abastecimento de Água em são luís plano

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO LUÍS SECRETARIA MUNICIPAL EXTRAORDINÁRIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL E MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DA BACIA DO BACANGA PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO PMISB DE SÃO LUÍS – MA DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DOS SISTEMAS E DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS MAIO / 2011

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Abastecimento de Água Em São Luís Plano

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  • PREFEITURA MUNICIPAL DE SO LUS SECRETARIA MUNICIPAL EXTRAORDINRIA DE PROJETOS ESPECIAIS

    PROGRAMA DE RECUPERAO AMBIENTAL E MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DA BACIA DO BACANGA

    PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BSICO PMISB DE SO LUS MA

    DIAGNSTICO DA SITUAO DOS SISTEMAS E DA PRESTAO DOS SERVIOS

    MAIO / 2011

  • PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BSICO DE SO LUS DIAGNSTICO DA SITUAO DOS SISTEMAS i

    APRESENTAO O esforo do municpio de So Lus em elaborar seu Plano Municipal Integrado de Saneamento Bsico PMISB objetiva, no s cumprir um marco legal no saneamento como obter um momento mpar no exerccio de titular efetivo dos servios que lhe concede a Lei Federal 11.445/2007.

    O municpio de So Lus teve iniciativa precursora, pois antes da Lei Federal demonstrou sua preocupao com a qualidade dos servios instituindo, em julho de 2005, a Lei Municipal n 4.516 que dispe sobre a Poltica Municipal de Saneamento.

    O presente relatrio intitulado Diagnstico da Situao dos Sistemas e da Prestao dos Servios, de autoria do Consrcio ESSE Engenharia e Consultoria / Hidraele Projetos e Servios, conforme Contrato celebrado com a Secretaria Municipal Extraordinria de Projetos Especiais SEMPE, da Prefeitura Municipal de So Lus, constitui-se o segundo produto tcnico, dentro de uma srie exigida.

    O escopo do Plano Municipal Integrado de Saneamento Bsico PMISB de So Lus inclui o desenvolvimento de atividades em seis etapas, resultando, cada uma, em um produto especfico, a saber:

    Produto I: Plano de Trabalho do PMISB; Produto II: Diagnstico da situao fsica dos sistemas e da prestao dos

    servios de saneamento bsico e de seus impactos nas condies de vida da populao;

    Produto III: Prognstico com estudo de cenrio de metas e demandas e ainda o estudo de alternativas tcnicas de interveno e concepo das unidades;

    Produto IV: Plano de metas definitivo, programa de obras e aes necessrias para o atendimento das metas, aes para emergncias e contingncias e estudo da sustentabilidade dos servios;

    Produto V: Definio de mecanismos e procedimentos para avaliao sistemtica das aes programadas, das diretrizes para institucionalizao dos servios e para o banco de dados do SMISB;

    Produto VI: Relatrio Sntese do PMISB.

  • PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BSICO DE SO LUS DIAGNSTICO DA SITUAO DOS SISTEMAS ii

    DIAGNSTICO DA SITUAO DOS SISTEMAS E DA PRESTAO DOS SERVIOS

    Sumrio

    APRESENTAO...............................................................................................................................................i SUMRIO...........................................................................................................................................................ii LISTA DE FIGURAS ..........................................................................................................................................v LISTA DE TABELAS ......................................................................................................................................viii RELAO DE DESENHOS...............................................................................................................................x 1 INTRODUO ....................................................................................................................................01 2 PRINCPIOS, DIRETRIZES E METODOLOGIA DE TRABALHO .....................................................03 2.1 PRINCPIOS E DIRETRIZES ..............................................................................................................04 2.2 METODOLOGIA DE TRABALHO........................................................................................................05

    3 CARACTERIZAO DO MUNICPIO DE SO LUS ........................................................................10 3.1 CARACTERIZAO GERAL ..............................................................................................................11 3.2 CONTEXTUALIZAO HISTRICA...................................................................................................12 3.3 CARACTERIZAO DO MEIO NATURAL..........................................................................................13 3.4 RECURSOS HDRICOS......................................................................................................................17 3.5 ASPECTOS DEMOGRFICOS...........................................................................................................19 3.6 ECONOMIA .........................................................................................................................................23 3.7 INFRA-ESTRUTURA SANITRIA.......................................................................................................26 3.8 SADE ................................................................................................................................................28 3.9 EDUCAO ........................................................................................................................................31 4 FUNDAMENTAO LEGAL ..............................................................................................................34 4.1 LEGISLAES EM MBITO FEDERAL .............................................................................................35 4.2 LEGISLAES EM MBITO ESTADUAL...........................................................................................40 4.3 LEGISLAES EM MBITO MUNICIPAL ..........................................................................................43 5 FORMATO INSTITUCIONAL ATUAL DOS SERVIOS E CARACTERIZAO DOS

    INDICADORES ECONMICOS .........................................................................................................48 5.1 FORMATO INSTITUCIONAL DOS SERVIOS DE SANEAMENTO DE SO LUS ...........................49 5.2 CARACTERIZAO DOS INDICADORES ECONMICOS...............................................................55 6 DIAGNSTICO DO SERVIO DE ABASTECIMENTO DE GUA ...................................................60 6.1 BREVE HISTRICO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE GUA DE SO LUS .....................61 6.2 DESCRIO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE GUA EM SO LUS.................................62 6.2.1 Descrio Geral do Sistema de Abastecimento de gua ...................................................................62 6.2.2 Sistema Italus .....................................................................................................................................68

  • PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BSICO DE SO LUS DIAGNSTICO DA SITUAO DOS SISTEMAS iii

    6.2.3 Sistema Sacavm................................................................................................................................73 6.2.4 Sistema Pacincia ...............................................................................................................................76 6.2.5 Sistemas Cidade Operria, Maiobo e So Raimundo.......................................................................77 6.2.6 Poos Isolados ....................................................................................................................................77 6.2.7 Sistemas Operados pela Prefeitura Municipal de So Lus ................................................................78 6.3 AVALIAO DA SITUAO FSICA DO SISTEMA...........................................................................79 6.4 CARACTERIZAO DA COBERTURA DO SERVIO......................................................................83 6.4.1 Quantidade de Ligaes e Economias................................................................................................83 6.4.2 Atendimento por Rede de Distribuio................................................................................................86 6.4.3 Regularidade do Abastecimento de gua...........................................................................................89 6.5 AVALIAO DOS CONSUMOS DE GUA........................................................................................91 6.6 ANLISE DA PRESTAO DO SERVIO.........................................................................................94 6.6.1 Servios de Atendimento ao Usurio ..................................................................................................94 6.6.2 Qualidade da gua Tratada ................................................................................................................95 6.7 IDENTIFICAO DO POTENCIAL DE FONTES HDRICAS PARA O ABASTECIMENTO ..............97 6.7.1 Mananciais Superficiais .......................................................................................................................97 6.7.2 Mananciais Subterrneos....................................................................................................................98 6.8 AVALIAO DA INTERAO DO SERVIO DE GUA COM O DOS MUNICPIOS VIZINHOS ..100 6.9 DESCRIO DOS PLANOS E PROJETOS E DAS OBRAS EM ANDAMENTO.............................103 6.10 AVALIAO CONCLUSIVA DA CONDIO E CAPACIDADE DO SISTEMA E DA

    QUALIDADE DA PRESTAO DO SERVIO.................................................................................104 7 DIAGNSTICO DO SERVIO DE ESGOTAMENTO SANITRIO .................................................107 7.1 BREVE HISTRICO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITRIO DE SO LUS...................108 7.2 DESCRIO DO SISTEMA FSICO.................................................................................................110 7.2.1 Plano Geral de Esgotamento ............................................................................................................110 7.2.2 Descrio das Unidades Existentes ..................................................................................................114 7.3 AVALIAO DA SITUAO FSICA E OPERACIONAL DO SISTEMA ..........................................119 7.4 CARACTERIZAO DA COBERTURA DO SERVIO....................................................................132 7.5 ANLISE DA PRESTAO DO SERVIO.......................................................................................138 7.6 IDENTIFICAO DE REAS DE RISCO DE CONTAMINAO POR ESGOTOS.........................139 7.7 AVALIAO DA INTERAO DO SERVIO DE ESGOTO COM O DOS MUNICPIOS

    VIZINHOS..........................................................................................................................................142 7.8 DESCRIO DOS PLANOS E PROJETOS E DAS OBRAS EM ANDAMENTO.............................144 7.9 AVALIAO CONCLUSIVA DA CONDIO E CAPACIDADE DO SISTEMA E DA

    QUALIDADE DA PRESTAO DO SERVIO.................................................................................149 8 DIAGNSTICO DOS SERVIOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESDUOS

    SLIDOS...........................................................................................................................................151 8.1 CONSIDERAES INICIAIS ............................................................................................................152 8.2 DESCRIO DO SISTEMA FSICO.................................................................................................154 8.2.1 Caractersticas Gerais .......................................................................................................................154

  • PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BSICO DE SO LUS DIAGNSTICO DA SITUAO DOS SISTEMAS iv

    8.2.2 Coleta e Transporte de Resduos Slidos Urbanos ..........................................................................155 8.2.3 Servios de Varrio e Capina ..........................................................................................................165 8.2.4 Resduos da Construo Civil e de Demolio .................................................................................166 8.2.5 Resduos dos Servios de Sade .....................................................................................................169 8.2.6 Destino Final dos Resduos Slidos..................................................................................................170 8.3 AVALIAO DAS QUANTIDADES E QUALIDADE DOS RESDUOS SLIDOS ...........................175 8.4 COLETA SELETIVA ..........................................................................................................................179 8.5 CARACTERIZAO DOS INDICADORES GERAIS DO MANEJO DE RESDUOS SLIDOS

    UTILIZADOS PELO SNIS .................................................................................................................181 8.6 AVALIAO DA INTERAO DO SERVIO COM O DOS MUNICPIOS VIZINHOS E

