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WORKSHOP SOBRE ABORTAMENTOS INFECCIOSOS EM EQUINOS - DRA. CLAUDIA DEL FAVATRANSCRIPT
WORKSHOP SOBRE
ABORTAMENTOS
INFECCIOSOS EM EQUINOS:
Histopatológico e colheita de
materiais biológicos
Instituto Biológico – APTA
Palestra promovida pela PFIZER Saúde Animal
27/outubro/2010
Jockey Club do Paraná
Curitiba/PR
DRA. CLAUDIA DEL FAVA
MÉDICA VETERINÁRIA
PESQUISADORA CIENTÍFICA NÍVEL VI
RESPONSÁVEL TÉCNICO PELO LABORATÓRIO DE ANATOMIA PATOLÓGICA DO INSTITUTO BIOLÓGICO
Telefax(11) 5087-1710
TRIAGEM ANIMALDoenças da Reprodução de Equinos
Raiva e Encefalites
(LRE)
Doenças Bacterianas da Reprodução
(LDBR)
Lab. Anatomia Patológica ISO 9001
Realiza necropsia fetal
Aliquota órgãos para os laboratórios
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE DOENÇAS DA REPRODUÇÃO EM EQUINOS: ENTRADA DE MATERIAIS
CLÍNICOS PELA TRIAGEM ANIMAL COM A FICHA CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA
A etiologia das doenças da reprodução émultifatorial
CAUSAS INFECCIOSAS:
• Virais => infiltrado linfocitário
• Bacterianos => piogênico (neutrófilos polimorfonucleares), não purulento (bactérias gram negativas e as gram positivas não piogênicas)
• Fúngicos => infiltrado linfocitário, hifas, micélio, unicelulares (colorações diferenciais como PAS, Grocott-Gomori, mucicarmine)
• Parasitários => infiltrado linfocitário
CAUSAS NÃO INFECCIOSAS: não se observa lesão histopatológica em alterações:
•ambientais (alta temperatura)
•nutricionais
•maternos (desequilíbrio hormonal)
•aberrações cromossômicas
Intoxicações => degeneração e necrose hepática e renal, geralmente não há infiltrado inflamatório
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL LABORATORIAL
Após cuidadosa análise dos dados epidemiológicos e exames clínicos da égua, éfundamental o apoio laboratorial. Os exames laboratoriais são:
=> indiretos – pesquisa de anticorpos
=> diretos - pesquisa de antígeno ou de agente
=> histopatologia
DIAGNÓSTICO INDIRETO
PESQUISA DE ANTICORPOS NO FETO:
Líquido tóraco-abdominal ou do saco pericárdico
PESQUISA DE ANTICORPOS NA MÃE:
Soro sanguíneo
DIAGNÓSTICO DIRETO
PESQUISA DE ANTÍGENO:
•Placenta
•Órgãos: timo, pulmão, coração, fígado, baço, pulmão,
linfonodos, SNC
•Líquor
•Conteúdo estomacal
•Intestino ligado
•Fezes (mecônio)
AMOSTRAS CLÍNICAS
•Escolha correta da amostra clínica => conhecimento prévio da
patogenia.
• Forma de acondicionamento e conservação adequadas e envio o mais rápido possível ao laboratório é fundamental para o sucesso do
diagnóstico
Necropsia feto equino abortado: paramentação
Lavar com água corrente para tirar excesso de sujeira
Limpar com gaze e álcool 70%
Necropsia feto equino abortado: retirada do SNC
Retirar o cérebro
Retirar calota craniana Retirar pele da calota craniana
Necropsia feto equino abortado: abertura das cavidades
torácica e abdominal
Cortar pele na lateral abdomen e tórax
Abertura cavidade abdominal
Necropsia feto equino abortado: abertura das cavidades
torácica e abdominal
Afastar o gradil costal
Romper articulação costo-condral com cizalha
Necropsia feto equino abortado: coleta
do líquido torácico para sorologia fetal
Necropsia feto equino abortado: cavidade torácica
Coleta do coraçãoColeta do pulmão
Coleta do timoColeta do timo
Necropsia feto equino abortado: cavidade abdominal
Coleta do rim
Coleta do baço
Coleta da adrenal
Coleta do fígado
Coletar fragmento de placenta
Rim
Placenta
Pool de órgãos
Placenta
Cérebro
órgãos
Placenta
Cérebro
Pool de órgãos
Conteúdo estomacal
Líquido Tóraco-Abdominal
BacteriologiaRefrigeradocongelado
VirologiaRefrigeradocongelado
PatologiaFormol 10%
órgãos
Acondicionamento dos restos da carçaça, placenta e fômites contaminados em saco de autoclave. Pode incinerar, ou dispensar em lixo biológico.
