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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE MANAUS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
OSCAR COLARES DA SILVA
A QUALIDADE PROFISSIONAL DOS POLICIAIS MILITARES DO BATALHÃO
DE POLICIAMENTO AMBIENTAL DO AMAZONAS À LUZ DO ORDENAMENTO
JURÍDICO BRASILEIRO
MANAUS-AM
2017
OSCAR COLARES DASILVA
A QUALIDADE PROFISSIONAL DOS POLICIAIS MILITARES DO BATALHÃO
DE POLICIAMENTO AMBIENTAL DO AMAZONAS À LUZ DO ORDENAMENTO
JURÍDICO BRASILEIRO
Monografia (TCC II) apresentada ao Curso de
Direito do Centro Universitário Luterano de
Manaus, Amazonas, como requisito para
obtenção do título de Bacharel em Direito,
orientada pelo Mcs. Rubens Alves da Silva.
MANAUS-AM
2017
OSCAR COLARES DA SILVA
A QUALIDADE PROFISSIONAL DOS POLICIAIS MILITARES DO BATALHÃO DE
POLICIAMENTO AMBIENTAL DO AMAZONAS À LUZ DO ORDENAMENTO
JURÍDICO BRASILEIRO
Aprovada em _____ de _____________ de 2017.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof. Me. Rubens Alves da Silva
Centro Universitário Luterano de Manaus
_______________________________________________
Prof. Me.
Centro Universitário Luterano de Manaus
_______________________________________________
Prof. Me.
Centro Universitário Luterano de Manaus
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, Paulo e Lourdes, pelos quais
tenho enorme amor, admiração e aos quais agradeço por todo o
esforço para a realização de mais este sonho.
Ao meu amor Jessica Renata, pelo imenso carinho, compreensão e
amor incondicional, sempre presente.
Aos meus Filhos, Eduarda e Eric, que me conduzem à superação.
Ao meu irmão e amigo Paulo e meu sobrinho Lucas, companheiros de
sempre.
Aos amigos e familiares, que sempre me motivaram, a fim de alcançar
meus objetivos, em especial ao Rubens Nascimento e Ruberval
Nascimento.
E por fim, ao meu irmão Jardel e meu primo David, companheiros de
longa data, que hoje estão em outro plano, na companhia de Deus.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Soberano Deus, por conceder toda bondade e
oportunidade, de viver e lutar, a cada dia, pelos meus sonhos.
Aos meus Ilustres e Generosos Professores, os quais
compartilharam brilhantemente seus conhecimentos e experiências.
EPÍGRAFE
“É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a
ouve.” (Victor Hugo)
RESUMO
Na presente monografia procurou-se buscar as características que correlacionam a
qualidade profissional do policial militar do Batalhão de Policiamento Ambiental do Estado
do Amazonas, no atendimento das demandas ambientais, no imenso território amazônico,
conforme disposição constitucional e legal para tal atuação, frente à responsabilidade objetiva
do Estado, na aplicação de um sistema jurisdicional ambiental eficiente e eficaz à luz do
ordenamento jurídico brasileiro. Com isso, será tratado o contexto da qualidade profissional, o
treinamento, qualificação e capacitação do policial militar, serão apresentadas as disposições
previstas no ordenamento jurídico brasileiro, no que tange ao meio ambiente, aplicável ao
Estado do Amazonas. Além, de identificar se o Estado do Amazonas atua de forma
responsável na preservação e manutenção do meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Palavras-chaves: Qualidade Profissional. Polícia Militar Ambiental. Meio Ambiente. Direito
Ambiental. Responsabilidade do Estado.
ABSTRACT
In this monograph we sought to identify the characteristics that correlate the
professional quality of the military police of the Environmental Policing Battalion, in the
fulfillment of the environmental demands, in the immense Amazonian territory, according to
constitutional and legal provision for such action, against the objective responsibility of the
State, in the application of an efficient and effective environmental judicial system in the light
of the Brazilian legal system. Therefore, the context of the professional quality, the training,
qualification and training of the military police will be treated, the provisions set forth in the
Brazilian legal system will be presented, regarding the environment, applicable to the State of
Amazonas. In addition, to identify if the State of Amazonas acts in a responsible way in the
preservation and maintenance of the environment ecologically balanced.
Keywords: Professional Quality. Environmental Military Police. Environment.
Environmental Law. Responsibility of the State.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇAÕ .............................................................................................................. 10
2. A QUALIDADE PROFISSIONAL ............................................................................... 12
2.1 História da Qualidade ..................................................................................................... 12
2.2 Qualidade na Prestação de Serviços ............................................................................... 14
2.3 A Qualidade de Vida no Trabalho .................................................................................. 15
2.4 Seleção e Treinamento.................................................................................................... 17
2.4.1 Seleção ......................................................................................................................... 17
2.4.2 Treinamento ................................................................................................................. 21
2.5 Qualidade no Serviço Público ........................................................................................ 22
3. DIREITO AMBIENTAL ............................................................................................... 27
3.1 Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas – IPAAM............................. 35
3.2 Princípios do Direito Ambiental ..................................................................................... 36
3.3 Legislação Ambiental ..................................................................................................... 39
3.3.1 Código Florestal .......................................................................................................... 39
4. POLICIAMENTO AMBIENTAL E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL ................... 51
4.1 Da Qualificação e Capacitação Ambiental ..................................................................... 53
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 59
10
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho abordará os principais aspectos referentes à qualificação dos
policiais ambientais do Estado do Amazonas, analisando sua atuação nas demandas
ambientais, fazendo a relação com os preceitos legais, e verificando a responsabilidade do
Estado na formação dos referidos policiais à luz do ordenamento jurídico. Cuja relevância da
escolha do tema se faz em razão das inúmeras ocorrências policiais divulgadas pela mídia
nacional e internacional.
Há uma grande diferença no atendimento das ocorrências policiais convencionais em
relação às ocorrências policiais ambientais, sendo de fundamental importância, o
conhecimento da legislação ambiental aplicável, para que os policiais tenham melhor atuação
no campo da demanda ambiental.
O Estado do Amazonas é o maior em extensão territorial do país, com dimensões
continentais, onde abrange uma gama da Amazônia, em especial a Floresta Amazônica que
possui uma biodiversidade riquíssima e bastante cobiçada.
De acordo com a Constituição da República artigo 23, VI e VII, é competência
comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a proteção do meio
ambiente e o combate à poluição em qualquer de suas formas, a preservação das florestas, a
fauna e a flora.
Em face a esses fundamentos jurídicos, a Polícia Militar do Amazonas, implementou
essa nova modalidade de policiamento através da criação do Batalhão de Policiamento
Ambiental.
Uma grande parcela da sociedade amazonense não se atém a grande demanda de
ilícitos ambientais em todo o território do Estado do Amazonas, os quais, os órgãos e
instituições em defesa do meio ambiente não medem esforços para combatê-los
O presente tema visa abordar a atividade operacional do Batalhão Ambiental, através
de seus policiais militares à luz da legislação ambiental específica para o tema.
Outro aspecto relevante a ser verificado é se o Estado do Amazonas proporciona a
valorização profissional dos policiais militares que fazem parte do Batalhão Ambiental,
através de cursos, internos e/ou externos, de Capacitação, Qualificação e Reciclagem, no
âmbito da atividade operacional de combate aos crimes ambientais, que são realizados pelos
11
referidos policiais nos locais de ocorrência de crimes ambientais.
Por conseguinte, verifica-se que são inúmeras as possibilidades de abordar o tema,
além disso, há uma importantíssima relação da qualidade na prestação desse serviço público
com a responsabilidade da Administração Pública, alicerçada no Princípio da Eficiência da
atividade do Estado.
A pesquisa está dividida em três partes, cuja primeira trata dos fatos referentes à
qualificação profissional.
A segunda parte serão demonstradas as disposições da legislação ambiental, com as
especificações que compreendem o sistema de órgãos e instituições ligados à proteção do
meio ambiente, inclusive, o policiamento ambiental.
Na terceira parte será analisada a relação entre a qualidade profissional do policial
ambiental e a responsabilidade do Estado do Amazonas frente essa qualificação profissional,
bem como a aplicação desses conhecimentos na atuação das demandas ambientais.
A pretensão desta pesquisa é suscitar o tema, mas, não o esgotar, dentro de uma
perspectiva ética, moral e legal.
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2. A QUALIDADE PROFISSIONAL
Observa-se que a capacitação e o aprimoramento profissional são um grande passo
para as empresas que desejam conquistar seu espaço no mercado competitivo. No entanto, a
qualidade de bons produtos ou serviços prestados pelas organizações não depende somente
dessa capacitação, mas também, da aceitação e dedicação que os empregados e toda a cúpula
hierárquica têm com relação a tais serviços ou produtos.
Percebe-se que, na maioria das empresas, o sucesso de uma gerência é alcançado
quando a mesma cria uma organização confiável com operações corretas e relacionamentos
bem sucedidos, tanto com funcionários quanto com fornecedores. Infelizmente poucos são os
profissionais que realmente se dedicam a essa tarefa resultando em clientes desapontados,
colaboradores rebeldes e fornecedores desconfiados.
E nessa falta de organização e dedicação nasce o profissional da Qualidade
agregando valores à empresa. É esse o profissional que se preocupa em realizar seu trabalho
da maneira mais eficaz e eficiente possível. Para melhor entender o conceito da questão da
qualidade profissional, ou melhor, da Gestão da Qualidade é necessário conhecer a sua
história, sua evolução e desdobramentos em seus métodos de gestão.
2.1 História da Qualidade
Analisando alguns livros de história que relatam a evolução do homem e sua
capacidade de criar instrumentos novos, que melhor se adequasse a sua necessidade
percebemos uma primeira idéia de Qualidade nos primórdios da civilização. Assim também
como as belas arquiteturas dos povos antigos, a construção das pirâmides, o desenvolvimento
de fórmulas matemáticas e outros. Paladini (1995) fala da alta qualidade da arquitetura de
extrema precisão na Grécia e em Roma, com suas notáveis construções em alvenaria e
engenharia de estruturas.
Na Idade Média os artesãos e artífices confeccionavam seus produtos com certo
padrão de qualidade, como diz Paladini (1995, p.33) “padrões de qualidade para bens e
serviços e níveis básicos de desempenho da mão-de-obra, tendo sido determinadas as
condições gerais para o trabalho humano”.
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Marshal (2006) esclarece que com o advento da Revolução industrial, surge uma
nova ordem produtiva, aparecendo conceitos como a padronização, a implementação de
máquinas projetoras para a produção em larga escala, o que acelerou esse processo.
Nasce, nessa mesma perspectiva, o modelo da Administração Científica de Taylor
que visava fragmentar o processo produtivo, dividindo o trabalho segundo métodos científicos
e, consequentemente especializando os operários com o objetivo de racionalizar a produção,
aparecendo, a partir daí a função do inspetor, responsável pela boa fabricação do produto.
Barçante (1998) define o inspetor da qualidade como controlador dos bons ou maus produtos.
Uma outra teoria administrativa, a Administração Clássica, também teve importante
evolução no conceito do controle de qualidade, com os estudos de Ford. Para viabilizar sua
linha de montagem, ele investiu muito na intercambialidade das peças e na facilidade de
ajustes, adotando um sistema padronizado de medidas para todas as peças. Esse modelo de
montagem se expandiu para todos os setores industriais.
Embora, nessa época o foco do controle de qualidade ainda fosse a inspeção, já se
percebiam alguns elementos que seriam imprescindíveis ao conceito do que é hoje a
qualidade. Objetivando atender as necessidades dos clientes, técnicas estatísticas foram
desenvolvidas para controlar a qualidade. Paladini (1995, p.33) diz de conceitos como “Risco
do Produtor e consumidor, probabilidade de aceitação, fração defeituosa tolerável e nível de
qualidade aceitável”.
Após a Segunda Guerra Mundial outros conceitos e técnicas foram desenvolvidos
tentando combater a ineficácia e a impraticabilidade da inspeção. Paladini (1995) declara que
com o crescimento da indústria nesse período a urgência de mão-de-obra contratou um
contingente despreparado, o que afetou a qualidade de produtos e serviços, gerando a
necessidade da estruturação de programas formais de qualificação de pessoal.
