abraço de pai joão

38

Upload: jose-arnaldo-fernandes

Post on 08-Nov-2015

73 views

Category:

Documents


13 download

DESCRIPTION

Abraço de Pai João

TRANSCRIPT

  • Conforme novo acordo ortogrfico da lngua portuguesa ratificado em 2008.

    Os direitos autorais desta obra foram cedidos pelo mdium Wanderley Oliveira Sociedade Esprita

    Ermance Dufaux (SEED). Todos os direitos reservados Editora Dufaux. proibida a sua reproduo

    parcial ou total atravs de qualquer forma, meio ou processo eletrnico, digital, fotocpia, microfilme,

    internet, cd-rom, dvd, dentre outros, sem prvia e expressa autorizao da editora, nos termos da Lei

    9.610/98 que regulamenta os direitos de autor e conexos.

    ABRAO DE PAI JOO

    Copyright 2015 by Wanderley Oliveira

    1 Edio | fevereiro de 2015 | do 1 ao 10 milheiro

    Dados Internacionais de Catalogao Pblica

    ANGOLA, Pai Joo (Esprito)

    Abrao de Pai Joo.

    Pai Joo de Angola (Esprito): psicografado por Wanderley Oliveira.

    DUFAUX: Belo Horizonte, MG. 2015

    224p. 16 x 23 cm

    ISBN: 978-85-63365-61-3

    1. Espiritsmo 2. Psicografia

    I. OLIVEIRA, Wanderley II. Ttulo

    CDU 133.3

    Impresso no Brasil | Printed in Brazil | Presita en Brazilo

    Editora Dufaux

    R. Oscar Trompowski, 810 - Bairro Gutierrez

    Belo Horizonte - MG - Brasil - CEP - 30441-123

    Telefone: (31) 3347-1531

    [email protected]

    www.editoradufaux.com.br

  • 1 2

    3 4

    10

    18

    74

    52

    34

    i

    12

    6

  • 57 89

    88

    98

    142

    168

    190 208

    6122

  • 5

  • 89

    A perturbao que se segue separao da alma e do corpo do mesmo grau e da mesma durao para todos

    os Espritos?No; depende da elevao de cada um. Aquele que j est

    purificado, se reconhece quase imediatamente, pois que se libertou da matria antes que cessasse a vida do corpo,

    enquanto que o homem carnal, aquele cuja conscincia ainda no est pura, guarda por muito mais tempo a

    impresso da matria.

    O livro dos espritos, questo 164.

    Dirigimo-nos para o quarto de Hanna. No caminho, juntou-se nossa equipe tia Glorinha, que veio atender nosso pedido e conversar com a sobrinha.

    Chegando ao quarto vimos que ela estava com um aspecto bem melhor. Quando avistou a tia junto de ns ficou plida, no acreditando no que via. Como se sumssemos de sua viso, disse engasgada:

    Tia Glorinha! Mas...

    Deus a abenoe, Hanna.

    Mas... Estou tendo uma viso? O que significa isso? No estou entendendo!

    Sou eu mesma, minha sobrinha.

  • 90

    Ento eu...

    Sim, minha filha. Voc fez a passagem. Esse lugar no o Hospital Felcio Rocho.

    Nossos enfermeiros estavam atentos. Em situaes como essa, ao tomar conhecimento de que j morreu, a pessoa pode ter as mais inusitadas reaes.

    Hanna estava sem voz. No conseguiu pronunciar nem mais uma palavra. Todos ns ficamos em silncio aguardando que ela ordenasse seus pensamentos confusos. Lgrimas comearam a rolar de seus olhos e vimos que a tia Glorinha estava igualmente emocionada.

    Voc est na Casa da Piedade, minha querida, um posto de socorro do plano espiritual. Desencarnou durante a cirurgia. So passados trs dias de seu desligamento.

    Tia Glorinha disse aos prantos , abrace-me pelo amor de Deus!

    Olhamo-nos, Carminha, os enfermeiros e eu, sentindo-nos mais relaxados com o desabafo. Era como se j soubsse-mos que o desfecho seria o melhor.

    Estou muito assustada, tia Glorinha. Abrace-me com muita fora.

    A tia Glorinha, um amor de pessoa, a acolheu com inconti-do amor.

    Hanna, a vida chamou voc para novos caminhos. Voc comea aqui uma nova etapa dizia acariciando os cabe-los da sobrinha e secando suas lgrimas com um leno.

    Tia Glorinha, o que vai ser de mim? Como esto meus filhos e meu marido? Eu nem me toquei que isso tinha acontecido. Como a morte pode ser assim?

  • 91

    Todos esto bem, querida.

    E minha me?

    Todos j sabem e esto bem. Minha irm muito forte e inclusive j sabe que estou com voc, atravs de infor-maes medinicas que recebeu.

    Tia, por que logo agora, quando tentava me livrar de tantas culpas por meio do arrependimento?

    A hora de Deus diferente da nossa, Hanna.

    Que dor eu sinto por dentro... e pela primeira vez olhou para nossa equipe suplicando socorro eu no sei se vou aguentar, Pai Joo!

