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José Rosa Sande | Mercados e Gestão de Energia – MBA Atlântico 2015/2016 | May 21, 2016
A Queda do Preço de Barril de Petróleo E O SEU IMPACTO SOCIO-ECONÓMICO EM ANGOLA
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Introdução
Angola vive, desde o final de 2014, uma forte receção económica proveniente da forte
queda do preço do barril de petróleo (principal produto exportado) nos mercados
internacionais no último trimestre de 2014.
Fruto dessa receção, o Governo de Angola tem sido forçado a adoptar medidas
económicas, financeiras e cambiais cada vez mais restritivas, com vista a «estancar»
os seus efeitos nocivos, mas que por sua vez comprometem sériamente as metas
preconizadas por este, no Plano Nacional de Desenvolvimento (PND 2013-2017).
Com uma taxa de inflação a atingir máximos históricos - cerca de 26,41% no final do
primeiro trimestre de 2016 (ver Fig. 1) e uma taxa de desvalorização da moeda
nacional (Kwanza Angolano) face ao Dólar Americano em -60% ao câmbio oficial (1
dólar valia AOA 100 no período supracitado e hoje vale cerca de AOA 160) e cerca
de -600% ao câmbio paralelo (mercado informal de venda de divisas que cresceu
muito devido a escassez e limitações de levantamento impostas pelo mercado
formal).
Tendo em conta que Angola importa cerca de 80% dos bens de consumo e serviços
do país, o ano de 2016 tem se revelado um ano de verdadeiros desafios sociais e
económicos para os angolanos, que até então tinham experimentado um
crescimento económico astronómico nos últimos dez anos, com uma taxa média de
crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) de 8,71% (ver Fig. 2), e a
prosperidade económica, depois de um período de 27 anos de guerra civíl.
Fig. 1 – Crescimento da taxa de inflação de Angola 2015-2016 (Fonte: Trading Economics).
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Fig. 2 – Taxa de crescimento do PIB 2006-2016 (Fonte: Trading Economics).
A Importância da Indústria na Economia Angolana
A indústria de Óleo e Gás, mais comummente designada apenas por indústria
petrolífera, é indubitavelmente o mais importante sector económico do país,
representando, isoladamente, 76,42% do PIB angolano, ou seja, do total das receitas
fiscais do país em 2013 (ver Fig. 3).
Fig. 3 – Estrutura da receita nacional em 2013 (Fonte: O Sector Petrolífero Angolano (Salomão, Jonísio)).
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O sector representa assim, a principal fonte de receitas do país e a principal alavanca
para o crescimento e desenvolvimento económico, alimentando, igualmente, toda
uma indústria de serviços de suporte e infra-estruturas de apoio que orbitam ao seu
redor.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo de África, ficando somente atrás da
República Federal da Nigéria, com uma produção média de 1.733.000 BBL/D nos
últimos 5 anos (ver Fig. 4), mas que, segundo o relatório especial Africa Energy
Outlook do World Energy Outlook da Agência Internacional de Energia, virá a
ultrapassá-la, elevando a sua média de produção para 2,3 Milhões de BBL/D até
2020, tornando-se assim o maior produtor de petróleo de África, beneficiando
também de uma perspectivada redução da produção da Nigéria.
Fig. 4 – Produção de petróleo nos últimos 5 anos (Fonte: Trading Economics).
Com o aumento da produção e o aumento do preço do barril para níveis hitóricos
nos mercados internacionais, Angola experimentou um período de crescimento
excepcional da sua economia, fruto do extraordinário aumento das receitas
provenientes das exportações no período entre 2007 e 2011 (ver Fig. 5), que permitiu
tanto a reconstrução das suas infra-estruturas básicas, completamente destruídas
pela guerra civíl, quanto o relançamento de outros sectores da economia como o
sector agrícola, financeiro, mineiro, de transformção, de comércio, tecnológico, etc.
