a pesquisa sobre tics: a voz e a experiência etnográfica

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A PESQUISA SOBRE TICs A voz e a experiência etnográfica Dr. Pedro Henrique Reis [email protected] 55-51-81294813 XIII Seicom - PUC-RS - 2015

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Page 1: A Pesquisa sobre TICs: a voz e a experiência etnográfica

A PESQUISA SOBRE TICsA voz e a experiência etnográfica

Dr. Pedro Henrique Reis [email protected] 55-51-81294813 XIII Seicom - PUC-RS - 2015

Page 2: A Pesquisa sobre TICs: a voz e a experiência etnográfica

Tecnologias da Informação e Comunicação➤ “A experiência de vida tornou-se uma experiência na presença da mídia”;

➤ PERVASIVIDADE

➤ UBIQUIDADE

➤ “As sociedades não são mais, como diria Anthony Giddens, ‘inteiras’, são níveis de sistemicidade que emergem contra o pano de fundo de muitos outros fluxos e relacionamentos que cruzam e ignoram as fronteiras nacionais”;

➤ “[…] a crescente interface entre mídias pessoa-a-pessoa e o que antigamente se chamava mídias ‘de massa’ é possivelmente a mudança mais radical acontecendo agora”;

➤ “1) a mídia faz parte da relação entre atores sociais e suas narrativas; 2) as partes envolvidas – os atores sociais, as histórias de vida e a mídia – não podem ser compreendidas independentemente porque existe uma íntima negociação de sentido que modifica tanto os atores quanto seus relatos; e 3) dado que circulam e são produzidos em determinado ambiente tecnológico e institucional, revelam determinados padrões e lógicas comuns. Por essa razão, essas narrativas pessoais são entendidas como práticas orientadas pela mídia”;

Couldry, 2012, loc. 276

Couldry, 2012, loc. 218

Couldry, 2012, loc. 218

Escosteguy, Sifuentes, Silveira, Oliveira e Braun, 2012, p.162

Page 3: A Pesquisa sobre TICs: a voz e a experiência etnográfica

A Experiência Etnográfica➤ “Diante de um acelerado desenvolvimento tecnológico que obrigatoriamente nos situa em tempos de

comunicação mediada tecnologicamente, a cultura da mídia ocupa um lugar de proeminência na constituição de nossos modos de ser”.

➤ MINERAÇÃO

➤ [Colher] “narrativas identitárias reveladoras de um modo específico de ser que se constitui no próprio ato do relato”;

➤ TIPOS DE NARRATIVAS: “forma dramática (até trágica)” e “sem perspectivas de melhorias claras no futuro” e “constante perspectiva de superação das dificuldades”; etc.

➤ DEIXAR FALAR / OUVIR / DEIXAR OUVIR

➤ “Uma compreensão mais sofisticada da escala social não significa abdicar do que o teórico francês Danilo Martuccelli chama de ‘a natureza ontológica da vida social’: as acumulações especificamente espaciais de ‘limitações’ e ‘coerções’ sobre a ação que fluem da vida humana sendo vivida em coordenação ou competição com outros”;

➤ CATEGORIAS: “tanto coisas como conteúdos estruturados"

Baptista e Escosteguy, 2015, p.132

Escosteguy, 2013, p.49.

Baptista e Escosteguy, 2015, p.129

Couldry, 2012, loc.819-840

Couldry, 2012, loc.2214

Page 4: A Pesquisa sobre TICs: a voz e a experiência etnográfica

A Voz➤ “Voz como um processo”: “dar conta de si mesmo” (give an account of oneself) / “narrar a si mesmo” (narratable self)

➤ “Self-interpreting animal”

➤ “Voz como um valor”: “valor em si” e “valor de valores"

“Valor em si” - “a personal form to sound waves” - corpos / materialidade

• Quais vozes se deixam e são deixadas falar quando o informante etnográfico fala?

• Quais modos de vida se deixam narrar e se deixa narrar sobre?

“Valor de valores” • “[…] ‘voice’, as used here, is a value about values or what philosophers sometimes call a ‘second order’ value”

• É valioso que os valores façam-se falar; COMO ELES SE FAZEM FALAR?

➤ DIALÉTICA: “A palavra dialética deriva do Grego para conversação e captura como todo componente de uma conversa se mantém separado, ainda que informado por ele, do outro. Todos nós - indivíduos e grupos - contribui algo para essa dialética, através de nossas presunções informadas pela mídia sobre ‘o que existe’ e ‘o que pode ser feito’”;

➤ (RE)MEDIAÇÃO: “as mídias passaram a ser vistas não como um circuito fechado de produção-distribuição-recepção, mas como um processo mais largo de ‘mediação’ espalhado pelo espaço”;

