a questão energética do país e belo monte...na análise do item 2 (falta de estudos de qualidade...

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A questão A questão energética do país energética do país e Belo Monte e Belo Monte

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A questão A questão energética do país energética do país

e Belo Montee Belo Monte

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A necessidade de investir em A necessidade de investir em sustentabilidade e eficiência energética, sustentabilidade e eficiência energética,

mais do que em obras de grande custo mais do que em obras de grande custo econômico, social e ambientaleconômico, social e ambiental

Estudo WWF, Março/2007 - Estudo WWF, Março/2007 - Agenda Elétrica Sustentável 2020Agenda Elétrica Sustentável 2020ESTUDO DE CENÁRIOS PARA UM SETOR ELÉTRICO BRASILEIROESTUDO DE CENÁRIOS PARA UM SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

EFICIENTE, SEGURO E COMPETITIVOEFICIENTE, SEGURO E COMPETITIVO

Page 3: A questão energética do país e Belo Monte...Na análise do item 2 (falta de estudos de qualidade da água) – fundamental para as milhares de famílias diretamente afetadas com

Alternativas mais baratas e menos Alternativas mais baratas e menos impactantes impactantes

Estudo WWF, Março/2007 - Estudo WWF, Março/2007 - Agenda Elétrica Sustentável 2020Agenda Elétrica Sustentável 2020ESTUDO DE CENÁRIOS PARA UM SETOR ELÉTRICO BRASILEIROESTUDO DE CENÁRIOS PARA UM SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

EFICIENTE, SEGURO E COMPETITIVOEFICIENTE, SEGURO E COMPETITIVO

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O perigo da excessiva dependênciaO perigo da excessiva dependênciade um tipo de fontede um tipo de fonte

Atlas de Energia Elétrica do Brasil – Aneel - 2002Atlas de Energia Elétrica do Brasil – Aneel - 2002

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Fonte: Yuji Ishiguro- Instituto de Estudos Avançados - Centro Fonte: Yuji Ishiguro- Instituto de Estudos Avançados - Centro

Técnico Aeroespacial (CTA) - 2001Técnico Aeroespacial (CTA) - 2001

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A controvéria sobre a capacidade de A controvéria sobre a capacidade de geração da usina de Belo Montegeração da usina de Belo Monte

A GERAÇÃO DO APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO BELO MONTEA GERAÇÃO DO APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO BELO MONTEEstudo da Eletrobrás - Junho/2007Estudo da Eletrobrás - Junho/2007

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A controvéria sobre a capacidade de A controvéria sobre a capacidade de geração da usina de Belo Montegeração da usina de Belo Monte

A GERAÇÃO DO APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO BELO MONTEA GERAÇÃO DO APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO BELO MONTEEstudo da Eletrobrás - Junho/2007Estudo da Eletrobrás - Junho/2007

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Primeira ACP (2001)Primeira ACP (2001)

IrregularidadeIrregularidade – licenciamento estadual para rio federal e empreendimento em terra indígena

IrregularidadeIrregularidade – o Congresso não autorizou o empreendimento, como exige a Constituição no artigo 231

§3º - O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos §3º - O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das

riquezas Minerais em terras indígenas riquezas Minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso só podem ser efetivados com autorização do Congresso

Nacional, ouvidas as comunidades afetadasNacional, ouvidas as comunidades afetadas, , ficando-lhes assegurada participação nos resultados da ficando-lhes assegurada participação nos resultados da

lavra, na forma da lei.lavra, na forma da lei.

(Artigo 231 – Constituição Brasileira)(Artigo 231 – Constituição Brasileira)

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““O dispêndio indevido de dinheiro público O dispêndio indevido de dinheiro público deve ser obstado, sim, liminarmente. deve ser obstado, sim, liminarmente. As As

políticas governamentaispolíticas governamentais, inclusive , inclusive aquelas voltadas a minimizar os efeitos da aquelas voltadas a minimizar os efeitos da crise no fornecimento de energia elétrica, crise no fornecimento de energia elétrica,

devem curvar-se à Constituiçãodevem curvar-se à Constituição. . Viabilizar o inverso seria, no mínimo, Viabilizar o inverso seria, no mínimo,

subverter o Estado de Direito.”subverter o Estado de Direito.”

(Agravo de Instrumento nº 2001.01.00.030607-5, 6ª Turma TRF1, (Agravo de Instrumento nº 2001.01.00.030607-5, 6ª Turma TRF1, Relator Juiz Federal Alexandre Machado Vasconcelos)Relator Juiz Federal Alexandre Machado Vasconcelos)

Judiciário impede irregularidades causadas por pressa injustificada

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Segunda ACP (2006)Segunda ACP (2006)

IrregularidadeIrregularidade – Decreto Legislativo 788, de tramitação ultrarrápida – menos de 15 dias - no

Congresso Nacional. Não cumpre o rito obrigatório da oitiva aos índios afetados

18/07/2005

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““Eu gostaria apenas de saber se houve um projeto Eu gostaria apenas de saber se houve um projeto mais rápido, mais relâmpago do que esse na história mais rápido, mais relâmpago do que esse na história do Congresso Nacional. Temos de fazer de forma, não do Congresso Nacional. Temos de fazer de forma, não digo correta, mas transparente.digo correta, mas transparente. Não é possível, em Não é possível, em

uma sessão como a de hoje, chegar aqui de pára-uma sessão como a de hoje, chegar aqui de pára-quedas o projeto, e temos de votá-lo hoje.quedas o projeto, e temos de votá-lo hoje.

Por que tem que ser hoje? Em quatro dias! Por que tem que ser hoje? Em quatro dias! É recorde mundial. Com certeza esse projetoÉ recorde mundial. Com certeza esse projeto

vai para o Guinness Bookvai para o Guinness Book...”...”

