a revista da maria

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Edição Nº2 2€ oportaldamaria.com oportaldamaria.com A revista oficial da Feira do Cânhamo A revista oficial da Feira do Cânhamo e ainda: e ainda: nesta edição: Cânhamo Industrial nesta edição: Cânhamo Industrial Kikongo Vibration Kikongo Vibration Portugal na História do Cânhamo Portugal na História do Cânhamo Hip Hop Tuga Hip Hop Tuga Biscoitos de Cânhamo Biscoitos de Cânhamo Entrevista com José Luis Fernandes Professor na FPCEP Entrevista com José Luis Fernandes Professor na FPCEP A cenoura é droga A cenoura é droga A Revista da Maria

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A Revista da Maria

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A revista oficial da Feira do Cânhamo A revista oficial da Feira do Cânhamo

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Cânhamo Industrial

Kikongo

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Vibration

Portugal na História

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do CânhamoHip Hop TugaHip Hop Tuga

Biscoitos de CânhamoBiscoitos de Cânhamo

Entrevista com

José Luis Fernandes

Professor na FPCEP

Entrevista com

José Luis Fernandes

Professor na FPCEP

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O primeiro álbum dos Kumpania Algazarra chega ao mercado após quase quatro anos na estrada e serve de registo à longa travessia por ruas, jardins, praças, becos, palcos, espaços alternativos e festas improvisadas. Esta edição de autor reúne doze temas inspirados nas mais variadas latitudes sonoras desenhando uma paisagem musical heterogénea.Na linhagem das fanfarras europeias sobrevoa o novo e velho continente, aproximando culturas e formas de estar na vida e na música. Música nómada, multilinguistica e universal. Furor bal-cânico, deambulações árabes, calores latinos e requintes de afro-beat, explosões de turbofolk e Ska. Música de fusão e efusão, apropriada para a infusão de dias de festa. A originilidade na fusão, a energia das letras e as melodias vi-brantes contribuem para o ambiente festivo que os Kumpania Algazarra levam ao palco. Mais Informações:www.myspace.com/kumpaniaalgazarra

A Yezir Productions em conjunto com os No Joke Soundsys-tem apresentam o mais recente riddim produzido em Portu-gal, chama-se Sun Goes Down Riddim

e conta com participações de Francis Fari (Pt) e Anthony Jonh (Já). Ambas as faixas encon-tram-se disponíveis para dowload gratuito em: www.mediafire.com/?gytig3lio0n

TUGACá naKumpanhia Algazarra lançam 1º álbum de originais.

No Joke Soundsystem produz novo riddim nacional.

Kussondulola – Mayombe

Nuno Chaparro acaba de editar o seu 1º EP de originais, fruto de um trabalho que tem vindo a ser preparado no último ano, intitula-se como "Amor Global ".

Seis músicas originais que relatam temas da sociedade actual, e surge como uma chamada de atenção, um apontar do dedo aos problemas.Mais informações: http://www.myspace.com/nunochaparro

Uma viagem ao uni-verso do reggae can-tado em português. É a família Kusson-dulola que convida! A primeira banda de reggae em por-tuguês comemorou

15 anos de carreira com uma edição especial onde podes encontrar temas inéditos e

ao vivo, reunidos em dois discos de originais gravados em 2007, Madié e Natalício, e uma edição ao vivo da Tour Mayombe 2006.

Com este pack, que inclui também um DVD com um concerto ao vivo, videoclips, imagens nunca antes vistas e depoimentos de Janelo da Costa, podes ficar a conhecer a família Kus-sondulola, que abrem as portas da sua casa ao mundo... Um pack para ouvires e arquivares, que te vai dar a oportunidade de conhecer o passado, presente e futuro dos Kussondulola.Mais Informações: www.myspace.com/kussondulola

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Richie B Top 10 Reggae Singles

01 - Di Plane Land - Richie Spice02 - Mood For Love (Missing You) - Terry Linen 03 - Love Fire-Tony Rebel 04 - Different Page - I-Octane 05 - Just As I Am – Lust06 - Looking For Love - Patriot07 - I Am Not Afraid - Etana 08 - Choppa Grade - Queen Ifrica09 - No Time To Linger - Terry Linen10 - Bed Of Roses- Noddy Virtue and Jodi

The South Florida Reggae Singles

01 - Good Thing Going - Fiona02 - Just As I Am - L.U.S.T03 - Wine Gal - Beenie Man04 - Money Changer - Mavado05 - Right Decision - Roger Robin06 - Gully Creep - Elephant Man07 - On The Rock - Mavado08 - Mood For Love - Terry Linen09 - Money To Spend - Vybz Kartel10 - Someone Special - Sandra Cross

REGGAE CHARTSNew York Top Reggae Singles

01 – Praise God - Little Hero02 – Not For Sale - Beres Hammond03 – A Nuh Me Dat - Richie Spice04 – Father God Almighty - Mikey General05 – Click My Finger - Erupt06 – Fallen Soldiers - Demarco07 – Life Precious Gift - Tarrus Riley08 – No Time To Linger/I Pray(2) - Terry Linen/Freddie McGregor09 – Daddy - Queen I-Frica10 – Outstanding - Morgan Heritage

Choice Fm Top Reggae Singles

01- I am not afraid – Etane02 - Nothing To Smile About – Morgan Herit-age03 - Cyaan Beach – Junior Kelly04 – About Love – Queen Ifrica05 – On The Rock – Mavado06- Keep It To Yourself - Queen Ifrica07 – Sleepless Nights – Buju Banton08 – Solution – Sizzla09 – Gimmi Love – Collie Buddz10- Wine Gal – Beenie Man

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17th North Parade reedita "Greetings" do cantor Half PintA label 17th North Parade reeditou “Greetings” do deejay e cantor ja-maicano Half Pint. O álbum originalmente lançado para o Mercado em 1985 pela label Powerhouse conta com alguns hits incluindo “Greet-ings” e “Jah Don`t Love That”. Este novo lançamento agendado para Agosto traz 8 pistas originais produzidas por George Phang, e 7 bónus, incluindo 6 temas do álbum “One Big Family” lançado em 1990. Sem dúvidas esta reedição traz consigo alguns dos melhores sons de Half Pint originalmente gravados na era do Dancehall. Aconselha-se!

Mais informações: www.myspace.com/halfpintmusic

Greensleeves lança "very best" de Sizzla intitulado - "The Journey"Entre o enorme reportório musical de Sizzla Kalonji, a Greensleeves records lançou alguns dos seus melhores álbuns. Desde as produções de Bobby Digital no álbum “Black Woman And Child” em 1997 pas-sando por “Royal Son Of Ethiopia” produzido por Xterminator em 1999, “Soul Deep” produzido por Philipp “Fattis” Burell em 2005 ou “Waterhouse Redemption” produzido por King Jammy no ano de 2006, a label escolheu 21 temas de toda a carreira de Sizzla e lançou o seu “very best” intitulado “The Journey”. Disponível no mercado a

partir do dia 24 de Junho.

Yeh Jah”, “One Of Those Days” ou “Thanks U Mama” e demonstra uma vez mais o talento de Kalonji nos diversos estilos musicais incluindo o new roots, nyahbighi, ska, dancehall ou hip-hop. No entanto, não só o CD é novidade… este álbum traz consigo um DVD composto por entre-vistas, live acts, documentários sobre grande parte da sua vida passada na Judgment Yard, e alguns videoclips, incluindo o sucesso “Rise To The Occasion”.O Cd e o DVD são acompanhados por um livro de 12 páginas que contém extractos que retratam

um pouco da vida do artista, bem como algumas fotos tiradas na sua casa que fazem deste pack uma verdadeira edição de luxo para os amantes da música reggae.

NOVIDADESREVIEWS

Burning Spear está de volta com novo álbum "Jah Is Real"O veterano Burning Spear está de volta com um novo álbum cujo lançamento está previsto para o mês de Agosto. Este novo set com-posto por 13 faixas e intitulado “Jah Is real” foi gravado e misturado em Nova York nos estúdios Magic Shop tal como “Our Music”, o seu último álbum gravado no ano de 2005. Tal como grande parte dos seus álbuns até finais dos anos 70, Winston Rodney produziu este novo trabalho através da sua label Burning Music Productions. Desde 2003, ele reforçou a ideia da independência e a própria dis-

tribuição e promoção dos seus álbuns. Como já é habitual Burning continua a espalhar as men-sagens positivas com uma forte determinação sobre os ritmos do roots reggae. Estejam atentos, vem aí mais um excelente álbum proveniente de um dos mais significantes artistas do reggae mundial!

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Gregory Isaacs lança novo álbum – “Brand New Me”Agora que os concertos de Gregory Isaacs são mais exercícios nostálgicos do que outra coisa, é bom saber que no ambiente calmo do estúdio ele ainda é capaz de produzir com qualidade. A música “Poor Man Lover” de Sly & Robbie prestes a ser lançada para prestar tributo ao clássico “Mr Know It All” de Ossie Hibbert e este, o último LP auto-produzido pela Cool Ruler, mostra o seu lado mais suave e agradável.É certo que a sua voz pode parecer um bocado mais envelhecida na primeira música “Love Turn Sure”, mas uma vez que começa a cantar com aquela mescla de vulnerabilidade terna e charme malicioso, nada mais importa. O mesmo se aplica quando trabalha a sua magia num padrão antigo, em “Fools Fall In Love” de The Drifters (famoso pela versão de Elvis Presley) ou quando experimenta um rocksteady dos tempos modernos, “Send Back My Heart”, uma co-produção com o seu filho Gregory Junior…Depois é altura de pôr o amor de lado para abordar temas mais sérios com “Idren Gone A Jail” do riddim Craven Choke Puppy, que surge antes de um ska sintetizado chamado “No Trust”, segue-se “Don’t Come Running”, um aviso a uma amante obstinada. Estes temas servem de base para “Mix Up” e “Six Months” que fazem um regresso aos fortes primórdios da Studio One (“Breaking Up” de Alton Ellis e Neil Sedaka), depois segue-se ‘Point Of View’ e ‘Penetentury’, um tema forte de roots reggae que fala da dura realidade em que vivemos, para terminar, ‘Diplomatic Fools’. Grande parte dos instrumentos foram tocados por Paul “Wrongmove” Crossdale e coube a Dean Fraser o dever de tocar os sopros. Grande parte dos sons da bateria foram pré-programados e apenas os temas “Love Turn Catastrophe” e “Betrayers Downfall” foram gravados com uma banda completa. Este não é na verdade um novo Gregory, é apenas aquele que sempre amamos, que continua com um bom espírito e a fazer o que mais gosta para contentar os seus milhares de fãs espal-hados por este mundo fora…

The Mystic World Of Augustus Pablo: The Rockers Sto-ryOra aqui está um lançamento que os apreciadores da música Dub e particularmente do artista Augustus Pablo certamente vão adorar. “The Mystic World Of Augustus Pablo: The Rockers Story” conta com 4 sets musicais e um DVD composto por performances ao vivo, traçando a carreira do talentoso músico e produtor Augustus Pablo.

O primeiro CD - “Classic Rockers” - foca-se nas produções de 1970 enquanto o segundo CD - “Roots Rockers” - apresenta-nos excelentes selecções vocais de artistas com Earl Sixteen o Delroy Williams. O terceiro volume - “New Style Rockers” - contêm temas da era digital dos anos 80 destacando-se a participação do artista Junior Delgado no tema “Raggamufin Year”. O último disco - “Rockers Rarites” - apresenta-nos raridades, pistas que não foram editadas interpretadas por Earl Sixteen e Lloyd Hemmings, e inclui ainda alguns temas apenas disponíveis em vinyl tal como o grande “Humble Yourself” de Asher & Tremble.

Sem dúvidas um excelente tributo ao rei do dub e da melódica Horace Swaby aka Augustus Pablo. Por: Sérgio Costa – Portaldoreggae.com

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Toots and the Maytals

Toots and the Maytals, originalmente conhecidos por The Maytals, são considerados verdadeiras lendas do ska e da música Reggae. O seu som é único, uma combinação original de gospel, ska, soul, reggae e rock.

Frederick "Toots" HibbertNasceu como Frederick Hibbert em May Pen, uma localidade agrícola na Jamaica, onde cresceu e cantou em diversas igrejas. Com apenas 13 anos mudou-se para a cidade de Kingston à procura de trabalho, foi no bair-ro de Trench Town que começou a sua nova vida, arranjou emprego numa barbearia onde conheceu alguns cantores que o inspiraram, Jerry Matthias e Raleigh Gordon. “Eu parti da minha cidade natal porque eu costumava ouvir artistas como Ray Charles, Mahalia Jackson, Wilson Pickett e James Brown na rádio e eu queria muito ser cantor; eu fazia boxe na minha juventude mas as pessoas disseram-me que eu podia cantar, então parei com o boxe. Comecei a trabalhar numa barbearia e conheci algumas pessoas, entre elas o Jerry e o Raleigh; eles eram mais crescidos que eu e disseram-me, ‘Eu gosto da maneira que tu cantas, quero que tu me ensines,” então eu comecei a ensinar pes-soas na minha juventude, pessoas que eram bem mais velhas que eu.” Eles formaram os Maytals em 1961, e quase

todos os produtores ficaram ansiosos por gravar com eles, Clement “Sir Coxsone”

Dodd, fundador da label Studio One, rapida-mente reconheceu o seu talento, a voz de Toots encaixava perfeitamente nas melodias produzi-das pelos Maytals.Daí resultou o seu álbum, “Never Grow Old”, contendo seis hits de top. Seguiram-se depois alguns hits para os produtores Prince Buster e Byron Lee, isto antes de Toots ter sido preso através de uma cilada, o que fez com que o grupo estivesse inactivo por algum tempo. “Eu fui preso porque houve algumas pessoas que me quiseram mal,”afirma Toots.”Eu apenas es-tava a ajudar um amigo e fui preso sem motivo, tudo isto foi planeado.”Quando foi posto em liberdade no ano de 1968, o grupo assinou com o produtor Leslie Kong para mais uma boa série de hits impulsivos, incluindo “Do The Reggay”, “54-46”, “Monkey Man”, “Sweet And Dandy” e “Pressure Drop”, uma grande canção que também foi adoptada pelos The Clash.Depois de Leslie Kong ter falecido de ataque cardíaco, os Maytals voltaram a trabalhar com Byron Lee, que assegurou uma boa perspectiva de mercado para o álbum “Funky Kingston” na Jamaica.

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De seguida em 1976 o lançamento de “Reggae Got Soul” teve ainda um impacto maior e de imediato o grupo começou a obter sucesso na América e no Reino Unido.De seguida Jerry Matthias e Raleigh Gordon emigraram para os Estados Unidos, mas Toots nunca teve o desejo de abandonar a Jamaica.Sendo assim, todos os artistas da banda suporte que acompanharam Toots desde o início dos anos 70, tornaram-se nos the Maytals.Depois de ter produzido o álbum “Toots In Memphis” em 1988, gravado com Sly & Rob-bie e mais alguns músicos Americanos, Toots começou a lançar álbuns mais esporádicos, graças a uma tournée bastante positiva, o perfil dos the Maytals nunca baixou de nível. “Eu sou um artista internacional, nunca vou deixar de tocar os meus hits mais antigos num show; a minha energia vem das pessoas, das mensagens que eu transmito.” Tal energia vai

de certo fazer com que Toots continue com a mesma qualidade de sempre…Ele continua a excitar os ouvintes desde há mais de quarenta anos com dinâmicas actuações em palco e trabalhos de estúdio fascinantes.Continua a ser olhado como um verdadeiro artista na Jamaica, onde ele arrecada com a distinção de escrever a primeira canção a referir a palavra Reggae no seu título, também gravou Blues, Funk, Soul e música Country, colaboran-do com algumas estelas americanas em diver-sas ocasiões.Falamos, de facto, dos cativantes duetos que Toots gravou juntamente com Willie Nelson,Bootsy Collins e Ben Harper que o fiz-eram ganhar o Grammy com o seu tema “True Love”. Toots deve ser o homem que mais trabal-hou na música Reggae, e despistando o facto que está perto dos 60 anos, ele parece que nunca irá abrandar…

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“Eu sou um artista internacional, nunca vou deixar de tocar os meus hits mais antigos num show; a minha energia vem das pessoas, das mensagens que eu Transmito.”

Créditos:Três nomeações para o Grammy:Skafather, Toots in Memphis, Toots LiveTrês primeiros lugares em festivais (e dois segundos lugares), incluindo o primeiro ano do concurso 1966 BamBam, com Sweet and Dandy e Pomp and Pride.Recorde canção nº 1 no top Jamaicano (31)Recorde por ter tido duas canções nº1 no seu disco 45 na Jamaica. (Daddy/ Its you)Recorde do Guiness pelo tempo mais curto entre a gravção e o lançamento de um álbum ao vivo - TOOTS LIVE at the Hammersmith Palais***Ouro, e nº1 em vários países por: Knock Out álbum (Beautiful Woman nº1 na Austrália/disco de ouro na Nova Zelandia) Toots in Memphis álbum Spiritual Healing 12" (Africa do Sul)(***pesquiza incompleta, não se tem a certeza quan-tas possibilidades para ouro e platina)The Harder Thay Come - The Movie - Contem 2 te-mas de Toots and the Maytals.

Discografia:Never Grow Old (1963 – Álbum)The sensational Maytals (1965 – Álbum)Sweet and Dandy (1969 – Álbum)Monkey Man (1970 – Álbum)The Maytal greatest hits (1971-Álbum)Slatyam Stoot (1972 - Álbum)he original golden oldies (1973 – álbum) Funky Kingston (1973 - Álbum)

Roots Reggae (1974 - Álbum) In The Dark (1974 - Álbum) Funky Kingston (1975 - Álbum) Reggae Got Soul (1976 - Álbum) Toots Presents The Maytals (1977 - Álbum) Pass The Pipe (1979 - Álbum) The Best Of Toots And The Maytals (1979 - Best Of) Just Like That (1980 - Álbum) Live (1980 - Live) Knock Out! (1981 - Álbum) An Hour Live (1982 - Live) Live At Reggae Sunsplash (1983 - Live) Reggae Greats (1984 - Álbum) Toots In Memphis (1988 - Versions) Do The Reggae 1966-1970 (1988 - Best Of) Bla Bla Bla (1993 - Best Of) Time Tough: The Anthology (1996 - Double Best Of) Recoup (1997 - Álbum) Ska Father (1998 - Álbum) Live In London (1999 - Double Live) The Very Best of Toots & The Maytals (2000 - Best Of) 54-46 Was My Number: Anthology 1964-2000 (2002 - Best Of) World Is Turning (2003 - Álbum) True Love (2004 - Álbum) Roots Reggae: The Classic Jamaican Albums (2005 - Best Of)Website oficial: www.tootsandthemaytals.net/Por: Diana Mota – Portaldoreggae.com

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Winston McAnuff –“The Eletric Men”Nos anos 70, a Jamaica conheceu inúmeros e maravilhosos cantores… Doces vozes podiam ser ouvidas em qualquer esquina, saídas de dentro de qualquer estúdio… Uma das vozes era a de Winston McAnuff. O “Electric Dread”, nascido no ano de 1957 em Christiana, Jamaica, gravou o seu primeiro álbum “Pick Hits To Click” em 1977 com o lendário produtor Derrick Harriot. Eles viajaram imenso, mesmo assim, ainda gravaram “What A Man Deal With” em 1978, “Electric Dread” (com Inner Circle) em 1986 e “One Love” em 1995. Em 2001, McAnuff conheceu Nicolas Maslowski e Romain Germa da label francesa MakaSound. Lançaram nesse mesmo ano uma compilação dos seus maiores hits intitulada “Diary of the Silent Years”. Depois deste grande sucesso, eles decidiram lançar em França o segundo álbum de Winston “What A Man A Deal With”. Em 2005 Winston conheceu Camille Bazbaz em França e gravou com ele o álbum “A Drop”, uma mistura de Reggae com Soul e Rock… Eles percorreram o País numa extensa Tournée, dando origem à gravação de um DVD ao vivo intitulado “A Drop Tour” que está disponível em www.makasound.com, tal como os outros lançamentos. No verão passado, R-Wan, cantor de

uma banda de Hip-Hop chamada “JAVA”, que recentemente lançou um álbum a solo através da Makasound, apresentou McAnuff aos seus músicos e juntos decidiram iniciar algumas gravações em estúdio. Fixi, Acordeonista e Teclista dos Java compôs alguns ridims (uma mistura de Soul dos anos 70, Rock, mais um típico acordeão Parisiense original dos anos 50) e Winston tratou de escrever e inserir algumas letras neles… The Congos, que recentemente estiveram em Paris e são grandes amigos de McAnuff, também participaram com algumas vozes acompanhadas pela guitarra de um artista francês… Assim nasceu “Paris Rockin”, novo álbum de Winston McAnuff… Há um mês atrás, uma tournée foi organizada em França com os R-Wan como banda suporte… Nós conhecemos Winston apenas uma hora antes do último show desta Tournée. Ele aceitou responder ao Portal do Reggae (PR) algumas questões…

PR– Nós lemos que o teu pai foi um pregador (Pastor na igreja), isso contribuiu para que tu tivesses começado a cantar Gospel na igreja?Winston- Exacto, foi na minha juventude. Uma coisa chamada “Sunday School”.