    Hanna falei enquanto a tia a acolhia , temos muita esperana de que sua vida melhore e que suas experi-ncias sejam muito mais ricas aqui. Voc se livrou do tumor e isso um timo indcio.

    Indcio de que, Pai Joo?

    De que voc vai se sentir mais leve e revigorada e sua depresso vai se abrandar. Para isso necessrio a acei-tao. Nada de revolta!

    Mas eu sinto um vazio que no sentia h muito tempo, apesar de realmente estar mais leve.

    Esse vazio algo que voc ter de superar com orienta-o e esforo. Voc passar por tratamentos para que isso acontea.

    De onde vem isso?

    Isso faz parte de sua jornada, minha filha. a doena da carncia.

  • 92

    O senhor tem razo. Acho que fui mesmo uma mulher muito carente a vida inteira e, pelo que vejo, a morte no aniquilou essa sombra.

    Agora, porm, Hanna, alm do amor dos que a querem bem, voc no ter mais para quem transferir a res-ponsabilidade de amar e vai aprender como preencher esse vazio.

    Pai Joo, estou me sentido muito perdida. Sinceramente nem sei o que estou sentindo. Estou perdida, muito per-dida. Tenho vontade de sumir.

    E comeou a chorar novamente.

    Isso o seu vazio existencial, Hanna. Uma doena que pede socorro e tratamento muito bem orientado.

    Tenho a sensao de que o fgado est doendo novamen-te falou aos prantos Estou com muita vontade de beber, minha boca est seca e amarga.

    Vamos lhe dar um calmante. Voc agora ter que se re-compor e vai precisar do descanso.

    Pai Joo, s mais uma pergunta, posso? Pelo amor de Deus, me responda.

    Fale, filha.

    Raul, meu amante, est por aqui?

    No, Hanna, no est. Depois falaremos mais sobre isso. Descanse!

    Foi aplicado em Hanna um sedativo muito eficaz, com componentes similares aos antidepressivos, que a fez dor-mir rapidamente. Como sua mente estava muito confusa e

  • 93

    ansiosa, tivemos de mant-la assim por algum tempo, para evitar um choque de perturbao mais grave. A reao de Hanna ao seu prprio desencarne foi melhor do que se es-perava, embora inspirasse cuidados e algumas iniciativas que seriam levadas a efeito. O carinho de sua tia foi funda-mental e o conhecimento que tinha do mundo espiritual, de alguma forma, a ajudou a localizar-se no tempo e no espao.

    Carminha e eu deixamos tia Glorinha e os enfermeiros cui-dando de Hanna e fomos conversando pelos corredores.

    Pai Joo, por mais que veja esses casos todos os dias ainda me pergunto: como pode a pessoa ter esse choque de realidade, sendo que j morreu tantas vezes?

    A matria impe um esquecimento dessa realidade a tal ponto que o choque proporcional intensidade da re-jeio a essa ideia.

    Quantos casos voc acompanhou aqui em que a pessoa no acredita que morreu mesmo vendo seus familiares que a antecederam. Hanna tinha conhecimento e isso ajudou muito.

    Mas no resolve, no pai?

    Certamente que no. Veja o estado inicial dela, com for-te sensao de perda de oportunidade. Isso ainda vai se intensificar muito. Embora mais leve, o quadro depres-sivo poder ser inevitvel e exige um acompanhamento cuidadoso.

    E muito antidepressivo! falou Carminha com sua experincia.

    A vida continua e ela apenas vai continuar aqui o trata-mento que j fazia no mundo fsico. Alm de se tratar,

  • 94

    vai precisar resolver a origem de suas pendncias. L no Livro dos espritos diz que a perturbao que se segue aps o desencarne no do mesmo grau e da mesma durao para todos os espritos, mas que depende da elevao de cada um e que mais demorada quanto me-nor for o progresso moral e mais rpida quanto mais purificado for esprito. Lembra-se, Carminha?

    Sim, me lembro.

    Muitos ainda nutrem dvidas a esse respeito no mundo fsico, mesmo sendo espritas ou espiritualistas. Quando se diz que a vida continua, entenda-se que ela continua exatamente do mesmo jeito em que a deixamos na vida f-sica, com os mesmo problemas ntimos e fsicos a vencer.

    E como isso verdade!

    Muitos irmos do ideal espiritual ainda vivem a sua re-encarnao como se fosse um vale de lgrimas e perdio que se extinguiria repentinamente com o desencarne.

    Acreditam demasiadamente e de forma perigosa em um conceito onde a dor a fonte nica e desejvel de liber-tao espiritual.

    Esse conceito de sofrimento algo que interessa a quem deseja implantar o mal na Terra. Essa no a mensa-gem de Jesus que se resume na Boa Nova, ou seja, uma mensagem da alegria.

    A reencarnao uma escola cuja lio primordial a de vencer suas prprias provas e delas sair com algum apren-dizado. Muitos, porm, acreditam que sofrer o melhor caminho para chegar aqui na vida espiritual com a alma lavada, de uma hora para a outra, e isso um equvoco!