    DESCRIO DOS PLANOS E PROJETOS E DAS OBRAS EM ANDAMENTO.............................182 8.7 AVALIAO CONCLUSIVA DA CONDIO E CAPACIDADE DO SISTEMA E DA

    QUALIDADE DA PRESTAO DO SERVIO.................................................................................183 9 DIAGNSTICO DOS SERVIOS DE DRENAGEM E MANEJO DE GUAS PLUVIAIS...............185 9.1 CONSIDERAES INICIAIS ............................................................................................................186 9.2 SISTEMA EXISTENTE......................................................................................................................187 9.2.1 Consideraes Iniciais.......................................................................................................................188 9.2.2 Variao das Mars...........................................................................................................................191 9.2.3 Bacia Hidrogrfica do Rio Anil ...........................................................................................................192 9.2.4 Bacia Hidrogrfica do Rio Bacanga...................................................................................................194 9.2.5 Demais Bacias Hidrogrficas Inseridas no Municpio de So Lus...................................................197 9.3 ANLISE CRTICA DO SISTEMA DE DRENAGEM EXISTENTE E REAS DE RISCO ................200 9.3.1 Consideraes Gerais .......................................................................................................................200 9.3.2 Uso e Ocupao Desordenado do Solo ............................................................................................201 9.3.3 A Problemtica dos Resduos Slidos ..............................................................................................206 9.3.4 Lanamento de Esgotos Sanitrios In Natura ...................................................................................208 9.3.5 Assoreamento, Falta de Manuteno e Subdimensionamento das Estruturas de Drenagem .........209 9.3.6 reas de Risco ..................................................................................................................................211 9.4 AVALIAO DOS PROCESSOS EROSIVOS E SEDIMENTOLGICOS E SUA INFLUNCIA

    NA DEGRADAO DAS BACIAS E OCORRNCIA DE CHEIAS...................................................215 9.5 AVALIAO DA INTERAO DO SERVIO COM O DOS MUNICPIOS VIZINHOS....................217 9.6 DESCRIO DOS PLANOS E PROJETOS E DAS OBRAS EM ANDAMENTO.............................217 9.6.1 Obras em Andamento........................................................................................................................217 9.6.2 Projetos em Andamento ....................................................................................................................222 9.6.3 Estudos em Andamento ....................................................................................................................224 9.7 AVALIAO CONCLUSIVA DA CONDIO E CAPACIDADE DO SISTEMA E DA

    QUALIDADE DA PRESTAO DO SERVIO.................................................................................224 10 SISTEMATIZAO DAS INFORMAES......................................................................................226

  • PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BSICO DE SO LUS DIAGNSTICO DA SITUAO DOS SISTEMAS v

    Lista de Figuras

    Figura 2.1 Seqncia metodolgica do diagnstico......................................................................................05 Figura 3.1 Localizao do Estado do Maranho...........................................................................................11 Figura 3.2 Ilha de So Lus ...........................................................................................................................12 Figura 3.3 Srie histrica populacional do municpio de So Lus ...............................................................20 Figura 3.4 Zona urbana do municpio de So Lus .......................................................................................21 Figura 3.5 Evoluo urbana de So Lus at o ano 2000.............................................................................22 Figura 3.6 Participao dos setores na composio do PIB 2008.............................................................23 Figura 3.7 Rendimento do responsvel pelo domiclio no ano 2000 ............................................................25 Figura 3.8 Proporo de moradores por tipo de abastecimento de gua.....................................................26 Figura 3.9 Proporo de moradores por tipo de instalao sanitria ...........................................................27 Figura 3.10 Proporo de moradores por tipo de destinao de lixo ...........................................................28 Figura 3.11 ndice das causas de mortalidade no ano de 2008 em So Lus, no Maranho e Brasil..........29 Figura 3.12 Quantidade de leitos de internao ...........................................................................................31 Figura 3.13 Grau de instruo do responsvel pelo domiclio no ano 2000 .................................................33 Figura 5.1 Fluxograma da prestao dos servios de saneamento bsico de So Lus..............................50 Figura 5.2 Organograma geral da CAEMA ...................................................................................................52 Figura 5.3 Quantidade de pessoal por setor da CAEMA no municpio de So Lus ....................................52 Figura 5.4 Organograma geral da SEMOSP.................................................................................................54 Figura 5.5 Receita direta da CAEMA nos anos de 2009 e 2010 ..................................................................57 Figura 5.6 Despesas da CAEMA no municpio de So Lus nos anos de 2009 e 2010...............................58 Figura 5.7 Despesa x Receita da CAEMA em So Lus nos anos de 2009 e 2010 .....................................58 Figura 6.1 Percentual de contribuio dos principais sistemas de produo de gua operados pela

    CAEMA em So Lus. ...................................................................................................................65 Figura 6.2 Proporo entre o nmero de reservatrios e o volume de reservao em relao ao tipo

    de reservatrio implantado............................................................................................................68 Figura 6.3 Vista da estrutura da captao e dos conjuntos moto-bomba.....................................................69 Figura 6.4 Vista da adutora de gua bruta e detalhe de um TAU.................................................................70 Figura 6.5 Vista da ETA do sistema Italus ...................................................................................................70 Figura 6.6 Casa de bombas da elevatria de gua tratada ..........................................................................71 Figura 6.7 Caminhamento da adutora de gua tratada ................................................................................72 Figura 6.8 Detalhes de duas derivaes na adutora de gua tratada do sistema Italus .............................73 Figura 6.9 Cmara de transio do Tirirical e reservatrio elevado R7........................................................73 Figura 6.10 Vista da barragem do Batata......................................................................................................74 Figura 6.11 Sistema de abastecimento operado pela Prefeitura no bairro Cidade Olmpica .......................78 Figura 6.12 Poos perfurados pela Prefeitura e operados pela comunidade...............................................79 Figura 6.13 Quantidade de ligaes e economias totais de gua da CAEMA no municpio de So

    Lus e conurbao ......................................................................................................................83 Figura 6.14 Quantidade de ligaes e economias totais da CAEMA apenas no municpio de So Lus.....84

  • PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BSICO DE SO LUS DIAGNSTICO DA SITUAO DOS SISTEMAS vi

    Figura 6.15 Quantidade de ligaes e economias totais da CAEMA apenas no municpio de So Lus, divididas por categoria comercial.......................................................................................85

    Figura 6.16 Volumes de gua produzidos e consumidos em 2009 e 2010 ..................................................91 Figura 6.17 ndice de hidrometrao de So Lus e algumas capitais do nordeste .....................................93 Figura 6.18 Consumo per capita de algumas capitais brasileiras.................................................................94 Figura 7.1 Sistemas de esgotamento sanitrio do municpio de So Lus .................................................111 Figura 7.2 Porcentagem de material de redes coletoras ............................................................................114 Figura 7.3 Extenso dos interceptores e coletores troncos ........................................................................115 Figura 7.4 Material e dimetros dos interceptores e coletores tronco ........................................................116 Figura 7.5 Quantidade de estaes elevatrias de esgoto e responsabilidade de operao ....................117 Figura 7.6 Layout da ETE Jaracati ..............................................................................................................118 Figura 7.7 Layout da ETE Bacanga ............................................................................................................119 Figura 7.8 Problemas identificados nas redes coletoras e interceptores....................................................121 Figura 7.9 Caractersticas das estaes elevatrias operadas pela CAEMA.............................................122 Figura 7.10 Caractersticas das linhas de recalque das elevatrias operadas pela CAEMA.....................123 Figura 7.11 Estado de conservao de algumas estaes elevatrias ......................................................124 Figura 7.12 Anlise fsico-qumica e bacteriolgica do efluente da ETE Jaracati ......................................125 Figura 7.13 Anlise parasitolgica do efluente da ETE Jaracati.................................................................125 Figura 7.14 Estado de conservao das principais unidades da ETE Jaracati ..........................................129 Figura 7.15 Estado de conservao das principais unidades da ETE Bacanga ........................................130 Figura 7.16 Quantidade de ligaes e economias totais de esgoto da CAEMA no

    municpio de So Lus e conurbao .......................................................................................133 Figura 7.17 Quantidade de ligaes e economias totais de esgoto da CAEMA apenas no

    municpio de So Lus ..............................................................................................................134 Figura 7.18 Quantidade de ligaes e economias totais de esgoto da CAEMA apenas no

    municpio de So Lus, divididas por categoria comercial........................................................134 Figura 7.19 Volume faturado de esgoto em 2009 e 2010...........................................................................137 Figura 7.20 Volume anual faturado de esgoto em 2009 e 2010 .................................................................137 Figura 7.21 Lanamento dos esgotos in natura na zona urbana de So Lus ...........................................140 Figura 7.22 Pontos de monitoramento da balneabilidade das praias .........................................................141 Figura 7.23 Interface do servio de esgotamento sanitrio do Municpio de So Lus com

    os demais da Ilha......................................................................................................................143 Figura 7.24 Limite de abrangncia do Projeto Executivo Etapa I ............................................................145 Figura 7.25 Unidades projetadas no mbito do Projeto Executivo do Sistema de Esgotamento

    Sanitrio para a Bacia do Bacanga ..........................................................................................148 Figura 8.1 Caminhes utilizados nos servios de coleta e transporte dos resduos ..................................157 Figura 8.2 Porcentagem de domiclios particulares permanentes com lixo jogado em terreno baldio.......162 Figura 8.3 Porcentagem de domiclios particulares permanentes com lixo enterrado ...............................163 Figura 8.4 Porcentagem de domiclios particulares permanentes com lixo queimado...............................164 Figura 8.5 Porcentagem de domiclios particulares permanentes com lixo jogado em rio, lago ou mar....165 Figura 8.6 Servios de limpeza pblica sendo realizados em So Lus .....................................................166

  • PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BSICO DE SO LUS DIAGNSTICO DA SITUAO DOS SISTEMAS vii