Contudo, alguns outros importantes elementos só foram implementados na Gestão da
Qualidade Moderna, como apresenta Carvalho (2006), tais como o conhecimento das
necessidades do cliente e a participação do trabalhador, bastante enfatizado no período
artesanal.
Como mostra Barçante (1998), esta época foi marcada pela quantificação dos custos
da Qualidade [Juran, 1951], pelo Controle Total da Qualidade [A. Feigenbaun, 1956], pelas
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técnicas de confiabilidade desenvolvidas por indústrias aeroespacial, eletrônica e militar e
pelo programa Zero Defeito [Philip Grosby,1961].
Nesse mesmo período no Japão surge “o conceito de circuito de qualidade, dentro de
um modelo que viria mais tarde a ser conhecido como a abordagem participativa da
qualidade” (PALADINI, 1995, p.37). W. Edwards Deming e Juran influenciaram a criação do
modelo japonês. Deming tinha forte orientação estatística e foco no controle da qualidade,
mas em sua influência no Japão incorporou aspectos relacionados à participação dos
trabalhadores e da alta gerência como fundamentos para a Boa Qualidade. Em sua
homenagem foi criado O Prêmio Deming que seria atribuído à empresa do ano que mais se
destaca-se na área.
Outros novos elementos e teóricos surgidos no Japão acerca do assunto também
deram sua contribuição à Gestão da Qualidade com conceitos já incorporados no novo modelo
de qualidade. Com a expansão da Globalização surge o modelo normativo da ISO
(International Organization for Standardization) para a Gestão da Qualidade a série 9000
(Sistemas de Garantia da Qualidade) difundindo-se rapidamente e tornando-se requisito em
muitas cadeias produtivas.
2.2 Qualidade na Prestação de Serviços
O cidadão cliente somente utiliza o que atende as suas necessidades, segundo
Paladini (2004) essa é a abordagem que mais se identifica com o conceito básico de
qualidade. Conclui-se, então, que somente sobrevivem no mercado competitivo as empresas
que vão além das expectativas dos clientes, as que fazem mais que o esperado, são elas que
possuem clientes em potencial.
Para um melhor entendimento da generalização do conceito de qualidade Paladini
(2004) diferencia Consumidores de Clientes. O primeiro conceito diz ser todos aqueles que
consomem o mesmo de produto de uma certa marca e a eles são direcionados esforços para
que continuem a utilizá-lo, já o segundo são os que sofrem impacto dessa marca, os que
poderão utilizar o produto, a eles são direcionados esforços para que virem consumidores e
aumentem a faixa no mercado. Portanto, a empresa depende dos clientes para garantir seu
futuro.
A Gestão da Qualidade no serviço centra-se na interação com o usuário, ou seja, com
o cliente. Paladini (2004) traça as características gerais da Gestão da Qualidade nesse
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ambiente, tais como produção e consumo simultâneos, não podendo definir quando um
começa e quando o outro termina. Por não ter informações objetivas a respeito das situações
sua gestão precisa ser flexível e adaptável às situações. É sempre direcionada aos interesses
dos clientes, ou seja, preferências, exigências, necessidades, conveniências, enfim, tudo o que
ele considerar relevante, priorizando a eficácia, a eficiência e a produtividade.
A Qualidade no serviço centra-se em elementos, não há pontos específicos, não há
situações corretivas, preventivas, ocorridas no passado, os elementos envolvem a interação
em tempo real com o usuário, com a busca do aprimoramento contínuo, sempre o mais
próximo do que o cliente deseja, na rápida adaptação às suas exigências.
Contudo, deve-se primar pela rápida reação a erros e falhas no atendimento.
Como não há forma de inspecionar um serviço antes que ele seja prestado, nem
sequer há meios de obter amostras do serviço, a Gestão da Qualidade não conta com
procedimentos prévios de avaliação do serviço (ele é feito sempre ao vivo – nunca
se pode recorrer ao videoteipe). Entre outras restrições, essa característica dos
serviços compromete a fixação de padrões da qualidade (PALADINI, 2004, p.194).
Qualquer característica que diferencie uma empresa das outras é vantagem para a
escolha de um serviço e possibilitará a fidelidade de um consumidor.
2.3 A Qualidade de Vida no Trabalho
Sabe-se que empregados de empresas públicas ou privadas passam grande parte de
seu tempo no trabalho e para um bom desenvolvimento de suas funções necessitam de ações
que contribuam para a Qualidade de vida no trabalho e que satisfaçam suas necessidades.
Em 1940, com a necessidade de contrapor a desumanização com métodos rigorosos
de trabalho, surge a Teoria das Relações Humanas com a concepção do Homem Social,
considerando os trabalhadores como homens complexos, com sentimentos, desejos e
necessidades. Para Queiroz (1996), pessoas são motivadas por certas necessidades e alcançam
satisfação através de grupos com os quais interagem.
O conceito Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) surgiu em 1950 com os estudos de
Eric Trist (Rodrigues, 1991) implementando experiências na esfera indivíduo-trabalho-
organização, com o objetivo de tornar menos penosa a vida no trabalho. França (1996) diz ser
o conceito da Qualidade de Vida no Trabalho um conjunto de ações com diagnósticos e
implementação de melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais, dentro e fora
do ambiente de trabalho, para oferecer condições plenas de desenvolvimento humano dentro
da empresa.
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Analisa-se, atualmente, na luta das empresas pelo espaço no mercado, que quanto
mais condições de trabalho, mais lucrativa, competitiva e eficiente será a empresa. A QVT
procura identificar, eliminar ou minimizar todos os tipos de riscos ocupacionais. Isso envolve
desde a segurança do ambiente físico até o controle do esforço físico e mental requerido para
a atividade, bem como a forma de gerenciar situações de crise que comprometam a
capacidade de manter salários e empregos.
Investir na Qualidade de Vida no Trabalho garante a qualidade e a produtividade dos
produtos e serviços oferecidos, não esquecendo da motivação e satisfação dos empregados,
criando, assim, um grande diferencial competitivo, como afirma Rodrigues (1998), a QVT
apresenta a grande esperança das organizações em atingir os altos níveis de produtividade,
lembrando sempre da motivação e satisfação dos funcionários.
Atingir a satisfação no local de trabalho envolve facilitar a execução das tarefas e
também o equilíbrio psicológico. Para Chiavenato (1999, p.391)
Atualmente, o conceito QVT envolve tanto os aspectos físicos e ambientais como os
aspectos psicológicos do local do trabalho. A QVT assimila duas posições
antagônicas: de um lado a reivindicação dos empregados quanto ao bem-estar e
satisfação no trabalho; e, de outro, o interesse das organizações quanto aos seus
efeitos potenciais sobre a produtividade e a qualidade.
Segundo França (1996) o conceito de Qualidade de Vida no Trabalho é um conjunto
de ações de uma empresa que envolve diagnóstico e implantação de melhorias e inovações
gerenciais, tecnológicas e estruturais, dentro e fora do ambiente do trabalho, visando propiciar
condições plenas de desenvolvimento humano para o trabalho e durante sua realização.
Diversos são os conceitos sobre a Qualidade de Vida no Trabalho, contudo de forma
geral os autores enfatizam o grau de satisfação, motivação do empregado com relação à
empresa, ambientes de trabalhos adequados, promoção de saúde dos trabalhadores e bem-
estar. Para França (1996) os diversos conceitos da QVT enfocam: grau de satisfação da pessoa
com a empresa, condições ambientais gerais e promoção da saúde.
Um profissional com péssimas condições de trabalho ficará desmotivado e executará
de má vontade suas funções e o índice de produtividade decairá. Trabalhadores com baixos
salários, insatisfeitos e pouco valorizados também afetarão a qualidade do serviço e o nome
da instituição será abalado. Salienta-se que atividades que exigem exaustivo esforço físico,
alienantes ou realizadas em ambiente de tensão produzem efeitos psicológicos negativos,
causando o stress.
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Silva; Marchi (1996) apresentam três modalidades de stress: ambiental, familiar e
ocupacional.
[...] como stress ambiental entende-se as tensões relacionadas à vida em sociedade:
desavenças no trânsito, confusões e atritos com vizinhos, insegurança física,
incertezas da economia [...] o stress familiar são tensões decorrentes de conflitos
entre cônjuges e entre pai e filho, ou mesmo entre irmãos [...] o stress ocupacional,
ou seja, aquele decorrente das tensões associadas ao trabalho e à vida profissional
(SILVA; MARCHI, 1996, p.89).
Como verificado são vários os motivos que causam o stress, a ameaça de falência,
medo de perder o emprego, falta de materiais e ambiente adequado de trabalho, insatisfação
profissional, excesso de trabalho. No entanto, o empregado valorizado, não somente se
compromete, mas também melhora o seu grau de satisfação em relação ao trabalho, fazendo
com que reduza o stress ocupacional e melhore sua qualidade de vida.
Se o trabalhador não tiver condições para o trabalho, se tiver desmotivado, com sua
saúde comprometida, terá mais possibilidade em errar. A qualidade dos produtos e serviços
depende da qualidade das pessoas, depende daqueles que os executam. Portanto, o
Gerenciamento da Qualidade de Vida no Trabalho torna-se um importante instrumento para
alcançar os objetivos da Qualidade Total.
A QVT deverá ser um importante conceito da Gestão da Qualidade das empresas que
decidem competir com eficácia no mercado, na tentativa de melhorar os serviços e obter a
satisfação não só dos empregados, mas também daqueles que utilizam os bens e os serviços
oferecidos.
2.4 Seleção e Treinamento
2.4.1 Seleção
Conforme nos ensina o mestre Idalberto Chiavenato (2010, p. 42). “Seleção é o
processo de avaliação de candidatos para assegurar a escolha do mais apto ao trabalho. Assim,
a seleção de pessoas é, ao mesmo tempo, uma comparação e uma escolha, e termina com uma
decisão. Para que possa ser científica e alcançar certa precisão, ela precisa estar baseada nas
características pessoais que a oportunidade oferecida exige do seu futuro ocupante. É o que
chamamos de exigência do cargo. Assim, o primeiro cuidado ao fazer a seleção de pessoas é
conhecer quais são as exigências do cargo a ser preenchido ou quais são as competências
requeridas pela organização”.
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O processo de seleção visa identificar se os candidatos cumprem os requisitos
exigidos pela empresa, assim, os candidatos que não preenchem esses requisitos são rejeitados
e ficam aguardando oportunidades que exigem menor qualificação.
A seleção de pessoas é de suma importância e tem por finalidade escolher os
candidatos mais adequados aos cargos ou empregos propostos.
Chiavenato (2010, p, 45) dispõe que a seleção é importante para a empresa na
medida em que a supre das pessoas com as qualificações e competências adequadas ao seu
funcionamento, com as seguintes vantagens:
1) Pessoas adequadas aos cargos ou que possuem as competências necessárias exigem
menor treinamento;
2) Menor tempo de adaptação ao cargo;
3) Proporcionam maior produtividade e eficiência;
4) As pessoas mais competentes se mostram mais integradas ao negócio da empresa;
5) Elas alinham seus objetivos pessoais aos objetivos organizacionais.
Por conta disso, as vantagens se estendem às pessoas selecionadas que:
1) Ficam mais satisfeitas com seu trabalho;
2) Interagem melhor com a empresa;
3) Tornam-se mais produtivas e com melhor qualidade no trabalho;
4) Permanecem por mais tempo na empresa;
5) Desenvolvem carreira na empresa.
No que tange à seleção de pessoal, a Polícia Militar do Amazonas - PMAM, possui
uma lei de ingresso, assim, a Lei n.º 3.498, de 19 de abril de 2010, dispõe sobre o ingresso na
Polícia Militar do Amazonas, e dá outras providências.
Em seu art. 1.º a referida Lei aduz que o ingresso na Polícia Militar do Amazonas,
nos quadros ou qualificações discriminados na presente Lei, darseá mediante inclusão,
matrícula ou nomeação, após aprovação e classificação em concurso público, de provas ou de
provas e títulos, realizado por etapas, conforme o disposto nesta Lei em consonância com a
legislação em vigor.