(Senador Luiz Otávio- PMDB/PA, notas taquigráficas (Senador Luiz Otávio- PMDB/PA, notas taquigráficas da sessão do dia 05/07/2005, que discutiu o projeto)da sessão do dia 05/07/2005, que discutiu o projeto)

Pressa surpreende até os parlamentares

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Terceira ACP (2007)

Irregularidade – Estudos de Impacto são iniciados sem o Termo de Referência

obrigatório. A pressa, e não a legislação, sempre determinando o ritmo do projeto

““Avaliamos que temos que tomar como premissa um fato Avaliamos que temos que tomar como premissa um fato concreto: concreto: ainda não existe Termo de Referênciaainda não existe Termo de Referência para para

execução dos EIA-RIMA do AHE BM. As injunções neste execução dos EIA-RIMA do AHE BM. As injunções neste sentido, junto ao Ibama, não têm surtido efeito.(...) sentido, junto ao Ibama, não têm surtido efeito.(...) Sendo assim, recomendamos as seguintes ações: Sendo assim, recomendamos as seguintes ações: mudar, mudar,

devido às circunstâncias emergenciais,devido às circunstâncias emergenciais, o escopo do o escopo do nosso discurso estratégiconosso discurso estratégico, se provocados pela mídia , se provocados pela mídia

e/ou sociedade, e/ou sociedade, para explicar a realização dos para explicar a realização dos atuais estudos antes da consolidação do Termo de atuais estudos antes da consolidação do Termo de

ReferênciaReferência..””(Parecer da E.labore, consultoria contratada para apoiar confecção do (Parecer da E.labore, consultoria contratada para apoiar confecção do

EIA)EIA)

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Quarta ACP (2008)Quarta ACP (2008)

IrregularidadesIrregularidades – As três maiores empreiteiras do país são beneficiadas beneficiadas pela Eletrobrás pela Eletrobrás com informações privilegiadas sobre o empreendimento. O convênio previa até cláusula de cláusula de confidencialidadeconfidencialidade.

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““Não há qualquer justificativa técnica ou jurídica para que a Não há qualquer justificativa técnica ou jurídica para que a Eletrobrás contrate empresas Eletrobrás contrate empresas sem qualquer critério sem qualquer critério

isonômico,isonômico, fato que, no presente caso, ainda é agravado por fato que, no presente caso, ainda é agravado por serem as serem as associadas visceralmente interessadasassociadas visceralmente interessadas no produto no produto

final do estudo a ser produzido. Por seu turno, quanto à final do estudo a ser produzido. Por seu turno, quanto à falta de publicidade em relação às atividades em andamento, falta de publicidade em relação às atividades em andamento,

percebo que a mesma é totalmente injustificada. Tal impressão percebo que a mesma é totalmente injustificada. Tal impressão é reforçada pela falta de subsistência dos argumentos é reforçada pela falta de subsistência dos argumentos

apresentados pela Eletrobrás que, estranhamente, baseiam-se, apresentados pela Eletrobrás que, estranhamente, baseiam-se, essencialmente, na essencialmente, na proteção das empresas particulares e proteção das empresas particulares e

não do interesse públiconão do interesse público””(Juiz Federal Antônio Carlos Almeida Campelo, decisão liminar (Juiz Federal Antônio Carlos Almeida Campelo, decisão liminar

processo 2008.39.03.000071-9. Agravo pendente de julgamento no TRF1)processo 2008.39.03.000071-9. Agravo pendente de julgamento no TRF1)

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Quinta ACP (2009)Quinta ACP (2009)IrregularidadeIrregularidade – Contrariando pareceres da

equipe técnica, e com estudos faltando, Ibama emite aceite do EIA-RIMA. Açodamento se repete

(Parecer n°29/2009 – COHID/CGENE/DILIC/IBAMA)(Parecer n°29/2009 – COHID/CGENE/DILIC/IBAMA)

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Sexta ACP (2009)Sexta ACP (2009)

ACP por improbidadeimprobidade contra servidor do Ibama que assinou o aceite do EIA-RIMA incompleto

Ao se reportar ao item 1 (falta do estudo espeológico), o Ao se reportar ao item 1 (falta do estudo espeológico), o réu confessa que os estudos não existem e que haverá – réu confessa que os estudos não existem e que haverá –

pasme – a conclusão dos trabalhos apenas em agosto de 2009. pasme – a conclusão dos trabalhos apenas em agosto de 2009. Na análise do item 2 (falta de estudos de qualidade da Na análise do item 2 (falta de estudos de qualidade da

água) – fundamental para as milhares de famílias água) – fundamental para as milhares de famílias diretamente afetadas com a UHE BELO MONTE, sobretudo a diretamente afetadas com a UHE BELO MONTE, sobretudo a

população da cidade de Altamira – o réu simplesmente aceita população da cidade de Altamira – o réu simplesmente aceita a alegação do empreendedor de que os estudos não são a alegação do empreendedor de que os estudos não são

necessários. E afirma que o estudo faltante “não agregaria necessários. E afirma que o estudo faltante “não agregaria informações significativas”.informações significativas”. Como pode afirmar isso sem Como pode afirmar isso sem

se opor sistematicamente ao parecer dos analistas se opor sistematicamente ao parecer dos analistas ambientais do IBAMA que detectaram a falta? Qual a ambientais do IBAMA que detectaram a falta? Qual a

motivação para desconsiderar o parecer dos analistas motivação para desconsiderar o parecer dos analistas ambientais?ambientais?

