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QUALIDADE URBANA AMBIENTAL E PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS: UM ESTUDO SOBRE O PARQUE DO POVO DE PRESIDENTE PRUDENTE – SP.
Nome: Fernanda Berguerand Xavier
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Alba Regina Azevedo Arana
Presidente Prudente – SP
2014
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Resumo
Em Presidente Prudente – SP, o Parque do Povo é um espaço verde urbano que se constitui o principal espaço público de lazer e esportes da cidade, intensamente frequentado para o uso de seus gramados, calçadas circundantes, quadras esportivas e pistas de cooper, ciclismo e skate. Considerações a respeito da relação direta e positiva entre qualidade urbana ambiental satisfatória e parques verdes urbanos são constantemente trazidas em estudos recentes. Entre inúmeros benefícios, esses locais promovem oportunidades para a prática de atividades físicas. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo verificar a relação entre a qualidade ambiental urbana e a prática de atividades físicas, e ainda discutir a importância dos parques verdes urbanos como possíveis incentivadores dessa prática e potenciais atores em estratégias ambientais de promoção de saúde. A metodologia recairá numa pesquisa de abordagem qualiquantitativa que será realizada em duas etapas. O nível de atividade física e características do uso/usuários do parque serão coletados através do System for Observing Play and Recreation in Communities (SOPARC). Este instrumento que se baseia em observações sistemáticas (scans) de áreas alvo selecionadas tem se mostrado confiável, sendo largamente utilizado a nível internacional para avaliar parques e espaços públicos abertos e recentemente foi utilizado no Brasil. Também será feito o uso de questionário construído para atingir os objetivos propostos, que será aplicado a 200 frequentadores do parque que sejam maiores de 18 anos e estejam praticando exercício físico no local da pesquisa. Para a análise sistemática dos resultados será necessária uma analogia entre as literaturas selecionadas na revisão bibliográfica e as informações coletadas.
Palavras-chave: qualidade ambiental urbana; planejamento urbano; atividades físicas; promoção de saúde; áreas verdes; parques urbanos; Parque do Povo; Presidente Prudente.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO E
JUSTIFICATIVA............................................................................4
2. OBJETIVOS..............................................................................................................6
2.1. Objetivo Geral........................................................................................................6
2.2. Objetivos Específicos.............................................................................................6
3. HIPÓTESE................................................................................................................6
4. REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................7
4.1. QUALIDADE URBANA AMBIENTAL, PLANEJAMENTO E ESPAÇOS
VERDES.....7
4.1.1. Qualidade Urbana Ambiental................................................................................7
4.1.2. Planejamento Urbano Ambiental.........................................................................11
4.1.3. Espaços Livres e Áreas Verdes nas cidades......................................................14
4.2. EXERCÍCIO FÍSICO, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA.......................................19
4.2.1. Conceito de Atividade Física e Saúde................................................................19
4.2.2. Benefícios da Atividade Física em Saúde...........................................................22
4.2.3. Qualidade de Vida relacionada à Saúde.............................................................24
4.3. ATIVIDADES FÍSICAS EM AMBIENTES VERDES URBANOS............................27
5 . METODOLOGIA.......................................................................................................30
REFERÊNCIAS.............................................................................................................36
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
Analisar a qualidade urbana ambiental de um determinado local é
um importante subsídio para o planejamento urbano, visto que uma abordagem
baseada em evidências é essencial e o conhecimento científico detalhado
juntamente com a coleta de dados é um importante passo para implementar
programas ambientais com o objetivo de proteger a população.
Considerações a respeito da relação direta e positiva entre
qualidade urbana ambiental satisfatória e espaços urbanos que privilegiem a
natureza são constantemente trazidas em estudos recentes. “Considera-se que
para que determinado espaço urbano possa apresentar qualidade ambiental
satisfatória, torna-se condição necessária uma composição paisagística que
privilegie, sobretudo, mas não somente, a vegetação; vista desde um simples
gramado às mais frondosas espécies arbóreas. Nessas condições, a
vegetação constitui componente chave da qualidade ambiental, embora outros
componentes também sejam necessários ao alcance de um padrão mínimo de
qualidade do ambiente como os espaços livres públicos destinados ao lazer e a
coerência entre os padrões de edificações desse ambiente” (GOMES;
SOARES, 2004).
Um espaço urbano de qualidade é um fator decisivo para a
melhor qualidade de vida de uma população. Uma série de estudos tem
mostrado que a vida em ambientes mais naturais influencia positivamente a
autopercepção de saúde das pessoas e levam a um menor risco de
mortalidade (MAAS et al, 2008). Díaz (2010) considera que a vegetação torna o
ambiente muito mais atrativo, dá a sensação de refúgio do dia-a-dia, alivia o
stress e estimula as pessoas à prática de atividades físicas.
Se existe essa relação positiva entre áreas verdes urbanas e
encorajamento para a prática de exercícios físicos, e sabe-se que uma vida
fisicamente ativa traz inúmeros benefícios em muitos determinantes de saúde,
os espaços urbanos de qualidade têm que ser vistos com devida importância
na estratégia de promoção de saúde – direito de todos. A promoção da saúde
é, de acordo com as leis federais, a ferramenta mais importante da Saúde
Pública. Desde os anos 70 que se sabe que os serviços de saúde são
insuficientes, por si sós, para obter ganhos em saúde. “De fato, tem-se vindo a
verificar ser necessário expandir a avaliação, o planejamento e as ações de
saúde pública para além do campo restrito do setor da saúde” (SANTANA et al,
2010). Se forem constatados os benefícios em saúde que as pessoas podem
atingir com o uso de áreas verdes públicas, melhorias nos parques da cidade e
até a implantação de novas áreas podem ser vistas como alternativa para a
melhoria do quadro de saúde de uma população.
Em Presidente Prudente – SP, o Parque do Povo é um espaço
verde urbano que se constitui o principal espaço público de lazer e esportes da
cidade, intensamente frequentado para o uso de suas pistas de cooper,
quadras esportivas, pistas de skate, gramados e calçadas que o circundam.
(SAWADA el al, 2007)
Espaços como esse possuem grande importância no contexto das
cidades na sociedade contemporânea por serem espaços de integraçãoe de
nos apresentarem diferentes manifestações no decorrer de sua produção e
seus usos. Eles possuem função social (à medida que proporcionam encontro
e lazer e promovem a socialização dos indivíduos), função organizacional
(organizam a infraestrutura da cidade e configuram o desenho urbano), função
ecológica (estruturam áreas de proteção ao ambiente) e função cultural (já que
fortalecem a identidade local) (BORTOLO, 2010).
Inicialmente projetado para recuperar uma área de fundo de vale,
o Parque do Povo passou por muitas dificuldades no decorrer de sua
implantação. Fatores naturais e financeiros por vezes inviabilizaram e
paralisaram o desenvolvimento da área. Como decorrência dos investimentos
realizados pelo Poder Público, tanto a área do parque como o seu entorno
vieram a sofrer transformações bastante significativas na sua configuração
espacial, fazendo com que o local seja hoje um dos espaços mais importantes
da cidade, visto por muitas pessoas como o verdadeiro cartão postal de
Presidente Prudente. (SAWADA et al, 2007)
Observado o grande fluxo de pessoas que diariamente utilizam as
dependências do Parque do Povo, é importante analisar de que maneira esse
espaço traz a autopercepção de saúde dos prudentinos e atuam na busca de
bem-estar através de uma vida fisicamente ativa.
Reconhecendo a interdisciplinaridade dos estudos ambientais é
importante também estudar qual o perfil dos atuais frequentadores do parque e
qual o raio de abrangência dessas áreas frequentadas, para que, havendo a
constatação de influência positiva dessas áreas no quadro de saúde dos
frequentadores, essas informações possam servir de base para reflexões a
respeito de qualidade ambiental urbana da cidade, bem como para a
possibilidade de futuras melhorias e até implantação de novos espaços verdes.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Verificar a relação entre a qualidade ambiental urbana e a prática de atividades físicas.
2.2 Objetivos Específicos
Discutir o conceito de qualidade urbana ambiental e sua importância na qualidade de vida, saúde e na prática de atividades físicas.
Verificar as razões que levam as pessoas à prática de exercícios físicos em áreas verdes urbanas.
Apresentar a importância do Parque do Povo em Presidente Prudente para a realização de atividades físicas e sua relevância com a qualidade urbana ambiental.
Apresentar o perfil dos praticantes de exercício físico que frequentam o Parque do Povo, bem como caracterizar as formas de utilização desse espaço.
3. HIPÓTESE
A hipótese adotada neste trabalho é que as áreas verdes urbanas
contribuem para uma melhor qualidade ambiental (GOMES; SOARES, 2004) e
para a prática de atividades físicas nas urbes (MAAS et al, 2008; Crompton,
1999). O conforto ambiental dos locais verdes urbanos soma-se à função de
embelezamento da cidade, bem como às funções de lazer, qualidade urbana
ambiental e prática de atividades físicas, permitindo que o indivíduo venha a se
integrar com a natureza e trazer benefícios para sua saúde.