19
O art. 2.º trata das etapas do concurso, que se destinam a proporcionar uma avaliação
precisa da capacidade e da aptidão do candidato ao ingresso na Polícia Militar, levando em
consideração as exigências intelectuais, de saúde, de aptidão física, de conduta civil e
psicológica, impostas pelas condições de execução do serviço militar estadual.
Assim, temos critérios expressos de seleção, na lei de ingresso, onde, conforme o art.
3.º As etapas do concurso são as seguintes:
I exame de habilidades e conhecimentos aferidos por meio de aplicação de provas
objetivas, provas discursivas, provas orais ou práticoorais e provas de títulos, na forma da
presente Lei, de caráter eliminatório e classificatório;
II exames médicos, de caráter eliminatório;
III exames de aptidão física, de caráter eliminatório;
IV avaliação psicológica, de caráter eliminatório;
V sindicância da vida pregressa e investigação social, de caráter eliminatório.
Parágrafo único. O candidato que de alguma forma usar de fraude em qualquer uma
das etapas do concurso será eliminado do certame.
Portanto, podemos destacar que a lei de ingresso da polícia do Amazonas é bastante
criteriosa no aspecto de seleção de pessoal, a fim de atingir uma qualidade, da qual anseia a
sociedade como um todo.
Vencidas as etapas previstas no artigo acima mencionado, o candidato, consoante o
art. 17. Avançará para mais uma fase, o curso de formação profissional para ingresso nos
quadros ou qualificações discriminados nesta Lei, de policiais combatentes, quais sejam: I
Curso de Formação de Oficiais (CFO); e II Curso de Formação de Soldados (CFSd).
O parágrafo único, do referido artigo, estabelece que: Os conteúdos normativos e
programáticos dos cursos serão disciplinados pelo Comandante Geral da PMAM.
Prevê o art. 18 da lei de ingresso que o candidato que concluir o curso de formação
com aproveitamento, satisfeitos os demais requisitos previstos nesta Lei, será nomeado militar
do Estado, no respectivo posto ou graduação inicial do quadro ou qualificação a que passará a
integrar. I Quadro de Oficiais Policiais Militares (QOPM); e II Quadro de Praças Policiais
Militares (QPPM).
20
São requisitos gerais para ingresso nos Quadros de Oficiais da PMAM, conforme o
art. 20, da lei mencionada:
I ser brasileiro;
II estar em dia com as obrigações militares e eleitorais;
III não ter antecedentes policiais ou criminais;
IV estar no gozo de seus direitos civis e políticos;
V ter a idade, a altura e o nível de escolaridade estabelecido nesta Lei;
VI ter conduta civil compatível com o cargo policialmilitar pretendido, devidamente
verificado em investigação social a cargo da Polícia Militar do Amazonas; e
VII ter aptidão para a carreira de militar do Estado, aferida através da prova escrita, de
saúde, de aptidão física, aptidão psicológica e investigação social.
Requisitos necessários para inscrição no concurso e ingresso nos Quadros de Oficiais
Policiais Militares (QOPM) conforme art. 22:
I ter concluído o ensino médio ou equivalente em instituição reconhecida nos moldes
da legislação federal e estadual, a ser comprovado antes do ato de matrícula no Curso de
Formação de Oficiais PM (CFO);
II ter, no mínimo, 18 (dezoito) anos e, no máximo, 28 (vinte e oito) anos de idade
completos, no ato de ingresso na carreira de militar do Estado;
III ser habilitado para a condução de veículos automotores, nos termos estabelecidos no
Edital do concurso; eIV possuir altura mínima de 1,65 m para homens e 1,60 m para
mulheres.
§ 1.º A critério da Administração Militar da PMAM, poderá ser realizado o Curso Intensivo
de Formação de Oficiais PM (CIFO), neste caso, será exigido, que o candidato tenha
concluído o curso de graduação superior em Direito, em instituição de ensino reconhecida nos
moldes da legislação federal, por ocasião da matrícula, sem prejuízo dos demais requisitos.
§ 2.º O requisito da idade previsto neste artigo não se aplica para policiais militares já
integrantes dos quadros da Corporação.
São requisitos gerais para ingresso nas Qualificações Policiais Militares de Praças:
I ser brasileiro;
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II estar em dia com as obrigações militares e eleitorais;
III não ter antecedentes policiais ou criminais;
IV estar no gozo de seus direitos civis e políticos;
V possuir altura mínima de 1,65 m. para homens e 1,60 m. para mulheres;
VI ter concluído o curso técnico, ensino médio ou correspondente, comprovado no ato
da matrícula no respectivo curso de formação, em instituição de ensino reconhecida nos
moldes da legislação federal;
VII ter, no máximo, 28 (vinte e oito) anos de idade completos e, no mínimo, 18 (dezoito)
anos completos, no ato de ingresso na carreira de militar do Estado;
VIII ser habilitado para a condução de veículos automotores, nos termos estabelecidos no
Edital do Concurso.
Deve-se observar o disposto no art. 33, o qual, estabelece que as seleções a que se
refere esta Lei serão procedidas por Instituição idônea, com experiência no ramo e sem
vinculação com a Corporação.
2.4.2 Treinamento
Passando a discorrer sobre treinamento, temos que o treinamento é um processo
educacional através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e atitudes para o
desempenho de seus cargos e adquirem novas competências. É um processo educacional e de
curto prazo, porque visa à formação e à preparação das pessoas. E está voltado
eminentemente para o desempenho do cargo, seja o atual, seja um cargo futuro na empresa,
ou então para a aquisição de competências desejadas pela organização. (Chiavenato 2010, p,
61).
O treinamento é importante e tem por finalidade a manutenção da preparação das
pessoas para a realização de suas atividades, trabalhando informações, conhecimentos,
aprimorando as habilidades e atitudes das pessoas. Sua ausência, traz como consequência,
pessoas despreparadas na realização de suas atividades, ineficientes, com baixa produtividade
e, por fim, restará ausente a qualidade na produção do produto ou na prestação do serviço.
Para Chiavenato (2010) esse processo educacional funciona ao longo de um ciclo
composto de quatro fases sequenciais, que são:
1) Levantamento das necessidades de treinamento;
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2) Programação do treinamento;
3) Execução do treinamento;
4) Avaliação dos resultados do treinamento.
No âmbito da Polícia Militar o que destacamos no contexto de treinamento é o
realizado junto ao Centro de Treinamento de Tiro Policial - CTTP, que é de fundamental
importância para os policiais militares do Batalhão Ambiental, tal treinamento funda-se na
qualificação do policial ao realizar o tiro no atendimento de ocorrências, o curso inicia com o
módulo de tiro básico, realizado com pistolas, e posteriormente é realizado o módulo de tiro
intermediário, que se faz com o uso de escopeta calibre 12, submetralhadoras, e fuzis.
2.5 Qualidade no Serviço Público
Observa-se que conceitos e técnicas da qualidade tiveram um grande avanço e
evoluíram dentro das organizações. No entanto, não podemos dizer o mesmo das instituições
públicas, já que muito pouco material foi produzido neste setor.
Somente nos anos 90, houve alguma preocupação em desenvolver literatura aplicável
à gestão pública, em função do desnivelamento dos parâmetros de produtividade entre as
empresas privadas e públicas. A difusão desses conceitos teve início no Brasil com o
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade [PBPQ] em 1990.
Gomes (1997, p. 52) apresenta a Gestão da Qualidade no setor público “como um
amplo processo de mudança cultural cujo principal objetivo é modificar as relações
institucionais transformando chefes e subordinados em parceiros que buscam atingir as metas
da organização”.
Dessa forma, na Administração Pública os governantes preferem optar pela Gestão
da Qualidade Total, segundo Gomes (1997) com tais objetivos:
Melhorar o atendimento ao usuário, diminuir a pressão dos gastos públicos, criar uma
máquina administrativa mais enxuta e flexível;
Alcançar níveis de excelência através da motivação do funcionalismo, que passa a se
sentir valorizado pela função que ocupa;
Melhorar a imagem institucional perante a sociedade, que fatalmente considerará a
mudança na prestação dos serviços.
23
Em 1996, foi elaborado o Programa da Qualidade e Participação na Administração
Pública baseado no PBPQ, instrumento básico da modernização da gestão pública. No
Programa de Qualidade e Participação na Administração Pública (1997, p.3) desenvolvido
pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado [MARE] “a modernização da
gestão pública será um processo contínuo, desenvolvido sob a orientação dos princípios da
qualidade, interpretados e aplicados sob a ótica da Administração Pública”.
Nesse documento, o MARE propõe a implantação do planejamento estratégico e do
planejamento da qualidade, a execução, na tentativa de transformar objetivos em resultados, e
um sistema de auditorias para verificação do cumprimento do planejado. Também faz
algumas distinções entre o setor público e o setor privado:
Figura 1: Diferenças entre o Setor Público e o Privado
SETOR PRIVADO SETOR PÚBLICO
- Preocupação em satisfazer o cliente
baseado no interesse.
- Preocupação alicerçada no dever.
- O cliente atendido, remunera
diretamente a organização, pagando pelo
serviço recebido ou pelo produto
adquirido.
- O cliente atendido, paga diretamente,
pela via do imposto, sem qualquer
simetria entre a quantidade e a qualidade
do serviço recebido e o valor do tributo
que recolhe.
- As políticas voltadas para Qualidade
referem-se a metas de competitividade no
sentido da obtenção, manutenção e
expansão de mercado.
- A meta é a busca da excelência no
atendimento a todos os cidadãos, ao
menor custo possível.
- Livre autonomia estabelecida pela
legislação e perfil da clientela
- Limite de autonomia estabelecida pela
legislação e o perfil da clientela.
Fonte: MARE, 1997
Atualmente, a Qualidade é uma exigência para a permanência no mercado, o que não
deve ser diferente no setor público, como prestador de serviço à sociedade. O setor público
também tem a obrigação de melhorar o seu desempenho por meio da Qualidade. Não sendo
somente um desejo do governante, mas uma transformação na cultura organizacional das
instituições públicas, comportamentos e atitudes, começando pela alta administração até a
última escala de subordinados.
O setor público é taxado de “burocrático”, ineficiente, que não se preocupa com a
sociedade, e, muitas vezes, age apenas para cumprir protocolo. Por isso, a necessidade de uma
reformulação de suas ações, de sua Qualidade no desempenho de suas atividades, objetivando
o bem-estar social.
24
Essa modificação na Qualidade no Setor Público traria, com certeza, benefícios a
toda sociedade, a satisfação de grande parte da população. Com base nesse contexto, que a
Constituição Federal foi inovada no art. 37, pela Emenda Constitucional n. 19 de 1998, que
trouxe expressamente ao texto constitucional a EFICIÊNCIA como Princípio da
Administração Pública, com isso, não basta à Administração Pública a simples prestação de
serviço público, essa prestação, deve ser eficiente, ou seja, a Qualidade deve ser um
pressuposto das atividades da Administração.
O inciso II, do artigo 37 da Carta da República, traz uma obrigatoriedade para
ingresso no serviço público, qual seja, a aprovação prévia em concurso público para a
investidura nem cargo ou emprego público, assim, trata de requisito de seleção do servidor
para prestação de serviço público.
Já se percebe algumas preocupações do poder público em, pelo menos, discutir a
qualidade e a produtividade no serviço público. Paladini (2004) apresenta uma análise
desenvolvida nos primeiros meses de 1999 constatando que a partir do retorno das eleições
presidenciais e a criação da reeleição, década de 80, o país criou um sentimento de crítica à
classe política, que se espalhou por todo o serviço público. Esse processo tornou o cliente
(usuário) mais exigente em relação ao serviço prestado pelo Estado.
O déficit do governo é altíssimo. Não há dinheiro, a saída é aumentar os impostos, os
tributos, o que causa a queda de poder aquisitivo e a opinião pública desfavorável. A saída,
nesse caso, é economizar, apelando para um programa de qualidade e produtividade.
