompensar os Estados-Membros que cumprem os seus objetivos em matéria de clima, ambiente e biodiversidade

Obrigação para os Estados-Membros de reservar uma parte dos pagamentos diretos aos agricultores àqueles que participam em regimes ecológicos�específicos

Melhores sinergias com outras políticas e programas da UE em matéria de ação climática e ambiente, tais como o programa LIFE

Condições mais favoráveis para a transferência de conhecimentos, investimentos ecológicos, inovação e cooperação

A Comissão propõe uma redução dos pagamentos a partir de 60 000 EUR e uma limitação obrigatória dos pagamentos superiores a 100 000 EUR por exploração agrícola. Os custos ligados à mão-de-obra serão tidos plenamente em conta. Esta disposição destina-se a garantir uma distribuição mais equitativa dos pagamentos

Os Estados-Membros terão de garantir um nível mais elevado de apoio por hectare às pequenas e médias explorações agrícolas

No mínimo, 2 % dos pagamentos a título de apoio direto em cada Estado-Membro serão reservados especificamente ao apoio aos jovens agricultores, o que pode incluir um «subsídio de instalação» mais elevado, que poderá ascender até 100 000 EUR

Cada país terá de assegurar�que�apenas�os�verdadeiros�agricultores�recebem�apoio�ao�rendimento

�Os�setores�de�produtos�específicos�em�dificuldades�continuam�a�beneficiar�do�apoio�adicional para ajudar a melhorar a sua competitividade, sustentabilidade ou qualidade (o chamado apoio associado ao rendimento). Estes setores devem ser considerados importantes por motivos económicos, sociais ou ambientais

PAC

A AGRICULTURA NO CENTRO DA SOCIEDADE EUROPEIA

Os agricultores são fornecedores de bens públicos essenciais e estão no cerne das comunidades rurais da Europa. A nova PAC continuará a apoiar e a encorajar o desenvolvimento de comunidades rurais dinâmicas e a ajudar os agricultores a satisfazerem as expectativas dos cidadãos em relação à qualidade dos alimentos, à segurança alimentar e à saúde.

MAIOR RECURSO AO CONHECIMENTO E À INOVAÇÃO

O conhecimento e a inovação são essenciais para um crescimento inteligente, resiliente e sustentável do setor agrícola. A PAC do futuro irá incentivar um maior investimento na investigação e na inovação e permitir que os agricultores e as comunidades rurais dele beneficiem. Um orçamento específico de 10 mil milhões de EUR proveniente do programa Horizonte Europa será reservado para a investigação e a inovação nos domínios da alimentação, agricultura, desenvolvimento rural e bioeconomia. A Parceria Europeia de Inovação (PEI-AGRI) irá continuar a reunir as fontes de financiamento provenientes do programa Horizonte Europa e do desenvolvimento rural, a fim de promover uma agricultura e silvicultura sustentáveis e competitivas.

Fomentar a digitalização da vida rural nas explorações agrícolas (por exemplo, através de técnicas de agricultura de precisão) e nas comunidades mais vastas (através da melhoria da conectividade dos lacetes locais nas ligações de banda larga, por exemplo)

Desenvolver uma plataforma à escala da UE sobre a gestão dos riscos para ajudar os agricultores a gerir as suas atividades de forma mais eficaz

O plano estratégico da PAC para cada país incluirá uma secção sobre o modo de estimular o intercâmbio de conhecimentos e a inovação (por exemplo, serviços de consultoria, formação, investigação, redes rurais, projetos-piloto, grupos operacionais PEI-AGRI) e a forma de os financiar

Incentivar os Estados-Membros a utilizar megadados e novas tecnologias para os controlos e o acompanhamento (por exemplo, verificar se os requisitos para a rotação das culturas estão a ser cumpridos ou controlar a dimensão das explorações agrícolas para fins de pagamentos diretos)

Mais medidas para incentivar novas gerações de agricultores a exercer essa profissão; apoio da UE a iniciativas a nível local como, por exemplo, a tutoria de jovens agricultores por antigos, melhoria da transferência de conhecimentos entre gerações ou a elaboração de planos de sucessão

Incentivo aos Estados-Membros para que envidem mais esforços a nível nacional, por exemplo, através de regras�mais�flexíveis em matéria de tributação e sucessão, a fim de facilitar o acesso dos jovens agricultores às terras

�Maior�flexibilidade a fim de que os Estados Membros possam tomar as medidas de desenvolvimento rural mais eficazes para incentivar o crescimento e o emprego, nomeadamente o apoio às aldeias inteligentes

Maiores exigências aos agricultores para que satisfaçam as expectativas societais em termos alimentares e sanitários, como por exemplo tornar o apoio mais estreitamente ligado ao cumprimento das regras sobre a proteção da qualidade da água, a redução da utilização dos pesticidas, ou o incentivo à redução da utilização de antibióticos graças a programas de gestão do gado mais eficazes, que melhorem a saúde e o bem-estar dos animais

Incentivo a maiores investimentos na bioeconomia em desenvolvimento, que tem um enorme potencial económico e para a criação de emprego

A política de desenvolvimento rural contribuirá para a diversificação�da�economia�rural e a realização dos objetivos da Declaração «Uma Vida Melhor nas Zonas Rurais» da conferência Cork 2.0

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ISBN 978-92-79-87367-6 doi:10.2762/242364 KF-04-18-548-PT-CISBN 978-92-79-87357-7 doi:10.2762/84808 KF-04-18-548-PT-N