    Figura 8.7 Exemplos de destinao incorreta de resduos de construo civil ..........................................168 Figura 8.8 rea da URCD Ilha Grande........................................................................................................169 Figura 8.9 Proximidade do Aterro da Ribeira com o aeroporto...................................................................171 Figura 8.10 Vista area do Aterro da Ribeira ..............................................................................................172 Figura 8.11 Controle da quantidade de resduos na entrada do Aterro Municipal da Ribeira ....................172 Figura 8.12 Problemas relacionados ao recobrimento dos resduos..........................................................173 Figura 8.13 Precariedade da drenagem de guas pluviais na rea do aterro ............................................173 Figura 8.14 Ineficincia da coleta de percolado e lagoa facultativa utilizada no tratamento ......................174 Figura 8.15 Estrutura de coleta do biogs...................................................................................................174 Figura 8.16 Protestos contra a implantao do aterro em Rosrio e audincia pblica.............................175 Figura 8.17 Quantidade de resduos enviados ao aterro diariamente ao longo dos anos .........................176 Figura 8.18 Percentual de resduos enviados ao aterro por fonte geradora...............................................177 Figura 8.19 - Composio dos resduos slidos domsticos em So Lus....................................................178 Figura 8.20 Vista da sede da ASCAMAR e prensa utilizada para enfardamento dos resduos .................180 Figura 8.21 Condies insalubres dos trabalhadores na triagem de resduos na ASCAMAR...................180 Figura 8.22 Caminho cedido pela Prefeitura para transporte de reciclveis ............................................181 Figura 9.1 - Bacias inseridas, total ou em parte, no municpio de So Lus ..................................................189 Figura 9.2 - Oscilao da mar em um perodo de 1 ms .............................................................................191 Figura 9.3 - Curva de permanncia para os valores de cotas observados em jan/2002...............................192 Figura 9.4 Bacia hidrogrfica do rio Anil......................................................................................................193 Figura 9.5 Bacia hidrografia do rio Bacanga ...............................................................................................195 Figura 9.6 Comportas instaladas na barragem do Lago Bacanga..............................................................196 Figura 9.7 - Ocupao de reas imprprias na bacia do rio Anil ...................................................................202 Figura 9.8 Canais na bacia do rio Bacanga com margens tomadas por edificaes .................................203 Figura 9.9 Alguns canais de drenagem cortando a rea urbana do municpio de So Lus ......................204 Figura 9.10 Ocupao nas margens do canal Barreto................................................................................204 Figura 9.11 - Ocupao das margens de canais e crregos .........................................................................205 Figura 9.12 - rea com freqentes inundaes no bairro Anjo da Guarda....................................................206 Figura 9.13 Acmulo de resduos slidos nas estruturas de drenagem .....................................................207 Figura 9.14 - Lanamentos de esgotos em canais de drenagem ..................................................................208 Figura 9.15 - Assoreamento de canais e crregos ........................................................................................209 Figura 9.16 Pontos com manuteno deficitria nas estruturas de drenagem...........................................210 Figura 9.17 Estruturas subdimensionadas ..................................................................................................211 Figura 9.18 Pontos de eroso por voorocas no municpio de So Lus....................................................216 Figura 9.19 reas em processo de eroso no municpio de So Lus .......................................................216 Figura 9.20 Fotos das obras no Canal Gangan ..........................................................................................219 Figura 9.21 Fotos da obra do canal do Tropical Shopping .........................................................................220 Figura 9.22 - Fotos da obra na rea do mercado central...............................................................................221 Figura 9.23 Intervenes na margem esquerda do rio Bacanga ................................................................222

  • PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BSICO DE SO LUS DIAGNSTICO DA SITUAO DOS SISTEMAS viii

    Lista de Tabelas

    Tabela 3.1 Populao do Maranho e do Nordeste / 1940-80 .....................................................................20 Tabela 3.2 Produto Interno Bruto a Preos Correntes 2005 a 2008..........................................................23 Tabela 3.3 Participao do Produto Interno Bruto no Brasil 2005 a 2008.................................................23 Tabela 3.4 Principais produtos agrcolas de So Lus e do Maranho 2009.............................................24 Tabela 3.5 Principais efetivos da atividade pecuria 2006 ........................................................................24 Tabela 3.6 Renda per capita, proporo de pobres e ndice de Gini............................................................26 Tabela 3.7 Natalidade no ano de 2008 em So Lus, no Maranho e Brasil................................................28 Tabela 3.8 Indicadores de mortalidade em So Lus, no Maranho e Brasil ...............................................29 Tabela 3.9 Nmero de estabelecimentos por tipo.........................................................................................30 Tabela 3.10 ndice de leitos existentes por 1.000 habitantes .......................................................................31 Tabela 3.11 Taxa de analfabetismo por faixa etria .....................................................................................32 Tabela 3.12 Taxa de analfabetismo por gnero e situao (acima de 15 anos) em 2000...........................32 Tabela 3.13 Estabelecimento de educao em So Lus no ano de 2009...................................................32 Tabela 5.1 Pessoal das empresas contratadas para prestao de servios DO CAEMA no

    municpio de So Lus ................................................................................................................53 Tabela 5.2 Tarifas praticadas por categoria de usurio de gua..................................................................55 Tabela 5.3 Faixas de consumo estimada em funo da rea do imvel ......................................................56 Tabela 6.1 Produo de gua nos principais sistemas produtores de So Lus ..........................................63 Tabela 6.2 Caractersticas dos reservatrios operados pela CAEMA ..........................................................66 Tabela 6.3 Extenso das redes de gua operadas pela CAEMA no municpio de So Lus .......................68 Tabela 6.4 Nmero de ligaes e economias ativas da CAEMA..................................................................85 Tabela 6.5 Volumes de gua comercializados pela CAEMA nos anos de 2009 e 2010 ..............................91 Tabela 6.6 Atendimento aos prazos nos servios realizados pela CAEMA .................................................95 Tabela 6.7 Percentual de atendimento de parmetros exigidos pela Portaria MS 518/2004.......................96 Tabela 7.1 Extenso de rede coletora.........................................................................................................115 Tabela 7.2 Vazes de projeto da ETE Jaracati ...........................................................................................117 Tabela 7.3 Vazes de projeto da ETE Bacanga .........................................................................................118 Tabela 7.4 Informaes da qualidade do servio prestado.........................................................................138 Tabela 7.5 Resultados das anlises de Coliformes Termotolerantes nos seis pontos...............................141 Tabela 7.6 Quantidades dos Projetos Executivos da Etapa I .....................................................................145 Tabela 7.7 Planilha oramentria dos Projetos Executivos da Etapa I.......................................................146 Tabela 7.8 Quantidades a serem licitadas dos Projetos Executivos da Etapa I .........................................146 Tabela 7.9 Quantidades dos Projetos Executivos da Bacia do Bacanga Sistema Anjo da Guarda........149 Tabela 8.1 Veculos utilizados na coleta e transporte de resduos slidos urbanos ..................................157 Tabela 8.2 Indicadores do manejo de resduos slidos urbanos de So Lus, de acordo com

    o SNIS (2008) ...........................................................................................................................181 Tabela 9.1 - Bacias hidrogrficas no municpio de So Lus .........................................................................188

  • PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BSICO DE SO LUS DIAGNSTICO DA SITUAO DOS SISTEMAS ix

    Tabela 9.2 Classes de relevo das bacias hidrogrficas..............................................................................198 Tabela 9.3 Caractersticas das demais bacias hidrogrficas do municpio de So Lus ............................200 Tabela 9.4 reas com freqentes problemas de inundao.......................................................................212 Tabela 9.5 Principais caractersticas dos projetos de drenagem na margem esquerda do rio Bacanga...223 Tabela 9.6 Oramento para as obras de drenagem na margem esquerda do Bacanga............................224 Tabela 10.1 Condicionantes, deficincias e potencialidades do servio de abastecimento de gua ........227 Tabela 10.2 Condicionantes, deficincias e potencialidades do servio de esgotamento sanitrio ..........228 Tabela 10.3 Condicionantes, deficincias e potencialidades do servio de limpeza urbana e manejo

    de resduos slidos.................................................................................................................229 Tabela 10.4 Condicionantes, deficincias e potencialidades do servio de drenagem urbana e manejo de guas pluviais .................................................................................................................................................230

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    Relao de Desenhos

    DESENHO 3.1 BACIAS HIDROGRFICAS .................................................................................................18 DESENHO 6.1 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE GUA DE SO LUS.............................................64 DESENHO 6.2 ZONAS DE ABASTECIMENTO DE GUA ..........................................................................67 DESENHO 6.3 NDICE DE ATENDIMENTO POR REDE DE DISTRIBUIO............................................88 DESENHO 6.4 REGULARIDADE DO ABASTECIMENTO DE GUA NA ZONA URBANA DE SO LUS.90 DESENHO 6.5 MAPA HIDROGEOLGICO DA ILHA DE SO LUS ..........................................................99 DESENHO 6.6 INTERAO DO ABASTECIMENTO DE GUA COM OS MUNICPIOS VIZINHOS.......102 DESENHO 7.1 - DO SISTEMA EXISTENTE DE ESGOTAMENTO SANITRIO..........................................113 DESENHO 7.2 REDE COLETORA DE ESGOTOS EXISTENTE...............................................................136 DESENHO 7.3 UNIDADES CONTEMPLADAS PELO PROJETO EXECUTIVO DE ESGOTAMENTO

    SANITRIO ETAPA I ......................................................................................................147 DESENHO 8.1 SETORIZAO DOS SERVIOS DE LIMPEZA URBANA NO MUNICPIO DE

    SO LUS......... ..................................................................................................................156 DESENHO 8.2 FREQNCIA E HORRIOS DE COLETA DE RESDUOS POR REGIO NO

    MUNICPIO DE SO LUS.................................................................................................160 DESENHO 8.3 NDICE DE COLETA DE RESDUOS NO MUNICPIO DE SO LUS..............................161 DESENHO 9.1 MACRODRENAGEM NO MUNICPIO DE SO LUS .......................................................190 DESENHO 9.2 IDENTIFICAO DE REAS COM FREQENTES INUNDAES ................................214 DESENHO 9.3 LOCALIZAO DAS INTERVENES DE DRENAGEM NO MUNICPIO DE SO

    LUS....................................................................................................................................218

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    IITTEEMM 11

    IINNTTRROODDUUOO

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    A natureza das aes de Saneamento Bsico coloca-a como essencial vida humana e proteo ambiental, sendo uma ao eminentemente coletiva, em face da repercusso da sua ausncia, constituindo-se, portanto, em uma meta social. Como meta social, situa-se no plano coletivo, no qual os indivduos, a comunidade e o Estado tm papis a desempenhar.