Desta forma, o “Parque do Povo” em Presidente Prudente -SP em razão
de sua localização, função como área verde e infraestrutura, possibilita a
qualidade urbana ambiental no município corroborando para a prática de
atividades físicas. A prática regular de exercícios físicos traz inúmeros
benefícios à saúde da população e ainda muitos determinantes de saúde física,
social e afetiva (ARAÚJO & ARAÚJO, 2000).
4-REVISÃO DE LITERATURA
4.1. QUALIDADE URBANA AMBIENTAL, PLANEJAMENTO E ESPAÇOS VERDES
A análise da qualidade ambiental surge da necessidade de melhorias
nas condições ambientais e de vida nas paisagens urbanas que, por sua vez,
tem relação direta com um adequado planejamento urbano e relação indireta
com questões específicas e não menos importantes como a presença de
espaços verdes nas cidades.
4.1.1 Qualidade Urbana Ambiental
A qualidade ambiental envolve muitas questões, como a complexidade
dos elementos culturais, sociais, econômicos, políticos, ambientais e, às vezes,
implica em choques conceituais e nos métodos de análises, associando muitas
áreas do conhecimento.
Machado (1997, apud PINA; SANTOS, 2012) indica que a qualidade
ambiental é de difícil definição e está intimamente relacionada à qualidade de
vida, pois deve existir uma interação e um equilíbrio entre o meio ambiente e as
atividades que envolvem a vida do ser humano.
Para a busca de indicadores favoráveis de qualidade urbana ambiental,
é preciso alcançar a definição de um método que seja capaz de diagnosticar as
interações dos sistemas natural e antrópico e as reais condições propícias para
a qualidade de vida. Com base no trabalho realizado por Nucci (2008), alguns
indicadores de qualidade ambiental são listados como fundamentais para a
qualidade de vida em ambientes urbanos:
Clima: o processo de urbanização pode modificar o clima em
função da alteração da superfície – uso e ocupação do solo –
bem como pelo aumento do calor, dada a alteração dos ventos,
da umidade relativa do ar e das precipitações. As consequências
imediatas são: diminuição da radiação solar, da velocidade do
vento e da umidade do ar, além do aumento da temperatura, da
precipitação e de névoas. Nesse caso, a impermeabilização do
solo, a falta de espaços livres de construção e a verticalização
diminuem a evaporação e aumentam a capacidade térmica da
área, formando, assim, as ilhas de calor. Com isso, o ar da cidade
torna-se mais quente;
Poluição atmosférica: a poluição do ar consiste na mudança de
sua composição e de suas propriedades, principalmente em
função das emissões de poluentes. Entende-se como poluente
atmosférico qualquer forma de matéria orgânica ou energia com
intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou
características que tornam o ar nocivo à saúde humana, ao bem-
estar público e à vida de diversas espécies da fauna e da flora;
Poluição sonora: as principais fontes de poluição sonora são os
meios de transporte terrestre, os aeroportos, as obras de
construção civil, as atividades industriais, além das condutas
diárias das pessoas. Com relação à saúde propriamente dita, a
exposição a ruídos pode causar enxaquecas, úlceras,
esterilidade, doenças nos rins e do fígado, falta de resistência,
entre outros;
Cobertura vegetal: a cobertura vegetal corresponde às áreas
providas de vegetação do tipo herbácea, arbustiva ou arbórea,
podendo estar em áreas públicas ou privadas. As áreas de
cobertura vegetal podem ser jardins, praças, parques, canteiros,
áreas protegidas, entre outros;
Áreas verdes e espaços livres de construção: as áreas verdes são
espaços livres vegetados, acessíveis ao uso direto da população,
portanto, não abrangem os espaços privados como clubes,
jardins, entre outros. O índice de área verde, importante
informação para o estudo da qualidade ambiental, é a relação
entre a densidade populacional e a totalidade de áreas verdes de
uma certa localidade. Já os espaços livres de construção são
áreas não edificadas de uma dada localidade pública ou privada,
independente do seu uso, podendo ou não ter vegetação, além da
presença de águas superficiais. Os espaços livres de construção
públicos localizados em áreas urbanas são geralmente
destinados ao lazer, a exemplo dos parques, zoológicos, jardins
botânicos, quadras poliesportivas, praças, entre outros.
A qualidade de vida urbana está diretamente atrelada a vários fatores
reunidos na infraestrutura, no desenvolvimento econômico-social e àqueles
ligados à questão ambiental. Dubus (1971, apud MACHADO, 1997) ressalta
que medir a qualidade ambiental de um determinado local é um desafio
complexo, já que qualidade ambiental é um aspecto que muitos autores
afirmam ser subjetivo. O autor afirma que a dificuldade de se definir o que se
entende por qualidade ambiental “reside no fato de que qualidade envolve
gostos, preferências, percepções, valores, o que torna difícil de se chegar a um
consenso”.
A despeito dessa dificuldade, há porém um consenso quando se
relaciona qualidade ambiental urbana e vegetação. “Considera-se que para que
determinado espaço urbano possa apresentar qualidade ambiental satisfatória,
torna-se condição necessária uma composição paisagística que privilegie,
sobretudo, mas não somente, a vegetação; vista desde um simples gramado
às mais frondosas espécies arbóreas. Nessas condições, a vegetação constitui
componente chave da qualidade ambiental, embora outros componentes
também sejam necessários ao alcance de um padrão mínimo de qualidade do
ambiente como os espaços livres públicos destinados ao lazer e a coerência
entre os padrões de edificações desse ambiente” (GOMES; SOARES, 2004).
Sobre essa relação direta entre qualidade urbana ambiental e áreas
verdes, Richter & Bocker afirmam:
A qualidade ambiental urbana está diretamente ligada ao acesso dos moradores à quantidade, qualidade e distribuição de espaços livres de construção que possam permitir um saudável contato com a natureza, propiciando também possibilidades de socialização e expressão cultural; portanto, uma combinação entre conservação da natureza, conservação da flora e da fauna, conservação do solo, funções climáticas e as necessidades da população em relação à recreação e relaxamento em contato com a natureza. Nesse caso, é essencial a implantação de espaços livres urbanos que possam satisfazer os diversos interesses humanos das mais variadas formas (RICHTER; BÖCKER, 1998,p.56).
Este trabalho tratará especificamente da importância das áreas verdes
no subitem 2.3 deste mesmo capítulo.
Alguns fatores podem ser associados à influência na queda da qualidade
ambiental, nas paisagens urbanas. Jacobi (2004, apud PINA; SANTOS, 2012)
associa a esses fatores, as seguintes questões:
1) Redução de áreas verdes, o que implica na excessiva
impermeabilização do solo e na multiplicação de áreas críticas de ocorrências
de enchentes, com impactos ambientais, sociais e econômicos sobre toda a
estrutura da cidade, perdurando praticamente por todo o ano;
2) A falta de medidas práticas mais definidas, de curto prazo e de
políticas para controlar a poluição do ar;
3) Uma procrastinação séria na rede de transporte público, e em
diversos casos de metrô e de outras alternativas mais adequadas para o
transporte público, de forma a possibilitar uma redução no uso do automóvel;
4) Uma séria procrastinação na expansão das redes de esgotos;
5) A contaminação da maioria dos mananciais de água e dos rios dentro
das cidades, e o risco que isto significa para a população, principalmente nas
áreas de enchentes;
6) A exaustão das alternativas convencionais para o despejo de lixo e os
problemas resultantes da contaminação das águas subterrâneas e da
superfície pelo chorume.
Nesse contexto, analisar a qualidade urbana ambiental torna-se
importante e depara-se com elementos que podem ser necessários para a
tomada de medidas que possam ser incorporadas ao planejamento, com o
objetivo de diminuição dos impactos da degradação ambiental, pois o controle
e a melhoria da qualidade ambiental, na maioria dos casos, significam custos
para as administrações públicas.
Sendo assim, ao analisar uma paisagem urbana é preciso observar o
contexto econômico, social, ambiental e cultural, sendo imprescindível a
compreensão de suas relações e interações, já que as atividades
desenvolvidas nessas paisagens, associadas ao adequado planejamento e
infraestrutura, podem influenciar no aumento da qualidade do ambiente. A
qualidade ambiental surge então como fator imprescindível a ser considerada
nas análises e pesquisas relacionadas às paisagens urbanas e no seu
planejamento.
4.1.2 Planejamento Urbano Ambiental
A busca pelo desenvolvimento de novas práticas e reflexões
relacionadas ao planejamento urbano tem sido evidenciada no Brasil e no
mundo pelo elevado número de pesquisas e estudos técnicos e científicos
realizados nos últimos anos. No Brasil, ações de controle e regulação sobre o
planejamento, a gestão e o desenvolvimento urbanos estão sob competência
do Poder Público Municipal, de acordo com a Constituição Federal de 1988 em
seu capítulo sobre política urbana.
O planejamento urbano constitui um processo político-administrativo de
governo que, embora deva estar embasado em conhecimentos teóricos,
necessita estar definido como políticas e diretrizes práticas; portanto verifica-se
a relação do planejamento urbano com as políticas urbanas (FERRARI, 1991,
apud ALBANO, 2013).
O processo de planejamento urbano tem como finalidade ordenar,
articular e equipar o espaço, de maneira racional, direcionando a malha
urbana, assim como suas áreas ou zonas, a determinados usos e funções.
Contudo, a ideia de processo de planejamento está pautada na compreensão
de que somente ocorre eficazmente se houver todas as fases de
desenvolvimento técnico: levantamentos e diretrizes, projeto, execução, e
reanálise (PHILIPPI Jr, ROMERO, BRUNA, 2004, apud ALBANO, 2013).
A complexidade dos desafios urbanos requer um trabalho
multidisciplinar, na construção de caminhos alternativos para superar as
problemáticas que envolvem múltiplas e diferenciadas questões urbanas,
regionais, nacionais e internacionais (GUEL, 1997, apud REZENDE, 2007). As
decisões sobre a organização do espaço e da vida social ultrapassam a
problemática e a competência técnico-instrumental dos planejadores e
tecnocratas, configurando uma situação que exige o diálogo, a comunicação e
a interação consciente dos envolvidos (RATNNER, 1974, apud REZENDE,
2007).
Mendonça (1994), (apud CAPORUSSO; MATIAS, 2008) salienta que, a
falta de planejamento na orientação do desenvolvimento das cidades no Brasil
gerou ambientes urbanos com elevados níveis de degradação, não somente
porque o planejamento urbano não consegue alcançar o rápido processo de
urbanização, mas também porque se observa um desinteresse político para a
criação e implementação de mecanismos de combate ao declínio da qualidade
de vida no ambiente urbano.
Douglas (1987, apud AVAREZ, 2004) comenta que muito dos problemas
das cidades não são amenizados por falta de comunicação entre os cientistas,
os planejadores e os tomadores de decisão. Ainda que se façam grandes
projetos com adequabilidade ambiental e se tenha vontade política de implantá-
los, sem o envolvimento da população, qualquer estudo nessa área de
melhoria das condições da cidade ficaria anulado.
Cada cidade possui características próprias, e, portanto, devem ser
consideradas suas particularidades no desenvolver do planejamento. Não há
como definir um padrão de política, direcionamento e ação únicos com
aplicação a todas as cidades; devendo cada uma, estipular estratégias voltadas
à busca da sustentabilidade, ou seja, cada cidade precisa encontrar suas
próprias soluções para seus problemas urbanos (OLIVEIRA FILHO, 1999 apud
ALBANO, 2013). Ao planejador cabe o papel de analisar a realidade da cidade
e a partir disso propor soluções para os problemas já enraizados e aqueles que
surgem no decorrer do tempo, lembrando que existem inúmeros obstáculos
que dificultam a implementação dos planos.
No Brasil a falta de políticas de ordenação para o crescimento das
cidades tem contribuído para a degradação da qualidade ambiental e de vida
da população, principalmente naquelas onde a aglomeração humana e de
atividades já assumiu certo porte.
O Planejamento Urbano Ambiental configura-se numa combinação entre
o planejamento e a análise ambiental, visando ao uso racional dos recursos
naturais, de modo que se respeite os limites e sua capacidade de suporte a fim
de melhorar as condições de vida da população residente nas urbes (MARIA,
2012).
O objetivo principal do Planejamento Ambiental é a garantia de forma
ampla das condições ecológicas para o desenvolvimento da produção social,
por meio do uso racional e da proteção dos recursos do meio ambiente. O
Planejamento Urbano Ambiental deve ser articulado através de quatro níveis
integrados, são eles: "a organização ambiental do território; a avaliação
ambiental de projetos; a auditoria e peritagem ambiental e a gestão do modelo
de Planejamento Ambiental" (RODRIGUES, 1994, p.584, apud ALBANO,
2013).
O discurso relacionado aos problemas ambientais tem como alicerce
questões ligadas à ética, cidadania, valores culturais, aspectos econômicos e
políticos. Por ser o habitat do homem, o ambiente urbano deve ser pensado e
planejado de forma a garantir não apenas a sobrevivência, mas a vida da
sociedade.[...] o comportamento humano é regido não só por parâmetros éticos e sociais, mas também por fatores ambientais. Ora, em um ambiente urbano que constitui o verdadeiro ‘habitat’ e ‘nicho’ do ser humano, obviamente, ele deve (ou deveria ser) o ponto central de referência
quando da tomada de decisão pela autoridade constituída, ou no nível da própria cidadania. (NUCCI, 2001, apud MARIA, 2012, p.77)
De acordo com Avarez (2004), o verde é o elemento mais frágil das
cidades, uma vez que sofre diretamente os efeitos da ação antrópica,
representada pelas pressões da urbanização e do adensamento populacional.
Para garantir um mínimo de bem estar à população, o autor afirma que é
preciso quantificar o verde nas urbes: “No planejamento urbano, é necessário
realizar um bom diagnóstico da presença de vegetação, de modo a servir de
subsídio para delinear um plano de ação para a implantação de espaços
verdes e manejo da vegetação existente”.
Morero et al (2007) afirmam que:
[...] apesar do conhecimento acadêmico da importância das áreas verdes urbanas, há uma tendência de se “economizar espaços para o lazer”, principalmente nas zonas urbanas mais pobres e, como conseqüência, pode-se causar a deterioração da qualidade de vida dos habitantes. (MORERO, 2007,p.43)
A confirmação da importância das áreas verdes urbanas como uma
categoria de espaço livre de construção pode reforçar ainda mais a ideia de
conservação e preservação da biodiversidade, surgindo a partir daí a questão
da sustentabilidade urbana, capaz de influenciar diretamente a qualidade
ambiental e, por consequência, a qualidade de vida. Dessa forma, o
planejamento e gestão ambiental das áreas verdes devem considerar, cada
vez mais, a necessidade de incluir a visitação pública como um elemento
essencial para a difusão de uma sensibilidade ambiental, passando a investir
na infraestrutura local necessária (PINA; SANTOS, 2012).
Um planejamento urbano de qualidade considera a presença da
vegetação intraurbana como fator essencial para a qualidade urbana ambiental
e consequente aumento de qualidade de vida. O levantamento de sistemas de
lazer que podem compor áreas verdes subsidia a realização de um
planejamento adequado da ocupação do solo, em espaços urbanos.
4.1.3 Espaços Livres e Áreas Verdes nas cidades
Espaço livre é um termo abrangente que inclui os termos área verde,
parque urbano, praça, sistema de lazer, jardim, área de preservação
permanente e áreas particulares dentro dos limites urbanos. Segundo Miller
(1997), o primeiro critério para se estabelecer um espaço livre deveria ser o de
um local onde a maioria da população teria acesso. O lazer e a recreação,
segundo Avarez (2004), são a função primordial desses espaços para a
maioria da literatura.
Llardent (1982, apud LOBODA; ANGELIS, 2005) retrata a história das
funções urbanas desses espaços livres dizendo que: “a cidade é um conjunto
de elementos, sistemas e funções entrelaçados”. Este é um marco concreto,
onde deve contemplar a evolução dos espaços livres como um dos principais
sistemas que formam o organismo urbano.
Guzzo (1999, apud AVAREZ, 2004) delega uma importância ainda maior
para esses espaços, afirmando que a existência de espaços livres urbanos
expressa o significado de qualidade ambiental e de vida de uma cidade.
Espaço verde ou área verde são termos relativamente novos que têm
origem do movimento de conservação da natureza urbana. Para Avarez (2004),
as expressões “espaço verde” e “espaço livre” são usadas livremente e de
modo intercambiável em muitos estudos, mas a ausência de uma definição
consensual sobre essa terminologia não é bem aceita para alguns autores, que
defendem a padronização do termo.
Lima et al. (1994) consideram que é necessário um esforço para que os
termos utilizados para classificação da vegetação urbana sejam discutidos de
forma convergente. Para eles, espaço livre é um termo mais abrangente que
áreas verdes, e admitem que entre os espaços livres tem-se:
Área verde: onde há o predomínio de vegetação arbórea. Devem
ser consideradas as praças, os jardins públicos e os parques
urbanos, além dos canteiros centrais e trevos de vias públicas,
que tem apenas funções estéticas e ecológicas. Porém, as
árvores que acompanham o leito das vias públicas não se incluem
nesta categoria. Os autores apontam que as áreas verdes, assim
como todo espaço livre, devem também ser hierarquizadas,
segundo sua tipologia (privadas, potencialmente coletivas ou
públicas) e categorias.
