a produção cultural na periferia de vitória juliana tinoco – [email protected] marianne...
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A produção cultural na periferia de
VitóriaJuliana Tinoco – [email protected]
Marianne Malini – [email protected] Possmozer – [email protected]
Tâmara Freire – [email protected]
Orientador:Prof. Dr. Fábio Malini – [email protected]
Referências bibliográficas• CANCLINI, Néstor Garcia. Culturas Híbridas: Estratégias para entrar e sair da
modernidade. São Paulo, Edusp, 1998.
• NEGRI, Antonio e HARDT, Michael. Multidão: Guerra e democracia na era do império. Rio de Janeiro, Record, 2005.
• COCCO, Giuseppe, CORSANI, Antonela, GALVÃO, Alexander Patez, SILVA, Gerardo (orgs). Capitalismo Cognitivo: Trabalho, redes e inovação. Rio de Janeiro, DP & A, 2003.
• BENTES, Ivana. Redes Colaborativas e Precariado Produtivo. Revista Global. Rio de Janeiro: Universidade Nômade, n.8, p.4-6
• HERSCHAMNN, Micael; PEREIRA, C. A. Messeder. Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.
• SHERER-WARREN, Ilse. Redes sociais na sociedade da informação. In: MAIA, Rousiley et al. Mídia, Esfera Pública e Identidades Coletivas. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2006, p.215-228
• NEGRI, Antonio, HARDT, Michael. Multidão. São Paulo: Record, 2005
• ZALUAR, Alba. Gangues, Galeras e Quadrilhas: globalização, juventude e violência. In Galeras cariocas: territórios de conflitos e encontros culturais. Hermano Vianna (org.). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997.
Objetivo da pesquisa
Diagnosticar a produção cultural da região de São Pedro, uma das periferias pobres do município de Vitória – ES, observando a organização e estratégia de ação em rede desses realizadores, e como essas atividades carregam embriões de políticas públicas, especialmente no que tange ao acesso à cidadania e ao combate à sedução do tráfico de drogas.
Metodologia
• Escolha da região de acordo com o enquadramento na classificação estatística de pobreza
• Contato com instituições de evidência dentro da região
• Aplicação de questionário com realizadores• Realização de entrevistas em profundidade com
produtores culturais
Resultados1. Perfil das instituições:
• Das 24 entrevistadas, a maioria são EMEF’s participantes do programa Escola Aberta
21%
21%
17%4%
37%
Associações demoradores/ Movimentocomunitáriogrupo social/cultural
ONG/OSCIP
Fundação/empresa
Escola Aberta
• Tempo de existência: 42% têm de 1 a 5 anos de constituição e apenas 21% possuem mais de 10 anos de existência, o que denota a recente dedicação às atividades culturais.
• Quanto à estrutura, 54% têm sede própria. No entanto, foi verificado que a maioria das instalações não são adequadas às atividades culturais, pois são originalmente destinadas a outros fins, como escolas e associações comunitárias.
• 54% das instituições pesquisadas possuem mais de 10 pessoas envolvidas com atividades administrativas.
• Ausência de profissionais especializados, que foram encontrados apenas em instituições com maior aporte de captação de recursos. Predominância de trabalho voluntário, com ênfase para trabalhadores que atuam com a dança – 27,3%.
• 88% do universo pesquisado oferece algum tipo de atividade cultural.
• As motivações para a atuação com a área de cultura podem ser agrupadas em três categorias distintas:– Diminuição da vulnerabilidade social da
região– Linha de fuga para o tráfico e a violência– Desenvolvimento educacional dos
participantes
2. Produção Cultural• Predominância de atividades
relacionadas à música e dança
8,2
20,4
36,7
12,2
4,1
12,2
2,0 4,1
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
1
Teatro
Música
Dança
Cinema
Fotografia
Leitura e Literatura
Artes Plásticas
Atividades Circenses
• 45,8% dos grupos abrangem até 100 pessoas. Há limitação devido aos espaços disponíveis para as atividades.
• Não foi verificada capacitação na maioria dos profissionais que atuam com as atividades culturais. A alocação dos mesmos se dá principalmente pela disponibilidade para o voluntariado e pelo realização da atividade oferecida.
• Dos que trabalham com cultura, 84% acreditam que a atividade que realizam contribui para mudar a realidade social da região.
3. Comunicação:
• A constituição da rede tem como objetivo estreitar a relação entre produtores de cultura e comunidade. 72% se relacionam com os outros produtores da região.
• O objetivo do contato é estabelecer parcerias para a realização de atividades em 60% dos casos.
• Essa produção é apresentada na maioria das vezes dentro da própria comunidade: escolas municipais, movimentos comunitários e eventos realizados nos bairros que compõem a região.
• A divulgação das atividades é feita principalmente através de cartazes - 28,9%
13,2 13,2
18,4
7,9
28,9
5,3
13,2
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
1
TV
Jornal
Internet
Rádio
Cartaz
Mural
Veículos Publicitários
• Há bastante diversidade na busca por informações, mas a televisão ainda é o veículo mais acompanhado.
• A televisão também é o veículo acompanhado com maior assiduidade: 76% assistem a telejornais todos os dias.
• A internet e o jornal impresso também são acessados todos os dias pela maioria dos entrevistados. Já as notícias transmitidas pelo rádio não são ouvidas nunca por 44% deles.
• 72% conhecem o site da Prefeitura de Vitória, apesar de não acessarem com regularidade. Já o informativo impresso da PMV é conhecido por 84% dos respondentes.
• Apenas 20% das instituições pesquisadas possuem veículos de comunicação próprios. A falta de verba é apontada como a principal causa.
• Das iniciativas encontradas, 50% são veículos distribuídos pela internet, 37,5% informativos impressos e 12,5% rádio.
• Com a realização da pesquisa foi verificado que as atividades culturais realizadas na região de São Pedro estão intrinsecamente relacionadas à questão social, devido à situação de vulnerabilidade social na qual se encontram seus moradores. Percebeu-se também uma forte organização e mobilização da comunidade em busca de melhorias, comprovado pelo aclamado histórico de luta da região, e grande dependência da maioria dos projetos por recursos governamentais.
Conclusão