(ACP de Improbidade do MPF – Processo nº (ACP de Improbidade do MPF – Processo nº 2009.39.03.000363-2)2009.39.03.000363-2)

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Não faz qualquer sentido a permissão para que se Não faz qualquer sentido a permissão para que se apresente documentos faltantes no momento do aceite, apresente documentos faltantes no momento do aceite,

para fase posterior, quando para fase posterior, quando o tempo fica mais o tempo fica mais escasso para o debateescasso para o debate. Postergar informações . Postergar informações

essenciais ao juízo que se faz da viabilidade do essenciais ao juízo que se faz da viabilidade do empreendimento para depois do aceite empreendimento para depois do aceite é inviabilizar é inviabilizar

o conhecimento dos outros órgãos intervenientes e o conhecimento dos outros órgãos intervenientes e da sociedade civil da realidade dos impactosda sociedade civil da realidade dos impactos, e , e

com isto privar de uma efetiva participação no com isto privar de uma efetiva participação no debate. Não há na Instrução Normativa, ou qualquer debate. Não há na Instrução Normativa, ou qualquer

diploma jurídico a possibilidade de postergar os diploma jurídico a possibilidade de postergar os documentos faltantes para depois do aceite.documentos faltantes para depois do aceite.

(Quinta ACP sobre Belo Monte do Ministério Público Federal no (Quinta ACP sobre Belo Monte do Ministério Público Federal no Pará. Processo nº 2009.39.03.000326-2. Pendente de julgamento)Pará. Processo nº 2009.39.03.000326-2. Pendente de julgamento)

Além de sacrificar a Constituição e as leis, a Além de sacrificar a Constituição e as leis, a pressa sacrifica a necessidade da população de pressa sacrifica a necessidade da população de

ser esclarecida sobre os impactosser esclarecida sobre os impactos

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Relatório do TCU sobre o licenciamento no Relatório do TCU sobre o licenciamento no Brasil já apontava discricionariedade como Brasil já apontava discricionariedade como

problema e recomendava melhoriasproblema e recomendava melhorias

Auditoria TCU – Acórdão nº 2212/2009

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Sétima ACP (2009)Sétima ACP (2009)

IrregularidadeIrregularidade - Apesar de serem 11 os municípios diretamente afetados pela obra,

apenas quatro audiências públicas foram feitas

““A audiência pública não pode ser considerada, como A audiência pública não pode ser considerada, como sustentam os requeridos, mero ato ritualísticosustentam os requeridos, mero ato ritualístico

encartado no procedimento de licenciamento ambiental. encartado no procedimento de licenciamento ambiental. Deve ostentar a seriedade necessáriaDeve ostentar a seriedade necessária, a fim de que , a fim de que

possa fielmente servir à finalidade para a qual foi possa fielmente servir à finalidade para a qual foi criada que, no caso presente, é informar custos, criada que, no caso presente, é informar custos,

benefícios e riscos do empreendimento, propiciando o benefícios e riscos do empreendimento, propiciando o debate franco e profundo com as populações envolvidas.”debate franco e profundo com as populações envolvidas.”

(Juiz Federal no Pará Edison Moreira Grillo Júnior, na decisão (Juiz Federal no Pará Edison Moreira Grillo Júnior, na decisão liminar do proc. 2009.39.03.000575-6)liminar do proc. 2009.39.03.000575-6)

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Distância entre sedes das audiências públicas e Distância entre sedes das audiências públicas e municípios que elas pretendiam abrangermunicípios que elas pretendiam abranger

Placas–Brasil Novo Placas–Brasil Novo 200 km200 km

Uruará–Brasil Novo Uruará–Brasil Novo 140 km140 km

Medicilândia–Brasil Novo Medicilândia–Brasil Novo 37,6 km37,6 km

Pacajá–Vitória do Xingu255 km

Anapu–Vitória do Xingu179 km

Senador José Porfírio–Vitória 201 km

BR 230 – Transamazônica – Ligação entre as cidades da região

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Vitória do Xingu

Gurupá

Gurupá-Vitória do Xingu Município de origem

é situado na ilha do Marajó, impossível o acesso por via terrestre.

Mais uma vez, a pressa sacrifica a necessidade da Mais uma vez, a pressa sacrifica a necessidade da população de ser esclarecida sobre os impactospopulação de ser esclarecida sobre os impactos

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Questionada, Eletrobrás diz que transportou moradores, mas não comprova

12/11/09: MPF pede a Eletrobrás comprovação do transporte

26/11/09 Eletrobrás envia ofício que seria acompanhado de documentos. Só o ofício chega ao MPF,nenhum documento

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MPF reitera pedido em 18/03/10. Eletrobrás pede mais 15 dias de prazo, MPF reitera novamente em 05/05/10. Sem resposta até o presente momento

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Questionamento proposto pelo MP Federal e Estadual em ACP. Processo nº

2009.39.03.000575-6

Porque evitar o debate? Porque tanta pressa?

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Audiência Pública em Altamira 15/09/2009

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Audiência de Belém: muito policiamento, poucos lugares para quem queria participar

ACP MP Federal e Estadual. Processo nº 2009.39.03.000575-6

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Audiência Pública em Belém 16/09/2009

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Audiência Pública em Belém 16/09/2009

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Esta carta é uma forma de manifestar minha frustração quanto a participação na Audiência Pública referente a Belo Monte.Agendei com meus alunos do curso de Ciências Ambientais do CESUPA como atividade. O objetivo era incentivá-los a uma participação cidadã nesse processo. Meus alunos que deveriam vivenciar uma aula de democracia, ao chegarem, logo me informaram que tinham pessoas sendo barradas na entrada. Quando olhei novamente para trás vi que as duas portas de acesso ao teatro tornaram-se pequenas, as pessoas estavam espalhadas pelo chão, outras em pé. E questionava-me porque aquele local fora o escolhido. Como estava responsável pelos alunos e temi que a situação pudesse ficar ainda mais difícil e com sentimento de que não havia espaço adequado para realização da audiência, resolvi retirar os alunos com segurança daquele local.Meus alunos levaram a imagem de uma Audiência Pública onde havia um número exacerbado de policiais e autoridades, e do cerceamento da participação popular nesse processo. Sabemos o quanto é difícil barganhar direitos líquidos e certos diante desses grandes projetos, o desejo era tentar garantir um mínimo, mas o mínimo não pode ser discutido, afinal de contas os movimentos foram estrategicamente divididos.