Permitiu também o lançamento de projetos de grande envergadura que permitirão
o crescimento da indústria petrolífera em sí, como por exemplo o projeto de
construção da refinaria do Lobito, que permitirá o alcance da auto-satisfação
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doméstica para o sector de transformação do crude em produtos derivados de
petróleo destinados à satisfação do consumo interno, e, possívelmente, possibilitar
a adição destes ao seu portfólio de produtos exportáveis. O projeto de construção da
maior fábrica de gás natural de Angola (Angola LNG), que terá o propósito de
satisfazer a demanda nacional e internacional de gás natural, entre outros projetos
verdadeiramente estruturantes do sector.
Viabilizou, igualmente, o lançamento de vários outros projetos de cariz social e
financeiro, como o mega projeto habitacional de construção de mais de 1 Milhão de
casas em 5 anos para satisfazer a demanda habitacional da população, o projeto de
criação do mercado de valores mobiliários de Angola e a bolsa de valores e de
dívidas, e muitos outros projetos verdadeiramente estruturantes para o país, com o
fim último de alavancar a economia nacional, torná-la mais dinâmica e competitiva,
atrair cada vez mais investimento estrangeiro e promover o desenvolvimento
sustentável do país.
Fig. 5 – Receitas brutas das exportações de petróleo (Fonte: Trading Economics/BNA).
Características da Indústria
O desenvolvimento da indústria petrolífera angolana pode ser dividida em dois
grandes períodos:
Período colonial: período anterior a indepedência de Angola da República
Portuguesa, em Novembro de 1975;
Período pós-colonial: período posterior a indepedência.
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Período Colonial:
O primeiro poço petrolífero foi perfurado em Angola no ano de 1915. Porém, a actividade de prospecção e pesquisa de reservatórios de hidrocarbonetos em Angola teve início antes, mais procisamente em 1910, altura em que foi concedida à companhia portuguesa Canha & Formigal uma área de exploração em offshore, nas bacias do rios Congo e Kwanza. A Pema (Companhia de Pesquisas Mineiras de Angola), e a Sinclair dos E.U.A., estiveram envolvidas, desde cedo, nesta actividade de prospecção e pesquisa.
Após breve paragem, em 1952 reiniciou-se a actividade, com a concessão à Purfina, empresa do mesmo sector, à que foi adicionada uma extensão na Plataforma Continental, em 1955, quando aconteceu a primeira descoberta comercial de petróleo, no vale do rio Kwanza, altura em que foi constituída também a Fina Petróleos.
Em 1962, foi efectuado o primeiro levantamento sísmico do offshore de Cabinda pela Cabinda Gulf Oil Company (CABGOC) e, em Setembro desse mesmo ano, deu-se a primeira descoberta de poços naquela província.
Em 1973, o petróleo passa a ser o principal produto exportado por Angola e em 1974 atinge uma produção de 172.000 BBL/D (produção máxima que se atingiu no período colonial) até a proclamação da independência de Angola, em 11 de Novembro de 1975.
No período que decorrera entre 1952 e 1976 (ano subsequente a independência), tinham sido realizados mais de 30.500 Km de levantamentos sísmicos, perfurados mais de 368 poços de prospecção e pesquisa e 302 poços de desenvolvimento, tendo sido descobertos um total de 23 campos de exploração, dos quais 3 em offshore.
Fig. 6 – Principais players da indústria na era colonial (Fonte: O Sector Petrolífero Angolano (Salomão, Jonísio))
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Período Pós-Colonial:
O período pós-colonial é marcado pela criação, em 1976, da SONANGOL, E.P. - Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, empresa estatal, resultando da nacionalização da Angol (empresa fundada em 1953 como subsidiária do grupo português Sacor), com o propósito de se tornar a responsável pela administração e exploração do petróleo e gás natural de Angola.
Como resultado da instabilidade política resultante do período pós-dependência, que viria a conduzir o país à uma guerra civíl, várias companhias que operavam no sector abandonaram o país, deixando para trás as suas infra-estruturas e funcionários. A Sonangol comprou assim, as instalações da Texaco, Fina e da Shell e, fruto de um acordo, ficou com as infra-estruturas da Mobil. No processo, a Sonangol absorveu também os antigos trabalhadores destas empresas.
No entanto, até o ano de 1993, a Sonangol não se encontrava capacitada para exercer a exploração do crude, essencialmente por escassez de recursos humanos qualificados, pelo que, esta actividade continuou a ser desenvolvida por empresas multinacionais, sob regime de concessão da Sonangol, que apesar da instabilidade política e consequente guerra civíl, não abandoram o país e/ou entraram nesta altura (ver principais na Fig. 7).
Fig. 7 – Principais empresas a operar em Angola desde a independência (Fonte: http://www.investirem.com)
Para contornar a situação, a petrolífera angolana criou em 1992 a subsidiária Sonangol Pesquisa e Produção (P&P) que passou a assumir parte da pesquisa e a exploração do crude angolano. Com a criação da Sonangol P&P, seguiram-se a criação da Sonangol SGPS, subsídiária responsável pela perfuração de poços, e a empresa comparticipada Sonasing, com o propósito de proceder com a prospecção e exploração de hidrocarbonetos e gás natural. Consolidando assim, as actividades
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de pesquisa, perfuração, exploração e produção, fazendo com que esta assuma actualmente cerca de 5% do petróleo explorado no país, com parcerias, em diversos blocos em águas profundas, com empresas multinacionais, produzindo um total de 10.000 BBL/D.
O grande ponto de viragem da exploração petrolífera em Angola, teve como base as descobertas em águas profundas no bloco 17, operado pela multinacional francesa Total, que em 1996 marcou a viragem da produção nacional do crude com a criação do campo petrolífero do Girassol.
A exploração de petróleo em Angola é feita principalmente em alto-mar (offshore) em profundidades superiores a 1.200 metros, condiçoes que exigem das operadoras do sector o uso de tecnologia de ponta. Foi a combinação de factores como a inovação na tecnologia e na engenharia e a perícia dos operadores que deu resultados, na exploração dos Blocos 15, 17 e 18, responsáveis por mais de 50% do total de petróleo produzido no país.
Num desenvolvimento mais recente da indústria, deu-se a descoberta, em 2011, de
uma grande quantidade de reservas de petróleo no pré-sal, que, segundo Tim
Dodson, vice-presidente executivo de exploração da Statoil, as perspectivas da
descoberta em Angola têm um potencial análogo ao do pré-sal brasileiro. Desta
descoberta, resultou a primeira concorrência para licitação de participações em
blocos offshore no pré-sal angolano, em que foram selecionadas oito empresas para
os operarem. Todas as empresas terão como sócias nas áreas a Sonangol Pesquisa e
Produção, que terá uma participação entre 30% a 50%.
Participando em 5 blocos licitados, duas como operadora e três como sócia, a Statoil
sagrou-se como a grande vencedora da concorrência entre as outras que
participaram na licitação, tendo como resultado final o seguinte:
Bloco 19 – BP Angola (50%); Bloco 20 – Cobalt Internacional Energy (40%); Bloco 22 – Repsol (30%) | Statoil (20%) | Sonangol (50%); Bloco 24 – BP (50%); Bloco 25 – Total Angola (35%) | Statoil (20%) | Sonangol (45%); Bloco 35 – Eni Angola (30%) | Sonangol (45%) | Repsol (25%); Bloco 36 – ConocoPhilips (30%); Bloco 37 – ConocoPhilips (30%); Bloco 38 – Statoil (40%); Bloco 39 – Statoil (40%); Bloco 40 – Total Angola (35%) | Statoil (20%) | (Sonangol 45%).