Parque Urbano: são áreas verdes, maiores que as praças e
jardins, com função ecológica, estética e de lazer.
Praça: pode não ser considerada uma área verde caso não tenha
vegetação e seja impermeabilizada. Quando apresenta vegetação
é considerada jardim, e como área verde sua função principal é
de lazer.
De acordo com esse entendimento e considerando as áreas verdes
como uma categoria dos espaços livres de construção, Mazzei et al. (2007)
ressaltam que estes termos não são sinônimos e que o planejamento das
áreas verdes visa “atender a demanda da comunidade urbana por espaços
abertos que possibilitem a recreação, o lazer e a conservação da natureza”
(p.35). Em suas concepções,
[...] as áreas verdes não são necessariamente voltadas para recreação e lazer como objetivos básicos dos espaços livres, porém devem ser dotadas de infraestrutura e equipamentos para oferecer opções de lazer e recreação às diferentes faixas etárias, a pequenas distâncias da moradia (que possam ser percorridas a pé). (MAZZEI et al., 2007,p.45)
Alguns planos sobre espaços verdes nas cidades desconsideram seu
papel multifuncional. Muitas decisões são baseadas apenas em estética e em
custo. O que ainda está faltando, na maioria das cidades, é uma visão sobre o
papel dos espaços verdes, uma compreensão de que eles formam uma
estrutura verde que pode ser usada como um recurso em benefício dos
habitantes e para aumentar a sustentabilidade do meio (Beer & Higgins, 2000
citados por Avarez, 2004).
Beer et al. (2003) mostraram que a presença de espaços verdes
urbanos exerce várias funções:
apoio recreacional, experiencial e à necessidade de saúde de
pessoas locais e visitantes;
estímulo para que as pessoas desfrutem um tempo de lazer nos
locais onde vivem, reduzindo o uso de veículos;
fornecimento de oportunidades para que moradores urbanos
permaneçam em lugares relativamente quietos;
relação de um sentimento de orgulho da comunidade em relação à
sua localidade;
apoio ao desenvolvimento e manutenção da biodiversidade em áreas
urbanas;
fornecimento de área para deposição de dejetos biodegradáveis;
contribuição para a limpeza do ar, pela retirada de partículas por
meio das copas das árvores e dos arbustos;
redução do efeito de ilhas de calor urbanas;
aumento da atratividade econômica de uma cidade.
Espaço livre é definido como aquela parte da área urbana que contribui
para amenizar a vista, dando uma percepção positiva da paisagem urbana e/ou
que tem a virtude de permitir acesso público. É uma combinação de espaço
verde urbano com espaço público. Este conceito concorda, em termos gerais,
com o de Espaço Verde Urbano. Os responsáveis pelo planejamento e manejo
de parques usam o termo “espaço livre” para se referir a acesso público, de
responsabilidade de autoridades locais (AVAREZ, 2004).
A manutenção das áreas verdes urbanas sempre foi justificada pelo seu
potencial em propiciar qualidade ambiental à população. Ela interfere
diretamente na qualidade de vida dos seres por meio das funções sociais,
ecológicas, estéticas e educativas, que elas exercem para amenização das
consequências negativas da urbanização (CAPORUSSO; MATIAS, 2008). O
impacto do espaço verde sobre a saúde é cada vez mais reconhecido, mas
esse tema ainda precisa influenciar mais o urbanismo.
De acordo com Díaz (2010) a presença de vegetação abundante é um
dos fatores mais importantes que influencia o uso dos espaços abertos e se
encontra indissociavelmente vinculado à qualidade do projeto. A autora chama
a atenção para a importância desses espaços verdes urbanos na umidificação
e purificação do ambiente das cidades, produção de oxigênio, proteção da
fauna, amortecimento de efeitos sonoros e seu papel essencial como
reguladores de iluminação e microclima, além de outras vantagens ambientais
e estéticas.
Jim e Chen (2003, apud BENINI, 2009) consideram que as áreas verdes
urbanas são “universalmente avaliadas como locais de recreação, refúgio de
vida selvagem e ingrediente essencial para uma cidade habitável”
De acordo com Benini (2009), em síntese, essas áreas verdes
contribuem para o conforto ambiental dos locais onde estão inseridas. Somam-
se a estas funções a de embelezamento da cidade, bem como, a função do
lazer, onde o homem pode afastar a angustia da cidade de concreto,
permitindo que o indivíduo venha a se integrar com a natureza. Em uma tese
que objetiva conceituar o termo “área verde pública”, a autora Considera “área
verde pública todo espaço livre (área verde / lazer) que foi afetado como de uso
comum e que apresente algum tipo de vegetação (espontânea ou plantada),
que possa contribuir em termos ambientais (fotossíntese, evapotranspiração,
sombreamento, permeabilidade, conservação da biodiversidade e mitigue os
efeitos da poluição sonora e atmosférica) e que também seja utilizado com
objetivos sociais, ecológicos, científicos ou culturais.”
A oferta de Espaços Verdes Urbanos (EVU) seguros, limpos e
confortáveis tem impactos na saúde, medidos de forma direta, através do
estado de saúde auto avaliado e longevidade e, de forma indireta, através da
melhoria da qualidade ambiental.
Apesar do reconhecimento desse papel essencial da vegetação urbana,
para Diegues (1996) não basta a simples colocação de espaços livres urbanos
materializados em áreas verdes sem que haja a valorização da própria
população local; nesse caso, a população deve ser incluída no sentido de não
só usufruir dos espaços disponíveis como também contribuir para a
manutenção dos elementos ali existentes. O autor destaca a grande
importância da participação das comunidades na preservação e conservação
da biodiversidade. Adaptando ao contexto estudado, a existência de pesquisas
científicas que apontem a importância do parque em questão na saúde da
população podem alertar autoridades e até mesmo os próprios frequentadores
para a necessidade de preservação e conservação do local, e até mesmo de
possíveis melhorias.
4.2 EXERCÍCIO FÍSICO, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
4.2.1 Conceitos de Atividade Física e Saúde
A atividade física é tradicionalmente definida como qualquer movimento
corporal produzido pela contração dos músculos esqueléticos que resulte em
um aumento substancial em relação ao dispêndio de energia em repouso
(ACSM,2010). Com frequência, os termos atividade física e exercício físico são
erroneamente utilizados como sinônimos. A American College of Sports
Medicine (ACSM) ressalta essa diferença, particularizando o exercício físico
como um tipo de atividade física que consiste em movimentos corporais
planejados, estruturados e repetitivos realizados para aprimorar ou preservar
um ou mais componentes da aptidão física.
A definição apresentada pelo Manifesto do Cirurgião Geral dos Estados
Unidos em 1996 e citada por Araújo & Araújo (2000) considera como atividade
física todo movimento corporal com gasto energético acima dos níveis de
repouso, incluindo atividades decorrentes do dia-a-dia, como tomar banho,
vestir-se; atividades realizadas durante o trabalho, como andar, carregar,
levantar-se; e também as atividades de lazer, como a prática de exercícios,
esportes, danças, etc. Shephard (1990) define atividade física como qualquer
movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resultem em
gasto energético, não se preocupando com a magnitude desse gasto de
energia. Esses autores também diferenciam atividade física e exercício físico a
partir da intencionalidade do movimento, considerando que o exercício físico é
um subgrupo das atividades físicas, que é estruturado, planejado e repetitivo,
objetivando a manutenção ou otimização da aptidão física.
A ACSM define aptidão física como um conjunto de atributos ou
características que as pessoas possuem ou adquirem e se relacionam com a
capacidade de realizar uma atividade física. Esses atributos são subdivididos
em “Componentes de Aptidão Física Relacionados à Saúde” e “Componentes
da Aptidão Física Relacionados às Habilidades”, como vemos no quadro a
seguir:
Componentes de Aptidão Física Relacionados à Saúde e Relacionados às Habilidades
COMPONENTES DE APTIDÃO FÍSICA RELACIONADOS À SAÚDE
Endurance cardiovascular: Capacidade dos sistemas circulatório e respiratório de fornecerem oxigênio durante uma atividade física sustentada.
Composição corporal: As quantidades relativas de músculo, gordura, osso e outras partes vitais do organismo.
Vigor muscular: A capacidade do músculo de exercer força. Endurance muscular: A capacidade do músculo de continuar se contraindo sem
contrair fadiga. Flexibilidade: A amplitude de movimento disponível em uma articulação.
COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADOS ÀS HABILIDADES
Agilidade: A capacidade de modificar a posição do corpo no espaço com velocidade e acurácia.