    As aes de saneamento bsico, alm de fundamentalmente de sade pblica, contribuem para a proteo ambiental, representando tambm bens de consumo coletivo, servios essenciais, direito social de cidadania, direito humano fundamental e dever do Estado.

    Os servios pblicos de saneamento bsico devem estar submetidos a uma poltica pblica de saneamento, formulada com a participao social, e entendida como o conjunto de princpios e diretrizes que conformam as aspiraes sociais e/ou governamentais no que concerne regulamentao do planejamento, da execuo, da operao, da regulao, da fiscalizao e da avaliao desses servios pblicos (MORAES, 1994). O objetivo geral do Plano Municipal Integrado de Saneamento Bsico de So Lus estabelecer o planejamento das aes com participao popular e atendendo aos princpios da Poltica Nacional de Saneamento Bsico, da Poltica Estadual de Saneamento Bsico e da Poltica Municipal de Saneamento, com vistas melhoria da salubridade ambiental, proteo dos recursos hdricos e promoo da sade pblica de So Lus.

    Portanto, os Planos de Saneamento Bsico so importantes instrumentos do sistema de planejamento e gesto municipal. O planejamento depende de informaes precisas, transparncia, tica, debate de vises diferentes, vontade de negociar e de buscar solues conjuntas que sejam aceitveis para toda a sociedade (OLIVEIRA, 2006). O ato de planejar consiste em partir do estado presente do objeto para definir o estado futuro desejado, sendo o estado presente avaliado a partir de um diagnstico do objeto a ser planejado, que deve contar com a participao de diferentes sujeitos, como gestores, tcnicos, sociedade civil organizada e populao em geral. Para a definio do estado futuro desejado torna-se necessrio o estabelecimento de princpios, diretrizes, objetivos, metas, programas e projetos. Dessa forma, o Diagnstico da Situao dos Sistemas e da Prestao dos Servios torna-se uma pea fundamental no PMISB de So Lus, sendo um alicerce para a definio do estado futuro desejado. O presente Diagnstico est estruturado com os seguintes tpicos principais:

    Princpios, diretrizes e metodologia de trabalho; Caracterizao do municpio; Fundamentao legal; Formato institucional dos servios e caracterizao dos indicadores econmicos; Diagnstico dos servios: abastecimento de gua; esgotamento sanitrio; limpeza

    urbana e manejo de resduos slidos; drenagem e manejo de guas pluviais; Sistematizao das informaes.

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    IITTEEMM 22

    PPRRIINNCCPPIIOOSS,, DDIIRREETTRRIIZZEESS EE MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA DDEE TTRRAABBAALLHHOO

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    2.1 PRINCPIOS E DIRETRIZES As diretrizes nacionais para o saneamento bsico e para a poltica federal de saneamento bsico so estabelecidas pela Lei Federal n 11.445/2007. Em seu artigo 2 so estabelecidos os princpios fundamentais para o setor.

    Art. 2 Os servios pblicos de saneamento bsico sero prestados com base nos seguintes princpios fundamentais: I - universalizao do acesso; II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos servios de saneamento bsico, propiciando populao o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficcia das aes e resultados; III - abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, limpeza urbana e manejo dos resduos slidos realizados de formas adequadas sade pblica e proteo do meio ambiente; IV - disponibilidade, em todas as reas urbanas, de servios de drenagem e de manejo das guas pluviais adequados sade pblica e segurana da vida e do patrimnio pblico e privado; V - adoo de mtodos, tcnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais; VI - articulao com as polticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitao, de combate pobreza e de sua erradicao, de proteo ambiental, de promoo da sade e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento bsico seja fator determinante; VII - eficincia e sustentabilidade econmica; VIII - utilizao de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usurios e a adoo de solues graduais e progressivas; IX - transparncia das aes, baseada em sistemas de informaes e processos decisrios institucionalizados; X - controle social; XI - segurana, qualidade e regularidade; XII - integrao das infra-estruturas e servios com a gesto eficiente dos recursos hdricos.

    Para a elaborao do Plano Municipal Integrado de Saneamento Bsico de So Lus esto sendo adotados alguns princpios e diretrizes. Entre os princpios podem-se citar:

    Promoo da sade pblica e do meio ambiente; Promoo da participao social, criando acesso informao (SIM), a

    conscientizao (educao sanitria e ambiental) e democratizao do controle social;

    Integrao dos componentes dos servios e outras aes correlatas que sejam necessrias;

    Adequao tecnolgica, com alternativas de baixo custo que considerem a realidade local;

    Sustentabilidade tcnica, financeira, social e ambiental, e servios com eficincia e qualidade.

    Entre as diretrizes citam-se:

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    Planejamento pela bacia hidrogrfica; Quantidade e qualidade adequadas ao abastecimento de gua; Controle da poluio de modo a preservar os recursos hdricos; Controles de situaes hidrolgicas extremas e acidentes; Reduo da gerao de resduos na fonte e para prticas de reciclagem; Eliminao dos lixes para a disposio final adequada; Drenagem urbana sustentvel, considerando critrios de ocupao de solo, do

    planejamento urbano, reflorestamento, reduo de reas impermeveis; Reduo dos riscos de enchentes e eroso nos pontos de lanamento final; Especial ateno para as reas de conservao e/ou ecologicamente mais

    vulnerveis.

    Ademais, o PMISB de So Lus deve ser dotado das seguintes caractersticas para se atingir o seu objetivo principal, o de se tornar um instrumento de planejamento do saneamento bsico:

    Poltica: fruto de processo de deciso poltico-social. Um plano considerado muito bom tecnicamente, pode ser invivel politicamente e, assim, pode no ser implementado;

    Transparncia: tornar pblico os estudos, a situao atual e as prioridades para os servios de saneamento bsico;

    Democratizao: garantida pela participao da sociedade estabelecida pela Lei n 11.445/2007.

    2.2 METODOLOGIA DE TRABALHO

    A Figura 2.1 ilustra a seqncia metodolgica adotada na elaborao do Diagnstico da Situao Fsica dos Sistemas e da Prestao dos Servios. Em seguida feita uma descrio de cada uma das etapas.

    Preparao para o Campo

    Inspees de Campo e Coleta de Dados

    Elaborao do Diagnstico

    Figura 2.1 Seqncia metodolgica do diagnstico

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    Preparao para o Campo A preparao para o campo foi composta das seguintes atividades: sistematizao dos dados existentes; escolha da base cartogrfica; elaborao dos questionrios de campo; e contato prvio com as entidades a serem visitadas.

    Na sistematizao dos dados foram compilados todos os planos, diagnsticos, estudos e projetos disponveis pela Contratada (informados no relatrio Plano de Trabalho do presente PMISB) para se ter uma melhor aferio dos dados disponveis e aqueles a serem coletados.

    A principal base cartogrfica adotada no PMISB de So Lus composta pelo levantamento aerofotogramtrico realizado pela Aeroconsult no ano de 2001 e adotado tambm pelo Plano Diretor de So Lus. Como a referida base no contempla todo o municpio e a prpria Ilha de So Lus, foi necessrio fazer uma complementao das regies perifricas zona urbana com outras bases disponveis. A base que melhor se configura aquela adotada pelo Plano Diretor de gua de 2003, portanto, foi utilizada tambm no presente Plano como base complementar principal.

    J o banco de dados georreferenciados do PMISB foi elaborado utilizando o Sistema de Informaes Geogrficas (SIG) ArcGis 9.3. O ArcGis um Sistema de Informao Geogrfica para a visualizao, gesto, criao e anlise de dados geogrficos. considerada uma ferramenta para otimizao de mapas que permitem ao usurio produzir mapas dinmicos com alto desempenho e de qualidade significativamente melhor.

    Ainda na preparao para o campo foram elaborados questionrios para serem utilizados em cada um dos componentes do saneamento, quais sejam: abastecimento de gua; esgotamento sanitrio; limpeza urbana e manejo de resduos slidos; drenagem e manejo de guas pluviais. O objetivo dos questionrios foi auxiliar os tcnicos da Contratada nas entrevistas com os responsveis pelos servios de saneamento.

    Por fim, foi realizado o contato prvio com as entidades a serem visitadas. A Prefeitura Municipal, atravs da Secretaria Municipal Extraordinria de Projetos Especiais (SEMPE), foi a responsvel pelo envio de ofcios s demais entidades, rgos e secretarias envolvidas com o saneamento bsico e planejamento urbano do municpio de So Lus. Inspees de Campo e Coleta de Dados A etapa seguinte, de coleta de dados, foi realizada em duas vertentes principais, sendo a primeira por dados secundrios coletados em rgo oficiais do governo pela internet, e a segunda em visitas nas entidades, rgos e secretarias que detm informaes relativas aos servios em estudo.

    No primeiro momento, foram consultados dados secundrios das seguintes referncias principais:

    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE); Atlas do Desenvolvimento Humano; Ministrio da Sade;

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    Ministrio da Educao; Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais; Instituto Maranhense de Estudos Socioeconmicos e Cartogrficos;

    J nas visitas de campo, foram entrevistados tcnicos e coletados dados dos seguintes rgos e secretarias:

    Companhia de Saneamento Ambiental do Maranho (CAEMA); Secretaria Municipal de Obras e Servios Pblicos (SEMOSP); Instituto da Cidade, Pesquisa e Planejamento Urbano e Rural (INCID); Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMAM); Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA); Secretaria Municipal de Sade (SEMUS); Secretaria de Estado e Planejamento e Oramento (SEPLAN); Secretaria Municipal de Segurana com Cidadania (SEMUSC); Universidade Federal do Maranho (UFMA); Centro Universitrio do Maranho (UNICEUMA).