O marketing da qualidade tem forte impacto popular, o governo já apresenta uma
imagem desgastada e que exige providências imediatas e a qualidade tem grande chance de
alterar esse processo. Portanto, essa é a hora da qualidade, por seu impacto, pela necessidade
de economizar, pela carência de recursos, para melhor atender a sociedade, enfim, seja qual
for o motivo, o setor público necessita melhorar o seu processo.
E como estruturar um modelo de Gestão da Qualidade no Setor Público? Paladini
(2004) apresenta os Estados Unidos como o país que mais investiu em qualidade no setor
público. Em 1988 o governo americano criou o Federal Quality Institute (FQI), encarregado
de estruturar a qualidade no setor público, trabalhando em parceria com institutos
mundialmente conhecidos, como o instituto Juran e Deming. Segundo uma pesquisa da
Business Week, 1991, na cidade de Fairfield (Califórnia), cerca de 95% de seus habitantes
consideram a qualidade do serviço municipal excelente.
25
Como apresentado acima, percebe-se que não é impossível implementar um plano de
Gestão de Qualidade no setor público, visto que o Estado Brasileiro tem suas peculiaridades
que merecem ser analisadas. Paladini (2004) mostra algumas especificidades do serviço
público brasileiro que devem ser consideradas antes de definir um modelo de Gestão da
Qualidade para o setor:
Ainda existe uma cultura de estabilidade no setor público;
Monopólio da prestação de serviços em áreas específicas;
Baixos salários;
Falta de qualificação do pessoal; e,
Cultura tradicional de descaso à coisa pública.
Deve-se, ainda, antes de montar um modelo de Gestão da Qualidade, segundo
Paladini (2004), guiar-se por alguns princípios, tais como o recurso básico será sempre o
servidor público, o elemento de envolvimento do funcionário em programas da qualidade é a
motivação, a estratégia básica da motivação é a estruturação de programas voltados para o
benefício dos funcionários, o que caracteriza a qualidade no serviço público é a transitividade:
o servidor repassa para a sociedade os benefícios de sua satisfação no trabalho, portanto, sua
qualidade no atendimento será de acordo com o seu grau de satisfação com o seu trabalho. Os
objetivos do programa devem ser de curto, médio e longo prazos e priorizar resultados
imediatos.
Paladini (2004) ressalta, ainda, algumas estratégias inadequadas que podem abortar
um programa de Gestão da Qualidade, segundo um estudo da qualidade no serviço público
pelo Núcleo de Garantia da Qualidade, em 1998:
1. Deve-se evitar criar expectativas em torno da qualidade do governo, tanto em servidores,
quanto na população. Sugere-se, então, criar programas com resultados simples, diretos,
observáveis em curto espaço de tempo atentando para não se utilizar da palavra “qualidade”;
2. Os resultados de ações que envolvem esforço de funcionários devem ser convertidos em
benefícios pessoais para os envolvidos;
3. Evitar treinamentos extensos, utilizando-os somente para empregá-los para atender a
aspirações e deficiências expressas pelos servidores;
26
4. Evidenciar os benefícios gerais que o programa traz para os colaboradores;
5. Sugere-se evitar programa muito volumoso com base inconsistente. Portanto, realizar
pequenos programas que plantam, nas pessoas, raízes sólidas, embora não apareçam muito.
Apresenta-se acima um pequeno passo para se pensar em qualidade no serviço
público, visto que, ainda há dificuldade para esta implementação, a cultura de estabilidade no
serviço público é um conceito nocivo à qualidade porque desestimula o esforço à melhoria e
incentiva a acomodação, além da influência de baixos salários e da falta de qualificação do
pessoal. Por tudo isso, recomenda-se o esforço de implementar um programa de Qualidade no
serviço público, ganhando o governo, a sociedade e os servidores, com essa realização.
A Constituição do Estado do Amazonas, traz em seu texto, um tópico sobre os
serviços públicos, dos quais podemos destacar: art. 107. O Poder Público deve assegurar a
prestação direta ou indireta dos serviços públicos, na forma da lei, observando:
I - os requisitos, entre outros, de eficiência, sendo obrigatório manter serviços adequados,
segurança, continuidade e tarifa justa e compensada;
II - os direitos dos usuários;
III - a autorização, permissão ou concessão para a prestação de serviços públicos, de forma
indireta, serão sempre precedidas de processo licitatório, nos termos da lei, sendo obrigatório
o registro da empresa prestadora de serviço no Conselho Profissional competente;
IV- o regime das empresas concessionárias e permissionárias, o caráter especial de seu
contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização, rescisão
da concessão ou permissão.
§ 1º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadores de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa.
§ 2º. As reclamações relativas à prestação de serviços públicos de que trata este artigo
serão disciplinadas em lei, observado o disposto no art. 9º e no § 11 do artigo 105.
§ 3º. Poderá o Poder Público ocupar e usar temporariamente bens e serviços, de propriedade
pública ou privada, na hipótese de calamidade pública, respondendo o Estado pelos danos e
custos decorrentes.
27
3. DIREITO AMBIENTAL
O Direito Ambiental é uma das vertentes do direito moderno, e por conta disso, vem
sendo alvo de importantes modificações no âmbito nacional e internacional, face a enorme
preocupação com o meio ambiente em interação com o homem. Tendo como foco a
manutenção da sociedade em detrimento aos escassos recursos ambientais.
O ordenamento jurídico brasileiro apresentava leis ambientais fragmentadas como o
Código Florestal e o Código de Águas, e iniciou o trato com o direito ambiental, de forma
mais objetiva, a partir da edição da Lei n° 6.938/1981, a qual dispõe sobre a implementação
da Política Nacional do Meio Ambiente e criação do Sistema Nacional de Meio Ambiente –
SISNAMA, visando assegurar a dignidade da pessoa humana, a preservação ambiental, em
conjunto com o desenvolvimento socioeconômico do país.
Com o advento da Constituição Federal de 1988, foi consagrada a importância que o
meio ambiente exige, o artigo 225, bem como em outros pontos da extensão da Carta Magna,
dispõe-se sobre as diretrizes do direito ambiental, restando cristalino o objetivo do Direito
Ambiental a fim de garantir a vida humana de forma harmônica com o ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo.
A Constituição Federal de 1988, estabeleceu em seu artigo 23, como competência
comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: inciso VI- proteger o
meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; e VII- preservar as
florestas, a fauna e a flora.
A Lei Complementar n°140/2011, fixa, em seu art. 1°, normas nos termos dos incisos
VI e VII do caput e do parágrafo único do artigo 23 da Constituição Federal para a
cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações
administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das
paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer
de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora.
Em relação a Lei Complementar 140/2011:
28
O art. 3o da referida lei, dispõe que constituem objetivos fundamentais da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no exercício da competência comum a que se
refere esta Lei Complementar:
I - proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, promovendo
gestão descentralizada, democrática e eficiente;
II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a proteção do meio
ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, a erradicação da pobreza e a redução
das desigualdades sociais e regionais;
III - harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de atuação
entre os entes federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação
administrativa eficiente;
IV - garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, respeitadas as
peculiaridades regionais e locais.
A Lei Complementar 140/11, traz em seu artigo 8°, um rol de ações administrativas
que obrigatoriamente devem ser desenvolvidas no âmbito dos Estados, inclusive, no Estado
do Amazonas, a seguir:
Art. 8o São ações administrativas dos Estados:
I - executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Nacional do Meio Ambiente e
demais políticas nacionais relacionadas à proteção ambiental;
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições;
III - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Estadual de Meio
Ambiente;
O inciso IV dispõe sobre promover, no âmbito estadual, a integração de programas e
ações de órgãos e entidades da administração pública da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, relacionados à proteção e à gestão ambiental;
29
V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio às Políticas Nacional e
Estadual de Meio Ambiente;
Dando sequência referente as ações dos Estados, temos no inciso IX a de elaborar o
zoneamento ambiental de âmbito estadual, em conformidade com os zoneamentos de âmbito
nacional e regional;
X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos;
XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a proteção do meio ambiente;
O Estado deve ditar as regras para a manutenção da qualidade de vida e preservação
do meio ambiente, assim, trata o inciso XII - controlar a produção, a comercialização e o
emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de
vida e o meio ambiente, na forma da lei;
XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para
licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida aos Estados;
XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7o e 9o;
Outro tema importantíssimo vem ser tratado no inciso XV - promover o
licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados ou desenvolvidos em
unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental
(APAs);
XVI - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em:
a) florestas públicas estaduais ou unidades de conservação do Estado, exceto em Áreas de
Proteção Ambiental (APAs);
b) imóveis rurais, observadas as atribuições previstas no inciso XV do art. 7o; e
c) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Estado;
30
Uma das ações necessárias de que trata a Lei Complementar 140/2011 está prevista
no inciso XVII do art. 3° que dispõe em elaborar a relação de espécies da fauna e da flora
ameaçadas de extinção no respectivo território, mediante laudos e estudos técnico-científicos,
fomentando as atividades que conservem essas espécies in situ;
XVIII - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas destinadas à
implantação de criadouros e à pesquisa científica, ressalvado o disposto no inciso XX do art.
7o;
A referida Lei trata ainda das ações dos Estados de aprovar o funcionamento de
criadouros da fauna silvestre; exercer o controle ambiental da pesca em âmbito estadual;
e exercer o controle ambiental do transporte fluvial e terrestre de produtos perigosos,
ressalvado o disposto no inciso XXV do art. 7o.
A Carta da República estabelece a competência comum a todos os entes políticos
com a finalidade de dar à temática ambiental um tratamento o mais coeso possível, visando a
implementação de políticas públicas com interação de todos os entes políticos e seus órgãos,
no combate e fiscalização dos crimes ambientais. Assim, vamos melhor entender o Direito e o
Direito Ambiental.
Para Miguel Reale (1993. p. 701) Direito é a interação tridimensional de norma, fato
e valor.
Direito Ambiental para Paulo de Bessa Antunes (2012. p.06) é a norma que baseada
no fato ambiental e no valor ético ambiental, estabelece os mecanismos normativos capazes
de disciplinar as atividades humanas em relação ao meio ambiente. Ainda, segundo Bessa
Antunes, o Direito Ambiental pode ser definido como um direito que se desdobra em três
vertentes fundamentais, que são constituídas pelo direito ao meio ambiente, direito sobre o
meio ambiente e direito do meio ambiente. O Direito Ambiental tem uma dimensão humana,
uma dimensão ecológica e uma dimensão econômica devendo harmonizassem consoante o
conceito de desenvolvimento sustentável.
Para Paulo Affonso Leme Machado (2012. p. 62-63), o Direito Ambiental é um
Direito sistematizador, que faz a articulação da legislação, da doutrina e da jurisprudência
concernentes aos elementos que integram o ambiente. Procura evitar o isolamento dos temas
ambientais e sua abordagem antagônica. Não se trata mais de construir um Direito das águas,
31
um Direito da atmosfera, um Direito do solo, um Direito florestal, um Direito da fauna ou um
Direito da biodiversidade. O Direito Ambiental não ignora o que cada matéria tem de
específico, mas busca interligar estes temas com a argamassa da identidade dos instrumentos
jurídicos de prevenção e de reparação, de informação, de monitoramento e de participação.
O Meio Ambiente é patrimônio público que deve ser assegurado e protegido por
conta do uso coletivo, consoante o artigo 2°, inciso I, da Lei 6.938/81. O conceito de meio
ambiente foi trazido pelo mesmo Diploma Legal em seu artigo 3°, inciso I, que diz: “Meio
Ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”, conforme nos ensina o
professor Paulo Affonso Leme Machado (2012, p.63).
A Lei n° 6.938/81 instituiu o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA,
com a finalidade de estabelecer, em todas as esferas governamentais, mecanismos de
implementação do Plano Nacional do Meio Ambiente – PNMA, este, por sua vez, objetiva a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar ao País condições de desenvolvimento econômico, aos interesses de segurança
nacional e à proteção da dignidade da vida humana. (BESSA ANTUNES, 2012).