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Winston McAnuff –“The Eletric Men”Nos anos 70, a Jamaica conheceu inúmeros e maravilhosos cantores… Doces vozes podiam ser ouvidas em qualquer esquina, saídas de dentro de qualquer estúdio… Uma das vozes era a de Winston McAnuff. O “Electric Dread”, nascido no ano de 1957 em Christiana, Jamaica, gravou o seu primeiro álbum “Pick Hits To Click” em 1977 com o lendário produtor Derrick Harriot. Eles viajaram imenso, mesmo assim, ainda gravaram “What A Man Deal With” em 1978, “Electric Dread” (com Inner Circle) em 1986 e “One Love” em 1995. Em 2001, McAnuff conheceu Nicolas Maslowski e Romain Germa da label francesa MakaSound. Lançaram nesse mesmo ano uma compilação dos seus maiores hits intitulada “Diary of the Silent Years”. Depois deste grande sucesso, eles decidiram lançar em França o segundo álbum de Winston “What A Man A Deal With”. Em 2005 Winston conheceu Camille Bazbaz em França e gravou com ele o álbum “A Drop”, uma mistura de Reggae com Soul e Rock… Eles percorreram o País numa extensa Tournée, dando origem à gravação de um DVD ao vivo intitulado “A Drop Tour” que está disponível em www.makasound.com, tal como os outros lançamentos. No verão passado, R-Wan, cantor de

uma banda de Hip-Hop chamada “JAVA”, que recentemente lançou um álbum a solo através da Makasound, apresentou McAnuff aos seus músicos e juntos decidiram iniciar algumas gravações em estúdio. Fixi, Acordeonista e Teclista dos Java compôs alguns ridims (uma mistura de Soul dos anos 70, Rock, mais um típico acordeão Parisiense original dos anos 50) e Winston tratou de escrever e inserir algumas letras neles… The Congos, que recentemente estiveram em Paris e são grandes amigos de McAnuff, também participaram com algumas vozes acompanhadas pela guitarra de um artista francês… Assim nasceu “Paris Rockin”, novo álbum de Winston McAnuff… Há um mês atrás, uma tournée foi organizada em França com os R-Wan como banda suporte… Nós conhecemos Winston apenas uma hora antes do último show desta Tournée. Ele aceitou responder ao Portal do Reggae (PR) algumas questões…

PR– Nós lemos que o teu pai foi um pregador (Pastor na igreja), isso contribuiu para que tu tivesses começado a cantar Gospel na igreja?Winston- Exacto, foi na minha juventude. Uma coisa chamada “Sunday School”.

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Nós vamos à igreja e cantamos muitas canções…

PR– Quando é que tu realmente começaste a tua carreira?Winston- Profissionalmente foi em 1976. Foi nesse ano que eu realmente fiz uma canção e um produtor decidiu lançá-la para o mercado. É uma canção chamada “Ugly Days” (do seu primeiro álbum “Pick Hits To Click”)

PR– Essa canção foi o teu primeiro Hit?Winston- Foi a primeira gravação que eu lancei, foi um Hit ”mediano”, mais underground…

PR– Tu também és conhecido como “Electric Dread”… quem te deu esta alcunha e porquê?Winston- Ele surgiu porque um indivíduo que me viu num show estava a tentar tirar-me uma fotografia, eu mexia-me muito em palco e ele não conseguiu tirar uma boa… No fim do espectáculo veio ter com o meu produtor e disse-lhe: “Estive a tentar tirar uma fotografia ao Winston no Show e não consegui, ele parecia eléctrico!”. O Derrick Harriot respondeu-lhe: “ Se calhar esse é o nome indicado para ele!”. Então foi por isso que o Derrick decidiu chamar-me este nome e foi bom porque a voz das pessoas é a voz de Deus… e a electricidade é uma forma de energia, é uma ligação… é bom…

PR– Os teus dois últimos álbuns “A Drop” e “Paris Rockin” ambos soam um pouco mais a Soul e Rock… Porque decidiste fazer esta mudança na tua música? Estavas cansado da cena Reggae ou realmente quiseste experimentar algo novo?Winston- Bem não foi uma mudança… Se passares num caminho de terra e depois passares por algum óleo, vai haver uma mistura de terra com óleo. Nós Jamaicanos fomos expostos a… Eu vou-vos dizer um

pouco daquilo a que fomos expostos… porque os pobres produtores não tinham dinheiro para pagar os seus discos para darem na rádio. Então, quando um trabalho passa na rádio, é-lhe concedido um certo nível de aprovação, o que os produtores mais pobres não conseguiam pagar… Sendo assim, o que ouvíamos na rádio eram artistas como: The Temptations, Marvin Gaye, Otis Redding, Sam Cooke, Aretha Franklin, The Supremes, muitos deles no top, estás a compreender o que estou a tentar explicar?...Mick Jagger, Skitter Davis, outro cantor americano chamado Jim Reeves, foi um dos mais populares cantores na Jamaica nesses anos… Ele cantava Country e música Religiosa… (ele canta) … então, todos os cantores Jamaicanos foram fortemente influenciados pela América.Reparem nos temas de Alton Ellis em que ele usa expressão “lookyoo!!”, e eu uso nos meus discos também, mesmo no álbum BazBaz no tema “Rastafari is name”…”Lokya!!”… Eu ouvi isso a sair das bocas de Bob Marley e Alton Ellis…(Ele canta “Sunday Comin” de A.Ellis)… quando me perguntas se eu mudei… Não eu não mudei nada, mesmo a trabalhar com os Java, eu não vim com uma canção pedir-lhes para fazerem a música… Não, eu pedi-lhes para tocarem algumas das composições deles, porque eu estou sempre a escrever canções na minha cabeça… se encontrar que seja boa para transpor a minha canção, eu peço para modificarem um pouco a estrutura de forma a adoptar a minha canção, mas nunca lhes peço para mudarem o que estão a fazer. Se calhar peço para tocarem mais “forte”… a velocidade do beat… Acaba por ser a mesma coisa mas a atitude é diferente… Então, o que encontramos no fim é o topo da nossa fusão!

PR– De todos aqueles grandes cantores dos anos 70, qual foi

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aquele que mais te influenciou?Winston- Eu não falei nele ainda, ele foi Desmond Dekker…eu sempre amei a sua música (ele canta “Israelites”). Ele é o meu preferido… mas eu ainda não tinha mencionado o seu nome…estão a ver… Nós fomos adoptados por todas essas influências… Está em mim… Soul!! James Brown!!

PR– Recentemente também gravaste um álbum com um dos membros de uma banda francesa de Dub… Improvisators Dub….Winston- Sim, é verdade, chama-se ManuTension.

PR– Podes-nos falar um pouco mais deste projecto? Quando será lançado para o mercado e que tipo de música é?Winston- Trata-se de um álbum de Dub que produzimos ao estilo de King Tubby… porque eu tenho que trabalhar de diferentes maneiras…não apenas naquela que estivemos a falar…eu continuo a trabalhar no roots…Eu acabei um álbum com Mad Professor, outro com Gussie P.…um roots hardcore… Eu gravei-os antes do projecto BazBaz…Então, estão aqui algumas coisas para saírem…Eu não posso continuar a fazer a mesma coisa, porque essa coisa já está feita…ya man, Foundation!

PR– Quando estes trabalhos vão estar disponíveis no Mercado?Winston- Podem surgir a qualquer momento…como um Tsunami… portanto estejam atentos!!! (ri-se)

PR– Também lemos que há uns tempos tiveste alguns problemas com a label “Culture press”…Winston- Não, eles é que tiveram alguns problemas! Sim, eles tiveram alguns problemas e nós tivemos que resolvê-los, foi o que aconteceu… mas eu não tive nenhum problema com eles…

PR– Foi por causa da edição pirateada do teu segundo álbum “What a man a deal with” ?Winston- Sim, porque esse álbum foi produzido em 1978, por mim e pelos meus amigos, esse foi o problema… Sendo assim, eu sou o actual dono do álbum, as pessoas não sabem disso porque naqueles tempos era muito difícil controlar isso…

PR– Sim, e nós sabemos que Tommy Cowan foi o produtor desse álbum….Winston- Sim, mas eu nunca cantei uma canção para ele… Fui à Jamaica para me encontrar com ele, porque ele conhece-os e nunca lhes deu permissão para tal coisa… mas ele não quis entrar em confusões com eles… Então, eu disse-lhe para me escrever uma carta dizendo que eu nunca cantei uma canção para ele… Sim, porque como podem eles pôr o nome dele no álbum? O dinheiro deste álbum onde é que está?? Onde está o dinheiro das receitas??

PR– Tu também és produtor, quando é que podemos ver as tuas produções no mercado?Winston- Sim, eu já trabalho na produção há imenso tempo, talvez nada de muito forte mas… Eu produzi “Diary of the silent years”, o primeiro álbum que a Makasound lançou. É o meu álbum, fui eu que fiz tudo… E agora estou a trabalhar com as minhas crianças. Tenho um filho chamado Mattew, nós tratámo-lo por MacLaw, ele é um rapper e fez uma canção para o “Fishrman Style” uma compilação da Blood & Fire… uma canção chamada “Nah Worry Your Mind”… Tenho outro filho que é baterista, chama-se “Kush”, ele toca nos álbuns “Inna Di Yard”, tenho também uma filha na América, chama-se Nadya e também é cantora….

PR– Vibes lindos… toda a família ligada à musica… 15

Winston- Sim, ás vezes acontece dessa maneira….

PR– Nos anos 70 tu escreves-te “Malcom X”, um grande hit para Dennis Brown...Winston- Sim, é verdade, ele foi originalmente feito para o Earl SixTeen mas eles decidiram dá-lo ao Dennis…

PR– Como vês a relação entre os Rastafaris e os muçulmanos…?Winston- Bem os ideais Malcom X surgiram da Jamaica… A raiz da sua filosofia veio de Marcus Garvey, porque Marcus Garvey era amigo do pai de Malcom X.Malcom costumava frequentar algumas reuniões com o seu pai em esconderijos, depois da igreja… e no fim das reuniões as pessoas costumavam dizer “ levanta-te poderosa raça”, ele era muito pequeno na altura… Foi por isso que Malcom X disse à comunidade negra dos Estados Unidos: “Vocês têm que olhar para as Caraíbas, a vossa salvação”, todos nós temos que ouvir, porque se não o fizermos… Ouvir, observar e pensar são qualidades que nós precisamos para viver, compreendem? Isso é tudo… Malcom X quis ajudar a juventude nessa altura, ele já era reformado… porque ele viu a luz… como nunca ninguém a viu…

PR– Aqui na Europa os media descrevem a Jamaica como um sítio cheio de violência, tiroteios e todas essas coisas más… tu como é que descreves a Jamaica dos dias de Hoje?Winston- Bem, o novo slogan promocional do turismo Jamaicano é “When you go you know!”... Nós estávamos na Jamaica há uns tempos e ouve alguma destruição aqui em França, eu vi pessoas a queimarem carros… As pessoas disseram-me “é uma longa história aqui em França, as pessoas queimam carros… nestes bairros fazem isso regularmente…”. Mas eu digo-vos, estando na Jamaica a ver a CNN, observar

toda esta situação faz-nos pensar em nunca vir a França… Apenas estou a tentar explicar que existem boas e más pessoas em todo o lado…é normal…

PR– Alguns artistas da tua geração dizem que a música feita hoje em dia na Jamaica não deve ser chamada de “Dancehall”, nada se compara à musica e ao verdadeiro estilo que era tocado há cerca de 30 anos atrás… Que pensas disso?Winston- Sim, a música a que se chamava Dancehall era feita para fazer dançar as pessoas… Hoje é apenas um estilo diferente…é normal…Ser um sábio é ser um homem dos tempos… Nós não podemos viver muito sobre o que antigas filosofias ditavam…essa é a verdade…é como as roupas, as pessoas entram nas modas… O que quero tentar explicar-vos, é que as pessoas que costumavam tocar Ska, quando ouviram Bob Marley e todos aqueles artistas a tocarem Reggae, disseram: “Não, isto não é a minha cena, Ska é a melhor música…!!” Sempre vamos ter isto na terra… Existirão sempre queixas, é normal...

PR– O que esperas do teu futuro?Winston- O que espero? Simplesmente o que aparecer, nada mais…

PR– Obrigado por esta entrevista Winston, felicidades…Winston- Ya mano, foi uma boa entrevista! Bless!

“Jah guide and protect…”

Entrevista por Frank Carvalho – Po r ta ldo reggae .com

Page 15: A Revista da Maria

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aquele que mais te influenciou?Winston- Eu não falei nele ainda, ele foi Desmond Dekker…eu sempre amei a sua música (ele canta “Israelites”). Ele é o meu preferido… mas eu ainda não tinha mencionado o seu nome…estão a ver… Nós fomos adoptados por todas essas influências… Está em mim… Soul!! James Brown!!

PR– Recentemente também gravaste um álbum com um dos membros de uma banda francesa de Dub… Improvisators Dub….Winston- Sim, é verdade, chama-se ManuTension.

PR– Podes-nos falar um pouco mais deste projecto? Quando será lançado para o mercado e que tipo de música é?Winston- Trata-se de um álbum de Dub que produzimos ao estilo de King Tubby… porque eu tenho que trabalhar de diferentes maneiras…não apenas naquela que estivemos a falar…eu continuo a trabalhar no roots…Eu acabei um álbum com Mad Professor, outro com Gussie P.…um roots hardcore… Eu gravei-os antes do projecto BazBaz…Então, estão aqui algumas coisas para saírem…Eu não posso continuar a fazer a mesma coisa, porque essa coisa já está feita…ya man, Foundation!

PR– Quando estes trabalhos vão estar disponíveis no Mercado?Winston- Podem surgir a qualquer momento…como um Tsunami… portanto estejam atentos!!! (ri-se)

PR– Também lemos que há uns tempos tiveste alguns problemas com a label “Culture press”…Winston- Não, eles é que tiveram alguns problemas! Sim, eles tiveram alguns problemas e nós tivemos que resolvê-los, foi o que aconteceu… mas eu não tive nenhum problema com eles…

PR– Foi por causa da edição pirateada do teu segundo álbum “What a man a deal with” ?Winston- Sim, porque esse álbum foi produzido em 1978, por mim e pelos meus amigos, esse foi o problema… Sendo assim, eu sou o actual dono do álbum, as pessoas não sabem disso porque naqueles tempos era muito difícil controlar isso…

PR– Sim, e nós sabemos que Tommy Cowan foi o produtor desse álbum….Winston- Sim, mas eu nunca cantei uma canção para ele… Fui à Jamaica para me encontrar com ele, porque ele conhece-os e nunca lhes deu permissão para tal coisa… mas ele não quis entrar em confusões com eles… Então, eu disse-lhe para me escrever uma carta dizendo que eu nunca cantei uma canção para ele… Sim, porque como podem eles pôr o nome dele no álbum? O dinheiro deste álbum onde é que está?? Onde está o dinheiro das receitas??

PR– Tu também és produtor, quando é que podemos ver as tuas produções no mercado?Winston- Sim, eu já trabalho na produção há imenso tempo, talvez nada de muito forte mas… Eu produzi “Diary of the silent years”, o primeiro álbum que a Makasound lançou. É o meu álbum, fui eu que fiz tudo… E agora estou a trabalhar com as minhas crianças. Tenho um filho chamado Mattew, nós tratámo-lo por MacLaw, ele é um rapper e fez uma canção para o “Fishrman Style” uma compilação da Blood & Fire… uma canção chamada “Nah Worry Your Mind”… Tenho outro filho que é baterista, chama-se “Kush”, ele toca nos álbuns “Inna Di Yard”, tenho também uma filha na América, chama-se Nadya e também é cantora….

PR– Vibes lindos… toda a família ligada à musica… 15

Winston- Sim, ás vezes acontece dessa maneira….

PR– Nos anos 70 tu escreves-te “Malcom X”, um grande hit para Dennis Brown...Winston- Sim, é verdade, ele foi originalmente feito para o Earl SixTeen mas eles decidiram dá-lo ao Dennis…

PR– Como vês a relação entre os Rastafaris e os muçulmanos…?Winston- Bem os ideais Malcom X surgiram da Jamaica… A raiz da sua filosofia veio de Marcus Garvey, porque Marcus Garvey era amigo do pai de Malcom X.Malcom costumava frequentar algumas reuniões com o seu pai em esconderijos, depois da igreja… e no fim das reuniões as pessoas costumavam dizer “ levanta-te poderosa raça”, ele era muito pequeno na altura… Foi por isso que Malcom X disse à comunidade negra dos Estados Unidos: “Vocês têm que olhar para as Caraíbas, a vossa salvação”, todos nós temos que ouvir, porque se não o fizermos… Ouvir, observar e pensar são qualidades que nós precisamos para viver, compreendem? Isso é tudo… Malcom X quis ajudar a juventude nessa altura, ele já era reformado… porque ele viu a luz… como nunca ninguém a viu…

PR– Aqui na Europa os media descrevem a Jamaica como um sítio cheio de violência, tiroteios e todas essas coisas más… tu como é que descreves a Jamaica dos dias de Hoje?Winston- Bem, o novo slogan promocional do turismo Jamaicano é “When you go you know!”... Nós estávamos na Jamaica há uns tempos e ouve alguma destruição aqui em França, eu vi pessoas a queimarem carros… As pessoas disseram-me “é uma longa história aqui em França, as pessoas queimam carros… nestes bairros fazem isso regularmente…”. Mas eu digo-vos, estando na Jamaica a ver a CNN, observar

toda esta situação faz-nos pensar em nunca vir a França… Apenas estou a tentar explicar que existem boas e más pessoas em todo o lado…é normal…

PR– Alguns artistas da tua geração dizem que a música feita hoje em dia na Jamaica não deve ser chamada de “Dancehall”, nada se compara à musica e ao verdadeiro estilo que era tocado há cerca de 30 anos atrás… Que pensas disso?Winston- Sim, a música a que se chamava Dancehall era feita para fazer dançar as pessoas… Hoje é apenas um estilo diferente…é normal…Ser um sábio é ser um homem dos tempos… Nós não podemos viver muito sobre o que antigas filosofias ditavam…essa é a verdade…é como as roupas, as pessoas entram nas modas… O que quero tentar explicar-vos, é que as pessoas que costumavam tocar Ska, quando ouviram Bob Marley e todos aqueles artistas a tocarem Reggae, disseram: “Não, isto não é a minha cena, Ska é a melhor música…!!” Sempre vamos ter isto na terra… Existirão sempre queixas, é normal...

PR– O que esperas do teu futuro?Winston- O que espero? Simplesmente o que aparecer, nada mais…

PR– Obrigado por esta entrevista Winston, felicidades…Winston- Ya mano, foi uma boa entrevista! Bless!

“Jah guide and protect…”

Entrevista por Frank Carvalho – Po r ta ldo reggae .com

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KIKONGO VIBRATION KKV

Reggae na lingua de Camões

Particularmente definido como um estilo de musica marcante, carismático e a contar já com mais de meio-século de (r)existência, o Reggae (um resultado da fusão dos rit-mos caraíbicos do Mento, Soca e Calipso com a Soul, Jazz e Blues dos anos 40 e 50) destacou-se em grande no panorama português nestes últimos anos.

Contudo, e apesar de na conjuntura na-cional pulularem um sem numero de pro-jectos a pecar essencialmente por falta de objectividade e conteudo musical, para muitos o Reggae reduz-se a não mais do que um conceito tendencioso do momento que assim como uma moda depressa se propaga desprovido de seus verdadeiros valores, tornando-se efémero e vulgar como tudo o mais. Neste sentido encon-trar uma boa banda Reggae nacional na actualidade, como nos lembra o egrégio ditado popular, é como encontrar uma agulha num palheiro.

No mesmo contexto surge em meados de Julho de 2008 os Kikongo Vibration. Formada por elementos já conhecidos na cena Reggae nacional, são a idealização da banda que o angolano Ras DaMula procurava ainda antes da sua chegada a Portugal uma dúzia de anos atrás.

Kikongo é um dos mais antigos dia-

lectos africanos, este e as emanações positivas que a banda em apenas 2 ac-tuações mostrou transmitir, traduzem-se num ambiente pleno de confraternização e boas Vibrações. Kikongo Vibration é uma banda portugue-

sa com raízes africanas que interpreta os seus temas na língua de Camões e em Kikongo. Com a aspiração de levar a sua música a toda a parte do Mundo, mais centrada em África e Europa, todos os elementos que a formam são amantes e conhecedores da música Reggae e seus vários estilos musicais de longa data em particular numa vertente de consciência social!

Para os musicos de Kikongo Vibration o Reggae é essencialmente um lugar-co-mum.

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Mais do que o primeiro toaster na cultura Reggae portuguesa, o vocalista/composi-tor angolano Ras DaMula é o verdadeiro “informer” e divulgador desta vertente na

língua de Camões.

Filho da crew de Kus-sondulola, uma das suas particularidades dominantes é o facto de todos os temas e demais intervenções cantadas serem feitos em português e dia-lecto Kikongo, numa

altura em que cada vez mais se perde a identidade face ao estrangeirismo vigente.

Ras DaMula também canta frequentemente como back-vocals dos Kussondulola, a 1º grande banda Reggae de Portugal/Angola, e é ex-vocalista do projecto The Positron-ics. Por intermédio da Reggae Playground, e em cooperação com a Central Reggae, tem percorrido com o moçambicano Bob Figurante (um dos grandes e incansáveis divulgadores desta cultura em Portugal) e com os Kussondulola, nos últimos 10 anos, todo o continente português, e esteve pre-sente em vários eventos de destaque inter-nacional, tendo feito as primeiras partes de artista bem conceituados no Reggae mun-dial como Luciano, Warrior King, Morgan Heritage, Earl 16, Ijah Man Levy, Don Car-los, Junior Reid, Antonhy Jonhson, Tony Rebel, etc.

Paralelamente trabal-ha também em coop-eração com algumas bandas de Lisboa e projectos nacion-ais, como vocalista e compositor (Kung-Fu Funk, Radio Macau, etc).

Paralelamente trabalha também em coop-eração com algumas bandas de Lisboa e projectos nacionais, como vocalista e com-positor (Kung-Fu Funk, Radio Macau, etc).

Sérgio Bolota, actualmente baterista, nat-ural de Lisboa e filho de pais angolanos, iniciou-se aos 14 anos na Orquestra da

Parede.

Estudou na escola de Jazz de Chiches-ter- Inglaterra e no Hot Club de Jazz de Portugal, em Lisboa. Trabalhou com mu-sicos conceituados como Lynus Wenga-ra-Senegal, Ik Dell-Jamaica, Pye-UK, etc. Foi baterista da

banda Legalize, é fundador/co-fundador de várias bandas de fusão africana con-hecidas na grande Lisboal: Tropical Roots, Morna Jazz, Verdes Ritmos, Old Times Jazz Quartet, etc, e tocou com Figuinhos da Mina, Valdez e as Piranhas Douradas, Da Steppers, Like The Man Said, Reevel Brix, Aldo Milá e Valdemar Bastos entre outros projectos paralelos.

Na Bateria deixa transparecer uma fusão de sons acústicos com electrónicos, for-mando bases dub hipnóticas e tranquili-zantes para o público.

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Este espaço pode ser seu!mais informações em :www.oportaldamaria.com

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Lino, natural de Angola e a viver em Lis-boa, é baixista por paixão, tendo feito nos últimos anos parte integrante da formação principal dos conceituados Kymbangui Band (a banda suporte de Prince Wada-da). Entre outros projectos fez parte dos Mangifi e dos Unidade 88, considerada a primeira banda de suporte de Reggae em Portugal, tocando apenas riddims/temas jamaicanos.