    Elaborao do Diagnstico Finalmente, a ltima etapa foi a elaborao do diagnstico propriamente dito. A estrutura adotada no relatrio foi baseada em quatro macro itens, a saber: caracterizao do municpio de So Lus, com a descrio dos aspectos naturais, scio-econmicos e urbanos; fundamentao legal, abordando as principais informaes a respeito da legislao vigente, no mbito Federal, Estadual e Municipal; formato institucional e indicadores econmicos, descrevendo a forma de prestao e gesto dos servios de saneamento, assim como apresentando os aspectos econmicos e financeiros dos prestadores; o diagnstico dos servios de saneamento, separadamente para os servios de abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, limpeza urbana e manejo de resduos slidos e drenagem e manejo de guas pluviais; e, por fim, a sistematizao das informaes.

    No diagnstico dos quatro componentes do saneamento foi possvel realizar uma descrio do sistema fsico, assim como uma avaliao crtica do mesmo. Em seguida foi feita uma caracterizao da cobertura desse servio e avaliao das lacunas existentes na sua prestao. Outro aspecto importante abordado foi a existncia de planos, projetos e obras para os respectivos servios de saneamento.

    Indicadores de Desempenho

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    Uma ferramenta importante para a caracterizao e avaliao dos servios de saneamento, e que foi bastante utilizada no presente Diagnstico, assim como ser no restante do PMISB, so os indicadores de desempenho.

    Os indicadores so utilizados principalmente como um instrumento de gesto pblica. Considerando os dados levantados importante estabelecer um conjunto de indicadores, os quais servem de base para avaliaes, salientam tendncias, apontam deficincias e demonstram a eficincia atravs de anlises comparativas com valores de referncia.

    A utilizao de indicadores possibilita uma avaliao quantitativa do desempenho, conforme anlise das principais aes implementadas e permite o acompanhamento e avaliao temporal, alm da comparao quantitativa, padres de comparao e ndices pr-estabelecidos no planejamento como meta a ser alcanada. Dentre as caractersticas intrnsecas aos indicadores estes devem ser de fcil compreenso e obteno, no envolvendo dificuldades exageradas de clculo e de uso, para efetivamente funcionar como instrumento de avaliao, sendo adequado realidade scio-econmica e ambiental do municpio. Dessa forma, um nmero equilibrado de indicadores precisa ser estabelecido com enfoque nos aspectos primordiais a serem monitorados para uma gesto eficiente, tendo em vista um processo de melhoria contnua.

    Sistematizao das Informaes Metodologia CDP A sistematizao das informaes coletadas e apresentadas no diagnstico foi realizada atravs da metodologia CDP Condicionantes, Deficincias e Potencialidades.

    A Sistemtica CDP aplicada na elaborao do Plano Municipal Integrado de Saneamento Bsico de So Lus apresenta basicamente um mtodo de ordenao criteriosa e operacional dos problemas e fatos, resultantes de pesquisas e levantamentos, proporcionando apresentao compreensvel, facilmente visualizvel e compatvel com a situao atual da cidade.

    Ela pode orientar o planejamento em todas as fases do processo, baseando-se nos critrios de eficincia, de adequao dos meios e recursos e de controle de resultados, evitando, com isto, os erros de uma simples eliminao de deficincia.

    As condicionantes figuram como as restries, impedimentos e obrigatoriedades existentes no ambiente urbano e rural, natural ou construdo. Em geral, com conseqncias futuras no desenvolvimento do saneamento bsico do municpio, as condicionantes podem estar vinculadas aos seguintes elementos a serem considerados no planejamento:

    do ambiente institucional e poltico: planos, legislao e decises existentes, capacidade institucional e grau de deciso poltica no exerccio do controle ambiental e da titularidade dos servios, entre outros;

    do ambiente natural: as condies geomorfolgicas do meio - a topografia, a hidrografia e o clima, o solo e geologia, e ainda o patrimnio natural, entre outros;

    do ambiente urbano e scio-econmico: o patrimnio histrico e cultural, o sistema virio, a renda, escolaridade e sade da populao, o associativismo e participao social, entre outros.

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    As deficincias so os elementos caracterizados como problemas que devem ser solucionados atravs de aes e/ou polticas que provoquem as mudanas desejadas. Configuram situaes de carter negativo que significam estrangulamentos na qualidade de vida das pessoas e dificultam o desenvolvimento do municpio. As deficincias podem ser caracterizadas conforme os seguintes tipos de limitaes dos servios:

    de ordem tcnico-operacional: oferta (capacidade instalada) insuficiente diante da demanda do servio, falta de manuteno e reposio adequada dos ativos dos sistemas, entre outras;

    de ordem natural: contexto urbanstico, topogrfico e geomorfolgica exercendo dificuldades na soluo dos problemas;

    de ordem econmico-financeira: sustentabilidade insuficiente, de um lado por ineficincias na prestao dos servios, e de outro, por limites de capacidade de pagamento dos servios pela populao, entre outros.

    Por fim, as potencialidades so os elementos que podem ser utilizados para melhorar a qualidade dos servios de saneamento bsico. So aspectos positivos existentes no municpio que devem ser explorados e/ou otimizados, resultando em melhoria da qualidade de vida da populao. As potencialidades podem ser avaliadas nas caractersticas seguintes:

    de ordem institucional e poltica: existncia de mecanismos regulatrios, disposio poltica das autoridades envolvidas, potencial de parcerias, interesse da sociedade na resoluo dos problemas, aproveitamento de iniciativas comunitrias, entre outros;

    de ordem tcnico-operacional: infra-estrutura e equipamentos com capacidade ociosa, recursos humanos com potencial para melhor operar e manter os sistemas;

    de ordem urbana e scio-econmica: disponibilidade de reas ampliao dos equipamentos e unidades dos servios, potencial para melhor eficincia na arrecadao de taxas e tarifas, capacidade de endividamento no utilizada, parcerias, entre outras;

    de ordem natural: potencial de recursos naturais e hidrogrficos.

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    IITTEEMM 33

    CCAARRAACCTTEERRIIZZAAOO DDOO MMUUNNIICCPPIIOO DDEE SSOO LLUUSS

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    3.1 CARACTERIZAO GERAL O Estado do Maranho localiza-se na poro oriental da regio Nordeste do Brasil, entre as coordenadas 056 e 1016 de latitude sul e 4128 e 4906 de longitude oeste, aproximadamente. limitado a leste pelo Estado do Piau, a oeste pelo Estado do Par, ao sul pelo Estado de Tocantins e ano norte pelo Oceano Atlntico. Com 217 municpios, possui uma rea igual a 827.141 km2, correspondente a 4% do territrio nacional e 20% da regio Nordeste.

    A Figura 3.1 ilustra a localizao do Estado do Maranho no Brasil e a Ilha de So Lus no municpio.

    Figura 3.1 Localizao do Estado do Maranho A Ilha de So Lus possui 4 municpios: So Lus, Pao do Lumiar, So Jos de Ribamar e Raposa. Especificamente o municpio de So Lus est localizado na poro ocidental da Ilha entre os rios Bacanga e Anil. Tem como limites ao norte o Oceano Atlntico, a leste o municpio de So Jos de Ribamar, a oeste a Baa de So Marcos e ao sul o Estreito dos Mosquitos. O municpio ocupa aproximadamente 57% da Ilha, enquanto o restante do espao insular repartido pelos demais municpios citados, constituindo a Regio Metropolitana de So Lus.

    A despeito da Ilha de So Lus possuir quatro municpios, o que significa independncia poltica e administrativa, trs em seu processo de ocupao uma dinmica em que inmeros fatores fazem destes municpios um conjunto difcil de ser separado em partes, dada a interdependncia econmica e social entre eles, principalmente no que se refere ao ordenamento espacial e prestao de servios, tais como: abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, servios de drenagem, manejo dos resduos slidos, transporte coletivo, servios de sade, entre outros.

    A Figura 3.2 ilustra a Ilha de So Lus e os limites dos quatro municpios da regio insular.

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    Figura 3.2 Ilha de So Lus

    3.2 CONTEXTUAO HISTRICA So Lus a nica cidade brasileira fundada pelos franceses, no dia 8 de setembro de 1612. Posteriormente ela foi invadida pelos holandeses e posteriormente foi colonizada pelos portugueses. Quando, em 1621, o Brasil foi dividido em duas unidades administrativas, Estado do Maranho e Estado do Brasil, So Lus foi a capital da primeira unidade.

    O nome da cidade uma homenagem dada pelos franceses ao rei da Frana Lus IX, tambm chamado de So Lus. O rei Lus IX ficou popular durante o seu reinado em funo do excepcional poder poltico, econmico, militar e cultural do pas na poca, conhecido como o sculo de ouro de So Lus. Assim, os franceses, em homenagem a esse rei nomearam a nova cidade de So Lus.

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    So Lus, antes mesmo da chegada dos franceses, j era densamente povoada por povos indigenas. Em 1535, a diviso do pas em capitanias hereditrias deu ao tesoureiro Joo de Barros a primeira oportunidade de colonizar a regio. Na dcada de 1550 foi fundada a cidade de Nazar, provavelmente onde hoje So Lus, que acabou sendo abandonada devido resistncia dos ndios e a dificuldade de acesso ilha.

    Daniel de La Touche, acompanhado de cerca de 500 homens vindos das cidades francesas de Cancale e Saint-Malo chegou regio em 1612 para fundar a Frana Equinocial e realizar o sonho francs de se instalar na regio dos trpicos. Logo se aliaram aos ndios, que foram fiis companheiros na batalha contra os portugueses vindos de Pernambuco, decididos a reconquistar o territrio, o que acabou por acontecer alguns anos depois.

