a prÁtica do desenho e o desenvolvimento...
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Curso de Pedagogia Artigo
A PRÁTICA DO DESENHO E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO INFANTIL. ¹BRUNA , ¹SHEILA
, EDLAMAR M. F. CLAUSS
2.
¹ Alunas do Curso de Pedagogia e ² Professora Mestre do Curso de Pedagogia.
RESUMO: O presente artigo aborda o tema: A prática do desenho e o desenvolvimento cognitivo infantil tendo como
objetivo mostrar a inter-relação entre a construção do grafismo, e do desenho infantil e o seu contexto com o cognitivo infantil e desenvolvimento da criança. A análise das diversas produções gráficas de desenhos de várias crianças nas linhas traçadas pela manipulação do lápis, traduzem o mundo de vida infantil de cada criança. A criança desenha pelo prazer de produzir uma marca para ela, assim desenvolvendo suas habilidades de escrita, subsidiada pelos estudos teóricos de diversos autores, ressaltando entre eles Jean Piaget, no qual, através dos níveis de desenvolvimento constituindo evidências de como desenho e escrita se constituem para as crianças através da função semiótica, e Emília Ferreiro ao processo de aprendizagem da psicogênese da língua escrita que não se reduz a um conjunto de técnicas, que os conhecimentos se dão por meio de interações. A criança e o seu desenho surgem como uma função primária, pois a sua primeira abordagem com o mundo adulto se demonstra com rabiscos, e assim como nenhuma pessoa nasce sabendo falar, andar e escrever o desenho se torna uma forma importante na educação infantil. É através do desenho que a criança transmite seus gestos e fala, é sua primeira escrita
Palavras – Chaves: Grafismo, Desenho, Infância.
ABSTRACT The article addresses the present topic: The design of Practice and child cognitive development aiming to
show the interrelationship between the construction of graphics, and the children's drawing and its context with the child's cognitive and child development. The analysis of the various graphic productions drawings of several children the lines drawn by the pencil manipulation translate the world of child life of every child. The child draws the pleasure of producing a brand for her, thus developing their writing skills, supported by theoretical studies of several authors, highlighting among them Jean Piaget in which, through the development levels constituting evidence of how drawing and writing constitute for children through the semiotic function, and Emília Ferreiro the psychogenesis of the learning process of written language that can not be reduced to a set of techniques that are given knowledge through interactions. The child and its design emerge as a primary function, as its first approach with the adult world is demonstrated with scribbles, and just as no one is born knowing how to speak, walk and write the design becomes an important way in early childhood education. It is by design that the child gives his gestures and speech, and is its first written.
Key - Words: Graphics,Drawing,Childhood.
Contato: [email protected] , [email protected]
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por temática A
prática do desenho e o desenvolvimento
cognitivo infantil. O desenho no
desenvolvimento infantil é um tema pouco
aprofundando nas escolas de educação
infantil e pouco valorizado, razão pela qual se
torna necessário aprofundar o estudo
referente à importância do desenho infantil.
A criança desde pequena deixa
marcas no papel e isso gera um prazer em
manusear materiais e realizar movimentos,
descobrindo formas de se relacionar com o
seu mundo. A cada conquista das crianças
em relação às fases do desenho, elas vão se
firmando e criando traços próprios,
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característicos no seu processo de desenho.
Contudo, eventualmente, deixam de criar e
procurar modelos com estruturas conhecidas
como se não utilizassem mais sua própria
imaginação e, sim buscando uma aprovação
e um modelo como referência.
A escolha do tema surgiu a partir da
percepção da carência de conhecimento
aprofundado e valorização do educador sobre
a importância que o grafismo tem no
desenvolvimento e na formação de seu aluno
e o que querem dizer com seus desenhos, e
por ser um tema que precisa ser mais
abordado na área da educação. Analisar a
relação entre a produção gráfica infantil (a
partir dos desenhos) e o desenvolvimento
cognitivo.
Os objetivos específicos norteadores
da investigação foram: analisar desenhos
produzidos por crianças durante os Anos
Iniciais do Ensino Fundamental, com aporte
teórico na teoria do desenvolvimento
cognitivo de Piaget; e analisar a relação
existente entre a produção escrita das
crianças e o grau de desenvolvimento da
linguagem gráfica com base na psicogênese
de Emília Ferreiro.
A maioria dos indivíduos na infância
começa a se comunicar por meio do desenho,
é um processo natural de desenvolvimento.
Para a criança o desenho é importante, é seu
mundo, é seu meio de comunicação, no qual
expressa a percepção de tudo que a cerca,
suas emoções. E ainda, o desenho é um
sistema de representação gráfica de extrema
relevância na socialização infantil e um dos
aspectos mais importantes para o
desenvolvimento integral do indivíduo
constituindo-se num elemento mediador de
conhecimento e autoconhecimento.
Para o profissional que trabalha com as
crianças na função de educador será
necessário conhecer cada etapa do
desenvolvimento infantil e a produção gráfica,
para podê-la ajudar a superar fases
desafiadoras e estimulá-las na produção
plástica especialmente a do desenho. As
etapas do desenvolvimento do desenho
infantil conjugado ao desenvolvimento infantil
são caracterizados pelo desenvolvimento
psicográfico da criança apresentados neste
artigo pelos teóricos: Jean Piaget e Luquet.
O grafismo, elemento psicográfico, é
uma forma na infância pela qual a criança
demonstra o que está acontecendo na vida
dela. Assim o desenho infantil não é
simplesmente um desenho, pois pode falar
muito da criança. E ainda o desenho infantil é
base de análise importante do progresso da
criança. A produção do desenho contribui
para a representação simbólica, para o
desenvolvimento motor, emocional e
consequentemente para a aprendizagem
como um todo.
O desenho é precedente à escrita,
mas os dois possuem uma relação de
interdependência, pois quanto mais
oportunidades as crianças tiverem de
representar no papel toda a sua impressão
sobre o mundo que a rodeia, seus
sentimentos e emoções, mais ela estará
preparada para se apropriar do sistema de
escrita, visto que também é uma forma de
representação. Pais e educadores devem
estimular as crianças e oportunizarem
momentos significativos de interação, dentre
os quais as atividades lúdicas têm um papel
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importante, e o desenho, como uma atividade
lúdica, é um forte aliado na construção do
pensamento.
As possibilidades concretas da
realização deste estudo podem ser bem
sucedidas, pois é por meio do desenho que a
criança irá comunicar-se e transmitir suas
experiências subjetivas e o que está ativo em
sua mente. Desta forma, é possível identificar
as emoções e reações da criança, pois o
desenho pode ter função terapêutica com
determinadas situações, e pode ser também
considerado a primeira escrita da criança.
.
METODOLOGIA
O procedimento instrumental a ser
utilizado será a pesquisa bibliográfica por
proporcionar aprofundamento teórico por
meio de publicações em livros, artigos,
dissertações e teses. E para possibilitar uma
melhor compreensão da relação entre os
desenhos e o desenvolvimento cognitivo
infantil foram coletados desenhos com a
identificação do próprio nome.
Foram coletadas produções infantis
de vinte (30) crianças na faixa etária de 06 a
08 anos, e para análise foi separando três
(03) desenhos por idade. Os desenhos serão
classificados e analisados de acordo com a
Teoria de Desenvolvimento de Piaget e a
Teoria da psicogênese de Emília Ferreira.
ESTUDO TEÓRICO
O DESENHO NA INFÂNCIA
O desenho é importante para o
desenvolvimento da criança, pois revela uma
forma de se expressar e contribui em vários
aspectos, entre eles: coordenação motora,
visão, organização do pensamento e outros
aspectos cognitivos auxiliares no processo da
alfabetização.
Quando nos deparamos com o
desenho de uma criança, muitas vezes não
conseguimos ver uma lógica ou sentido.
Porém é no desenho que a criança cria sua
realidade, imprime seus sentimentos e ideais.
A criança desenha pelo prazer de produzir
uma marca para ela, assim desenvolvendo
suas habilidades. Derdyk (2004), afirma que a
criança rabisca pelo prazer, elas percebem
que quando escorrega o lápis no papel
surgem traços e se pararem os traços não
aparecem, essa ação passa a ser um
estímulo sensorial e alimenta a vontade de
desenhar, e consequentemente a sensação
de prazer.
O grafismo aparece de forma
espontânea junto ao processo de
desenvolvimento da criança, pouco a pouco
podemos ver os primeiros rabiscos das
crianças sobre o papel. Essa produção
gráfica é basicamente motora, orgânica,
biológica. É importante que a criança possa
fazer seus desenhos livremente de forma que
ela possa dominar seus movimentos
devemos assim respeitar o ritmo de cada
criança seu tempo (DERDYK, 2004).
A criança e o seu desenho surgem
como uma função primária, pois a sua
primeira abordagem com o mundo adulto se
demonstra com rabiscos, e assim como
nenhuma pessoa nasce sabendo falar, andar
e escrever o desenho se torna uma forma
importante na educação infantil. É através do
desenho que a criança transmite seus gestos
e fala, e é sua primeira escrita Pais e
educadores devem estimular as crianças e
oportunizarem momentos significativos,
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dentre os quais seria o desenho para seu
desenvolvimento, proporcionando-lhe
expressar suas ideias.
A importância do desenho assume
uma parte no desenvolvimento da criança
muito importante, pois traduz o que a criança
está passando durante sua infância com seus
rabiscos e seus traços. O desenho também é
utilizado pelos professores como
instrumentos de avaliação do
desenvolvimento da criança no processo de
aprendizagem (MOREIRA, 2009).
De acordo com as ideias sugeridas
pelo Referencial Curricular Nacional para
Educação Infantil, o desenho como linguagem
indica signos históricos e sociais que
possibilitam ao homem significar o mundo.
Portanto evidenciamos a Educação Infantil,
como sendo a primeira etapa da Educação
Básica como espaço de promoção e
apropriação das diversas formas de
linguagens e expressões, sendo o desenho
dotado de significados (BRASIL, 1998).
A arte de desenhar desperta nos
seres humanos a sensibilidade, pois para que
a imagem apareça no papel, ou em qualquer
outro material, vários sentidos perceptíveis do
nosso corpo trabalham: a visão, o
pensamento criativo, o gosto sensitivo pela
forma, cor e até a percepção de outros
saberes. O desenho ajuda também a criança
com sua imaginação e ao fazer seus
desenhos ela tem a possibilidade de melhorar
a criatividade e o desenvolvimento motor.
Aprender a questionar os desenhos
infantis é essencial para o acompanhamento
dos avanços em relação à construção do
pensamento infantil, pois o desenho fornece
ao professor mais um instrumento para
compreender as crianças em suas etapas e
fases de desenvolvimento.
O desenho possibilita à criança se
expressar, de registrar, marca o
desenvolvimento da infância. Porém, em cada
etapa, ele assume um caráter próprio. Estas
faces do desenho definem maneiras de
desenhar que são bastante similares em
todas as crianças, apesar das diferenças
individuais, desta maneira de desenhar,
própria de cada idade, varia muito pouco de
cultura para cultura. Ao desenhar a criança
tem uma intenção realista, tem seu prazer de
desenhar, tem o prazer de colocar no papel o
que está passando na sua cabeça, a criança
pode ser convidada a ver e pensar sobre
suas e outras produções (PILLAR, 1996).
No processo do desenho a criança
pode ter influência de vários aspectos, como
os valores culturais, a realidade em que se
encontra e o sistema educacional. O
desenho é precedente à escrita, mas os dois
possuem uma relação de interdependência,
pois quanto mais oportunidades as crianças
tiverem de representar e transcrever para o
papel toda a sua impressão sobre o mundo
que a rodeia, seus sentimentos, emoções
etc., mas ela estará preparada para se
apropriar do sistema de escrita, visto que o
mesmo, assim como o desenho, também é
uma forma de representação.
O DESENHO E O PROCESSO DE
ALFABETIZAÇÃO
A criança, através da manipulação de
objetos e produção de trabalhos manuais, dá
ênfase na sua representação, entra no mundo
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dos jogos simbólicos (PIAGET, 1982, apud,
PILLAR, 2012) e a educação infantil deve
atribuir que esse progresso seja gradativo.
Quanto mais a criança desenha vai
aprimorando seu jogo simbólico, passando-se
de um ato imprescindível, no qual vai
paulatinamente construir significados aonde a
criança possa se familiarizar cada vez mais
no mundo letrado da alfabetização.
Ao final do seu primeiro ano de vida,
que compreende o estágio sensório-motor, a
criança é capaz de manter ritmos regulares e
produzir seus primeiros traços gráficos. O
desenvolvimento progressivo do desenho
implica mudanças significativas que, no início,
dizem respeito à passagem dos rabiscos
iniciais da garatuja para construções cada vez
mais ordenadas, fazendo surgir os primeiros
símbolos. Para Piaget (1948), a função
semiótica é a capacidade que a criança tem
de representar objetos ou situações que
estão fora do seu campo visual por meio de
imagens mentais, de desenhos, da
linguagem. A criança passa a desenvolver
essa função no estágio pré-operatório, que
compreende faixa etária de dois a sete anos.
Desde que as condições biológicas e
de estimulação sejam preservadas, toda
criança está apta a realizar as ações que
correspondem aos limites do nível de
desenvolvimento em que se encontra. Muitas
vezes a criança pode estar escrevendo o
próprio nome utilizados formas, mas nem
sempre são reconhecidas como letras. Pouco
a pouco as figuras feitas pelas crianças no
instante do desenho se avizinham das letras
(SEBER, 1997).
Podemos ainda relacionar os estágios
do desenho infantil aos estágios da teoria da
epistemologia genética de Jean Piaget. O
desenho em sua perspectiva teórica e
determinada como “função semiótica”, na
qual tem correlação ao jogo simbólico,
intrinsecamente ligado ao prazer, e a imagem
mental, na qual esforça se em imitar o real de
maneira interiorizada (apud. PILLAR, 2012).
Ao final do seu primeiro ano de vida,
que compreende o estágio sensório-motor, a
criança é capaz de manter ritmos regulares e
produzir seus primeiros traços gráficos. O
desenvolvimento progressivo do desenho
implica mudanças significativas que, no início,
dizem respeito à passagem dos rabiscos
iniciais da garatuja para construções cada vez
mais ordenadas, fazendo surgir os primeiros
símbolos. Para Piaget (1948), a função
semiótica é a capacidade que a criança tem
de representar objetos ou situações que
estão fora do seu campo visual por meio de
imagens mentais, de desenhos, da
linguagem. A criança passa a desenvolver
essa função no estágio pré-operatório, que
compreende faixa etária de dois a sete anos.
O desenvolvimento do grafismo
infantil de Piaget seguem analógicos aos
estágios de desenvolvimento de
representação e ainda mostram se alinhados
aos estudos de Luquet (1969, apud
MÈREDIEU, 2006). Segundo os Estudos de
Piaget, os desenhos podem ser classificados
como:
- Garatuja: esta fase inicia se de zero
a dois anos e pega uma parte da fase
pré-operatória que vai dos dois anos
a sete. Sendo que esta fase pode se
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dividir em outras duas partes. A
representação da figura humana e
inexistente, não há uma intenção
consciente. E o desenho se dá de
maneira prazerosa.
o Desordenada: sem
controle da motricidade seus
movimentos aparecem
amplos e desordenados.
Sendo um ato de simples
riscos ainda desprovidos de
controle motor, onde ignora
os limites do papel. As
primeiras garatujas são linhas
longitudinais que, com o
tempo, vão se tornando
circulares e, por fim, se
fecham em formas
independentes, que ficam
soltas na página. No final
desta fase começam a
aparecer as representações
de figuras humanas, como
cabeças com olhos.
site:revistaescola.abril.com.br
Ordenada: encontra-se na fase pré-
operatória, quando aparece a descoberta na
relação entre desenho, pensamento e
realidade. Começa aparecer as primeiras
noções espaciais, já consegue respeitar os
limites do papel. Ainda não há relação com a
realidade, o que dependerá do seu
relacionamento emocional. Dentro da
expressão, o jogo simbólico aparece como:
"nós representaremos juntos".
site:br.monografias.com
No estágio pré esquemático:
Piaget (1948, apud. PILLAR, 2012),
considera que ele tem início por volta
dos quatro anos de idade
estendendo-se aos sete anos, ao final
dessa fase a criança encontra-se
entre os sete aos nove anos entrando
no estágio esquemático, longo após
dos nove anos passa para o estágio
do realismo nascente, ressaltando
que estes estágios são
compreendidos nos período que as
crianças iniciam as operações
concretas.
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Produção infantil EC102 – R.Emas
Florence Mèredieu faz seus estudos
baseados nas fases do desenho infantil de
Luquet, que foi o primeiro a abordar o
desenho infantil numa perspectiva
cognitivista, abordando o “erro” as
“imperfeiçoes” e atribuiu inabilidade e falta de
atenção, afirmando que há uma intenção
natural e voluntaria da criança para o
realismo. Luquet (apud MÈREDIEU,2006)
distingue quatro estágios na evolução do
grafismo:
Realismo fortuito – inicia por volta
dos dois anos acabando com o
período do rabisco.
Site: cmaps.public3.ihmc.us
Realismo fracassado – uma vez que
descobre a identidade da forma e o
objeto, ela busca reproduzir a forma,
uma fase pontuada na aprendizagem
em meio ao sucesso e ao fracasso
site:rodadeinfancia.blogspot.com
Realismo intelectual – aos quatro
anos sendo o principal estagio e se
estende por volta dos doze anos. O
que se caracteriza neste estágio e
que a criança desenha aquilo que
sabe e não aquilo que vê (
site: museudo desenho.wordpress.com
Realismo virtual – por volta dos doze
anos às vezes aparece antes por
volta dos oito ou nove, marcado pela
perspectiva e submissão, se dando
um empobrecimento tende se a juntar
com as produções adultas.
8
Site: castrogomez.wordpress.com
Para Mèredieu (2006) mesmo Luquet
sendo o primeiro a abordar o grafismo infantil
em fases, e muitos teóricos retomando seus
estudos como referência, e que definiram o
desenho em fases sem grandes
modificações, diz que não explica o
nascimento do grafismo nem a passagem de
um para o outro, o que não fica nítido por que
o desenho infantil acaba por empobrecer-se e
desaparecer. Sendo necessário situar todas
estas fases numa abordagem genética que
pudesse não se descreve, mas sim explica-
los (MÈREDIEU, 2006).
Quando a criança começa a perceber
que a escrita representa aquilo que é falado,
ela tenta se aventurar pela escrita por meio
da reprodução de rabiscos e desenhos, o que
para ela constitui aquilo que é dito. Nessa
etapa a criança pode ter a intenção de
produzir marcas diferenciadas desenhos e
letras ou outros códigos (FERREIRO, 1999).
E para que a criança se aproprie do sistema
de representação da escrita, ela terá que
reconstruí-lo, diferenciando os elementos e as
relações próprias ao sistema, bem como a
natureza do vínculo entre o objeto de
conhecimento e a sua representação
(PILLAR, 1996). Assim, o desenho Infantil é
base de análise importante do progresso da
criança. O seu desenvolvimento contribui
para a representação por símbolos e para o
desenvolvimento motor, emocional e para a
aprendizagem como um todo.
No início da interpretação de sua
escrita a criança pode utilizar dos desenhos
como sinais que representem seu próprio
nome. Ao longo do desenvolvimento e
interação, a criança começar a perceber que
existe uma diferenciação entre os dois
sistemas de representação, no qual a escrita
representa o nome do objeto desenhado.
A escrita pode ser entendida como
uma representação da linguagem ou como
um código de transcrição gráfica das
unidades sonoras. O ato de escrever
perpassa por evoluções o que Ferreiro (2011)
distingue em níveis, os níveis analisados nos
desenhos coletados durante a investigação
científica são:
- Nível 1 distinguido por traços
básicos que a criança realiza
tentando reproduzir a forma básica da
escrita de imprensa, aonde a intenção
da criança conta nos resultados
obtidos. Pode aparecer tentativas de
correspondências entre figura e a
escrita do objeto. O escritor espera
que a escrita dos nomes deva ser
proporcional ao tamanho. Nesta fase
faz uso dos mesmos sinais gráficos,
letras convencionais ou outros
símbolos para escrever o que deseja,
exemplo:
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site:caixinhassurpresa2.blogspot.com
- Nível 2 a centralidade está em
atribuir significados distintos, há uma
diferenciação mais evidente neste
processo gráfico, aproximando das
formas das letras habituais, exemplo:
site:
revistaguiafundamental.uol.com.br
- Nível 3 marcado pela busca de dar
significados ao valor sonoro a cada
uma das letras que constitui o que
está tentando escrever. Passando por
um momento evidente da evolução,
constituindo cada letra vale por uma
silaba. O que e denominada por
Ferreiro (1999) de “Hipótese Silábica”,
na qual pode aparecer em uma
escrita distante o formato
convencional das letras, exemplo:
Muitas crianças ao chegarem aos
primeiros anos do Ensino Fundamental
apresentam dificuldades de aprendizagem
relacionadas à escrita. É possível que estas
crianças não tenham tido oportunidades
significativas de interação na Educação
Infantil, fase na qual se desenvolve a função
simbólica e consequentemente os sistemas
de representação, fato que pode ter
prejudicado o desenvolvimento da criança.
Em situações como esta, é perceptível a
importância do trabalho na educação infantil
que priorize e preserve os momentos lúdicos
e prazerosos, que certamente contribuirão
para o desenvolvimento do desenho infantil
(PILLAR, 2012)
Educadores e pais devem oportunizar
as crianças momentos significativos de
interação, dentre as quais as atividades
lúdicas têm um papel fundamental. O
desenho, como uma atividade lúdica, é um
dos principais exemplos. Podemos ainda citar
o brincar, os jogos e as dramatizações, todas
as contribuintes para o desenvolvimento da
representação simbólica.
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A coleta de dados foi realizada na Escola Classe 102 do Recanto das Emas, com 30 crianças sendo: 10 crianças do 1º ano, 10 do 2º ano e 10 do 3º ano. Foram selecionadas 3 crianças de cada turma as que mais demonstravam dificuldades na escrita e no desenho e crianças que estavam na sua
faixa etária certa quanto o desenvolvimento cognitivo.
Os desenhos do 1º ano, crianças com 06 anos devem apresentar os desenhos na fase pré esquemática (PIAGET), realismo intelectual (LUQUET) e nível 2 (FERREIRO).
A aluna Sofia se encontra na fase de
Garatuja ordenada, nível 2 e realismo
fortuito e uma aluna que tem dificuldades na
escrita, por não separar as palavras
escrevendo tudo junto, seu desenho não e
muito rico em detalhes.
A aluna Gabrielly se encontra fase
de Garatuja ordenada, nível 2 e realismo
fortuito e uma aluna tem um ótimo
desenvolvimento, seu desenho não tem
muitos detalhes.
A aluna Eloar se encontra fase de Garatuja
ordenada, nível 3 e realismo fortuito e uma
das melhores aluna da sala esta
desenvolvendo a escrita cursiva e seu
desenho e mais rico em detalhes.
Ao analisar as três crianças do
primeiro ano pode se notar que apesar de
estarem com a mesma faixa etária, segundo
Piaget e Luquet uma da criança não se
encontra no nível de desenvolvimento
correto e logo seu nível de escrita segundo
Ferreiro também não é igual das outras duas
crianças que estão no nível de escrita e de
desenvolvimento de acordo com sua faixa
etária.
Os desenhos do 2º ano podem ser
classificados como; pré esquemático iaget)
e se encontra no nível 2 (Ferreiro)
A aluna Brenda se encontra na fase pré
esquemático, nível 2 e realismo fortuito e uma
aluna com dificuldades na escrita e no desenho
5
não tem muito detalhes.
A aluna Alycia se encontra na fase pré
esquemático, nível 2 e realismo fortuito e uma
aluna que hora escreve em letra cursiva hora
escreve em caixa alta seu desenho e rico em
detalhes.
A aluna Milenna se encontra na fase pré
esquemático, nível 2 e realismo fortuito e uma
aluna muito aplicada apesar de hora escrever
com letra hora caixa alta seu desenho e cheio
de detalhes
Tendo como base na pesquisa sobre o
desenvolvimento de Piaget e Luquet pode se
analisar que, a criança tem a mesma faixa
etária, mas os desenvolvimentos delas são
totalmente diferentes uma tem o
desenvolvimento de criança de 6 anos, as
outras duas estão no nível de desenvolvimento
certo.
Os desenhos do 3º ano podem ser
classificados como; pré esquemático (Piaget) e
se encontra no nível 3 (FERREIRO)
A aluna Alice se encontra na fase pré
esquemático e se encontra no nível 3 no
realismo intelectual seu desenho e simples
sem detalhes e uma aluna que não tem
dificuldades em sala não tem muitos erros na
sua escrita.
5
O aluno Victor se encontra na fase
de garatuja ordenada e se encontra no nível
2 no realismo fortuito seu desenho não tem
muitos detalhes ele não tem dificuldades
mas e um aluno desinteressado.
O aluno João Victor se encontra na fase pré
esquemático, realismo intelectual
(detalhes das mãos), nível 3. O aluno já
produz frases, possui erros ortográficos, mas
possui clareza na mensagem.