Coordenação: A capacidade de utilizar os sentidos, como a vista e a audição, juntamente com outras partes corporais para realizar as tarefas com regularidade e exatidão.
Balanço (equilíbrio): A manutenção do equilíbrio na condição estacionária ou em movimento.
Potência: A capacidade ou o ritmo com que se consegue realizar um trabalho. Tempo de reação: O tempo transcorrido entre a estimulação e o início da reação a
essa estimulação. Velocidade: A capacidade de realizar um movimento dentro de um curto período.
Adaptado de ACSM's Guidelines for Exercise Testing and Prescription. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 8th edition, 2010. Capítulo I, pg2.
Em complemento a essas definições, a questão da aptidão física é
abordada por Guedes (1996) em seu capítulo nas "Orientações Básicas sobre
Atividades Físicas e Saúde para Profissionais das Áreas de Educação e
Saúde", definindo-a como "um estado dinâmico de energia e vitalidade que
permite a cada um não apenas a realização das tarefas do cotidiano, as
ocupações ativas das horas de lazer e enfrentar emergências imprevistas sem
fadiga excessiva, mas, também, evitar o aparecimento das funções
hipocinéticas, enquanto funcionando no pico da capacidade intelectual e
sentindo uma alegria de viver". Propõe também que a aptidão física seria a
capacidade de realizar esforços físicos sem fadiga excessiva, garantindo a
sobrevivência de pessoas em boas condições orgânicas no meio ambiente em
que vivem.
Dentro desse contexto, a epidemiologia da atividade física é abordada
por McArdle (2011) em seu capítulo “Atividade Física, Saúde e
Envelhecimento”, e definições são aplicadas para caracterizar os padrões de
comportamento e suas consequências nos grupos investigados. Para o autor, a
terminologia relevante inclui o seguinte:
Atividade física: Movimento corporal produzido pela contração muscular e que faz aumentar o dispêndio de energia.
Exercício: Atividade física planejada, estruturada, repetitiva e intencional. Aptidão física: Atributos relacionados com a maneira pela qual se
executa uma atividade física. Saúde: Bem estar físico, mental e social, e não apenas ausência de
doença.
Diante dessa estrutura, a atividade física torna-se um termo genérico,
com o exercício tomando o papel principal. Igualmente, a definição de saúde
concentra-se no amplo espectro de bem-estar e varia da ausência completa de
saúde (quase morte) aos mais altos níveis de função fisiológica. Com
frequência, essas definições desafiam nossa maneira de medir e quantificar
objetivamente a saúde e a atividade física. Entretanto, elas proporcionam uma
ampla perspectiva para estudar o papel da atividade física na saúde e na
doença.
Para McArdle (2011), a tendência na avaliação da aptidão física durante
os últimos 40 anos deixa de enfatizar os testes que realçam o desempenho
motor e a aptidão atlética (i.e., velocidade, potência, equilíbrio e agilidade) e
passa a focar as capacidades funcionais, relacionadas com a boa saúde global
e com a prevenção de doenças. O autor define quatro componentes mais
comuns da atividade física relacionada com a saúde, sendo estes: aptidão
aeróbica e/ou cardiovascular, a composição corporal, a endurance dos
músculos abdominais e a flexibilidade da região lombossacra e da musculatura
posterior da coxa (hamstring).
Após definirmos atividade física, exercício e aptidão física, esclarecemos
mais uma vez que a saúde não se caracteriza apenas como um estado de
ausência de doenças, mas como um estado geral de equilíbrio no indivíduo,
nos diferentes aspectos e sistemas que caracterizam o homem: biológico,
psicológico, social, emocional, mental e intelectual, resultando em sensação de
bem-estar (BOUCHARD et al,1990). Esses autores acrescentam que a saúde é
uma condição humana em que as dimensões física, social e psicológica são
caracterizadas por polos positivos e negativos. Os polos positivos são
relacionados à capacidade das pessoas de aproveitar a vida e responder aos
seus desafios, e não apenas ausência de doenças. O polo negativo é
associado à morbidade e, em seu extremo, à mortalidade, entendendo a
primeira como um estado de saúde que resulta de uma doença específica e a
segunda como uma definição específica para determinados grupos
populacionais, considerando sexo e faixa etária dos indivíduos.
4.2.2 Benefícios da Atividade Física na Saúde
A investigação sobre a relação entre saúde e atividade física iniciou-se
por volta dos anos 20, focalizando-se nas doenças coronárias e estendendo-se
posteriormente a estudos dos mais diversos problemas e condições associadas
ao sedentarismo. Atualmente existe um número cada vez maior de estudos e
documentos que comprovam e relatam os benefícios da aptidão física para a
saúde (ARAÚJO & ARAÚJO, 2000).
A inatividade física possui uma relação causal com quase 30% de todas
as mortes por cardiopatia, câncer de cólon e diabetes (MCARDLE, 2011). As
mudanças no estilo de vida poderiam reduzir a mortalidade devida a esses
males e aprimorar grandemente as capacidades funcionais cardiovasculares, a
qualidade de vida e a vida independente. Sendo assim, os maiores benefícios
para a saúde resultariam de estratégias que promovem o exercício físico
regular. Em qualquer idade, as alterações comportamentais – tornar-se
fisicamente mais ativo, deixar de fumar e controlar o peso corporal e a pressão
arterial - atuam independentemente, retardando a mortalidade devida a todas
as causas. As pessoas com estilo de vida mais saudáveis sobrevivem por mais
tempo, e o risco de incapacitação e a necessidade de procurar assistência de
saúde no lar é protelada e compactada em um menor número de anos no final
da vida (MCARDLE, 2011).
Através da realização de uma revisão de literatura mundial durante os
últimos 50 anos, Dr.Frank Booth, cunhador do termo síndrome de morte
ambiental sedentária (SMSe), concluiu que a inatividade, isoladamente, resulta
em uma constelação de problemas e condições capazes de evoluir para a
morte prematura. Essa condição de deterioração magistralmente identificada
revelou que a SMSe causaria a morte prematura de 2,5 milhões de americanos
e custaria 2 a 3 trilhões de dólares em despesas com assistência de saúde nos
EUA na década seguinte ao seu estudo. O autor relaciona a SMSe com as
condições de: níveis séricos altos de triacilgliceróis, de colesterol e de glicose,
diabetes tipo 2, hipertensão, isquemia miocárdica, arritmias, insuficiência
cardíaca congestiva, obesidade, câncer de mama, depressão, dor crônica nas
costas, lesão medular, acidente vascular cerebral, caquexia patológica,
enfermidades debilitantes, quedas que resultam em quadris fraturados, fraturas
vertebrais/femorais. Conclui que se forem feitos esforços destinados à
diminuição do tempo em frente ao computador/televisão e acoplados com o
aumento da atividade física diária acima da rotina, seria obtido um declínio no
número de pessoas que sofrem de síndrome metabólica. Os indivíduos que
não participam de nenhuma atividade física moderada ou vigorosa durante as
horas de lazer comportam uma probabilidade cerca de duas vezes maior de
apresentar a síndrome metabólica que aqueles que se exercitam 150min por
semana ou mais.
A atividade física pode não representar necessariamente uma “fonte da
juventude”, porém a maior parte da evidência mostra que quando praticada
regularmente ela tem o poder de retardar substancialmente o declínio na
capacidade funcional associado ao envelhecimento e ao desuso.
A participação nos exercícios consegue reverter a perda de função,
independentemente de quando uma pessoa torna-se fisicamente mais ativa.
Um estilo de vida sedentário representa um prognosticador independente e
poderoso do risco de doença coronariana e de mortalidade;
consequentemente, se os 25% mais sedentários da população adulta norte-
americana forem encorajados a se tornar apenas moderadamente ativos, serão
conseguidos benefícios substanciais na esfera de saúde pública (MCARDLE,
2011).
Desde os anos 70 que se sabe que os serviços de saúde são
insuficientes, por si sós, para obter ganhos em saúde. A declaração de Alma-
Ata há pouco mais de 30 anos, chamava a atenção para o papel das várias
instituições e setores de atividade na prevenção da doença e promoção da
saúde, principalmente nos países de maior vulnerabilidade econômica e social.
De fato, tem-se vindo a verificar ser necessário expandir a avaliação, o
planejamento e as ações de saúde pública para além do campo restrito do
setor da saúde (SANTANA et al., 2010).
Políticas públicas no país precisam estimular a prática de exercícios
físicos através de programas que chamem a atenção da população para os
seus benefícios na saúde. O ato de exercitar-se precisa estar incorporado não
somente ao cotidiano das pessoas, mas também à cultura popular, aos
tratamentos médicos, ao planejamento da família e à educação infantil. Essa
necessidade se dá por diferentes fatores: do fator social, quando se
proporciona ao homem o direito de estar ativo fisicamente em grupo, ao fator
econômico, quando se constata que os custos com saúde individual e coletiva
caem em populações fisicamente ativas (ARAÚJO & ARAÚJO, 2000).