Paulo de Bessa Antunes (2012, p, 137) dispõe que os órgãos formadores do
SISNAMA são:
a) Órgão Superior: o Conselho de Governo;
b) Órgão Consultivo e Deliberativo: o CONAMA;
c) Órgão Central: o Ministério do Meio Ambiente;
d) Órgãos Executores: 1- o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
naturais renováveis - IBAMA; e o 2- Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade – ICMBio;
e) Órgãos Setoriais: órgãos da Administração Federal, direta, indireta ou fundacional
voltados para a proteção ambiental ou disciplinamento de atividades utilizadoras de recursos
ambientais;
f) Órgãos Seccionais: órgãos ou entidades estaduais responsáveis por programas
ambientais ou pela fiscalização de atividades utilizadoras de recursos ambientais;
g) Órgãos Locais: as entidades municipais responsáveis por programas ambientais ou
responsáveis pela fiscalização de atividades utilizadoras de recursos ambientais.
32
O Conselho Nacional do Meio Ambienta – CONAMA foi instituído pela Lei
n°6.938/81, o CONAMA acrescenta em sua resolução 306/02 que “meio ambiente é o
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química, biológica,
social, cultural e urbanística que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.” O
CONAMA é órgão consultivo e deliberativo do SISNAMA, Sistema Nacional do Meio
Ambiente, e possui a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo,
diretrizes e políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar,
conforme sua competência, sobre normas e padrões ambientais.
Esse Meio Ambiente, conforme extrai-se da Carta da República de 1988 e demais
leis ambientais, divide-se em:
a) Natural: solo, água, ar, flora e fauna;
b) Cultural:
c) Artificial; e
d) Do Trabalho
A Constituição do Estado do Amazonas estabelece em seu texto os objetivos
prioritários do Estado, entre outros: I - a garantia de controle pelo cidadão e segmentos da
coletividade estadual da legitimidade e legalidade dos atos dos Poderes Públicos e da eficácia
dos serviços públicos; II - a defesa da Floresta Amazônica e o seu aproveitamento racional,
respeitada a sua função no ecossistema;
A constituição estadual em comento dispõe sobre a competência comum com à
União ou aos Municípios, dentre as quais destacamos os incisos: IV- impedir a evasão, a
destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico e
cultural; VI- proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; e
VII- preservar a fauna e a flora;
Conforme o artigo 18, Ainda compete ao Estado, respeitadas as normas gerais
estabelecidas em lei federal, legislar concorrentemente com a União sobre: 1 - florestas,
caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição; 2 - proteção ao patrimônio histórico,
cultural, artístico, turístico e paisagístico; 3 - responsabilidade por dano ao meio ambiente,
ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
Consoante o inciso I do artigo 116 da Carta do Estado, a Polícia Militar deve exercer
a atividade de polícia ostensiva de segurança, de trânsito urbano e rodoviário, de florestas e de
33
mananciais e as relacionadas com a prevenção criminal, preservação e restauração da ordem
pública.
Por conta disso, a referida constituição estadual trouxe um capítulo tratando do meio
ambiente, em consonância com o que dispõe a Constituição Federal
O texto constitucional do estado traz uma norma mandamental no artigo 232. “A
Floresta Amazônica constitui patrimônio a ser zelado pelo Poder Público.” Com as devidas
responsabilidades, quais sejam:
§ 1º. O Estado fará o inventário e o mapeamento da cobertura florestal e adotará medidas
especiais para a sua proteção.
§ 2º. São consideradas áreas sob proteção especial as de incidência de seringueiras e
castanheiras nativas, de propriedade pública ou privada, ficando proibida a derrubada ou
danificação dessas árvores em todo o Estado, exceto em áreas autorizadas pelo Conselho
Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia ou por organismo competente.
§ 3º. Resguardadas as instâncias de competência de âmbito federal, o Poder Executivo
estabelecerá medidas de promoção ao reflorestamento com a finalidade de reduzir
o impacto da exploração dos adensamentos vegetais nativos e garantir o suprimento da
demanda dessa matéria-prima.
§ 4º. O Estado se incumbirá da atualização das listas de animais e vegetais em risco de
extinção ou submetidos a intensas pressões de demanda, procedendo-se à instalação imediata
de viveiros para estudos e proteção dessas espécies.
§ 5º. A ação governamental em prol do reflorestamento dará prioridade à recomposição da
camada vegetal situada às margens dos lagos, cursos d’água bacias de rios, utilizados para uso
múltiplo, abastecimento de água ou geração de energia elétrica, áreas verdes, zonas urbanas,
ficando os proprietários das glebas de ocorrência, sejam públicas ou privadas, responsáveis
pelo plantio e manutenção das espécies utilizadas nesse propósito.
A Carta do Estado dispõe que o estado exercerá o controle da utilização de produtos
tóxicos e insumos químicos, de forma a assegurar a saúde pública, a qualidade de vida e a
proteção do meio ambiente.
Dispõe o artigo 234 sobre a implantação e operação de atividades, efetiva ou
potencialmente poluidoras, dependerão da adoção, pelas unidades operadoras, de técnicas de
prevenção e controle de tais processos, independente da capacidade de absorção dos corpos
receptores.
§ 1.º estabelece que dependerão de prévio licenciamento relativo ao Sistema Estadual de
Licenciamento de Atividades com Potencial de Impacto, na forma da lei:
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a) A instalação, construção ou ampliação de quaisquer atividades industriais, principal
mente as que envolvam o aproveitamento e utilização de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidoras;
b) A transformação de áreas rurais ou de cobertura natural em áreas urbanas;
c) A abertura de áreas de expansão urbana.
§ 2º. O enquadramento de atividades com potencial de impacto em áreas zoneadas, o
patrocínio, a participação ou o interesse público não eximem o empreendimento da
obrigatoriedade de licenciamento, na forma da lei, nem o libera do dever de respeitar as
normas e padrões pertinentes.
§ 3º. Na hipótese da instalação de atividades efetivas ou potencialmente causadoras de
alterações significativas ao meio ambiente, poderá integrar o processo de licenciamento ou
apreciação do estudo de impacto, a consulta, por plebiscito, à comunidade afetada, mediante
convocação por um dos Poderes do Estado, nos termos do art. 14, da Constituição da
República.
No que trata do estudo de impacto ambiental será, parte integrante e obrigatória
do processo de licenciamento, além de outras exigências de ordem normativa ou legal, nos
casos de:
I - implantação de áreas ou polos industriais ou agroindustriais;
II - alteração de uso de área objeto de zoneamento;
III - transformação de área rural em área urbana;
IV - área de expansão urbana;
V - implantação de projetos ou atividades potencialmente causadores de modificações
significativas no meio ambiente;
VI - outras, por determinação de normas do SISNAMA - Sistema Nacional de Meio
Ambiente ou do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia.
Um fator importante para a manutenção do equilíbrio ecológico é o tratamento das
informações, onde o Estado e os Municípios garantirão o amplo acesso dos interessados às
informações sobre fontes, agentes e causas de poluição e de degradação ambiental, sobre
resultados de monitorias e auditorias, inclusive, informando sistematicamente à população
sobre os níveis e comprometimentos da qualidade do meio ambiente, as situações de riscos e a
presença de substâncias danosas à saúde e à vida. Todavia, a norma constitucional do Estado
35
estabelece que é dever do cidadão informar aos agentes públicos, responsáveis pela execução
da Política Estadual do Meio Ambiente, as infrações ou irregularidades atentatórias à
normalidade e ao equilíbrio ecológico de que tiver conhecimento.
3.1 Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas – IPAAM
Órgão de proteção ambiental do Estado do Amazonas, o IPAAM, apresenta o
seguinte histórico. As atividades de controle ambiental no Estado do Amazonas iniciaram em
1978 na Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral – SEPLAN, executadas
pela Comissão de Desenvolvimento do Estado do Amazonas – CODEAMA.
A primeira Lei da Política Ambiental do Estado foi publicada em 1982, Lei n° 1.532,
que visava os novos processos de conscientização do meio ambiente, em 1989, foi criado o
Instituto de Desenvolvimento dos Recursos Naturais e Proteção Ambiental do Estado do
Amazonas – IMA/AM, tendo na execução da Política Ambiental uma das suas finalidades,
com o início de um processo de controle ambiental mais sistemático.
Por conseguinte, é com a criação do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas
– IPAAM, em 11.03.1996, através do Decreto Estadual N°17.033, que ocorre o grande
avanço da questão ambiental no Estado, pois o IPAAM passou a coordenar e executar
exclusivamente a Política Estadual do Meio Ambiente.
Posteriormente o Instituto vinculou-se à secretaria de Estado do Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, possuindo autonomia administrativo-financeira, portanto,
órgão executor da Política de Controle Ambiental do Estado do Amazonas, ressaltando que
as atividades fim do IPAAM que englogam o Controle Ambiental, são o Licenciamento, a
Fiscalização e o Monitoramento Ambiental.
Tem por objetivo coordenar e executar as Políticas de Meio Ambiente e de Recursos
Hídricos do Estado do Amazonas.
O IPAAM foi o primeiro órgão ambiental do Brasil a receber o certificado ISSO
9002, no escopo Licenciamento e Fiscalização Ambiental, o certificado de qualidade foi
entregue pela BVQI ao Governo do Estado no dia 14/11/2001.
A Lei n° 3.785/2012 dispõe sobre o licenciamento ambiental no Estado do
Amazonas, assim, trata no art. 3°:
36
Art. 3.° Ficam sujeitos ao prévio licenciamento pelo Instituto de Proteção Ambiental
do Amazonas – IPAAM, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis, observadas as
atribuições legais estabelecidas na Lei Complementar n. 140/2011, a construção, instalação,
ampliação, derivação, reforma, recuperação, operação e funcionamento de atividades
poluidoras, utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetivamente ou
potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental.
§ 1.° Caberá ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAAM fixar critérios
básicos, básicos, segundo os quais serão exigidos estudos para avaliação de impactos
ambientais para fins de licenciamento ambiental estadual, respeitadas as legislações federal e
estadual vigentes.
§ 2.° O estudo para avaliação do impacto ambiental será realizado por técnicos habilitados,
correndo as despesas à conta do proponente do projeto.
§ 3.° Respeitada a pedido do interessado, nos termos do que estabelece a Lei n. 10.650, de 16
de abril de 2003 e qualquer outra que venha a lhe substituir ou complementar, o estudo para
avaliação do impacto ambiental será acessível ao público.
§ 4.° As atividades ou empreendimentos a que se refere o caput deste artigo que estejam sem
a competente licença ambiental ou que desrespeitem a legislação ambiental vigente serão
penalizadas conforme legislação estadual e legislação federal subsidiariamente.
§ 5.° O serviço de incineração efetuado no complexo industrial do empreendimento como
apoio da atividade produtiva, será tratado em processo distinto.
3.2 Princípios do Direito Ambiental
Os princípios são alicerces, são basilares que norteiam e orientam o Direito
Ambiental que fundamentam, auxiliam e garantem a racionalidade nas interpretações das
demandas desse ramo do direito, visto que, se faz necessário, por conta da legislação ser
dispersa.
Para Paulo Affonso Leme Machado, Princípio é, aqui, utilizado como alicerce ou
fundamento do Direito. Paulo Affonso apud Gomes Canotilho ensina que “os princípios são
normas jurídicas impositivas de uma optimização, compatíveis com vários graus de
concretização, consoantes os condicionalismos fácticos e jurídicos. Permitem o
37
balanceamento de valores e interesses (não obedecem, como as regras, à ‘lógica do tudo ou
nada’, consoante o seu peso e ponderação de outros princípios eventualmente conflitantes”.
São padrões “juridicamente vinculantes radicados nas exigências de justiça (Dworkin) ou na
“ideia de direito” (Larenz)”.
Dentre eles, Paulo Affonso Leme Machado (2012) e Paulo de Bessa Antunes (2012),
destacam:
3.2.1 Princípio do Ambiente Ecologicamente Equilibrado
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é tratado na Constituição
Federal em seu artigo 225, visto como direito fundamental da pessoa humana, direcionado ao
desfrute de condições de vida adequadas em um ambiente sadio e quilibrado.
3.2.2 Princípio do Desenvolvimento Sustentável
Princípio que visa o atendimento das necessidades das gerações presentes, cuidando
para não comprometer a capacidade das gerações futuras na satisfação de suas necessidades.