É peculiarmente versátil em ritmos sonoros marcantes, característicos das suas conta-giantes linhas “fat” Bass, que dificilmente passam indiferente a qualquer pessoa ad-miradora ou não deste género musical. Delmighty (aka Delmas), guitarra ritmo de Lisboa, senhor dos kishakas, kokotes e skanks, fez parte da banda Unidade 88. Actualmente é selecta/co-fundador dos Jula Jah Soundsystem e provou conseguir transportar toda a energia da sua escola musica como guitarrista destacável em palco.

André, guitarra solo, musico conceituado na noite brasileira em Lisboa, participante dum extenso número de projectos bossa-nova, samba-jazz, etc, partilha frequente-mente harmonias, so-los, efeitos, e frases que ficam no ouvido.

Mauro, natural de Angola, é percus-sionista e vive em Lisboa. Ja fez parte de várias bandas em Africa e na Europa. Os grandes (mas desconhecidos pela maioria em Portugal) Arkany são um dos exemplos.

É um verdadeiro mensageiro trans-missor de batidas dançantes Afro-Nyabingi!

João, teclista em Lisboa, com uma formação particular na area classica e Jazzistica, vai beber as ambiências aos

mesmos estilos que definiram a música Reggae: Jazz, Soul e Blues.

Liliana e Beta, nos coros, pertencem ao nú-cleo de coro da Escola Casa Pia, e trazem na voz a alma e a forte emotividade que vai no coração.

Sista Pat nos coros, natural de S.Pedro do Estoril, apesar de viver desde os 4 anos na cidade do Porto tem acompanhado Ras DaMula ao longo da sua carreira, tanto no Soundsystem como Toaster/Singjay como na banda Kikongo Vibration, ocupando posição de destaque como back-vocal!

Trabalha na área da música como selecta 19

e compositora/can-tora. Iniciou o seu trajecto aos 9 anos ao ingressar no coro da Casa Mãe Marga-rida como 2ª Mezo-Soprano principal e depois 1ª Soprano, posição de destaque que ocupou até aos 18, altura que abandonou o cargo em função do curso pedagógico de Animação Sociocultural-Técnico Psicossocial, reto-mado novamente esta vertente musical no presente ano.

Com uma completa formação musical e conhecedora/ouvinte dum sem número de géneros, com incidência para a Jazz, Soul e Funk, só em 2003 quando teve um contacto directo com a cultura Reggae num dos eventos da produtora Reggae Playground, é que descobriu a verdadeira paixão por este estilo, adoptando-o então como filosofia e conceito de vida. A sua sede pelos ritmos musicais duma ilha nas Caraíbas levaram-na integrar-se rapida-mente no seio desta cultura.

Nesta curta existência teve já possibilidade de actuar lado a lado com artistas de re-nome Internacionais como Don Carlos, Warrior King, Tony Rebel, Dawn Penn, An-thony Jonhson, Earl 16, Asian Dub Foun-dation, DJ Patife, Marcelinho da Lua, Black Alien e B.Negão (ambos ex-Planet Hemp); e os portugueses Kussondulola, Mercado Negro, Three And A Quarter, Terrakota, Prince Wadada e Kymbangui band, Sativa, One Love Family, Fredy Locks, Kalonga & Unidade 88, Jah Vai, Jah Riot, Contratem-pos, The Most Wanted, Arsha, Quaiss Kitir, Like The Man Said, Poor Man Style, Selec-ta Toy Cool/Fankambareggae Soundsys-tem, Reggae Portugal Soundsystem, Jula Jah Soundsystem, Jah Army Corporation, Dub Weed Roots Soundsystem e Dread

Records, Big Up Soundsystem, Simmer-down Sound, Jah Army Corporation, Con-crete Jungle Soundsystem, Selecta Djuly, Prince Joseph, Cambodja selecta, Sista Kato, Buraka Som Sistema, InfoReggae, Selecta D/Takin’Over Productions, entre outros...

KKV estreou-se em Lisboa, na Trafaria, no dia 28 de Agosto de 2008, numa 20h Positive Beach Party organizada pela Art Tuga, onde participaram vários artistas e DJs/Selectas da cena Hip-Hop e Reggae nacional. Seguidamente rumaram ao Porto dia 29 para um concerto único promovido pelo Bloco de Esquerda, na Universidade de Psicologia do Porto. Ambas as actu-ações contaram ainda com a participação especial no microfone de Spirit (ex-Kus-sondulola), vindo directamen te de Madrid-Espanha onde está a trabalhar com várias bandas e projectos Reggae espanhóis.

Kikongo Vibration, Lisboa 14 Outubro de 2008

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Lino, natural de Angola e a viver em Lis-boa, é baixista por paixão, tendo feito nos últimos anos parte integrante da formação principal dos conceituados Kymbangui Band (a banda suporte de Prince Wada-da). Entre outros projectos fez parte dos Mangifi e dos Unidade 88, considerada a primeira banda de suporte de Reggae em Portugal, tocando apenas riddims/temas jamaicanos.

É peculiarmente versátil em ritmos sonoros marcantes, característicos das suas conta-giantes linhas “fat” Bass, que dificilmente passam indiferente a qualquer pessoa ad-miradora ou não deste género musical. Delmighty (aka Delmas), guitarra ritmo de Lisboa, senhor dos kishakas, kokotes e skanks, fez parte da banda Unidade 88. Actualmente é selecta/co-fundador dos Jula Jah Soundsystem e provou conseguir transportar toda a energia da sua escola musica como guitarrista destacável em palco.

André, guitarra solo, musico conceituado na noite brasileira em Lisboa, participante dum extenso número de projectos bossa-nova, samba-jazz, etc, partilha frequente-mente harmonias, so-los, efeitos, e frases que ficam no ouvido.

Mauro, natural de Angola, é percus-sionista e vive em Lisboa. Ja fez parte de várias bandas em Africa e na Europa. Os grandes (mas desconhecidos pela maioria em Portugal) Arkany são um dos exemplos.

É um verdadeiro mensageiro trans-missor de batidas dançantes Afro-Nyabingi!

João, teclista em Lisboa, com uma formação particular na area classica e Jazzistica, vai beber as ambiências aos

mesmos estilos que definiram a música Reggae: Jazz, Soul e Blues.

Liliana e Beta, nos coros, pertencem ao nú-cleo de coro da Escola Casa Pia, e trazem na voz a alma e a forte emotividade que vai no coração.

Sista Pat nos coros, natural de S.Pedro do Estoril, apesar de viver desde os 4 anos na cidade do Porto tem acompanhado Ras DaMula ao longo da sua carreira, tanto no Soundsystem como Toaster/Singjay como na banda Kikongo Vibration, ocupando posição de destaque como back-vocal!

Trabalha na área da música como selecta 19

e compositora/can-tora. Iniciou o seu trajecto aos 9 anos ao ingressar no coro da Casa Mãe Marga-rida como 2ª Mezo-Soprano principal e depois 1ª Soprano, posição de destaque que ocupou até aos 18, altura que abandonou o cargo em função do curso pedagógico de Animação Sociocultural-Técnico Psicossocial, reto-mado novamente esta vertente musical no presente ano.

Com uma completa formação musical e conhecedora/ouvinte dum sem número de géneros, com incidência para a Jazz, Soul e Funk, só em 2003 quando teve um contacto directo com a cultura Reggae num dos eventos da produtora Reggae Playground, é que descobriu a verdadeira paixão por este estilo, adoptando-o então como filosofia e conceito de vida. A sua sede pelos ritmos musicais duma ilha nas Caraíbas levaram-na integrar-se rapida-mente no seio desta cultura.

Nesta curta existência teve já possibilidade de actuar lado a lado com artistas de re-nome Internacionais como Don Carlos, Warrior King, Tony Rebel, Dawn Penn, An-thony Jonhson, Earl 16, Asian Dub Foun-dation, DJ Patife, Marcelinho da Lua, Black Alien e B.Negão (ambos ex-Planet Hemp); e os portugueses Kussondulola, Mercado Negro, Three And A Quarter, Terrakota, Prince Wadada e Kymbangui band, Sativa, One Love Family, Fredy Locks, Kalonga & Unidade 88, Jah Vai, Jah Riot, Contratem-pos, The Most Wanted, Arsha, Quaiss Kitir, Like The Man Said, Poor Man Style, Selec-ta Toy Cool/Fankambareggae Soundsys-tem, Reggae Portugal Soundsystem, Jula Jah Soundsystem, Jah Army Corporation, Dub Weed Roots Soundsystem e Dread

Records, Big Up Soundsystem, Simmer-down Sound, Jah Army Corporation, Con-crete Jungle Soundsystem, Selecta Djuly, Prince Joseph, Cambodja selecta, Sista Kato, Buraka Som Sistema, InfoReggae, Selecta D/Takin’Over Productions, entre outros...

KKV estreou-se em Lisboa, na Trafaria, no dia 28 de Agosto de 2008, numa 20h Positive Beach Party organizada pela Art Tuga, onde participaram vários artistas e DJs/Selectas da cena Hip-Hop e Reggae nacional. Seguidamente rumaram ao Porto dia 29 para um concerto único promovido pelo Bloco de Esquerda, na Universidade de Psicologia do Porto. Ambas as actu-ações contaram ainda com a participação especial no microfone de Spirit (ex-Kus-sondulola), vindo directamen te de Madrid-Espanha onde está a trabalhar com várias bandas e projectos Reggae espanhóis.

Kikongo Vibration, Lisboa 14 Outubro de 2008

Page 20: A Revista da Maria

Abyssinians, Althea & Donna, Alton Ellis, Anthony Jonhson, Big Youth, Black Uhuru (Duke Simpson, Puma Jones, Junior Reid), Bob Marley,Buju Baton, Burning Spear, Culture, Dennis Brown, Dilinger, Earl Sixteen, Ernest Rangling, Errol Organs, Freddy McGregor, Gladiators, Gregory Isaacs, Heptones, Horace Handy, Horace Handy, Hugh Mundell,Jacob Miller, Jimmy Cliff, Jimmy Riley, John Holt, Johnny Osbourne, Johny Osborne, Junior Murvin,King Stitt & Prince Buster, King Tubby, Lee Perry & Peter Tosh, Lee Perry & the Congos, Lone Ranger, Lucky Dube, Majek Fashek,Marcia Griffits, Max Romeo, Michael Rose, Mickey Dread, Mighty Diamonds, Morgan Heritage & LMS, Peter Tosh, Rita Marley,Sly & Robbie, Sugar Minnot & Papa Michigan, Tenor Saw, Third World, Toots & Maytals, U Brown, U-Roy,Wailing Wailers, Yami Bolo

Alguns agradecimentos pela inspiração

Page 21: A Revista da Maria

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A Betoken é uma empresa que reúne duas componen-tes diferentes, uma comercial e outra artistíca.Surgiu há cerca de 4 anos, em Leça da Palmeira através da loja Accidental, tendo transferido as suas instalações para o Porto, junto à casa da Musica, no centro comer-cial Sirius.Para além das populares pranchas de skate,na Acciden-tal encontra também diversos tipos de artigo relaciona-dos com esta prática desportiva, roupa, calçado, bonés e acessórios de moda. Algumas das marcas comerciali-zadas são a Satori Movement, a Divine Movement, a Creation e a Upfull, entre outras. Destacamos a Satori Movement e a sua vertente feminina Divine Movement, por ser uma marca que usa o Cânhamo como matéria têxtil. Comercializa também Latas de grafitti, sendo a marca mais procurada a Montana Cans, que é também distribuída para outras lojas através da Betoken Distribu-tors.Brevemente a Accidental, dará nome a uma marca de roupa, hardware e acessórios tendo sempre, em conta a relação qualidade/preço.A componente artística desta empresa dedica-se à produção de audiovisuais e à direcção técnica de al-guns eventos, como o Fitei – Festival Internacional de Expressão Ibérica e o FIMP Festival Internacional de Marionetas do Porto. No ano de 2008 trouxeram pela primeira vez a Portugal o meeting de graffiters Just writ-ing my name, que ocorreu na Casa da Musica em simul-tâneo com o festival Hip Hop Tuga.

A Betoken enquanto produ-tora de audiovisuais, está na vanguarda das novas tecnologias destacando-se na captação de imagens, através do uso de uma camera RED, que permite mais resolução, melhor qualidade de imagem e maior rapidez na edição. www.accidentalstore.comwww.accidental.blogspot.com

BetokenDistributors

Page 22: A Revista da Maria

HIP HOP PORTUGUÊSDas Raízes à Actualidade

O movimento Hip Hop despertou no início dos anos 70, nos subúrbios de Nova York, evidenciando-se sobretudo no Bronx. Composto por 4 vertentes - mcing, djing, graffiti e breakdance – este movimento cultural é mais do que um simples estilo de música e foi desencadeado pela reali-dade socio-política de uma época em que o racismo predominava.

Ao contrário do pensamento geral, nem todo o rap é Hip Hop e nem todo o Hip Hop é rap. O rap (sigla de “rhythm and poetry”) é apenas uma das componentes do movi-mento Hip Hop, podendo não preencher os requisitos para pertencer ao mesmo.

Em Portugal, o Hip Hop como o conhece-mos teve início já quase nos anos 90, com particular manifestação na chamada Mar-gem Sul. Os primeiros registos discográ-ficos rap datam de 1994, entre os quais “Portukkkal é um erro” de General D, “Dou-lhe com a alma” dos DaWeasel e a mítica colectânea “Rapública”, que contou com nomes como Black Company, Boss AC,

Líderes da Nova Mensagem, Zona

Dread e Family.

Um pouco por todo lado iam-se ouvindo os hits do brasileiro Gabriel, o Pensador, o que de certa forma abria novos hori-zontes ao rap cantado em Português. Em 1995, os Black Company lançavam o ál-bum “Geração Rasca” com o bem suce-dido “Nadar”, enquanto que pela cidade do Porto, os Mind da Gap se estreavam com o seu primeiro EP, e os Ithaka apre-sentavam o seu primeiro registo intitulado “Flowers and the color of pain”.

Ao contrário do que seria de esperar, não foram muitos os registos editados nos anos seguintes. Fica o destaque para o EP in-dependente “Expresso do Submundo” dos Dealema (mais tarde reeditado), para o EP “Flexogravity” em que os Mind da Gap se fundiram com o rock dos Blind Zero, para o primeiro álbum de longa duração dos Mind da Gap, “Sem Cerimónias”, para o lançamento de um “Kom-tratake” por parte dos Lideres da Nova Mensagem e para a estreia do Hip Hop feminino em Portugal com as Djamal.

Já estávamos em 1998 quando Leonel 22

Page 23: A Revista da Maria

Vieira apresentava no cinema o filme “Zona J”, oferecendo uma boa oportunidade para a exposição daquilo que se fazia no Hip Hop em Portugal, ao incluir na banda so-nora artistas como Mind da Gap e Boss Ac. Este último a estrear-se com “Manda-chuva”.Embora alguns registos conseguissem a edição, o certo é que a grande maioria do Hip Hop era subterrâneo e não chegava ao público comum, daí a importância de mix-tapes como as do Dj Bomberjack, Dj Kro-nic, Assassino e Dj Cruzfader.

O José Mariño que inicialmente estava na NRJ - Rádio Energia foi convidado para a Antena 3, e o programa “Repto” tornou-se num ponto de escuta obrigatório para os adeptos do Hip Hop em Portugal, sendo ainda hoje recordado com nostalgia. Este programa chegou a contar com a partici-pação tanto de D-Mars, como de Dj Kronic e Mr.Cheeks, e continha um espaço dedi-cado ao Hip Hop Português, em que se di-vulgavam maquetes provenientes de locais de Norte a Sul do país. As maquetes, tal como as mixtapes, podiam ser adquiridas nas lojas Godzilla (mais tarde King Size), em Lisboa, e Massive, no Porto.

No fundo, a Antena 3 acabou por ser a grande impulsionadora do Hip Hop em Portugal, tendo, mais tarde, o programa “Repto” trocado de nome para “Submarino” e por fim para “Nação Hiphop” passando para as mãos de Rui Miguel Abreu. Iniciati-vas como a da luta contra a droga em 1999 a par com o Projecto Vida permitiram que as músicas de alguns artistas/grupos sem contactos ou com dificuldades financeiras pudessem ver a luz do dia.

Pode-se dizer que o ano de 2000 marcou um ponto de viragem no Hip Hop Portu-guês. No novo milénio tudo passaria a ser diferente e a colectânea TPC foi exemplo

disso. Os registos começaram a sair mais afincadamente ainda a partir de 1999, ano que ficou conhecido por “Entre(tanto)” de Sam the Kid, “Longa Caminhada” dos Fil-hos de um Deus Menor e “Microestática” dos Micro.

Dos 7PM ao Chullage, ao Xeg, aos Mato-zoo, Guardiões do Movimento Sagrado ou Valete, os álbuns foram se tornando mais comuns. Em 2003, a revista Hip Hop Na-tion iniciava a sua edição em Português, que infelizmente só durou 25 números. Começaram também a sair anualmente as colectâneas “Nação Hip Hop” apoiadas pela Antena 3.

Actualmente existem diversos selos dis-cográficos associados ao Hip Hop como é o caso da da Footmovin’, da Loop Record-ings, da Matarroa, da Horizontal e da Very Deep. Pode-se dizer que o Hip Hop está cada vez mais descentralizado, embora os apoios ainda faltem em muitos dos casos.

Na Internet os maiores pontos de troca de informação sobre o movimento são o fórum da Horizontal e os sites H2Tuga e XLRap. A revista Dance Club publica de dois em dois meses um suplemento dedicado à cultura Hip Hop, e, para além da Antena 3, já é possível ouvir Hip Hop em algumas frequências de rádio. A própria televisão já faz circular videoclips de Hip Hop Por-tuguês, o que parecia impensável há tão poucos anos atrás.Depois de muito tempo sem ver a luz do dia, o Hip Hop tornou-se comercializável e algo mediático. Mas nem tudo o que reluz é ouro… Vale a pena explorar melhor os múltiplos caminhos desta cultura, não só enquanto música, mas também enquanto dança e forma de expressão artística.

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GRAFFITIO “boom” do graffiti nacional deu-se na década de 90. Em Lisboa, o mural das Amoreiras é um dos pontos de referência, tal como a zona perto da estação de Algés. PRM é o nome de uma das crews pionei-ras nesta vertente, composta por Wise, Youth e Saxe (aka Exas), entre outros. Fica o destaque também para o trabalho de algumas crews como SKTR, GVS, LEG e FLK (Lisboa), GMB, MNKS e NOS TEAM (Porto), e POLICROMIA (Algarve).O graffiti é cada vez mais aceite como um tipo de arte. Eventos como o já velhinho Seixal Graffiti e o mais recente Visual Street Performance dão a conhecer aquilo que se faz a nível nacional.Texto: Daniela RibeiroFotos: Hugo Araújo

BREAKDANCEOs primeiros passos de breakdance em Portugal datam da década de 80 e foram motivados por um “boom” mundial, provo-cado por filmes como “Beat Street”.No movimento português destacam-se os nomes do B-boy Fox e do Mister Dream, para além dos Gaiolin City Breakers (ac-tualmente Gaiolin Roots), 12 Makakos, Ur-ban Skillz (agora Urban Stills), e Momen-tum Crew, entre muitos outros. Fica ainda a menção à b-girl Puffy e a duas crews femi-ninas de breakdance: as Female Alliance (actualmente extintas) e as Butterflies Soul Flow.No que se refere a eventos, decorre anual-mente na Cidade Invicta a chamada Euro-battle, que faz as delícias dos adeptos desta vertente.

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GRAFFITIO “boom” do graffiti nacional deu-se na década de 90. Em Lisboa, o mural das Amoreiras é um dos pontos de referência, tal como a zona perto da estação de Algés. PRM é o nome de uma das crews pionei-ras nesta vertente, composta por Wise, Youth e Saxe (aka Exas), entre outros. Fica o destaque também para o trabalho de algumas crews como SKTR, GVS, LEG e FLK (Lisboa), GMB, MNKS e NOS TEAM (Porto), e POLICROMIA (Algarve).O graffiti é cada vez mais aceite como um tipo de arte. Eventos como o já velhinho Seixal Graffiti e o mais recente Visual Street Performance dão a conhecer aquilo que se faz a nível nacional.Texto: Daniela RibeiroFotos: Hugo Araújo

BREAKDANCEOs primeiros passos de breakdance em Portugal datam da década de 80 e foram motivados por um “boom” mundial, provo-cado por filmes como “Beat Street”.No movimento português destacam-se os nomes do B-boy Fox e do Mister Dream, para além dos Gaiolin City Breakers (ac-tualmente Gaiolin Roots), 12 Makakos, Ur-ban Skillz (agora Urban Stills), e Momen-tum Crew, entre muitos outros. Fica ainda a menção à b-girl Puffy e a duas crews femi-ninas de breakdance: as Female Alliance (actualmente extintas) e as Butterflies Soul Flow.No que se refere a eventos, decorre anual-mente na Cidade Invicta a chamada Euro-battle, que faz as delícias dos adeptos desta vertente.

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A agricultura biológica é uma solução respon-sável para sustentar o abastecimento de alimentos saudáveis, graças às suas práticas em sintonia com o meio ambiente.Hoje em dia, as hortas caseiras são cada vez mais uma opção.

Muita gente nas áreas urbanas tem experiência e prática da agricultura e as hortas caseiras po-dem melhorar as condições de vida das famílias em geral.Uns adoptam nas como alternativa aos legumes transgénicos, alguns por uma questão de econo-mia e outros apenas pelo prazer de ter sempre ervas aromáticas frescas e disponíveis.

Incentivar as famílias a aproveitarem os seus espaços na cidade para plantar é um processo de aprendizagem, paciência e dedicação.

Pois, engana-se se pensa que é com-plicado manter uma horta dentro de casa. Até mesmo em apartamentos,

é possível manter uma bela jardineira com as suas ervas preferidas. Não são necessários grandes espaços ou va-sos volumosos para obter uma boa horta. Dá para cultivar mesmo em vasos pequenos, que podem ficar sobre os aparadores entre a coz-inha e a área de serviço. Além de garantirem um toque especial aos pratos, elas também dão vida e embelezam os ambientes. Sendo que al-gumas deixam um agradável aroma.

