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AC/DC Favoritos do Regis e Favoritos do Baron Meu amigo e minha amiga... Conforme anunciamos, aqui estão os álbuns favoritos do tio aqui e do Paulo Baron, cada um defendendo as suas preferências de vocalistas dentro da trajetória do AC/DC. Os três discos que mais gosto da “fase Bon Scott” são:

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AC/DC Favoritos do Regis e Favoritos do Baron

Meu amigo e minha amiga...

Conforme anunciamos, aqui estão os álbuns favoritos do tio aqui e do Paulo Baron, cada um defendendo as suas preferências de vocalistas dentro da trajetória do AC/DC.

Os três discos que mais gosto da “fase Bon Scott” são:

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HIGHWAY TO HELL

Até mesmo nos dias de hoje não deixo de sentir um nó na garganta quando ouço esse disco, que é indiscutivelmente uma obra-prima. Saber que foi o ultimo disco de Bon Scott com a banda faz com que cada faixa seja “saboreada” com uma sensação meio agridoce, principalmente quando tentamos imaginar o que teria acontecido com o quinteto caso o vocalista não tivesse morrido.

Todas as faixas do álbum estão impregnadas com aquele tipo de interpretação de quem já tinha tomado uns bons goles de qualquer coisa antes de botar os fones e soltar a voz no microfone. Isso fica muito evidente durante os andamentos sacolejantes de “Girls Got Rhythm”, “Shot Down in Flames” e “If You Want Blood (You've Got It)” e ficam ainda mais acentuadas quando Angus Young e seus comparsas aceleram para valer na insana “Beating Around the Bush”.

Como se não bastasse tal excelência – nem vou comentar a respeito da mitológica faixa-título, que dispensa qualquer tipo de comentário nos dias atuais -, o disco traz duas pepitas que estão entre as melhores canções que a banda fez em toda a carreira, embora não sejam tão celebradas: a épica

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“Walk Over You” e a martelante “Touch Too Much”, ambas com refrãos mais grudentos que piche quente despejados em nossas orelhas.

Se “Get It Hot” ainda hoje soa como se uma festa fosse invadida por um meteoro dançante, a pouco lembrada “Love Hungry Man” resgata os velhos tempos da banda, com menor resquício da polidez de timbres apresentada nas outras faixas, uma característica que fica ainda mais evidente na canção que encerra o álbum, “Night Prowler”, um blues encharcado daquele uísque que a gente toma – ou tomava antes da pandemia – quando o bar já está fechando e os garçons começam a colocar as cadeiras em cima das mesas.

Obviamente, a produção precisa e cortante de Robert John “Mutt” Lange funciona como se tudo fosse lapidado como um precioso diamante, que dá ao álbum inteiro uma magnitude que os trabalhos anteriores não tinham, por melhor que fossem os repertórios e a produção da dupla.

Repito: é uma obra-prima indiscutível!

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HIGH VOLTAGE (edição americana)

O que dá para escrever a respeito de um disco que, logo na primeira faixa, pega você pelas orelhas e lhe dá lições de como a vida é dura para quem deseja viver do rock and roll. E com solo de gaita de fole! Pois essa é a tarefa quase impossível que “It’s a Long Way to the Top (If You Wanna Rock ‘n’ Roll)”, uma daquelas canções absurdamente inesquecíveis, mesmo que você a tenha ouvido uma única vez na vida.

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E não pense que tudo é facilitado nas faixas seguintes, escolhidas dentre os LPs anteriores em suas edições originais australianas – TNT e High Voltage, ambos de 1975 -, que acabam formando um cardápio saborosíssimo. A voz de Scott caiu como uma luva na simbiose com as guitarras de Angus e Malcolm Young, formando um tipo de “triunvirato cortante” tão simples quanto eficiente. E tudo é colocado sobre alicerces rítmicos muito mais do que sólidos.