4.2.3 Qualidade de Vida Relacionada à Saúde
A atenção e preocupação com a melhoria da qualidade de vida ocupa
cada vez mais a atenção de representantes de governos e também da
sociedade civil em todo o mundo. Porém, apesar de termos uma ideia
conceitual sobre o que é qualidade de vida, definir objetivamente esse conceito
não tem sido uma tarefa fácil. Pina & Santos (2012) afirmam:
“No que tange à qualidade de vida especificamente, várias podem ser
as opiniões a respeito desse conceito. Ter qualidade de vida pode significar
boas condições financeiras, boas relações familiares, boa saúde física e
mental, ambiente limpo/saudável, etc. Trata-se de um conceito que pode ser,
muitas vezes, bastante subjetivo, e isso amplia ainda mais a necessidade de
entendê-lo, de forma clara e objetiva."
A partir do início da década de 90, parece consolidar-se um consenso
entre os estudiosos quanto a dois aspectos relevantes do conceito de
qualidade de vida: subjetividade e multidimensionalidade. Em relação à
subjetividade, trata-se de considerar a percepção da pessoa sobre o seu
estado de saúde e sobre os aspectos não médicos do seu contexto de vida, ou
seja, uma análise que só pode ser feita pelo próprio indivíduo, ao contrário das
tendências iniciais de uso do conceito que direcionavam a avaliação a um
profissional de saúde. Quanto à multidimensionalidade refere-se ao
reconhecimento de que o construto é composto por diferentes dimensões. A
identificação dessas dimensões tem sido objeto de pesquisa científica, em
estudos empíricos, usando metodologias qualitativas e quantitativas (SEIDL,
2004).
Um estudo feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1994
(UFRGS, 2010), que teve como objetivo a criação de instrumentos medidores
de qualidade de vida, classificou qualidade de vida com um sentido mais
amplo, aparentemente influenciado por estudos sociológicos. Observou-se uma
multidimensionalidade do conceito, surgindo assim uma estrutura composta por
seis domínios:
domínio I (físico): dor, desconforto, energia, fadiga, sono e
repouso;
domínio II (psicológico): sentimentos positivos, auto-estima,
aparência, sentimentos negativos, etc.;
domínio III (nível de independência): mobilidade, atividades da
vida cotidiana, uso de medicação e tratamentos, capacidade de
trabalho/produção, etc.;
domínio IV (relações sociais): relações interpessoais, apoio social,
atividade sexual, etc.;
domínio V (ambiente): segurança física e proteção, recursos
financeiros, lazer, ambiente físico - poluição, ruído, trânsito, clima
- etc.;
domínio VI (aspectos espirituais, crenças pessoais ou religião):
espiritualidade, religião e crenças pessoais.
Nesse caso, percebe-se claramente que o ambiente - domínio V, com
destaque para lazer, além do ambiente físico propriamente dito - torna-se um
elemento relevante para a avaliação da qualidade de vida, principalmente no
contexto urbano, no qual a poluição do ar, sonora e visual podem influenciar
diretamente no bem-estar da população (UFRGS, 2010).
Oliveira (1983, apud GOMES; SOARES, 2004) salienta que a qualidade
de vida está intimamente ligada à qualidade ambiental, pois vida e meio
ambiente são inseparáveis, o que não significa que o meio ambiente determina
as várias formas e atividades de vida ou que a vida determina o meio ambiente.
Na verdade, o que há é uma interação e um equilíbrio entre ambos que variam
de escala em tempo e lugar.
Podemos delimitar a qualidade de vida em dois tipos: qualidade de vida
não relacionada à saúde e qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). A
qualidade de vida não relacionada à saúde inclui, segundo Cramer, quatro
domínios: a) interno pessoal; b) pessoal social; c) meio ambiente natural
externo; d) meio ambiente social externo. Cada um desses itens subdivide-se
em diversos componentes que dependem de subjetividades.
O termo qualidade de vida relacionada à saúde é muito utilizado na
literatura com objetivos semelhantes à conceituação mais geral supracitada.
Não obstante, parece implicar os aspectos mais diretamente associados às
enfermidades ou às intervenções em saúde. Algumas definições que ilustram
os diferentes usos do termo são apresentadas na tabela a seguir. É possível
identificar, nas conceituações de Guiteras & Bayés, Cleary et al. e Patrick &
Erickson (apud SEIDL, 2004), a referência ao impacto da enfermidade ou do
agravo na qualidade de vida.
SEIDL, Eliane Maria Fleury; ZANNON, Célia Maria Lana da Costa. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, Apr. 2004.
Ao fazermos uma relação entre saúde e qualidade de vida, precisamos
estar cientes que alguns fatores como ausência de atividade física ou efeitos
deletérios que ela possa causar podem tornar essa relação negativa. Ademais
não podemos pensar que os dois conceitos estejam necessariamente
vinculados, já que suporíamos que um indivíduo sedentário não tem boa
qualidade de vida, e vimos que a classificação do conceito como boa ou ruim
está diretamente ligada à maneira do indivíduo entender o sentido da vida, aos
seus anseios, sua autoestima etc.
Ao mencionarmos qualidade de vida neste trabalho consideraremos as
expectativas do indivíduo, mas também os padrões esperados para seu
gênero, idade, condição socioeconômica e valores éticos e culturais. Como
profissionais, partiremos da consideração que uma boa condição física é um
dos fatores importantes para a prevenção e tratamento de doenças e
manutenção da saúde, sendo assim, torna-se um importante instrumento para
a melhoria da qualidade de vida da população.
4.3 ATIVIDADES FÍSICAS EM AMBIENTES VERDES URBANOS
Principalmente a partir da década de 1990, estudos verificando a
influência de variáveis ambientais na prática de atividade física ganharam
importância (SALVADOR, 2008). Oliveira (1996, apud CAPORUSSO; MATIAS,
2008) considera o estilo de vida urbano e a estrutura cultural das cidades como
elementos associados à tendência ao sedentarismo, o que acaba por
intensificar a demanda por áreas verdes e espaços livres recreativos.
Entende-se como ambiente relacionado à prática de atividades físicas a
estrutura e características naturais (temperatura, aclives e declives do solo,
áreas verdes), estruturas construídas (ruas e suas conexões, presença de
calçadas, semáforos, sinalizações, parques, clubes, academias, pistas de
caminhada, ciclovias, postos de saúde, supermercados e outros
estabelecimentos comerciais e de serviço, acessibilidade, densidade
populacional etc.), características regionais e tamanho das cidades (zonas
rurais ou urbanas e regiões periféricas ou centrais) e barreiras ambientais para
a prática de exercícios, como trânsito de veículos, população e criminalidade
da região (IPEN, 2004).
Para Milano (1990, apud CAPORUSSO; MATIAS, 2008) a principal
função do sistema de áreas verdes urbanas não deve ser apenas a criação de
refúgios para que as pessoas possam “escapar” da cidade. Além disso, estas
áreas devem possibilitar à população momentos de lazer e recreação em
contato com a natureza, respeitando sua vivência urbana e contato com outras
pessoas. Neste sentido, Henk-Oliveira (1996) argumenta que o “estilo de vida
urbano e a estrutura cultural das cidades são elementos associados à
tendência ao sedentarismo, aumentando a demanda por áreas verdes e
espaços para recreação”.
Estudos que trazem considerações a respeito da relação entre
vegetação e prática de atividades físicas têm aumentado nos ultimos anos.
Pesquisadores têm mostrado que a vida em ambientes mais naturais influencia
positivamente a auto percepção de saúde das pessoas e leva a uma redução
da mortalidade ou morbidade (MAAS et al, 2008; Branas CC, Cheney R a,
MacDonald JM, et al, 2001). Um mecanismo sugerido para isso é que a oferta
de espaços verdes urbanos promove a atividade física, reduz a obesidade e
aumenta a saúde respiratória e cardiovascular (Branas CC, Cheney R a,
MacDonald JM, et al, 2011).
Dado o crescente consenso que o ambiente é a chave em promover
expansão da energia, expandir oportunidades para o aumento da atividade
física é um meio promissor de combate ao comportamento sedentário
associado com uma variedade de doenças crônicas (Cohen D a, McKenzie TL,
Sehgal A, et al., 2007). Aumentar o nível de atividade física da população pode
requerer mudanças substanciais no nosso ambiente diário. De acordo com
Branas et al (2011), programas que focam na mudança da estrutura de um
ambiente na busca de saúde, como a “verdificação” de uma área, acaba por
influenciar muito mais pessoas e por um período de tempo muito maior do que
programas individuais de saúde. Os autores acompanharam por 10 anos lotes
vagos que foram transformados em áreas verdes na cidade da Filadélfia, e os
resultados da pesquisa sugeriram que essa transformação pode reduzir certos
tipos de crimes e promover alguns aspectos de saúde.