  • 95

    Ao contrrio, aprender como vencer suas prprias dores estando ainda no plano fsico o passaporte para a paz interior. Paz que comea l mesmo e se transpe para esse lado da vida com quem a conquistou.

    H certa insensatez em se pensar dessa forma em re-lao lei de causa e efeito, principalmente acerca das dores, como se sofrer trouxesse como efeito a eleva-o espiritual.

    O que conduz a criatura elevao sua experincia de vida, sua capacidade de achar caminhos para superar o que a escraviza, sua bagagem de respostas conquistadas nas fontes da vivncia.

    Pai Joo, que viso singela e ao mesmo tempo profunda. Como entender isso no caso de Hanna?

    Pelas informaes que obtive, Hanna acreditou que a sua carncia, sentida em forma de rejeio pelo marido, filhos e entes queridos, era uma prova do seu passado reencarnatrio e nisso se acomodou, supondo que, ao desencarnar, se livraria dessa dor.

    E no se livrou, lamentavelmente. Mas poderia ser con-siderada uma prova do passado dela?

    Claro que sim. Para sofrer um nvel de carncia to gra-ve como o dela, inegavelmente temos que pensar em uma construo de comportamentos egostas ao longo de vrias vidas sucessivas.

    Nesse aspecto, era uma prova do passado, mas a est a diferena: uma prova do passado para ser vencida com novas atitudes e no suportada dolorosamente sem achar as resposta e caminhos para super-la.

  • 96

    Isso que o carma. Uma situao que se apresenta como um efeito em funo de uma causa. Entretanto, a funo do carma devolver pessoa o que lhe perten-ce. No para que ela sofra com isso e sim para que ela aprenda a desenvolver as solues com novos compor-tamentos, e nisso reside a grande diferena. Muita gente se acomoda na dor acreditando que sofr-la a soluo. Nesse caso, a dor pode redundar apenas em adiamento de aprendizado e ampliao do sofrimento necessrio. Carma, em outras palavras, aprendizado e no um cas-tigo. Ficou claro, Carminha?

    Mais que a luz do sol, pai querido! E, se eu entendi bem o assunto, Hanna ainda ter muitos desafios a vencer. Possivelmente mais que Irene, o senhor concorda?

    Muito provavelmente. Porm, Irene ainda est na ma-tria. Enxergou que errou e tem tempo na carne para se corrigir e, o mais importante, nutre uma profunda dis-posio para isso.

    Hanna, igualmente, vai recomear sua caminhada aqui mesmo no mundo dos espritos, para depois retomar o aprendizado na matria, mas colhe o fruto amargo do adiamento de enfrentar suas lutas ntimas.

    O quadro dela tende a se agravar?

    A depresso, como disse, parece ser inevitvel. Vai en-contrar-se com aquilo de que fugiu a vida inteira: o vazio existencial, sua dor e sua carncia. Ela prpria ter de assumir a condio de operria de si mesma, construin-do tijolo a tijolo a sua edificao de paz e harmonia.

    Mesmo tendo sido descuidada em relao sua neces-sidade afetiva, foi uma mulher do bem, no desejou o mal a ningum. Por essa razo foi socorrida com muito

  • 97

    amor, recursos de amparo, acolhimento e bondade no instante de sua passagem para a vida espiritual.

    No se livrou, porm, de si mesma e de suas necessida-des de amor e afeto. E o trabalho que Hanna vai come-ar aqui na vida dos espritos, Irene j est comeando no mundo fsico com a orientao de sua terapeuta, a doutora Sandra. Mesmo sem conhecer o Espiritismo como Hanna, Irene avanar em direo a conquistas imperecveis. Acreditamos em rumos muitos salutares, no seu caso, sob as orientaes da terapeuta e ainda ha-ver muitos desdobramentos nessa histria.

    Que bom, Pai Joo!

  • 7

  • 123

    Podem dois seres, que se conheceram e estimaram, encontrar-se noutra existncia corporal e reconhecer-se?

    Reconhecer-se, no. Podem, porm, sentir-se atrados um para o outro. E, frequentemente, diversa no a causa de ntimas

    ligaes fundadas em sincera afeio. Um do outro, dois seres se aproximam devido a circunstncias aparentemente fortuitas, mas que na realidade resultam da atrao de dois

    Espritos, que se buscam reciprocamente por entre a multido.

    O livro dos espritos, questo 386.

    Estava em meu quarto reunindo as vrias perguntas a mim enviadas pelos amigos do mundo fsico, que se utilizam das redes sociais1 para o dilogo e a troca de experincias. Eram centenas de perguntas a serem examinadas. Antes, porm, de iniciar a atividade, minha mente voou em direo a algumas reflexes.

    Pensava no assunto das dores humanas apresentadas pelos pacientes que foram atendidos naqueles dias. Todos tinham suas origens na carncia afetiva.

    Hanna entristeceuse perante a vida e submeteuse s ciladas emocionais, produzindo uma terrvel doena agravada com o vcio alcolico e com a inconformao.

    1 Essas perguntas, dirigidas ao autor espiritual, foram feitas atravs das redes sociais do mdium Wanderley Oliveira, que as organizou para que Pai Joo, oportunamente, pudesse respondlas. (NE).