Quando você ouve a perversidade impregnada em cada sílaba que Scott canta em “She’s Got Balls” e nos hard rock blues infectantes de “The Jack” e “Little Lover”, fica a sensação de que ele não apenas era um vocalista irreverente e carismático, mas que também era capaz de colocar um tempero lascivo em qualquer coisa que cantasse, independente do tema abordado.

É impossível ficar indiferente ao clima de cumplicidade proposto por ele e a banda na pegajosa “TNT”, na galhofeira “Can I Sit Next to You Girl” - com uma surpreendente influência do criminosamente ignorado Alex Harvey e sua Sensational Alex Harvey Band – e nas primorosas “Rock ‘n’ Roll Singer” e “Highway to Hell”.

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Esse disco inesquecível joga na nossa cara que o AC/DC iria conquistar o mundo e éramos uns bobalhões por não perceber isso. E eles estavam certos…

LET THERE BE ROCK

Como eu disse no vídeo, o quarto disco da banda foi o primeiro a ser lançado no Brasil e o choque

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causado foi com uma intensidade elétrica capaz de acender um sistema planetário inteiro. Soando de modo incrivelmente cru e desprovido de qualquer sutileza, as oito faixas têm uma eficiência letal na missão de capturar nossa atenção.

Do início com a descabelada “Go Down” até o final com a supersônica “Whole Lotta Rosie”, Scott, Angus e seus comparsas usam de uma brutalidade que só o verdadeiro rock and roll pode proporcionar. Durante tal jornada, somos jogados de um lado para outro pelo peso urgente de “Bad Boy Boogie” e “Problem Child”, pelo tribalismo ritualístico de “Dog Eat Dog” e pela paulada sônica que é a faixa-título. Isso sem falar no convite ao espasmo dançante/sacolejante de “Overdose” e “Hell Ain’t a Bad Place to Be”, simplesmente irresistível.

Se você ouvir o disco inteiro sem ter vontade de sair pulando por aí como um canguru epilético, pode passar em um cartório e fazer uma declaração de que a partir desse momento você se transformou em um vegetal ambulante.

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E agora, aqui estão os preferidos do Paulo Baron:

Amigos (as)!

Assim como o Regis, eu também compartilho com vocês os meus três discos preferidos do AC/DC durante a fase do Brian Johnson...

BACK IN BLACK

Ainda lembro de julho de 1980, quando eu era apenas um moleque que morava no México e escutava rock escondido de meus pais. Quando ouvi “You Shook Me All Night Long” no rádio pela primeira vez, fiquei como louco pulando de cama em

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cama, energizado. Uma sensação sem igual me invadiu.

Dias depois, na casa de um amigo dois anos mais velho, ele me apresentou o emblemático álbum com a capa preta, e com as letras “AC/DC” e “Back in Black” escrito em branco. Lembro de termos ficado mais de cinco horas revisando cada uma das faixas nos toca-discos.

Dias depois, comprei esse vinil escondido de meus pais, com o dinheiro que eu tinha arrecadado lavando carros na rua de minha casa. Então, quando meus pais saíam para trabalhar, eu começava a repassar cada faixa do álbum.

Assim já se passaram 41 anos e ainda escuto esse álbum com o mesmo sentimento de como se fosse a primeira vez. Como não se arrepiar com a introdução de “Hells Bells” e o sino, com os riffs iniciais das guitarras em “Shoot to Thrill” que sempre fazem lembrar o grande Chuck Berry? Tudo me fazia sentir como se estivesse diante de um álbum perfeito.

Muito disso se deve a um de meus produtores favoritos em todos os tempos, Robert John "Mutt" Lange, dotado de uma exigência profissional tão acima do normal que fez a banda quase se

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desesperar durante as gravações. Só que o resultado compensou tudo.

Isso me faz refletir a respeito de como uma banda que perdeu seu grande frontman - como era o caso de Bon Scott - conseguiu se reerguer em menos de um ano após o lançamento do Highway to Hell e soltar o álbum mais representativo da história do rock. Incrível, não?