Busca viabilizar crescimento econômico, equilíbrio ambiental e justiça social.
3.2.3 Princípio da Precaução
Funciona como garante contra os riscos incertos, desconhecidos, abstratos,
potenciais, pois, no caso em questão, não podem ser identificados, incerteza científica.
3.2.4 Princípio da Prevenção
Cuida da certeza científica do impacto ambiental, garantindo a tomada de decisões
necessárias a fim de minimizar ou até eliminar os impactos ambientais conhecidos, certos e
determinados.
3.2.5 Princípio do Usuário-Pagador
Princípio que impõe que o usuário de recursos naturais obriga-se a pagar por essa
utilização, mesmo que não ocorra a poluição, trazendo benefícios sociais com racionalidade
sobre o uso e evitando desperdícios.
38
3.2.6 Princípio do Poluidor-Pagador
Liga o usuário à uma relação econômica para que este suporte despesas direcionadas
à prevenção, reparação e repressão daqueles danos ambientais que deu causa.
3.2.7 Princípio da Educação Ambiental
Determina a promoção da Educação Ambiental pelo Poder Público em todos os
níveis de ensino, trabalhando a conscientização da preservação ambiental de forma contínua,
integrada e permanente, para que gerações futuras possam desfrutar.
3.2.8 Princípio da Informação
Determina que o acesso a dados ambientais sejam disponibilizados a todos, para que
possam conscientizar e fomentar a participação pública.
3.2.9 Princípio Democrático
Princípio que assegura a participação de todos nas questões ambientais.
3.2.10 Princípio da Solidariedade
Dispõe que a sociedade atual utilize os recursos naturais de forma sustentável, com
racionalidade, sem desperdícios, garantindo os mesmos direitos às gerações futuras.
3.2.11 Princípio da Natureza Pública da Proteção Ambiental
Impõe à Administração Pública o dever de preservar e proteger o meio ambiente.
3.2.12 Princípio da Função Socioambiental da Propriedade
Princípio constitucional que estabelece ao proprietário a utilização de sua
propriedade em consonância com a preservação ambiental, caso contrário, será ilegítimo o
exercício do direito de propriedade.
3.2.13 Princípio da Cooperação Internacional
Princípio que dá sustentação, aos Estados Soberanos, de auxílio recíprocos das
informações ambientais, bem como de tecnologias necessárias no combate das crises
ambientais nesses Estados.
39
3.2.14 Princípio da Proibição do Retrocesso Ecológico
Princípio fundamental do Direito Ambiental que determina que o Poder Público não
deve retroagir na proteção do meio ambiente.
3.2.15 Princípio do Controle do Poluidor pelo Poder Público
Consiste na fixação, pelo Estado, de parâmetros mínimos de qualidade ambiental a
fim de manutenção do equilíbrio ecológico, a promoção da saúde pública, tudo de forma
sustentável.
3.3 Legislação Ambiental
3.3.1 Código Florestal
O Código Florestal é a legislação ambiental aplicável que estabelece normas gerais
sobre proteção da vegetação, conceitos sobre alguns tópicos utilizados na linguagem
ambiental, bem como alguns outros importantes nessa temática. Assim, vamos conhecer um
pouco mais sobre a Lei n° 12.651 de 25 de maio de 2012 - Código Florestal.
Art. 1o-A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de
Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de
matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção
dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus
objetivos.
Parágrafo único. Tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, esta Lei
atenderá aos seguintes princípios:
I - afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas florestas e
demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos
hídricos e da integridade do sistema climático, para o bem estar das gerações presentes e
futuras;
II - reafirmação da importância da função estratégica da atividade agropecuária e do papel das
florestas e demais formas de vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento econômico,
na melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na presença do País nos mercados
nacional e internacional de alimentos e bioenergia;
40
III - ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas, consagrando o
compromisso do País com a compatibilização e harmonização entre o uso produtivo da terra e
a preservação da água, do solo e da vegetação;
Outro princípio tratado no Código Florestal é o da responsabilidade comum da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade civil, na
criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções
ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais, previsto no inciso IV;
V - fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o uso sustentável
do solo e da água, a recuperação e a preservação das florestas e demais formas de vegetação
nativa;
VI - criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a
recuperação da vegetação nativa e para promover o desenvolvimento de atividades produtivas
sustentáveis
Temos no art. 2o que as florestas existentes no território nacional e as demais formas
de vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse
comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade com as
limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.
§ 2o As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, de
qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural.
O Código Florestal trouxe vários conceitos em seu artigo 3o o qual dispõe que para
os efeitos desta Lei, entende-se por:
Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá
e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13° S, dos Estados de Tocantins e
Goiás, e ao oeste do meridiano de 44° W, do Estado do Maranhão;
Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a
estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o
solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,
delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo
sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos
41
processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a
proteção de fauna silvestre e da flora nativa;
Área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a
22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida,
neste último caso, a adoção do regime de pousio;
Pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o trabalho
pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos e
projetos de reforma agrária, e que atenda ao disposto no art. 3° da Lei n° 11.326/06;
Uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por
outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e
transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas
de ocupação humana;
Entende-se por manejo sustentável: administração da vegetação natural para a
obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de
sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou
alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos
e subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços;
Considera-se utilidade pública:
a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte,
sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos
Municípios, saneamento, gestão de resíduos, energia, telecomunicações, radiodifusão,
instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou
internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila,
saibro e cascalho;
c) atividades e obras de defesa civil;
d) atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção das funções
ambientais referidas no inciso II deste artigo, APPs;
e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento
proposto, definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;
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Interesse social:
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como
prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e
proteção de plantios com espécies nativas;
b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural
familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura
vegetal existente e não prejudique a função ambiental da área;
É de interesse social conforme alínea ‘c’ a implantação de infraestrutura pública destinada a
esportes, lazer e atividades educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais
consolidadas, observadas as condições estabelecidas nesta Lei;
d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por
população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas;
e) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes
tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da atividade;
f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela
autoridade competente;
Outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em
procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à
atividade proposta, definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal, também são
consideradas atividades de interesse social;
Atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental:
a) abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando necessárias
à travessia de um curso d’água, ao acesso de pessoas e animais para a obtenção de água ou à
retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal sustentável;
b) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados,
desde que comprovada a outorga do direito de uso da água, quando couber;
A implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo também considera-se
atividade de baixo impacto ambiental, alínea “c”;
d) construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro;
43
e) construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades
quilombolas e outras populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais, onde o
abastecimento de água se dê pelo esforço próprio dos moradores;
Na alínea ‘f’ temos a construção e manutenção de cercas na propriedade;
g) pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros requisitos previstos na
legislação aplicável;
h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como
sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a recursos genéticos;
Temos na alínea ‘i’ plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes,
castanhas e outros produtos vegetais, desde que não implique supressão da vegetação
existente nem prejudique a função ambiental da área;
j) exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar, incluindo a
extração de produtos florestais não madeireiros, desde que não descaracterizem a cobertura
vegetal nativa existente nem prejudiquem a função ambiental da área;
k) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais e de baixo impacto
ambiental em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA ou dos Conselhos
Estaduais de Meio Ambiente;
Vereda: fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos, usualmente
com a palmeira arbórea Mauritia flexuosa - buriti emergente, sem formar dossel, em meio a
agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas;
Conceitua-se manguezal como: ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos,
sujeitos à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se
associa, predominantemente, a vegetação natural conhecida como mangue, com influência
fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao
longo da costa brasileira, entre os Estados do Amapá e de Santa Catarina;
Salgado ou marismas tropicais hipersalinos: áreas situadas em regiões com
frequências de inundações intermediárias entre marés de sizígias e de quadratura, com solos
cuja salinidade varia entre 100 (cem) e 150 (cento e cinquenta) partes por 1.000 (mil), onde
pode ocorrer a presença de vegetação herbácea específica;
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Apicum: áreas de solos hipersalinos situadas nas regiões entremarés superiores,
inundadas apenas pelas marés de sizígias, que apresentam salinidade superior a 150 (cento e
cinquenta) partes por 1.000 (mil), desprovidas de vegetação vascular;
Restinga: depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada,
produzido por processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que
recebem influência marinha, com cobertura vegetal em mosaico, encontrada em praias,
cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional,
estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado;
Nascente: afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início
a um curso d’água;
O conceito de olho d’água é: afloramento natural do lençol freático, mesmo que
intermitente;
Sobre leito regular: a calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água
durante o ano;
Considera-se área verde urbana: espaços, públicos ou privados, com predomínio de
vegetação, preferencialmente nativa, natural ou recuperada, previstos no Plano Diretor, nas
Leis de Zoneamento Urbano e Uso do Solo do Município, indisponíveis para construção de
moradias, destinados aos propósitos de recreação, lazer, melhoria da qualidade ambiental
urbana, proteção dos recursos hídricos, manutenção ou melhoria paisagística, proteção de
bens e manifestações culturais;
O Código Florestal traz uma nova nomenclatura sobre várzea de inundação ou
planície de inundação: áreas marginais a cursos d’água sujeitas a enchentes e inundações
periódicas;
Faixa de passagem de inundação: área de várzea ou planície de inundação adjacente
a cursos d’água que permite o escoamento da enchente;
Relevo ondulado: expressão geomorfológica usada para designar área caracterizada
por movimentações do terreno que geram depressões, cuja intensidade permite sua
classificação como relevo suave ondulado, ondulado, fortemente ondulado e montanhoso.
Entende-se por pousio: prática de interrupção temporária de atividades ou usos
agrícolas, pecuários ou silviculturais, por no máximo 5 (cinco) anos, para possibilitar a
recuperação da capacidade de uso ou da estrutura física do solo;
45
Áreas úmidas: pantanais e superfícies terrestres cobertas de forma periódica por
águas, cobertas originalmente por florestas ou outras formas de vegetação adaptadas à
inundação;
Crédito de carbono: título de direito sobre bem intangível e incorpóreo
transacionável.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, estende-se o tratamento dispensado aos
imóveis a que se refere o inciso V deste artigo às propriedades e posses rurais com até 4
(quatro) módulos fiscais que desenvolvam atividades agrossilvipastoris, bem como às terras
indígenas demarcadas e às demais áreas tituladas de povos e comunidades tradicionais que
façam uso coletivo do seu território.
O inciso V do artigo supramencionado do Código Florestal faz referência ao art. 3°
da Lei n°11.326/2006, lei que estabelece as diretrizes para a formulação da Política Nacional
da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Da qual, vamos expor a parte
inicial, com a observância do artigo 3°:
O art. 1o, da referida Lei, estabelece os conceitos, princípios e instrumentos
destinados à formulação das políticas públicas direcionadas à Agricultura Familiar e
Empreendimentos Familiares Rurais.
Preceitua, o art. 2o, a formulação, gestão e execução da Política Nacional da
Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais serão articuladas, em todas as
fases de sua formulação e implementação, com a política agrícola, na forma da lei, e com as
políticas voltadas para a reforma agrária.
A Lei n° 11.326/2006 em seu artigo 3o considera que agricultor familiar e
empreendedor familiar rural é aquele que pratica atividades no meio rural,
atendendo, simultaneamente, aos seguintes requisitos:
I - não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais;
II - utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades econômicas do
seu estabelecimento ou empreendimento;
III - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu
estabelecimento ou empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo;
IV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.
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§ 1o O disposto no inciso I do caput deste artigo não se aplica quando se tratar de condomínio
rural ou outras formas coletivas de propriedade, desde que a fração ideal por proprietário não
ultrapasse 4 (quatro) módulos fiscais.