  • 124

    Hilda fechouse afetivamente tombando nos braos cruis da mgoa que a lanou no desvalor pessoal intenso e descontrolado.

    Laerte aprisionouse na imaturidade emocional e adotou a autoimagem como trampolim de realizao pessoal, secando seu esprito de afeto e congestionando sua cabea com o delrio da posse.

    Irene despertou para suas necessidades por meio da dor e abriu as portas para um aprendizado de amadurecimento. Nela residia o exemplo de algum que pudesse, enquanto encarnado, transformar a dor do vazio em roteiro seguro e motivador para sua vida.

    Experincias e caminhos diversos, mas a mesma doena espiritual. O fruto amargo de nossa velha iluso no egosmo, trazendo de retorno as extensas necessidades de afeto.

    Veio ento em minha mente, de forma clara, a passagem do Filho Prdigo. Peguei minha Bblia e fui ler em Lucas, captulo quinze, versculo quatorze: E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e comeou a padecer necessidades.

    O filho que largou a casa do Pai a representao de cada um de ns em nosso afastamento de nossa raiz divina e de nossa essncia. Largamos o nosso eixo de equilbrio para gastar tudo pelo caminho das existncias infelizes, esbanjar os bens divinos que deveramos desenvolver no bem e na luz. Da o resultado inevitvel: o padecimento de necessidades no campo da carncia afetiva.

    Na sequncia da passagem evanglica, no captulo quinze, versculo dezessete, o apstolo diz: E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu Pai tm abundncia de po, e eu aqui pereo de fome!.

  • 125

    Hoje estamos assim, voltados a ns mesmos, compreendendo a nossa real situao, comeando a realizar um trajeto consciencial das nossas necessidades e identificando nossa fome de amor.

    Fica claro nessa passagem qual o sentimento predominante de quem tem fome de amor, do ser que se sente preso, incapaz e distante de usufrulo: o sentimento de indignidade, como escreve Lucas, no captulo quinze, versculo dezenove: J no sou digno de ser chamado teu filho; fazeme como um dos teus trabalhadores.

    Alm de carentes do alimento divino, sentimonos indignos dele ao comear a procurlo e desejlo. No bastasse a dor do vazio, experimentamos ainda essa sensao de no merecermos o melhor.

    Hanna, Hilda, Laerte e Irene sentiamse assim. Vazios, desejando resolver suas angstias, todavia com a profunda dor do no merecimento.

    Hanna escolheu a iluso da dependncia afetiva e da terceirizao de sua felicidade colocandoa como de competncia de Raul, padecendo ao mesmo tempo da ideia de no merecer o amor da famlia.

    Hilda acreditou que enfraqueceria com tais sentimentos e, no seu descontrole, achou que no merecia viver.

    Laerte enganou a si mesmo tentando se preencher com valores passageiros por no se sentir credor de uma vida alegre e vitalizada pelo afeto.

    Irene, descrente de suas escolhas afetivas no casamento, viveu uma loucura passageira por negar agressivamente a ideia de que merecia um amor de verdade.

  • 126

    S mesmo com muito carinho e acolhimento ns poderamos tratar tais casos e ajudlos a traar os caminhos para que eles se resgatassem. Somente dedicando a eles um amor muito compassivo e terno encontrariam foras para recomear seu trajeto de volta ao Pai.

    E essa a postura do Pai na passagem evanglica e tambm expressa nas leis naturais da vida, narrada no captulo quinze, versculo vinte: [...] e, quando ainda estava longe, viuo seu Pai, e se moveu de ntima compaixo e, correndo, lanouselhe ao pescoo e o beijou.

    Hanna, Hilda, Laerte e Irene estavam longe de conquistar a felicidade. Nosso papel como educadores, em sintonia com a lei universal do amor, a de nos movermos de ntima compaixo por suas dores, amlos como so e como esto, sem nada lhes cobrar.

    A reflexo em torno da passagem do Filho Prdigo trouxeme algumas lgrimas, porm, sentime profundamente renovado nas foras e disposto a responder s perguntas que me foram dirigidas.

    Na rede social em que chegaram as perguntas, o mdium que as recebeu fez questo de guardar a foto e nome dos entrevistadores.

    Passei o olhar sobre os nomes, os temas e as fisionomias e resolvi que as responderia como gosta o povo, como pretovelho, adotando um pouco do estilo e o linguajar das entidades afrobrasileiras que tanto sensibiliza, conforta e alivia as pessoas. A f das pessoas cria uma ressonncia vibratria e um patamar de energias mais amplo quando um pretovelho lhes fala ao corao.

    Passei ento a respondlas em clima de intimidade afetiva tratando os meus entrevistadores como filhos amados e

  • 127

    sem qualquer pretenso de dar respostas definitivas, apenas refletir e refletir, nada mais.

    Vamos ento s respostas para as perguntas:

    Pai Joo, no consigo ter bons relacionamentos. Ser que tenho algum obsessor que me atrapalha?

    Sim, muzanfio! Algumas pessoas so usadas por obsessores pra atorment e caus problemas na sua convivncia com os outros.

    Mas tome o cuidado de num adot a irresponsabilidade na conduo de suas relaes, como se eles fossem os nicos responsveis pelo que vosmec faz ou sente em relao a algum.

    A pessoa usada pelos obsessores pra atorment algum totalmente responsvel pelo que sente ou faz, venha ou num venha de obsessores. Essa a verdade.

    Pensando assim, fica fcil conclu que num justo res-ponsabiliz eles pelos insucessos de seus relacionamentos. Mude seu foco e procure sab o que h em vosmec que cria barreiras pras amizade e pra vivncia do afeto espontneo. Oua as crticas que te fazem, pois nelas vai encontr timas pistas sobre suas necessidades e condutas na vida.

    Pai, queria saber se vim com algum problema crmico ou espiritual, porque no consigo um bom relacionamento afetivo com ningum. Ser que vim para ficar sozinho?

    Existem pessoas, muzanfio, com temperamento compulsivo, repleto de costumes dos quais num qu abrir mo, como por exemplo, o orgulhoso, o agressivo, o controlador e o ciumento.

  • 128

    Quem possui um temperamento assim num precisa de nenhum projeto crmico ou limitao espiritual pra t dificuldade na convivncia. Com esse jeito de s a prpria pessoa vai azar qualquer relao que aparec.

    Olhe pra vosmec e miori seu ntimo se qu pessoas boa sua volta. Existem leis energticas que comandam esse contexto na vida de todos nis e to acima de qualquer planejamento reencarnatrio que temos feito no mundo espiritual.

    Pai Joo, querido, ser que vou casar?

    Fiinha de Deus, melhor do que cas s feliz. Por que a fia tem tanta necessidade de sab se vai cas? Medo de fic s? Vontade de t fios? Pra num sofrer na condio de sorterona? Ou pruqu qu sa da casa dos pais?

    Podi s tanto os motivo, num , fia? O que os fios na Terra mais precisa pens pruqu querem as coisas. Descobrir por que acham que tem de cas e entend qual o objetivo de um casamento.

    Ao faz essa reflexo possvel encontr razes que faam vosmecs se sentir frgeis, pequenos e talvez int senti vergonha dos motivo que lev vosmec a desejar o casamento.

    Poucas pessoas qu cas nica e exclusivamente pra avan nas experincias do amor na jornada da vida. Cas por obrigao social pode s o comum.

    Quem pensa seriamente no que qu a respeito do ato sagrado de cas pode cheg a concluses muito importantes, e algumas delas podem at lhes faz desistir dessa inteno.

  • 129

    Pense nisso fia e no se vai se cas ou no no futuro.

    PretoVelho, conheci uma pessoa que mexeu muito comigo, isso um reencontro?

    Pode s que sim, muzanfio. Mas mesmo que seja, fique sabendo que reencontrar algum num sinnimo de que as coisas vo dar certo ou de que isso foi planejado no mundo espiritual pra acontec.

    Algumas pessoas afirmam: ela minha alma gmea, ela a mulher dos meus sonhos, tivemos uma atrao to forte que tenho certeza de que foi um reencontro de outras vidas. Essas frases expressam aquele momento de paixo instantnea na qual, de fato, muitos de vosme-cs podem est reatando velhos laos de outras vidas. O que pouca gente sabe que esse doce encantamento, termo usado por Emmanuel, no livro Vida e sexo, resultado de um lao afetivo profundo que pode ter sido construdo no amor e na dor.

    No primeiro momento dessa atrao to forte o que prevalece so os sonhos e aspiraes de amor, a atrao sexual e as energias da alma que indicam inconscientemente que naquela relao existe algo importante ao crescimento e avano de vosmecs.

    Todavia, no conjunto dessas foras gostosas e quase irresistveis que conduzem entrega afetiva est tambm a fora de atrao dos sombrios de cada um. J pensou se o fio se apaixona por algum que ainda vive sob o impacto das dores e decepes de outras vidas? Aquele lado emocional pendente entre ambos s vai se express com o tempo.

    Assim, no incio, aquilo que em vosmec parecia serenidade passa a s visto como acomodao, preguia

  • 130

    e falta de expediente. Aquilo que nela parecia garra e coragem passa a s visto como cobrana, competio e humilhao.

    Uma importante correlao precisa s feita: atrao num existe apenas para a parte boa dos muzanfios. com base nessa mesma atrao do incio dos relacionamentos que vamos ao encontro de vios compromissos, com aprendizados que temos a realiz individualmente. Existe tambm a atrao para os sombrios de cada um.

    O reencontro isso, o compromisso que assumimos a respeito daquilo que vamos aprend uns com os outros na convivncia diria.

    L no Livro dos espritos deixa isso claro quando os amigos do plano maior nos dizem que quando dois fios se conhecem e se estimam, pode s que estejam atrados um para o outro por causa de que, em outras vidas, tiveram ligaes fundadas em sincera e legtima afeio e que num por acaso que muzanfios se buscam por entre a multido.

    Querido pretovelho do meu corao, a sua bno! Queria saber se meu marido, morto h algum tempo, est dentro de nossa casa. Tm acontecido muitas coisas estranhas por aqui.

    Que lorvado seja nossu sinh Jesum Cristo, muzanfia!

    Fiinha, muitas pessoas to deixando o corpo fsico, mas num to deixando a vida material, se desapegando.

    No seria exagero dizer que de dez desencarnes, seis deles configuram quadros no qual o esprito mantm laos

  • 131

    de muito apego com alguma situao no mundo material, incluindo seu prprio lar.

    Em alguns desses casos, quando conseguimos intervir no processo, o esprito afastado do ambiente e orientado a aceitar e a buscar os interesses da vida espiritual. Sempre que isso acontece, todo o grupo familiar encarnado tem uma melhora de vida.

    Os casos mais provveis de acontecer esse quadro de apego vida terrena so aqueles nos quais, antes mesmo da morte do fio, as relaes entre ele e a fa-ma era embasada no cime, na ambio e na inveja, sentimentos esses que podem abrir as portas para a perversidade.

    Fia, faa oraes ou pea ajuda de tarefeiros de sua religio pra implantarem o culto do evangeio em seu lar, e busquem estudar mais os princpios espritas pra esclarecimento. Essa iniciativa, alm de proteger vossa casa, vai trazer mais paz e alegria a todos.

    Porque s escolho homens agressivos e mentirosos, Pai Joo de Angola?

    Fiinha, isso s acontece quando temos as mesmas dificuldades que percebemos nos outros.

    Faa uma anlise sincera e vai perceb que a fia maltrata a si mesma com agressividade e mentira.

    O perfeccionismo, a doena de querer ser perfeito, uma fonte geradora de cobranas interminveis. um chicote que usamos contra nis mesmos. As cobranas, quando percorrem o caminho da rigidez, so verdadeiras agresses aos limites e s foras. Exigir mais do que se suporta agredir, formar um piso vibratrio pra

  • 132

    atrair pessoas com o mesmo nvel de energias de clera e agresso.

    J a mentira parece ser uma das mais antigas imperfeies da nossa humanidade. Todos mentimos pra nis mesmos. A estrada do aprimoramento humano consiste exatamente em resgatar nossa autenticidade, nossa verdade pessoal. Como ainda num conseguimos um nvel de realidade a respeito de nossa individualidade, vamos atrair pra perto de nis o lado menos verdadeiro de quem nos cerca.

    Ei, Pai Joo, meu nome Jeane. Queria saber se macumba pega?

    Que Jesum Cristo proteja vosmec fia de Deus. Macumba pega sim, fia. Pega em quem descuida de sua proteo e faz por onde merec. Tudo obedece as leis naturais.

    Se a fiinha qu o mal de algum ou num gosta de alguma pessoa e deseja maus sentimentos pra ela, est abrindo a porta do seu corao pra entrar energias semelhantes.

    Se a fiinha busca todo o bem e amor possvel que pode faz, ento as portas so fechadas pro mal que vem de fora.

    Esses so os princpios bsicos pra que uma macumba funcione ou no. Outros fatores e condies dependem do compromisso individual com a lei de causa e efeito, a habilidade do executor da magia e da condio momentnea da vida de quem o alvo.

    A melhor proteo contra a inveja, o mauolhado e a macumba de pemba a couraa do amor. Amor ao prximo, vida e, sobretudo, a si mesmo. Quem

  • 133

    se ama, alis, veste um manto de proteo dos mais valorosos.

    Pai Joo, o que aconteceu com minha vida que travou tudo e est muito difcil continuar? Por que para mim tudo muito difcil?

    Muzanfio querido, que Oxal te proteja os caminhos!

    A vida tem o nosso ritmo, nis quem damo a ela um sentido.

    Vamo fal de vosmec, fio. Existem muitas pessoas que, ao alcanarem suas metas de vida, gastam tanta energia e se consomem tanto, focados no usufruto daquilo que alcanaram, que esquecem que a vida prossegue em contnuo aprendizado e, quando despertam do sono da acomodao, percebem que pararam. Pararam sua vida para usufru apenas, sem nada mais fazer.

    A vida, muzanfio, movimento. Quem estaciona para celebrar em excesso, quando percebe, usou tempo demais pra si mesmo.

    Pense nisso. Quem sabe pode ser til pro fio querido.

    Pai Joo, estou no terceiro casamento e parece que vou ficar sozinha de novo. Ser que esses fracassos estavam planejados? Ser que tenho uma obsesso?

    Fia de Deus, nem tudo planejado. Alis, a maior parte dos acontecimentos num so previamente planejados. Acontecem em funo das escolhas que fazemos e tambm da viabilidade natural de que aconteam.

    H nesse assunto um claro exagero quando se enfocam as questes do destino e da programao espiritual.

  • 134

    So muitos os muzanfios que escutam frases assim: esse seu comportamento acontece por conta da influncia negativa dos espritos, voc est ao lado dessa pessoa difcil por carma de outras vidas, suporte at o fim, voc fez essa coisa errada pruqu est em obsesso, essa doena te persegue pruqu voc fez muito mal a algum em outra encarnao, enfim, tantas outras falas.

    So frases sem amorosidade, sem fraternidade e sem nenhuma proposta educativa. Deixam uma sensao de que nada poderia ou deveria s feito pra mud o rumo dos acontecimentos.

    Frases contrrias a qualquer orientao sadia e teraputica, que podem incentivar a omisso, a submisso e a irresponsabilidade na conivncia e at mesmo alguma tragdia. E por que essas orientaes continuam? Por orgulho e acomodao. Orgulho de ach que, com princpios espritas ou espiritualistas, pode explicar tudo de errado que acontece, e acomodao em supor que tudo na vida s pode s explicado como carma e obsesso, como se num houvesse consequncias de nossas aes.

    Espero que essas consideraes possam ajudar a fiinha a entender sobre essas formas de pensar a vida. Existe um leque de sabedoria capaz de explicar as necessidades e dores humanas alm de obsesso e carma.

    Pai Joo, minha famlia no para de brigar. Isso foi programado no mundo espiritual? carma?

    Num existe fama programada pra se atracar, fio de Deus! Existe fama programada pra aprender junto. Com certeza a agresso o excesso, o que vai alm

  • 135

    daquilo que foi programado em nossa reencarnao. Agresso escolha e no planejamento.

    Voc pode planej vir em uma famlia difcil, isso sim planejamento. Carma o que voc tem de venc dentro de voc nesse contexto planejado, que habilidades vai desenvolv pra conviv melhor nessa fama. A agresso num faz parte do plano, mas do descuido e da escolha. fruto dos conflitos ntimos.

    O fio reflita na questo 259 de O livro dos espritos:

    Do fato de pertencer ao Esprito a escolha do gnero de provas que deva sofrer, seguirse que todas as tribulaes que experimentamos na vida ns as previmos e buscamos?

    Todas, no, porque no escolhestes e previstes tudo o que vos sucede no mundo, at s mnimas coisas. Escolhestes apenas o gnero das provaes. As particularidades correm por conta da posio em que vos achais; so, muitas vezes, consequncias das vossas prprias aes. Escolhendo, por exemplo, nascer entre malfeitores, sabia o Esprito a que arrastamentos se expunha; ignorava, porm, quais os atos que viria a praticar. Esses atos resultam do exerccio da sua vontade, ou do seu livrearbtrio. Sabe o Esprito que, escolhendo tal caminho, ter que sustentar lutas de determinada espcie; sabe, portanto, de que natureza sero as vicissitudes que se lhe depararo, mas ignora se se verificar este ou aquele xito.

  • 136

    Pai Joo, sou esprita e no consigo mudar meus filhos. Sintome perdida e fracassada. O que fazer?

    Oh fia! Num fica assim no!

    Tem uma frustrao que t se tornando rotineira a quem desencarna orientado pelos princpios abenoados do Espiritismo. o fato de cheg do lado de c com um profundo sentimento de culpa por num ter alcanado o objetivo de salvar ou mudar algum, considerandose sem xito na reencarnao, esquecidos de que esse objetivo est deslocado do verdadeiro, que salvar e mudar a si mesmo. Ningum, fiinha, reencarna para mudar o outro e sim a si mesmo.

    Quando se fala em responsabilidade com filhos luz dos projetos reencarnatrios necessrio considerar que essa responsabilidade limitada. Ela se restringe a orientar e no a se sentir responsvel pelas escolhas de quem foi orientado, no caso dos fios.

    uma iluso achar que podemos mudar algum. Num temo essa capacidade. Podemos cooper, incentiv, apoi, mas mudana, esforo pessoal e os sentimentos alheios ficam a cargo de cada pessoa.

    Veja essa sublime reflexo que t em O livro dos espri-tos, questo 583:

    So responsveis os pais pelo transviamento de um filho que envereda pelo caminho do mal, apesar dos cuidados que lhe dispensaram?

    No; porm, quanto piores forem as propenses do filho, tanto mais pesada a

  • 137

    tarefa e tanto maior o mrito dos pais, se conseguirem desvilo do mau caminho.

    O merecimento dos pais est no esforo. A escolha de se desvi do mal dos muzanfios.

    Quanto ao fato da fiinha ser esprita isso apenas lhe oferece melhores remdios na cura de suas prprias doenas e na amenizao de suas dores perante a vontade de acertar com seus entes queridos.

    Muzanfios que so pai ou me desliguemse dessa culpa de ach que so responsveis pelas ms escolhas de seus fios. Se vosmec deu seu melhor, num carregue sobre os ombros a culpa dos fracassos e deslizes pelos quais eles optaram. Isso no amor. A culpa, necessariamente, no um sinal indicador de erros e sim de que vosmec precisa rev crenas e princpios que orientam sua vida em relao a essas pessoas que ama.

    A vida coloca um limite, mesmo entre pessoas que se amam. As ms escolhas dos fios num so de responsabilidade dos pais e sim deles. Como pais muzanfios s vo pod faz algo por isso at certo ponto, depois o assunto pertence a eles. Porm, se vosmecs fic muito disponvel e quis pass a limpo a vida de seus fios, eles num vo crescer e aprender.

    Entendam a diferena. Pais que amam continuam sempre com responsabilidades com seus filhos, mas num so responsveis por suas escolhas.

    Apoiem e incentivem, mas oriente os fio para que eles percebam que quem responder pelas consequncias das escolhas so eles prprios.

    Pai Joo de Angola, qual a minha misso aqui na Terra?

  • 138

    Todos temos uma misso na nossa reencarnao, mu-zanfio. Para o cumprimento dessa misso foi feito previamente um planejamento.

    A maioria dos reencarnantes, por ausncia de conscincia e valores morais nobres, num participa ativamente desse planejamento. H, porm, meu fio, um avalista do projeto. Quase sempre esse avalista tambm o guia espiritual, embora isso num seja regra geral. sempre conosco a maior misso de nossas vidas. Mesmo que haja compromissos crmicos de aprendizado com pessoas de nossas relaes, antes de tudo, voltamos a reencarnar pra recuperar e iluminar o nosso prprio caminho muzanfio.

    Pense nisso, a fim de num se ilud com a velha doena que nos faz supor que viemos aqui na Terra pra salvar algum que num seja nis mesmos.

    A misso de espritos puros ou elevados diferente, viu fio? Estes costumam ter mbitos mais coletivos e abrangentes, com comunidades ou at pases e que podem mudar os rumos de muitos fios. Entretanto, para a maioria de nis, a misso principal se resume em resol-v nossas lutas pessoais, em salvar a nica pessoa que podemos salvar: nis mesmo.

    Para que o esprito alcance essa misso, feito um planejamento no mundo espiritual junto a familiares, parentes e membros da sociedade. Tambm pode t planejamento para erguer obras ou realizar atividades que atinjam um nmero maior de pessoas, mas, esse planejamento num a misso, o caminho para cumprila.

  • 139

    Formar fama, educar os fios, cas, fund creches, es-crev livros medinicos, faz palestras, mant obras assistenciais, colabor em projetos, form em uma profisso, e outras formas de atuao social, so caminhos e no misso. Tudo isso vai pass e s vai fic o que estiver dentro de nis, o que foi conquistado nessas vivncias.

    Nossa misso sa da reencarnao melhor do que entramos, resolvendo nossos conflitos internos, aprendendo a viver uma vida com mais alegria e amor, e ser um exemplo de retido pra o bem de todos os fios que Deus coloc em nosso caminho.

    Temos uma misso com a gente e com os outros, temos a oportunidade de ser teis na misso que a eles pertence. Se d pra faz isso fio, t bo demais!

    Pretovelho, querido, no consigo perdoar uma pessoa com a qual convivo diariamente. Ajudeme a entender isso.

    Oh fia, asserena sua alma. Perdoar, necessariamente, num implica em reat relaes como se nada tivesse acontecido. Perdo nem sempre significa resgat a relao com o ofensor.

    Antes de tudo, perdo voc resolv a dor emocional da ofensa e isso s se consegue quando vosmec entende qual a sua parcela de responsabilidade pra t acontecido o que aconteceu entre muzanfia e o seu ofensor.

    O perdo elaborado no campo do sentimento e, em muitos casos, quanto ao ofensor, num h o que fazer a num s consegu estrutur um sentimento de respeito por ele, e mant ele distante de sua convivncia. Em outros casos, pode at s que uma nova e mais

  • 140

    cuidadosa relao possa s iniciada. Cada histria uma histria.

    Num se assuste com isso no, viu, muzanfia querida. Essa verso do perdo num minha, do Cristo, mas, infelizmente, no ainda suficientemente divulgada e examinada nos ensinos de Jesus.

  • 215

    Ttulo

    Abrao de Pai Joo

    Autoria

    Esprito Pai Joo de Angola Psicografia de Wanderley Oliveira

    Edi o1

    Editora

    Dufaux (Belo Horizonte MG)

    ISBN

    978-85-63365-61-3

    capa

    Tiago Macedo

    Projeto grficoPriscilla Andrade e Tiago Macedo

    Diagrama oPriscilla Andrade

    Reviso da diagrama oNilma Helena

    Reviso ortogrficaSandra Schamas e Dbora Donadel

    Coordena o e prepara o de originaisMaria Jos da Costa e Nilma Helena

    Composi oAdobe Indesign, plataforma Windows

    Pginas

    224

    Tamanho do miolo16x23 Capa 16x23 com orelhas de 9cm

    Tipografia

    Texto principal: Georgia 12pt Ttulo: Depot 22pt Notas de rodap: Georgia 10pt

    Margens

    22 mm: 25 mm: 28 mm: 22 mm (superior:inferior:interna;ex- terna)

    Papel

    Miolo offset 90g/m2 Capa Suzano Supremo 250g/m2

    Cores

    Miolo 2 x2 cores Pantone 367c Capa em 4x0 cores CMYK

    Impresso

    Grfica Vida & Conscincia

    Acabamento

    Miolo: Brochura, cadernos de 32 pginas, costurados e colados. Capa: Laminao Fosca

    Tiragem

    10 mil exemplares

    Produ ofevereiro/2015