Limpeza da mesa após necrópsia
PREENCHER FICHA DE ENCAMINHAMENTO DE AMOSTRAS CLÍNICAS PARA DOENÇAS
REPRODUTIVAS
Requisição doenças reprodutivas-TA-FORM-02
http://www.biologico.sp.gov.br/exames_triagemanimal/requisicao_fetoabortado.doc
Necropsia feto equino abortado: descrever a macroscopia é
importante e anotar na ficha de encaminhamento das amostras.
Neste caso, apesar da microscopia revelar evidencias de infecção,
o isolamento para agentes patogênicos foi negativo
Petéquias no epicárdio indica
processo infeccioso disseminado
(viral, bacteriano)
Necropsia feto equino abortado:descrever a
macroscopia é importante.
Neste caso, apesar da microscopia revelar
evidencias de infecção, o isolamento para
agentes patogênicos foi negativo
Baço aumentado de tamanho (processo
infeccioso)
Hiperplasia de polpa branca (processo
infeccioso)
Necropsia feto equino abortado
negativo para agentes patogenicos
pesquisados
Placas de Peyer reativas (Íleo terminal)
Rim hemorrágico
CRANIORRASQUÍSQUISE E MICROCEFALIA
ECTOPIA CORDIS
ONFALOFLEBITE (umbigo mal curado)
ENVIO DAS AMOSTRAS CLÍNICAS: CUIDADOS
Não enviar amostras em gelo simples, pois este derrete, estraga material, transvasa a
embalagem e é risco de contaminação para os funcionários do correio e do laboratório!!!!!!
QUALIDADE E ENVIO DAS AMOSTRAS PARA VIROLOGIA E BACTERIOLOGIA
•Enviar amostra em recipientes estéreis hermeticamente fechados, em isopor com gelo reciclável e identificado amostra de risco biológico. •O feto e a placenta podem ser enviados ensacados e em isopor com bastante gelo.•Congelar o feto e a placenta quando não houver tempo viável para expedir o material a tempo de evitar autólise e decomposição.
Potes de diferentes tamanhos com tampa de rosca
Amostra acondicionada em isopor com gelo
reciclávelCaixa de papelão para tranporte
QUALIDADE E ENVIO DAS AMOSTRAS
ANATOMOPATOLÓGICAS
•Amostras para anatomopatológico devem ser fixadas em formol 10% tamponado.
•Não congelar
•Volume de formol é 10 x volume dos órgãos
•Identificar frasco com dados animal e propriedade/proprietário/data coleta/veterinário
AMOSTRAS DO HISTOPATOLAMOSTRAS DO HISTOPATOLÓÓGICO => NUNCA CONGELAR, GICO => NUNCA CONGELAR, PORQUE A PORQUE A ÁÁGUA INTRACELULAR FORMA CRISTAIS GUA INTRACELULAR FORMA CRISTAIS
QUE ROMPEM AS ORGANELAS E MEMBRANAS QUE ROMPEM AS ORGANELAS E MEMBRANAS
AMOSTRAS CONGELADAS=>INVIABILIZA =>INVIABILIZA DIAGNDIAGNÓÓSTICO HISTOPATOLSTICO HISTOPATOLÓÓGICOGICO
pulmão baço fígado
rim intestino cérebro
coração
PUBLICAÇÃO: resumo Reunião Anual do Instituto Biológico – RAIB-2007
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CAUSAS INFECCIOSAS DE NATIMORTALIDADE EM POTRO. (DEL FAVA C; CABRAL, A.D.; DE DONATO, T.M.; DAVID, M.R.; LARA, M.C.C.S.H.; CUNHA, E.M.S.; VILLALOBOS, E.M.C.; CARVALHO, A.F. SCARCELLI, E. O Biológico, v.69, n.2, p.113-198, 2007.
A septicemia neonatal foi constatada pelo diagnóstico histopatológico, que revelou a presença dos múltiplos êmbolos bacterianos nos glomérulos renais e confirmou-se o agente etiológico pelo isolamento bacteriano.
O diagnóstico bacteriológico revelou no intestino Streptococcus spp. (alfa hemolítico), no cérebro Streptococcusspp. (alfa hemolítico) e Staphylococcus spp., porém o isolamento bacteriano foi negativo no rim, baço, fígado, pulmão e liquor.
O diagnóstico virológico pelo isolamento viral em cultura de células e pela técnica de PCR foi negativo para o herpesvírus e vírus da arterite eqüina.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CAUSAS INFECCIOSAS DE NATIMORTALIDADE EM
POTRO.