§ 2o São também beneficiários desta Lei:
I - silvicultores que atendam simultaneamente a todos os requisitos de que trata o caput deste
artigo, cultivem florestas nativas ou exóticas e que promovam o manejo sustentável daqueles
ambientes;
II - aqüicultores que atendam simultaneamente a todos os requisitos de que trata o caput deste
artigo e explorem reservatórios hídricos com superfície total de até 2ha (dois hectares) ou
ocupem até 500m³ (quinhentos metros cúbicos) de água, quando a exploração se efetivar em
tanques-rede;
Dispõe o inciso III que também são beneficiários os extrativistas que atendam
simultaneamente aos requisitos previstos nos incisos II, III e IV do caput deste artigo e
exerçam essa atividade artesanalmente no meio rural, excluídos os garimpeiros e faiscadores;
IV - pescadores que atendam simultaneamente aos requisitos previstos nos incisos I, II, III e
IV do caput deste artigo e exerçam a atividade pesqueira artesanalmente.
V - povos indígenas que atendam simultaneamente aos requisitos previstos nos incisos II, III e
IV do caput do art. 3º;
Incluem-se os integrantes de comunidades remanescentes de quilombos rurais e
demais povos e comunidades tradicionais que atendam simultaneamente aos incisos II, III e
IV do caput do art. 3º.
Voltando ao texto do Código Florestal, é de suma importância o conhecimento do
que dispõe esse Diploma Legal, sobre o que é considerado Áreas de Preservação Permanente.
Conforme delimitação do art. 4° da Lei 12.651/2012: Considera-se Área de Preservação
Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente,
excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50
(cinquenta) metros de largura;
47
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200
(duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600
(seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600
(seiscentos) metros;
Conforme o inciso II são ainda consideradas Áreas de Preservação Permanente, as
áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares
de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou
represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do
empreendimento;
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua
situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
Refere-se o inciso V que incluem-se as encostas ou partes destas com declividade superior a
45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive;
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
Os manguezais, em toda a sua extensão, são Área de Preservação Permanente;
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca
inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
Consoante ao inciso IX incluem-se como APP as áreas: no topo de morros, montes,
montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que
25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura
mínima da elevação sempre em relação à base, sendo, esta, definida pelo plano horizontal
determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do
ponto de sela mais próximo da elevação;
48
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a
vegetação;
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50
(cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.
§ 1o Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais
de água que não decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais.
§ 4o Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 (um) hectare,
fica dispensada a reserva da faixa de proteção prevista nos incisos II e III do caput, vedada
nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão ambiental
competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
Ainda dispõe no § 5o que é admitido, para a pequena propriedade ou posse rural familiar, de
que trata o inciso V do art. 3o desta Lei, o plantio de culturas temporárias e sazonais de
vazante de ciclo curto na faixa de terra que fica exposta no período de vazante dos rios ou
lagos, desde que não implique supressão de novas áreas de vegetação nativa, seja conservada
a qualidade da água e do solo e seja protegida a fauna silvestre.
§ 6o Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos fiscais, é admitida, nas áreas de que
tratam os incisos I e II do caput deste artigo, a prática da aquicultura e a infraestrutura física
diretamente a ela associada, desde que:
I - sejam adotadas práticas sustentáveis de manejo de solo e água e de recursos hídricos,
garantindo sua qualidade e quantidade, de acordo com norma dos Conselhos Estaduais de
Meio Ambiente;
II - esteja de acordo com os respectivos planos de bacia ou planos de gestão de recursos
hídricos;
Conforme dispõe o inciso III é obrigatório seja realizado o licenciamento pelo órgão
ambiental competente;
IV - o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural - CAR.
V - não implique novas supressões de vegetação nativa.
Art. 5o Na implantação de reservatório d’água artificial destinado a geração de
energia ou abastecimento público, é obrigatória a aquisição, desapropriação ou instituição de
servidão administrativa pelo empreendedor das Áreas de Preservação Permanente criadas em
49
seu entorno, conforme estabelecido no licenciamento ambiental, observando-se a faixa
mínima de 30 (trinta) metros e máxima de 100 (cem) metros em área rural, e a faixa mínima
de 15 (quinze) metros e máxima de 30 (trinta) metros em área urbana
§ 1o Na implantação de reservatórios d’água artificiais de que trata o caput, o
empreendedor, no âmbito do licenciamento ambiental, elaborará Plano Ambiental de
Conservação e Uso do Entorno do Reservatório, em conformidade com termo de referência
expedido pelo órgão competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama, não
podendo o uso exceder a 10% (dez por cento) do total da Área de Preservação
Permanente.
§ 2o O Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório
Artificial, para os empreendimentos licitados a partir da vigência desta Lei, deverá ser
apresentado ao órgão ambiental concomitantemente com o Plano Básico Ambiental e
aprovado até o início da operação do empreendimento, não constituindo a sua ausência
impedimento para a expedição da licença de instalação.
Art. 6o Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando declaradas de
interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou
outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades:
I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha;
II - proteger as restingas ou veredas;
III - proteger várzeas;
Dispõe o inciso IV das áreas destinadas a abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados
de extinção;
V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico;
VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
As que se destinam a assegurar condições de bem-estar público;
VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares.
IX - proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional.
O Código Florestal também estabelece o Regime de Proteção das Áreas de
Preservação Permanente. Com as devidas responsabilidades.
50
Art. 7o A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida
pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de
direito público ou privado.
§ 1o Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o
proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a
recomposição da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei.
§ 2o A obrigação prevista no § 1o tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de
transferência de domínio ou posse do imóvel rural.
§ 3o No caso de supressão não autorizada de vegetação realizada após 22 de julho de 2008, é
vedada a concessão de novas autorizações de supressão de vegetação enquanto não cumpridas
as obrigações previstas no § 1o.
Art. 8o A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação
Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de
baixo impacto ambiental previstas nesta Lei.
§ 1o A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente
poderá ser autorizada em caso de utilidade pública.
§ 2o A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente de
que tratam os incisos VI e VII do caput do art. 4o poderá ser autorizada, excepcionalmente,
em locais onde a função ecológica do manguezal esteja comprometida, para execução de
obras habitacionais e de urbanização, inseridas em projetos de regularização fundiária de
interesse social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa renda.
§ 3o É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução, em caráter
de urgência, de atividades de segurança nacional e obras de interesse da defesa civil
destinadas à prevenção e mitigação de acidentes em áreas urbanas.
§ 4o Não haverá, em qualquer hipótese, direito à regularização de futuras intervenções ou
supressões de vegetação nativa, além das previstas nesta Lei.
Art. 9o É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação
Permanente para obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto
ambiental.
51
4. POLICIAMENTO AMBIENTAL E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
O Policiamento Ambiental no Estado do Amazonas iniciou de forma mais
especializada com a criação do Grupamento Especial de Polícia Ambiental – GEPA em
06/10/2004. Posteriormente a Lei Delegada n°88, de 18 de maio de 2007, ao definir a
estrutura organizacional da Polícia Militar do Estado do Amazonas, fez previsão do Comando
de Policiamento Ambiental - CPAmb e o Batalhão de Policiamento Ambiental – BPAmb.
O Decreto 27.637, de 30 de maio de 2008, ativou o Batalhão de Policiamento
Ambiental, denominado de “Batalhão Amazonas”, fazendo parte da estrutura organizacional
da Polícia Militar do Estado do Amazonas, sendo este, subordinado administrativa e
operacionalmente ao comando de Policiamento Ambiental, iniciando suas atividades no dia 1°
de junho de 2008, possuindo duas Companhias operacionais: a 1ª Cia Terrestre e uma Fluvial,
2ª Cia.
O Batalhão de Policiamento Ambiental sem prejuízo de outras obrigações inerentes é
responsável pela execução do policiamento ostensivo: rural e urbano; aéreo e fluvial; e
preventivo e repressivo. Com atuação em todo território estadual.
O Comando de Policiamento Ambiental possui um Núcleo de Educação Ambiental –
Programa Vitória Régia, que busca desenvolver a educação ambiental no Estado,
principalmente no âmbito das escolas públicas da região metropolitana, com atividades de
palestras, seminários, campanhas ecológicas, com a finalidade de ascender nas crianças,
jovens e adultos, o “espírito da preservação ambiental” para conservar a floresta, a fauna e os
recursos naturais.
A 1ª Companhia (Terrestre) atua na Região Metropolitana, com quatro viaturas
quatro rodas, executando ações e operações, preventivas e repressivas, no atendimento de
ocorrências policiais militares de alta complexidade no combate aos crimes comuns e
ambientais.
As guarnições atuam nas demandas ambientais, utilizando viaturas, em áreas urbanas
e rurais, em patrulhamento e atendendo denúncias, com atuação em ocorrências: de invasão
em áreas verdes, desmatamentos, queimadas, transporte ilegal de madeiras, reintegração de
posse, pescado, quelônios e resgates de animais, com ênfase nas rodovias AM-010
Manaus/Itacoatiara e AM-070 Manaus/Manacapuru, que funcionam como corredores para a
prática de ilícitos ambientais
52
A 2ª Companhia (Fluvial) possui uma base flutuante e dois Ferry Boat, sendo que
apenas o Ferry Boat Tiradentes, encontra-se em condições de atuação, além deles, a equipe
fluvial dispõe de quatro Lanchas de Ação Rápida – LAR, todas com denominações indígenas:
Tarumã, Kokama, Parintintin e Dessana, apenas a Tarumã encontra-se indisponível, cada uma
com capacidade para um tripulante e nove passageiros. Ressalto que as embarcações
demandam reparos e manutenção por conta da Administração Pública, para melhor atender às
necessidades da sociedade, principalmente das populações ribeirinhas.
Essas embarcações tem sido utilizadas no policiamento dos rios amazônicos
compreendidos no Estado, patrulhando e atuando em ocorrências na orla de Manaus, nos
balneários da Região Metropolitana bem como em operações por todo o território estadual. As
embarcações são utilizadas no policiamento ambiental de forma a abordar pequenas, médias e
embarcações de grande porte, que comumente transportam quelônios, ovos, carne de animais
silvestres, pescado, dentre outros. Realizando assim a fiscalização ambiental em proteção e
conservação dos recursos ambientais.
A fim de melhorar a qualidade do serviço policial ambiental, o BPAmb possui
algumas necessidades como a reforma do prédio do batalhão, a reforma do posto fluvial,
melhorar a manutenção das embarcações bem como a aquisição de equipamentos
operacionais. Ressalto que o Governo do Estado do Amazonas, o Comando Geral da Polícia
Militar e o Comando do Policiamento Ambiental vem empregando esforços para maximizar a
estrutura bem como equipamentos para melhor implementação do policiamento ambiental no
Estado, tais como: adquirir uma área estratégica para a construção do Batalhão Ambiental,
outra para melhor instalação da base fluvial, além de implementar melhores condições de
trabalho para os policiais militares do Batalhão Ambiental, com novos equipamentos e a
eficiente manutenção das viaturas e embarcações.
Vale ressaltar que os policiais militares do Batalhão de Policiamento Ambiental
atuam cotidianamente nas operações em combate aos crimes ambientais, realizando operações
de forma singular e também em conjunto, com outras instituições que compõem o
aparelhamento do Poder Público, no âmbito ambiental, assim, são realizadas missões em
conjunto com os seguintes órgãos: IBAMA, ICMBio, Marinha do Brasil, Fundação Nacional
do Índio - FUNAI, Polícia Federal, IPAAM, Delegacia Ambiental – DEMA, Secretaria
Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMMAS, dentre outros.
Essas missões citadas anteriormente se dão através de fiscalização em viaturas
terrestres, embarcações e aeronaves, dependendo do local a ser fiscalizado.
