a sagrada eucaristia

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A Sagrada Eucaristia O Pão da Vida “Depois disso, Jesus foi para outra margem do mar da Galiléia, também chamado Tibiríades. Uma grande multidão seguia Jesus porque as pessoas viram os sinais que ele fazia, curando os doentes. Jesus subiu a montanha e sentou-se aí com seus discípulos. Estava próximo a Páscoa, festa dos judeus. Jesus ergueu os olhos e viu uma grande multidão que vinha ao seu encontro. Então Jesus disse a Felipe: ‘Onde vamos comprar pão para eles comerem?’ Jesus falou assim para testar Felipe, pois sabia muito bem o que ia fazer. Felipe respondeu: ‘Nem meio ano de salário bastaria para dar um pedaço para cada um. ’ Um discípulo de Jesus, André, irmão de Simão Pedro, disse: ‘Aqui há um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, o que é isso para tanta gente? Então Jesus disse: ‘Falem para o povo sentar. ’ Havia muita grama nesse lugar e todos sentaram. Estavam aí cinco mil pessoas, mais ou menos. Jesus pegou os pães agradeceu a Deus e distribuiu aos que estavam sentados. Fez a mesma coisa com os peixes. E todos comeram o quanto queriam. Quando ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: ‘Recolham os pedaços que sobraram, para não se desperdiçar nada. ’ Eles recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos pães que haviam comido .” (João 6, 1 –13) Nosso Senhor faz o anúncio da Eucaristia. Reparte o pão aos que têm fome. Desse momento em diante o peixe vira símbolo dos cristãos e o pão se transforma em alimento corporal e espiritual. “No dia seguinte, a multidão, que tinha ficado do outro lado do mar, viu que aí havia uma barca. Viu também que Jesus não havia subido na barca com os discípulos e que eles tinham ido sozinhos. Então chegaram outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde eles tinham comido o pão, depois que o Senhor agradeceu a Deus. Quando a multidão viu que nem Jesus nem os discípulos estavam aí, as pessoas subiam nas barcas e foram procurar Jesus em Cafarnaum. Quando encontraram Jesus no outro lado do lago, perguntaram: ‘Rabi, quando chegaste aqui?’ Jesus respondeu: ‘ Eu garanto a vocês: vocês estão me procurando não porque viram os sinais, mas porque comeram os pães e

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A Sagrada Eucaristia

O Pão da Vida

“Depois disso, Jesus foi para outra margem do mar da Galiléia, também chamado Tibiríades. Uma grande multidão seguia Jesus porque as pessoas viram os sinais que ele fazia, curando os doentes. Jesus subiu a montanha e sentou-se aí com seus discípulos. Estava próximo a Páscoa, festa dos judeus. Jesus ergueu os olhos e viu uma grande multidão que vinha ao seu encontro. Então Jesus disse a Felipe: ‘Onde vamos comprar pão para eles comerem?’ Jesus falou assim para testar Felipe, pois sabia muito bem o que ia fazer. Felipe respondeu: ‘Nem meio ano de salário bastaria para dar um pedaço para cada um. ’ Um discípulo de Jesus, André, irmão de Simão Pedro, disse: ‘Aqui há um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, o que é isso para tanta gente? Então Jesus disse: ‘Falem para o povo sentar. ’ Havia muita grama nesse lugar e todos sentaram. Estavam aí cinco mil pessoas, mais ou menos. Jesus pegou os pães agradeceu a Deus e distribuiu aos que estavam sentados. Fez a mesma coisa com os peixes. E todos comeram o quanto queriam. Quando ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: ‘Recolham os pedaços que sobraram, para não se desperdiçar nada. ’ Eles recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos pães que haviam comido.” (João 6, 1 –13) Nosso Senhor faz o anúncio da Eucaristia. Reparte o pão aos que têm fome. Desse momento em diante o peixe vira símbolo dos cristãos e o pão se transforma em alimento corporal e espiritual. “No dia seguinte, a multidão, que tinha ficado do outro lado do mar, viu que aí havia uma barca. Viu também que Jesus não havia subido na barca com os discípulos e que eles tinham ido sozinhos. Então chegaram outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde eles tinham comido o pão, depois que o Senhor agradeceu a Deus. Quando a multidão viu que nem Jesus nem os discípulos estavam aí, as pessoas subiam nas barcas e foram procurar Jesus em Cafarnaum. Quando encontraram Jesus no outro lado do lago, perguntaram: ‘Rabi, quando chegaste aqui?’ Jesus respondeu: ‘Eu garanto a vocês: vocês estão me procurando não porque viram os sinais, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos. Não trabalhem pelo alimento que se estraga; trabalhem pelo alimento que dura a vida eterna. É este o alimento que o Filho do Homem dará a vocês, porque foi ele que Deus Pai marcou com seu selo. ’ Então eles perguntaram: ‘O que é que devemos fazer para realizar as obras de Deus?’ Jesus respondeu: ‘A obra de Deus é que vocês acreditem naquele que ele enviou. ’ Eles perguntaram: ‘Que sinal realizas para que possamos ver e acreditar em ti? Qual é a tua obra? Nossos pais comeram o maná no deserto como diz a Escritura: ‘Ele deu-lhes um pão que veio do céu’. ’ Jesus respondeu: ‘Eu garanto a vocês: Moisés não deu para vocês o pão que veio do céu. É meu Pai quem dá para vocês o verdadeiro pão que vem do céu, porque o