Apesar das crianças terem a mesma
idade, pode se observa que uma das
crianças não se encontra no nível de
desenvolvimento adequado para sua faixa
etária, seu desenho e muito diferente dos
outros e sua escrita também esta de acordo
com o nível da psicogênese de Ferreiro.
Através da nossa pesquisa de
campo e com o auxílio da teoria de Piaget e
Luquet e a psicogênese de Ferreiro, pode
observar que por mais que as crianças
tenham a mesma faixa etária seus
desenvolvimentos não iguais umas
aparentam ter o desenvolvimento ais
avançados que o outro, pode se observar
também que o professor não tem a
preparação adequada para avaliar e saber o
quanto e importante o desenho de seus
alunos e o que eles querem dizer com seus
desenhos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Presente Artigo foi elaborado
buscando um pouco mais de conhecimento,
na qual o desenho e algo fundamental no
desenvolvimento da criança, desde pequena
a criança deixa marcas no papel, e isso gera
um prazer em manusear materiais e realizar
movimentos, descobrindo formas de se
relacionar com o seu mundo.
Ao longo dos estudos bibliográficos
feitos, em busca do entendimento, podemos
analisar que ambos são grandes conquistas
que realizamos ao longo de nossa evolução
humana com intenção de nos comunicarmos
ou por sentirmos necessidade em deixar
nossa história registrada no papel e no
mundo.
Durante o estudo foi possível
mergulhar a fundo nos conhecimentos para
identificar que a criança ao desenhar
demonstra seus sentimentos no papel,
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passando não só pra si mesmo, mais
também para a vida infantil de seu mundo.
A pesquisa pode dar a conhecer
ainda por meio das produções do grafismo a
capacidade representativa de
cada criança em relação ao contexto em que
estavam inseridas, quando esboçaram no
papel, a correspondência entre o
pensamento e o vivido.
O estudo realizado sobre o grafismo
destaca a importância do desenho, elemento
psicográfico, é uma forma na infância pela
qual a criança demonstra o que está
acontecendo na vida dela. Assim o desenho
infantil não é simplesmente um desenho,
pois pode falar muito da criança. E ainda o
desenho infantil é base de análise importante
do progresso da criança. A produção do
desenho contribui para a representação
simbólica, para o desenvolvimento motor,
emocional e conseqüentemente para a
aprendizagem como um todo. O desenho em
sua perspectiva teórica e determinada como
“função semiótica”, na qual tem correlação
ao jogo simbólico, intrinsecamente ligado ao
prazer, e a imagem mental, na qual esforça
se em imitar o real de maneira interiorizada
(apud. PILLAR, 2012).
Finalmente, o desenho tem sua
relevância cognitiva, revela o modo como a
criança vê e sente o mundo, seu equilíbrio
emocional e afetivo, as etapas do
desenvolvimento cognitivo e motor e, como
mais uma forma de linguagem da criança, o
desenho ainda deixa lacunas e continuará
sendo objeto de investigação na exploração
dos modos de pensar das crianças.
A Arte assume importante função na
formação do professor, abrindo perspectivas
para a compreensão do mundo, na qual é
possível transformar a existência e que
aprender não se dissocia de criar e
conhecer.
O desenho acompanha o
desenvolvimento das crianças, e através
dele observamos como as crianças se
relacionam com a realidade e com os
elementos de sua cultura e como traduzem
essas percepções gráficas.
As crianças devem formar sua própria linha
de pensamento e sensibilidade, quando
estão se expressando, e não podemos julgar
os seus trabalhos como se fossem obras
imperfeitas de um adulto, afinal a
representação é da criança e não de quem
as observa. A atitude do professor em sala
de aula é importante para criar climas de
atenção e concentração, sem que se perca a
alegria. As aulas tanto podem inibir o aluno
quanto fazer com que atue de maneira
indisciplinada.
5
REFERÊNCIAS
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Infantil: conhecimento de Mundo. Brasília: MEC/SEF, 1998.
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LUQUET, G. H. O desenho infantil. Porto: Ed. Do Minho, 1969. MEREDIEU, Florence. O desenho infantil. 11ª ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
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SEBER, Maria da Glória. A escrita infantil: o caminho da construção. São Paulo: Scipione, 1997