Êmbolos bacterianos nos glomérulos de rim de potro neonato, nefrose (HE)
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CAUSAS INFECCIOSAS DE NATIMORTALIDADE EM
POTRO.
Hiperplasia de polpa branca esplênica
Congestão e edema pulmonar
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CAUSAS INFECCIOSAS DE NATIMORTALIDADE EM
POTRO.
Hepatite enterite
Emprego de HistotEmprego de Histotéécnica cnica WarthinWarthin--Starry e Starry e
HematoxilinaHematoxilina--Eosina Eosina associadas ao isolamento associadas ao isolamento Bacteriano como recurso Bacteriano como recurso
diagndiagnóóstico da Leptospirose stico da Leptospirose em fetos equinos abortadosem fetos equinos abortados
Bolsista PIBIC:Bolsista PIBIC:Michele Dos Santos LimaMichele Dos Santos Lima
Orientadora: Claudia Del FavaOrientadora: Claudia Del Fava
CPD de Sanidade AnimalCPD de Sanidade AnimalInstituto BiolInstituto Biolóógicogico
OBJETIVOOBJETIVO
EMPREGO DE HISTOTÉCNICA WARTHIN-STARRY E HEMATOXILINA-EOSINA ASSOCIADAS AO ISOLAMENTO
BACTERIANO COMO RECURSO DIAGNÓSTICO DA LEPTOSPIROSE EM FETOS EQUINOS ABORTADOS. LIMA,
M.S.; ALMEIDA, M.J.F.; SEINO, C.H.; CASTRO, V.; SCARCELLI, E.
O Biológico, v.71, n.2, p.97, 2009..
Avaliar a ocorrência de Leptospira spp pela associação das técnicas de Warthin-Starry (WS) e isolamento bacteriano em rim e fígado de fetos equinos encaminhados a Triagem Animal do
Instituto Biológico para diagnóstico diferencial de causas de abortamento em bovinos.
MATERIAL E MMATERIAL E MÉÉTODOS TODOS
• Avaliou-se 25 fetos equinos que chegaram ao Laboratório de Anatomia Patológica do Instituto Biológico no período de agosto de 2007 a junho de 2009.
• Amostras congeladas não foram utilizadas nesta pesquisa, porque o congelamento físico inviabiliza o isolamento da Leptospira e destrói a arquitetura tecidual invibilizando a histopatologia.
COLORAÇÕES:
Leptospira LO4, coloração WS, fígado de hamster (imersão- 1000x).
Leptospiras LO4 observada pela coloração WS, em rim de hamster. Na seta, leptospiras impreganadas pela prata (coradas em preto) no espaço
urinário em glomérulo (imersão 1000x).
Leptospira LO4, coloração WS, em rim de hamster. Na ponta da seta,
leptospiras enoveladas impregnadas pela prata (coradas em preto) no
interior dos túbulos renais (imersão 1000x).
RESULTADOS E DISCUSSÃORESULTADOS E DISCUSSÃO
• Nenhum feto foi positivo para o isolamento bacteriano e nem à técnica de coloração Warthin-Starry.
Glomérulo de feto equino abortado, negativo para Leptospira spp. corado pela técnica WS visualizado por imersão, aumento de 1000x.
Hemorragia no parênquima renal, infiltrado inflamatório mononuclear no interior dos glomérulos (glomerulonefrite não supurada) e necrose dos túbulos renais (nefrose), 20x HE.
rim de hamster apresentando intensa hemorragia no espaço glomerular no interior da cápsula de Bowman 40x HE.
CONTROLE POSITIVO - HAMSTER INOCULADO COM Leptospira LO4 – 4ª.
Passagem RIM
Controle positivo (Leptospira LO4 – quarta passagem) do rim de hamster apresentando nefrose e
hemorragia pela coloração HE.
CONTROLE POSITIVO - HAMSTER INOCULADO COM Leptospira LO4 –
4ª. Passagem RIM
infiltrado mononuclear e polimorfonuclear centro-
lobular (400 x HE)
controle positivo - HAMSTER INOCULADO COM Leptospira LO4 – 4ª. passagem
FÍGADO
Com exceção de um feto congelado, todos os outros apresentaram algum tipo de lesão na avaliaçãohistopatológica pela HE nos rins ou fígado:
RINS
• 19,0% (6) infiltrado inflamatório mononuclear• 4,8% (1) infarto renal• 28,6% (7) nefrose
FÍGADO
• 33,3% (7) infiltrado inflamatório mononuclear• 14,3% (3) degeneração hepática • 14,3% (3) necrose hepática
RESULTADOS E DISCUSSÃORESULTADOS E DISCUSSÃO
As alterações histopatológicas podem estar associadas a outros agentes patogênicos ou oportunistas, como os diferentes gêneros bacterianos isolados no diagnóstico diferencial:
•Streptococcus spp.