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pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. ’ Então eles pediram: ‘Senhor, dá-nos sempre desse pão’.” (João 6, 22 – 34) A Eucaristia é o alimento que dura para a vida eterna, o verdadeiro pão do céu, o pão da vida, o pão de Deus. “Jesus disse: ‘Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede.” (João 6, 35) Nosso Senhor é Jesus Cristo o eterno alimento para o corpo, para a mente, para o coração e para a alma. O sustento da vida eterna. “As autoridades dos judeus começaram a criticar, porque Jesus tinha dito: ‘Eu sou o pão que desceu do céu’. ’’ (João 6, 41) Nosso Senhor sempre foi criticado por pessoas incrédulas, mas Cristo está eternamente certo em tudo que fala e faz. “Eu garanto a vocês: quem acredita possui a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os pais de vocês comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desceu do céu: quem dele comer nunca morrerá.” (João 6, 47 – 50) Nosso Senhor reafirma, quem come deste pão tem a vida eterna. Tenhamos a certeza de receber o corpo de Cristo como alimento. “E Jesus continuou: ‘Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come desse pão viverá para sempre. E o pão que eu vou dar é a minha própria carne, para que o mundo tenha vida. ’ As autoridades dos judeus começaram discutir entre si: ‘Como pode esse homem dar-nos a sua carne para comer?’ Jesus respondeu: ‘Eu garanto a vocês: se vocês não comem a carne do Filho do Homem e não bebem o seu sangue, não terão a vida em vocês. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e eu nele. E como o Pai, que vive me enviou e eu vivo pelo Pai, assim, aquele que me receber como alimento viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu . Não como o pão que os pais de vocês comeram e depois morreram. Quem come deste pão viverá para sempre’.” (João 6, 51 –58) Peço em nome de Deus Pai, pelo amor do Filho e pela ação do Espírito Santo. Não aja como os fariseus que não acreditavam que o corpo e o sangue de Cristo são verdadeiramente comida e bebida. Que outro trecho Nosso Senhor transmite tanta clareza e objetividade? Afirmando e reafirmando 15 vezes que devemos recebê-lo como alimento para termos a vida em nós. Que outra interpretação desta passagem poderia ter? Se não fosse verdadeira a expressão comer a carne e beber o sangue para ter a comunhão com Cristo e por conseqüência à vida eterna. Então por que tanta discussão com os fariseus? Leia outros trechos que Nosso Senhor discute assim com os fariseus e pense se em alguma delas há tanta clareza, objetividade e principalmente insistência de Nosso Senhor de convencer as pessoas sobre algo tão majestoso. “Depois que ouviram essas coisas, muitos discípulos de Jesus disseram: ‘Esse modo de falar é duro demais. Quem pode continuar ouvindo isso? ’ Jesus sabia que seus discípulos estavam criticando o que ele havia dito. Então lhes perguntou: ‘Isso escandaliza vocês? Imaginem então se vocês virem o Filho do Homem subir para o lugar onde estava antes! O Espirito é que dá a vida, a carne não serve para nada. As palavras que eu disse a vocês são espírito e vida. Mas entre vocês há alguns que não acreditam. ’ Jesus sabia

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desde o começo quais eram aqueles que não acreditavam e quem seria o traidor. E acrescentou: ‘É por isso que eu disse: Ninguém pode vir a mim se isso não lhe é concedido pelo Pai. ’ A partir desse momento, muitos discípulos voltaram atrás, e não andavam mais com Jesus. Então Jesus disse as Doze: ‘Vocês também querem ir embora?’ Simão Pedro respondeu: ‘A quem iremos Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Agora nós acreditamos e sabemos que tu és o Santo de Deus. (João 6, 60 –69) Nosso Senhor afirma mais uma vez que o que foi dito acima é a verdade da nossa fé. Uma verdade que chega a tal de ponto que, escandaliza até os discípulos. É preciso ter fé. “A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem.” (Hebreus 11, 1). E a falta desta fé fez com que muitos abandonassem Cristo porque não acreditavam na Comunhão Eucarística. Agora eu pergunto: será que se o pão e o vinho não fossem verdadeiramente o corpo e o sangue de Cristo teria causado tanta polemica entre os discípulos a ponto de Nosso Senhor perguntar se os apóstolos também o deixariam? Como quem diz: ou aceita a verdade ou me deixe. “A Eucaristia é "fonte e ápice de toda a vida cristã”. "Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa”." 1324 "A comunhão de vida com Deus e a unidade do povo de Deus, pelas quais a Igreja é ela mesma, a Eucaristia as significa e as realiza. Nela está o clímax tanto da ação pela qual, em Cristo, Deus santifica o mundo, como do culto que no Espírito Santo os homens prestam a Cristo e, por ele, ao Pai." 1325 “Finalmente, pela Celebração Eucarística a nos unimos à liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, quando Deus ser tudo em todos.” (1Cor 15,28). 1326

A Instituição da Eucaristia

“O milagre da multiplicação dos pães, quando o Senhor proferiu a bênção, partiu e distribuiu os pães a seus discípulos para alimentar a multidão, prefigura a superabundância deste único pão de sua Eucaristia. O sinal da água transformada em vinho em Caná já anuncia a hora da glorificação de Jesus. Manifesta a realização da ceia das bodas no Reino do Pai, onde os fiéis beberão o vinho novo, transformado no Sangue de Cristo.” 1335 “Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, tendo pronunciado a benção, o partiu, distribuiu aos discípulos e disse: ‘Tomem e comam, isto é o meu corpo. ’ Em seguida, tomou o cálice, agradeceu, e deu a eles dizendo: ‘Bebam dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados. Eu lhes digo: de hoje em diante não beberei desse fruto da videira, até o dia em que, com vocês, beberei o vinho novo no reino do meu Pai’.” (Mateus 26, 26 –29) A Primeira Missa foi realizada por Nosso Senhor durante a Última Ceia. Ao celebrarmos a Ceia do Senhor comemos a carne e bebemos o sangue do Cordeiro de Deus