Lógico que nem preciso escrever a respeito de “Back in Black”, a música com um dos riffs mais famosos da história, o qual viria a representar toda uma cultura. Não existe ser humano que, mesmo não gostando de rock, que não o reconheça.

O álbum termina com “Rock and Roll Ain't Noise Pollution”, um fantástico blues rock que ilustra muito bem como esse álbum fez com que o AC/DC representasse toda uma geração que estava surgindo. Seu poder é tão grande que o transformou em uma obra-prima atemporal. Não apenas o melhor disco do AC/DC, mas o melhor disco da história do rock n roll.

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THE RAZORS EDGE

O hard rock e até mesmo o rock em geral estavam começando a sofrer pelas mudanças ocorridas com o avassalador surgimento do grunge. E é justamente nesse aspecto que deve ser dado um grande destaque a esse álbum.

É evidente a percepção que o AC/DC se reinventou no início da década de 1990 sem abandonar sua essência, realçada com a produção mais adequada

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para os padrões da época. Para que isso fosse possível, a escolha do produtor Bruce Fairbairn – responsável por essa mesma transição por parte do Van Halen, Bon Jovi, Kiss, Scorpions e Aerosmith, ele era o produtor da época – foi mais que acertada: foi um trunfo valiosíssimo!

Naquela época, eu acabava de me mudar para a Inglaterra, buscando meus sonhos de querer ser um empresário de rock ‘n’ roll, e entendi perfeitamente a estratégia proposta pela banda e seu então produtor. Assim que o álbum saiu em setembro de 1990, lembro de colocar o disco para tocar em alto volume e escutar aquela guitarra dedilhada POR Angus Young, a entrada do coro "Ahh-ahh-ahh-ahh-ahh-ahh" e, depois, o poderoso "thunder!!!". Para mim, mesmo nos dias atuais, “Thunderstruck” continua sendo uma das maiores representações da força do rock. Vocês lembram na Copa do Mundo no Brasil em 2014, quando os jogadores entravam em campo ao som dessa música? Até mesmo aquela Seleção lotada de metidos a pagodeiros sentiam a força dessa canção.

A incrível “Fire Your Guns” traz uma interpretação maravilhosa de Brian Johnson, assim como a faixa seguinte, “Moneytalks”, que se transformou em

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outro grande clássico da banda e perpetuou ainda mais a justificável fama dos irmãos Young em criar grandes riffs pontuados com refrãos poderosos.

E o que falar da entrada espetacular e arrepiante da faixa-título? O misterioso segredo de como Angus consegue tirar aquele som de sua Gibson SG me faz crer que o ideal seria que essa música merecesse a honra de abrir o disco. Isso sem contar que "Are You Ready" é, sem dúvida, um dos grandes petardos de toda a discografia dos caras. Que discão!

FOR THOSE ABOUT TO ROCK (WE SALUTE YOU)

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Você imagina uma banda que lançou o melhor álbum da história do rock em 1980 - Back in Black – interromper uma longa e previamente agendada turnê para fazer seu sucessor? Pois foi o que aconteceu e, ao escutar músicas como a inacreditável faixa-título, a igualmente clássica “I Put the Finger on You” e a ótima “Inject the Venom”, entendo perfeitamente os esforços que resultaram em outro disco incrível e que sacramentaram o quanto a contratação de Brian Johnson foi um acerto sensacional. Eu mesmo não consigo deixar de me sentir um enorme entusiasmo em meu espírito quando a maravilhosa “C.O.D.” e a batida marcante do baterista Phil Rudd.

Igualmente produzido por "Mutt" Lange, é um álbum mais pesado, com uma produção muito mais densa e com um ponto importante: a capa com seu emblemático canhão, que se tornou uma das grandes marcas registradas da banda no show business. O disco inteiro é uma aula da união entre som, independência artística e marketing!

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