abc da umbanda

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E-MAIL: [email protected] “DESVENDANDO A UMBANDA” POR MÍRIAM DE OXALÁ (sem ilustrações anexas) PUBLICADO PELA PALLAS – EDITORA E DISTRIBUIDORA LTDA RUA FREDERICO DE ALBUQUERQUE, 44 – HIGIENÓPOLIS CEP 21050-840 – RIO DE JANEIRO (RJ) TEL.: (021) 270-0186 – FAX: 590-6996 DIREITOS DA PRIMEIRA EDIÇÃO RESERVADOS -1994 – ESSE LIVRO ENCONTRA-SE SOB REGISTRO OU AVERBAÇÃO JUNTO À FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL – ESCRITÓRIO DE DIREITOS AUTORAIS (RJ) SOB NO. 300.324 LIVRO: 545 FOLHA: 484 TODOS OS DIREITOS DA AUTORA RESERVADOS CERTA VEZ, SONHEI COM UM HOMEM, UM BAIANO DE SIMPATIA CATIVANTE, QUE ME LEVOU A UM TRONO PERDIDO EM NUVENS. HOMEM MAGNÍFICO, VESTIDO DE VERMELHO, MAJESTOSO COMO UM REI, DISSE: “AJUDAREI, APESAR DELA NÃO SER UM DOS NOSSOS”. NADA SABIA DE UMBANDA, TUDO IGNORAVA. POR ISSO, DEDICO ESSE TRABALHO À XANGÔ. KAÔ KABIECILÊ, SENHOR REI! SUMÁRIO Apresentação...................................................................................... 1 ABC de Ciência........................................................................... 4 ABC de Umbanda........................................................................ 6 ABC dos Orixás........................................................................... 16 ABC das Proibições..................................................................... 23 ABC das Linhas de Umbanda....................................................... 24 Pontos Riscados......................................................................... 31 Bibliografia................................................................................ 32 APRESENTAÇÃO Gostaria de Ter uma conversa com você. Aliás, antes de começar este trabalho, gostaria era de termos trocado idéias, ouvido suas opiniões, dúvidas e reais necessidades de conhecimentos. Já que não é possível, vamos esclarecer as razões que me motivaram a iniciar este livro e adotar alguns autores, de outras religiões.

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  • E-MAIL: [email protected]

    DESVENDANDO A UMBANDA POR MRIAM DE OXAL (sem ilustraes anexas)

    PUBLICADO PELA PALLAS EDITORA E DISTRIBUIDORA LTDA RUA FREDERICO DE ALBUQUERQUE, 44 HIGIENPOLIS

    CEP 21050-840 RIO DE JANEIRO (RJ) TEL.: (021) 270-0186 FAX: 590-6996

    DIREITOS DA PRIMEIRA EDIO RESERVADOS -1994

    ESSE LIVRO ENCONTRA-SE SOB REGISTRO OU AVERBAO JUNTO FUNDAO BIBLIOTECA NACIONAL ESCRITRIO DE DIREITOS

    AUTORAIS (RJ) SOB NO. 300.324 LIVRO: 545 FOLHA: 484 TODOS OS DIREITOS DA AUTORA RESERVADOS

    CERTA VEZ, SONHEI COM UM HOMEM, UM BAIANO DE SIMPATIA CATIVANTE, QUE ME LEVOU A UM TRONO PERDIDO EM NUVENS.

    HOMEM MAGNFICO, VESTIDO DE VERMELHO, MAJESTOSO COMO UM REI, DISSE: AJUDAREI, APESAR DELA NO SER UM DOS NOSSOS.

    NADA SABIA DE UMBANDA, TUDO IGNORAVA. POR ISSO, DEDICO ESSE TRABALHO XANG.

    KA KABIECIL, SENHOR REI!

    SUMRIO

    Apresentao...................................................................................... 1 ABC de Cincia........................................................................... 4 ABC de Umbanda........................................................................ 6 ABC dos Orixs........................................................................... 16 ABC das Proibies..................................................................... 23 ABC das Linhas de Umbanda....................................................... 24 Pontos Riscados......................................................................... 31 Bibliografia................................................................................ 32

    APRESENTAO

    Gostaria de Ter uma conversa com voc. Alis, antes de comear este trabalho, gostaria era de termos trocado idias, ouvido suas opinies, dvidas e reais necessidades de conhecimentos. J que no possvel, vamos esclarecer as razes que me motivaram a iniciar este livro e adotar alguns autores, de outras religies.

  • Sei que mais uma colcha de retalhos, uma coletnea de textos j escritos por outros autores no cabe. Bom, a idia comeou com um pequeno manual distribudo aos mdiuns na casa de Umbanda que freqento, com muito boa aceitao. Foi a que vimos a urgncia de algo bem simplificado, abrangente, gostoso e fcil de ler, diferente de toda a literatura escrita sobre o assunto. Algo que fizesse a difcil tarefa de acabar com os regionalismos, evitasse as muitas supersties infundadas que correm por a. Mas muito querer abordar tudo em um simples livrinho. Porm, fiquei satisfeita por pelo menos ter podido falar nos pontos bsicos que todo o mundo quer saber. Nasci em lar esprita e toda a minha formao foi no Espiritismo, chegando a ser mdium. O Espiritismo uma doutrina brilhante, seus mdiuns passam por uma boa escolarizao, tornando-se disciplinados, estudiosos. Ningum senta, sem constrangimento, em uma mesa sem saber o que o passe magntico, como se processa e as noes cientficas elementares que, mesmo sem se Ter muita cultura, qualquer um pode compreender nos dias de hoje. Motivo houve para tornar-me umbandista, o qual ou os quais no me caberia citar. Todavia, desejo trazer elementos bsicos encontrados na bibliografia esprita para explicar por que acendemos uma vela, um preto-velho d uma baforada com o seu cigarrinho de palha (ou cachimbo) no consulente, para sabermos um pouco, afinal, do que estamos fazendo dentro de uma casa de Umbanda. Quero deixar bem claro que Umbanda no Espiritismo, e vice-versa. So coisas completamente distintas, apesar de haver alguns pontos em comum. E so esses pontos que iremos abordar. Agora vamos conversar sobre alguns prs e contras. Quando me refiro a superstio, quero falar sobre aquelas afirmaes mais estranhas, sem fundamento, aquelas que, por desconhecimento qualquer um diz o que bem entender a seu respeito. Nos anos d e trabalho, pessoalmente, j escutei as coisas mais estranhas. Nesses casos, s temos de lamentar que se espalhem nas casas, o que isto ou aquilo. No basta dizer que fulano ou beltrano disse. Creio que isso no resposta. Duvidar no pecado. Pecado no compreender onde estamos nos metendo, no mesmo? H muitas polmicas. Uma so os limites da Umbanda e o Candombl (ou Xang, ou Nao, ou como chamado o Candombl em sua localidade). Apesar de religies irms, so diferentes. Na Linha Branca ou Umbanda so invocados os mesmos Orixs, da estud-los e recordar as suas origens. Mas no h sacrifcios e cobrana de dinheiro. Dinheiro problema delicado. Uma das Leis de Umbanda diz que deve haver caridade desinteressada. Talvez, por esse motivo, os Exus ou Elebaras no baixam, no trabalham com o pblico, so evitados, por exigirem sacrifcios. Quem sabe, por trabalharem em fluidos mais densos, por falta de esclarecimento, so vistos como facas de dois gumes. Sem eles, no h trabalho. E as casas no cruzadas no querem fazer sacrifcios. O que fazer? A lembro de uma Pombagira que, um dia, disse que uma entidade superior a ensinara a buscar na natureza, em lugares especficos, os recursos que necessitava. Da trabalhar sem pagamento e at gostar de fazer a caridade, apesar de, ainda, fazer parte das falanges de Quimbanda. Ou seja, trabalhava nos dois lados. O que falta ento? Orientar as entidades, esclarec-las de suas reais necessidades no plano espiritual com carinho e respeito. Sobre dinheiro, os mdiuns no devem receber axs ou remunerao pelos servios. Deve-se limitar ao material gasto nas oferendas e utilizado nas sesses, tais como lcool, velas, ervas, defumao, etc. H, inclusive, casas que de to preocupadas com isso, pedem ao consulente que traga o material ou so cobradas taxas no obrigatrias, insignificantes, com fins de cobrar contas de gua, luz e outras. E tudo isso para qu?

  • Em todas as religies, em todas as atividades humanas no mundo, h os exploradores da boa-f alheia. Muitos tornam a mediunidade uma forma fcil e lucrativa de ganhar a vida. Solicitam trabalhos desnecessrios, coagem as pessoas, assustando as que os procuram na esperana de soluo dos seus problemas. Cobram preos exorbitantes, prometem milagres que no se cumprem. Tornam a Umbanda ou o Candombl local em farsa, razo de pilhria e descrdito. Por todos esses motivos reunidos, Jesus ensinou que deveramos dar de graa o que de graa recebemos. Evita uma srie de problemas ao prprio mdium que, mais cedo ou mais tarde, v-se em descrdito em seu meio, e surge o que o mdium jura que acontece com todo o mundo, menos com ele: os guias afastam-se para dar lugar a ferozes obsessores, tornando-se alvo dos castigos dos Orixs, que nada mais do que o retorno de suas prprias ms atitudes. Como disse uma vez um preto-velho, o bem e o mal so bolas de borracha que, jogadas parede, retornam a quem as jogou, com igual fora e intensidade. Desconfie dos lugares onde circula o dinheiro. Das aparncias. Verifique a real destinao dos recursos, e se existe o mais importante: o amor ao prximo. Na mediunidade, a moeda circulante o amor. Sem ele, viramos mercenrios. preciso ser muito forte quando comeam os presentes, os elogios, os valores dados com carinho para auxiliar aqui e ali. nesses momentos que vemos at onde vai nossa vaidade pessoal, que acaba minando os crculos medinicos, e a enorme responsabilidade de servos dos Orixs, antes de tudo. Para escrever, esbarramos na maior dificuldade: os regionalismos. E, para complicar ainda mais, as diferentes naes de origem de cada estado com lngua, costumes e ritos diferentes de adorao aos Orixs. Com isso, sabemos, surgem os mais estranhos exotismos citados por pessoas mal-orientadas. Com a crescente divulgao de revistas e livros sobre os Orixs, suas origens, saudaes, est havendo uma nova conscientizao. E isso excelente. O que puro, ento? o conhecimento e o respeito nao de origem do culto que se est praticando, no Candombl. Na Umbanda, apesar dos conceitos centenrios vindos da frica, isso no acontece. Muitos dos elementos existentes nos cultos so estranhos s naes africanas, de origem. Vidro, loua nas contas das guias, lcool, fumo americano, ervas, e a crescente mobilidade no aprendizado umbandista, diferenciam-no do Candombl, em muito. Tudo deve ser adaptado aos meios e recursos disponveis. Um exemplo a citar que, ao ler a obra de Olga Gudolle Cacciatore sobre o Orix Ogum, constatei que o mesmo recebia inhame assado em suas oferendas. Curiosa, procurei em vo pelo tal inhame que surgiu, muito recentemente, nos supermercados, como produto extico e caro. Em suma, o inhame no cresce no Rio Grande do Sul. praticamente desconhecido aqui. E agora? Oferecem-se outras coisas. a soluo! O jeito encontrado foi citar, apenas, as oferendas com materiais disponveis em todos os lugares. Simplificar o mximo possvel. Alis, as oferendas sulistas so bem fceis de preparar, muito diferentes da sofisticao das receitas baianas, por exemplo. Assim, o material bsico mantm-se, porm, preparado sem maiores detalhes. Tentaremos evitar ao mximo o que sabido e usado apenas no Rio Grande do Sul, para no destoar dos demais Estados. Entretanto, desde agora pedimos a sua compreenso para essa dificuldade. E os Orixs respondem aos pedidos, oferecidos to simplesmente. Posso afirmar que sim. Vemos que o tempero principal a f. O amor. O mesmo amor que faz entidades luminares tomarem a forma tosca de um preto-velho, visto de soslaio pelos intelectuais,

  • tentando Ter acesso ao humilde que, sentindo-se vontade, abre seu corao em confidncias que iro mudar sua vida. Um dia, espero, o amor ser a nica religio do mundo, como nos diz Miramez. E haver festa em Aruanda.

    Meu carinho a voc. Boa leitura.

    ABC DE CINCIA

    1. O que vibrao? J ouvimos coisas do tipo: sinto uma vibrao no ar. Para explicar o que , imagine um pndulo. Balanando para c e para l. Este movimento especial, para c e para l, chama-se oscilao; e o tempo que ele leva para ir e voltar, perodo. Ento, tudo o que se move (visvel ou no) em um vaivm, como uma onda, subindo e descendo, pode-se dizer que vibra, ou seja, move-se continuamente, no mesmo ritmo.

    2. O que freqncia? Sem conhec-la, muito difcil imaginar como conseguimos perceber as cores, entender porqu nosso rdio capta uma emissora FM, como chega o canto do passarinho na rvore ao lado. Sabia que tudo isso, na natureza, so ondinhas no ar, indo e vindo? E que ns podemos perceber (com nossos olhos ou ouvidos) apenas algumas, alis, muito poucas? Essas ondas, que vibram na mesma maneira, formam o que chamamos de freqncia.

    3. O que um campo magntico? J consegue imaginar o nosso ar como milhares, infinitas ondinhas andando para c e para l? S para exemplificar quantas ondas existem, cada uma movimentando-se mais ou menos rpida que as outras, os raios gama (da exploso atmica), os raios x, a luz visvel, o infravermelho (o cozimento de nossos alimentos), radar, televiso, rdio, etc. Todas elas, ao movimentar-se, criam em torno de si o que chamamos de campo magntico. Especial em cada uma.

    4. Como acontece o campo magntico? Imagine um m, atraindo objetos. Esta atrao existe tambm no corpo humano, que chamamos magnetismo animal diferente do magnetismo mineral existente, por exemplo, na magnetita (tetrxido de triferro). J vimos que a onda, ao existir, cria consigo um campo magntico capaz de atrair determinadas coisas. Essa capacidade de atrair ou repelir muito importante para entendermos o processo de comunicao medinica.

    5. O corpo humano tem realmente magnetismo, ou seja, capta e repele coisas? Sim, com certeza. H partes definidas que atraem certas ondas vibratrias que a pessoa consegue definir e descrever. Tenho um arrepio desagradvel quando entro l ou Sinto-me to bem, como se o ar fosse perfumado so frases comuns. Os mdiuns, na verdade, so pessoas capazes de perceber, atravs de treinamento

  • em ambos os planos (espiritual e material), um nmero maior de ondas.

    6. O pensamento tambm uma onda? Sim. O pensamento, ao ser emitido por nossos corpos cheios de magnetismo, forma tambm uma onda. E captado pelos telepatas ou, se o pensamento for de um desencarnado ou mesmo encarnado, pelo mdium.

    7. Um mdium tambm um telepata? Tambm , mas por captar o pensamento dos mortos chamado de mdium. O que me diz dos mdiuns que captam lnguas antigas, ditadas por espritos, que ningum sabe na atualidade? U mensagens sobre como seriam lugares aonde nunca o ser humano foi e, mais tarde, se comprova a veracidade?

    8. As propriedades magnticas espalham-se por todo o corpo? No, de igual forma. H lugares onde se concentram mais, especialmente pontas, atraindo ou repelindo (lembra-se do pra-raios?). Esses lugares chamam-se plos. O planeta Terra inteiro, e tudo o que nele existe e a habita, um campo magntico (tem Plo Sul e Plo Norte), os corpos tambm o so. No corpo humano, o magnetismo concentra-se especialmente nas mos, sendo visto, em fotos de aura, em verdadeiros feixes eltricos. O que seria, ento, um mdium curador? Algum que, com adestramento e por caractersticas prprias, detm grande concentrao de energia magntica que transmite, pelas mos, em determinada onda, feixes que curam as mais diversas doenas.

    9. Por que, ento, ao dar passe, alguns mdiuns sentem-se fracos? H uma lei, na massa magntica, segundo a qual h uma relao matemtica entre foras positiva e negativa. Assim, imagine o doador do passe com nota 10 e o recebedor com nota 2. Observe que o segundo est fraco em proporo ao primeiro. Ao receber o passe, ele (o fraco) fica com 8. Assim, 10 menos 2 so 8. Imagine o contrrio. O fraco (2) d passe no forte (10). Vai ficar com 8 negativo? Devendo foras? Isso explica por que no se deve trabalhar em sesses enfraquecidos, doentes, com magnetismo fraco. Vale tambm no mecanismo das obsesses e incorporaes, para entendermos como acontecem.

    10. E no plano espiritual, nesses casos, os espritos no ajudam? Muitas vezes, fornecendo (ao fraco) condies de trabalho. Todavia, quando se torna verdadeira dependncia do plano espiritual, o mdium abandonado para aprender o verdadeiro sentido de trabalhar como intermedirio. Vale dizer que h certas substncias no corpo humano que, somando-se, so verdadeiras barreiras para a incorporao. Excesso de carnes, lcool, vcios quaisquer e at mesmo chocolates tornam o mdium fraco, desequilibrado em seu campo magntico.

    11. Ento o mdium um verdadeiro rdio? Sim, s que transmite e recebe, ao mesmo tempo. Os mdiuns mais adestrados, ligados ao plano astral superior recebem ondas AM e FM, por exemplo. Os mdiuns desequilibrados, com magnetismo

  • fraco, s recebem ondas AM. No conseguem captar e sintonizar a onda vibratria que chamamos superior.

    12. O que , ento, a prece? a sintonia com uma onda superior. Como mexemos com o dial do rdio na procura de uma estao, atravs da prece conseguimos elevar nossa capacidade de captar e transmitir na freqncia dos guias.

    13. Falou-se em sintonia. O que isto? a capacidade, nem que seja por instantes, de concordncia de freqncias. O mdium, ento, atravs da prece, por horas, minutos ou segundos, consegue alcanar a mesma vibrao das ondas de pensamento do guia ou do esprito comunicante. um acordo mtuo.

    14. E o som, a luz, as cores, so portadores de freqncias? Tudo. por isso que usamos certas cores em guias, cantamos certos pontos (notas musicais), tentando sintonizar com a faixa vibratria que chamamos Ogum, Xang, Oxum, etc.

    15. As ondas de freqncia deslizam em alguma coisa? Sim. o que a cincia chama de ter, os hindus de prana e os espritas de fluido csmico universal. a mistura de todas elas, como o ar seria de todos os gases. a matria-prima que forma todos os seres, inclusive os espirituais.

    16. O que o plano espiritual? Nossos corpos fsicos so adaptados a captar apenas algumas freqncias. O que no captamos chamamos vulgarmente de energia. Podemos at sentir seus efeitos, mas no a vemos. Alm da energia eltrica, h a qumica, a de radiao, a trmica, a mecnica e a hidrulica. Mas existem outras. H outras freqncias, outras cores. Outros sons. Pertenceriam ao que chamamos plano espiritual. Alis, o que ningum percebe ao natural, a no ser mdiuns.

    ABC DE UMBANDA

    1. O que um Orix? So divindades africanas diretamente relacionadas s foras da natureza. Seriam as falanges especficas que trabalham especializadas em determinado meio, como mar, cus, plantas, etc. Um Orix um regente de uma das foras do mundo material, sempre abaixo de Olrum, o Deus Supremo. Fala-se, tambm, que seriam antigos governantes africanos tornados deuses aps a morte. Na frica, h em torno de 600 Orixs. No Candombl, 16. Na Umbanda, seis (mais Yorim).

    2. O que Candombl? uma religio de origem africana, com seus rituais e sacrifcios, que cultua Orixs, Voduns e Inkices, dependendo das diversas Naes de que se compe, a saber: Ketu, Jeje, Mina-Jeje,

  • Fon, Ijex, Nag-Vodun estas de origem sudanesa e Angola, Congo e Muxicongo de origem bantu.

    3. O que Nao? uma das diversas naes africanas que vieram ao Brasil no tempo da escravido. H a Sudanesa (Nag, Jeje, Jeje-Nag, Mina-Jeje, Muurumin) e a Bantu (Angola, Congo, Angola-Congo). Pode designar, no Rio Grande do Sul, o Candombl local, conhecido tambm como Batuque.

    4. O que Umbanda? Surgiu em 1908, no Brasil. Grosso modo, seria a mistura do culto angola-congo (misturado com o nag), noes de Espiritismo, esoterismo, pajelana e at mesmo budismo. Umbanda quer dizer Arte de Curar ou Magia.

    5. O que Quimbanda? So assim chamados, pelos umbandistas, todas aquelas casas (terreiros, centros), trabalhadores ou falanges que trabalham com a magia negra, ou seja, fazendo o mal. A Quimbanda possui sete falanges (linhas) diferentes das da Umbanda, que trabalham muito com os Exus e Omolu.

    6. O que um Orix de Cabea? O mesmo que Orix de Frente. No Brasil, costuma-se dar uma pessoa a dois Orixs, normalmente formando casais, sem ser, com isso, regra. Em certos cultos, adotam-se trs Orixs, os demais seriam conhecidos como passagens, exercendo menor influncia. O Orix de Cabea corresponde energia bsica, fundamental, de um indivduo, dando-lhe caractersticas mais marcantes em sua personalidade. O segundo o Ajunt, de caractersticas mais sutis, muitas vezes amenizando o carter do Orix de Cabea, que poder Ter o carter arrebatado por ser jovem e guerreiro. O terceiro seria o Orix de Herana, que acompanha a famlia por algumas geraes.

    7. Quais os Orixs que combinam entre si? Varia muito de lugar para lugar, sendo vistos no jogo de bzios. Para alguns cultos e naes, o Orix Exu apenas se combina com um tipo de Ogum, ou Oxal apenas com Iemanj e um tipo de Oxum.

    8. O que pemba? Em sua origem, um calcreo extrado da terra, cuja finalidade riscar os pontos que identificam a linha vibratria da entidade. H de diversas cores. A mais comum a branca, que serve para todos, pertencente a Oxal.