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Fig. 8 – Blocos de exploração em águas profundas (Fonte: O Sector Petrolífero Angolano (Salomão, Jonísio)
Efeitos da Redução do Preço do Barril na Economia
Como demonstrado, a indústria petrolífera é indubitavelmente o propulsor da
economia angolana. As receitas provenientes do volume de exportações do petróleo
representam a maior fatia do PIB angolano e a principal fonte de financiamento dos
projetos e das actividades do sector público e da maioria dos demais sectores da
economia.
A abrupta redução do preço do barril de petróleo no mercado internacional, fruto
de um aumento da oferta e simultânea redução da demanda, no último trimestre de
2014, não se fez esperar para afetar diretamente a balança comercial angolana. O
Orçamento Geral do Estado para o ano de 2015, que tradicionalmente era elaborado
com receitas estimadas ao preço do barril de petróleo em USD 80,00, teve que ser
rectificado pelo Governo, no final do primeiro trimestre, para outro orçamento com
receitas estimatidas com o preço do barril a USD 40,00, ou seja, com uma redução
de 50% das estimativas das receitas petrolíferas, o que comprometeu gravemente os
projetos de desenvolvimento em carteira, definidos pelo Plano Nacional de
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Desenvolvimento 2013-2017, bem como as contas internas e externas do Estado
angolano (ver Fig.9).
Fig. 9 – Redução das receitas provenientes da exportação do petróleo (Fonte: CMC – Encontro Nacional de Quadros)
Para além dos efeitos diretos, a redução do preço da barril também trouxe inúmeros
efeitos indiretos à economia nacional. Sendo Angola um país extremamente
dependente da importação de bens e serviços (estimado em cerca de 80% do
consumo interno), e, sendo a moeda nacional, o Kwanza angolano, uma moeda que
não possui paridade cambial nos mercados internacionais com outras moedas (fruto
de um política de restrição total da circulação da moeda nacional definida pelo
Banco Nacional de Angola), o aumento exponencial da procura por moeda
estrangeira (essencialmente o Dólar americano e o Euro) por parte dos grandes
importadores nacionais, bancos comerciais e outros agentes económicos cuja
actividade depende essencialmente de importações de matéria-prima,
equipamentos, bens e serviços acabados, provocou uma desvalorização acelerada da
moeda nacional, desvalorização essa que ainda se encontra em rítmo acelerado até
ao final do segundo trimestre de 2016.
Outro efeito indireto foi o aumento da taxa de inflação para máximos históricos,
explicado essencialmente pela desvalorização da moeda nacional, pela escassez e
limitação de levantamento de moeda estrangeira, necessária para o pagamento dos
bens e serviços importados, o que provocou uma rápida rotura de stock dos agentes
económicos e consequente redução da oferta.
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Face a esta situação, o Governo de Angola adoptou as seguintes medidas principais,
com o objectivo de «estancar» a situação:
Optimização das operações petrolíferas por formas a reduzir os custos diretos
e indiretos de produção do petróleo e assim poder tornar a indústria mais
competitiva neste novo paradigma;
Revisão do quadro fiscal por formas a incentivar a exploração nos campos
menos caros (que demandem menores custos operacionais), e redefinir a
contabilização do cost oil;
Investimento na optimização da capacidade de fiscalização e de execução
fiscal. Que até ao ano de 2015 tinha sido ligeiramente «branda»,
principalmente por questões de incentivo ao investimento estrangeiro.
Os motivos por detrás da redução do preço do barril de petróleo no mercado
internacional são vários, estando entre eles a redução das importações de petróleo
por parte dos EUA e da China, os maiores compradores do mundo, o aumento da
produção da Arábia Saudita que, apesar de ser membro da OPEP (Organização dos
Países Exportadores de Petróleo) e estar sujeita às quotas restritivas de produção dos
membros desta organização, «inundou» o mercado com o seu petróleo de alta
qualidade e baixíssimos custos de produção, abandonando assim o seu papel de
estabilizador do mercado (ver Fig. 10).