(Carta de Syglea Lopes, Professora de Direito Ambiental em Belém)

Professores e cidadãos enviam cartas ao MPF Professores e cidadãos enviam cartas ao MPF sobre os acontecimentos da audiência de Belémsobre os acontecimentos da audiência de Belém

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No dia 15 de setembro a expectativa para a Audiencia Pública sobre Belo Monte transformou-se em frustração, uma vez que da mesma forma que muitas pessoas presentes, não consegui ingressar no recinto onde seria realizada a dita audiencia.

Maria da Paz Correa Saavedra

Nos dirigimos a um jovem da Força Nacional. Nesta entrada dispuseram uma barreira e estavam em posição de impedimento mais 10 pessoas desta Força Nacional. Falei com esse primeiro jovem para ter informação sobre a entrada no recinto do teatro. Ele falou categorico que "ninguem mais vai entrar" e indicou que podia ficar "ali do lado", indicando as cadeiras e o telão. Ele voltou a repetir que ninguem mais entraria e "eram ordens".

Rosa Elizabeth Acevedo Marin - Professora do NAEA/UFPA

Fui surpreendida por uma barreira de policiais militares, aparentemente integrantes da chamada Força Nacional, que afunilavam o espaço de ingresso das pessoas ao recinto e, no final, tive meu acesso bloqueado por um desses policiais que, de pronto, me informou que “somente autoridades e pessoas autorizadas” poderiam ingressar naquele auditório. Perplexa com atitude e com a justificativa apresentada pelo militar, manifestei minha surpresa e indignação com o que entendi como cerceamento do meu acesso a um espaço de discussão que deveria ser público, tendo como resposta o aviso lacônico de que ele estava ali cumprindo uma ordem.

Rosyan Brito – Funcionária pública aposentada

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Oitava ACP (2010)Oitava ACP (2010)Ação civil pública para suspender a licença

prévia e o leilão até que seja regulamentadoregulamentado o aproveitamento de recursos hídricos em Terras Indígenas, conforme artigo 176 da

Constituição Federal““§ 1º - A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o § 1º - A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o caput aproveitamento dos potenciais a que se refere o caput

deste artigo somente poderão ser efetuados mediante deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse autorização ou concessão da União, no interesse

nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e as leis brasileiras e que tenha sua sede e

administração no País, administração no País, na forma da lei, que na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando estabelecerá as condições específicas quando

essas atividades se desenvolverem em faixa de essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenasfronteira ou terras indígenas.”.”

(Constituição Brasileira, Art 176)(Constituição Brasileira, Art 176)

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Em tentativa de contornar as limitações da ausência de legislação, as empresas que realizaram os estudo vêm

apresentando interpretação restritiva ao dispositivo interpretação restritiva ao dispositivo constitucionalconstitucional, afirmando que o empreendimento não

alagará qualquer porção de terra indígena, nem haverá barragem ou casas de força em terra indígena, e portanto não estará a desenvolver a atividade de aproveitamento do

potencial hidroelétrico em terra indígena.

(ACP do MPF/PA. Processo nº 41157.2010.4.01.3903)

Para burlar a exigência constitucional, Para burlar a exigência constitucional, empreendedores, governo e até o órgão empreendedores, governo e até o órgão

licenciador afinam o discurso:licenciador afinam o discurso:Belo Monte só afetaria índios Belo Monte só afetaria índios

se alagasse suas terrasse alagasse suas terras

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O discurso que foge da realidade: Belo Monte, O discurso que foge da realidade: Belo Monte, necessariamente, afetará Terras Indígenasnecessariamente, afetará Terras Indígenas

Em 2002: STF negou pedido da União e manteve o licenciamento paralisado, porque o aproveitamento hidrelétrico em terras indígenas exige exame do Congresso, como manda a

Constituição brasileira

Não se trata de criar óbice ao desenvolvimento, mas de Não se trata de criar óbice ao desenvolvimento, mas de se proceder com segurança, visando-se a elucidar se proceder com segurança, visando-se a elucidar

os parâmetros que devem nortear o almejado os parâmetros que devem nortear o almejado progresso. Hão de estar, em tudo, progresso. Hão de estar, em tudo,

afinados com os ditames constitucionais.afinados com os ditames constitucionais.

(Brasília, 26 de outubro de 2002. Ministro MARCO AURELIO (Brasília, 26 de outubro de 2002. Ministro MARCO AURELIO Presidente.STF. Publicado no Diário de Justiça)Presidente.STF. Publicado no Diário de Justiça)

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Em 2002: parecer do próprio Ibama, em resposta à consulta do Conselho Nacional de Política Energética, foi taxativo.

Não é difícil entender o absurdo que seria imaginar que a Constituição Não é difícil entender o absurdo que seria imaginar que a Constituição garantisse às comunidades indígenas a proteção especial das águas que garantisse às comunidades indígenas a proteção especial das águas que

passam por suas terras, sem que se preocupasse, também, com a passam por suas terras, sem que se preocupasse, também, com a proteção dos trechos daqueles rios localizados a montante dessas proteção dos trechos daqueles rios localizados a montante dessas

áreas. Isso porque, áreas. Isso porque, de acordo com as leis que regem a natureza, a de acordo com as leis que regem a natureza, a realização de qualquer atividade entre a terra indígena e a realização de qualquer atividade entre a terra indígena e a

nascente do rio afetará necessariamente as terras localizadas a nascente do rio afetará necessariamente as terras localizadas a jusante daquelejusante daquele, sendo que o seu represamento acarretará, , sendo que o seu represamento acarretará,

inevitavelmente, a redução da vazão, senão o seu completo inevitavelmente, a redução da vazão, senão o seu completo desaparecimento. Assim,desaparecimento. Assim, resta evidente que, para a construção da UHE resta evidente que, para a construção da UHE

Belo Monte,Belo Monte, será indispensável a autorização do Congresso será indispensável a autorização do Congresso Nacional, bem como a realização de audiências com a comunidade Nacional, bem como a realização de audiências com a comunidade

interessadainteressada..(Parecer (Parecer

O discurso que foge da realidade: Belo Monte, O discurso que foge da realidade: Belo Monte, necessariamente, afetará Terras Indígenasnecessariamente, afetará Terras Indígenas

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Em 2005, afetava: em obediência a ordens judiciais e ao parecer do próprio Ibama governo brasileiro reconheceu

que a usina afetava Terras Indígenas e propôs ao Congresso projeto de Decreto Legislativo para autorizar o empreendimento

Belo Monte deixou de afetar Belo Monte deixou de afetar Terras Indígenas?Terras Indígenas?