    Em 1615, comandada por Alexandre de Moura, a tropa lusitana expulsou os franceses em e Jernimo de Albuquerque foi destacado para comandar a cidade. Aorianos chegaram cidade em 1620 e a plantao da cana para produo de acar e aguardente tornou-se ento a principal atividade econmica na regio, na qual os ndios foram usados como mo-de-obra na lavoura. A produo foi pequena durante todo o sculo XVII e, como praticamente no circulava dinheiro na regio, os excedentes eram trocados por produtos vindos do Par, Amaznia e Portugal.

    Por volta de 1641, aportou em So Lus uma esquadra holandesa formada por 18 embarcaes, com mais de mil militares, sob o comando do almirante Jan Cornelizoon Lichtardt e pelo coronel Koin Handerson. O principal objetivo dos holandeses seria a expanso da industria aucareira na regio. Antes da invaso em So Lus, os holandeses ja haviam invadido grande parte do nordeste brasileiro e tomado outras cidades como Salvador, Recife e Olinda.

    Os holandeses investiram contra So Lus, amedrotaram os moradores o que fez a cidade ficar deserta. Foi feito prisioneiro o governador da cidade, o fidalgo portugus Bento Maciel Parente, e tambm foi hasteada a bandeira holandesa. Toda a cidade foi saqueada, igrejas e templos foram roubados, o que resultou numa paralisao da economia maranhense. A produo da capitania era baseada na comercializao de tabaco, cravo, algodo, aguardente, aucar, sal, azeite, couro, farinha de mandioca, entre outros produtos.

    Aps a expanso dos holandeses para o interior, alm da ilha de So Lus, os portugueses manifestam a sua insatisfao, iniciando em 1642 os movimentos de revolta e de mobilizao para tentar expulsar os holandeses das terras maranhenses. Comeou ento uma guerrilha que durou cerca de trs anos e, em conseqncia, causou a destruio de grande parte da cidade de So Lus. Finalmente, aps uma violenta batalha, em 1644 os holandeses desocupam a cidade de So Lus.

    3.3 CARACTERIZAO DO MEIO NATURAL Clima O Estado do Maranho localiza-se na faixa de transio entre o clima equatorial e tropical, estando a poro Nordeste do Estado na faixa equatorial e o restante na zona tropical. O clima da Ilha de So Lus, segundo a classificao proposta por Kppen, tropical do tipo AW, com veres quentes e midos, temperaturas mdias entre 19 e 28C, pluviosidade

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    mdia pouco abaixo de 2.000 mm/ano e duas estaes bem definidas a chuvosa e a seca, com mais de 80% das chuvas ocorrendo no vero.

    Precipitao Em So Lus, embora a estao das chuvas se inicie em dezembro, somente a partir de janeiro ela registra quantidade superior s necessidades potenciais. Contudo, apesar da precipitao desse ms ser geralmente elevada (156 mm em mdia), a evapotranspirao potencial , ainda, muito grande (145 mm), razo pela qual, o excesso pluviomtrico de apenas 11 mm.

    Considerando que, ao iniciar o ms de janeiro, os solos ainda esto completamente deficitrios em umidade, estas chuvas so suficientes apenas para o consumo das plantas, resultando cerca de 11 mm para se iniciar a reposio de gua nos solos. Conseqentemente, o ms de janeiro no mido nem seco, no h excesso de gua, porm no h, tambm, dficit e o runoff insignificante.

    Somente em fevereiro, com precipitao normal de 269 mm, os solos tm sua estocagem potencial alcanada e o excesso de precipitao de 141 mm, resulta em um excesso hdrico nos solos de 52 mm, dos quais 50% so liberados para alimentar o escoamento superficial.

    Em maro e abril, a precipitao alcana valores superelevados, normalmente acima de 400 mm para cada ms. O runoff dessa poca determinado por um elevado volume de gua excedente que soma-se poro do runoff do ms anterior da bacia a montante. Isto por sua vez, determina os meses de maro e abril como sendo os meses de enchentes, as quais causam severos danos populao e prejuzos economia. O ms mais seco em So Lus geralmente o de julho e revela um dficit mdio para as plantas de somente 2 mm, com a escassez de chuvas prolongando-se at outubro.

    Temperatura Em decorrncia da intensa insolao, a temperatura mdia anual de 26,1C relativamente alta. Porm, a influncia dos alsios, de circulao local, da alta umidade e grande quantidade de nebulosidade durante todo o ano, faz com que grande parte da regio litornea no atinja mximas dirias muito elevadas. A temperatura mdia anual da regio oscila entre os valores extremos de 34,4 e 17,9C. Novembro o ms mais quente e junho, o mais frio. A amplitude trmica mdia, pouco significativa nessas latitudes, se situa em torno de 7,0C. Este carter do regime trmico determinado, principalmente, pela posio geogrfica. Face durao do dia na regio, praticamente constante durante todo o ano (12 horas), o ritmo das estaes no apresenta fortes contrastes nessas latitudes baixas.

    Vento O vento de superfcie em relao sua freqncia mdia anual denominado de vento alsio (leste). Isto modificado na zona litornea e nas guas costeiras por uma brisa martima perpendicular costa, a qual resulta em uma brisa moderada de nordeste durante todo o ano.

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    Em toda a zona litornea da regio, os ventos tendem a ser mais fracos pela madrugada, com as velocidades mais altas registradas entre 12 e 13 horas e as mais baixas s 5 horas.

    Radiao solar A regio de So Lus, face sua situao geogrfica, ou seja, prxima ao Equador, submetida a forte radiao. O perodo de exposio solar apresenta uma mdia de 2.800 horas/ano. Maro e agosto so os meses do ano de menor e maior perodo de exposio solar para esta rea, com os valores de 107 e 260 horas/ms, respectivamente. Os valores mximos so encontrados no perodo de junho a dezembro, quando a nebulosidade mais reduzida.

    Umidade relativa do ar A umidade relativa do ar apresenta pouca variao ao longo do ano. O perodo em que se verifica maior percentual de umidade compreende os meses da estao mida (janeiro a maio), mas sem diferenas considerveis em relao aos outros meses do ano. A variao mdia anual apresenta uma oscilao na faixa de 75 a 90%.

    Relevo e Topografia Baseando-se em critrios morfo-estruturais, podem ser identificadas seis unidades geomorfolgicas diferenciadas na composio do relevo do Maranho: planalto da bacia sedimentar do Maranho, pediplano central do Maranho, superfcie sublitornea de Bacabal, superfcie sublitornea de Barreirinhas, planalto setentrional do Maranho e plancie flvio-marinha do Golfo do Maranho.

    A Ilha de So Lus pode ser descrita como um grande retalho dos antigos tabuleiros costeiros do Maranho, que restou entre as baas-esturias de So Marcos e de So Jos, vista no conjunto da grande reentrncia do Golfo Maranhense, mal separada do continente, devido presena alternada da plancie de mar, da regio de Perizes de Baixo.

    Considerando-se a situao da rea, identificada no contexto geoespacial da Ilha, possvel reconhecer uma compartimentao geomorfolgica na qual predominam principalmente as seguintes formas de relevo:

    Terraos dos baixos plats, encontrados de maneira geral ao norte da rea, ocupando os patamares situados entre as zonas de plancie e baixos plats;

    Formaes de colinas isoladas, apresentando formas arredondadas com elevao que alcana altitudes entre 15 e 25 metros;

    Tabuleiros que se estendem ao norte e ao nordeste muito pouco ondulados com altitudes que variam entre 10 e 15 metros;

    Falsias, voltadas para a Baia de So Marcos, formadas pela ruptura abrupta da borda das zonas tabuliformes;

    Praias, que constituem a parte inferior da plancie costeira, com declive suave entre 0 e 5 metros de altitude;

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    Dunas, localizadas a partir da regio ps-praia com altitudes entre 5 e 25 metros;

    Aluvies, que correspondem aos vales das plancies flvio-marinhas, com altitudes de 0 a 5 metros e gradiente topogrfico fraco, permitindo a formao de extensas regies de mangues.

    Vegetao A vegetao composta por mata secundria mista e babaual, presentes em reas onde a ao antrpica resultou no desaparecimento da mata original, de origem amaznica, surgindo uma vegetao cujas sementes resistiram ao do homem. Nas plancies flvio marinhas, devido a ao das mars ao longo dos rios, surge a vegetao de mangue, que, juntamente com a vegetao tpica das dunas e restingas, atuam para fixar o solo dessas reas, mitigando as mesmas contra a ao do vento, ondas, mars e precipitaes. So consideradas reas de Preservao Permanente, APP, protegidas por lei, sendo que somente sero suprimidas mediante Lei regulamentar que estabelece alguns critrios para a sua retirada.

    Aspectos Geolgicos Do ponto de vista da geologia, a Ilha de So Lus ocupa um espao definido na poro sudeste da bacia sedimentar de So Lus.

    Esta bacia corresponde a um pacote sedimentar, descrito como um graben ovalado, que apresenta falhamentos orientados no sentido vertical. Ocupando uma superfcie da ordem de 33.000 km2, sua profundidade maior alcana cerca de 4 km.

    Quanto sua localizao: ao norte, seu limite se projeta para o Oceano Atlntico; ao sul, encontra-se com a bacia do Maranho (separada pelo Arco Ferrer - Urbano Santos); a leste, com a bacia de Barreirinhas (separada pelo alto das Canrias); a oeste, com a bacia de Bragana - Vizeu (separada pelo Alto do Gurupi). Segundo os registros encontrados na literatura consultada, a bacia sedimentar de So Lus caracteriza-se principalmente pela ocorrncia de rochas sedimentares dos perodos Cretceo, Tercirio e Quaternrio. Anlises estratigrficas indicam trs camadas principais, nas quais se distinguem: arenitos, siltitos, argilitos e folhelhos da formao Itapecuru (Cretceo); arenitos e argilitos da srie Barreiras (Tercirio) e por ltimo os depsitos aluvionais de areias e argilas (Quaternrio recente). Particularizando-se o espao que circunscreve a rea a noroeste da Ilha de So Lus, onde est assentada a cidade de So Lus, possvel fazer uma leitura dos aspectos geolgicos recentes, na qual se observa a presena dos sedimentos aluvionais (Quaternrio), representados pelos depsitos de praia e ps-praia, constitudos pelas fcies de areia quartzoza que se acumulam ao longo da linha da costa (ao Norte e a Nordeste) formando o cordo arenoso da praia da Ponta dAreia, o qual liga-se com a formao das dunas que se alinham s praias de So Marcos at o Araagi.

    Sua distribuio se estende ainda para formar o fundo da Baa e dos canais estuarinos dos rios e igaraps associados Ilha, onde so encontradas fcies que podem variar do material arenoso ao sltico-argiloso. Na seqncia so encontrados os sedimentos da srie Barreiras

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    (Tercirio), que predominam no interior da ilha. Estes afloramentos servem de moldura para as plancies flvio-marinhas, estabelecendo os limites de distribuio dos sedimentos quaternrios.

    No conjunto das feies da geologia identificadas para a rea, cabe registrar um afloramento da formao Itapecuru (Cretceo), que se destaca ao norte, na zona litornea aproximadamente altura da praia de So Marcos.

    3.4 RECURSOS HDRICOS O Estado do Maranho est inserido na bacia hidrogrfica do Meio-Norte, composta pelas bacias dos rios:

    Graja, Pindar e Mearim, que desembocam na baa de So Marcos; Itapecuru e Munim, que desembocam na baa de So Jos;

    Tocantins, que faz divisa com o estado de Tocantins;

    Gurupi, que faz divisa com o estado do Par;

    Parnaba, que faz divisa com o estado do Piau.

    J a Ilha de So Lus est assentada no interior do Golfo do Maranho. Sua localizao configura um divisor natural da massa de gua estuarina, que resulta da convergncia e mistura das guas do Oceano Atlntico Sul com as guas continentais do caudal de montante dos rios Itapecuru e Munim que vo formar a baa de So Jos (a leste) e Mearim e Pindar que vo formar a baa de So Marcos (a oeste). Como recursos hdricos da Ilha, so identificados mananciais de superfcie distribudos em uma rica malha hidrogrfica, alm de aqferos subterrneos que armazenam importantes reservas de gua. No item 6.7 Identificao do Potencial de Fontes Hdricas para o Abastecimento feita uma abordagem dos mananciais superficiais e subterrneos.

    As guas de superfcie da Ilha de So Lus se distribuem basicamente a partir de um grande divisor de guas, a Chapada do Tirirical, que, por sua borda leste, inclui as nascentes dos rios Pacincia, Santo Antnio (Cururuca) e Tibiri. Pela sua borda oeste so identificadas as nascentes dos rios Cachorros, Bacanga, Bicas e Anil.

    Merecem ser mencionados tambm, os pequenos cursos dgua que cortam os tabuleiros (ano norte) entre os quais se destacam os rios da Prata ou Jaguarema, Claro ou Seco, Pimenta e Calhau. Como corpos de gua artificial, cabe registrar os reservatrios do Batata, do Prata e Me Isabel, includos na rea da bacia do Bacanga.

    Dos recursos hdricos de superfcie identificados, os rios Anil e Bacanga so os mais importantes do municpio de So Lus, localizando-se na rea de maior concentrao urbana da cidade. O Item 7 Diagnstico dos Servios de Drenagem e Manejo de guas Pluviais aborda com propriedade as caractersticas dessas duas bacias e das demais do municpio.

    O Desenho 3.1 apresentado a seguir ilustra as bacias hidrogrficas da Ilha de So Lus, com destaque para o limite do municpio.

  • Riacho dos Cachorr o s

    Rio Tibiri Rio Ta

    ji Puru

    Rio Jenipa

    rana

    Rio Pacincia

    Rio AnilRio Bacanga

    Rio Sto

    Ant n

    io

    Rio Se

    co

    Ilha do Cupuru

    Igarap Combiqu

    e

    Igarap Maracuj

    Ig. do Sabino

    Raposa

    Pao Lumiar

    So JosRibamar

    Estreitos dos Mosquitos

    Igarap Cajueiro

    Riacho das Pedrinhas

    Iga rap Pindoba

    Represa Batat

    Lagoa AnaJansen

    Ilha Me D'guaIlha MojIlha do Sampaio Ilha do Fogo

    BAA DESO MARCOS

    OCEANO ATLNTICO

    BAA DESO JOS

    BAA DOARRAIAL

    BAA DOCURUPU

    Rio Saram

    anta

    Rio Ca

    lhau Rio Pimenta

    Rio Miritiua

    Praia Olho D'guaPraia do Calhau

    Praia de So Marcos

    Ponta da Guia

    Praia do Canto Ponta das Ancas

    Ilha deCurupu

    Ponta do Curupu

    Praia daRaposa

    Ponta Itapari do Mar

    Ponta de Caura

    Ponta Satuba

    Ponta da Tabuna

    TIBIRI

    PACINCIA

    BACANGA

    ANIL

    ITAQUI

    SANTO ANTNIO

    JENIPARANA

    OCENICA

    ESTIVA

    CACHORROS

    INHAUMA

    GUARAPIRANGA

    550000

    550000

    560000

    560000

    570000

    570000

    580000

    580000

    590000

    590000

    600000

    600000

    610000

    610000

    969000

    0

    969000

    0

    970000

    0

    970000

    0

    971000

    0

    971000

    0

    972000

    0

    972000

    0

    973000

    0

    973000

    0

    PROGRAMA DE RECUPERAO AMBIENTAL EMELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DA BACIA DO BACANGA

    DE PROJETOS ESPECIAIS - SEMPESECRETARIA MUNICIPAL EXTRAORDINRIA

    PREFEITURA MUNICIPAL DE SO LUS

    PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DESANEAMENTO BSICO

    PMISB DE SO LUS - MA

    ESSEELABORAO DATAN DES.ESCALA

    E DA PRESTAO DE SERVIOSDIAGNSTICO DA SITUAO DOS SISTEMAS

    BACIAS HIDROGRFICAS

    LegendaHidrografiaBacias HidrogrficasMunicpio de So Luis

    MARANHOPAR

    PIAU

    TOCANTINS

    40000

    40000

    440000

    440000

    840000

    840000

    920000

    0

    920000

    0

    960000

    0

    960000

    0

    DESENHO 3.1MARO/2010

    1:175.000

    0 3.500 7.000 10.5001.750m

    1:175.000

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    Deve-se destacar que a Ilha faz parte de uma zona costeira, estando sujeita a processos oceangrafos de expressiva magnitude. Sob influncia direta das guas da baa de So Marcos, a poro norte do municpio est sujeita s mars com grande amplitude, que avanam de forma pronunciada sobre os terrenos da Ilha.

    possvel destacar duas reas distintas: a primeira, aberta e voltada para o mar, representada pela linha de costa, onde encontrado extenso cordo de praias com dunas, desde a Ponta dAreia at a praia do Araagi (bacia Ocenica); a segunda se caracteriza por estar confinada, representada pelas plancies flvio-marinhas das bacias dos rios Bacanga e Anil.

    Na rea aberta, da bacia Ocenica, a ao das mars com grandes amplitudes (at 7 m de altura) influencia decisivamente o regime da circulao costeira, que combina ao comportamento dominante dos ventos, favorece o predomnio de processos de construo da costa pelas dunas.

    Na zona que corresponde s plancies flvio-marinhas dos esturios do Bacanga e Anil, a ao das mars semidiurnas manifestam-se pela presena de dois fenmenos fsicos combinados que se processam simultaneamente, a mar salina e a mar dinmica.

    A mar salina corresponde ao deslocamento horizontal (em fluxo e refluxo) da massa de gua salgada que se propaga atravs da desembocadura dos rios e igaraps, inundando periodicamente a zona de suas calhas. Esse fenmeno inclui dois perodos sucessivos, identificados como preamar e baixamar.

    A mar dinmica equivale, por sua vez, a uma componente ortogonal que se desloca no sentido vertical, traduzindo-se pela elevao e abaixamento correspondente do nvel das guas por ocasio da preamar e baixamar em alternncias sucessivas.

    3.5 ASPECTOS DEMOGRFICOS Durante a dcada de 1960 o Estado do Maranho registrou uma baixa taxa de crescimento da populao, correspondendo a 2% ao ano. Essa taxa foi inferior a de 1940 e constitui um contraste notvel com a elevada taxa de 4,6% registrada no perodo de 1950-60. Nessa poca o Estado que, at ento era praticamente fechado s correntes migratrias, recebeu grandes massas de migrantes oriundos do resto do Nordeste, principalmente dos Estados do Piau e Cear, que, tangidos pela grande seca de 1958, passaram a se dirigir num ritmo bastante intenso para o Maranho, atrados pela abundncia de terras devolutas e frteis das zonas midas do Estado.

    Comparando-se a evoluo da populao do Maranho e do Nordeste percebe-se ainda um substancial incremento da participao relativa do efetivo demogrfico maranhense no contexto nordestino, situando-se em 11,1% nos anos 60. A partir de ento foi perdendo importncia essa participao, decrescendo para 10,6% em 1970 e, finalmente, para 10,2%, em 1980, conforme pode ser observado na Tabela 3.1.

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    Tabela 3.1 Populao do Maranho e do Nordeste / 1940-80

    Fonte: IBGE ; Estudo de Impacto Ambiental do Sistema de Esgotamento Sanitrio da Ilha de So Lus (1998)

    J a Ilha de So Lus sofreu a partir da dcada de 80 uma alterao profunda nos seus modos tradicionais de vida, costumes, atividade econmica e at lazer. Com o incio do projeto Carajs, e a conseqente implantao do Complexo Porturio da Ponta da Madeira, teve incio um perodo de grande demanda por mo-de-obra e servios, gerando-se inmeros empregos qualificados, que atraram profissionais de outras regies do pas.