•Staphylococcus spp.
•Alcaligenes faecalis
•Serratia spp.
•Escherichia coli
•Bacillus spp.
•Acinetobacter spp.
•Enterobacter aerogenes
RESULTADOS E DISCUSSÃORESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÃOCONCLUSÃO
Apesar dos resultados de leptospirose serem
negativos tanto para o isolamento bacteriano
como para a técnica de coloração Warthin-Starry,
a PCR é prova sensível e específica e deve ser
sempre utilizada em fetos equinos abortados,
independente destes serem congelados e/ou
estarem parcialmente autolisados. A bactéria é
muito sensível e de difícil isolamento.
ABORTO EQUINO A VÍRUS
Hiperplasia de polpa branca
Hiperplasia folicular linfóide - timo
ABORTO EQUINO A VÍRUS
Degenração hepática Congestão e edema cerebral
ABORTO PARATÍFICO - SALMONELLA
Epicardite fibrinosa e infiltrado MN
Hepatite não-purulenta e degeneração hepática
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CAUSAS INFECCIOSAS DE NATIMORTALIDADE EM POTRO. (DEL FAVA et al., XX RAIB, 2007)
LESÕES HISTOPATOLÓGICAS SUGESTIVAS DE ABORTAMENTO
Meningo-encefalite não purulenta (200x HE)
LESÕES ENCONTRADAS EM FETOS LESÕES ENCONTRADAS EM FETOS EQUINOS ABORTADOS SUGESTIVAS DE EQUINOS ABORTADOS SUGESTIVAS DE
ABORTAMENTO INFECCIOSOABORTAMENTO INFECCIOSO
Epicardite não purulenta (200x HE)
Epicardite não-supurativa (HE, 400x). Em B observa-se miocardite não-supurativa focal (HE, 40x).
A B
LESÕES ENCONTRADAS EM FETOS LESÕES ENCONTRADAS EM FETOS EQUINOS ABORTADOS SUGESTIVAS DE EQUINOS ABORTADOS SUGESTIVAS DE
ABORTAMENTO INFECCIOSOABORTAMENTO INFECCIOSO
Hepatite não purulenta difusa. (200x HE)
Bronco-pneumonia não purulenta (200x HE)
LESÕES ENCONTRADAS EM FETOS LESÕES ENCONTRADAS EM FETOS EQUINOS ABORTADOS SUGESTIVAS DE EQUINOS ABORTADOS SUGESTIVAS DE
ABORTAMENTO INFECCIOSOABORTAMENTO INFECCIOSO
Necrose de coagulação dos túbulos renais (nefrose) de feto equino abortado (NEFROSE) (200x HE)
Sugestivo intoxicaSugestivo intoxicaççãoão
Abortamento infeccioso: reação folicular linfóide de timo e reação de polpa branca no baço
Timo
Baço
CONCLUSÃO
O Histopatológico não é um exame específico, porém, a
presença de infiltrado inflamatório em órgãos como SNC,
fígado, rins, adrenais, coração, pulmão, bem como a reação
de órgãos linfóides como hiperplasia de polpa branca do baço,
reação linfóide tímica e dos linfonodos indicam abortamento
infeccioso.
CONCLUSÃO
A ANÁLISE HISTOPATOLÓGICA DEVE SER INTERPRETADA CONJUNTAMENTE AOS EXAMES VIROLÓGICO, BACTERIOLÓGICO E PARASITOLÓGICO.
Mc Gavin, M; Zachary, J. (Eds.) Bases da Patologia em Veterinária. 4ª. ed. , Língua Portuguesa. Elsevier Brasil, 2009. 1504p.
PANAFTOSA/OPAS/OMS. (Org.). Manual Veterinário de Colheita e Envio de Amostras: manual técnico. Cooperação Técnica MAPA/OPAS-PANAFTOSA para o fortalecimento dos programas de saúde animal do Brasil. Rio de Janeiro: PANAFTOSA/OPAS/OMS, 2010. 218p.
RIET-CORREA, F.; SCHILD, A.L.; LEMOS, R.A.A.; BORGES, J.R. (Eds.) Doenças de Ruminantes e Eqüideos. 3ª. Ed. 2 vols. Santa Maria: Pallotti, 2007. 1466p..
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA