abc do brigadiano

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Poema de 23 estrofes, na sequência do abcedário de então, a cada letra um valor ético ou moral, de sua corporação a Brigada Militar, é priorizado. Apresentado por Aparício Silva Rillo, que recorda o menino Retamozo, de São Borja, onde já vaticinara o que ele denominou de "A ti, poeta-soldado, capitão de versos".

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o POETA-SOLDADO

Eu dançava um tango e o menino olhava. Era em Nhú-Porã, no interior de São Borja. Era uma festa de igreja e era do-minqo. Isso foi há vinte anos, no tempo em que havia festas deigreja e se dançava o tango. ao compasso correntíno de umbandoneon machucado ...

o menino se chamava José Hilário Retamozo, ginasianointrovertido que se iniciava na poesia. Vinha visitar-me navilinha que realizava festas cornuna's para a construção de suaigreja. Para o Retamozo menino o Rillo - já com poemas publica-dos na imprensa do Rio Grande, declamado com assiduidadenos grandes programas regionalistas de então, com um livrosendo impresso na Globo - o Rillo era o "poeta", essa entida-de mágica que fascina os meninos que começam no verso.

Entendemo-nos logo - bordão e prima que se afinassempelo mesmo diapasão. Mostrou-me seus poemas, a maioria de-les s-obre temas da terra, com forte conotação nativista e boaforma. Naquele distante 1957 previ - e não me enganava - queRetarnozo traz.a em si o barro sensível, moldável e vigorosoque é a matéria prima com que se formam os grandes artistas.No seu intimo, já naquele tempo, vibravam atavicamente asviolas e cordeonas galponeiras; era o mlnuano sua canção deninar; os luares da querência o seu luzeiro de andarilho desonhos; as legendas do Rio Grande guerreiro - na voz do paique peleou lindo em 23 e 24 - lhe acicatavam afantasia jovem; o peão em desaparecimento, 'ÜS problemassociais da campanha, as máquinas tomando o lugar docavalo, as lavouras assomando as coxílhas do boiisso tudo já preocupava o poeta que nascia. Do poeta quese fez sempre maior à medida do tempo e que é hoje, sem fa-vor nenhum. umas das mais vigorosas vozes da poesia rio-grandense do sul.

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Anos depois fui encontrá-I o na Academia Militar da Bri-daga. Chegou com brilhantismo ao oficialatoe vem galgandopostos na hierarquia da legendária corporacão gaúcha. A histó-ria da Brigada Militar, já em 1969, lhe inspirava "Reduto de Bra-vos", sua primeira obra publicada. O poeta que se fizera solda-do, sensibilidade e desciplina irmanadas, era agora o soldado- poeta. A farda sobre o artista, a espada sobre a alma.

Após "Rodeio do Tempo". "Provincianas" e "Lua Anda-renga ", obras que publicou posteriormente e que o afirmaramcomo um -grande entre os maiores, oferece-nos agora este" ABC do Brigadiano ". mais um canto de louvor e homenagemà sua "Briosa" de tantas tradições assinaladas. É o poeta-soldado que bate de novo os borzeguins da caserna para umvôo de ritmos e rimas. É o soldado-poeta que desembainhasua espada em boa lei - que sempre será de boa lei o cantoque se diz de coração.

o amigo que conheceste há vinte anos te saúda, Reta-mozo. A ti, poeta-soldado. capitão de versos.

São Borja, 14.12.77

Aparício Silva Rilloto

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Educação e trabalhofazem o bom policial,pedras de toque finalna formação do soldado.E é lindo esse resultado:- o Policial Militarcom o público tratare ser de pronto acatado.

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Fardamento em condições,bem limpo e bem ajeitado,o cabelo rebaixadoe a barba sempre bem feita,eis a imagem mais perfeitado Policial Militarque o povo sabe acatare a sociedade respeita.

-G-Guarda externa dos presídios,prédios públicos, quartéis,e embora os frios mais cruéis,invernos impenitentes,embora os dias mais quentesou chuvas molhando a farda,há sempre um "anjo de guarda"protegendo os inocentes.

-H-Honestidade é uma honrae ornamento do caráter,é como a célula materde onde também se originaa confiança, a d'sciplina,e a moral firme, elevada,que faz grandiosa a Brigadae nem o tempo a extermina.

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