Fig. 10 – Aumento da produção pela Arábia Saudita e redução da demanda internacional (Fonte: Bloomberg)
O aumento da produção do petróleo por parte da Arábia Saudita veio em resposta a
redução das importações de petróleo por parte dos EUA, o segundo maior
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importador de petróleo do mundo, por estes terem aumentado significativamente a
sua produção de gás natural de xisto, fruto de um avanço tecnológico que tornou a
tecnologia de extração do gás natural apartir de rochas de xisto (“fracking” –
fraturamento hidráulico) mais eficaz e economicamente viável. Esta nova tecnologia
permitiu aos EUA não só passar rapidamente para uma posição de auto-satisfação
do consumo interno (aumentando para 35% a quota da satisfação da demanda
energética doméstica), como o aumento da exportação.
A estratégia da Arábia Saudita, com esta redução do preço, é essencialmente tornar
o preço do petróleo tão barato, que não compensaria nem aos EUA continuar com
a produção de gás de xisto (que não se sabe ainda precisamente quais são os
impactos ambientais que provocam), nem aos demais compradores/importadores
considerar outras fontes de energia.
A Arábia Saudita prentende assim, também, tentar inviabilizar a produção de
energia oriúndas de outras fontes (incluindo as fontes de energia renovável), que
também se encontram num estado bastante avançado e já economicamente viável
em alguns mercados (como os smart grids, tesla motors, solar city, etc.).
Outro grande factor que contribuiu grandemente para a redução do preço do barril
de petróleo, é o abrandamento do crescimento das economias emergentes, mais
concretamente o da economia Chinesa, que em 2015 ultrapassou os EUA como maior
comprador/importador de petróleo do mundo.
A (gigante) economia chinesa, sustentada essencialmente pelo enorme volume de
exportações, conhece, neste momento, um forte desaceleramento do seu
crescimento, que também se pode explicar pela redução do poder de compra dos
seus habituais clientes/importadores, os países exportadores de commodities.
Fig. 11 – Abrandamento do crescimento do PIB/Capita das economias emergentes (Fonte: FMI)
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Conclusão
O mercado internacional do petróleo é um mercado essencialmente turbulento.
Diversos factores macro-económicos, sociais e políticos têm impacto direto na sua
estabilidade. É, portanto, um facto que o petróleo tem uma grande influência na
economia mundial. A estabilidade deste mercado internacional está diretamente
relacionada a estabilidade económica, social e política de muitos países,
exportadores e importadores.
Numa perspectiva retrospectiva, é possível verificar que a tendência de subida do
preço do barril dá-se essencialmente em períodos de grande instabilidade
geopolítica e/ou guerra (ver Fig. 12), sendo que, em períodos de relativa estabilidade,
o preço tende a estabelizar-se a um preço médio entre USD 28,52 e USD30,54.
Fig. 12 – Preços do barril de petróleo de 1947 à 2011 (Fonte: WTRG Economics)
Também é um facto que é cada vez maior a necessidade de se obter energia apartir
de fontes mais sustentáveis e ecológicas (“amigas do ambiente”), que poluam menos
o meio ambiente e que sejam uma alternativa economicamente viável aos
combustíveis fósseis. Vivemos hoje os efeitos deste paradigma, energias de fontes
renováveis versus energias fósseis.
Uma das lições que podemos sem dúvidas apreender desta «crise» resultada da
recente queda do preço do barril, é que o mundo precisa de novas fontes de energia
e que, países como o Angola que não se têm esforçado o suficiente para acompanhar
esta tendência evolutiva da humanidade, ficaram com certeza com problemas como
estes.
E, por fim, tal como adverte a velha máxima sobre a redução do risco financeiro
através da diversificação - “não devêmos pôr todos os ovos no mesmo cesto” - é vital
que Angola diversifique as suas fontes de receita externas, é crucial que se elimine
esta vulnerabilidade tão grande da economia que é a depência quase total do
mercado internacional de um só produto, por mais «precioso» que seja.