    9. Quais so as leis de Umbanda? So 10 os princpios bsicos que regem a Umbanda: 9.1 Crena em um Deus nico, onipotente, eterno, incriado,

    potncia geradora de todo o Universo material e espiritual, adorado sob vrios nomes.

    9.2 Crena em entidades superiores: Orixs, anjos e santos que chefiam falanges.

    9.3 Crena em guias, em planos mdios, mensageiros dos Orixs, anjos e santos.

  • 9.4 Existncia da alma e sua sobrevivncia aps a morte. 9.5 Prtica da caridade desinteressada, na busca de aliviar o

    carma do mdium. 9.6 Lei do Livre-Arbtrio (da livre escolha), pela qual cada um

    escolhe fazer o bem ou o mal, e o ser humano afiniza com sua faixa vibratria e a do ambiente que o cerca.

    9.7 O ser humano a sntese do Universo. 9.8 Crena na existncia de vida inteligente em todo o Universo,

    vivendo e habitando. 9.9 Crena na reencarnao, na lei crmica de causa e efeito. 9.10 Direito de liberdade de todos os seres.

    10. O que reencarnao? A crena no renascimento do esprito em um novo corpo, em eterno aprimoramento e evoluo. Eterno porque perfeito apenas Deus, pois, se no, j haveria muitos Deuses na Criao. No se aceita a metempsicose (a reencarnao de um homem em corpo de um animal), pois haveria o retrocesso no aprendizado em determinado momento da evoluo de cada indivduo.

    11. O que a Lei de Causa e Efeito? Todo efeito tem uma causa, assim como todo o malfeito atrado de volta por sintonia fludica, assim como o bem. Devemos entender que as pessoas so como ms que se atraem por afinidade de idias e ambientes. o popular Colhe-se o que se planta ou Dize-me com quem andas e te direi quem s.

    12. O que Chacra? So os locais de concentrao de magnetismo no corpo, onde se aglomera os centros nervosos do corpo humano.

    13. O que so as Linhas Auxiliares? Como o nome diz, so os auxiliares dos guias. Normalmente, so os espritos que tiveram sua ltima reencarnao em perodo mais atual. Os marinheiros atuam na Linha das guas, como ativos auxiliares nos tratamentos de purificao, tais como vcios de qualquer espcie. Os baianos so o elo de ligao dos guias Terra. Os boiadeiros cuidam da harmonia entre os mdiuns durante os trabalhos.

    14. O que so os boiadeiros? Entidades responsveis pelo bom andamento dos trabalhos e por tornar o grupo medinico harmonizado entre si. So conhecidos tambm por oguns, guardies, vigilantes (dentro da literatura esprita, vistos em Nosso Lar, de Andr Luiz e outros).

    15. O que um ponto riscado? J vimos que o ponto cantado auxilia na sintonia mental com a linha vibratria que estamos invocando. O ponto riscado identifica a origem da entidade, quais os seus domnios e a quem subordinada. Risca-se com a pemba.

    16. Orix entidade? Segundo os pesquisadores, no. Um Orix energia vinda de um elemento primordial. Existem entidades que trabalham com essas

  • energias e so especializadas nelas. So com tais energias que os umbandistas trabalham. Assim, mesmo que a entidade se identifique como Oxssi ou Od, no o Orix em si, mas est se identificando em sua linha vibratria. Isso explica porque pode, em um mesmo trabalho ou simultaneamente em vrios locais, haver entidades com o mesmo nome.

    17. Existem proibies alimentares a filhos do mesmo santo? Por uma questo de formao bsica dos corpos, de afinidade das entidades, as proibies existem. Da os africanos criarem as muitas lendas, to conhecidas no Candombl. Os filhos de Oxal, tenho visto, tm verdadeira indigesto com o azeite-de-dend. As entidades chamadas do Oriente detestam quando seus mdiuns ingerem, no dia de trabalho, carnes vermelhas e alimentos picantes, sob a explicao do excesso de fluidos pesados que ficam no corpo do mdium, sendo necessrias verdadeiras limpezas espirituais e fsicas, antes da incorporao.

    18. Umbanda religio crist? Em seus princpios (leis de Umbanda), h a crena em um Deus nico e a caridade desinteressada, visto nos mesmos princpios do Evangelho de amar a Deus acima de todas as coisas e ao prximo como a si mesmo. Jesus, por sua vez, ocupa seu lugar nas preces como o divino coordenador ou mesmo na figura excelsa de Oxal, sendo Deus, If (1). Por que, ento, no consider-la crist?

    19. O que so quiumbas? Seriam os espritos de mortos sem luz ou esclarecimento, escravizados pelos seus prprios sentimentos em grande dio e revolta. So as levas de obsessores existentes na espiritualidade, que induzem idias malficas aos vivos, apreciam fingir que so entidades iluminadas, quando no o so. Da mesma forma, so os verdadeiros executantes da magia negra e os vampiros do astral.

    20. E os mortos? No so Orixs, podendo se tornar um guia, Exu, auxiliar ou anjo, de acordo com sua elevao espiritual. So chamados de Eguns.

    (1) If, segundo os mitos, teria sido o primeiro babala (adivinho) e confundido com a prpria figura de Orunmil, por alguns autores. Para outros, Orunmil seria Deus. Na realidade, Deus conhecido como Olodumare ou Olorum (na mitologia iorub) ou ainda Zambi (na mitologia banto). Orunmil um Orix/Imol da categoria dos funfun (Orixs brancos).(Nota da autora).

    21. O que amaci? Banho purificatrio na cabea, feito com folhas, flores, mel, perfumes e outros, de acordo com orientao dada pelo diretor dos trabalhos. Sua finalidade auxiliar na incorporao e assentar a mo do guia espiritual.

    22. O que amuleto e talism? Nada mais do que um objeto magnetizado. O amuleto serve para afastar fluidos pesados, alguns exemplos so: medalhas, figuras, imagens, inscries ou objetos variados. O talism serve para atrair bons fluidos. O patu seria um dos mais populares

  • amuletos, feito com material preparado, costurado em tecido, sob a forma de saquinhos, papel, etc.

    23. O que Aruanda? Lugar onde moram os Orixs e as entidades superiores. No Catolicismo o Cu. No Espiritismo so as colnias espirituais.

    24. O que uma oferenda? Na Umbanda trabalha-se com os quatro elementos da Natureza: gua, fogo, terra e ar, como matria-prima bsica. Manejados convenientemente, por entidades especialistas, promovem o equilbrio, o descarrego, a harmonia. Na Umbanda, em respeito Natureza, nada pode ser retirado sem uma restituio ao elemento bsico. Muitas vezes, ao entregar-se determinada oferenda, por afinidade fludica, a mesma fica saturada dos fluidos densos retirados do solicitante, pelas entidades. Assim, os Exus utilizam o lcool com fins de evitar os vcios no mdium; o dend, para evitar a desordem psquica; a farofa, para trazer bens materiais (alimentao); a pipoca, para atrair doenas crmicas dirigidas ao mdium.

    25. Existe o feitio? Infelizmente, sim. So trabalhos feitos pela quimbanda com fins de prejudicar algum, perfeitamente lgicos, dentro do ponto de vista magntico.

    26. Pode-se evitar o feitio? J vimos no conceito de magnetismo que, dependendo da sintonia que vibre em cada um, pode-se assimilar o feitio ou no. Nesses casos, quando a pessoa tem um santo forte, ou seja, vibra em freqncia mais elevada, a onda do mal emitida tende a ricochetear e, muitas vezes, retorna a quem o emitiu, que, na realidade, vibra nessa faixa, pelo simples fato de Ter desejado o mal.

    27. Qual o valor das palavras na Umbanda? A palavra, no Antigo Egito, era sinnimo de criao. Tanto verdade, que uma palavra exprime uma idia. Uma idia, um pensamento. E um pensamento onda que emitida. Da usar-se algumas palavras que exprimem complexos sentimentos carregados de amor, nos trabalhos de Umbanda. So os conhecidos mantras, na ndia.

    28. O que um ritual? um processo gradativo, onde se utilizam acessrios, os mais diferentes possveis, at ser atingido o clmax desejado. Na verdade, assemelha-se a uma subida em uma escada, degrau a degrau, freqncia a freqncia, at a sintonia com as falanges desejadas, cujos objetivos podem variar sobremaneira.

    29. Existe maldio ou praga? Seria a mesma explicao dada na questo 27. As famosas pragas de me e madrinha nada mais so que palavras emitidas com poderoso influxo magntico acolhidas e realimentadas por quem as recebe, em baixo padro vibratrio. Como todas as coisas j vistas, o que pode repelir todas as coisas dirigidas ao mal a elevao do

  • pensamento, do teor vibratrio, rechaando por no afinidade magntica.

    30. H nomes que no devem ser ditos na Umbanda? No Candombl, o nome Xapan, por exemplo, no deve ser pronunciado. No Sul do pas popularizou-se, inclusive, abafando os nomes de Omolu e Obaluai, comuns no resto do pas. Cada letra possui um som. Cada som produz uma freqncia. A soma das letras produz um nome que poder, ou no formar uma melodia harmoniosa do ponto de vista espiritual. Todavia, antes de mais nada, no produz efeitos desastrosos se comparados ao teor de pensamento que exprime a palavra.

    31. Por que to comum colocar-se, na magia negra, objetos dentro de colches, travesseiros, cobertas ou escondidos dentro das casas? No primeiro caso, na tentativa de o objeto magnetizado ficar, o maior tempo possvel, em contato com a pessoa visada. No segundo, para continuar irradiando, o maior tempo possvel, sem ser descoberto no ambiente.

    32. O pensamento tem cor? Por incrvel que parea, tem. Segundo Ramatis: A qualidade do pensamento determina-lhe a cor; a natureza do pensamento compe-lhe a forma; e a preciso do pensamento determina-lhe a configurao exata. (Magia de Redeno, pgina 64, citado na bibliografia). Dependendo da intensidade do mesmo, podem-se criar as conhecidas formas-pensamento, citaes estas com volume, cor, som, verdadeiros marionetes espirituais de quem os criou. Na maioria das vezes, exprimem o verdadeiro interior de cada um, visveis pelos guias que as analisam. So percebidas, tambm, pelos mdiuns videntes e, muitas vezes, confundidas com entidades.

    33. Por que to comum despachar-se objetos em gua corrente? Sabemos que a gua um dos mais poderosos elementos da natureza, no que se refere a sua capacidade de excelente condutor de eletricidade e fluidos quaisquer, sendo um poderoso solvente. Ao atirar-se o objeto saturado, a gua de imediato absorve esse teor magntico, levando-o para longe do enfeitiado (ou aquele que quer desvincular-se de objetos imantados). Assim, quebra os vnculos que antes existiam, por proximidade ou assimilao do dono.

    34. E gua fluida? digna de um livro sobre o assunto, tal sua complexidade e utilizao. J vimos que a gua um solvente magnfico, por sua formao molecular e magntica de elevado poder. usada amplamente pelos marinheiros no tratamento de perturbaes psquicas e vcios. A gua fluida nada mais do que um veculo preparado com elementos espirituais e da natureza, saturada por hbeis manipuladores do astral, com fins teraputicos. Pessoalmente, j tive a oportunidade de acompanhar os trabalhos de um preto-velho que, preparando vidros de gua fluida, curou indivduos minados de vcios de toda a espcie.