O desporto praticado ao ar livre é baseado numa concepção mais
aberta e multidimensional. Deixa de ser reservado só para alguns e passa para
uma atividade de várias opções, tornando-se assim um desporto para todos,
com um sentido subjetivo (PIRES, 1998). É necessário oferecer às pessoas
condições para a prática esportiva e ocupação do tempo livre de uma forma
autônoma, livre de horários. Os parques urbanos possibilitam essa prática,
abrangendo todas as faixas etárias e sociais, e dão condições necessárias
para um desenvolvimento individual (NUNES, 2000).
Os atributos dos espaços abertos oferecem dicas sobre como ele
é usado e por quem. Pesquisas qualitativas e quantitativas sugerem que os
fatores que podem influenciar são a proximidade, acessibilidade (não
existência de rodovias), aspectos estéticos como a presença de árvores, água
(lago) e existência de pássaros, manutenção do parque, tamanho e a
disponibilidade de facilidades como calçadas ou percursos para pedestres
(caminhada). (Tinsley, H; Tinsley, D; Croskeys,2002).
Uma revisão da literatura por Broomhall (apud Giles-Corti B,
Broomhall MH, Knuiman M, et al., 2005) concluiu que inúmeros fatores
observáveis podem influenciar o uso de espaços públicos abertos. Estes
incluem a qualidade e quantidade de espaço; características dos potenciais
utilizadores (por exemplo, status socioeconômico, idade, gênero e etnia);
fatores psicológicos (por exemplo, auto-eficácia, barreiras percebidas) que
influenciam as preferências pessoais; acesso a instalações locais (por
exemplo, centros de lazer); a relação entre atributos do parque e necessidades
dos usuários locais; manutenção do parque; e segurança percebida.
Estudos realizados na Austrália, EUA, Canadá e Inglaterra entre o
ano de 2000 e 2007 foram revisados por Salvador (2008), que objetivava aferir
as relações de variáveis do ambiente com as atividades físicas de locomoção e
lazer. Constatou-se que o fator “fácil acesso aos locais para a prática de
atividades físicas” foi determinante para que um maior número de pessoas
realizasse a quantidade mínima semanal de atividade física moderada e/ou
vigorosa recomendada pela Organização Mundial de Saúde.
Recursos, mais do que o tamanho do parque, atraem pessoas
para a prática de exercícios físicos, incluindo acessibilidade, disponibilidade e
qualidade das facilidades. O uso está também de acordo com preferências
individuais, como idade, hábitos de exercício e raça/etnia (Cohen D a,
McKenzie TL, Sehgal A, et al., 2007).
Apesar de tantas constatações de que os parques influenciam
positivamente a prática de atividades físicas, muitas pesquisas que exploram
essa associação têm produzido resultados mistos (Ord; Mitchell; Pearce, 2013).
Nesse sentido, Ariane et al (2005) considera que as taxas de participação de
atividade em parques dependem de uma variedade de características
demográficas, socioeconômicas e regionais.
Um estudo feito por Maas et al (2008) incluiu 4,899 holandeses
que foram entrevistados sobre atividade física, auto percepção de saúde e
pano de fundo demográfico e socioeconômico. Pessoas com mais espaço
verde ao redor de suas residências praticaram atividade física com menos
frequência e menos minutos nas horas de lazer, indicando que a quantidade de
espaço verde no ambiente de vida é dificilmente relacionada com o nível de
atividade física.
Hillson et al. (2006) realizaram um exame transversal da relação
entre o acesso ao espaço verde urbano de qualidade e o nível de atividade
física de lazer em 4950 respondentes de meia-idade (40-70 anos) que residiam
em Norwich, Reino Unido. Os autores não constataram nenhuma evidência de
relações claras entre a atividade de lazer e acesso a espaços verdes. Outros
estudos realizados na Nova Zelândia (WITTEN et al, 2008) e na Escócia
(Sugiyama et al, 2008) também não encontraram relação nenhuma entre
disponibilidade de espaços verdes e aumento da prática de atividade física em
sua população.
Para Cohen at al. (2007), parques urbanos podem desempenhar
um papel na facilitação da atividade física, mas não necessariamente fazê-lo;
de fato, os parques também oferecem oportunidades para as pessoas se
envolverem em comportamentos sedentários. Informações sobre quem usa
parques públicos e o que eles fazem lá podem elucidar a contribuição atual e
potencial dos parques na atividade física.
5 . METODOLOGIA
A metodologia utilizada nesta pesquisa será baseada na investigação
qualiquantitativa, utilizando-se da pesquisa de levantamento bibliográfico, da
pesquisa documental e da observação direta intensiva.
Segundo Cervo e Bervian (1978, apud LAKATOS e MARCONI, 1991,
p.39) “método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos
necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado.” Nas ciências,
denomina-se método a junção de processos que devem ser empregados na
investigação e na demonstração da verdade. (Ibidem).
A abordagem qualitativa visa relacionar a teoria e os dados, a teoria e
a ação, através da compreensão dos fenômenos a partir da descrição e
interpretação bem como das experiências pessoais do pesquisador (TEIXEIRA,
2000). Assim a pesquisa qualitativa utiliza-se do método dedutivo e a
observação sistemática.
Através do levantamento bibliográfico deve-se buscar inicialmente os
principais estudos e produções na área, levando em conta as particularidades
da área que constitui o objeto de estudo. A pesquisa deverá aprofundar a linha
teórica onde serão elaborados os conceitos, pressupondo uma avaliação lógica
da problemática.
A partir da teoria apreendida e dos conceitos elaborados, a investigação
passará para a fase de pesquisa documental - políticas, ações públicas e
privadas voltadas à legislação municipal voltada ao uso e ocupação do solo
urbano e ao meio ambiente, legislações federal e estadual paulista sobre meio
ambiente; levantamentos sobre as características ambientais naturais locais;
mapeamentos de aspectos como: estrutura urbana municipal, localização do
empreendimento na malha urbana, características ambientais locais.
A análise documental “pode-se constituir numa técnica valiosa de
abordagem de dados qualitativos, seja complementando as informações
obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou
problema” (LÜDKE e ANDRÉ, 1986, p. 38).
A abordagem quantitativa e o levantamento de dados será realizada
através da aplicação de questionários.
5.1 Local de estudo: Parque do Povo
O Parque do Povo, localizado na porção sudoeste da cidade de
Presidente Prudente, constitui um faixa linear, de cerca de 3 km de extensão
que possui em seu interior, além dos grandes gramados e bom número de
árvores, áreas de múltiplo uso, que incluem pistas e quadras para práticas
desportivas, lanchonetes, postos policiais e até serviço de fotocópias. Em seu
entorno, altamente valorizado do ponto de vista do mercado imobiliário, existe
um grande número de restaurantes, bares, academias de ginástica e lojas. Ele
é delimitado e cruzado pelas principais vias arteriais da cidade. Todos esses
atrativos aliados à localização estratégica fazem do Parque do Povo uma área
de lazer dentro do espaço urbano (SAWADA, TRAJANO, NUNES,
MALAVAZZI, EGER, SILVA, 2007). O parque é intensamente frequentado para
o uso de suas pistas de cooper, quadras esportivas, pistas de skate, gramados
e calçadas que o circundam.
Figura 1 - Localização do Parque do Povo em Presidente Prudente – SP.Fonte: Google Earth, 2008.Organização: (BORTOLO, 2008).
Figura 1 - O Parque do Povo e a malha urbana de Presidente Prudente – SP
Fonte: Secretaria de Planejamento Urbano de Presidente Prudente – SP, (2008).
5.1 População
A população deste estudo será formada por usuários do Parque
do Povo de Presidente Prudente. O município de Presidente Prudente localiza-
se na Alta Sorocabana, no extreme oeste do Estado de São Paulo, junto às
divisas do Paraná e Mato Grosso do Sul. A população da cidade segundo
estimativa para 2014, realizada pelo IBGE é de 220.599 habitantes em uma
área de 562, 794 km².
A amostra será constituída primeiramente por todos os
frequentadores do parque, engajados ou não em atividade física na fase de
observação sistemática. Posteriormente, para a aplicação de questionários,
serão selecionados aleatoriamente 200 frequentadores do parque que sejam
maiores de 18 anos e estejam fazendo uso do parque para a prática de
atividades físicas.
5.2 ProcedimentosA pesquisa será realizada em duas etapas que serão descritas a
seguir:
Etapa 1:A observação sistemática será realizada através do System for
Observing Play and Recreation in Communities (SOPARC). Esse instrumento
foi projetado para obter informações diretas sobre o uso de parques
comunitários, incluindo as características simultâneas relevantes dos parques e
de seus usuários. Ele fornece uma avaliação do nível de atividade física dos
usuários do parque, sexo, modos / tipos de atividade, e estimada idade e raça
dos grupos (neste estudo desconsideraremos a classificação étnica dos
usuários do parque). Além disso, ele fornece informações sobre áreas
individuais de atividades no parque, como os seus níveis de acessibilidade,
usabilidade, supervisão e organização (McKenzie et al., 2006).