    A construo da fbrica de alumnio ALUMAR incrementou de forma significativa as demandas por mo-de-obra especializada. E com a criao do Distrito Industrial de So Lus (DISAL) e os incentivos governamentais e de mercado foram criadas mais empresas e geados novos empregos e profisses.

    Decorrente destas alteraes econmicas houve, simultaneamente, uma acelerao no acrscimo no crescimento populacional. Com isto, novas exigncias e padres de demanda se fizeram presentes: aumento do valor dos imveis e ocupao e ocupao pelas populaes de baixa renda de reas marginais na periferia urbana e em mangues. A Figura 3.3 apresenta a evoluo populacional do municpio nas ltimas dcadas.

    958.522

    837.584

    246.244

    247.392

    205.51256.31532.444

    450.127

    202.041

    59.974

    1.014.837

    870.028

    696.371

    449.433

    265.486

    0

    200.000

    400.000

    600.000

    800.000

    1.000.000

    1970 1980 1991 2000 2010

    Urbana Rural Total

    Fonte: IBGE, Censos Demogrficos Figura 3.3 Srie histrica populacional do municpio de So Lus

    POPULAO RECENSEADA ANO

    MARANHO NORDESTE PARTICIPAO RELATIVA DO MARANHO (%) 1940 1.235.169 14.434.080 8,5 1950 1.583.248 17.973.413 8,8 1960 2.492.139 22.429.873 11,1 1970 2.992.686 28.111.927 10,6 1980 3.698.200 36.251.400 10,2

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    Percebe-se claramente pela Figura 3.3 a elevadssima taxa de crescimento da populao urbana do municpio de So Lus na dcada de 90, caracterizando-se em um xodo da populao rural. Atualmente, 94,43% da populao do municpio considerada urbana.

    A Figura 3.4 ilustra a delimitao do zoneamento urbano do municpio de So Lus, segundo o Plano Diretor de 2006 (Lei n 4.669).

    Fonte: Adaptado do INCID Instituto da Cidade, Pesquisa e Planejamento Urbano e Rural (2007) Figura 3.4 Zona urbana do municpio de So Lus

    A Figura 3.5 ilustra a evoluo urbana de So Lus desde a dcada de 1950 at o ano 2000. Percebe-se claramente, que a partir da densa ocupao do centro histrico da cidade, foram-se adensando as reas perifricas a ele at o ano de 1960. A partir desse perodo at o ano de 1980, o crescimento se deu principalmente nas reas litorneas, na poro nordeste da Ilha e ainda nas periferias da rodovia federal 135.

    Aps a dcada de 1980, mais especificamente na dcada de 1990 at os dias de hoje um fenmeno interessante de registro a expanso urbana induzida pelos programas habitacionais do governo que resultaram em inmeras implantaes de conjuntos habitacionais, como: Cohama, Cohajap, Cohajoli, Cohaserma, Cohabs I, II, III, e IV, Cohatrac I, II, III e IV, Maiobo, Tamba, Jeniparana, Cidade Operria.

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    Fonte: SEMURH (2001), INCID (2010) Figura 3.5 Evoluo urbana de So Lus at o ano 2000

    Ainda, em direo ao nordeste da Ilha, a expanso deu-se em virtude do surgimento de condomnios residenciais, bem como do crescimento de bairros como Vila Luizo, Divinia, Santa Rosa, dentre outros.

    Dessa forma, conforme a expanso do municpio foi se consolidando, o vetor de crescimento se deu no sentido dos municpios de So Jos do Ribamar e Pao do Lumiar. Apesar das sedes destes municpios distarem das reas conurbadas com So Lus, grande parte da populao destes municpios encontram-se instaladas nessa regio e esto dependentes das condies econmicas e sociais oferecidas por So Lus.

    A partir desse crescimento apresentando caracterizou-se o surgimento da regio metropolitana de So Lus, com a conurbao com os municpios de So Jos de Ribamar e Pao do Lumiar.

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    3.6 ECONOMIA

    As tabelas 3.2 e 3.3 apresentam os dados do Produto Interno Bruto do municpio de So Lus, do estado do Maranho e da regio Nordeste entre os anos de 2005 e 2008.

    Tabela 3.2 Produto Interno Bruto a Preos Correntes 2005 a 2008 Produto Interno Bruto a preos correntes (R$ 1.000.000) Abrangncia

    Geogrfica 2005 2006 2007 2008 So Lus 9.340.944 11.217.074 12.272.006 14.724.350 Maranho 25.335.000 28.620.000 31.606.000 34.487.000 Nordeste 280.545.000 311.104.000 347.797.000 397.503.000 Brasil 2.147.239.000 2.369.484.000 2.661.345.000 3.031.864.000 Fonte: Instituto Maranhense de Estudos Socioeconmicos e Cartogrficos. 2005-2008

    Tabela 3.3 Participao do Produto Interno Bruto no Brasil 2005 a 2008 Participao no PIB do Brasil (%) Abrangncia

    Geogrfica 2005 2006 2007 2008 So Lus 0,44 0,47 0,47 0,49 Maranho 1,2 1,2 1,2 1,3 Nordeste 13,1 13,1 13,1 13,1

    Fonte: Instituto Maranhense de Estudos Socioeconmicos e Cartogrficos. 2005-2008

    O PIB do municpio de So Lus em 2008 correspondeu a 43% do PIB do estado do Maranho, 4% da regio Nordeste e 0,49% do Brasil. Percebe-se pelas tabelas que o PIB do estado do Maranho correspondeu em 2008 a 9% da regio Nordeste e 1,3% do Pas.

    A agropecuria no estado do Maranho se mostra um setor forte e representativo para a economia regional e nacional. A Figura 3.6 ilustra a participao dos setores na composio do PIB, em mbito municipal, estadual, federal e da regio nordeste.

    0,00

    20,00

    40,00

    60,00

    80,00

    100,00

    So Lus Maranho Nordeste Brasil

    Participao dos Setores na Composio do PIB - 2008

    Agropecuria Indstria Servios

    Fonte: Instituto Maranhense de Estudos Socioeconmicos e Cartogrficos (2008) Figura 3.6 Participao dos setores na composio do PIB - 2008

    A agricultura maranhense se baseia principalmente no cultivo de mandioca, cana-de-acar, arroz sequeiro, milho, laranja e soja. O Estado tambm cultiva arroz irrigado, feijo, tomate, abacaxi, banana, coco, malva, pimenta-do-reino, algodo herbceo, batata-doce, fava em gro, fumo em folha, melancia e melo, dentre outros produtos. A Tabela 3.4 apresenta a

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    rea e tonelada de produo dos principais produtos agrcolas do municpio de So Lus e do estado do Maranho.

    Tabela 3.4 Principais produtos agrcolas de So Lus e do Maranho 2009 So Lus Maranho

    Produto rea colhida (ha)

    Produo (t)

    rea colhida (ha)

    Produo (t)

    Banana 18 151 10.350 109.353 Coco-da-baa 59 148 2.253 6.893 Mamo 7 35 127 1.449 Manga 15 120 467 2.200 Maracuj 2 10 91 333 Arroz 6 9 459.345 609.290 Cana-de-aucar 12 240 46.072 2.824.701 Feijo 101 74 95.619 42.585 Mandioca 80 480 182.033 1.216.413 Fonte: IBGE (2009)

    A atividade pecuria se concentra na criao de aves, sunos e bovinos, mas tambm existem rebanhos caprinos e eqinos, alm da produo de leite e ovos. A Tabela 3.5 apresenta os principais efetivos da atividade pecuria referente ao ano de 2006 no municpio, estado, regio e pas.

    Tabela 3.5 Principais efetivos da atividade pecuria 2006 N. de cabeas Principais Efetivos So Lus Maranho Nordeste Brasil

    Bovinos 2.420 6.885.265 26.033.105 169.900.049 Bubalinos 65 76.348 82.521 839.960 Sunos 5.220 1.381.069 3.945.725 31.949.106 Caprinos 250 385.649 6.542.373 7.109.052 Ovinos 320 232.307 7.752.139 13.856.747 Galos,Galinhas, frangas, frangos e pintos 354.000 10.990.673 104.636 1.244.260.918

    Fonte: Censo Agropecurio IBGE (2006)

    Percebe-se a elevada representatividade de nmero de bovinos criado no Maranho com relao regio Nordeste, chegando a 26%, enquanto representa aproximadamente 4% do total nacional.

    Os principais produtos de exportao do estado do Maranho so o ferro-gusa, o alumnio no ligado, o xido de alumnio e a soja. A presena de So Lus no interior do Estado se d principalmente pelas funes poltico-administrativa e tambm pela comercializao dos produtos primrios, sobretudo de babau. A rodovia BR-135, que corta o estado do Maranho de norte a sul e coloca So Lus em contato com as rodovias Belm-Braslia e a Transamaznica, permite maior integrao com o sul do Estado. Favorece ainda uma ligao mais direta com o sudeste do Brasil, facilitando o escoamento de produtos para o Porto de Itaqui.

    Dentro de sua rea de influncia, So Lus marca sua atuao em duas importantes cidades do Estado: Bacabal e Pedreiras, ambas no vale do Mearim. Estas cidades se sobressaem por sua posio em relao aos eixos de circulao e de trocas e pela convergncia da produo regional, principalmente da comercializao do arroz.

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    A inaugurao do Porto do Itaqui, em So Lus, um dos mais movimentados do pas, serviu para escoar a produo industrial e de minrio de ferro vinda de trem da Serra dos Carajs, atividade explorada pela Companhia Vale do Rio Doce. A estratgica proximidade com os mercados europeus e norte americanos fez do Porto uma atraente opo de exportao, mas padece de maior navegao de cabotagem.

    Por fim, a Figura 3.7 destaca a distribuio por rendimentos no municpio de So Lus.

    Fonte: CENSO IBGE (2000), INCID (2010) Figura 3.7 Rendimento do responsvel pelo domiclio no ano 2000

    Observa