    35. E o Sol? Por que h trabalhos antes e depois do entardecer?

  • A vida terrestre gira em torno do Sol. Sua radiao magntica de calor e luz so conhecidas. As de carter espiritual, muito pouco. So nesses horrios, antes e depois do pr-do-sol que observamos a maior intensidade de raios infravermelhos (verdes, no plano espiritual) capazes de dissolver, especialmente, as formas nocivas de trabalhos dirigidos ao mal.

    36. Por que se utilizam de unhas e cabelos da vtima em trabalhos? So os conhecidos endereos-vibratrios, to citados em obras. Por trazerem em si idntico magnetismo da pessoa visada, servem, no plano espiritual, como verdadeiro roteiro para encontr-la. Um exemplo so os mdiuns que, tocando objetos pertencentes a algum, localizam vtimas, locais, ou descrevem o portador com detalhes, o que fazia e sentia.

    37. E as benzeduras? Nada mais so do que passes magnticos. Nossos pretos-velhos eram eficazes, assim como nossos ndios. Utilizam-se de metais (tesouras, facas, excelentes condutores de eletricidade), gua, ervas, saliva, etc. como condutores desse magnetismo curativo.

    38. E os quebrantos? O olho-grande ou gordo? Funcionam similar s pragas. H pessoas que, de baixo teor espiritual e magntico, emitem algumas sem o desejar, poderosos feixes de carter nocivo, capazes de matar plantas, animais ou causar mal-estar em pessoas. Desde criana ouvia uma histria de um galo, muito bonito, vtima desse tipo de enfeitiamento verbal, morto imediatamente aps Ter sido emitido pela pessoa que o admirou.

    39. E as figas, cruzes, elefantes de gesso e outros? Objetos os mais variados possveis em todo o mundo, tornam-se populares como quebradores de olho-grande. Ao serem colocados em locais visveis, alguns preparados para dissolver descargas negativas, so a primeira coisa a ser vista por aqueles portadores desse tipo de magnetismo pesado, recebendo, em primeiro lugar, a descarga do mesmo. Ou seja, viram objetos de descarrego da limpeza, absorvendo ou dissolvendo tais vibraes na entrada das residncias. Todos esses objetos e prticas auxiliam muito como paliativos, no teor magntico existente nas casas. Todavia, o mais importante o tipo de ambiente que criado pelas mentes que ali habitam. Se no, tornam-se inteis ou de muito baixa influncia.

    40. Por que se sintam as figas de vermelho e outros objetos, na Umbanda? Na escala de cores, cada qual possui uma freqncia especfica. O vermelho, enter as cores visveis por nossos olhos, possui a mais baixa, de teor mais pesado, em comparao com as demais. As entidades das zonas umbralinas, do inferno, como so chamadas essas regies no plano astral, costumam vestir-se de vermelho, cor enervante, sangnea, que exprime as paixes inferiores, como nos cita Andr Luiz, na obra Libertao. Dentre as cores, misturadas, a que primeiro chama a ateno, tal qual um perfume forte. Da ser escolhida para trabalhos ou usada pelas entidades

  • que se utilizam dos fluidos mais pesados, como vesturio, na espiritualidade.

    41. E os objetos de cera, e as velas? A cera natural, vinda das abelhas, impregnada dos fluidos existentes nas flores, em grande quantidade. Este elemento, vindo da natureza, utilizado na prtica do bem e do mal como matria-prima poderosa para somar-se com os teores dos pensamentos, tornando eficaz o trabalho e o objetivo ao qual se prope. Comparada a uma bateria, uma pilha natural, a cera sempre foi utilizada em larga escala na magia.

    42. E a vela? considerada, na espiritualidade, como uma das melhores oferendas por Ter, em sua formao, os quatro elementos da natureza ativos, desprendendo energia. O fogo da chama, a terra (atravs da cera), o ar aquecido queimando resduos espirituais. O umbandista no deve, jamais, retirar nada da natureza sem deixar, ao menos, uma vela para repor aos elementais o fluido retirado do seu ambiente, em profundo respeito criao divina.

    43. E os elementais? Sem eles a Umbanda no existiria. So entidades primrias, quase infantis na espiritualidade, sempre dirigidas por entidades superiores, habitando um dos quatro elementos. No fogo, as salamandras que trabalham na rea relacionadas ao amor, ao sexo, amizade, agressividade e proteo. Na terra h vrios, sendo os mais conhecidos os gnomos, cuja atividade relaciona-se ao trabalho, criatividade, perseverana e aos bens materiais. As ondinas, nas guas, atuam na sabedoria, na doura, nas atividades espirituais e medinicas. No ar, os silfos, geis e inquietos, dominam as reas da sade, da cura e do equilbrio fsico e mental. Todos eles participam dos trabalhos umbandistas como auxiliares valiosos e nas outras doutrinas e religies, muitas vezes, em discreto anonimato.

    44. E os elementares? So diferentes dos elementais. So entidades muito primitivas em situao intermediria entre o animal e a racionalidade. Dirigidos por entidades, colaboram na limpeza, na guarda, tomando formas as mais variadas possveis. So colaboradores dos Exus e boiadeiros, principalmente.

    45. E a aura humana? Sem ela fica muito difcil compreender a origem das energias existentes no magnetismo humano, principal responsvel nos fenmenos do mau-olhado, do passe, na imantao dos objetos. resultante da mistura e unio das energias calorficas e luminosas do sol, dos minerais subterrneos, da radiao atmica na natureza, da gua ingerida e da assimilao de energias de outros corpos, tais como plantas, animais e o prprio homem. Irradia, em torno do corpo fsico, uma luminosidade que, pela anlise de cor, varia do tom mais brilhante que, pela anlise de cor, varia do tom mais brilhante ao mais escuro, se doente. distinta da aura existente no duplo etreo (perisprito, Ba

  • egpcio, duplo, etc.), que o elo de ligao semimaterial do esprito ao corpo fsico. Pelo teor dos pensamentos e sentimentos do esprito, varia dos tons azulados e dourados, mais sublimes, aos tons avermelhados e escuros das paixes inferiores e doenas espirituais. O tamanho da aura do duplo etreo varia em proporo ao grau de elevao espiritual do indivduo.

    46. E as crendices? Onde h fumaa, h fogo, diz o ditado popular. H crendices verdadeiras e falsas. Quando muitos dizem que determinada atividade correta, deve-se analisar os fundamentos do ponto de vista cientfico e espiritual. Ou seja, devem ser analisadas friamente, sem serem repetidas, mecanicamente, sem discusso prvia. Certa vez ouvi que determinada imagem, dentro de casa, produziria efeito negativo na sexualidade feminina e coisas do gnero. J falamos repetidamente que o que vale so os pensamentos e a magnetizao dos objetos. Como foi comprovado, mais tarde, a dita imagem nada produziu de negativo, muito pelo contrrio.

    47. Por que se fala tanto em arruda, guin e outras ervas? So ervas que, pela utilizao popular e orientao espiritual, ficaram muito conhecidas. As ervas, ao crescerem, absorvem as radiaes do Sol, da Lua, dos minrios, enfim, de toda a natureza, e dos elementos espirituais, semelhana da aura humana. A arruda conhecida por murchar e secar em casas, terrenos ou regies onde h abundncia de fluidos danosos. Um verdadeiro termmetro da natureza.

    48. E defumao? Nada mais do que plantas que, com todo o magnetismo absorvido da natureza, ao serem queimadas e suas emanaes dirigidas por entidades encarregadas da purificao de ambientes, diluiriam fluidos pesados ou atrairiam boas vibraes. Usam-se desde a tradicional arruda ou outras ervas, cascas de alho, acar, resinas aromticas, etc.

    49. Por que incorporar Exu ou Pombagira? comum ouvir-se frases do tipo deve-se deixar vir o povo de rua para desamarrar a vida. Ao incorporar um Elebara (Exu ou Pombagira), o mdium alertado conscientemente ou inconscientemente para no desenvolver os seus piores instintos ou evitar que esses comandem suas vidas. Pela assimilao magntica, os Elebaras costumam carrear excessos de fluidos pesados. Ao incorporar, no mdium, em franca operao de limpeza, diz-se que carregam ou assumem parte do carma do mesmo, desta forma. Esclarece-se que eliminar o carma impossvel, mas aliviar o destino que daremos a nossas vidas perfeitamente vivel. Por isso, podemos afirmar que minimizam, reduzem, aliviam acidentes, minoram doenas, criam convices de boa conduta e correo de carter. So verdadeiros faxineiros do astral e preciosos amigos. Devido a seu carter zombeteiro e brincalho, alguns pediches de oferendas, por falta de esclarecimento dos guias e mdiuns, so vistos de soslaio com muita desconfiana nas casas ditas no-cruzadas, ou seja, onde no h trabalho especfico dos Exus

  • com o pblico (giras) e sacrifcios. So, infelizmente, muito confundidos com obsessores, arruaceiros, entidades primitivas e ignorantes, como so chamados. O que podemos dizer que se deve observar o contedo das mensagens dessas entidades, o comportamento, o comprimento das promessas (sobretudo, o aval dos guias), conduta da casa e do grupo medinico, naqueles parmetros do bom senso. No devem ser temidos, mas respeitados. Em suma, pode-se afirmar que os Exus garantem, assim, muito maior proteo, uma vida menos problemtica, um salutar vnculo de amizade criado entre trabalhadores de ambos os lados da espiritualidade.

    50. Ouve-se muito falar nas fases da Lua propcias a trabalhos. No que se fundamenta? A ao eletromagntica da Lua conhecida desde a mais remota antiguidade nos fenmenos das mars, na germinao e crescimento das plantas, na poda de plantaes, na fecundao dos seres, nas alteraes de humor e um sem-nmero de fenmenos. J que se trata de trabalhos, com fins quaisquer, natural que se escolham dias em que a fora eletromagntica da Terra, sob a influncia lunar, crie um ambiente mais propcio ao crescimento, ou no, do teor magntico nocivo ou benigno desses mesmos trabalhos.

    51. Afinal, qual a diferena entre Exu e quiumba? Os quiumbas so malfeitores do astral, avessos ao bem e altamente perturbadores. Tanto que h concordncia entre autores quanto ao fato de serem eles os verdadeiros executores dos trabalhos destinados ao mal. So os costumeiros encostos ou rabos de encruza. Fazem-nos pensar que muitos quiumbas mistificam, fingindo, em casas desatentas, serem Exus ou at mesmo Orixs, com fins de alcanar seus objetivos. Os Exus, no. So eles que desmancham os trabalhos de magia negra, transportando magneticamente as mazelas, as dores e doenas fsicas e espirituais, aliviando carmas. Alguns Exus, por estarem ainda no incio de sua evoluo, como trabalhadores do bem, necessitam, necessitam orientao e doutrina, tanto pelo mdium como pelos diretores dos trabalhos (cacique, chefe ou babalorix) e devem ser colocados na disciplina da casa. Da temos os Exus orientados, que no pedem sacrifcios, com oferendas mais simples, e aqueles que no tiveram uma colocao correta, que se acostumam com extravagncias e exigncias repletas de vaidades humanas.

    52. Por que os Exus aparecem nas imagens em formas to assustadoras? Foi-nos explicado em uma consulta com entidades de sua linha. Os Exus costumam tomar tais formas como meio de impor respeito e medo a espritos inferiores (quiumbas) e, desta forma, facilitar o controle e vigilncia que obtm sobre estas mentes vinculadas ao mal, para que no perturbem trabalhos ou at mesmo lares e locais.

    53. O que Umbanda de Branco, Umbanda Branca ou de Critas? Na verdade, varia infinitamente, de casa para casa. Mas seus fundamentos bsicos so que algumas casas recusam-se a trabalhar com giras de Exus, por consider-los indisciplinados e s

  • trabalharem com sacrifcios sangrentos, coisas que j sabemos incorretas, apesar de serem idias muito confundidas. Existem sete falanges, dominadas por Orixs, Yorim (Pretos-Velhos) e Yori (Crianas). Na legio de Iemanj haveria Orixs comandando suas subdivises, tais como Oxum, Ians e Nan. Em alguns locais, os Orixs no descem pessoalmente, mas so representados por Pretos-Velhos (antigos escravos), Caboclos (indgenas) e espritos de Crianas (entidades evoludas que se apresentam sob a forma infantil). H rituais em matas, praias, pedreiras, cachoeiras, etc. Nela foram abolidos rituais com sangue (sacrifcios) e magia negra.

    54. O que Umbanda Cruzada? Chamada de Quimbanda pelos umbandistas (ditos de linha branca) e macumba, os seus trabalhos ou feitios. Cultuam de dez a doze Orixs, dependendo da nao africana de origem, sendo que os Orixs descem pessoalmente, podendo haver, ou no, giras de caboclos e pretos-velhos em outros dias, intercalados. Fazem comidas (oferendas) mais elaboradas que na Umbanda Branca e sacrifcios animais. Nela comum o jogo de bzios e rituais assemelhados ao Candombl, feitos pelo pai ou me-de-santo ou babalorix ou yalorix. O vesturio elaborado, h toque de instrumentos (algumas casas de Umbanda Branca aboliram), seu cerimonial e ritualstica possuem maior quantidade de preceitos, proibies e quizilas (proibies alimentares). Cultuam-se, sobremaneira, os Orixs ligados morte e aos cemitrios, fonte energtica de muitos trabalhos de magia negra, como Xapan (Omolu ou Obaluai), Exu (Elebaras) e Ians como dominadora de Eguns.

    ABC DOS ORIXS

    EXU (ELEBARAS)

    Na linha do Orix Exu trabalham os Elebaras. So formados pelos Exus (entidades que se manifestam como homens) e Pombagiras ou Bombo-Giras (como mulheres), brincalhes, atrevidos e at malcriados, mas sempre muito responsveis naquilo que fazem. impossvel desvincular Exu da Umbanda, a chamada de Linha Branca, j que suas falanges determinam o bom andamento dos trabalhos, mesmo que, por determinao da diretoria das casas, no incorporem junto ao pblico. Exu o policial, o executante das ordens de todos os Orixs no plano mais denso. o mensageiro, o que entra e sai das zonas umbralinas, sem temor, assumindo formas ameaadoras para fazer-se respeitar. Sem ele, a fora dos Orixs no atuaria no mundo, pois ele o operrio incansvel. Temido por no admitir a desobedincia, ele quem aplica os castigos, fazendo, na verdade, cumprir a lei de causa e efeito, desmanchando a magia negra. Mesmo punindo, quando h mrito, Exu cura, concede maiores facilidades em alcanar o que desejamos. So os faxineiros do astral, porque purificam os ambientes e pessoas. comum ver-se suas legies preocupadas em alertar contra males, jamais trabalhando contra a lei divina do amor.

  • Seus Filhos

    Amplo, imenso sorriso. Tm sempre uma observao matreira, uma mentira para todos darem boas gargalhadas. Ou expor o defeito alheio, sem nenhuma piedade. No se preocupam com o bem ou o mal, querem apenas viver e se divertir. Se alguma coisa os desagrada, no temem ser violentos, usando de todos os truques que aprenderam em sua atribulada vida. Sempre criando confuses, so bomios, amam o sexo e so muito sedutores em suas conquistas.

    Oferendas

    As oferendas a Exu so muito variveis, de acordo com as orientaes de cada Elebara. H 21 tipos bsicos diferentes de Exu. Mas, normalmente, se Exu masculino, em encruzilhadas abertas, aceita cachaa, charutos, pipoca sem sal, farofa de dend, balas de mel. Detesta pimenta. Se Pombagira, muito apreciam cachaa, contudo, o que mais comum oferecer champanhas ou filtrados*, doces, cigarros ou cigarrilhas, pipoca sem sal, tudo banhado com mel, mas, doces e chocolates. Sua vela pode ser branca (oferecida a qualquer Orix) ou vermelha, de preferncia na segunda-feira. O nmero para elementos da oferenda o sete.

    OGUM Sem sua energia a civilizao morreria. Ogum quem domina o campo do desenvolvimento e do aperfeioamento das tcnicas. Com o manejo dos metais, traz o progresso material. ele o governante dos impulsos de iniciar todas as coisas, impelindo nas conquistas. Na defesa dos povos e lares, suas falanges lutam contra as investidas das trevas. Temido por sua ferocidade, amado pelo carinho que dispensa a quem os invoca. Possui muita afinidade com Exu, por rondarem o mundo; por serem suas falanges os cobradores do carma de cada indivduo. Tambm se assemelham por estarem prximos dos locais onde se percebe maior concentrao de suas foras: a Exu, as encruzilhadas; a Ogum, as estradas. Com Oxossi (Ode), divide o controle das matas, sendo que muitos caboclos lhe pertencem.

    Seus Filhos

    Tendem a ser magros, rosto comprido, olhar penetrante. Seus filhos costumam ser implicantes, impertinentes, de subidas exploses de raiva,

    (*) Filtrados seriam imitaes de champanha, incluindo sidras.

    Parecendo que esto sempre comprando briga sua volta. As bebidas e a boemia lhes fascinam, como aos filhos de Exu. Ambos so inconstantes nos amores, possuindo grande seduo natural. No trabalho so hbeis, rpidos e muito honrados nos compromissos que assumem.

    Oferendas

  • Nas teras ou quintas-feiras, sob a sombra de uma rvore, prxima a uma estrada de terra, oferece-lhe um prato de feijo torrado ou feijoada, ou mesmo uma carne de costela bovina, com farinha de mandioca. Ao lado, uma vela vermelha, verde e branca, cores que abrangem todas as legies de Ogum, inclusive aquelas que vibram no azulo. Sua bebida favorita a cerveja branca ou vinho tinto. Sua flor o cravo vermelho. Seu sincretismo com So Jorge ou Santo Antnio e o nmero de itens variam entre sete, 14 ou 21.

    OXSSI (OD) Seus recursos, na Umbanda, vm de todo o verde do mundo, j que a ele esto associados Osse (o Orix das ervas medicinais e religiosas), Otim e todos os Orixs das matas e campos agrcolas. Comandam as plantaes, e, de certa forma, o tempo exterior atravs do manuseio dos ventos de Ians, das chuvas, das estaes. Suas entidades participam das atividades de cura, extraindo os mais diferentes recursos da natureza, vitais no processo de extermnio dos males fsicos e espirituais. Congrega doutrinadores de grande porte e evangelizadores, ligados alguns s linhas de Xang, na busca incessante das almas escravizadas no erro, da ser explicado o termo caador, visto do ponto de vista espiritual. Na linha de Ogum, trabalham cruzados os conhecedores dos segredos das matas e dos caminhos que levam ao conhecimento dos remdios.

    Seus Filhos O ar esquivo dos filhos de Oxssi inconfundvel. Muitos so amorenados, parecendo caboclos, outros possuem como caractersticas fsicas o porte longilneo e gil. So frios, calmos e, se porventura no forem belos, coisa rara de acontecer, seu charme de aparncia distante torna-os cativantes. Para eles, a solido no incmodo. O silncio que tanto procuram os fazem intelectuais, curiosos, artistas ou atletas. So muito francos e simples de modos, da detestarem reunies onde rola a frivolidade. So modestos nas qualidades que possuem.

    Oferendas Frutos da terra, em geral, como moranga, abbora ou milho cozidos, charutos, cerveja branca ou vinhos, entregues em matas ou sob a sombra de uma frondosa rvore. Sendo o javali sua caa favorita, comum oferecer-lhe bifes de carne de porco. Sua vela verde e sincretizado com So Sebastio ou, na Bahia, com So Jorge.

    XAPAN Suas falanges trabalham atuando nos cemitrios; desperta medo por sua forma misteriosa, sob as palhas da cabea aos ps em suas manifestaes no Candombl. Xapan (Omolu ou Obaluai) merece ser citado como um dos principais Orixs de Umbanda. invocado como o mdico dos pobres, pois alm de ser o causador de todas as epidemias e doenas, pode curar, sem distino nenhuma. Suas falanges atuam no acompanhamento do desencarne e no controle do fluxo de fluidos densos vindos dos cemitrios e de regies pantanosas, com fins curativos ou de cobrana de carmas dos indivduos atravs das molstias.

  • Seus Filhos O pessimismo sua principal caracterstica. No so belos, nem sensuais, mas possuem uma mente privilegiada. Um sentimento de rejeio inexplicvel acompanhado de melancolia lhes persegue, tornando-os tristes e frios. Se conquistados em seu afeto, so extremamente leais, honestos e amveis. Possuem doenas de pele, desde acne excessiva a cicatrizes vindas de doenas na infncia. Alguns tm facilidade de machucar as pernas. Seus rostos parecem desprovidos de rubor, com tendncia palidez.

    Oferendas Na Umbanda, Xapan aceita suas oferendas em encruzilhadas, com Exu. So oferendas destinadas a cura de males fsicos, consistindo de pipocas sem sal, feijo ou milho cozido ou torrado, amendoim e, opcionalmente, bife de carne bovina. Sua vela poder ser preta e branca, vermelha e preta ou roxa. Seu nmero o 14 e seu dia a segunda-feira. sincretizado com So Lzaro (So Bento ou So Roque).

    XANG Justia. Toda a sua fora pode ser resumida nesse palavra. o senhor dos troves, dos raios, do fogo, que divide com Ians, sua lendria rainha. a ele que os ofendidos, os humilhados, recorrem em busca de reparo. Seu domnio se estende a todas as atividades intelectuais, filosficas ou cientficas. Promove o desenvolvimento da cultura, da aplicao das leis, do poder como gerador do progresso, da associ-lo sempre figura do rei doador do trabalho, das atribuies que cada um tem no mundo. Divide com Ogum as demandas judiciais que nascem da sabedoria de Xang e da fora de vencer do outro. Aqueles que procuram descobrir a verdade recorrem a Xang. ele que faz a melhora nos estudos e a capacidade de exprimir as idias atravs das palavras. Favorece as promoes e a procura de trabalho. Nos casos de calnia e falsidades faz justia, estendendo sua atuao s associaes humanas de toda a espcie.

    Seus Filhos Parecem prncipes. Altivos, passando por arrogantes. No fsico, so atarracados, baixos, famosos pelas testas altas e olhar franco. So ciumentos e possessivos naquilo que conquistam. Nunca lhes faltam recursos para viver e ser raro ver-se um filho de Xang na misria. So ousados, persuasivos, irresistveis pela sua retido de carter e facilidade de expresso. No so preguiosos, mas gostam da vida onde seja exigido menor esforo. Adoram boas comidas, roupas e acessrios. Aos seus filhos, Xang no tolera a mentira, a corrupo dos valores e a deslealdade.

    Oferendas Sua comida, em todo o Brasil, o amal, preparado com os mais diversos materiais, mas, principalmente, angu de farinha de mandioca, mel, frutas, em especial as bananas. Sua oferenda deve ser muito bem decorada, em gamelas de madeira, entregue em pedras naturais (no colocadas pela mo do homem). Ao lado deve brilhar uma vela marrom, charutos, cerveja preta. Nmero de Xang o 12, 6 ou 4, e seu dia quarta-feira. O sincretismo So Jernimo (por

  • possuir livros ou ainda, ter ao seu lado o leo, smbolo da realeza na frica).

    IANS A fora de Xang e Ians so complementares, tanto que muitos estudiosos consideram ser a Orix a face feminina do mesmo. Suas falanges controlam a energia do fogo e dos ventos, dominam os Eguns (os mortos) tanto que, a ela so associadas muitas Pombagiras. Como atributo principal lhe dado o domnio, a capacidade de controlar todas as coisas, na manuteno das normas, tanto que o casamento lhe pertence, como instituio. a destruidora, a que quebra velhos costumes, a rebelde inquieta que busca novos caminhos. Tanto que, nos mitos, aparece como a energia que rompe as barreiras, interferindo nos destinos humanos, como no caso em que rouba, com seus fortes ventos, as folhas medicinais de Osse, distribuindo-as aos diferentes Orixs. Suas falanges unem-se s demais para que a justia de Xang impere, concretizem-se as leis de cobrana de Ogum, ou colaborando com Xapan, atravs do temor que impe aos mortos.

    Seus Filhos So fceis de identificar. Muito extrovertidos, gesticulam

    muito, turbulentos, parecendo verdadeiros temporais. No passam despercebidos, pois tudo fazem para chamar a ateno, sendo brilhantes em qualquer atividade ou reunio. Tm iniciativa, mas so autoritrios e no admitem questionamentos. E, se houver, sofrem sbitas crises de clera, tornando-se cruis. Um filho de Ians veste-se com ousadia, com muita originalidade. Se solteiros, trocam de parceiros constantemente. Se no, so dedicados e sinceros.

    Oferendas Sincretizada com Santa Brbara, sua oferenda consiste de 9

    itens (seu nmero). Sua comida favorita o acaraj e aprecia o amal. Mais simplesmente, pode-se oferecer fatias de batata-doce fritas sobre pipocas estouradas, sem sal, recobertas com azeite-de-dend. Sua vela ser branca e vermelha ou rosa, apreciando todos os tipos de bebida, de preferncia de forte teor alcolico. Devero ser entregues em bambuzais na beira de riachos ou rios e, se no houver, aceita nas encruzilhadas, com Exu. Jamais devem ser oferecidas abboras em doce ou qualquer tipo de preparo.

    OXUM As legies de Oxum, na Umbanda, trabalham subordinadas a Iemanj, assim como todos os Orixs das guas. Comanda a gestao e, portanto, a reencarnao de todos os seres e a proteo das crianas que ainda no falam. Sua linha formada por entidades delicadas, de ndole feminina em sua grande maioria, que distribuem a riqueza material vinda dos metais e da fartura dos alimentos (vinda de Oxssi). So atradas pela beleza, pelas artes, desenvolvendo tais atividades entre a Humanidade. Incrementam a doura nos lares, amainam pessoas e ambientes, estimulando a energia que comandam: o amor puro. Mesmo sendo Oxssi o regulador das matas, a ela que pertence a fecundidade na Natureza. Por deter a sensibilidade e o

  • amor, est diretamente relacionada aos jogos adivinhatrios, atributo natural dos filhos desse Orix.

    Seus Filhos Um filho de Oxum arredondado, por adorar doces e boas comidas. Seu rosto harmonioso, delicado, sempre com um sorriso suave e olhares meigos. Fala amenidades o tempo todo, tendo um dom natural de descobrir os defeitos alheios e exp-los com leviandade e graa. Se provocado, nunca discute, mas trama a revanche em silncio e ser raro ver-se um filho desse Orix sofrendo infortnios na vida, sempre contando com o apoio de algum para auxili-lo. Explicado pelos mitos, seus filhos possuem enorme paixo por jias, tendo sempre uma coleo, de acordo com suas posses. Apesar de discretos, so muito dengosos e sensuais, cultivando todos os prazeres da vida.

    Oferendas Sendo o ovo consagrado a Oxum, costuma-se lhe oferecer quindins. Tambm milho (canjica) cozido ou piro de farinha de milho, sempre regados com muito mel. Gosta de guarans, sua vela sempre ser amarela, seu nmero 16, 8, 4 ou 2, e devero ser entregues em cachoeiras, rios ou crregos de gua doce, seu elemento. sincretizada com diversas Nossas Senhoras, em especial aquelas cercadas de crianas, tal qual Nossa Senhora da Conceio.

    IEMANJ A Me dos Peixinhos, como seu nome significa , sem dvida, a mais popular na Amrica. Seu carter maternal e protetor clebre nos mitos, tanto que divide as atribuies da gestao e fartura na Natureza com Oxum, sendo que a segunda tornou-se a guardi das crianas pequenas (as que no falam ainda) e Iemanj continua acalentando, maternalmente, toda a Criao. No Brasil, teria gerado todos os Orixs com Oxal, o pai mtico, com exceo dos filhos de Nana. E, mesmo assim, teria adotado e curado o jovem Xapan, filho daquela, abandonado pela me ao nascer. Na Umbanda no lhe pertence apenas o majestoso mar, mas todas as guas materiais e espirituais, agregando em si as falanges de Oxum, Ians, Nana, Oba e Eua, presentes separadamente no Candombl. Por isso, as legies de Iemanj manipulam os trabalhos de purificao e desobsesso, junto ao seu elemento, em amplo descarrego magntico. Determinam a cura das doenas mentais e seu tratamento, pois detm toda a rea dos sentimentos nobres que procuram estimular em todas as criaturas. Seus Filhos Sero explicados apenas os filhos de Iemanj, tendo-a como Orix de cabea, no se citando as demais senhoras das guas. As mulheres costumam ser robustas, de andar pesado e lento. Prendem tudo sua volta, sendo extremamente apegadas aos filhos, ao lar e s coisas. Tudo guardam, nada pe fora. So queixosos, lamurientos, no sendo ativos. Guardam rancores por longo tempo, sendo difcil perdoarem. Mas so bondosos, pacientes e muito bons educadores.

    Oferendas Manjares brancos como arroz em papa, angu de farinha de mandioca, milho branco (canjica); tudo cozido em gua ou leite, adoado com

  • acar e regado a mel. Doces brancos, tais como cocadas, merengues e marias-moles podem constar, com uma vela azul clara, entregues prximos s guas, de preferncia o mar. Alguns incluem guarans. Seu dia o sbado, como Oxum, e o nmero de itens pode variar muito. sincretizada com diversas Nossas Senhoras, sendo as mais comuns a Nossa Senhora dos Navegantes, da Conceio, da Glria e das Candeias.

    Oxal e Ibeji As falanges de Oxal ocupam o grau mais alto da hierarquia espiritual. So os anjos, os santos, as entidades que trabalharam na Terra como missionrios. So os administradores do mundo, os que organizam todas as falanges dos demais Orixs. Distribuidores da paz, da harmonia entre todos os seres, da os demais lhe renderem respeito e cham-lo de pai. Seu domnio tudo, abrangendo todo o cu, que lhe consagrado. Ibeji ou, como conhecido em Umbanda, Cosme e Damio, entidade que assume a forma infantil nas manifestaes, protetor das crianas, vibrando nas linhas de Ogum, Xang e Oxal, principalmente. Governa os nascimentos, os princpios, na Natureza ou nos fatos da vida. Possui a capacidade de tornar os ambientes alegres e felizes pela sua vibrao caracterstica, estimulando as diverses e prazeres com fins de aliviar as tenses surgidas com as atribulaes, dono da energia mais sublime, canalizada dos planos mais elevados.

    Seus Filhos Apesar de faltarem-lhe iniciativa, os filhos de Oxal so os melhores companheiros. Cuidadosos, responsveis, calmos, francos. Sabem dar bons conselhos, da serem chamados para apresentarem seus pareceres. No trocam de parceiros, sendo muito estveis, mesmo que, alguns, sejam galanteadores e idealistas. No gostam de discusses, porm apreciam mais as conversas que os livros. Parece que tudo sabem, mesmo no tendo estudado, possuindo grande sensibilidade.

    Oferendas As mesmas de Iemanj, oferecidas em lugares abertos, verdejantes e com muitas flores, entregues em dia ainda claro. Seu dia, no Candombl, sexta-feira, mas lhe costumam dedicar, na Umbanda, tambm o domingo, junto com Cosme e Damio. Sua vela sempre ser branca e seu sincretismo ser com Jesus Cristo, como Nosso Senhor do Bonfim, com exceo de Nosso Senhor dos Passos, pois aparece carregando a cruz, muito ferido, sendo que, em algumas naes, sincretiza-se com Xapan. As oferendas de Ibeji consistem em doces variados, desde bolos a balas e chocolates, nas praas e lugares freqentados por crianas. Alguns, por considerarem Ibeji uma das formas de Xang, oferecem-lhe amal. Devero ser entregues ainda em dia claro, geralmente tardinha, com vela azul, rosa e branca, ou apenas rosa. So sincretizados em todo o Brasil com Cosme e Damio, algumas vezes constando Doum como terceiro elemento.

    ABC DAS PROIBIES

  • Como j dissemos anteriormente, algumas proibies so vlidas, algumas se tornaram populares, mas carecem de fundamento. Citaremos algumas mais importantes e conhecidas que aceitamos como verdadeiras: - as oferendas devero ser entregues a partir das sete horas da noite ou pela manh, antes do sol firmar-se no cu, com exceo a Oxal e Ibeji que aceitam em dia claro. Nunca devero ser entregues a partir da meia-noite, quando se nota maior acmulo de entidades perturbadoras procura de encarnados dedicados aos prazeres mais inferiores. - Nada ser despachado durante a chuva. Podem ser entregues nas estiagens, nas horas em que a chuva passa. - Na lua minguante so entregues os trabalhos destinados a diminuir ou acabar com algo, como doenas ou vcios, dias esses com poderoso influxo magntico lunar de retrao. Nos dias de lua cheia ou crescente, para trabalhos de crescimento, tais como os destinados a melhoria no trabalho, estudos, amor e sade. Na lua nova no recomendamos, pois j sentida a influncia da passagem da lua minguante. - O respeito Natureza um dos atributos do umbandista. Em respeito aos Orixs e manuteno de seus locais, jamais deixe lixo de qualquer espcie aps as oferendas, como sacolas, papis, embalagens, com exceo de garrafas de vidro. - Escute sempre a entidade que solicita a oferenda. Orientaro se preferem bandejas de papelo ou potes de barro, loua, que tipo de flor, quais as cores, quantidades, etc. - Tanto consulentes quanto mdiuns devem se abster de ingerir, nos dias de trabalho, bebidas alcolicas, comidas picantes, excesso de carne vermelha e, dentro do possvel, evitar discusses e agitaes de toda a espcie. J falamos de entidades, principalmente do Oriente, que no admitem o consumo de carne de gado, porco ou carneiro pelo seu mdium no dia de trabalho. Incluem-se aqui tambm nesses itens o excesso de caf, chs e chocolates. - Todos os itens da oferenda devero ser comprados por quem os oferece, sem nenhuma exceo. Como dizem as entidades, tudo deve ser chorado e no pago por outrem. - O local escolhido no poder ter outras oferendas ou ter havido agitaes ultimamente, com exceo das encruzilhadas que so muito ocupadas. - Cumprimente o local e as entidades que ali trabalham e esto assistindo entrega, e saia respeitosamente, em silncio, no se voltando para trs. - Por deixarmos imantados os objetos com nosso toque, a mulher menstruada no deve preparar ou oferecer nada, por estar eliminando nesses perodos cargas negativas expelidas com o sangue. - No oferea bebidas geladas. - Tudo deve ser aberto, desenrolado, inclusive balas. - Pode-se acender ou no cigarros e charutos. A caixa de fsforo deve ficar ao lado, aberta. - Os Orixs no se preocupam com a quantidade de itens oferecida, mas sim com o ax mnimo para a troca fludica e o valor da inteno do pedinte. - Pea justia, nunca o mal de algum. A Umbanda no admite trabalhos voltados para o lado da Quimbanda.

  • - Os vinhos a Ogum costumam ser tintos e secos. Os de pretos-velhos, rosados e suaves. Mas tudo isso muito varivel, como j foi dito, de acordo com a solicitao feita. Se oferecida a toda a falange, a sim cabem os itens mais comuns a qualquer uma. - Procure banhar-se, se possvel, com banhos de descarga, na entrega e na chegada das oferendas. - No use cores escuras nas roupas, inclusive os consulentes, nos dias de receber passe, quando devero ser orientados no local. - No devem ser comidos ou provados os itens da oferenda. O que foi preparado deve ser entregue e, se sobrar, posto fora. - O centro das encruzilhadas um verdadeiro redemoinho magntico, geralmente de foras perturbadoras. Procure evitar cruzar o local em diagonal. Atravesse de calada a calada. - Os despachos (oferendas a Exu) devem ser entregues em um dos quatro cantos da encruzilhada. Alguns trabalhos, com a devida orientao, constam tambm no centro. Nunca faa, sem o devido preparo e aval das entidades, tais oferendas. Limite-se a velas, charutos e cachaas. - As ervas devem ser frescas, se possvel, e nunca demasiadamente fervidas. - Na Umbanda, no h proibies do tipo no cortar o cabelo porque o Orix no gosta, usar esta ou aquela coisa, ou outras observaes presentes em outras linhas de trabalho. H maior flexibilidade nessas questes.

    ABC DAS LINHAS DE UMBANDA

    1. LINHA: OGUM Como j vimos, Ogum domina a primeira Linha de Umbanda, que controla todos os fatos de execuo e cobrana do carma de cada indivduo ou grupo, da serem soldados.

    1. Falange de Ogum Beira-Mar Colaboradores de Iemanj, Ogum Beira-Mar trabalha sobre a areia molhada, enquanto Ogum Sete-Ondas trabalha sobre as ondas. Aceitam oferendas com velas nas cores branca, verde, vermelha e azul-clara.

    2. Falange de Ogum Rompe-Mato Ogum Rompe-Mato trabalha para Oxssi (Ode) e Osse, nas matas. Ogum das Pedreiras trabalha para Xang, nas pedreiras. Em ambos os casos, a mesma falange que trabalha para os dois Orixs, com nomes diferentes. Rompe-Mato aceita suas oferendas na entrada da mata, nas cores verde, vermelha e branca, sendo a vela vermelha. Ogum das Pedreiras aceita suas oferendas em torno das pedreiras, nas cores verde e vermelha (misturadas geram o marrom), com velas nas mesmas cores.

    3. Falange de Ogum Meg colaborador de Ians; seu nome significa Sete. o guardio dos cemitrios, rondando suas caladas, lidando diretamente com a Linha das Almas. Toda sua oferenda ser em vermelho e branco, prxima ao cruzeiro do cemitrio (calunga pequena).

    4. Falange de Ogum Naru

  • Seu nome significa Aquele que o primeiro a gerar valor. Trabalhando diretamente na Linha das Almas, desmanchando a magia negra, controla as almas quibandeiras. Aceita suas oferendas com Ogum Meg ou, ainda, dentro ou fora dos cemitrios, nas cores branca e vermelha. Alguns incluem uma pedra-m nos itens a oferecer-lhe.

    5. Falange de Ogum Matinata Com poucos mdiuns que o incorporam, sua falange protege os campos de Oxal, os locais abertos, floridos e iluminados. Mas no trabalha diretamente para esse Orix. Aceita suas oferendas nos campos floridos, nas cores vermelha e branca.

    6. Falange de Ogum Iara Seu nome significa Senhor, trabalhando para Oxum. Suas oferendas devero ser entregues na beira de rios, lagos ou cachoeiras, onde vibram, nas cores vermelha e branca ou verde e branca.

    7. Falange de Ogum Del (ou de Lei) Aquele que Toca o Solo; como seu nome significa, uma falange que vibra na linha pura de Ogum. So eles que trabalham diretamente no carma e sua cobrana, rondando o mundo. Suas cores so vermelha e branca e suas oferendas podem ser em qualquer lugar, ao ar livre.

    Oferendas: todas as falanges citadas recebem velas nas cores indicadas, cravos vermelhos (alguns aceitam cravo branco tambm), cerveja branca, ou, menos comum, vinhos, charutos e fsforos, sobre um pano branco. Ervas: as mais comuns so espada-de-so-jorge, losna, jurubeba, comigo-ningum-pode, rom.

    2. LINHA: XANG

    1. Falange de Xang Ca Dominam a sabedoria adquirida com o tempo, atuando nas pedreiras abertas. Sua cor o marrom-escuro. conhecido tambm como Xang Velho.

    2. Falange de Xang Alafim (ou Alafim-Ech) Seu nome vem do ttulo dado ao rei de Oy, na frica. Defendem a pureza moral, atuando nas pedras solitrias dos caminhos. Suas cores so marrom e branca.

    3. Falange de Xang Aluf O Xang Sacerdote, determina as diretrizes dos desencarnados, atuando nas pedras dos rios, mares, cachoeiras e todas as guas, da ser o protetor dos pescadores. Suas velas so o marrom e o branco.

    4. Falange de Xang Agod Seu nome significa Grandeza, atuando nas pedras mergulhadas nas guas de toda a espcie, inclusive nas pedras iniciticas e na pedra batismal.

  • 5. Falange de Xang Abomi (ou Abomim) Aquele que derrama gua de uma vasilha ou Aquele que Batiza, muitas vezes sincretizado com So Joo Batista, talvez devido ao seu nome. Trabalha nas montanhas, nas cordilheiras, protegendo nos momentos de angstia, nas horas de aflies e perdas, inclusive no casamento. Sua cor o marrom e, nos casos de amor, oferece-se junto uma vela para Iemanj.

    6. Falange de Xang Aganj um Xang jovem, vibrando nas linhas de Xang e Oxum, trabalhando nas pedras da cachoeira. Traz harmonia entre as foras de amor e justia. Suas cores so o branco e o marrom.

    7. Falange de Xang Djacut Seu nome significa pedra, dominando a fora de Xang no meteorito e nos raios, sendo muito invocado nas injustias que conduzem a aflies, defendendo as vtimas desses abusos. Suas cores so o branco e o marrom.

    Oferendas: Alm das j citadas anteriormente, dedicadas ao Orix, basicamente consistem de velas, nas cores indicadas, charutos, fsforos, cerveja preta, rosas ou lrios brancos. Ervas: folhas de eucalipto, manga, goiaba, caman, alecrim e limo.

    3. LINHA: OXSSI Toda a parte doutrinria e evanglica, com fins de trazer f s almas desgarradas no mal, interferindo nos males psquicos e fsicos, pertencem a essa falange. Da, por trazer as almas ao caminho do bem, Oxssi chamado de caador de almas. Rege tambm a disciplina e obedincia.

    1. Falange dos Caboclos Peles-Vermelhas Excelentes doutrinadores, com grande sabedoria, pertencem a antigas civilizaes indgenas (maias, astecas, incas, etc). Falam estranhos dialetos quando descem. Nessa falange, entre os itens bsicos que citaremos adiante, entram incenso queimado, folhas de alecrim e alfazema frescas.

    2. Falange do Caboclo Araribia Como Oxssi caador, ele que coordena, na vida material, o trabalho, com o objetivo de trazer recursos mesa. Por isso, essa falange se dedica a proteger aos injustiados no seu direito de sustento e sobrevivncia de suas famlias, vibrando nas matas das montanhas. Gostam de flores variadas.

    3. Falange da Cabocla Jurema Formada por entidades meigas, amorosas, traz os recursos da Natureza e os transformam em energias vitais prprias a serem utilizadas em purificao de locais, pessoas e na medicina espiritual, aos servios de Oxssi e Osse. Gostam de muito mel nas oferendas, fitas coloridas, menos o preto.

    4. Falange dos Caboclos Guaranis

  • So guerreiros. Defendem as matas, junto a Ogum Rompe-Mato. Onde os guaranis esto, impe a paz, da serem chamados de Falange da Paz. Nunca recebem mel em suas oferendas.

    5. Falange dos Caboclos Tamoios Humildes e pacientes, so eles os conhecidos domadores de feiticeiros ou bumba na calunga, vencendo a feitiaria. Trazem as almas ao bem, da serem os caadores de almas, na atribuio legtima das falanges de Oxssi. A ela pertencem Muiraquit e Grajana. Apreciam folhas de arruda em suas oferendas, guin, rosas de qualquer cor e muito mel.

    6. Falange dos Caboclos Tupis So os conhecidos Tatauys, conhecidos por serem muito geis, bons caadores, muito brincalhes. Apreciam sucos de frutas, mel e rosas de qualquer cor.

    7. Falange do Caboclo Urubat So os mais velhos, sbios e conhecedores da mata. H poucos mdiuns que os incorporam. Trabalham nas colinas floridas, pois se ligam vibrao de Oxal. Nas suas oferendas vo muito mel e flores brancas. Sua vela inclui a cor branca, sendo a nica falange que recebe outra cor, alm do verde.

    4 LINHA: IEMANJ Nessa falange, na Umbanda, trabalham todas as Iabs (Senhoras dos Rios), agrupadas com os nomes de jananas, caboclas ou sereias. Sua misso trabalhar diretamente com a fora emotiva por meio dos sentimentos de maternidade, misericrdia e amor.

    1. Falange da Sereia do Mar Entidades que assumem formas encantadas, residindo em todo o elemento gua. Possuem total domnio sobre as energias desse meio. Aceitam as tradicionais oferendas a Iemanj, entregues para serem levadas ao fundo dos mares, lagos ou rios.

    2. Falange da Cabocla Iara Dominam a fora nascida do encontro das guas doces e salgadas, muito ligadas ao Orix Ogum. tambm o nome das entidades chefes da falange conhecidas como Caboclas do Rio. So alegres e juvenis. Sua vela ser azul clara e uma verde, vermelha e branca, para Ogum.

    3. Falange da Cabocla Nana A Cabocla Nana Burucum chefe da falange das Ondinas. Suas entidades trabalham na beira das fontes e trazem uma vibrao capaz de proporcionar paz e compreenso nos lares. Protegem as atividades ligadas ao ensino, como o magistrio. Sua vela ser clara e lils, ao Orix Nana.

    4. Falange da Cabocla Ians A Cabocla Ians representa o Orix com o mesmo nome, junto Iemanj. Trabalha sob os fortes temporais e chuvas, foras essas capazes de proporcionar grande resistncia nas dificuldades da vida. Aceitam velas azuis-claras e vermelha e

  • branca ao Orix Ians. Podendo ser entregues junto s oferendas de Xang nos bambuzais ou na beira de cachoeiras, longe da queda dgua.

    5. Falange da Cabocla Oxum As energias do amor puro e da luz que irradia sobre as cachoeiras so a matria-prima para suas atividades, ligadas Iemanj. Atravs de sua falange, os fluidos benfeitores so trazidos atravs das guas espirituais, ou seja, o prana ou fluido csmico universal. Sua vela ser azul-clara e amarela, dedicada ao Orix Oxum.

    6. Falange da Cabocla Indai Sua falange das Caboclas do Mar, ligadas a Yori, ou seja, a Falange de Cosme e Damio. Absorvem energias de vrios elementos e transmutam na energia alegre e vibrante das crianas. Suas velas sero azuis-claras e rosas.

    7. Falange da Cabocla ou Sereia Janana Esto sob sua guarda a fora do amor conjugal e da procriao. Ligam-se muito ao Orix Oxal. Suas velas sero azuis claras e brancas.

    Oferendas: basicamente, todas as falanges de Iemanj aceitam sobre pano branco e azul-claro, fitas azuis, espelhos, pentes, perfumes de seiva de alfazema ou seiva de rosas, flores brancas ou azuis, rosas, lrios, mel, guarans ou bebidas doces e delicadas. A Falange da Cabocla Ians recebe cerveja preta como bebida. Observa-se que as cores das velas e algumas observaes variam da bibliografia, com fins de uniformizar com as cores utilizadas na Umbanda, e no no Candombl.

    Ervas: lgrimas-de-nossa-senhora, camomila, espada-de-ians, folhas de bambu e qualquer planta aqutica.

    5. LINHA: YORI Yori quer dizer Vitalidade saindo da luz. formada pelas entidades que, por opo, quiseram manter a forma infantil, algumas j em preparo para uma reencarnao prxima. Onde for necessria uma vibrao dirigida alegria, fraternidade e comunho, l estar a Linha de Yori que, por essa bela qualidade, domina as energias mais sublimes do plano espiritual. Uma criana brincando, em um trabalho, no uma atividade infrutfera, como pensam alguns. uma entidade que sabe perfeitamente o que est fazendo, com o objetivo de descarrego de tudo o que est em volta.

    1. Falange de Tupanzinho (Idolu ou Idossu) So entidades que vibram na Linha de Oxssi, protegendo os lenhadores e animais. Gostam, nas oferendas, de apetrechos indgenas bem enfeitados, fitas verdes e vela rosa.

    2. Falange de Doum So entidades que nasceram no perodo do cativeiro como Doum, eram filhos de me indgena e pai africano. Auxiliam os

  • tratamentos mdicos, protegendo os profissionais da sade e os enfermos, proporcionando mais integrao entre ambos. Cruzam-se com a Linha de Yorim (dos Pretos-Velhos) e aceitam suas oferendas em jardins e praas.

    3. Falange de Alab Cruzam-se com Ogum, Oxumar e Iemanj. Da vibrao dos trs Orixs, recebem condio de trabalhar com os militares, dando coragem e piedade aos que usam farda. Suas oferendas so prximas a cachoeiras, pois as cores do arco-ris atraem muito essa falange.

    4. Falange de Dansu Espalham-se nos dias de tormenta, com fins de proteger adultos e crianas nesses dias, trabalhando tambm para Xang. Gostam de fitas marrons e at seixos rolados em suas bandejas, entregues nas pedras de cachoeiras.

    5. Falange de Sansu Legio de entidades que se apresentam como meninas, distribuidoras de ternura, vinda de Deus. Trabalham cruzadas com Iemanj. Devem ser entregues a elas: conchinhas e estrelas-do-mar, na beira da praia, junto com os outros itens da oferenda.

    6. Falange de Damio Cruzam-se com Cosme e Doum, cuidando das crianas do espao, ou seja, das entidades recm-desencarnadas ainda crianas, de grande poder de cura. Vibram, de preferncia, nas praias e jardins, seu lugar para a entrega de oferendas.

    7. Falange de Cosme So eles que detm a responsabilidade da guarda das crianas recm-desencarnadas na Linha de Oxal. Com o qual cruzam. Alimentam-nas com fluidos delicados, chamados de mel, ou, talvez, os fluidos extrados desse alimento.

    Oferendas: Apesar de diferentes, as falanges de Yori incluem, em suas oferendas, muito mel, doces em geral, balas, pirulitos, brinquedos, fitas na cor rosa e nas cores com os quais cada falange se cruza, velas na cor rosa, guarans, flores brancas e gostam muito de bicos (chupetas) azuis ou rosas, de acordo com a falange ou entidade reverenciada (se meninas ou meninas, ou ambos).

    Ervas: folhas de manjerico, amoreira, alfazema, alecrim, trevo.

    6. LINHA: YORIM Seu nome significa a lei na aplicao da vitalidade saindo da luz. a linha do aprendizado a duros custos, da compreenso das aflies, valorizando as lies da vida. a prtica da caridade terica, da humildade adquirida sob as mais cruis provaes. So aqueles que ensinam que, mesmo mergulhados no erro, ainda h esperanas. So os Pretos-Velhos.

  • 1. Falange do Povo da Costa (Rei Cambinda) Cruzam-se com Iemanj e ensinam que, atravs da resignao das provas, haver o resgate das dvidas do passado. Consolam e auxiliam os sofredores, com muito amor. Suas oferendas so entregues nas praias.

    2. Falange do Povo de Congo (Rei Congo) Com Yori conseguem a energia pura e infantil dessa falange que, transformada, vence a dor e traz a alegria. Junto a sua oferenda vai uma vela rosa oferecida s crianas.

    3. Falange do Povo de Angola (Pai Joaquim) Libertam os escravos de hoje, presos aos vcios, maldades e erros, despertando-os para a vida, por meio de esclarecimentos ou ritos. Vibram nas matas e sua vela ser roxa, a cor mstica por excelncia.

    4. Falange do Povo da Guin (Pai Guin) Possuem o conhecimento das calungas (grande, o mar; pequena, o cemitrio), profundos conhecedores da magia e da sabedoria para a cura de todos os males. Recebem suas oferendas no cruzeiro do cemitrio ou na beira do mar.

    5. Falange do Povo de Moambique (Pai Jernimo) Trabalham na lei do livre-arbtrio (ou da livre escolha), com fins de inspirar a libertao do indivduo durante sua vida terrena. Vibram na mata, sobre pedras em especial, ou nos lugares abertos nesse local, prprios ao repouso e orao.

    6. Falange do Povo de Luanda (Pai Jos) Combatem demandas, fazem cumprir rigorosamente os rituais e trabalham muito na caridade, sendo exigentes, mas muito bondosos. Recebem suas oferendas no cruzeiro de cemitrio.

    7. Falange de Bengala (Pai Tom) Por terem sofrido muito na Terra, compreendem as misrias humanas, trabalham na busca da paz, da fraternidade e estimulam a caridade. Vibram nas colinas abertas e floridas.

    Oferendas: cada Preto-Velho tem sua oferenda e gostos. Mas todos recebem cigarros de palha, caf, velas brancas e pretas (alguns, roxas), doces tradicionais tipo ps-de-moleque, rapaduras, sagu, farofa com lingia picada e comidas tpicas do interior e da poca em que viveram.

    Ervas: arruda, guin, benjoim, cipreste, folhas de caf, alfavaca e vassourinha branca.

    7. LINHA: OXAL a fuso de todas as outras. As legies de Oxal so a stima e ltima falange de todas as Linhas j vistas anteriormente. responsvel pela integrao das demais. Coordenadora, sendo a manifestao csmica do cu, da terra, da luz e da energia, da paz e do amor. Suas falanges so:

  • 1. Falange de Ogum Del (Ogum) 2. Falange de Xang Djacut (Xang) 3. Falange do Caboclo Urubat (Oxssi) 4. Falange da Cabocla Janana (Iemanj) 5. Falange de Cosme (Yori) 6. Falange do Povo de Bengala (Yorim) 7. Falange dos Caboclos de Oxal

    Lembramos que os Caboclos de Oxal dificilmente incorporam, sendo os responsveis pela coordenao das demais falanges e da misso que cada guia-chefe assume perante a Umbanda.

    Ervas: so o tapete-de-oxal (boldo), mari, folhas de limoeiro, manjerico, erva-cidreira, trevo e caf.

    PONTOS RISCADOS

    Os diversos sinais, alguns originrios da Cabala, unidos, expressam uma idia que identifica as entidades que os riscam, seus campos de atuao, a quem se subordinam. Veremos, adiante os mais comuns e um exemplo, para auxiliar na compreenso do que j dissemos.

    A estrela de cinco pontas significa o conhecimento sobre o bem e o mal.

    A flecha a energia dirigida, a vontade, princpio da vida e da morte.

    Cruz a regenerao pela provao. A transformao.

    Meia-lua com ondas Iemanj. A alma e a regenerao.

    Machado ou balana Xang.

    Corao Oxum.

    Circulo, muitas vezes delimitando o ponto, o limite de atuao.

    Crculo com ponto (no centro) o sol, a energia total do esprito.

    Espada Ogum.

    X ou encruzilhada so os resduos espirituais.

    O Tringulo a sabedoria de Deus.

    A cruz de seis pontas Oxal.

    O duplo raio Ians.

    A onda com flecha Yori. A pureza e o conhecimento.

  • As cruzes, nessa formao, so Xapan. A transformao da matria.

    Espiral a evoluo final.

    O trao vertical a busca ao Criador.

    Exemplo: Um ponto como esse identifica uma entidade cruzada nas linhas de Ogum com Oxssi. As espadas de Ogum confirmam ser a entidade dessa Linha. A flecha mostra as espadas voltadas, dirigidas para os X, ou resduos espirituais. O crculo delimita a atuao. Em resumo, o ponto significa a fora de Ogum dirigida na queima e na destruio dos resduos espirituais.

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