O primeiro passo, é colocar cerca de dois centímetros de pedra brita no fundo do vaso ou da jardineira, com uma pequena abertura para escoar a água. As pedras garantem uma boa drenagem, evitando que as raízes apodreçam. Recomenda se o uso de substratos orgânicos. Deve-se encher o recipiente até a metade com o substrato, colocar a muda ou as sementes e depois cobri-las com mais substrato. Os vasos devem ser regados três vezes por semana nos períodos mais quentes ou duas vezes na se-mana em dias chuvosos. As plantas também precisam de boa ventilação e iluminação. Entre 30 e 40 dias após é possível colher e usar nos seus temperos favoritos. Para além de uma alimentação saudável, pode ainda optar por integrar a horta na decoração da sua cozinha, dando lhe uma ar campestre mas sofisticado.As hortas/jardins verticais são uma das grandes tendências da decoração de interiores.

Senão tem espaço,ou tempo para se dedicar a uma horta mas aprecia este tipo de produtos e mora na área da grande Lisboa aconselhamos a visitar este espaço- O Brio.Inaugurado em Setembro de 2008, é o “maior supermercado biológico” da capital. Oferece cerca de dois mil produtos certificados, co-brindo uma vasta gama de produtos a preços que pretendem ser mais acessíveis: frutas e legumes, lacticínios e frios, carnes, pão fresco, congelados, mercearia seca, alimentação para bebés, bebidas, produtos de higiene pessoal, cosmética natural, limpeza do lar e alimentos para animais. Quem não pedir sacos para as compras tem direito a desconto mas é claro que neste supermercado os sacos são biode-gradáveis. Existe uma zona para crianças, onde

BiológicaAlimentação

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A agricultura biológica é uma solução respon-sável para sustentar o abastecimento de alimentos saudáveis, graças às suas práticas em sintonia com o meio ambiente.Hoje em dia, as hortas caseiras são cada vez mais uma opção.

Muita gente nas áreas urbanas tem experiência e prática da agricultura e as hortas caseiras po-dem melhorar as condições de vida das famílias em geral.Uns adoptam nas como alternativa aos legumes transgénicos, alguns por uma questão de econo-mia e outros apenas pelo prazer de ter sempre ervas aromáticas frescas e disponíveis.

Incentivar as famílias a aproveitarem os seus espaços na cidade para plantar é um processo de aprendizagem, paciência e dedicação.

Pois, engana-se se pensa que é com-plicado manter uma horta dentro de casa. Até mesmo em apartamentos,

é possível manter uma bela jardineira com as suas ervas preferidas. Não são necessários grandes espaços ou va-sos volumosos para obter uma boa horta. Dá para cultivar mesmo em vasos pequenos, que podem ficar sobre os aparadores entre a coz-inha e a área de serviço. Além de garantirem um toque especial aos pratos, elas também dão vida e embelezam os ambientes. Sendo que al-gumas deixam um agradável aroma.

O primeiro passo, é colocar cerca de dois centímetros de pedra brita no fundo do vaso ou da jardineira, com uma pequena abertura para escoar a água. As pedras garantem uma boa drenagem, evitando que as raízes apodreçam. Recomenda se o uso de substratos orgânicos. Deve-se encher o recipiente até a metade com o substrato, colocar a muda ou as sementes e depois cobri-las com mais substrato. Os vasos devem ser regados três vezes por semana nos períodos mais quentes ou duas vezes na se-mana em dias chuvosos. As plantas também precisam de boa ventilação e iluminação. Entre 30 e 40 dias após é possível colher e usar nos seus temperos favoritos. Para além de uma alimentação saudável, pode ainda optar por integrar a horta na decoração da sua cozinha, dando lhe uma ar campestre mas sofisticado.As hortas/jardins verticais são uma das grandes tendências da decoração de interiores.

Senão tem espaço,ou tempo para se dedicar a uma horta mas aprecia este tipo de produtos e mora na área da grande Lisboa aconselhamos a visitar este espaço- O Brio.Inaugurado em Setembro de 2008, é o “maior supermercado biológico” da capital. Oferece cerca de dois mil produtos certificados, co-brindo uma vasta gama de produtos a preços que pretendem ser mais acessíveis: frutas e legumes, lacticínios e frios, carnes, pão fresco, congelados, mercearia seca, alimentação para bebés, bebidas, produtos de higiene pessoal, cosmética natural, limpeza do lar e alimentos para animais. Quem não pedir sacos para as compras tem direito a desconto mas é claro que neste supermercado os sacos são biode-gradáveis. Existe uma zona para crianças, onde

BiológicaAlimentação

os mais pequenos podem ficam enquanto os pais tratam das compras, e efectuam entregas grátis ao domicílio para compras superiores a 50 euros.

LocalizaçãoRua Azedo Gneco 30 A - Lisboa1350-036 LISBOAContactosTelefone 213866406URL www.brio.ptHorário de Funcionamento: De segunda a sábado, das 10:00 às 20:00.

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Na China, no cinema, ainda se podem comprar sementes de cânhamo tostadas, da mesma forma que no Ocidente se en-contram pipocas...As sementes de cânhamo foram consumi-das pela humanidade (e pelos animais) du-rante séculos. Populações inteiras, sobre-tudo na China, sobreviveram em épocas de fome devido a estas sementes.Na China, no cinema, ainda se podem comprar sementes de cânhamo tostadas, da mesma forma que no Ocidente se en-contram pipocas.As sementes de cânhamo têm uma pro-porção de omega 3 e 6 ideal para a saúde humana. São igualmente ricas em minerais e em aminoácidos essenciais, o que as tor-na numa fonte completa de proteínas. Pela sua riqueza nutricional podem mesmo ser consideradas um super alimento da natu-reza.O consumo do óleo e das sementes de cânhamo é ideal para pessoas com baixo nível de ácidos gordos essenciais, e tam-bém para atletas e crianças. É ainda partic-ularmente valioso à população vegetariana e vegana, que encontra no cânhamo uma fonte completa de proteínas.

As sementes de cânhamo inteiras

(com casca) são óptimas para fazer leite de sementes de cânhamo, para germina-dos ou moídas para usar em receitas com farinha. Por sua vez, as sementes descas-cadas são ideais para povilhar massas, saladas, arroz, para enfeitar sobremesas ou para comer simples.O óleo de cânhamo tem um sabor suave e é ideal para temperar saladas. Devido ao seu elevado índice em ácidos gordos es-senciais, não deve ser aquecido porque o calor destruirá os ácidos gordos. No entan-to, pode ser adicionado a todos os alimentos retirados do calor, para melhorar o seu sa-bor e índice nutritivo. De forma a aproveitar a riqueza nutricional do cânhamo, no mer-cado começam a aparecer alimentos con-feccionados a partir das suas sementes. Uma das novidades são barras energéti-cas à base de sementes de cânhamo e fru-tos. São pois uma excelente fonte de pro-teínas (cerca de 12g/100g) e um alimento bastante energético (396kcal/100g).

Ácidos gordos essenciais:

Os ácidos gordos essenciais são consid-erados necessários para a saúde humana e devem obter-se nos alimentos pois o

Canhamo é comida

19, 20 e 21 de JunhoAlfândega do Porto

WWW.FEIRADOCANHAMO.COM

Mostra Internacional de Tecnologias e Aplicações Alternativas

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Portugal na História do Cânhamo“O que aconteceria se o vice-presidente de uma das principais potências mundiais decidisse plantar cannabis sativa ? E se escolhesse a um expert em horticultura para garantir o sucesso das plantações? Quantos bradariam aos céus?No início do século XVII, cultivar e fazer comér-cio com cannabis era normal. Ainda mais num reino visionário como o de Portugal, que expan-diu suas redes oceânicas por todos os conti-nentes como potência colonial.Um livro, Conflitos coloniais, do historiador bra-sileiro Nireu Cavalcanti (ainda inédito na Espan-ha), desvela o intenso romance da coroa por-tuguesa com a Cannabis. A primeira potência marítima da história tinha uma relação intensa com esta planta e com sua fibra. O autor inclu-sive afirma que o poderio naval português lhe deve muito à fibra obtida desta planta, que era utilizada na construção de velas, cordas e out-ras partes das embarcações.

‘Mr. Cannabis'O já polêmico livro revela que o vice-rei Luis de Vasconcelos (1779-1790) foi o encarregado de dar o empurrão definitivo às plantações da cannabis real. Vasconcelos incentivou para isso a criação de uma instituição da monarquia em Cangussú, no interior do estado do Rio Grande do Sul. Uma plantação de cannabis, além disso, administrada directamente pela Corona. O pai Francisco Rodrigues Xavier Prates -"nat-uralista e conhecedor do cultivo e da extração da fibra do linho-cânhamo", segundo descreve o livro- foi nomeado responsável da extração desta planta, por nomeação directa do vice-rei. Cavalcantti disse recentemente ao jornal O Glo-bo que em 1789 a semente da cannabis sativa era utilizada como planta medicinal. Além disso, para minimizar à participação can-nabica da coroa, o historiador assegura que ex-istem poucas referências ao uso entorpecente da substância.Outros historiadores, aponta o jornal O Globo, sustentam pelo contrário que a marijuana en-trou no Brasil antes da iniciativa oficial, a bordo de navios negreiros. Alguns chegam a apontar que era utilizada como entorpecente nas ditas embarcações. E que daí passou aos rituais de

candomblé de herança africana.A novidade do livro Conflitos coloniais reside no redobrado apoio da Coroa à cannabis sativa. "Só a partir do momento no qual o Estado re-solve assumir a produção, a coisa avança", de-clarou ao Globo o historiador. De facto, a plan-tação divina de Xavier Prates foi um rotundo sucesso. O cargueiro Ullises chegou em Lisboa no dia 4 de abril de 1789 com 472 arrobas de linho-cânhamo.

Inovação e coroaMas a cannabis sativa foi objecto de cobiça por parte da coroa portuguesa muito antes de sua bem-sucedida experiência em Cangussu. Na crónica A terra graciosa (também ainda inédita na Espanha), Nireu Cavalcantti dá detalhes suculentos e desvela os primeiros passos to-mados pela monarquia. A postura de inovação da corona tem várias referências no livro: "A adaptação de plantas era um projeto da admin-istração portuguesa. No século XV Portugal era a única monarquia com uma experiência riquíssima em todos os continentes. Tinham plantações em Goa e em Macau. E levavam a planta para todo o lado".Cavalcantti desvenda as primeiras tentativas de desenvolver esta planta a grande escala em Portugal. Em 1716, a coroa incentivou a expansão de colonos com experiência na plantação de cannabis no estado sulista de Santa Catarina. A experiência fracassou porque os espanhóis invadiram a região em várias ocasiões e sempre destruíram todos os cultivos.A Espanha tinha plantações no México e domi-nava o comércio dos derivados do cânhamo. E por isso não tinha nenhum interesse em que Portugal fosse auto-suficiente na produção de uma planta tão lucrativa e de multiplas apli-cações.BERNARDO GUTIÉRREZ - Jornal Publico Espanha 28/08/2008 08:32Estes estudos foram noticia em Espanha e no Brasil. Em Portugal não.

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nosso corpo não os consegue produzir sozinho.Estas gorduras são também conhecidas como ómega 3 (ácido alfa linoleico) e ómega 6 (ácido linoleico) e estão disponíveis em sementes (de abóbora sésamo, linhaça, cânhamo, girassol), frutos secos (nozes, amêndoas) e no óleo dos peixes gordos.Embora seja comum promover-se o peixe como uma boa fonte de ácidos gordos essenciais, devido à contaminação das águas, o peixe é cada vez menos saudável e apresenta muitas vezes elevados índices de mercúrio.Fontes preferíveis são, sem dúvida, as se-mentes (ou o seu óleo, como por exemplo, o de girassol ou de soja) e os frutos se-cos.Além disso um bom equilíbrio entre a quantidade de ómega 3 e de ómega 6 é muito importante, pois demasiado ómega 6 pode ter efeitos prejudiciais. As sementes de cânhamo neste aspecto são a melhor alternativa, pois têm a proporção ideal.Os ácidos gordos beneficiam o corpo em muitos aspectos, mas dois deles são evi-dentes: as células e o cérebro. Os ácidos gordos protegem as membranas celulares e mantêm o fluído celular ? importante para manter a pele saudável e na cicatrização de feridas. Também o nosso cérebro é constituído por 60% de gordura, sendo que mais de 1/3 são ácidos gordos.Consequentemente a qualidade das gor-duras é importante para uma função apro-priada do cérebro. A falta destas gorduras foi já associada a dificuldades de aprendi-zagem e a problemas de comportamento em crianças.Vários estudos têm comprovado que evi-tar as gorduras saturadas (provenientes da carne, lacticínios, óleo de palma e óleo de coco) e hidrogenadas (incluídas em marga-rinas, manteigas, biscoitos, bolachas, bo-los e comida pré-confeccionada) e preferir

gorduras ricas em ómega 3 e 6 diminui a incidência de doenças cardiovascu-

lares e o nível de colesterol.

Receitas :

Biscoitos de canhamoIngredientes:¾ de uma chavena de manteiga¾ de uma chavena de leite20 gramas de erva1 ovo¾ de uma chavena de açúcar1 colher de chá de extrarto de laranja¾ de uma colher de chá de nóz moscada1 colher de chá de fermento2 chavenass de farinha de trigo

Bata na batedeira durante 5 minutos a manteiga, o leite, a erva ( bem ralada ) e o ovo. Acrescente o açúcar, o extracto de laranja e a noz moscada. Depois misture peneirando o fermento e a farinha de trigo. Bata tudo até obter uma massa, leve ao forno até ficarem cozidos. Retire quando estiver pronto. Deixe arrefecer e está pron-to a comer.

Leite de Cânhamo:ngredientes:SementesAmendoasAgua

Coloque as sementes de molho durante 24 horas com algumas amêndoas orgânicas. Escorra, passe por água e misture num liq-uidificadora com um pouco de água. Coe com um pano ou um passador e está pron-to a consumir.

Pode ser conservado durante 48h no frig-orífico.Bom apetite!

Por: A. Silva - Leiria

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Portugal na História do Cânhamo“O que aconteceria se o vice-presidente de uma das principais potências mundiais decidisse plantar cannabis sativa ? E se escolhesse a um expert em horticultura para garantir o sucesso das plantações? Quantos bradariam aos céus?No início do século XVII, cultivar e fazer comér-cio com cannabis era normal. Ainda mais num reino visionário como o de Portugal, que expan-diu suas redes oceânicas por todos os conti-nentes como potência colonial.Um livro, Conflitos coloniais, do historiador bra-sileiro Nireu Cavalcanti (ainda inédito na Espan-ha), desvela o intenso romance da coroa por-tuguesa com a Cannabis. A primeira potência marítima da história tinha uma relação intensa com esta planta e com sua fibra. O autor inclu-sive afirma que o poderio naval português lhe deve muito à fibra obtida desta planta, que era utilizada na construção de velas, cordas e out-ras partes das embarcações.

‘Mr. Cannabis'O já polêmico livro revela que o vice-rei Luis de Vasconcelos (1779-1790) foi o encarregado de dar o empurrão definitivo às plantações da cannabis real. Vasconcelos incentivou para isso a criação de uma instituição da monarquia em Cangussú, no interior do estado do Rio Grande do Sul. Uma plantação de cannabis, além disso, administrada directamente pela Corona. O pai Francisco Rodrigues Xavier Prates -"nat-uralista e conhecedor do cultivo e da extração da fibra do linho-cânhamo", segundo descreve o livro- foi nomeado responsável da extração desta planta, por nomeação directa do vice-rei. Cavalcantti disse recentemente ao jornal O Glo-bo que em 1789 a semente da cannabis sativa era utilizada como planta medicinal. Além disso, para minimizar à participação can-nabica da coroa, o historiador assegura que ex-istem poucas referências ao uso entorpecente da substância.Outros historiadores, aponta o jornal O Globo, sustentam pelo contrário que a marijuana en-trou no Brasil antes da iniciativa oficial, a bordo de navios negreiros. Alguns chegam a apontar que era utilizada como entorpecente nas ditas embarcações. E que daí passou aos rituais de

candomblé de herança africana.A novidade do livro Conflitos coloniais reside no redobrado apoio da Coroa à cannabis sativa. "Só a partir do momento no qual o Estado re-solve assumir a produção, a coisa avança", de-clarou ao Globo o historiador. De facto, a plan-tação divina de Xavier Prates foi um rotundo sucesso. O cargueiro Ullises chegou em Lisboa no dia 4 de abril de 1789 com 472 arrobas de linho-cânhamo.

Inovação e coroaMas a cannabis sativa foi objecto de cobiça por parte da coroa portuguesa muito antes de sua bem-sucedida experiência em Cangussu. Na crónica A terra graciosa (também ainda inédita na Espanha), Nireu Cavalcantti dá detalhes suculentos e desvela os primeiros passos to-mados pela monarquia. A postura de inovação da corona tem várias referências no livro: "A adaptação de plantas era um projeto da admin-istração portuguesa. No século XV Portugal era a única monarquia com uma experiência riquíssima em todos os continentes. Tinham plantações em Goa e em Macau. E levavam a planta para todo o lado".Cavalcantti desvenda as primeiras tentativas de desenvolver esta planta a grande escala em Portugal. Em 1716, a coroa incentivou a expansão de colonos com experiência na plantação de cannabis no estado sulista de Santa Catarina. A experiência fracassou porque os espanhóis invadiram a região em várias ocasiões e sempre destruíram todos os cultivos.A Espanha tinha plantações no México e domi-nava o comércio dos derivados do cânhamo. E por isso não tinha nenhum interesse em que Portugal fosse auto-suficiente na produção de uma planta tão lucrativa e de multiplas apli-cações.BERNARDO GUTIÉRREZ - Jornal Publico Espanha 28/08/2008 08:32Estes estudos foram noticia em Espanha e no Brasil. Em Portugal não.

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O governo norte-americano irá divulgar ao Mun-do que esta brilhante e terrível descoberta só foi possível com estreita colaboração dos anti-Terra e seus pares.Segundo uma fonte crível, os governos da Eu-ropa receberam ordens da sede sita em Casa Preta, Washington U.S.A. para reunirem logo após a sua divulgação.Nesta reunião, irão ser deliberadas leis muito pesadas para os prevaricadores. Os produtores de cenouras serão vigorosamente punidos por Lei, assim como os transportadores e os con-sumidores.Alerto aos possíveis saudosistas para que a posse de uma só cenoura em vaso é motivo de punição.Adianta a mesma fonte, para vários pontos:1º A cenoura será alcunhada cientificamente de cenoubís. A palavra cenoura será irradiada, assim como todos os seus benefícios e apli-cações, criando-se desta forma a nova psicose para tão perigosa e terrível droga.2º A palavra cenoubis, crêem os seus mentores, irá fazer arrepiar os novos e vindouros primatas, enquanto os mais velhos irão desaparecendo. Desvanecendo-se assim todos os seus benefí-cios e aplicações.3º Todas as lacunas, devido à inexistência das

cenouras, serão preenchidas pelas indús-trias petrolíferas, petroquímicas e farma-

cêuticas.4º Serão efectuadas lavagens cerebrais a nível Mundial. Principalmente a juízes, médicos e jor-nalistas. Seguir-se-ão as forças policiais.A estas, ser-lhes-ão fornecidas ilustrações da cenoubis para elucidação e intimidação das populações.5º As lavagens acima citadas irão ser feitas com xampôs das grandes multinacionais. O sabão não é permitido por ser biodegradável, de baixo custo e pela principal razão de as grandes mul-tinacionais não fabricarem produtos da Idade Média.6º Que assim se diga e que assim se escreva: A cenoubis é droga.Muitos de vós se estarão a rir, ocorrendo-vos à mente que os meus neurónios foram fundidos por um queimador de Kreps. Outros, a pensar-em que tenho uma mente mais retorcida que um tubo de destilação de serpentina. Não, nada disso. Estamos a viver a realidade da irrealidade da cenoubis há mais de 57 anos de mentiras. Por cá, na ocidental praia lusitana, há 34.A realidade chama-se cânhamo. A irrealidade chama-se marijuana.O cânhamo foi alcunhado pela Casa Preta de marijuana, a terrível droga. Porquê?Porque os anti-Terra e seus pares têm os bol-sos com uma cubicagem de milhões e milhões de metros cúbicos. Os pobres diabos morrem

A cenoura é droga

A cenoura é droga

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mesmo sem os conseguirem encher.A pirâmide da mentira está assim escalonada:1º Indústria petrolífera, petroquímica e farma-cêutica.2º Governos de idiotas úteis, ou corruptos a soldo dos patrões acima citados.3º Os angélicos juízes, os submissos executores e eles próprios também vítimas da lei idiota que o proíbe, baseada na ignorância sustentada em mentiras absurdas emanadas pelo 2º escalão.4º A polícia, uns verdadeiros jardineiros botâni-cos, procuram-na viva ou morta em qualquer lugar.5º Os bravos média buscam a verdade, toda a verdade, receando pronunciar ou escrever cânhamo. São uns verdadeiros eruditos, pro-nunciam e escrevem cannabis. Mas não tratam uma alface por lactuca silvestris. Aqui, toda a erudição desaparece. Em português é cânha-mo, em espanhol é cañamo, em inglês é hemp e em alemão é hanf.6º Os ignorantes, que falam do que não sabem e que dizem o que não devem, dando desta forma continuidade ao culto da mentira. Só mesmo um ciborgue poderá contrariar esta afirmação: As drogas não existem na Natureza. Contudo, há verdades tão evidentes que se tornam difíceis de as fazer entrar em determinadas cabeças. Principalmente, nas dos castrados mentais. A palavra droga está associada à química como uma carraça imortal, nasceu com ela. A química nunca mais se viu livre dela, nem livrará. E há-de morrer com ela. A palavra droga vem do tempo daqueles que deram origem muito mais tarde ao nascimento da química, os alquimistas. Eles que na sua grande maioria foram aquecer os ossos nas fogueiras da Inquisição, por produz-irem coisas pecaminosas não existentes na Na-

tureza, as drogas.A palavra droga também se aplica a tudo o que não presta. Certamente que já todos a disseram ou ouviram aplicar em frases como estas: Este governo é uma droga. Isto é, este governo não presta. Este Mundo é uma droga. O que signifi-ca, este Mundo não presta. Só um mentecapto ou um ignorante pode ir ao ponto de aplicar a palavra droga à MATÉRIA-PRIMA MAIS RICA DO PLANETA, em que nada se lhe compara. Nem o ouro, nem os diamantes e muito menos o petróleo. É aqui que bate o ponto, é a questão, é a verdade e é o problema. E o problema é? o cânhamo está ao alcance de todas as nações e para que isso suceda basta cultivá-lo. As aplicações do cânhamo ascendem a mais de 25.000 produtos, que vão desde o seu uso no fabrico de rebuçados à produção de dinamite. A resultante do semeio do cânhamo à escala planetária é o aparecimento de uma nova rev-olução industrial, dando também origem a uma nova economia mundial, com a formação de milhares de novas indústrias que criarão mil-hões de novos postos de trabalho. É a verdade crua e nua que os seus inimigos (petrolíferas, petroquímicas e farmacêuticas) tentam enco-brir a todo o custo. O cânhamo, na realidade, só contém duas pechas, que em geral os seus defensores raramente abordam. É com pesar que as deixo aqui explícitas: não dá vida a um morto, nem transforma um homem corrupto em honesto.Na Natureza, existem substâncias simples ou compostas. O cânhamo é uma planta, é uma substância composta. Ricamente composta, e aí reside todo o problema. É A MATÉRIA-PRIMA MAIS RICA DA TERRA, SEM CUSTOS E AO ALCANCE DE TODOS OS