SOPARC é baseado em técnicas de amostragem temporal
momentâneas em que são feitas varreduras (scans) periódicas dos indivíduos
e dos fatores contextuais nas pré-determinadas áreas alvo em parques. Áreas
alvo relevantes dentro do parque serão primeiramente identificadas e
mapeadas. Os pesquisadores em seguida, visitarão as áreas-alvo em períodos
de tempo designados. Para maior validade as observações serão feitas durante
todo o dia, e incluem número de vezes especificas na parte da manhã, meio do
dia, à tarde e à noite. O número de dias que será feita as observações ainda
não foi definido para a pesquisa.
Durante a varredura a atividade de cada indivíduo presente no
local será mecanicamente codificada como sedentário (ou seja, deitado,
sentado ou em pé), andando (moderada), ou vigorosa. Digitalizações
separadas serão feitas para homens e mulheres, e para estimar a idade dos
participantes. Dados simultâneos também serão coletados para a hora do dia,
acessibilidade da área, usabilidade da área, presença de supervisão e
equipamentos, e presença e classificação das atividades realizadas. O resumo
da contagem descreve o número de participantes por sexo, modos e níveis de
atividade e idade estimada. O instrumento permite comparações do nível de
atividade física a ser feita entre ambientes diferentes ou no mesmo ambiente
ao longo de diferentes períodos de tempo. Estimativas de despesas de energia
(ou seja, Kcal / kg / min e METs) para uma área de alvo do parque pode ser
calculado com base em constantes previamente validados para cada nível de
atividade.
Etapa 2:A segunda etapa será realizada através de questionário
semiaberto estruturado especificamente para atender aos objetivos propostos
pela pesquisa. Os questionários serão aplicados durante todo o dia aos
frequentadores praticantes de exercício físico no local.
As questões levantadas abordarão:
- Características dos usuários do parque (Broomhall 2003, apud
Giles-Corti B, Broomhall MH, Knuiman M, et al., 2005)
- Motivação para a prática do exercício físico (Markland, apud
Lourenço, 2011)
- Motivos que trazem o indivíduo até o parque para a realização
dessa prática (Tinsley, H; Tinsley, D; Croskeys,2002; Giles-Corti B, Broomhall
MH, Knuiman M, et al., 2005)
- Fatores psicológicos que influenciam a preferência pelo local
(Giles-Corti B, Broomhall MH, Knuiman M, et al., 2005).
O questionário será aplicado a 200 frequentadores, em períodos
alternados (manhã, tarde, noite), e até em dias alternados da semana. Os
frequentadores precisam ser maiores de 18 anos e precisam estar praticando
exercícios físicos no local.
O questionário é seguido de 7 questões parcialmente fechadas sobre
perfil do frequentador, frequência que pratica exercícios e uma questão aberta
e conclusiva. A pesquisa visa analisar a relação entre o Parque do Povo e a
promoção da saúde através do exercício, e se constatada a importância desse
espaço, os resultados poderão ser utilizados como incentivo a melhorias no
espaço do parque e implantação de novos espaços verdes urbanos
5.3 Formas de Análise dos dados
Na última etapa da pesquisa serão feitas as análises de maneira
sistemática, porém os instrumentos que serão utilizados para esta análise
ainda não foram definidos.
Na última etapa da pesquisa serão feitas as análises de maneira
sistemática, considerando a relação das ações levantadas com as políticas
urbanas e setoriais definidas para o território municipal; e a elaboração do
corpo de argumentação.
Não existindo imparcialidade no trabalho científico conforme
afirma (LEME, 2007), seu mérito se dá na maior parte em função da
transparência em que as informações que o originam são obtidas e analisadas.
Logo acredita-se ser de grande importância tanto a análise dos resultados da
pesquisa quanto o revelar dos elementos ou perspectiva a partir dos quais ela
foi realizada
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO DO PARQUE DO POVO DE PRESIDENTE PRUDENTE-SP.
Nas páginas seguintes você verá um questionário que busca relacionar a Qualidade Urbana Ambiental da cidade de Presidente Prudente e a prática de exercícios físicos. O Parque do Povo foi selecionado pela pesquisadora como local e seus frequentadores praticantes de exercício físico são os sujeitos da pesquisa.
A pesquisa visa analisar a relação entre o Parque do Povo e a promoção da saúde através do exercício, e se constatada a importância desse espaço, os resultados poderão ser utilizados como incentivo a melhorias no espaço do parque e implantação de novos espaços verdes urbanos.
As duas primeiras questões foram formuladas com numeração de 0 a 5. Por favor, responda essas duas questões, atentando-se:
Se considerar que uma afirmação não é, de maneira nenhuma verdadeira para você, deverá assinalar “0”.
Se entender que a afirmação é completamente verdadeira, assinale o número 5.
Porém, se a afirmação é parcialmente verdadeira, assinale “1”,”2”,”3”ou “4”de acordo com a intensidade com que essa afirmação reflete ser verdadeira a seu ponto de vista.
O questionário é seguido de 7 questões parcialmente fechadas e uma questão aberta e conclusiva.
A sinceridade das respostas é muito importante para a pesquisa. Lembre-se que NÃO HÁ QUESTÕES CORRETAS OU ERRADAS. Garantimos que todas as informações prestadas serão absolutamente confidenciais e utilizadas apenas para efeito de estudo.
Sexo: Masculino Feminino Idade: ______ Bairro: _________________________________
Escolaridade: _________________________________________________________
Estado Civil: Solteiro Casado Divorciado Viúvo
Por que você pratica exercícios físicos?
1 Recomendação médica 0 1 2 3 4 5
2 Evitar ficar doente 0 1 2 3 4 53 Sentir-se bem 0 1 2 3 4 5
4 Ter um corpo mais bonito 0 1 2 3 4 55 Passar tempo com amigos 0 1 2 3 4 5
6 Reduzir o stress 0 1 2 3 4 57 Melhorar minha performance 0 1 2 3 4 5
8 Sentir-se saudável 0 1 2 3 4 59 Mostrar seu valor para a sociedade 0 1 2 3 4 5
10 Ter tempo para pensar 0 1 2 3 4 511 Gostar da sensação de exercitar-se 0 1 2 3 4 5
12 Vencer desafios 0 1 2 3 4 5
13 Desfrutar de aspectos sociais 0 1 2 3 4 5
14 Recuperar-se de doença/lesão 0 1 2 3 4 5
15 Diversão 0 1 2 3 4 5
16 Fazer novos amigos 0 1 2 3 4 5
Nada verdadeiro pra mim
Completamente verdadeiro
para mim
Por que você vem até o Parque do Povo para essa prática de exercícios?
1 Por ser um Ambiente Verde 0 1 2 3 4 52 Por haver muito espaço livre 0 1 2 3 4 53 Por ser próximo à sua moradia 0 1 2 3 4 54 Para ver pessoas e ser visto 0 1 2 3 4 55 Por ser um local que é frequentado gratuitamente 0 1 2 3 4 56 Por ser um local seguro 0 1 2 3 4 57 Por haver iluminação adequada 0 1 2 3 4 58 Pela existência de quiosques/facilidades ao redor do parque 0 1 2 3 4 59 Por haver banheiros de uso público 0 1 2 3 4 5
10 Por haver locais próprios para a prática de exercícios 0 1 2 3 4 5
Nada verdadeiro pra mim
Completamente verdadeiro
para mim
Com que frequência você pratica exercícios no Parque do Povo?
Menos de 1 vez por semana 1 vez por semana
2 a 3 vezes por semana 4 vezes por semana ou mais
Quais são as atividades que você pratica no parque?
Caminhada Ginástica Volleybol
Corrida Bicicleta Futebol Outro: _________________________
Qual o horário que você costuma frequentar o parque?
Manhã Início de tarde Fim de tarde Noite Variado
Você realiza as atividades sozinho ou acompanhado?
Sozinho Acompanhado Variado
Qual o tempo de deslocamento até o parque?
2-10 min 10- 20 min 20-30 min Mais de 30 min
Qual o meio de deslocamento?
A pé Carro Ônibus Bicicleta Outro: ________________
Existe algum aspecto que você gostaria que houvesse alteração ou melhoria no parque?
Não
Sim: _______________________________________________________
Para finalizar o questionário, pare por alguns segundos e reflita: O PARQUE DO POVO É UM LOCAL QUE TE MOTIVA A PRATICAR EXERCÍCIOS FÍSICOS?
Sim
Não
Por que?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________