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A EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL
• Reforma Couto Ferraz (1851): inclusão oficial da Educação Física (ginástica) na escola;
• Surgimento dos métodos ginásticos no início do século XX;
• Até a década de 1930 a Educação Física assume um caráter higienista;
• Na sequência o modelo que influenciou a Educação Física até meados do século XX foi o militarista;
• Após a II Guerra Mundial, o modelo denominado Escola Nova ganha força na Educação, repercutindo na Educação Física;
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL
• A partir da década de 1960 a ditadura militar reprime o movimento Escola Nova. Até a década de 1980 o Esporte e a Educação Física se tornam sinônimos (Professor-treinador X Aluno-atleta);
• A partir da década de 1980 ocorre a crise da Educação Física com a contestação do modelo esportivista;
• Surge o modelo classificado como recreacionista, mas que pode ser chamado de “rola-bola”.
ABORDAGENS PEDAGÓGICAS
• Darido (2003) aponta dez propostas educacionais da
Educação Física que surgem como tentativas de superação
das visões mais biologicistas e tecnicistas do século XX:
• Psicomotricidade;
• Desenvolvimentista;
• Construtivista;
• Sistêmica;
• Crítico-superadora;
• Crítico-emancipatória;
• Cultural;
• Saúde renovada
• Jogos cooperativos;
• PCNs.
PSICOMOTRICIDADE
• Tem como objetivo principal construir a personalidade
dos alunos a partir do seu esquema corporal (LE
BOULCH, 1983);
• Valorização do processo de desenvolvimento cognitivo,
afetivo e psicomotor da criança;
• Considera a consciência corporal, a lateralidade, a
noção espaço-temporal e a coordenação motora a base
de todo o desenvolvimento da criança;
PSICOMOTRICIDADE
• O envolvimento da Educação Física é com o
desenvolvimento da criança, com o ato de aprender, com os
processos cognitivos, afetivos e psicomotores, buscando
garantir a formação integral do aluno;
• Passa a ser valorizado o processo de aprendizagem e não
mais a execução de um gesto técnico isolado;
• A psicomotricidade substitui o conteúdo predominantemente
esportivo das aulas por um conteúdo que valoriza a aquisição
de esquema motor, lateralidade, consciência corporal e
coordenação motora.
DESENVOLVIMENTISTA
• Tem como objetivo principal trabalhar o desenvolvimento
das habilidades motoras básicas (TANI et al., 1988);
• O movimento é o principal meio e fim desta abordagem,
sendo o conceito de habilidade motora imprescindível
para o seu entendimento;
• Os conteúdos devem ser desenvolvidos segundo uma
ordem de habilidades, do mais simples (habilidades
básicas) para as mais complexas (habilidades
específicas). As atividades básicas são:
DESENVOLVIMENTISTA
• As habilidades específicas são mais influenciadas pela
cultura e estão relacionados à prática dos jogos, esportes e
danças;
• Visa oferecer experiências de movimento adequadas ao nível
de crescimento e desenvolvimento do indivíduo, a fim de que
a aprendizagem das habilidades motoras seja alcançada;
• Os conteúdos devem obedecer a uma sequência
fundamentada no modelo de taxonomia do desenvolvimento
motor:
FASE MOTORA REFLEXIVA
DE 0 A 1 ANO
FASE MOTORA RUDIMENTAR
DE 0 A 2 ANOS
FASE MOTORA
ESPECIALIZADA
DE 7 A 14 ANOS
FASE MOTORA
FUNDAMENTALDE 2 A 7 ANOS
CONSTRUTIVISTA
• Tem como objetivo principal promover a
construção do conhecimento do sujeito a partir
da sua interação com o mundo, por meio da
aprendizagem da resolução dos problemas
(FREIRE, 1989);
• Resgate da cultura dos jogos e brincadeiras;
• O movimento é utilizado como meio para atingir
domínios cognitivos;
CONSTRUTIVISTA
• Propõe que as habilidades motoras sejam
desenvolvidas num contexto de jogo e brincadeira,
considerando o estágio de desenvolvimento da criança;
• Conteúdos que não têm relação com a prática do
movimento em si podem ser aceitos para atingir
objetivos que estão em torno do eixo corpo/movimento;
• Considera o movimento como um instrumento para
facilitar a aprendizagem de conteúdos diretamente
ligados ao aspecto cognitivo, como a aprendizagem da
leitura, da escrita, da matemática, etc.
SISTÊMICA
• Tem como característica a apropriação de questões
filosóficas e sociológicas como uma forma de repensar
as questões importantes no currículo de Educação
Física (BETTI, 1991);
• Possibilita ao aluno o acesso à cultura física, usufruindo,
compreendendo, reproduzindo e modificando as formas
culturais das atividades físicas e analisando corpo e
movimento: o aluno, ao correr, não deve realizar a
corrida apenas pelo movimento, mas ter a consciência
de como correr corretamente e dos benefícios que a
corrida irá trazer a ele;
SISTÊMICA
• A Educação Física não está restrita ao ensino de
habilidades motoras, embora sua aprendizagem
também deva ser entendida como um dos objetivos;
• É pautada nos princípios da não exclusão e da
diversificação;
• Nenhuma atividade poderá excluir qualquer aluno das
aulas e deve-se trabalhar atividades diferenciadas,
incluindo atividades esportivas, atividades rítmicas e
expressivas e atividades de ginástica.
CRÍTICO-SUPERADORA
• Baseada no marxismo e no neomarxismo, tem como
objetivo possibilitar ao aluno analisar e interpretar a
realidade (COLETIVO DE AUTORES, 1992);
• Valorização da questão da contextualização dos fatos
e do resgate histórico;
• Os conteúdos são selecionados a partir da relevância
social, contemporaneidade e características
sociocognitivas do aluno, e são aprofundados ao
longo das séries;
CRÍTICO-SUPERADORA
• Aluno não deve ser um mero reprodutor, e sim, um
participante do processo educacional, sugerindo
adequações pedagógicas e discutindo os conteúdos
propostos;
• Consiste em analisar os dados da realidade, interpretá-
los e emitir um juízo de valor;
• É preciso fazer com que o aluno confronte os
conhecimentos do senso comum com o conhecimento
científico, para ampliar o seu acervo de conhecimento.
CRÍTICO-EMANCIPATÓRIA
• Também baseada no marxismo, visa analisar e
questionar as características elitistas da Educação
Física transpondo-as para as questões sociais, a fim de
superar as diferenças sociais (KUNZ, 1994);
• Aborda temas relacionados com a cultura corporal,
como o jogo, o esporte, a ginástica, a dança e a
capoeira;
• Visa atingir as finalidades da Educação Física Escolar,
associada à proposta de reverter a imagem do esporte
voltado apenas para o alto rendimento;
CRÍTICO-EMANCIPATÓRIA
• Tem por objetivo a formação de sujeitos críticos e
autônomos para transformação da realidade em que
estão inseridos, por meio de uma educação de caráter
crítico e reflexivo;
• Em um primeiro momento os indivíduos são
confrontados com a realidade do ensino;
• Posteriormente, utiliza a seguinte sequência de ensino:
encenação, problematização, ampliação e reconstrução
coletiva do conhecimento.
CULTURAL
• Critica a perspectiva biológica, que entende o corpo humano
como um conjunto de ossos, músculos e articulações e que
as aulas de Educação Física devem ser as mesmas para
todos os alunos, em qualquer época e lugar (DAÓLIO, 1993);
• Pressupõe que o ponto de partida da Educação Física é o
repertório corporal que cada aluno possui quando chega à
escola;
• Procura entender as pessoas a partir de suas diferenças, de
modo que em hábitos e práticas não exista certo ou errado,
melhor ou pior, de forma que a diferença não seja pensada
como inferioridade;
CULTURAL
• Entende o movimento como técnica corporal construída e
definida culturalmente;
• Visa atender a totalidade dos alunos, sem exclusão durante
todo o processo de ensino e aprendizagem, independente da
atividade proposta ou das características dos alunos;
• É baseada numa perspectiva antropológica, com sua
discussão vinculada ao surgimento da cultura ao longo da
evolução dos primatas até culminar com o aparecimento do
Homo sapiens.