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O governo norte-americano irá divulgar ao Mun-do que esta brilhante e terrível descoberta só foi possível com estreita colaboração dos anti-Terra e seus pares.Segundo uma fonte crível, os governos da Eu-ropa receberam ordens da sede sita em Casa Preta, Washington U.S.A. para reunirem logo após a sua divulgação.Nesta reunião, irão ser deliberadas leis muito pesadas para os prevaricadores. Os produtores de cenouras serão vigorosamente punidos por Lei, assim como os transportadores e os con-sumidores.Alerto aos possíveis saudosistas para que a posse de uma só cenoura em vaso é motivo de punição.Adianta a mesma fonte, para vários pontos:1º A cenoura será alcunhada cientificamente de cenoubís. A palavra cenoura será irradiada, assim como todos os seus benefícios e apli-cações, criando-se desta forma a nova psicose para tão perigosa e terrível droga.2º A palavra cenoubis, crêem os seus mentores, irá fazer arrepiar os novos e vindouros primatas, enquanto os mais velhos irão desaparecendo. Desvanecendo-se assim todos os seus benefí-cios e aplicações.3º Todas as lacunas, devido à inexistência das

cenouras, serão preenchidas pelas indús-trias petrolíferas, petroquímicas e farma-

cêuticas.4º Serão efectuadas lavagens cerebrais a nível Mundial. Principalmente a juízes, médicos e jor-nalistas. Seguir-se-ão as forças policiais.A estas, ser-lhes-ão fornecidas ilustrações da cenoubis para elucidação e intimidação das populações.5º As lavagens acima citadas irão ser feitas com xampôs das grandes multinacionais. O sabão não é permitido por ser biodegradável, de baixo custo e pela principal razão de as grandes mul-tinacionais não fabricarem produtos da Idade Média.6º Que assim se diga e que assim se escreva: A cenoubis é droga.Muitos de vós se estarão a rir, ocorrendo-vos à mente que os meus neurónios foram fundidos por um queimador de Kreps. Outros, a pensar-em que tenho uma mente mais retorcida que um tubo de destilação de serpentina. Não, nada disso. Estamos a viver a realidade da irrealidade da cenoubis há mais de 57 anos de mentiras. Por cá, na ocidental praia lusitana, há 34.A realidade chama-se cânhamo. A irrealidade chama-se marijuana.O cânhamo foi alcunhado pela Casa Preta de marijuana, a terrível droga. Porquê?Porque os anti-Terra e seus pares têm os bol-sos com uma cubicagem de milhões e milhões de metros cúbicos. Os pobres diabos morrem

A cenoura é droga

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mesmo sem os conseguirem encher.A pirâmide da mentira está assim escalonada:1º Indústria petrolífera, petroquímica e farma-cêutica.2º Governos de idiotas úteis, ou corruptos a soldo dos patrões acima citados.3º Os angélicos juízes, os submissos executores e eles próprios também vítimas da lei idiota que o proíbe, baseada na ignorância sustentada em mentiras absurdas emanadas pelo 2º escalão.4º A polícia, uns verdadeiros jardineiros botâni-cos, procuram-na viva ou morta em qualquer lugar.5º Os bravos média buscam a verdade, toda a verdade, receando pronunciar ou escrever cânhamo. São uns verdadeiros eruditos, pro-nunciam e escrevem cannabis. Mas não tratam uma alface por lactuca silvestris. Aqui, toda a erudição desaparece. Em português é cânha-mo, em espanhol é cañamo, em inglês é hemp e em alemão é hanf.6º Os ignorantes, que falam do que não sabem e que dizem o que não devem, dando desta forma continuidade ao culto da mentira. Só mesmo um ciborgue poderá contrariar esta afirmação: As drogas não existem na Natureza. Contudo, há verdades tão evidentes que se tornam difíceis de as fazer entrar em determinadas cabeças. Principalmente, nas dos castrados mentais. A palavra droga está associada à química como uma carraça imortal, nasceu com ela. A química nunca mais se viu livre dela, nem livrará. E há-de morrer com ela. A palavra droga vem do tempo daqueles que deram origem muito mais tarde ao nascimento da química, os alquimistas. Eles que na sua grande maioria foram aquecer os ossos nas fogueiras da Inquisição, por produz-irem coisas pecaminosas não existentes na Na-

tureza, as drogas.A palavra droga também se aplica a tudo o que não presta. Certamente que já todos a disseram ou ouviram aplicar em frases como estas: Este governo é uma droga. Isto é, este governo não presta. Este Mundo é uma droga. O que signifi-ca, este Mundo não presta. Só um mentecapto ou um ignorante pode ir ao ponto de aplicar a palavra droga à MATÉRIA-PRIMA MAIS RICA DO PLANETA, em que nada se lhe compara. Nem o ouro, nem os diamantes e muito menos o petróleo. É aqui que bate o ponto, é a questão, é a verdade e é o problema. E o problema é? o cânhamo está ao alcance de todas as nações e para que isso suceda basta cultivá-lo. As aplicações do cânhamo ascendem a mais de 25.000 produtos, que vão desde o seu uso no fabrico de rebuçados à produção de dinamite. A resultante do semeio do cânhamo à escala planetária é o aparecimento de uma nova rev-olução industrial, dando também origem a uma nova economia mundial, com a formação de milhares de novas indústrias que criarão mil-hões de novos postos de trabalho. É a verdade crua e nua que os seus inimigos (petrolíferas, petroquímicas e farmacêuticas) tentam enco-brir a todo o custo. O cânhamo, na realidade, só contém duas pechas, que em geral os seus defensores raramente abordam. É com pesar que as deixo aqui explícitas: não dá vida a um morto, nem transforma um homem corrupto em honesto.Na Natureza, existem substâncias simples ou compostas. O cânhamo é uma planta, é uma substância composta. Ricamente composta, e aí reside todo o problema. É A MATÉRIA-PRIMA MAIS RICA DA TERRA, SEM CUSTOS E AO ALCANCE DE TODOS OS

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PAÍSES.Já nos deu muito num passado não muito dis-tante. Com a tecnologia actual muito mais nos poderia dar.Dar é a palavra que qualquer usurário ou Gov-erno fica mal disposto só de a ler ou ouvir pro-nunciar. O cânhamo significa para todos os povos riqueza e o fim da fome.Basta cultivá-lo. Esta frase, seguida de acção, é horrível para os anti-Terra e seus pares. Eles acumularão biliões de prejuízos com as suas petrolíferas, petroquímicas e farmacêuticas. Já não poderão comprar governos corruptos, e isto é dramático.Aqui fica o meu grande hip, hip hurra! para o governo holandês pela sua coragem e honra-dez para com os seus cidadãos e contribuin-tes. Milhões serão poupados com as compras desnecessárias de THC às farmacêuticas. Maldito cânhamo! Espero em breve ver-vos a administrar Cursos de Formação maciça a todos os idiotas que se encontram nos governos que o perseguem. E façam um último um esforço, arrumem de vez com o gasóleo e a gasolina.Porém, o governo holandês deve ficar atento à Casa Preta e aos seus perdigueiros. Corre o sério risco de ser rotulado de estado terrorista económico. Como consequência normal, legal e legítima, terão de ser invadidos, para a lib-ertação da vossa população de um estado ter-rorista económico. Que já começou a corroer a débil economia das multinacionais farmacêuti-cas.O cânhamo é o alimento mais completo em ami-noácidos e ácidos gordos. Se os países pobres o cultivarem, a fome será quase ou mesmo irra-diada, devido às excelentes produções obtidas por metro quadrado, e a melhoria da saúde pú-blica das suas populações será bem visível.As suas economias crescerão rapidamente, tornando-se independentes e desnecessari-amente pedintes para com aqueles que os es-magam. Caricatamente, quase todos têm cân-hamo. Usem-no! Comam-no! Fumem-no!Segundo despacho da Agência France Press em 10 Out/95Na província de Guangxi, cuja população em 95 era de 220 000 pessoas, 69 tinham 100 anos ou mais, 226 entre 90 e 99 e 1 724 pelo menos 80 anos.Atribuem esta longevidade ao facto de na sua dieta entrar frequentemente cânhamo e xaropes à base deste.- Onde está a FAO?- Ou que lado está a FAO?- Onde está a OMS?- Ou de que lado está a OMS?

Os cientistas estão preocupados com o efeito de estufa, mas andam só preocupados.Ainda não estão desesperados. Quando atin-girem este estado, eles encontrarão a solução, estejam descansados.Creio que solucionarão o problema dentro do espírito científico, como tal serão gastos biliões para a produção do desnecessário e falível.Talvez esta nobre classe tenha toda ela sofrido um derrame cerebral colectivo, apagando-se dos seus brilhantes e cristalinos cérebros a op-eração de fotossíntese.Às vezes, basta uma pequena pancadinha no cérebro para ele despertar.Cá vai: - É a absorção do dióxido de carbono pelas plantas com a libertação de oxigénio e água sob a forma de vapor.Eureka! Estudamos isso em Ciências Geográfi-co-Naturais, quando éramos putos.Óptimo. Então dêem o vosso parecer favorável ao plantio do cânhamo aos governos idiotas e corruptos que o perseguem.Ele é o travão total para que cesse o abate de milhares de quilómetros quadrados de árvores que se faz diariamente para a produção de celulose. Um só hectare de cânhamo produz a mesma quantidade de celulose que quatro hectares de árvores, e apenas em 120 dias ele produz 24 toneladas num hectare. Um eucal-ipto necessita de entre doze a treze anos para ter a rentabilidade mínima necessária para a produção de celulose, e um pinheiro entre de-zoito a vinte anos. O cânhamo cresce de quatro a sete metros em três a quatro meses, e con-forme os climas as suas produções podem ser contínuas. Tomando para termo de comparação apenas uma produção anual de cânhamo, ao fim de 12 anos ele produz 48 vezes mais que uma plantação de eucaliptos. E ao fim de 18 anos 72 vezes mais que uma plantação de pin-heiros. Não existem dúvidas ? os idiotas úteis e corruptos destroem o planeta e brincam con-nosco. Até quando?A acção de fotossíntese produzida por um pin-heiro ou um eucalipto ao fim de três meses de germinação é ínfima ou nula quando com-parada com o cânhamo, e continuará a ser ao fim de dois anos. Também não se esqueçam das árvores de folha caduca, que só fazem elaboração da acção da fotossíntese durante quatro a cinco meses, nos outros restantes elas mandam que vocês laborem por elas.Classificam as pessoas que fumam cânhamo como toxicodependentes. Esta afirmação é ridícula e deprimentemente estúpida.Desde quando o oxigénio é tóxico? Bom, a marinha portuguesa que se cuide ou vão to- 35

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dos dentro. Andam a fomentar a toxicodepend-ência vendendo oxigénio bárico, e as doses são muito caras: 60 euros por sessão.O cânhamo quando fumado é um vasodilatador poderoso. Ou melhor, é o mais poderoso. Di-latando as vias respiratórias, bronqueais e pul-monares, permitindo uma maior oxigenação de todas as células do nosso corpo.É precisamente o inverso do que os mentirosos dos anti-Terra lhe atribuem.A sua toxicidade é nula ou quase nula. Se ficou a resmungar que é quase, então aconselho-o: ? Não coma bifes nem batatas fritas, ou outra coi-sa qualquer, devido ao facto de no seu organ-ismo se formarem radicais químicos, que são os responsáveis pelas suas doenças e morte natural. Eles são, o fenol, mercaptans, escatol, indol, fosfogénio, ureia, produtos amoniacais, cadaverina, aldaídos, acetonas, ésteres, ál-coois, gás sulfídrico, toxinas diversas-metanas e sulfetos. Não ingira drogas farmacêuticas porque corre o sério risco de lhe provocarem lesões no estômago, fígado e rins, e também a morte. Recorde-se do Lipobay, que na Aleman-ha matou cerca de 40 pessoas, em Inglaterra cerca de uma dezena e em França duas ou três pessoas. Contudo, nada se passou. Nenhum dos responsáveis foi preso. É a ciência deles ao serviço do homem e em simultâneo dona da verdade.O cânhamo deveria já estar a ser empregue em tudo. Nomeadamente na recuperação de toxi-codependentes.Se, por fumarem cânhamo, tiverem um contac-to directo com os nossos falsos protectores, a primeira protecção que vos é dada é contra os raios ultra-violetas.Seguir-se-ão os conselhos. E quando vos dis-serem que precisam de um psicólogo, riam-se. Porque quem precisa são eles. São os toxicode-pendentes da mentira da Casa Preta.Vamos soltar o cânhamo dos escroques da Na-tureza e do homem: as petrolíferas, petroquími-cas e farmacêuticas, eles são os verdadeiros guardiões do cânhamo. Ele é-lhes mortal. Aviso-os que vai ser um verdadeiro enjoo de biliões e biliões de prejuízos, todos os biliões que o seu cérebro possa alcançar. Consequências direc-tas para todas as petrolíferas: As torres de ex-tracção de petróleo em terra param, assim como todas as torres marítimas. Os petroleiros param, devido a não haver necessidade de transporte entre continentes, motivado pelo facto de todos os países produzirem metanol. A natureza fica grata, pela razão de terminarem os desastres ecológicos com os hidrocarbonetos aromáticos. Se um metaneiro, se é que serão precisos, se

afundar, o metanol, que é um álcool, facilmente se diluirá e evaporará, com consequências mui-to menos funestas para o ambiente.As refinarias param. Todas as suas tecnologias passam a ser sucatas, pois os produtores de metanol serão como as cerejas e atirarão para a falência todos os velhos e poluentes donos do mundo: Exxon, BP, Shell, Texaco, etc. Claro que eles não ficarão quietos, e irão produzir metanol, mas aí? coitados, terão toda a vossa concorrência. Vai ser divertido vermos os anti-Terra a perderem o controlo da economia mun-dial. Teremos ainda milhares de quilómetros de pipelines desactivados que contribuirão para o aumento da sucata.Tudo isto será provocado pela libertação e comércio livre do cânhamo. Eles não querem a globalização? Nós damos-lha. Globalizamos o cânhamo.Rudolph Diesel, quando inventou o seu mo-tor, foi para ser alimentado por carburantes de origem vegetal. Basta uma pequena modifi-cação para que todos os diesel gastem meta-nol. É o retorno à sua origem. Os motores de explosão, que concorrem entre si na Fórmula Indy/Nascar, utilizam já há décadas como car-burante o metanol. O famoso caça alemão Messerschmitt. M-269, da II Guerra Mundial, foi o primeiro avião do mundo construído com mo-tores de reacção (jacto). O carburante utilizado era o metanol. Uma das 25.000 aplicações do cânhamo é no fabrico de metanol e o seu proc-esso de produção é fácil e barato. Em termos de comparação é o preço dum Ferrari contra o preço duma bicicleta. O processo de fabrico consiste nas seguintes operações: maceração, sacarificação, fermentação e destilação, isto é, qualquer produtor de aguardente o pode fab-ricar desde que lhe introduza a sacarificação. E acabaram-se as petrolíferas. Possivelmente passarão a ser ?gasoníferas?, pois venderão gás natural e pouco mais.As indústrias petroquímicas dependem dos subprodutos das ramas do petróleo.Também aqui, o enjoo é o mesmo. Biliões e biliões de prejuízos ou mesmo a falência. Claro, estou a exagerar.Eles tornar-se-ão nos alquimistas do nosso século. Irão produzir o inaplicável para outro lado. Possivelmente para Marte. A DuPont, que é a maior empresa mundial da indústria pet-roquímica criou 80% do seu mercado devido à proibição do cânhamo. O inverso também é verdadeiro.Vou dar-vos apenas um exemplo: Roupa! A in-dústria têxtil chega e sobra para exemplo da perda de biliões e biliões. A população mundial

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toda ela anda vestida, mas são precisos biliões de km de tecidos todos os anos. Tudo isto está controlado pelos anti-Terra, também tudo isto desaparece com a libertação e comércio livre do cânhamo. Os produtores de algodão são na sua grande maioria os países pobres, cuja mão-de-obra é barata. A estes, são-lhes vendidas todas as drogas, pesticidas, herbicidas e ferti-lizantes. É a forma controlada sobre os preços do algodão. Todos os anos sobem os preços das drogas acima referidas, consequente-mente sobem os preços das ramas do algodão. Quanto lhe custa uma camisa 100% algodão e quanto lhe custa uma camisa 100% poliéster? É desta forma que todos os anos há uma maior penetração do nylon, poliéster etc. São produ-tos que não são poluentes para o homem, mas que podem causar alergias.Para a Natureza, elas são poluentes. São mil-hões de toneladas/ano que ela não as transfor-ma em nada, são inertes.Mas quando a sua camisa ou blusa na con-textura tiverem frequentemente a designação 100% cânhamo, os anti-Terra estarão moribun-dos ou falidos. Os produtores de algodão pas-sarão a produzir cânhamo, assim como todos os países, sem os gastos desnecessários das drogas poluentes já referidas. Os lençóis de água agradecem, assim como todos os insec-tos e espécies de que deles dependem.Os anti-Terra sobreviventes irão fazer grandes campanhas publicitárias em Marte, para a colo-cação dos seus lixos têxteis, porque das rou-pas velhas de cânhamo serão feitos milhões de km de papel, poupando-se milhares de km2 de floresta. Em 1880 era conhecido pelo papel de trapo. Alguns países tiveram sempre um pé de fora do barco dos idiotas úteis ou corrup-tos, semeando muitos pés de cânhamo para a produção de tecidos. São eles: Rússia, Polónia, Roménia, Hungria, Itália, Alemanha, China, Ín-dia e recentemente a Espanha. É de enaltecer e encorajar, mas não chega, ainda faltam os combustíveis, as polpas para o papel e a ali-mentação. Em resumo, a sua total libertação e comercialização, porque nesta situação o cân-hamo anda de coleira electrónica. Contudo, os anti-Terra começam a sofrer o início da sua der-

rota.As farmacêuticas são os pares dos anti-Terra, foram bem nascidas, nasceram do chichi do Wohler e consequentemente são muito afortu-nadas. E, por triste fortuna, odeiam a Natureza. Sabiamente, transformam tudo o que existe na Natureza em comprimidos. Uns verdadeiros copistas da Torre do Tombo. Se lhes dermos apoio, estes guardiões da saúde ainda nos irão vender e controlar o cloreto de sódio, o velho sal das cozinhas. Iremos comprá-lo com uma receita na mão e muitos lucros de permeio. Isto será para a protecção dos hipertensos. Tudo se passa em prol da dupla saúde. Saúde física e financeira existente ou inexistente nos nossos bolsos.Quem não tiver saúde financeira é-lhe decreta-da a morte. Bonito e comovente o que se passa em África, milhões de africanos com sida e a OMS a afirmar que não há dinheiro para com-prar THC às multinacionais farmacêuticas, para lhes diminuir o seu sofrimento. Que precisa da ajuda dos países ricos. Que nojo, querem ajudar os africanos ou as farmacêuticas com compras desnecessárias do THC? Nós, o Mundo, não precisamos do vosso THC para nada. Temo-lo no cânhamo. Nem África precisa, tem cânhamo com fartura, basta fumá-lo. Fumem-no. Para prova cabal temos o governo holandês. Não nos venham com parangonas que a longevidade aumentou não sei quantos anos. Vocês estão a anos luz de Guangxi. Tudo quase ao natural, cânhamo na dieta, cânhamo em xaropes, nada está sintetizado. Foi doado pela Natureza.Devem pensar que me esqueci dos biliões e biliões de prejuízos. Podem rasgar 50% de um simpósio e contabilizem as perdas. Porque quem tem saúde não consome drogas farmacêuticas. Comer cânhamo ou os seus derivados, como a manteiga de cânhamo e óleos resultantes da prensagem das suas sementes, é comer saúde, é ingerir os aminoácidos, isoleucina, leucina, treonina, fenilalanina, triptofano, lisina, valina, histidina, cisteina, arginina, metionina e os áci-dos gordos linoleico e linolénico. Ele apenas contém cerca de 400 isómeros potencialmente terapêuticos que não farão parte do rol das es-

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túpidas patentes da ciência rasca e fraudulenta que se limita a copiar substâncias que se en-contram na Natureza no estado livre.Petrolíferas, petroquímicas e farmacêuticas são gigantes que nem pés de barro têm. Bastam quatro safras de cânhamo a nível mundial para ficarem moribundas. Eles sabem-no. Por esta razão têm stocks de exércitos, juízes e polícias por todo o mundo. Pura e simplesmente com-pram governos corruptos, ajudados pelos gov-ernos de idiotas úteis que lhes dizem ámen, mas não se esqueçam que somos nós com o nosso inútil voto que elegemos idiotas úteis e corruptos. Está na altura de acabarmos com o Império do Lixo.Pensem com as vossas cabeças, ou só as têm para utilização de champôs das multinacion-ais?Salazar, o velho ditador permitia o cultivo do cânhamo. Nada de inovador, porque Portugal sempre o semeou.O moderado Marcelo Caetano, permitiu que os seus neurónios fossem sugados pela Casa Preta.Fez-se uma revolução, disseram eles na altura que era para nos devolver a liberdade e pôr fim ao obscurantismo, daí adveio a escuridão total de 30 anos, começou então o reinado dos ilu-minados. Apresento-vos os Patriarcas: são eles os versáteis CDS versus CDS/PP, PPD versus PSD e os conservadores PS e PCP, que não mudaram as siglas.Todos andaram às voltas com as leis e a Con-stituição, mas não aboliram a lei que proíbe o semeio do cânhamo. Todos tomaram e tomam anti-depressivos. Isso são drogas, tiram-vos a capacidade de raciocínio, potenciam o álcool e contrariamente ao cãnhamo provocam a de-pendência. E esta está bem patenteada pelos 17 milhões de embalagens de antidepressivos vendidas em 2003 em Portugal. Porém, quando o cânhamo for liberto, mais de 50% destas fi-

carão nas prateleiras.Vós, os auto-intitulados democratas, fazeis fé numa mentira e numa lei idiota que proíbe o se-meio do cânhamo. Acordem, deixem de maxi-mizar a vossa ignorância ou corrupção, ambas atingem o auge com as prisões de quem o se-meia.Em 2003 e este ano grandes áreas foram car-bonizadas pelos incêndios, todavia elas já estar-iam verdes, bem verdes se o cânhamo tivesse sido semeado, e ter-se-iam libertado dezenas de milhares de quilolitros de oxigénio para a at-mosfera. Várias safras já estariam feitas para as podermos empregar no que bem quiséssemos.Eu não sei se os iluminados sabem que das uvas também se pode fazer vinho. Pois é, do cânhamo também se pode produzir metanol, cerca de um litro/m2, ou seja, 0,92 l. Só na zona do Alqueva existem 110.000 hectares que se encontram desaproveitados, e que produzirão em apenas 120 dias matéria-prima suficiente para fabricarmos mais de 1.000.000 Kl de meta-nol, que dão para atestar mais de 22.000.000 de veículos cujos depósitos tenham capacidade para 45 litros. Não precisam de mendigar aos países da OPEP as ramas de petróleo que estes simpaticamente colocam cá a custo zero.Meus senhores, libertem-se dessa humilhação e libertem-nos da vossa ignorância ou cor-rupção porque senão o fizerem são vocês que tem de ir para trás das grades, pois o planeta Terra assim o exige, e debaixo de uma única bandeira branca e no centro uma bonita folha de cânhamo verde, bem verde, vós ireis para a prisão, não para ver televisão mas para o culti-var nos campos.