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““Art. 2º Os estudos referidos no art. 1º Art. 2º Os estudos referidos no art. 1º deste Decreto Legislativo deverão abranger, deste Decreto Legislativo deverão abranger,

dentre outros, os seguintes:dentre outros, os seguintes:(…) IV – estudo de natureza antropológica, (…) IV – estudo de natureza antropológica,

atinente às atinente às comunidades indígenas comunidades indígenas localizadas na área sob influência do localizadas na área sob influência do

empreendimentoempreendimento, devendo, nos termos do , devendo, nos termos do §3º do art. 231 da Constituição Federal, §3º do art. 231 da Constituição Federal,

ser ouvidas as comunidades afetadas”.ser ouvidas as comunidades afetadas”.

(Decreto Legislativo 788/05(Decreto Legislativo 788/05))

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Ocorre que o projeto visa Ocorre que o projeto visa exatamente a desviar a exatamente a desviar a

água de seu leito normal, água de seu leito normal, através de barragens e através de barragens e

canais de derivação, criar canais de derivação, criar um reservatório fora um reservatório fora das terras indígenas, das terras indígenas, suprimindo o volume suprimindo o volume

d'água destas terrasd'água destas terras..Sem a água, sem a área de Sem a água, sem a área de vazão reduzida da volta vazão reduzida da volta grande do Xingu, onde se grande do Xingu, onde se

localizam as Terras localizam as Terras Indígenas Paquiçamba e Indígenas Paquiçamba e

Arara da Volta Grande do Arara da Volta Grande do Xingu, não seria possível Xingu, não seria possível a realização do projeto a realização do projeto

hidroelétrico na concepção hidroelétrico na concepção atual.atual.

(ACP do MPF/PA. Processo nº (ACP do MPF/PA. Processo nº 41157.2010.4.01.3903)41157.2010.4.01.3903)Mapa: Folha de S. Paulo

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Nona ACP (2010)Nona ACP (2010)

Irregularidades graves na licença préviaIrregularidades graves na licença prévia: Não foram levadas em consideração as análises

apresentadas durante as audiências públicas

(Parecer Técnico nº 114/2009 (Parecer Técnico nº 114/2009 COHID/CGENE/DILIC/IBAMA. 23/11/2009)COHID/CGENE/DILIC/IBAMA. 23/11/2009)

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Esforço da sociedade ignorado: em iniciativa inédita, 39 Esforço da sociedade ignorado: em iniciativa inédita, 39 especialistas de universidades brasileiras analisaram os especialistas de universidades brasileiras analisaram os estudos, elencaram deficiências e enviaram ao Ibamaestudos, elencaram deficiências e enviaram ao Ibama

O presidente do Ibama, O presidente do Ibama, Roberto Messias, disseRoberto Messias, disseao Valor que nenhumaao Valor que nenhuma

Contribuição ou questio-Contribuição ou questio-namento sobre o estudo namento sobre o estudo e impacto ambiental dae impacto ambiental da

Usina hidrelétrica de BeloUsina hidrelétrica de BeloMonte foi entregue ao Monte foi entregue ao

Instituto.Instituto.

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Violação a preceito expresso previsto nos artigos 4º e 5º da Resolução Conama nº 09/1987, que disciplina a matéria de forma específica:

““Art 4º - Ao final de cada audiência públicaArt 4º - Ao final de cada audiência pública será lavrada uma ata sucinta.será lavrada uma ata sucinta.

Parágrafo Único - Serão anexadas à ata, todos os Parágrafo Único - Serão anexadas à ata, todos os documentos escritos e assinados que forem documentos escritos e assinados que forem

entregues ao presidente dos trabalhos durante a seção.entregues ao presidente dos trabalhos durante a seção.

Art. 5º - Art. 5º - A ata da(s) audiência(s) pública(s) e seus A ata da(s) audiência(s) pública(s) e seus anexos, servirão de base, juntamente com o RIMA, anexos, servirão de base, juntamente com o RIMA,

para a análise e parecer final do licenciador para a análise e parecer final do licenciador quanto à aprovação ou não do projeto.quanto à aprovação ou não do projeto.””

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Nona ACP (2010)Nona ACP (2010)

Irregularidades graves na licença préviaIrregularidades graves na licença prévia:

Não foram analisados programas de mitigação de impactos exigidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente

Isso fica evidente a partir da leitura das condicionantes Isso fica evidente a partir da leitura das condicionantes da LP nº 342/2010, já que 13 delas (2.3, 2.20, 2.21, da LP nº 342/2010, já que 13 delas (2.3, 2.20, 2.21, 2.22, 2.23, 2.24, 2.26, 2.34, 2.35, 2.36, 2.37, 2.38, 2.22, 2.23, 2.24, 2.26, 2.34, 2.35, 2.36, 2.37, 2.38,

2.39) tratam de planos ou programas ou projetos; e, pior, 2.39) tratam de planos ou programas ou projetos; e, pior, muitas delas declaram que muitas delas declaram que sequer mecanismos de sequer mecanismos de

mitigação existemmitigação existem, pois usam verbos que apontam para um , pois usam verbos que apontam para um futuro incerto o início de suas respectivas efetivações, futuro incerto o início de suas respectivas efetivações,

como “propor” (2.3), “apresentar” (2.20, 2.21, 2.22, como “propor” (2.3), “apresentar” (2.20, 2.21, 2.22, 2.23, 2.24), “prever” (2.26),“elaborar” (2.34, 2.35, 2.23, 2.24), “prever” (2.26),“elaborar” (2.34, 2.35,

2.36, 2.37, 2.38, 2.39).2.36, 2.37, 2.38, 2.39).

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Empreendimento recebe carta branca para se preocupar com os impactos posteriormente

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Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas:mínimo, as seguintes atividades técnicas:

II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da alternativas, através de identificação, previsão da

magnitude e interpretação da importância dos prováveis magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e

negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e imediatos e a médio e longo prazos, temporários e

permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e

benefícios sociais.benefícios sociais.III - III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos Definição das medidas mitigadoras dos impactos

negativosnegativos, entre elas os equipamentos de controle e , entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência

de cada uma delas. de cada uma delas.

(Resolução Conama nº 01/1986)(Resolução Conama nº 01/1986)

Violação da política nacional de meio ambiente

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Desobediência à resolução que determina que licitação de hidrelétricas só pode ser feita depois de concedida

licença de instalação

Nona ACP (2010)Nona ACP (2010)

Irregularidades graves na licença préviaIrregularidades graves na licença prévia

““Art. 4º - Na hipótese dos empreendimentos de Art. 4º - Na hipótese dos empreendimentos de aproveitamento hidroelétrico, respeitadas as aproveitamento hidroelétrico, respeitadas as

peculiaridades de cada caso, a Licença Prévia (LP) peculiaridades de cada caso, a Licença Prévia (LP) deverá ser requerida no início do estudo de deverá ser requerida no início do estudo de

viabilidade da Usina; viabilidade da Usina; a Licença de Instalação (LI) a Licença de Instalação (LI) deverá ser obtida antes da realização da Licitação deverá ser obtida antes da realização da Licitação

para construção do empreendimento e a Licença de para construção do empreendimento e a Licença de Operação (LO) deverá ser obtida antes do fechamento da Operação (LO) deverá ser obtida antes do fechamento da

barragem.”barragem.”

(Resolução Conama nº 06/1987)(Resolução Conama nº 06/1987)

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Requisitos do MME para licitar empreendimento hidroelétricoRequisitos do MME para licitar empreendimento hidroelétrico XII - a Licença Prévia - LP, a Licença de Instalação - LI ou XII - a Licença Prévia - LP, a Licença de Instalação - LI ou

a Licença de Operação - LO, emitida pelo órgão ambiental a Licença de Operação - LO, emitida pelo órgão ambiental competente, em conformidade com a legislação ambientalcompetente, em conformidade com a legislação ambiental

(Incluído pela Portaria MME no 175, de 16/04/2(Incluído pela Portaria MME no 175, de 16/04/2009)

Desobediência à resolução do Conama que determina que licitação de hidrelétricas só pode ser feita depois de

concedida licença de instalação

Liminar. Justiça Federal de Altamira. Liminar. Justiça Federal de Altamira. Processo nº 410-72.2010.4.01.3903Processo nº 410-72.2010.4.01.3903

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Nona ACP (2010)Nona ACP (2010)Irregularidades graves na licença préviaIrregularidades graves na licença prévia

Impacto da hidrelétrica sobre a qualidade da água não foi analisado pelo Ibama

Face à dimensão do problema e à importância do Face à dimensão do problema e à importância do empreendimento, empreendimento, a prudência recomenda que a prudência recomenda que o relatório o relatório

analisado seja recolhido e devolvido ao empreendedoranalisado seja recolhido e devolvido ao empreendedor, , junto com o presente relatório de análise, solicitando que junto com o presente relatório de análise, solicitando que sejam tomadas as providências para elaboração de um novo sejam tomadas as providências para elaboração de um novo

documento.documento.(Relatório de Análise da Água/Programa de Pós-Graduação em (Relatório de Análise da Água/Programa de Pós-Graduação em

Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos da UnB. 27/01/2010)Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos da UnB. 27/01/2010)

Importante frisar que as informações contidas no EIA apontavam Importante frisar que as informações contidas no EIA apontavam problemas de qualidade da água, relacionados à presença problemas de qualidade da água, relacionados à presença

de metais, eutrofização, proliferação de vetores e de metais, eutrofização, proliferação de vetores e mortandade de peixesmortandade de peixes, notadamente no reservatório dos Canais , notadamente no reservatório dos Canais

e nos braços a serem formados nos igarapés de Altamira e nos braços a serem formados nos igarapés de Altamira (reservatório do Xingu). Desse modo, recomenda-se aguardar a (reservatório do Xingu). Desse modo, recomenda-se aguardar a

manifestação de especialista contratado pela COPPE.” manifestação de especialista contratado pela COPPE.” (Parecer Ibama º 6. 26/01/2010)(Parecer Ibama º 6. 26/01/2010)

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Condicionante da Licença Prévia nº 342/2010: a Condicionante da Licença Prévia nº 342/2010: a lei determina conhecimento prévio, mas Ibama lei determina conhecimento prévio, mas Ibama

permite que estudos só sejam feitos depoispermite que estudos só sejam feitos depois

Contra recomendação da UnB e dos técnicos do licenciamento, Ibama não esperou parecer da

Coppe e empurrou o problema para frente

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Nona ACP (2010)Nona ACP (2010)

Irregularidades graves na licença préviaIrregularidades graves na licença préviaNão há dados científicos conclusivos sobre a manutenção

da vida na volta grande do Xingu, nem sobre a vazão necessária para a geração de energia

Licença Prévia nº 342/2010: Ibama vai testar se o rio Xingu sobrevive depois de

6 anos de vazão reduzida

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O problema do hidrograma de consenso: extinção de espécies, fim da navegabilidade,

proliferação de doenças, insegurança alimentar

Parecer técnico Parecer técnico Ibama 06/2010Ibama 06/2010

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Especialistas ignorados pelo Ibama avisaram: incerteza no trecho de vazão reduzida pode

levar a danos graves““Não existem bases para previsão do que aconteceria com os Não existem bases para previsão do que aconteceria com os ecossistemas aquáticos na região da Volta Grande. Os dados ecossistemas aquáticos na região da Volta Grande. Os dados

sobre reprodução de peixes são insuficientes, sobre reprodução de peixes são insuficientes, podendo haver podendo haver sérias perdas, tanto em biodiversidade quanto em sérias perdas, tanto em biodiversidade quanto em

produção de pescado e de espécies ornamentaisprodução de pescado e de espécies ornamentais. O mesmo . O mesmo vale para os grupos de animais terrestres, sendo que todas as vale para os grupos de animais terrestres, sendo que todas as

considerações encontradas no EIA quanto aos impactos sobre considerações encontradas no EIA quanto aos impactos sobre estes grupos prevêem a perda dos habitats relacionados com a estes grupos prevêem a perda dos habitats relacionados com a

influência do rio, com ênfase para a floresta inundável.influência do rio, com ênfase para a floresta inundável.Dentre estes impactos, vale ressaltar a provável redução de Dentre estes impactos, vale ressaltar a provável redução de

abundância de espécies utilizadas como caça, que são abundância de espécies utilizadas como caça, que são favorecidas pela disponibilidade de alimento nas florestas favorecidas pela disponibilidade de alimento nas florestas

inundáveis nos meses mais secos. inundáveis nos meses mais secos. As águas paradas podem se As águas paradas podem se tornar fontes de insetos vetores de doenças que venham tornar fontes de insetos vetores de doenças que venham

atingir populações inteirasatingir populações inteiras de forma tão severa a ponto de de forma tão severa a ponto de obrigar sua realocação.obrigar sua realocação.

(Painel de Especialistas – Análise assinada por 39 cientistas de (Painel de Especialistas – Análise assinada por 39 cientistas de várias universidades brasileiras, 11/2009)várias universidades brasileiras, 11/2009)

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Técnicos do MPF demonstram: vazão histórica do rio não é suficiente para gerar água e manter a vida na volta grande do Xingu

Informação técnica nº 249/09 – 4ª Câmara de Coordenação e Revisão MPF

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Quando for necessário decidir, o que será sacrificado pelos empreendedores: a vazão da volta

grande ou a vazão das turbinas?

Informação técnica nº 249/09 – 4ª Câmara de Coordenação e Revisão MPF

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Belo Monte: a morte da volta grande do Xingu?

Leito do Xingu. Seca de 2008: filete de água

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Parecer Ibama 114/2009Parecer Ibama 114/2009

O Ibama não tem certeza de que a volta grande do Xingu pode sobreviver

ao regime de vazão reduzida

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““A falta de critérios A falta de critérios técnicos e legais que técnicos e legais que

expressem a viabilidade expressem a viabilidade ambiental, e os diversos ambiental, e os diversos interesses, legítimos, interesses, legítimos,

mas muitas vezes mas muitas vezes antagônicos, que antagônicos, que

encontram no âmbito do encontram no âmbito do licenciamento ambiental licenciamento ambiental um espaço de discussão um espaço de discussão

política, política, não propiciam não propiciam à equipe técnica uma à equipe técnica uma

tomada de posição tomada de posição segura sobre a segura sobre a viabilidade de viabilidade de

empreendimentos de empreendimentos de tamanha complexidadetamanha complexidade.”.”

((Parecer Técnico Ibama Parecer Técnico Ibama 6/2010, 26/01/2010)6/2010, 26/01/2010)

O Ibama não tem certeza de que Belo Monte tem viabilidade ambiental

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Ao conceder a licença com tamanhas dúvidas, Ibama viola o princípio da precaução

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público

e à coletividade o dever de preservá-lo para as e à coletividade o dever de preservá-lo para as presentes e futuras gerações.presentes e futuras gerações.

§ 1o – Para assegurar a efetividade desse direito, § 1o – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:incumbe ao Poder Público:

IV – Exigir, na forma da lei, para instalação de obra IV – Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de ou atividade potencialmente causadora de

significativa degradação do meio ambiente, estudo significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio do impacto ambiental.prévio do impacto ambiental.

(Artigo 225, Constituição brasileira)(Artigo 225, Constituição brasileira)

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O porque de tantas deficiências técnicas.Pressão sobre os técnicos provoca

demissões em série no Ibama em 2009

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É um processo que precisa ser trabalhado É um processo que precisa ser trabalhado solidamente. Não adianta no grito, que no grito não solidamente. Não adianta no grito, que no grito não

dá para sair. Se quiserem no grito, alguém pode dá para sair. Se quiserem no grito, alguém pode assumir a responsabilidade da licença ambiental e assumir a responsabilidade da licença ambiental e

dizer que vai sair tal dia porque vai assinar.dizer que vai sair tal dia porque vai assinar.

Leozildo Tabajara Benjamin, ex-coordenador geral de Leozildo Tabajara Benjamin, ex-coordenador geral de energia elétrica do Ibamaenergia elétrica do Ibama

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Pressão continua em 2010. Reunião na Casa Civil define prazo para concessão da licença. Técnicos

reagem, mas são atropelados07/01: Memorando da Diretoria de Licenciamento do Ibama, assinado pelo diretor, Pedro Alberto Bignelli, cria um "grupo de trabalho executivo", com seis analistas ambientais, para procederem "análise conclusiva" até o dia 18/01. Um dos analistas, ao receber o memorando, registra, em 12/01/2010: "até o presente momento os documentos necessários à minha análise não foram protocolados".

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Documentos mostram pressão sobre o IbamaDocumentos mostram pressão sobre o Ibama

Dia 12 de janeiro: Coordenador de infraestrutura de energia elétrica do Ibama envia ofício "em caráter de urgência" à Adhemar Palocci, da Eletronorte, para que envie as complementações referentes ao empreendimento, "considerando os prazos assumidos na Casa Civil, conforme acordado no dia 07/01/10".

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Técnicos reagiram, mas foram atropeladosTécnicos reagiram, mas foram atropelados

Dia 27 de janeiro - Memorando interno nº 30/2010 do presidente do Ibama ao diretor de licenciamento, solicitando "a fineza de preparar, para apresentação ao Conselho Gestor do IBAMA, na reunião do dia 28/01/2010, os pareceres técnicos e as condicionantes para a licença prévia do AHE Belo Monte". "Não é possível atender no prazo solicitado", respondem os técnicos Adriano Rafael Arrepia de Queiroz, Gilberto Borges da Silveira , Carolina Alves Lemos e Sílvio José Pereira Júnior.

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Análise é finalizada com lacunas significativasAnálise é finalizada com lacunas significativas

Dia 28 de janeiro - Despacho da Coordenadora de Energia Hidroelétrica, Moara Menta Giasson, em resposta ao memorando 30/2010. Ela encaminha os pareceres solicitados, mas aponta que o primeiro tem pendências à emissão da LP. Afirma ainda que, devido ao exíguo prazo, não foi possível finalizar a elaboração das condicionantes, tendo sido apresentada minuta de nota técnica com o trabalho elaborado até o momento. Ressalta as lacunas sobre "cavidades naturais, ictiofauna, quelônios, qualidade da água e hidrossedimentologia".

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A pressão sobre a Funai e a revolta indígena Técnicos da Funai disseram aos índios que visitas para os

estudos antropológicos NÃO ERAM oitivas determinadas pela Constituição. Mesmo reconhecendo a revolta dos índios,

Funai considera que “cumpriu seu papel”

Funai/Parecer Técnico nº 21/2009

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A inconsistência nos argumentos governamentais. Ora Belo Monte será debatida

com democracia. Ora democracia não pode atrapalhar o desenvolvimento

Lula prometeu Lula prometeu que Belo Monte que Belo Monte

não será imposta não será imposta goela abaixo.goela abaixo.

Frei Betto – ex-Frei Betto – ex-assessor do assessor do presidente, presidente,

relatando encontro relatando encontro de Lula com o bispo de Lula com o bispo

do Xingu, dom do Xingu, dom Erwin KrautlerErwin Krautler

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““Não entendo a declaração do presidente Lula que Não entendo a declaração do presidente Lula que vai construir de qualquer jeito”vai construir de qualquer jeito”

Senador Pedro SimonSenador Pedro Simon

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““Para fazer omelete, Para fazer omelete, é preciso quebrar os é preciso quebrar os

ovos!”ovos!”

““A democracia não A democracia não deve ser um estorvo deve ser um estorvo

ao nosso ao nosso desenvolvimento”desenvolvimento”

Jerson Kelman – ex-Jerson Kelman – ex-presidente da presidente da

Agência Nacional de Agência Nacional de Energia ElétricaEnergia Elétrica

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O desrespeito às leis e ao Judiciário é constante nos procedimentos dessa hidrelétrica

Oitivas determinadas pela Constituição e pelo tratado 169 da OIT nunca foram realizadas

Acórdão em sede de Agravo Acórdão em sede de Agravo Instrumental. Processo nº Instrumental. Processo nº

2006.01.00.017736-82006.01.00.017736-8

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O papel do Judiciário e a importância de interromper o ciclo de ilegalidades

Mister registrar que a Suprema Corte dos Estados Unidos da América decidiu Mister registrar que a Suprema Corte dos Estados Unidos da América decidiu impedir a construção de uma hidrelétrica porque poderia haver destruição impedir a construção de uma hidrelétrica porque poderia haver destruição do habitat do molusco snail darter com a seguinte argumentação: “O valor do habitat do molusco snail darter com a seguinte argumentação: “O valor

desse patrimônio genético é incalculável. ...É interesse da humanidade desse patrimônio genético é incalculável. ...É interesse da humanidade limitar as perdas das variações genéticas. A razão é simples: aí se limitar as perdas das variações genéticas. A razão é simples: aí se

encontram as chaves dos enigmas que somos incapazes de resolver e elas encontram as chaves dos enigmas que somos incapazes de resolver e elas podem fornecer as respostas às questões que nós não aprendemos a colocar. podem fornecer as respostas às questões que nós não aprendemos a colocar.

O mais simples egocentrismo nos ensina a sermos prudentes.” (Tenessee O mais simples egocentrismo nos ensina a sermos prudentes.” (Tenessee Valley Authority vs. Hill)Valley Authority vs. Hill)

Caso fosse analisada pela Corte Suprema Norte-Americana, diante do Caso fosse analisada pela Corte Suprema Norte-Americana, diante do precedente supra, de proteção uma espécie de molusco, e da precedente supra, de proteção uma espécie de molusco, e da possibilidade possibilidade de extinção de várias espécies de peixes ainda desconhecidas da bacia do de extinção de várias espécies de peixes ainda desconhecidas da bacia do rio Xingurio Xingu, a Hidrelétrica de Belo Monte certamente seria impedida de ser , a Hidrelétrica de Belo Monte certamente seria impedida de ser

construída.construída.

(Juiz Federal Antônio Carlos de Almeida Campelo, decisão liminar. (Juiz Federal Antônio Carlos de Almeida Campelo, decisão liminar. Processo nº 410-72.2010.4.01.3903Processo nº 410-72.2010.4.01.3903

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