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que tira todo o pecado do mundo. A Santa Eucaristia é a Nova Arca Aliança aberta para que todo o povo de Deus possa ser agraciado com os mistérios da fé. “Desde o século II temos o testemunho de S. Justiço Mártir sobre as grandes linhas do desenrolar da Celebração Eucarística, que permaneceram as mesmas até os nossos dias para todas as grandes famílias litúrgicas. Assim escreve pelo ano de 155, para explicar ao imperador pagão Antonino Pio (138-161) o que os cristãos fazem: "No dia 'do Sol', como é chamado, reúnem-se num mesmo lugar os habitantes, quer das cidades, quer dos campos. Lêem-se, na medida em que o tempo o permite, ora os comentários dos Apóstolos, ora os escritos dos Profetas. Depois, quando o leitor terminou, o que preside toma a palavra para aconselhar e exortar à imitação de tão sublimes ensinamentos. A seguir, pomo-nos todos de pé e elevamos nossas preces por nós mesmos (...) e por todos os outros, onde quer que estejam, a fim de sermos de fato justos por nossa vida e por nossas ações, e fiéis aos mandamentos, para assim obtermos a salvação eterna. Quando as orações terminaram, saudamo-nos uns aos outros com um ósculo. Em seguida, leva-se àquele que preside aos irmãos pão e um cálice de água e de vinho misturados. Ele os toma e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, no nome do Filho e do Espírito Santo e rende graças (em grego: eucharístia, que significa 'ação de graças' longamente pelo fato de termos sido julgados dignos destes dons. Terminadas as orações e as ações de graças, todo o povo presente prorrompe numa aclamação dizendo: Amém. Depois de o presidente ter feito a ação de graças e o povo ter respondido, os que entre nós se chamam diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água 'eucaristizados' e levam (também) aos ausentes".” 1345 “A liturgia da Eucaristia desenrola-se segundo uma estrutura fundamental que se conservou ao longo dos séculos até nossos dias. Desdobra-se em dois grandes momentos que formam uma unidade básica: a convocação, a Liturgia da Palavra, com as leituras, a homilia e a oração universal; a Liturgia Eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a ação de graças consecratória e a comunhão. Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística constituem juntas "um só e mesmo ato do culto"; com efeito, a mesa preparada para nós na Eucaristia é ao mesmo tempo a da Palavra de Deus e a do Corpo do Senhor. ”1346 “Por acaso não é exatamente esta a seqüência da Ceia Pascal de Jesus ressuscitado com seus discípulos? Estando a caminho, explicou-lhes as Escrituras, e em seguida, colocando-se à mesa com eles, "tomou o pão, abençoou-o, depois partiu-o e distribuiu-o a eles". 1347

A Celebração Eucarística

“O cálice da benção que nós abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo? E como há um único pão, nós, embora muitos somos um só corpo, pois partimos todos desse único pão.” (1 Coríntios 10 16 –17) Ao recebermos o corpo e o sangue de Cristo participamos da perfeição da vida espiritual e da plenitude dos sacramentos que, estão todos os presentes neste ato de fé. Exercendo a santa unidade na Igreja que é um só corpo e um só espírito.

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“Guarde para você, diante de Deus, a convicção que você tem. Feliz aquele que não condena a si mesmo na decisão que toma. Mas quem duvida e assim mesmo toma o alimento é condenado, pois seu comportamento não provém de uma convicção. E tudo que não provém de uma convicção é pecado.” (Romanos 14, 22 – 23) Tenhamos a decisão e sejamos convictos de que, Nosso Senhor está presente na Santa Eucaristia em corpo, sangue, alma e divindade. Cristo está todo inteiro em cada partícula, por mínimo fragmento que seja da Eucaristia. “Depois acrescenta: ‘Eis- me aqui para fazer a tua vontade. ’ Desse modo, Cristo suprime o primeiro culto para estabelecer o segundo. É por causa dessa vontade que nós fomos santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas.” (Hebreus 10, 9 – 10) É durante a Celebração Eucarística que A Igreja se faz verdadeiramente, todos os dias, Uma, Santa, Católica e Apostólica. “Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações. Em todos eles havia temor, por causa dos numerosos prodígios e sinais que os apóstolos realizavam. Todos que abraçavam a fé eram unidos e colocavam em comum todas as coisas; vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um. Diariamente, todos juntos freqüentavam o Templo e nas casas partiam o pão, tomando alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E a cada dia o Senhor acrescentava à comunidade outras pessoas que iam aceitando a salvação.” (Atos 2, 42 – 47) O Deus Trindade está presente na Celebração Eucarística, o Santo Sacrifício, corpo e sangue do Cordeiro Imolado. Por isto, toda a celebração é constituída em louvor e agradecimento em nome do Pai, em nome do Filho e em nome do Espírito Santo. “Irmãos, com toda segurança podemos entrar no santuário, por meio do sangue de Jesus. Ele inaugurou para nós esse caminho novo e vivo, através da cortina, isto é, da sua própria carne. Temos um sacerdote eminente à frente da casa de Deus. Aproximemo-nos, pois, de coração sincero, cheios de fé, com o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água pura. Sem vacilar, mantenhamos a profissão da nossa esperança, pois aquele que fez a promessa é fiel. Tenhamos consideração uns com os outros, para nos estimular no amor e nas boas obras. Não deixando de freqüentar as nossas reuniões, como alguns costumam deixar. Ao contrário, procuremos animar-mos sempre mais, principalmente agora que vocês estão vendo que se aproxima o Dia do Senhor.” (Hebreus 10, 19 – 25) Na Santa Eucaristia estão presentes todos os sinais de Nosso Senhor: a encarnação do verbo, a crucificação para lavar os pecados, a ressurreição vencendo a morte e a ascensão para a vida eterna. “Então Jesus entrou para ficar com eles. Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão e abençoou, depois partiu a eles. Nisso os olhos dos discípulos se abriram, e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles.” (Lucas 24, 13 - 35) Por que Nosso Senhor desapareceu? Como explicar essa passagem? “Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e eu nele. E como o Pai, que vive me enviou e eu vivo pelo Pai, assim, aquele que me receber como alimento viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu.” (João 6, 55 –57) Nosso Senhor desapareceu porque Ele é o pão abençoado e repartido.

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“A Eucaristia, sacramento de nossa salvação realizada por Cristo na cruz, é também um sacrifício de louvor em ação de graças pela obra da criação. No sacrifício eucarístico, toda a criação amada por Deus é apresentada ao Pai por meio da Morte e da Ressurreição de Cristo. Por Cristo, a Igreja pode oferecer o sacrifício de louvor em ação de graças por tudo o que Deus fez de bom, de belo e de justo na criação e na humanidade.” 1359 “A Eucaristia é um sacrifício de ação de graças ao Pai, unia bênção pela qual a Igreja exprime seu reconhecimento a Deus por todos os seus benefícios, por tudo o que ele realizou por meio da criação, da redenção e da santificação. Eucaristia significa, primeiramente, "ação de graças".” 1360 “A Eucaristia é também o sacrifício de louvor por meio do qual a Igreja canta a glória de Deus em toda a criação. Este sacrifício de louvor só é possível através de Cristo: Ele une os fiéis à sua pessoa, ao seu louvor e à sua intercessão, de sorte que o sacrifício de louvor ao Pai é oferecido por Cristo e com ele para ser aceito nele.” 1361

O Corpo e O Sangue

“De fato, quando se reúnem, o que vocês fazem não é comer a Ceia do Senhor, porque cada um se apressa em comer a sua própria ceia. E, enquanto um passa fome, outro fica embriagado. Será que vocês não têm suas casas onde comer e beber? Ou desprezam a Igreja de Deus e querem envergonhar aqueles que nada têm? O que vou dizer para vocês? Devo elogiá-los? Não! Nesse ponto eu não os elogio. De fato, eu recebi pessoalmente do Senhor aquilo que transmiti para vocês. Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, o partiu e disse: ‘Isto é o meu corpo que é para vocês; façam isto em memória de mim. ’ Do mesmo modo, após a Ceia, tomou também o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que vocês beberem dele, façam isso em memória de mim. ’ Portanto, todas as vezes que vocês comem deste pão e bebem deste cálice, estão anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. Por isso, todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Portanto, cada um examine a si mesmo antes de comer deste pão e beber deste cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação.” (1 Coríntios 11 20 –29) Esta passagem é o mais antigo testemunho sobre a Eucaristia, foi escrito no ano 56, mais de dez anos antes dos Evangelhos. Entre as nossas observações podemos dizer primeiro que, pelo Espírito Santo, o Apóstolo teve seu encontro pessoal com Cristo que lhe transmitiu A Santa Celebração. Segundo: se fosse apenas uma simples celebração como alguém pode ser réu do corpo e do sangue do Senhor se este pão e este vinho não tem a presença de Cristo? Terceiro: se qualquer um pudesse cear; por que deve haver um exame de consciência? Quarto: se fosse um simples pedaço de pão e apenas um cálice de vinho. Por que é preciso discernir o corpo? Por que a falta de discernimento do corpo de Cristo em comparação a qualquer pão e vinho gera a própria condenação? Quinto: se a celebração do corpo e do sangue de Cristo fosse apenas uma solene lembrança ou uma simbólica representação, então por que tanto argumento bíblico com uma luta fervorosa de Nosso

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Senhor e do maior dos apóstolos para que as pessoas acreditem que esta é mais divina liturgia celebrada no mundo? “O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: "É uma só e mesma vítima, é o mesmo que oferece agora pelo ministério dos sacerdotes, que se ofereceu a si mesmo então na cruz. Apenas a maneira de oferecer difere". "E porque neste divino sacrifício que se realiza na missa, este mesmo Cristo, que se ofereceu a si mesmo uma vez de maneira cruenta no altar da cruz, está contido e é imolado de maneira incruenta, este sacrifício é verdadeiramente propiciatório".” 1367 “A Eucaristia é também o sacrifício da Igreja. A Igreja, que é o corpo de Cristo, participa da oferta de sua Cabeça. Com Cristo, ela mesma é oferecida inteira. Ela se une à sua intercessão junto ao Pai por todos os homens. Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo se torna também o sacrifício dos membros de seu Corpo. A vida dos fiéis, seu louvor, seu sofrimento, sua oração, seu trabalho são unidos aos de Cristo e à sua oferenda total, e adquirem assim um valor novo. O sacrifício de Cristo, presente sobre o altar, dá a todas as gerações de cristãos a possibilidade de estarem unidos à sua oferta. Nas catacumbas, a Igreja é muitas vezes representada como uma mulher em oração, com os braços largamente abertos em atitude de orante. Como Cristo que estendeu os braços na cruz, ela se oferece e intercede por todos os homens, por meio dele, com ele e nele.” 1368 “A missa é ao mesmo tempo e inseparavelmente o memorial sacrifical no qual se perpetua o sacrifício da cruz, e o banquete sagrado da comunhão no Corpo e no Sangue do Senhor. Mas a celebração do Sacrifício Eucarístico está toda orientada para a união íntima dos fiéis com Cristo pela comunhão. Comungar é receber o próprio Cristo que se ofereceu por nós.” 1382 “O altar, em tomo do qual a Igreja está reunida na celebração da Eucaristia, representa os dois aspectos de um mesmo mistério: o altar do sacrifício e a mesa do Senhor, e isto tanto mais porque o altar cristão é o símbolo do próprio Cristo, presente no meio da assembléia de seus fiéis, ao mesmo tempo como vítima oferecida por nossa reconciliação e como alimento celeste que se dá a nós. "Com efeito, que é o altar de Cristo senão a imagem do Corpo de Cristo?”- diz Santo Ambrósio; e alhures: "O altar representa o Corpo [de Cristo], e o Corpo de Cristo está sobre o altar". A liturgia exprime esta unidade do sacrifício e da comunhão em muitas orações. Assim, a Igreja de Roma ora em sua anáfora: Nós vos suplicamos que ela seja levada à vossa presença, para que, ao participarmos deste altar, recebendo o Corpo e o Sangue de vosso Filho, sejamos repletos de todas as graças e bênçãos do céu.” 1383 Nosso Senhor iniciou suas obras com o milagre nas bodas de Caná, transformando a água em vinho como prefiguração do vinho transformado em seu Sangue. E sua última obra em vida, antes da morte na cruz, foi a Santa Ceia em que instituiu A Sagrada Eucaristia. Isto, para que a vida da Igreja e de todos os cristãos tenha sua plenitude, do inicio ao fim, no Santo Sacrifício de Cristo.