Por Emanuel Rodrigues, Porto

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Cânhamo IndustrialUm cultivo lucrativoDefiniçãoO termo cânhamo industrial refere-se a todas as partes da planta Canábis Sativa que contêm menos de 1,00% de tatrahy-drocanabinol (THC). O THC é a substância psicoactiva presente na Canábis sativa. O cânhamo industrial não deve ser confundi-do com marijuana. A marijuana provém das flores da planta Canábis sativa e contém mais de 1,00% de THC. O cânhamo indus-trial não possuí propriedades psicoactivas.O cânhamo industrial pode ser plantado para obter fibra de alta qualidade, através de uma colheita rentável e sem produzir marijuana. Existem variedades de se-mentes registadas, que produzem cân-hamo com um conteúdo inferior a 0,3% de THC mesmo nas flores, disponíveis pela Europa fora. Agricultores na União Euro-peia cultivam cânhamo há mais de 20 anos sem que tenha surgido qualquer problema relacionado com marijuana.

Produção de cânhamo noutros paísesO cânhamo industrial é plantado como uma colheita de fibra lucrativa em muitos países. Os cultivos de cânhamo industrial têm sido subsidiados pela União Europeia desde antes de 1988. Em 1993 a Inglaterra começou a produzir cânhamo para fibra. Em 1994 o Canadá fez a colheita do seu primeiro cultivo de cânhamo industrial, de-pois de mais de 50 anos de proibição. O re-emergente mundo da industria do cânha-mo está a crescer estável e os agricultores estão excitados e entusiasmados com o potencial dos cultivos de cânhamo.

Produção de cânhamo nos Estados Uni-dos O cânhamo foi avaliado durante toda

a história deste país como sendo uma matéria prima importante. Até finais

do século XIX praticamente todas as nos-sas roupas eram feitas de cânhamo e vir-tualmente todo o nosso papel era feito a partir de trapos de tecido de cânhamo. De 1631 ate 1800, o cânhamo era uma merca-doria de tal forma alorizada que era consid-erado como moeda corrente (dinheiro). As regiões do Kentucky e Wisconsin estavam entre as maiores produtoras de cânhamo.A produção de cânhamo parecia destina-da a crescer dramaticamente na década de 1930, quando uma invenção chamada “decorticador” começou a ganhar larga atenção.O “decorticador” desfia a fibra de cânhamo a partir da sua haste. Esta era até então a parte mais cara e trabalhosa de todo o processo envolvente na produção de cânhamo. O “decorticador” estava para o cânhamo como a máquina de separar as sementes do algodão estava para o algodão. A invenção prontamente levou a revista “Popular Mechanics” em 1937 a chamar ao cânhamo o “Novo Cultivo do Bilião de Dólares”*13 e a revista “Mechani-cal Engineering” a chamar-lhe “O Cultivo Mais Desejado De Se Fazer”. No entanto, o “Marijuana Tax Act” de 1937 originou um revés fatal para a promissora indústria da fibra de cânhamo. O Acto estabeleceu uma taxa proibitiva sobre os fabricantes e dis-tribuidores de cânhamo, bem como sobre as transacções que o envolvessem. Foi redigido depois de ter sido decretada uma taxa semelhante que proibia metralhadoras. A taxa de transferência de 1 dólar por onça de cânhamo cessou efectivamente toda a produção nos Estados Unidos ao tornar o comércio de cânhamo proibitivamente dis-pendioso. As restrições à produção de cân-hamo foram suavizadas durante um curto espaço de tempo nos Estados Unidos por altura da Segunda Guerra Mundial quando o Japão invadiu as Filipinas, cortando com o abastecimento de “abaca” (cânhamo de

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anila). A Marinha dos Estados Unidos ne-cessitava desesperadamente de um abas-tecimento doméstico de cânhamo para mu-nir a armada com revestimentos, cordas e tecidos para os seus navios de guerra. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos encorajou os agricultores a produz-ir cânhamo para a guerra distribuindo um filme chamado Cânhamo para a Vitória!”.Depois da Segunda Guerra Mundial, a indústria do cânhamo entrou em declínio assim que o governo federal voltou a re-stringir a produção de cânhamo. Os agri-cultores continuaram a produzir cânhamo em escala limitada até 1950. No entanto, a legislação viria eventualmente a tratar as colheitas de cânhamo industrial da mesma forma que tratava as colheitas de mari-juana e a produção de fibra deixou de ser promovida.Actualmente a produção de cânhamo nos Estados Unidos é tratada como crime capi-tal, porque se assume que todas as colhei-tas de cânhamo irão produzir marijuana. Com a chegada do cânhamo industrial e das variedades de baixa percentagem de THC, isto deixou de ser verdade. O cân-hamo pode agora ser cultivado como uma colheita de fibra lucrativa nos Estados Uni-dos, sem qualquer tipo de perigo de incre-mento no uso de marijuana.

Matérias Primas e Produtos de Cânhamo O cânhamo consiste em três matérias pri-mas principais: fibra, sementes e a parte grossa do tronco. O cânhamo é cultivado principalmente pela fibra esparta que se produz na sua haste. No entanto, as se-mentes e a parte grossa do tronco também são economicamente importantes.

Fibra: A haste do cânhamo possui na sua composição 20% de fibra. O cânhamo é a fibra natural mais forte do mundo. É valori-zada pela sua força e durabilidade quando usada para têxteis, cordas e papel.Têxteis: a fibra pode ser transformada em

qualquer tipo de roupa, desde o mais fino linho à mais grossa lona. A palavra “can-vas (lona) vem da palavra Arábica para cânhamo. A roupa de fibra de cânhamo é mais forte, mais quente, mais durável, mais absorvente e mais suave que a roupa de algodão.Cordas: a corda de cânhamo foi valorizada em toda a história pela sua força superior e resistência à deterioração em sal ou água fresca.Papel: o papel feito de cânhamo é conhe-cido como o “papel perfeito de arquivista”, porque dura muito mais tempo que o pa-pel de polpa de árvore e não se parte, endurece, amarelece ou se desfaz com o passar do tempo.*26 A fibra de cânhamo pode ser utilizada para fazer todo o tipo de papel.

Parte grossa do tronco: O tronco do cân-hamo é composto por 80% de madeira grossa. A madeira grossa é a parte interior do tronco do cânhamo que se separa da fibra. Esta madeira é composta por uma percentagem de celulose que varia entre os 50 e os 77%, o que o torna ideal para ser usado em produtos de papel e plástico.Papel: um acre de pés de cânhamo pode fazer tanta polpa para papel como quatro acres de árvores. O papel de cânhamo pode ser purificado e branqueado sem produzir dioxinas e dura muito mais tempo que o papel feito de árvores.Contraplacado: a madeira de cânhamo pode ser pressionada e injectada com resi-na fenólica para fazer um contraplacado re-sistente ao fogo e à água. Esta placa tam-bém é um bom isolante e barreira térmica. Plástico: os plásticos começaram por ser feitos a partir de celulose vegetal (ex: celo-fane, celulóide). A parte grossa do tronco do cânhamo é uma das mais ricas fontes de celulose vegetal, forte impulsionadora da indústria moderna. Plásticos feitos de cânhamo em vez de petróleo seriam biodegradáveis.

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Camas para animais: esta madeira faz excelentes camas para animais porque ab-sorve mais liquido e dissipa-o mais rápido que madeira normal.Semente:A semente de cânhamo é composta por duas matérias primas: o óleo de semente e o bolo ou carne da semente.Óleo de semente: a semente de cânhamo é composta por 30% de óleo.Comida: o óleo da semente de cânhamo contém mais de 70% de ácidos gordos essenciais que combatem o colesterol, o nível mais elevado de todos os óleos de semente.Combustível: o óleo da semente de cân-hamo pode ser com facilidade quimica-mente combinado com 15% de metanol para se obter um substituto do gasóleo, de elevada qualidade.Este bio-diesel de cânhamo queima 70% mais limpo que o diesel feito a partir do petróleo em termos de partículas polu-entes.Tintas e vernizes: o óleo de semente de cânhamo seca rápido e deixa uma camada fina e elástica.Lubrificante: o óleo de semente de cân-hamo é um lubrificante ideal para todos os fins.Bolo da semente: o bolo da semente é a parte sólida das sementes que sobra de-pois do óleo ser extraído.Comida: o bolo ou carne da semente de cânhamo é um suplemento nutricional al-tamente proteico. Contém 25% de proteí-nas.Semente inteira: a semente de cânhamo inteira contém 20% de proteína completa de alta qualidade digestiva.Comida: a semente de cânhamo pode ser comida como um snack nutritivo, como as sementes de girassol.Comida para pássaros: os pássaros gos-tam de sementes de cânhamo pelo seu enorme e nutritivo conteúdo de óleo.Economia da produção de cânhamo

Um cultivo de cânhamo industrial pode ser vendido no mínimo por 860 dólares ameri-canos por acre (preço de 1994). Como um cultivo de cânhamo produz três matérias primas diferentes por ano, o valor total do cânhamo excede em muito o de outros cul-tivos para uma única matéria prima.A tabela em baixo compara o valor da col-heita de cânhamo com o de plantas com-paráveis. Como actualmente não existem colheitas de cânhamo a ser vendidas nos Estados Unidos, os preços das plantas comparáveis foram usados para fazer uma estimativa dos preços para a fibra de cân-hamo, madeira e semente.A fibra de cânhamo é comparada ao algo-dão para a produção de têxteis. A madeira de cânhamo é comparada à madeira nor-mal de preço baixo e para a comparação em termos de produção de papel usou-se o exemplo dos pinheiros da espécie Douglas fir. A semente de cânhamo é comparada a grãos de soja em termos de produção de óleo de semente.Os custos de produção não foram tidos em conta nesta estimativa, porém o cânhamo seria consideravelmente mais barato de produzir que o algodão O peso das colheitas de cânhamo é base-ado em dados históricos e limitados. São estimativas conservadoras; os pesos ac-tuais serão provavelmente 2 ou 3 vezes su-periores. A proibição do cânhamo abafou e ocultou os estudos contemporâneos no campo da produção de cânhamo.

Cultivo do cânhamo O cânhamo é fácil de cultivar. O cânhamo é uma herbácea anual que cresce desde 1 a 4 metros de al-tura, numa só temporada de quatro meses. Pode crescer em qualquer um dos 50 es-tados. É uma boa planta para cultivos rota-tivos. O cânhamo possui longas raízes que penetram e quebram o solo, deixando-o em perfeitas condições para o próximo cultivo.Os custos de produção do cânhamo se-riam consideravelmente inferiores aos do

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algodão. Não são necessários herbicidas porque o cânhamo é semeado de forma densa e compacta, o que também acaba por obstruir o desenvolvimento de ervas daninhas. O uso de pesticidas é limitado porque o cânhamo tem poucos insectos inimigos.O mercado de cânhamo actual nos Es-tados Unidos Centenas de empresários vendem actualmente produtos de cân-hamo importados. No Entanto, eles ficam sufocados com os altos preços e disponi-bilidade incerta, uma vez que todo o cân-hamo é importado de outros continentes. A procura de cânhamo nos EUA é enorme. A roupa e acessórios de cânhamo tornaram-se moda. O papel de cânhamo “livre de arvores” também é procurado. O mercado tem um potencial de 15 a 30 biliões de dólares por ano.Potencial para novos postos de empre-go A produção de cânhamo no Colorado criaria novas oportunidades agrícolas e tornaria os agricultores do Colorado com-petitivos no mercado global, fazendo frente a outros países que já cultivam cânhamo para fibra. Também acabaria por gerar milhares de empregos em secções de manufactura e processamento em indústrias como as dos têxteis, plásticos, polpa de papel, energia, madeiras, construção, alimentação, etc. O mercado a retalho de papel “livre de ar-vores” e materiais de construção, de plás-ticos biodegradáveis, de vestuário natural,

suave e durável e de outros produtos de cânhamo tem um enorme potencial.

Benefícios da produção de cânhamo O cânhamo será um cultivo rentável para os agricultores devido ao volume de cân-hamo que cada cultivo produz, porque dele se podem fazer vários produtos e devido à crescente procura por produtos de cân-hamo.O cânhamo não só é lucrativo, também é um cultivo desejável por outras razões. O cânhamo é um recurso renovável e sus-tentável. Ele vai ajudar a nossa economia a seguir um caminho em que evitaremos continuar a gastar recursos petrolíferos não-renováveis. Vai também ajudar a preservar as nossos recursos florestais.

O cânhamo é a fibra natural mais forte.*60 Tem um conteúdo de celulose extrema-mente elevado. É biodegradável. Não re-quer herbicidas para crescer. Pode ser usado para fazer papel, vestuário, cordas, ripas de madeira, plástico, tinta, vernizes, linóleo, dinamite, combustível para au-tomóveis, cartolina, cartão, etc. Criará nov-os postos de emprego e tornará o Colora-do competitivo com outros países. É a fibra dos anos 90.Artigo de 1994 por Boulder Hemp Initiative Project P.O. Box 729 Nederland, CO 80466 (303) 784-5632 Email: [email protected] Enviado por M.C. - Leiria

Envia os teus textos, fotos, dúvidas e sugestões para : [email protected]

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Dr. José Luís Fernandes, professor da Facul-dade de Psicologia e de Ciências da Educação do Porto (FPCEP), investigador do Centro de Ciências de Comportamento Desviante daquela faculdade e do Observatório Permanente de Se-gurança do Porto, esteve presente nas jornadas da Maria, durante a Feira do Cânhamo.A descriminalização da produção de cannabis traria, na opinião de Luís Fernandes, “menos polémica” associada ao uso da substância e “não diz apenas respeito ao seu uso recreativo, mas também em biocombustível, fertilizantes e têxteis”. Quanto aos problemas associados ao tráfico de marijuana, o professor acredita que se fosse permitido o “auto-cultivo para consumo” o tráfico seria reduzido. Aquilo que torna a "cannabis" incómoda não é o seu poder psicotrópico ou a sua perigosidade aditiva. Nem é a sua aptidão para dar origem a uma inexorável escalada para drogas mais du-ras, ou a sua capacidade para, intoxicando in-sidiosamente, ser um catalisador de patologias mentais.

Estes argumentos têm sido esgrimidos apoian-

do-se em pseudo-factos, revelando o quanto a ciência se pode pôr de joelhos perante o império das ideologias. O que a torna incómoda é que ela é, hoje como nos anos 60, um poderoso elemento simbólico de estilos de vida em fuga ao espartilho do bom comportamento, das con-veniências e dos cânones que aceitam que a vida social é um estreito caminho guiado pelas convenções da classe média. O que perturba na "cannabis" é a teimosia de quem não aceita tutores morais que já decidiram pelos outros o bem e o mal. No "haxixe" e na "erva" conden-sam-se, afinal, uma série de elementos que vão muito para além da droga - como, aliás, quase tudo na droga.

José Luís Fernandes

Page 46: A Revista da Maria

A

Casa Viva é um espaço “temporário, multicultural, intervencionista, gratuito, sem fronteiras, sem rosto, experimental, revoltado de discussão e de cidadania”.

Fica na Praça do Marquês, no Porto ao numero 167, um espaço bem alternativo que acolhe vários projectos e movimentos. Promove ciclos de cinema, exposições de fotografia e até aulas de Yoga.

O que é a CasaViva

É um projecto que se quer aberto à cidade, disponível para acolher iniciati-vas irreverentes, que proponham novas formas de pensar, através da música, pin-tura, teatro, conversa, cinema, fotografia, oficinas, literatura, dança. É um espaço de entrada livre.A CasaViva apoia-se numa dezena de amigos que se dedicam ao projecto por gosto. Gente que abre e fecha a porta, orienta a concretização das iniciativas, promove o debate, pensa, despeja cinzeiros, varre o chão e limpa sanitas. A bem da manutenção do espaço, e seg-uindo a filosofia de partilha de direitos e de responsabilidades, esperam-se con-tribuições semelhantes de quem procura a casa para nela fazer acontecer coisas.

A CasaViva é uma casa particular, tempo-

rariamente cedida pelos proprietários, sem contrapartidas financeiras. Apoiado nos ditos amigos que não querem formalizar o projecto. A contrapartida é conservar o es-paço, zelar por ele e revitalizá-lo. Animan-do-o enquanto alternativa ou mexendo na pele. Pode-se intervir, respeitando a estrutura e alguns revestimentos.

A CasaViva manterá sempre o estatuto de casa particular. A casa só abre quando há iniciativas, mas a porta está sempre fechada e é preciso bater o batente para entrar. Não se coloca na fachada nen-huma informação sobre o que lá dentro acontece. Os concertos devem realizar-se às sextas e sábados, até às 22h00. A CasaViva não paga cachet e não cobra à porta. Acesso gratuito. E cada qual é livre de estender o chapéu depois da actuação. A divulgação dos eventos cabe a quem os propõem.

A CasaViva dispõe de quatro andares, um quintal e um terraço. Meia dúzia de salas livres, uma cozinha, três sanitas e um urinol. Um corredor comprido e uma caixa de escadas iluminada por clarabóia. Disponibiliza o seguinte equipamento: um projector, PA (mesa de mistura e ampli-ficador) e respectivas colunas, cabos jack-jack e Cannon-cannon (ou XLR-XLR) e 3 microfones sem suporte. Está a iniciar a colecção e a catalogação de filmes, cds, revistas, livros, fanzines… para partilhar.

Informação sempre gratuita.

A CasaViva existe desde Abril de 2006. manifesto-casaviva.blogspot.comcasa-viva.blogspot.compicamiolos-casaviva.blogspot.com

Morada: Praça do Marquês de Pombal, 167, 4000-391 Porto. [email protected].

CasaViva

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ZoorbA Zoorb é um espaço comercial alternativo, no centro da cidade do Porto.Num ambiente urbano e cosmopolita, bem condizente com a área onde se localiza, Zoorb é mais um es-paço alternativo que dá vida ao lado mais cool do Porto, juntando roupa, música, artes … Zoorb é uma loja com roupas e acessórios de moda de estilo urbano, onde se podem ver marcas como UMM - Underground Music Movement, ZenSpirit, Xibiouz e Zwei, mas que disponibiliza também acessórios de música, equipamento para DJ’s (stanton), objectos de design decorativo.

E é bem mais do que uma loja, é também um atelier de design para equipamentos, uma galeria de exposições e um espaço de inter-venção sócio-cultural, com área disponível para a realização de exposições, pequenos concertos, workshops, colóquios e outras acções de dinamização cultural.

ZOORBRua Miguel Bombarda, 463(junto ao ‘Artes em Partes’)Seg a Sáb, 14h30-20h; Ter a Sex, 10h30-12h30 e 14h-20h

Este espaço pode ser seu!mais informações em :www.oportaldamaria.com

Page 48: A Revista da Maria

Somos um grupo de pessoas que procura informar e apoiar a gestão dos prazeres e riscos associados à sexualidade e ao con-sumo de substâncias psicoactivas. Não fazemos julgamentos morais. Entendemos que cada pessoa é livre, tem poder de de-cisão e deve ser responsável pelas suas escolhas.

Criamos espaços de encontro onde as pes-soas se podem informar de forma objectiva e sem tabus sobre substâncias psicoac-tivas e sexualidade. O “sim” ou o “não” é uma conclusão pessoal. Nós estamos aqui para informar, tirar dúvidas e respeitar as decisões de tod@s. Podes encontrar-nos nas festas e online:http://check-in.apdes.nethttp://check-in.editboard.com/

O CHECK!N é um projecto promovido pela APDES (www.apdes.net) e co-financiado pela CNVIH/SIDA – Coordenação Nacional para a Infecção VIH/SIDA.

CONHECE-TE, INFORMA-TE, DECIDE

CHECK!N @ Feira do Cânhamo

O CHECK!N esteve presente na primeira edição da Feira do Cânhamo que decor-reu em Maio no Mercado Ferreira Borges no Porto. No nosso stand as pessoas en-contraram informação sobre sexualidade e diversas substâncias psicoactivas (álcool, cannabis, etc), preservativos, tampões auditivos… tudo para se prepararem para uma festa com menos riscos.

Deixamos agora algumas sugestões para aqueles que ficaram com interesse em saber mais sobre CANNABIS.

Livros…

“Cannabis” Colectivo Interzona (2005)

Este livro aborda diversas temáticas re-lacionadas com a Cannabis e o seu con-sumo, desde os seus efeitos, riscos poten-ciais, estratégias para os reduzir, análises feitas ao conteúdo psicoactivo de Canna-bis e derivados, a história do uso e da sua proibição, uso terapêutico, entre outros te-mas. Numa linguagem simples e acessível, este livro pode ser um importante manual útil vocacionado especialmente para con-sumidores. Em castelhano, escrito pelo Colectivo Interzona.