JOGOS COOPERATIVOS
• Tem como objetivo principal desenvolver a
cooperação entre todos os alunos (BROTO, 1995);
• Ajuda as pessoas a aprenderem a trabalhar em
grupos, e valoriza é a colaboração de cada
indivíduo do grupo. Valoriza a cooperação em
detrimento da competição;
• Ganhar ou perder não é o que realmente importa, e
sim, o processo como um todo. Todos são
vencedores;
JOGOS COOPERATIVOS
• Pressupõe que é a estrutura social que determina se os
membros de determinadas sociedades irão competir ou
cooperar entre si;
• Entende que há um condicionamento, um treinamento na
escola, família, mídia, para fazer acreditar que as pessoas
não têm escolhas e têm que aceitar a competição como
opção natural;
• São divertidos para todos e todos têm um sentimento de
vitória, enquanto os jogos competitivos são divertidos apenas
para alguns e a maioria tem sentimentos de derrota e é
excluída por falta de habilidades.
SAÚDE RENOVADA
• Tem como objetivo combater problemas orgânicos pela falta
de atividade física, sendo que esta na infância pode auxiliar a
cultura de hábitos saudáveis ao longo de toda a vida
(GUEDES; GUEDES, 1996; NAHAS, 1997);
• Educação Física como meio de promoção da saúde e
indicação para um estilo de vida ativo;
• Critica a prática de apenas as modalidades esportivas
tradicionais, já que considera estas menos interessantes para
a promoção da saúde, devido à dificuldade no alcance das
adaptações fisiológicas e porque sua prática não é realizada
ao longo de toda a vida;
SAÚDE RENOVADA
• Busca conscientizar o aluno sobre a necessidade de
conhecer os benefícios da atividade física relacionada à
saúde e a qualidade de vida;
• Entende que as práticas de atividade física vivenciadas na
infância e adolescência são importantes atributos no
desenvolvimento de atitudes, habilidades e hábitos que
podem auxiliar na adoção de um estilo de vida ativo
fisicamente na idade adulta;
• Preocupação com o ensino de conceitos relacionados à
saúde e com os alunos excluídos (sedentários, obesos,
deficientes).
PARÂMETROS CURRICULARES
NACIONAIS• Em 1997, foram lançados os documentos referentes aos 1° e 2°
ciclos do Ensino Fundamental e em 1998 os referentes aos 3° e 4°
ciclos do Ensino Fundamental, incluindo um documento específico
para a área da Educação Física (BRASIL, 1998);
• Não é uma abordagem específica da Educação Física, mas recebe
destaque, por auxiliarem o professor na tarefa de reflexão e
discussão de aspectos da prática pedagógica diária;
• Têm como função primordial subsidiar a versão curricular dos
estados e municípios, dialogando com as propostas e experiências
já existentes, incentivando a discussão pedagógica e a elaboração
de projetos educativos, servindo como material de reflexão para a
prática de professores;
PARÂMETROS CURRICULARES
NACIONAIS• É pautado em três princípios:
– Inclusão: todo aluno tem direito à participação plena nas aulas
Educação Física, devendo-se encontrar estratégias que
possibilitem a inclusão de tantos alunos quanto for possível em
diferentes conteúdos;
– Alteridade: é preciso considerar um sujeito único, que necessita ser
respeitado, ouvido e compreendido;
– Diversidade: os programas de Educação Física devem
compreender a maior diversificação possível de práticas da cultura
corporal possibilitando ao aluno a descoberta de variados sentidos
na cultura corporal.
• Os critérios para a seleção de conteúdos são a relevância social, as
características dos alunos e características de cada região;
PARÂMETROS CURRICULARES
NACIONAIS• Sugere o ensino por meio de três dimensões:
– Procedimental (fazer) – habilidades, destrezas, técnicas,
procedimentos, etc.;
– Conceitual (conhecer) - fatos, conceitos e princípios;
– Atitudinal (ser/conviver) – normas, valores e atitudes.
• Propõe um relacionamento das atividades da Educação
Física com os grandes problemas da sociedade
brasileira, através do que denominam temas
transversais;