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A POLÍTICA E A ÉTICA DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
João Arriscado Nunes
CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS – LABORATÓRIO ASSOCIADOFACULDADE DE ECONOMIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
De que falamos quando falamos de conhecimento?
Conhecimento e indagação (J. Dewey)
A diversidade de modos de conhecimento
Conhecimentos objetivados e conhecimentos incorporados
A especificidade do conhecimento científico e técnico
De que falamos quando falamos de construção de conhecimento?
Construir é elaborar algo que não existia antes a partir de elementos heterogéneos, e que é mais do que a soma desses elementos (P. Taylor)
Uma construção pode ser sólida ou frágil, robusta ou vulnerável
Um enunciado ou objeto de conhecimento pode ser bem ou mal construído, em função dos critérios a partir do qual é avaliado, mas é sempre construído (B. Latour)
De que falamos quando falamos de política na construção do conhecimento?
Quem produz conhecimento, como, para quem, para quê?
Conhecimento, verdade e regimes de verdade (M. Foucault)
A curiosidade, a utilidade e a valorização económica como critérios de avaliação do conhecimento científico
De que falamos quando falamos de política na construção do conhecimento?
Todo o conhecimento é situado, toda a perspectiva é parcial, ou porque não é possível um “olhar de parte alguma” (D. Haraway)
Os dispositivos e as disposições na construção de conhecimento
A construção do conhecimento como política ontológica (A. Mol)
Monocultura ou ecologias de saberes (B. S. Santos)?
De que falamos quando falamos de ética na construção de conhecimento?
A ética como indagação sobre a moral e como abordagem normativa (J. Dewey)
A ética como domínio especializado (p. ex., bioética)
A ética como “trabalho sobre si” (M. Foucault)
A ética como vocabulário: a subsunção no “ético” do político, do moral, do social, do económico ou do cultural
Os novos “planaltos éticos” são “planaltos políticos”...
“horizontes de problemas éticos colocados pela intersecção de várias tecnologias, as suas formatações institucionais, e os seus desenvolvimentos através de mercados e outros mecanismos”
(M. J. Fischer, 2003)
As especificidades da construção do conhecimento em saúde
Pesquisa sobre/com/dirigida a sujeitos humanos
O sofrimento humano (experiências, causas, condições, prevenção, mitigação,
eliminação)
A indissociabilidade do conhecimento e das suas implicações normativas
A pesquisa em saúde como modelo para a pesquisa com sujeitos humanos
O princípio do “no harm”
O consentimento informado
As abordagens “evidence-based” como padrão de construção de conhecimento rigoroso
As respostas institucionais aos problemas políticos/éticos da construção
de conhecimento
- Comissões de ética
- Institutional Review Boards (IRBs)
A tendencial redução dos problemas políticos a problemas éticos
As lições da Antropologia Médica
- A construção de conhecimento como escuta e registo colaborativo de experiências e trajectórias de vulnerabilidade e de sofrimento
- A exigência de visibilidade e o trabalho da subjectividade na confluência de processos e de acções (J. Biehl, 2005, 2007)
- A pesquisa e a solidariedade pragmática (P. Farmer, 2005, 2010)