Couldry, 2012, loc.281

Couldry, 2012, loc.467

Cavarero, 2005, p.2

Butler, 2005

Couldry, 2010, p.2

Couldry, 2010, p.2

Taylor, 1989

Cavarero, 2000

Page 5: A Pesquisa sobre TICs: a voz e a experiência etnográfica

“A primazia da aparência constitui, através do olhar do outro, o aspecto corpóreo fundamental da identidade. Em outras palavras, já num nível corpóreo, no que

concerne um ser único, a identidade depende da presença de OUTROS. Aparecer, sempre e em todo lugar, é o princípio de realidade: ‘a sensação’ de realidade, o

puro estar-lá se relaciona com o contexto no qual objetos únicos aparecem assim como o contexto em que nós mesmos como aparências existimos entre

outras criaturas que aparecem (tem aparência)”

-Cavarero, 2000, p.21

Page 6: A Pesquisa sobre TICs: a voz e a experiência etnográfica

“ “[…] a inteligibilidade do existente único não é ‘primeiro estabelecida na linguagem’, mas sim ele/ela é um existente de

carne e osso cuja identidade única é revelada ex post facto através das palavras da sua história-de-vida”

-Kottman, In: ‘Translator's Introduction’, Cavarero, 2000, p.xiii

Page 7: A Pesquisa sobre TICs: a voz e a experiência etnográfica

A Consciência Histórica

➤ “[Para Adorno] qualquer coleção de máximas ou regras deve ser APROPRIÁVEL pelos indivíduos ‘em um modo de vida’ [a living way]”

➤ INDIVÍDUO x SUJEITO

• “[…] o indivíduo existindo em grupo, tomando-se em referência aos demais, de modo que a percepção e a significação do tempo só pode ser coletiva”

• SUJEITO HISTÓRICO: ‘lançado no mundo’ / intercontextualidade / acesso

• Tecnologia: que tipo de acesso? que uso? que práticas? • Informação: de que tipo informação? creditada como? • Comunicação: mediada in loco ou ubíqua?

• IDENTIDADE INDIVIDUAL: ipseidade / tempo / interioridade (noção de…)

• CONTINGENCIAL

Adorno, 2001 in: Butler, 2005, p.5

Page 8: A Pesquisa sobre TICs: a voz e a experiência etnográfica

“ Os homens fazem represas para suas mais preciosas crenças com qualquer lama que eles conseguem encontrar”

-Geertz, 1983, p.80

Page 9: A Pesquisa sobre TICs: a voz e a experiência etnográfica

BIBLIOGRAFIA➤ AUERBACH, Erich. Mimesis: The representation of reality in Western literature. Princeton University Press, 2003.

➤ BAPTISTA, Maria Manuel e ESCOSTEGUY, Ana. Histórias de mulheres trabalhadoras, mídia e construção identitária: um estudo comparativo entre Brasil e Portugal. In: Revista Ciberlegenda, (UFF-RJ), n.32, pp.123-133, 2015 (disponível em: http://www.uff.br/ciberlegenda/ojs/index.php/revista/article/view/736).

➤ BAUMAN, Zygmunt. Vidas desperdiçadas. Zahar, 2005.

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➤ BUTLER, Judith. Giving an Account of Oneself. Fordham University Press, 2005.

➤ CAVARERO, Adriana. Relating Narratives. Routledge, 2000.

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➤ CERRI, Luis Fernando. Os Conceitos da Consciência Histórica e os desafios da Didática da História. In: Revista de História Regional, Ponta Grossa, v.6, n.2, p.93-112, 2001.

➤ COULDRY, Nick. Why Voice Matters. Sage Publications, 2010.

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➤ ESCOSTEGUY, Ana, SIFUENTES, Lírian, SILVEIRA, Brucha Rocha, OLIVEIRA, Janaína Cruz e BRAUN, Helen Garcez. Mídia e identidade de mulheres destituídas: uma discussão metodológica. In: Revista Galáxia (PUC-SP), , n.23, pp.153-164, jun., 2012 (disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/galaxia/article/viewFile/7032/7592).

➤ ESCOSTEGUY, Ana. Histórias de mulheres como narrativas identitárias: considerações teóricas e metodológicas. In: Rizoma (Unisc), pp.46-55, 2013 (disponível em: http://online.unisc.br/seer/index.php/rizoma/article/view/3453/2762).

➤ FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. Paz & Terra, 2015.

➤ __________________. História da Sexualidade 2: O Uso dos Prazeres. Paz & Terra, 2014.

➤ GADAMER, Hans-Georg. O problema da consciência histórica. Editora FGV, 2006.

➤ GEERTZ, Clifford. Local Knowledge: further essays in interpretive anthropology. Basic Books, 1983.

➤ HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. Paz & Terra, 1970.

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➤ RICŒUR, Paul. Tempo e Narrativa 1 - A intriga e a narrativa histórica. WMF Martins Fontes, 2010.

➤ ROSENTHAL, Gabriele. Pesquisa social qualitativa. EDIPUCRS, 2014.

➤ RÜSEN, Jörn. Razão Histórica. Editora UNB, 2001.

➤ TODOROV, Tzvetan. Os inimigos íntimos da democracia. Companhia das Letras, 2012.

➤ WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações Filosóficas. Editora Vozes, 2014

OBRIGADO! Pedro Henrique Reis [email protected]

Apresentação disponível em: http://goo.gl/MGyGP9