“A REVIEW OF THE SCIENTIFIC EVI-DENCE”LYNN ZIMMER & JOHN MORGAN (1997)

Este é um livro que aborda o tema da Mari-juana com rigor face às evidências cientí-ficas existentes. Escrito por um farmacêu-tico e por um sociólogo, “Marijuana Myths, Marijuana Facts” retrata os efeitos da Can-nabis em todos os aspectos da saúde físi-ca e psicológica, bem como no plano so-cial. O livro contempla ainda possibilidades e sugestões dos autores acerca de como pode ser regulado o consumo da droga ilícita mais consumida em todo o mundo.

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Obra extremamente completa, para quem quiser saber mais acerca da Cannabis/Marijuana.

Documentários…

“GRASS – THE HISTORY OF MARI-JUANA” RON MANN (1999)

Documentário canadiano, narrado por Woody Harrelson, que aborda a história da Marijuana ao longo de todo o século XX, desde que a Cannabis se começou a tor-nar mediática sob esse nome. Com rigor mas também muito humor, é retratada a “guerra” movida à Cannabis/Marijuana antes e depois da sua proibição a nível federal nos Estados Unidos, em 1937. O documentário percorre toda a evolução no uso quotidiano, no conhecimento científico e na política face a esta planta, até ao final

do último século.

“Magic Grass - The truth about of Cannabis Sativa”(2005)

Este documentário aborda a história do uso da Cannabis Sativa para as mais vari-adas aplicações, medicinais, domésticas e industriais, desde o passado mais remoto até aos nossos dias. Um convite a percor-rer a história desta planta.

Este espaço pode ser seu!Mais informações em:www.oportaldamaria.com

Page 50: A Revista da Maria

OUVE BEM...TÁS A OUVIR!?...

Para quem aprecia a música é muito importante preservar a audição em boas condições para continuar a curtir o som

com a mesma qualidade.Se ouvir música é acima de tudo um prazer,

quando o fazemos repetidamente com vol-umes demasiado elevados passa a apresentar também alguns riscos.Se frequentemente expões os teus ouvidos a um volume demasiado elevado, o teu sistema

auditivo está sujeito a um desgaste demasiado prematuro. Os músicos, dj’s e os frequentadores assíduos de festas estão, por isso, mais propensos à perda de acuidade auditiva.As perdas auditivas devido à exposição sonora podem desen-

volver-se de duas formas dependendo do nível de exposição. Numa o trauma acústico pode resultar de um acontecimento isolado e a perda au-

ditiva é resultado de um problema mecânico. O estrago causado por esta situação é instantâneo e é normalmente acompanhado por um zumbido temporário;

Outra deve-se à exposição continuada a níveis sonoros entre 90 dB e 140 dB. Esta situ-ação pode provocar perda da acuidade auditiva, dependendo do nível e da duração da exposição.

O risco de perda auditiva pode aumentar consoante:

O volume da música; A proximidade das colunas; O tempo de permanência no dancefloor; Eventuais problemas auditivos anteriores.50

Check!newsChekinfoCheckinoutCheckinpressCheckinsideCheckinet

Se tens alguns dos seguintes sintomas não hesites em consultar o médico!

Zumbido constante nos ouvidos;Sensibilidade a ruídos altos;

Dificuldade em ouvir os outros quando existe barulho de fundo;Sensação de que os outros comem as palavras ou falam demasiado rápido;Tens sempre que lhes pedir para se repetirem;Tens sempre que aumentar o volume da TV;Ouves o telefone melhor com um ouvido que com o outro.

Para evitar chegar ao ponto de apresentar os sintomas aci-ma descritos há que ter certos cuidados ao ouvir música e noutras situações.

Não te esqueças...

Os níveis de som nas discotecas podem chegar aos 120 dB e a margem de risco para os teus ouvidos é de 90dB. 120dB é já considerada margem de dor!Fica pelo menos a 3 metros das colunas. Dançar junto das colunas aumenta os riscos! Faz pausas de 10 minutos a cada 45 minutos e de 30 minutos a cada 2 horas, em locais onde o som é mais baixo.O algodão ou bocadinhos de tecido não protegem. Usa tampões! Podes comprá-los nas farmácias ou procura-os no infostand CHECK!N. Os tampões CHECK!N apenas pro-tegem o ouvido externo em 35dB. Assim, estás protegid@ mas não deixas de curtir o som.

Evita conversas no dancefloor. Gritar aos ouvidos pode provocar perdas auditivas.O Álcool e outras drogas também podem diminuir a tua sensibi-lidade à dor e aumentar o risco de perdas auditivas. Lembra-te que substâncias como a Ketamina ou o LSD podem alterar a tua percepção auditiva.O cansaço, a desidratação e o sobreaquecimento também aumen-tam os riscos. Assim já sabes mantém-te hidratado e faz pausas!Nos locais onde tal for possível controla o volume a que ouves música.

Se ouves música com head phones internos evita faze-lo muito tempo seguido, faz pau-sas e não abuses do volume. Devido à proximidade com o ouvido, os phones internos

causam grande pressão acústica pelo que os externos são prefer-íveis. Se trabalhas com material sonoro ou com máquinas ruidosas usa protecção auricular. Além da música outras fontes de perigo ex-cessivo podem ser as viaturas, maquinaria, televisão, jogos, etc.

Mais informação:www.hearnet.com, www.makelovenothearingloss.blogspot.com, www.agi-son.org 51

Page 51: A Revista da Maria

OUVE BEM...TÁS A OUVIR!?...

Para quem aprecia a música é muito importante preservar a audição em boas condições para continuar a curtir o som

com a mesma qualidade.Se ouvir música é acima de tudo um prazer,

quando o fazemos repetidamente com vol-umes demasiado elevados passa a apresentar também alguns riscos.Se frequentemente expões os teus ouvidos a um volume demasiado elevado, o teu sistema

auditivo está sujeito a um desgaste demasiado prematuro. Os músicos, dj’s e os frequentadores assíduos de festas estão, por isso, mais propensos à perda de acuidade auditiva.As perdas auditivas devido à exposição sonora podem desen-

volver-se de duas formas dependendo do nível de exposição. Numa o trauma acústico pode resultar de um acontecimento isolado e a perda au-

ditiva é resultado de um problema mecânico. O estrago causado por esta situação é instantâneo e é normalmente acompanhado por um zumbido temporário;

Outra deve-se à exposição continuada a níveis sonoros entre 90 dB e 140 dB. Esta situ-ação pode provocar perda da acuidade auditiva, dependendo do nível e da duração da exposição.

O risco de perda auditiva pode aumentar consoante:

O volume da música; A proximidade das colunas; O tempo de permanência no dancefloor; Eventuais problemas auditivos anteriores.50

Check!newsChekinfoCheckinoutCheckinpressCheckinsideCheckinet

Se tens alguns dos seguintes sintomas não hesites em consultar o médico!

Zumbido constante nos ouvidos;Sensibilidade a ruídos altos;

Dificuldade em ouvir os outros quando existe barulho de fundo;Sensação de que os outros comem as palavras ou falam demasiado rápido;Tens sempre que lhes pedir para se repetirem;Tens sempre que aumentar o volume da TV;Ouves o telefone melhor com um ouvido que com o outro.

Para evitar chegar ao ponto de apresentar os sintomas aci-ma descritos há que ter certos cuidados ao ouvir música e noutras situações.

Não te esqueças...

Os níveis de som nas discotecas podem chegar aos 120 dB e a margem de risco para os teus ouvidos é de 90dB. 120dB é já considerada margem de dor!Fica pelo menos a 3 metros das colunas. Dançar junto das colunas aumenta os riscos! Faz pausas de 10 minutos a cada 45 minutos e de 30 minutos a cada 2 horas, em locais onde o som é mais baixo.O algodão ou bocadinhos de tecido não protegem. Usa tampões! Podes comprá-los nas farmácias ou procura-os no infostand CHECK!N. Os tampões CHECK!N apenas pro-tegem o ouvido externo em 35dB. Assim, estás protegid@ mas não deixas de curtir o som.

Evita conversas no dancefloor. Gritar aos ouvidos pode provocar perdas auditivas.O Álcool e outras drogas também podem diminuir a tua sensibi-lidade à dor e aumentar o risco de perdas auditivas. Lembra-te que substâncias como a Ketamina ou o LSD podem alterar a tua percepção auditiva.O cansaço, a desidratação e o sobreaquecimento também aumen-tam os riscos. Assim já sabes mantém-te hidratado e faz pausas!Nos locais onde tal for possível controla o volume a que ouves música.

Se ouves música com head phones internos evita faze-lo muito tempo seguido, faz pau-sas e não abuses do volume. Devido à proximidade com o ouvido, os phones internos

causam grande pressão acústica pelo que os externos são prefer-íveis. Se trabalhas com material sonoro ou com máquinas ruidosas usa protecção auricular. Além da música outras fontes de perigo ex-cessivo podem ser as viaturas, maquinaria, televisão, jogos, etc.

Mais informação:www.hearnet.com, www.makelovenothearingloss.blogspot.com, www.agi-son.org 51

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E para o descanso ser completo…

Em festivais longos e festas de vários dias o ruído pode dificultar o sono e o descanso levando ao cansaço acumulado. Os tampões que o CHECK!N disponibiliza podem-te ajudar a dormir.Caso consumas substâncias psicoactivas estimulantes (Cafeína, Cocaína, Speed, Ecstasy, etc) lembra-te que para “pregares olho” deves parar de as consumir algumas horas antes de quereres dor-mir. Estar pouco estimulado na hora de dormir é especialmente

importante se o ambiente é ruidoso e repleto de estímulos auditivos.

CheckoutCHECK!N TEM NOVOS FLYERS

O CHECK!N tem novos flyers informativos acerca de substâncias psicoactivas. Até agora os nossos stands em festas têm contado com flyers sobre Sexualidade, Estados Alterados, Álcool, Canna-bis, Cocaína, MDMA, Speed, LSD, Cogumelos mágicos e Keta-mina. A juntar a estes, poderão passar a contar com flyers acerca de Cafeína, Tabaco, Mescalina e GHB.

VERÃO CHECK!N

No Verão agora terminado o CHECK!N andou por diversos festivais onde disponibilizou os seus serviços e informação.Estivemos presentes no Festival Paredes de Coura (pela terceira vez consecutiva), no Anti-Pop Music Festival (pelo segundo ano consecutivo), no Festival Marés Vivas, no Boom Festival (pela segunda vez consecutiva) e na Azurara Beach Party (segundo ano seguido) entre outras festas.

TLC EM PARCERIA COM ENERGY CONTROL

Num dos festivais deste ano, o Boom Festival, o CHECK!N pode colaborar com o En-ergy Control de Barcelona na disponibilização aos utentes do festival de um service de análise de substâncias denominado TLC (Thin Layer Cromatography ou Cromatografia em Camada Fina).Trata-se de um processo de análise de substâncias que permite identificar não só ape-nas as substâncias esperadas (como no caso dos reagentes colorimétricos normalmente utilizados) mas também um vasto leque de adulterantes.Este processo permitiu identificar algumas substâncias adulteradas (por exemplo Cafeí-na e Paracetamol como Coca e Ecstasy) e provar o que a lógica já garantia: as famosas

estrelinhas “de mescalina” não podem ser de Mescalina (pois são demasiadamente 53

Checkpress

pequenas para conterem uma dose dessa substância), sendo de facto compostas por LSD.

No Boom Festival também colaboramos ao nível do Info Stand com o Erowid, que esteve presente com o seu conhecimento

ímpar acerca de substâncias psicoactivas.Além da vertente de prevenção dos riscos, o CHECK!N colaborou ainda na equipa da KosmiCare destinada a apoiar situações de crise psicológica

POSSE DE SUBSTÂNCIAS ILÍCITAS EM QUANTIDADES SUPERIORES A “10 DIAS” PASSA A SER CONSIDERADO CRIME

No passado dia 5 de Agosto foi emitido em Diário da República um Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça dando conta de uma redefinição na lei relativa à droga.Desde 2001 que o consumo de substâncias psicoactivas está descriminalizado, per-manecendo o tráfico como crime. Para ajudar a determinar se se trata de consumo ou tráfico existem quantidades de referência equivalentes ao consumo médio individual de 10 dias.A posse para consumo abaixo dessas quantidades mantém-se sujeita a contra-orde-

nação (multa e outras penas).Já quanto à posse de quantidades acima desses limites de refer-ência, houve várias interpretações jurídicas. A recente circular vem determinar que, mesmo destinando-se a consumo, a posse de quantidades superiores a esses limites, é matéria de crime.Assim, esta lei aumenta os riscos legais de se transportarem quantidades acima dos limites de referência e aumenta a neces-sidade de cuidados a esse nível por parte de consumidores pois já não é necessário que se prove tratar-se de tráfico, bastando a

apreensão para poder ser considerado crime, mesmo destinando-se ao consumo próp-rio. Além disso, o cultivo continua a ser considerado crime.

OS ANJOS TAMBÉM TÊM SEXO Ainda acreditas que os anjos não têm sexo?

O Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência (OEDT) aproveitou o dia mun-dial de luta contra a droga para lançar uma monografia acerca da Cannabis. Um dos aspectos referidos neste documento foi a refutação da ideia que se está a generalizar de que a potência da Cannabis tem aumentado. Segundo o Observatório o aumento da potência da Cannabis é um mito urbano.

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E para o descanso ser completo…

Em festivais longos e festas de vários dias o ruído pode dificultar o sono e o descanso levando ao cansaço acumulado. Os tampões que o CHECK!N disponibiliza podem-te ajudar a dormir.Caso consumas substâncias psicoactivas estimulantes (Cafeína, Cocaína, Speed, Ecstasy, etc) lembra-te que para “pregares olho” deves parar de as consumir algumas horas antes de quereres dor-mir. Estar pouco estimulado na hora de dormir é especialmente

importante se o ambiente é ruidoso e repleto de estímulos auditivos.

CheckoutCHECK!N TEM NOVOS FLYERS

O CHECK!N tem novos flyers informativos acerca de substâncias psicoactivas. Até agora os nossos stands em festas têm contado com flyers sobre Sexualidade, Estados Alterados, Álcool, Canna-bis, Cocaína, MDMA, Speed, LSD, Cogumelos mágicos e Keta-mina. A juntar a estes, poderão passar a contar com flyers acerca de Cafeína, Tabaco, Mescalina e GHB.

VERÃO CHECK!N

No Verão agora terminado o CHECK!N andou por diversos festivais onde disponibilizou os seus serviços e informação.Estivemos presentes no Festival Paredes de Coura (pela terceira vez consecutiva), no Anti-Pop Music Festival (pelo segundo ano consecutivo), no Festival Marés Vivas, no Boom Festival (pela segunda vez consecutiva) e na Azurara Beach Party (segundo ano seguido) entre outras festas.

TLC EM PARCERIA COM ENERGY CONTROL

Num dos festivais deste ano, o Boom Festival, o CHECK!N pode colaborar com o En-ergy Control de Barcelona na disponibilização aos utentes do festival de um service de análise de substâncias denominado TLC (Thin Layer Cromatography ou Cromatografia em Camada Fina).Trata-se de um processo de análise de substâncias que permite identificar não só ape-nas as substâncias esperadas (como no caso dos reagentes colorimétricos normalmente utilizados) mas também um vasto leque de adulterantes.Este processo permitiu identificar algumas substâncias adulteradas (por exemplo Cafeí-na e Paracetamol como Coca e Ecstasy) e provar o que a lógica já garantia: as famosas

estrelinhas “de mescalina” não podem ser de Mescalina (pois são demasiadamente 53

Checkpress

pequenas para conterem uma dose dessa substância), sendo de facto compostas por LSD.

No Boom Festival também colaboramos ao nível do Info Stand com o Erowid, que esteve presente com o seu conhecimento

ímpar acerca de substâncias psicoactivas.Além da vertente de prevenção dos riscos, o CHECK!N colaborou ainda na equipa da KosmiCare destinada a apoiar situações de crise psicológica

POSSE DE SUBSTÂNCIAS ILÍCITAS EM QUANTIDADES SUPERIORES A “10 DIAS” PASSA A SER CONSIDERADO CRIME

No passado dia 5 de Agosto foi emitido em Diário da República um Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça dando conta de uma redefinição na lei relativa à droga.Desde 2001 que o consumo de substâncias psicoactivas está descriminalizado, per-manecendo o tráfico como crime. Para ajudar a determinar se se trata de consumo ou tráfico existem quantidades de referência equivalentes ao consumo médio individual de 10 dias.A posse para consumo abaixo dessas quantidades mantém-se sujeita a contra-orde-

nação (multa e outras penas).Já quanto à posse de quantidades acima desses limites de refer-ência, houve várias interpretações jurídicas. A recente circular vem determinar que, mesmo destinando-se a consumo, a posse de quantidades superiores a esses limites, é matéria de crime.Assim, esta lei aumenta os riscos legais de se transportarem quantidades acima dos limites de referência e aumenta a neces-sidade de cuidados a esse nível por parte de consumidores pois já não é necessário que se prove tratar-se de tráfico, bastando a

apreensão para poder ser considerado crime, mesmo destinando-se ao consumo próp-rio. Além disso, o cultivo continua a ser considerado crime.

OS ANJOS TAMBÉM TÊM SEXO Ainda acreditas que os anjos não têm sexo?

O Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência (OEDT) aproveitou o dia mun-dial de luta contra a droga para lançar uma monografia acerca da Cannabis. Um dos aspectos referidos neste documento foi a refutação da ideia que se está a generalizar de que a potência da Cannabis tem aumentado. Segundo o Observatório o aumento da potência da Cannabis é um mito urbano.

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POLÉMICA “TU-ALINHAS”

O site infanto-juvenil “Tu alinhas” tem sido alvo de polémica, sendo acusado de não ser adequado às idades a que se dirige.Vê o site www.tu-alinhas.com pelos teus próprios olhos.

UM ANO DE TESTES DE DROGA NA ESTRADAAo fim de cerca de um ano de testes de droga pela saliva a au-tomobilistas, entre Agosto do ano passado e Julho deste ano, foram realizados 2697 testes de despistagem de drogas. Dos testes realizados 162 foram positivos.De referir que a frequência dos testes foi elevada nos primeiros

meses tendo baixado consideravelmente. Os testes têm sido pedidos a condutores cujo comportamento indicie suspeita e a todos os envolvidos em acidentes rodoviários.

Lei anti-tabaco na holanda abrange coffee-shops

As leis anti-tabaco em espaços públicos têm-se incrementado pela Europa, incluindo na Holanda. Neste país as Coffee Shops não foram excepção e foram incluídas nas listas de locais públicos em que fumar Tabaco é proibido.Assim, nas Coffee Shops holandesas passa a ser proibido fumar Tabaco, isoladamente ou em conjunto com Cannabis. Desta forma, estes espaços estão agora reservados ao consumo de Cannabis mas apenas se não for adicionado Tabaco.

Estudo encontra benefícios a longo prazo nos “cogumelos mágicos”Um recente estudo de Roland Griffiths, realizado na Johns Hop-kins School of Medicine de Baltimore (EUA), sugere benefícios a longo prazo do consumo de Psilocibina (“cogumelos mágicos”).Segundo ensaios clínicos, com um grupo de 36 voluntários sau-dáveis, a Psilocibina e outros psicadélicos poderão facilitar ex-periências de grande significância pessoal e espiritual. Numa av-

aliação posterior, 14 meses após o consumo, os benefícios identificados mantêm-se.Este estudo ajuda a abrir a possibilidade da Psilocibina, LSD e Mescalina, entre outros psicadélicos, podem ser úteis, por exemplo, para o tratamento de doentes terminais.Estes são os primeiros estudos de relevo no âmbito da psicoterapia com psicadélicos desde os longínquos anos 70.

Direito de admissão em bares pedida pelos estabelecimentosA Associação de Bares da Zona Histórica do Porto entregou no Ministério da Adminis-tração Interna, no último dia 13 de Julho, um pedido para que seja reservado aos bares e discotecas o direito de admissão nos seus estabelecimentos. Desta forma passaria a haver um controlo dos clientes de cada espaço.O Ministério da Administração Interna concorda com a proposta e está a estudar formas legais de a viabilizar.

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sugestão de livro:“PiHKAL” & “TiHKAL”ALEXANDER & ANN SHULGIN

Alexander Shulgin e a sua esposa Ann Shulgin são responsáveis por estes dois livros, incontornáveis no que respeita ao uso mod-erno de substâncias psicoactivas.Nestes livros, são descritos desde aspectos químicos à descrição dos efeitos, segundo os autores mediante experimentação, de muitas dezenas de substâncias cujo uso se popularizou recente-mente ou, muitas delas, são ainda praticamente desconhecidas. A maior obra acerca dos chamados “Research Chemicals”, ou novas drogas de síntese.

No primeiro volume do livro, “Phenethylamines I had known and loved”, são abordadas inúmeras substâncias do grupo das Fenetilaminas, muitas delas praticamente desconhecidas antes deste livro e a maioria ainda praticamente desconhecidas hoje em dia. Fazem parte desta família química e são exploradas neste livro substâncias como MDMA, MDA, MDE, Mescalina, 2CB, DOM, DOB, etc…

Já o segundo volume, “Tryptamines I had known and loved” tem como tema a igualmente vasta família das Triptaminas, a que pertencem substâncias como o DMT, o LSD, a Ibogaína e nume-rosas outras substâncias.

“GROOVE”Greg Harrison (2000)Este filme, na versão portuguesa “Rave Party”, conta a história de uma rave desde a sua preparação e início até ao seu desfecho, seg-uindo vários personagens ao longo dessa noite. Durante a noite as experiências de cada personagem vão sendo diversas, dando este filme uma ideia bastante geral de uma comum rave urbana.

“HOFMANN´S POTION” Connie Littlefield (2002)Poucos meses depois do falecimento de Albert Hofmann, sugerimos este excelente documentário da Canadian Film Board, realizado por Connie Littlefield e com as participações do próprio Albert Hofmann, Stanislav Grof e outros...

Checkinside

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POLÉMICA “TU-ALINHAS”

O site infanto-juvenil “Tu alinhas” tem sido alvo de polémica, sendo acusado de não ser adequado às idades a que se dirige.Vê o site www.tu-alinhas.com pelos teus próprios olhos.