53
4.1 Da Qualificação e Capacitação Ambiental
Os policiais que integram o Batalhão de Policiamento Ambiental - BPAmb precisam
estar em permanente capacitação e qualificação, para estarem aptos no atendimento das
demandas ambientais, que são complexas, por isso, há uma grande preocupação do Comando
de Policiamento Ambiental - CPAmb e BPAmb em proporcionar oportunidades nesse
contexto junto aos demais órgãos que compõem a sistemática ambiental, além de ser de
responsabilidade do Poder Público a qualificação desses profissionais, assim, pode-se
capacitar e qualificar 72 policiais do BPAmb nos seguintes cursos:
1. Curso de Operações ribeirinhas, na Marinha do Brasil, 02 policiais;
2. Curso de Operações Policiais e Ações na Selva, Polícia Civil – AM, 12 policiais;
3. Estágio de Operações Aeromoveis, Exército Brasileiro, 02 policiais;
4. Curso de Piloto de Embarcação, Marinha do Brasil, 30 policiais;
5. Curso Básico de Inteligência, Polícia Militar do Amazonas, 01 policial;
6. Curso de Georeferenciamento, Secretaria de Produção Rural - SEPROR, 20 policiais;
7. Curso de Direito Ambiental, Secretaria de Estado de Administração - SEAD/Centro de
Tecnologia do Amazonas - CETAM, 02 policiais;
8. Curso de Piloto de Aeronave remotamente pilotada, Secretaria de Segurança Pública -
SSP/Centro Integrado de Comando e Controle - CICC, 03 policiais.
Podemos observar que os cursos acima mencionados são de fundamental importância
para uma qualificação específica no contexto ambiental para os policiais ambientais a fim de
poderem aprofundar seus conhecimentos no atendimento das demandas ambientais.
Além dos cursos acima mencionados o principal curso de qualificação e capacitação
oferecido aos policiais militares que integram o Batalhão Ambiental é o Curso de
Especialização de Policiamento Ambiental – CEPAM.
Sendo que o último CEPAM realizado, capacitou 30 policiais militares, entre oficiais
e praças, além de 7 fiscais do IPAAM e 3 policiais civis do Amazonas.
Percebe-se que o Estado do Amazonas, se faz presente, dentro de uma expectativa
razoável, para trabalhar sua responsabilidade no que tange ao Direito Ambiental aplicável ao
meio ambiente de sua competência.
54
O curso CEPAM/2016 trabalhou a seguinte grade curricular:
ORD DISCIPLINA CARGA
HORÁRIA OBJETIVO
01 PILOTO DE EMBARCAÇÃO PUBLICA 45
Demonstrar legislações e noções de condução de
embarcação de pequeno porte qualificando os alunos
como pilotos, a fim de que desempenhem com
segurança atividades fluviais, tais como
patrulhamento, fiscalização e abordagens com as
lanchas da Polícia Militar do Amazonas.
02 ESTÁGIO EM AMBIENTE DE SELVA 90
Adquirir conhecimento de técnicas e procedimentos a
serem realizados em ambiente de selva, ensinando o
aluno a orientar-se, adquirir alimentos de origem
vegetal e animal, deslocamento em ambiente de
selva, noções de patrulhamento rural, fazendo com
que o aluno se sinta ambientado e qualificado para
atuar na mata ao principal tipo de terreno do
Amazonas.
03 TIRO POLICIAL 40
Capacitar os alunos quanto ao conhecimento do tiro
policial e manuseio dos armamentos de dotação da
Polícia Militar do Amazonas, sejam eles primário ou
secundário.
04 PATRULHAMENTO E ABORDAGEM
TATICA EM RODOVIAS 20
Adquirir conhecimento sobre a legalidade e
procedimentos referente a abordagem policial,
aplicando-os de maneira técnica em pessoas e
veículos de pequeno, médio e grande porte, seja áreas
urbanas ou rurais.
05 PATRULHAMENTO E ABORDAGEM FLUVIAL
20
Capacitar os alunos quanto as técnicas de abordagem
e patrulhamento fluvial com uso lanchas de ataque
rápido, bem como instruções de tiro embarcado.
06 PLANEJAMENTO OPERACIONAL AMBIENTAL
10
Capacitar o instruendo a planejar as rotinas de
fiscalização ambiental que facilitem a
operacionalização em missões rurais, urbanas,
fluviais e aerotransportáveis, utilizando-se de
recursos como GPS, bússola, e outros meios que
facilitem o trabalho em campo.
07 EDUCAÇÃO AMBIENTAL 05
Gerar a conscientização ecológica trabalhando
assuntos relevantes relacionados à temática
ambiental, visando o caráter preventivo e
socioeducativo no combate aos delitos contra o meio
ambiente.
08 DIREITOS HUMANOS APLICADO A ATIVIDADE POLICIAL
05
Instruir os alunos a desenvolverem a atividade de
policiamento fundamentando-se no arcabouço
jurídico, como forma de legitimidade plena,
declinando-os a usar a Lei como forma mais ilibada
no dia-a-dia em suas ações.
09 MANEJO E CAPTURA DE ANIMAIS
SILVESTRES 25
Capacitar o aluno sobre as técnicas de resgate e
contenção de animais silvestre, bem como a
avaliação preliminar do bem estar do animal,
observando as especificidades das espécies, bem
como identificação e procedimentos inerentes aos
animais peçonhentos.
10 GEOGRAFIA DA AMAZÔNIA 10
Proporcionar uma visão panorâmica da região
amazônica, observando temas como relevo,
hidrografia, clima, economia e população que
facilitem o desenvolvimento de operações no
território do Estado.
11 SNUC, CEUC E NOVO CÓDIGO FLORESTAL
10 Ensinar aos instruendos as mais diversas interações
55
do meio ambiente, a relação do homem com a
natureza e como se pode aplicar na pratica o
conhecimento de desenvolvimento sustentável,
aplicando os conhecimentos da Lei do Sistema
Nacional de Unidades de conservação.
12
DIREITO AMBIENTAL
APLICADO A
ATIVIDADE POLICIAL
Introdução
à
Legislação
Ambiental
10
Introduzir noções de Direito Ambiental,
relacionando-o ao papel que as instituições de
segurança pública possuem frente as questões
ambientais, bem como fundamentar a atuação
ostensiva e preventiva da Polícia Militar do
Amazonas no combate aos crimes ambientais,
observando os princípios atinentes ao Direito
Ambiental, assim como os níveis de competência dos
entes e instituições públicas. Ademais, capacitar cada
Policial Militar a conhecer a legislação ambiental
vigente, entendendo a dinâmica das especialidades do
direito ambiental e sua interpretação frente a
realidade do Estado do Amazonas.
13
Lei de
Crimes
Ambientai
s
10
14
Legislação
Ambiental
aplicada à
Flora
15
15
Legislação
Ambiental
aplicada à
Fauna
15
16
Legislação
Ambiental
aplicada à
Fauna
Ictiologica
15
17
Legislação
Ambiental
aplicada a
Exploração
Mineral
15
18
Legislação
Ambiental
aplicada a
outros
crimes
15
19
MATEMÁTICA E CUBAGEM DE
PRODUTOS ORIGEM FLOESTAL (CARVÃO, LENHA, MADEIRA)
20
Habilitar o profissional ao exercício da fiscalização
ambiental dos produtos de origem florestal,
identificando as várias formas de cubagem, medidas
de volume, cálculos matemáticos, fórmulas e
equações, com aplicação em exercício de campo.
20 VISITAS, PALESTRAS AFINS E
A DISPOSIÇÃO DA COORDENAÇÃO 35
Realizar visitas a locais de interesse ambiental, como
reservas e parques e etc, proporcionar aos alunos
conhecimentos específicos através de palestras. Além
de usar a carga horária para repor disciplinas quando
necessário e atividades de organização dentro do
curso.
21 ESTÁGIO OPERACIONAL
AMBIENTAL 100
Aplicar todo conhecimento e técnicas adquiridas ao
longo do curso durante operações específicas no
combate aos crimes ambientais em ambientes urbano,
rural, rodoviário e fluvial, desenvolvendo o espírito
de liderança e trabalho em equipe diante das
circunstâncias que se sucederem, alinhando a teoria à
prática. TOTAL 530H
Fonte: Batalhão Ambiental
56
Por fim, o Batalhão de Policiamento Ambiental possui um efetivo total de 125
policiais, entre oficiais e praças, sendo que destes, temos 102 policiais que realizaram cursos
de qualificação e capacitação nos últimos dois anos. Assim, pode-se concluir que o Estado do
Amazonas através da Polícia Militar vem realizando sua responsabilidade no âmbito
ambiental no que tange a qualificação dos policiais do Batalhão Ambiental, policiais que tem
a nobre missão de preservar a “Amazônia” no âmbito do Estado do Amazonas, com a
denominação interna de “Guardiões Boinas Verdes”.
57
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depreende-se do presente trabalho de conclusão de curso que no tocante ao direito
ambiental brasileiro, houve nos últimos anos, uma atenção maior no que diz respeito à
proteção do meio ambiente. Alguns diplomas legais foram aprimorados e outros foram
introduzidos no sistema jurídico-ambiental brasileiro.
O Direito Ambiental é um ramo moderno do ordenamento jurídico brasileiro, que
tem buscado evoluir no trato com a temática da preservação e conservação ambiental, e para
isso, objetiva exercer a competência constitucional concorrente que lhe é atribuída.
Face a essa competência constitucional concorrente, temos o Estado com uma grande
parcela de responsabilidade, com isso, o Estado do Amazonas, implementou, através da
Polícia Militar do Amazonas, o Comando de Policiamento Ambiental e o Batalhão de
Policiamento Ambiental.
Tal criação visou a efetivação do policiamento ambiental e da fiscalização ambiental
no território do Estado do Amazonas. A partir desse advento, criação do Batalhão Ambiental,
o referido Estado, fortaleceu o sistema estadual de combate aos crimes ambientais, pois, como
vimos, os policiais ambientais, atuam na região metropolitana bem como em todos os
municípios do interior do Estado, com operações ambientais, em conjunto com os diversos
órgãos que compõem o sistema estatal de preservação do meio ambiente.
Pudemos entender que o serviço público, inclusive o policiamento ambiental, deve
ser realizado com eficiência e eficácia, pois, o poder público, possui recursos escassos, e tem
o dever de prestar serviço à sociedade com qualidade, com isso, é de fundamental
importância, um sistema rigoroso de seleção e treinamento para o ingresso na Polícia Militar
do Amazonas, além disso, após esse ingresso, o serviço especializado de policiamento
ambiental, exige maior presteza, quando no atendimento de ocorrências de crimes ambientais,
que, por si só, são complexas, sendo necessário constante qualificação e capacitação, que é de
responsabilidade do Estado do Amazonas, bem como da Instituição Estadual Polícia Militar.
A complexidade dessas ocorrências, exigem do policial ambiental, um
direcionamento, in loco, do que estabelece o direito ambiental, para a realização dos
procedimentos necessários para a condução da ocorrência, por isso, fez-se inúmeras
referências às legislações ambientais que comumente exigem conhecimento.
58
Devemos entender que nas operações realizadas nos municípios do interior do Estado
temos à frente das mesmas, agentes fiscais do IBAMA, ICMBio e IPAAM, todavia, não
considera-se de menor importância a presença e atuação dos policiais militares ambientais,
visto que, compete aos mesmos a manutenção da integridade física dos fiscais ambientais,
além de efetuar a força de pronto emprego no combate aos crimes ambientais que se
depararem, com a devida eficiência e qualidade que as demandas ambientais exigem.
No policiamento realizado cotidianamente na capital e na região metropolitana, são
os próprios policiais ambientais que efetuam as abordagens e os procedimentos necessários,
quando se deparam com o flagrante de crimes ambientais.
Portanto, é de suma importância, que o policial ambiental, tenha um arcabouço
teórico e prático, no que diz respeito à legislação ambiental, para uma prestação desse serviço
público com qualidade, para a sociedade amazonense.
Ressalta-se que os cursos oferecidos pelos órgãos que integram o sistema de combate
aos crimes ambientais, são de fundamental importância para a troca de experiências a fim de
fortalecer esses órgãos, principalmente o Batalhão Ambiental, mas não podem ser
considerados suficientes, visto que, a capacitação e qualificação, na visão estratégica do
Comando de Policiamento Ambiental, são entendidas como variáveis constantes na aplicação
do Direito Ambiental.
Enfim, o Estado do Amazonas, deve sempre viabilizar a possibilidade de
qualificação e capacitação para os policiais militares que integram o BPAmb, além de ser
responsável pela obrigatoriedade de suprir as necessidades de instalação, equipamentos e
manutenção de viaturas e lanchas para viabilizar para o Batalhão Ambiental, maior condição
de prestar um serviço com eficiência e qualidade na proteção ao meio ambiente como um
todo.
59
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