UM ANO DE TESTES DE DROGA NA ESTRADAAo fim de cerca de um ano de testes de droga pela saliva a au-tomobilistas, entre Agosto do ano passado e Julho deste ano, foram realizados 2697 testes de despistagem de drogas. Dos testes realizados 162 foram positivos.De referir que a frequência dos testes foi elevada nos primeiros

meses tendo baixado consideravelmente. Os testes têm sido pedidos a condutores cujo comportamento indicie suspeita e a todos os envolvidos em acidentes rodoviários.

Lei anti-tabaco na holanda abrange coffee-shops

As leis anti-tabaco em espaços públicos têm-se incrementado pela Europa, incluindo na Holanda. Neste país as Coffee Shops não foram excepção e foram incluídas nas listas de locais públicos em que fumar Tabaco é proibido.Assim, nas Coffee Shops holandesas passa a ser proibido fumar Tabaco, isoladamente ou em conjunto com Cannabis. Desta forma, estes espaços estão agora reservados ao consumo de Cannabis mas apenas se não for adicionado Tabaco.

Estudo encontra benefícios a longo prazo nos “cogumelos mágicos”Um recente estudo de Roland Griffiths, realizado na Johns Hop-kins School of Medicine de Baltimore (EUA), sugere benefícios a longo prazo do consumo de Psilocibina (“cogumelos mágicos”).Segundo ensaios clínicos, com um grupo de 36 voluntários sau-dáveis, a Psilocibina e outros psicadélicos poderão facilitar ex-periências de grande significância pessoal e espiritual. Numa av-

aliação posterior, 14 meses após o consumo, os benefícios identificados mantêm-se.Este estudo ajuda a abrir a possibilidade da Psilocibina, LSD e Mescalina, entre outros psicadélicos, podem ser úteis, por exemplo, para o tratamento de doentes terminais.Estes são os primeiros estudos de relevo no âmbito da psicoterapia com psicadélicos desde os longínquos anos 70.

Direito de admissão em bares pedida pelos estabelecimentosA Associação de Bares da Zona Histórica do Porto entregou no Ministério da Adminis-tração Interna, no último dia 13 de Julho, um pedido para que seja reservado aos bares e discotecas o direito de admissão nos seus estabelecimentos. Desta forma passaria a haver um controlo dos clientes de cada espaço.O Ministério da Administração Interna concorda com a proposta e está a estudar formas legais de a viabilizar.

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sugestão de livro:“PiHKAL” & “TiHKAL”ALEXANDER & ANN SHULGIN

Alexander Shulgin e a sua esposa Ann Shulgin são responsáveis por estes dois livros, incontornáveis no que respeita ao uso mod-erno de substâncias psicoactivas.Nestes livros, são descritos desde aspectos químicos à descrição dos efeitos, segundo os autores mediante experimentação, de muitas dezenas de substâncias cujo uso se popularizou recente-mente ou, muitas delas, são ainda praticamente desconhecidas. A maior obra acerca dos chamados “Research Chemicals”, ou novas drogas de síntese.

No primeiro volume do livro, “Phenethylamines I had known and loved”, são abordadas inúmeras substâncias do grupo das Fenetilaminas, muitas delas praticamente desconhecidas antes deste livro e a maioria ainda praticamente desconhecidas hoje em dia. Fazem parte desta família química e são exploradas neste livro substâncias como MDMA, MDA, MDE, Mescalina, 2CB, DOM, DOB, etc…

Já o segundo volume, “Tryptamines I had known and loved” tem como tema a igualmente vasta família das Triptaminas, a que pertencem substâncias como o DMT, o LSD, a Ibogaína e nume-rosas outras substâncias.

“GROOVE”Greg Harrison (2000)Este filme, na versão portuguesa “Rave Party”, conta a história de uma rave desde a sua preparação e início até ao seu desfecho, seg-uindo vários personagens ao longo dessa noite. Durante a noite as experiências de cada personagem vão sendo diversas, dando este filme uma ideia bastante geral de uma comum rave urbana.

“HOFMANN´S POTION” Connie Littlefield (2002)Poucos meses depois do falecimento de Albert Hofmann, sugerimos este excelente documentário da Canadian Film Board, realizado por Connie Littlefield e com as participações do próprio Albert Hofmann, Stanislav Grof e outros...

Checkinside

Page 56: A Revista da Maria

O que é a MGM?A Marcha Global da Marijuana (MGM) é uma iniciativa apartidária, pacifica e sem fins lucrativos, organizada por cidadãos conscientes e informados que consideram ter direito a consumir uma substância que, no seu es-tado natural, não representa um risco tão grande como as substâncias adulteradas que se obtêm no mercado clandestino.A MGM insere-se num movimento global que pretende pôr fim à proibição do Cânhamo/Cannabis. Realiza-se sempre no primeiro sábado do mês de Maio, em mais de 200 cidades em todo o mundo.O objectivo desta marcha é apresentar à sociedade ar-gumentos e propostas de políticas alternativas ao proi-bicionismo vigente, para que o assunto seja seriamente discutido. A MGM defende que, tendo em conta que vive-mos num país democrático e livre, os cidadãos devem ter direito a escolher com base em decisões informadas e responsáveis e desde que não interfiram com a liber-dade dos outros.

ManifestoO facto da Cannabis ser considerada uma substância ile-gal tem consequências sociais e sanitárias bem maiores do que se fosse um produto legal, nomeadamente:A crescente probabilidade de adulteração dos produtos, muitas vezes com substâncias mais perigosas (especial-mente quando fumadas) do que a Cannabis, com o peri-go que isso implica para a saúde pública, dado o elevado número de consumidores.O fomento do tráfico, que alimenta uma economia pa-ralela dinamizada por máfias, em que os grandes lucros ficam na mão de uns quantos, quando seria justo para os contribuintes e para o Estado poder beneficiar dos

impostos que recairiam sobre essas actividades (muito lucrativas) se fossem regulamentadas.A limitação do uso terapêutico de uma substância que tem claros benefícios no tratamento de algumas doenças; e os impeditivos legais que a proibição supõe para o desenvolvimento de uma investigação rigorosa centrada nesta planta, devido à grande quantidade de licenças que são necessárias e ao perfil político e não-científico das entidades que podem autorizar tais investi-gações. A criminalização e penalização dos consumidores, só porque têm um determinado comportamento que não afecta outrem e que, mesmo a nível individual, não traz mais problemas potenciais que o consumo de álcool, tabaco ou outras substâncias legais (e com as quais o Estado lucra bastante, apesar dos riscos assumidos).A inexistência de prevenção e de educação para a utilização de Cannabis.Em Portugal o consumo da Cannabis foi descriminalizado em 2001. No entanto, a perseguição

policial aos consumidores mantém-se e o risco de se ser tomado por traficante é demasiado grande, uma vez que a quantidade pela qual se pode ser acusado de tráfico é mínima. A saber: a lei portuguesa prevê que qualquer pessoa pos-sa ter em sua posse, sem consequências jurídi-cas, óleo, resina ou “folhas e sumidades floridas ou frutificadas da planta” de Cannabis que “não poderão exceder a quantidade necessária para o consumo médio individual durante o período de 10 dias” (Lei 30/2000 “Descriminalização do Consumo de Drogas”).De salientar que esta lei explicita que é “sem consequências jurídicas”, o que significa que aquele que tenha até àquela quantidade não será considerado um criminoso, mas poderá ser será penalizado com uma contra-ordenação (multa) e poderá ter de se submeter a trata-mento psicológico se o juiz de turno assim o entender.E assim, oito anos depois da descriminaliza-ção, ainda há consumidores de Cannabis que são presos ou que são postos numa situação delicada face à justiça, vendo-se obrigados a provar que não são traficantes quando, muitas vezes, não há provas de que o são.Além disso, não faz qualquer sentido estipular a quantidade permitida como a “necessária para o consumo médio individual durante o período de 10 dias”, limite muito pouco claro, tendo em conta que nem toda a gente consome a mesma quantidade e que a maior parte dos consumi-dores preferem comprar mais de cada vez para não ter de estar sempre a recorrer aos “deal-ers”, com os riscos que isso supõe não só em termos de segurança, mas pela possibilidade de ser induzido a comprar drogas verdadeira-mente perniciosas.E resta destacar que, sendo permitido o con-sumo, como esperam as autoridades que o consumidor se abasteça sem estimular o trá-fico, tendo em conta que tanto a venda como o cultivo de marijuana são ilegais? A proibição de cultivar esta planta obriga os consumidores a alimentar actividades criminosas. Assim, en-tendemos que o direito ao consumo deve con-

templar a possibilidade de cada um cultivar as suas próprias plantas, podendo, desta forma, garantir a qualidade do produto que consome, o que não acontece quando se vê obrigado a recorrer ao mercado clandestino.Alterar a situação legal da Cannabis é corrigir um erro histórico que tem trazido mais conse-quências negativas para os consumidores e para a sociedade em geral do que o consumo. Décadas após, a desadequação da lei é cada vez mais evidente tendo em conta os benefícios múltiplos que esta planta tem. A política do impossívelO presidente do Observatório Europeu da Dro-ga e Toxicodependência (OEDT), Marcel Rei-men, afirma que "é essencial compreender de que modo e por que razão os consumidores de Cannabis podem desenvolver problemas, a fim de planear as respostas e avaliar o impacto que a droga ilegal mais consumida na Europa pod-erá ter para a saúde". Perante isto, pergunta-mos: como é possível desenvolver respostas se não sabemos qual a composição dos produtos consumidos?!No mercado português, a grande maioria do hax-ixe vendido tem diferentes e variáveis substân-cias usadas para o cortar e fazer render mais. Para estudar a resposta ao impacto na saúde que tem essas substâncias têm, é necessário saber o que são e qual o seu impacto no or-ganismo. Só a legalização pode garantir a quali-dade do produto e assim desenvolver respostas em termos de saúde e só assim haverá a infor-mação necessária para que exista um consumo consciente e responsável.Todos os esforços feitos até agora para acabar com o tráfico e o consumo desta substância têm sido em vão e todo o dinheiro gasto tem sido um absoluto desperdício, visto que, de acordo com todos os relatórios oficiais da ONU e da União Europeia, cada vez há mais pessoas a lucrar com este negócio clandestino e cada vez há mais consumidores.

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O que é a MGM?A Marcha Global da Marijuana (MGM) é uma iniciativa apartidária, pacifica e sem fins lucrativos, organizada por cidadãos conscientes e informados que consideram ter direito a consumir uma substância que, no seu es-tado natural, não representa um risco tão grande como as substâncias adulteradas que se obtêm no mercado clandestino.A MGM insere-se num movimento global que pretende pôr fim à proibição do Cânhamo/Cannabis. Realiza-se sempre no primeiro sábado do mês de Maio, em mais de 200 cidades em todo o mundo.O objectivo desta marcha é apresentar à sociedade ar-gumentos e propostas de políticas alternativas ao proi-bicionismo vigente, para que o assunto seja seriamente discutido. A MGM defende que, tendo em conta que vive-mos num país democrático e livre, os cidadãos devem ter direito a escolher com base em decisões informadas e responsáveis e desde que não interfiram com a liber-dade dos outros.

ManifestoO facto da Cannabis ser considerada uma substância ile-gal tem consequências sociais e sanitárias bem maiores do que se fosse um produto legal, nomeadamente:A crescente probabilidade de adulteração dos produtos, muitas vezes com substâncias mais perigosas (especial-mente quando fumadas) do que a Cannabis, com o peri-go que isso implica para a saúde pública, dado o elevado número de consumidores.O fomento do tráfico, que alimenta uma economia pa-ralela dinamizada por máfias, em que os grandes lucros ficam na mão de uns quantos, quando seria justo para os contribuintes e para o Estado poder beneficiar dos

impostos que recairiam sobre essas actividades (muito lucrativas) se fossem regulamentadas.A limitação do uso terapêutico de uma substância que tem claros benefícios no tratamento de algumas doenças; e os impeditivos legais que a proibição supõe para o desenvolvimento de uma investigação rigorosa centrada nesta planta, devido à grande quantidade de licenças que são necessárias e ao perfil político e não-científico das entidades que podem autorizar tais investi-gações. A criminalização e penalização dos consumidores, só porque têm um determinado comportamento que não afecta outrem e que, mesmo a nível individual, não traz mais problemas potenciais que o consumo de álcool, tabaco ou outras substâncias legais (e com as quais o Estado lucra bastante, apesar dos riscos assumidos).A inexistência de prevenção e de educação para a utilização de Cannabis.Em Portugal o consumo da Cannabis foi descriminalizado em 2001. No entanto, a perseguição

policial aos consumidores mantém-se e o risco de se ser tomado por traficante é demasiado grande, uma vez que a quantidade pela qual se pode ser acusado de tráfico é mínima. A saber: a lei portuguesa prevê que qualquer pessoa pos-sa ter em sua posse, sem consequências jurídi-cas, óleo, resina ou “folhas e sumidades floridas ou frutificadas da planta” de Cannabis que “não poderão exceder a quantidade necessária para o consumo médio individual durante o período de 10 dias” (Lei 30/2000 “Descriminalização do Consumo de Drogas”).De salientar que esta lei explicita que é “sem consequências jurídicas”, o que significa que aquele que tenha até àquela quantidade não será considerado um criminoso, mas poderá ser será penalizado com uma contra-ordenação (multa) e poderá ter de se submeter a trata-mento psicológico se o juiz de turno assim o entender.E assim, oito anos depois da descriminaliza-ção, ainda há consumidores de Cannabis que são presos ou que são postos numa situação delicada face à justiça, vendo-se obrigados a provar que não são traficantes quando, muitas vezes, não há provas de que o são.Além disso, não faz qualquer sentido estipular a quantidade permitida como a “necessária para o consumo médio individual durante o período de 10 dias”, limite muito pouco claro, tendo em conta que nem toda a gente consome a mesma quantidade e que a maior parte dos consumi-dores preferem comprar mais de cada vez para não ter de estar sempre a recorrer aos “deal-ers”, com os riscos que isso supõe não só em termos de segurança, mas pela possibilidade de ser induzido a comprar drogas verdadeira-mente perniciosas.E resta destacar que, sendo permitido o con-sumo, como esperam as autoridades que o consumidor se abasteça sem estimular o trá-fico, tendo em conta que tanto a venda como o cultivo de marijuana são ilegais? A proibição de cultivar esta planta obriga os consumidores a alimentar actividades criminosas. Assim, en-tendemos que o direito ao consumo deve con-

templar a possibilidade de cada um cultivar as suas próprias plantas, podendo, desta forma, garantir a qualidade do produto que consome, o que não acontece quando se vê obrigado a recorrer ao mercado clandestino.Alterar a situação legal da Cannabis é corrigir um erro histórico que tem trazido mais conse-quências negativas para os consumidores e para a sociedade em geral do que o consumo. Décadas após, a desadequação da lei é cada vez mais evidente tendo em conta os benefícios múltiplos que esta planta tem. A política do impossívelO presidente do Observatório Europeu da Dro-ga e Toxicodependência (OEDT), Marcel Rei-men, afirma que "é essencial compreender de que modo e por que razão os consumidores de Cannabis podem desenvolver problemas, a fim de planear as respostas e avaliar o impacto que a droga ilegal mais consumida na Europa pod-erá ter para a saúde". Perante isto, pergunta-mos: como é possível desenvolver respostas se não sabemos qual a composição dos produtos consumidos?!No mercado português, a grande maioria do hax-ixe vendido tem diferentes e variáveis substân-cias usadas para o cortar e fazer render mais. Para estudar a resposta ao impacto na saúde que tem essas substâncias têm, é necessário saber o que são e qual o seu impacto no or-ganismo. Só a legalização pode garantir a quali-dade do produto e assim desenvolver respostas em termos de saúde e só assim haverá a infor-mação necessária para que exista um consumo consciente e responsável.Todos os esforços feitos até agora para acabar com o tráfico e o consumo desta substância têm sido em vão e todo o dinheiro gasto tem sido um absoluto desperdício, visto que, de acordo com todos os relatórios oficiais da ONU e da União Europeia, cada vez há mais pessoas a lucrar com este negócio clandestino e cada vez há mais consumidores.

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Surf ReportTIAGO PIRES LESIONADO

Uma lesão dorsal pode impedir Tiago Pires de iniciar a sua participação no Billabong Pipeline Masters, última etapa do World Tour da ASP e da Triple Crown havaiana.

O surfista português que já garantiu o pas-saporte para o WCT da próxima temporada, lesionou-se na coluna ainda quando treinava em Sunset Beach antes da etapa do WQS, o O’Neill World Cup of Surfing, prova que, ainda em dificuldades realizou.

Recentemente a mesma lesão que o português sofreu em Sunset, voltou a apoquenta-lo. Tudo aconteceu numa sessão de tubos em Backdoor, o local da Ericeira pode ter complicado mesmo a sua lesão nas costas e em consequência disso poderá falhar o Pipe Masters e perder assim a oportunidade de efectuar a dupla requalificação desejada.

A 6 de Dezembro, o EuroJúnior 2008, um campeonato europeu no escalão júnior disputa-do este ano em Marrocos chegou ao seu final.

A Selecção Portuguesa Júnior terminou a par-ticipação num magnífico segundo lugar, logo

atrás da poderosa França, que cada vez mais se assume como uma líder no surf europeu em todos os escalões etários.

Com um feito incrível, ao colocar um atleta em cada uma das finais, em todas as categorias e escalões, a única vitória alcançada pela Se-lecção foi em termos individuais e no Bodyboard Feminino, através da jovem Mariana Machado.

bodyboardO campeão do Mundo de Bodyboard IBA, o portuense Manuel Centeno, conquistou o Cir-cuito Europeu, que terminou na praia do Tonel, em Sagres, completando assim uma época de pleno sucesso.

O Bodyboarder do Clube de Surf do Porto sa-grou-se campeão do Mundo em Outubro nos Estados Unidos, a meio da semana garantiu a vitória no nacional e hoje assegurou o troféu máximo europeu, o único tí¬tulo que lhe faltava para uma temporada êxito total.

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PHOTO REPORT 2008

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É legal consumir marijuana para consumo próp-rio sem a vender a ninguém?Então mas se eu não a posso comprar como a posso ter em casa para auto consumo ?!Gonçalves por email

Tendo em conta que a lei lhe permite consumir mas não lhe permite comprar.. subentende se que de alguma forma é possível ter para próprio consumo. Digamos que a nossa lei lhe permite o cultivo para o auto-consumo. Infelizmente, não conseguimos precisar qual o numero de pés permitido pois tudo depende de um sistema complicado de pesagens e dosa-gens muito específicos que só os tribunais por-tugueses entendem (as vezes pesam toda a planta, incluindo raízes e folhas; outras vezes apenas os cabeços).Suponho que 2 a 3 pés seja tolerável, pois se as contas e as dosagens forem bem feitas, depois de colhido e seco; quando próprio para con-sumo as 3 plantas terão um peso consumível inferior a 100 gramas. Segundo a lei a quantidade que devemos portar é bastante inferior, e nunca uma quantidade su-perior ao consumo médio de 10 dias.100 Gramas para dez dias de consumo daria uma media de 10 gramas dia o que está dentro da lei.MAS, antes de qualquer ideia informe se con-sulte a lei. Pode ver nos sites: www.mgmporto.org; www.mgmlisboa.org

Gostaria de saber se é possível cultivar cân-hamo em Portugal caso seja possível aonde terei que me dirigir para as devidas licenças obrigado.José Alberto por email

Sou proprietário de um pequeno terreno no con-celho de X, terreno este que há anos que não é cultivado. Estou interessado em saber se, e como poderia plantar cânhamo. Agradecia toda a informação, ou se possível, onde me poderia informar.Com os melhores cumprimentos.J. Costa Rodrigues por email

É permitido cultivar cânhamo para fins indus-triais, em Portugal. É completamente, legal e existem inclusive apoios/subsídios por parte da União Europeia para este tipo de projectos.O número máximo de cultivadores de Cânha-

mo em Portugal foi de 23 em 1998 segundo a INGA, dados mais recentes informam sobre um decréscimo significativo, mas não informam de quanto.Há uma empresa chamada "Cânhamo de Por-tugal Lda.", que apoia o agricultor em todo proc-esso, desde a compra de sementes até à venda da produção cujo gerente é Augusto Teixeira.O Ministério da Agricultura é quem melhor o poderá informar sobre as actuais produções de cânhamo, certamente terão esses dados bem como os respectivos contactos, para accionar a sua candidatura. Boa sorte!

Olá.Vi uma petição online que pedia a legalização da marijuana á Assembleia da Republica. De-pois contactei a responsável da petição e fiquei a saber que são precisas 1000 assinaturas para a petição entrar no diário da república e 4000 para ser debatido na assembleia.Mas fiquei desapontada quando soube que a assembleia da república não reconhece aquele website. A minha pergunta é quem deverá levar esta questão até á Assembleia?

A lei portuguesa diz que o direito de petição é consagrado com grande amplitude, como direito de participação política e podem ap-resentar petições: os cidadãos portugueses e os estrangeiros e os apátridas que residam em Portugal, para defesa dos seus direitos e interesses legalmente protegidos. Para além disso, as petições podem ser apresentadas por pessoas individuais (petições individuais), por um conjunto de pessoas (petições colectivas) ou por pessoas colectivas (petições em nome colectivo). Contactamos a responsável pela petição on-line citada, que nos disse estar a preparar nova petição, cumprindo todos os trâmites e requisi-tos para levar o tema a discussão na Assem-bleia da Republica.

Perguntas frequentes sobre Canabis

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A revista da maria é propriedade da em-presa:Canna prod. soc. unip. ldaVAT:PT508582083 DirectoraCarla FernandesTlf:[email protected] Execução grafica:[email protected] Publicidade:[email protected]:00351917924889 ImpressãoLitografia Coimbra Tiragem5.000 exemplares

Assumidamente, pró legalização da Cannabis com entrevistas, artigos e reportagens sobre o tema, música, ecólogia, cultura, politica, alter-native life style .É uma revista bem-disposta, de leitura descon-traída.Relax and enjoy!

A revista da Maria, agradece a todos os que co-laboraram através do envio de conteúdos/ fotos para esta edição.Emanuel Rodrigues, Sista Pat, Bob Figurante, Né B27, António Belém, Ana Soares. NewX, Luís Castro, Pedro Cova, Portal do Reggae e Check In .

A segunda edição revista da maria é o resulta-do de várias parcerias e participações. Para saber como fazer parte do próximo número vai a : www.oportaldamaria.comou www.feiradocanhamo.com

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